Apresentação história da tipografia nacional

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Breve Hist贸ria da Tipografia Nacional

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Das fundidoras do s茅culo XIX aos tipos digitais

Ana Carla Quinelato | Maria Eduarda Martins | UFES 2014/1


1_A criação da Imprensa Nacional A Imprensa Nacional foi criada com a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, antes era proibido a existencia de imprensa no Brasil. A Imprensa Nacional era a Grafica oficial e também editora, responsável pela publicação de textos literários e didáticos. Era detentora do monopólio de impressão no país.


1_A criação da Imprensa Nacional Em setembro de 1808, começa a publicar o Jornal Gazeta do Rio de Janeiro, que tratava de assuntos de interesse dos portugueses no exílio.


1_A criação da Imprensa Nacional Em 1810, uma fundição de tipos foi instalada na Imprensa Nacional, devido a distancia dos fornecedores tipográficos. Em 1813, o funcinário Alexandrino José das Neves recebeu uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar em uma fundidora de tipos inglesa. Após sua volta não se interessou pelo trabalho e foi demitido, indo para Portugal, fez carreira na Imprensa Nacional Lisboeta.


1_A criação da Imprensa Nacional Em 9 de março de 1829, um decreto acabou com a censura prévia, o que liberava parcialmente a imprensa no Brasil e permitia o estabelecimento de gráficas e jornais por particulares. Contudo estabelecia rígida censura às provas tipográficas já imprensas. Esta censura levou a apreensão de uma fundidora, cujo o aprendiz Manoel Mendes Diniz fora autorizado a levar os instrumentos para trabalhar em casa, pois recebia por obra feita.


1_O Instituto dos Meninos Artesãos Em 1859, foram chamados mestres para ministrar oficinas a jovens infratores da Casa de Correção, criou-se assim o Instituto dos Meninos Artesãos. Devido ao custo, a iniciativa não teve proceguimento. Em paralelo acontece a chegada do fundidor Luis Muratet ao Brasil. Muratet fica responsável por ministrar uma oficina na Casa de Correção, ensinando os jovens a fundir tipos.


1_O Instituto dos Meninos Artesãos Muratet assina um contrato em 1863, cujo vende sua oficina de fundição para que esta funcione na Casa de Correção junto com o projeto de recuperação dos jovens infratores. Muratet receberia duzentos mil réis por mês. O governo se encarregava de fornecer os materiais soicitados pelo mestre e este poderia rejeitá-los, caso julgasse não apropiados. Também faria os reparos no maquinário se necessário.


1_O Instituto dos Meninos Artesãos Em 1865 a oficina é fechada devido ao alto custo e por sua finalidade educativa e criativa estar fora do objetivo ca Casa de Correção. Não se tem registro de nenhum fundidor treinado por Muratet. A fundidora é transferida para a Imprensa Nacional. O término da oficina de Muratet trouxe para a Tipografia Nacional equipamentos, utensílios e materiais que ampliaram sua participação na fundição de tipos. Não há outras iniciativas para trazer outros técnicos para colaborar com a Imprensa Nacional que continua a se abastecer com tipos importados diretamente ou comprados das fundidoras locais.


1_Inicio da fundição comercial de tipos no Rio: Pinart e Balonchard

Pierre Joseph Pinart foi o primeiro nome encontrado ligado à fundição comercial de tipos Espingadeiro de profissão, anucia em 1829 no Diário Oficial do Rio de Janeiro, estabelecer uma fundição de caracteres de imprensa. Em 1832 desiste do negócio, anunciando a venda um sortimento de moldes para uma fundição de tipos


1_Inicio da fundição comercial de tipos no Rio: Pinart e Balonchard

Em 1837, Balonchard chega ao Brasil com a família e estabelece a primeira fundidora comercial de tipos no Rio de Janeiro. Balonchard orgulha-se de sua posição de pioneiro, tanto que se intitula ”primeiro fundidor europeu vindo em socorro da imprensa brasileira”. Anuciou a oficina durande dez anos. Aparece quatro vezes no Almanak Laemmert, que é uma lista de pessoas e firmas atuantes no Rio de Janeiro.


1_Inicio da fundição comercial de tipos no Rio: Pinart e Balonchard

A listas de profissionais era separada em grandes grupos, sendo um deles o dos Fundidores e Maquinistas. Balonchard é o único fundidor de tipos a anunciar em 1844 nessa categoria. Finalmente em 1849, é estabelecida a categoria de Fundidores de typo, encabeçada pelo sucessor de Balonchard, Pedro Sécretan.


1_Catálogo de Tipos Fundição Francesa é o nome fantasia adquirido pela empresa de Balonchard após sua morte. É importante por sua longevidade e por possuir um catálogo autoral localizado na Biblioteca Nacional.


1_Catálogo de Tipos O espécime é da Fundidora Francesa de Bouchaud e Sobrinho. É provável que apresente tipos desde a fundação da empresa, ainda nas mãos de Balonchard em 1837.


1_Catálogo de Tipos

As fontes eram numeradas de acordo com o design e o corpo, o que dificultava sua identificação.


1_Catálogo de Tipos Na página 29 os tamanhos são medidos em pontos, como se faz atualmente.

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1_Catálogo de Tipos No acervo da Biblioteca Nacional há pelo menos outros seis catálogos, das gráficas Imprensa Nacional (1879), Tipografia Americana (1839), Tipografia Carioca (1876), Tipografia João Cardoso e Tipografia Esperança (1884), além do catálogo da Fundidora Henrique Rosa, que embora sem data, demonstra ser dos primeiros anos do século XX. A existencia deste catálogo da Fundição Francesa é de extrema importancia por sua raridade.


2_Desenvolvimento tipográfico no século XX A produção digital

O desenvolvimento tipográfico se tornou obsoleto nos anos finais do século XIX. No inicio do século XX foi implantado no Brasil a Minerva, máquina de platina que possui modelos manuais e automáticos. Na década de 70 a produção tipográfica perde força com o advento do sistema offset.


2_Desenvolvimento tipográfico no século XX A produção digital

Os começo da produção digital de tipos ocorreu em 1975, quando Herman Zapf e Gerard Unger traduziram para o computador os desenhos tipográficos das famílias Marconi e Demos

Durante a década de 1980 o interesse dos desenvolvedores de fontes passou a ser voltado à produção para uso em telas de baixa resolução Atualmente o padrão tipográfico é denominado OpenType


3_O século XXI e a uma nova fase da criação Rodolfo Capeto se tornou referência por criar a primeira família para texto com uma diversidade de versões e alta complexidade tecnológica. Alguns designers do país se especializaram em Design de Tipos na Europa. Permanência na elaboração de fontes display, comuns nos anos 90, sem haver queda na importância da produção de fontes para leitura. adaptação aos padrões estéticos do mercado, a divulgação e comercialização de novos projetos para uso em empresas estrangeiras de comunicação. A identidade brasileira nesses projetos ainda não é imponente.


3_Eventos Tipográficos TypeCon

A primeira edição da exposição que aconteceu no ano de 2003/ Letras Latinas. Participaram os brasileiros; Priscila Farias, Eduardo Omine, Tony de Marco e Caio de Marco.

Letras Latinas e Tipos Latinos

Ocorreu no memorial da América Latina em São Paulo e simultaneamente na Argentina, Chile e Uruguai. A Letras Latinas prevaleceu até o ano de 2006 e em 2010 surgiu o Bienal de Tipos Latinos dando continuidade ao projeto já existente. Bienal da ADG vem acontecendo desde 1992, é o mais tradicional evento que reúne estudantes, profissionais e clientes da indústria criativa.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Priscila de Farias

Referência entre os designers, recebeu em 2002 o prêmio Ouro da Associação de Designers (ADG) de melhor categoria Tipografia na sexta edição da bienal promovida pela associação. Ela é criadora de uma das primeiras obras obras de referencia sobre tipografia digital ‘Tipografia digital: o impacto das novas tecnologias’.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Tony de Marco

Considerado pioneiro na produção digital do país pois, em 1989 realizou o que é considerada a primeira tipografia digital denominada Sumô. Além disso Marco foi ilustrador na Folha de São Paulo. Atualmente é editor da revista Tupigrafia.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Fábio Lopez

Trabalha com pesquisa e desenvolvimento de fontes digitais desde 1998 e tem projetos de design expostos e publicações nacionais e internacionais. Atualmente faz parte da organização da Bienal Tipos Latinos.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Ricardo Esteves

Desdica-se desde 2005 em pesquisas e design de fontes digitais. Coordena o projeto Outras Fontes. Responsável pelo desenvolvimento das premiadas Jana Thork e Maryam.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Gustava Lassala

Autor do livro ‘Pichação não é pichação’ cria e produz e comercializa fontes digitais pelo distribuidor americano MyFonts.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Yomar Augusto

Ele ensina tipografia para publicidade, fez mestrado em design de tipos pela Royal Academy of Art em Hague na Holanda. Yomar ganhou destaque por desenvolver a fonte Unity para a campanha da Adidas na copa de 2010 da FIFA e estampar a bola Jabulani e uniformes da Alemanha e Espanha.


3_As principais referências em tipografia brasileira: Leonardo Buggy

Criador da Tipos do aCASO, primeira fundição de tipos digitais do Nordeste, também trabalhou em campanhas para grandes empresas como a Ford, Unilever, Walmart. Buggy é autor do primeiro livro em português sobre design de tipos. Suas fontes mais conhecidas são: Cordel Disquete, Bitmap, Oxe, Régua, AvantBuggy, Lia e Fatwood.


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