A invisibilidade da mulher no espaรงo urbano
ana carolina f. r. nunes orientadora: teresa c. de a. faria
A
INVISIBILIDADE DA MULHER NO ESPAÇO URBANO – PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO NO BAIRRO DE LOURDES COM ENFOQUE EM PERSPECTIVA DE GÊNERO
Monografia, apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa como requisito da disciplina ARQ 398 - Trabalho de Curso - Fundamentação, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa, para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Ana Carolina F. R. Nunes Orientadora: Teresa C. de A. Faria
VIÇOSA – MINAS GERAIS Junho de 2016
Primeiramente, gostaria de agradecer às pessoas mais importantes e que possibilitaram que eu chegasse até aqui, meus pais, Sandra e Wagner Nunes, os quais me apoiaram incondicionalmente e me propuseram a maior base que alguém pode ter: a educação, o respeito e honestidade. Gostaria de agradecer aos familiares, Wagnim, Vó Dária, Vô Toim, Vó Ção, e a todos os tios e primos, que mesmo de longe apoiaram e entenderam quando eu estava ausente nas festas de família e aniversários, por estar longe.
AGRADE CIMENTOS
Aos amigos de infância, também por entenderem quando eu estava ausente, e mesmo assim sempre lutarem para que mantivéssemos contato e continuássemos unidos. A melhor e eterna turma do DAU, ARQ 2011, minha segunda família durante seis anos, os quais me acompanharam desde as horas contínuas de trabalho na madrugada, estudos coletivos a almoços de domingo, festas temáticas e viagens de estudo. Especialmente àquelas com quem dividi teto: Soníferas: Zenaid, Stephanie (quase da arquitetura) e Dafhini. Aos professores e servidores da UFV, que mais do que isso, foram conselheiros e amigos nos momentos de dificuldade, e também de descontração, almoços no RU, chopps no Seu Zé e cafezinhos. A minha orientadora e professora, Teresa, por ter me amparado nessa ideia “maluca” (risos) de fazer esse trabalho, e ter entrado comigo no desafio, sempre procurando ajudar da melhor forma. Ao CNPq por ter me proporcionado a oportunidade de estudar em outro país, aprimorar outra língua e ter experiências que foram essenciais para que eu tenha escolhido seguir essa área do Urbanismo. Leeds, e Sugarwell Court estará sempre nas minhas melhores memórias. A todas as mulheres que cruzei na vida, em especial as Vixens, pelo companheirismo e empatia, e principalmente por terem me inspirado na escolha desse tema, pois graças a elas passei a enxergar as coisas sob outra ótica, procurando nos empoderar mais a cada dia.
O organismo vivo só tem sentido e existência considerado com seus prolongamentos: o espaço que ele alcança, que ele produz (...). Todo organismo vivo se reflete, se refrata, nas modificações que ele produz em seu “meio”, seu “ambiente”: seu espaço. (LEFEBVRE,2006, p. 57)
SU MÁRIO
vi 7
Apresentação Introdução
8 9
Problema O espaço e as relações sociais A problemática no espaço urbano de Viçosa
11 12 13
Justificativa Objetivos Metodologia
Referencial Teórico 14 A diferença entre sexo e gênero 15 A (Des)igualdade de gênero 16 Secretaria das Políticas para Mulheres 16 Plano Nacional de Política para as Mulheres 18 Coordenadoria de Política para Mulheres e órgãos relacionados ao gênero em Viçosa 19 O papel da mulher moderna na sociedade brasileira 20 A relação da mulher com o espaço urbano 21 O que é Gender Planning 23
O caso de Viçosa - MG
25 27
Estudos de Caso St. Johann Park (Bruno Kreisky Park) Rudolf-Bednar-Park
29 30 38
Proposta Conceituação Escolha da área de intervenção Programa de necessidades
43 44
Cronograma
de
Atividades para Disciplina ARQ 399 Referências Bibliográficas
APRE SENTAÇÃO
E
ste trabalho consiste em uma das atividades propostas na disciplina de ARQ398 – Trabalho de Curso: Fundamentação, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa, e tem como objetivo demonstrar os caminhos pelo embasamento teórico e a proposta para a Proposição do Trabalho de Curso, a ser realizado no segundo semestre de 2016.
viii
INTRO DUÇÃO
O espaço urbano é feito e apropriado pelas pessoas, que estabelecem relações sociais de poder e hierarquia, que se expressam no espaço urbano. Uma vez que a sociedade em que nos colocamos hoje possui relações de segregação de classe, podemos ver também, por exemplo, a segregação espacial de classes. Como os bairros que são destinados a uma classe de alta renda da população, normalmente localizados nos centros, e bairros destinados para uma classe de baixa renda, localizados na periferia. O mesmo acontece com a segregação por gênero, onde são observados espaços que são destinados para mulheres e aqueles que são destinados para homens. Devido a distinção de gênero, cada um possui sua função na sociedade, e existem atividades que são próprias do ser masculino, e as que são próprias do ser feminino. (SILVA, 2007)
Ao se projetar o espaço urbano, os planejadores buscam produzir uma cidade que seja inclusiva para todos. O tema recorrente nas pautas de urbanismo contemporâneo é o da cidade para pessoas, voltada para o pedestre, para a relação social, para as atividades sociais no ambiente público. Mas pouco se tem tratado do urbanismo para idosos, para crianças, ou para mulheres. Esses grupos da sociedade estão incluídos no ‘todo’, mas possuem necessidades específicas que acabam não sendo atendidas nesse urbanismo universal. E pensa-se que, uma cidade inclusiva para idosos, crianças e mulheres, também será inclusiva para todos os outros, como, homens, jovens e adultos. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo estudar como se conformam as relações de gênero no espaço da cidade e propor uma intervenção urbana, visando o urbanismo com perspectiva de gênero na cidade de Viçosa – MG. 7
O espaço e as relações sociais O ato de apropriar-se ou usar o espaço é um ato político, e uma vez que ele é negado
ou cedido a uma parcela da população isso
pode os empoderar ou os deixar impotentes. (WEISMAN, 2003)
PRO BLEMA
O espaço não manifesta, por si só, uma
opressão ou liberação, mas ele é capaz de
condicionar as formas de práticas sociais já existentes, de forma a emoldurar a vida
cotidiana. Ou seja, em um contexto em que a manifestação social é de opressão a mulher, mediante as relações históricas e culturais de patriarcado existentes na sociedade, o espaço mantém e conforma essa ordem.
Portanto, o espaço que aparenta possuir uma neutralidade, na verdade pode e atua na
separação de classes e na manutenção dessa ordem criada. (CORTÉS, 2008)
A forma que cada sociedade cria os seus espaços depende do modo como ela se apropria dele e exprime a sua função social,
forma essa que ganha significado e perdura em uma ordem que não é interrompida,
apenas se alimenta da segregação para
criar mais espaços segregados, criando um ciclo vicioso. Dessa maneira, se constitui na
hierarquia e prioridades que favorecem a uns,
e desfavorecem a outros. Isso resulta em um
espaço que expressa as relações de privilégios e
imposições
masculinas
nas
relações
de gênero, gerando uma segregação, tão intrínseca a sociedade que aparenta ser algo
natural. A forma social composta na sociedade condiciona a forma urbana, de uma maneira que ele constitui, reproduz e transforma a 8
realidade sócio espacial. (WILSON, 1997)
Para Cortés (op. Cit.) é necessário que se desconstrua a visão que a cidade é um espaço neutro e sem história, e da sua ambição de instituir categorias universais, e que, na organização excludente da cidade, o homem é tratado como sujeito público, o sujeito do discurso da história que converte o parcial em universal. Portanto, essa cidade é socialmente estruturada e re(produzida) pela visão do homem capitalista hierárquico, branco e heterossexual sobre os valores físicos, emocionais e materiais. (MENDES, 2011) O conhecimento produzido ao longo da história partiu desse sujeito pretensamente universal, no qual nós mulheres não nos reconhecemos. (MONTANER; MARTINEZ, 2011)
Conforme Ezquiaga (1997) afirma, é preciso abandonar esse discurso generalista, funcional, quantitativo ou de grande escala, e focar em uma escala menor de forma a se aproximar dos grupos sociais. Cortés (op. Cit.) confirma que as cidades ocidentais em geral originaram uma estrutura urbana que segregou rigidamente sob diferenças de classe, de etnia, de gênero, e consequentemente divisões espaciais foram conformadas, tanto no traçado urbanístico, nos espaços de trabalho, em áreas de lazer, serviço e comércio, entre outros.
O desafio consiste em construir um espaço sem gênero nem ordem patriarcal; portanto, um espaço sem hierarquias, horizontal, um espaço de todos e de todas em igualdade de valoração de olhares, saberes e experiências. O objetivo é ressignificar a construção de nossas cidades a partir da experiência que os homens e as mulheres tem do mundo – duas maneiras de enunciar a realidade. (MONTANER; MARTINEZ, 2011, p.198)
NORTE DE MINAS NOROESTE DE MINAS
JEQUITINHONHA VALE DO MUCURI
CENTRAL MINEIRA VALE DO RIO DOCE TRIÂNGULO MINEIRO/ALTO PARANAÍBA METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE OESTE DE MINAS
Viçosa
ZONA DA MATA CAMPO DAS VERTENTES SUL/SUDOESTE DE MINAS
Legenda
Viçosa Microrregião de Viçosa Mesoregiões
0 65 130
260
390
Kilometers 520
Figura 1 - Mapa de Minas Gerais. Fonte: Elaborado pela autora, base de dados arcGIS.
A problemática no espaço urbano de Viçosa Viçosa está localizada no Estado de Minas Gerais, na região da Zona da Mata (Figura 1). O município possui 70.970 habitantes (CENSUS, 2013), e devido a presença da Universidade Federal de Viçosa (UFV) possui uma população flutuante de aproximadamente 15.000 pessoas. (MARIA; FARIA, 2014) Seu crescimento teve como motivador a federalização e expansão da Universidade Federal de Viçosa na década de 70, o que deu origem a um processo de segregação social na paisagem e nos bairros. (DIAS et al, 2014)
Com o crescimento da Universidade e consequentemente maior número de população migrando, houve uma maior demanda por infraestrutura, no entanto a área que mais recebeu os investimentos foram as áreas Centrais, local que concentra a maior parte da população ligada a UFV. (MARIA; FARIA, 2014) 9
Esse acentuado crescimento resultou em uma série de problemas típicos de metrópoles brasileiras: deficiência de infraestrutura, favelas e vasto processo de verticalização nas áreas centrais. O processo de urbanização gerou um crescimento econômico significativo, mas acompanhado das desigualdades sociais, da exclusão e segregação. (MARIA; FARIA, 2014, p. 12)
Identificar a existência de uma segregação espacial e torná-la visível é o primeiro passo. Em segundo lugar, as mulheres devem se expressar a partir de suas experiências, e a partir disso contribuir para a construção do espaço urbano em que viverão e utilizarão, como agentes sociais ativos e passivos.
Em uma cidade como Viçosa, onde o espaço urbano é deficiente, é natural que as minorias também não se identifiquem com esse espaço, uma vez que ele é conformado por essa ordem social já existente na sociedade, que é plenamente machista. Diariamente vemos mulheres alegando problemas na segurança pública, como má iluminação, alto índice de criminalidade e violência a mulher. Há também a falta de equipamentos públicos e de serviços, como creches públicas, associações de amparo a 10
mulher, delegacias específicas, banheiros públicos adequados, falta de acessibilidade nas ruas e calçadas, e de equipamentos de lazer. Outro problema que impacta diretamente na vida da mulher é a falta de qualidade e abrangência do transporte público, uma vez que a rota que as mulheres fazem é mais complexa que a dos homens, e uma rede de transporte público defasado impacta seriamente a rotina. Portanto,
visibilidade
este a
trabalho
essas
pretende
necessidades
dar
que
existem, mas que as mulheres não têm a
oportunidade de reivindicar, uma vez que não estão contempladas na política urbana
do município, e não são devidamente
representadas nos debates relativos ao planejamento do espaço público.
JUSTI FICATIVA
Para justificar a escolha do tema, me embasei, primeiramente, em experiências pessoais, uma vez que como mulher e moradora da cidade de Viçosa, percebo “minha palavra calada”, e meu lugar segregado. O espaço urbano é de todos e para todos, logo a mulher está englobada nessa maioria, mas na prática as necessidades específicas de cada gênero são bem diferentes.
De acordo com Calió (s.d.), os estudos urbanos que falam sobre segregação, direito a cidade e revolução urbana, normalmente analisam a cidade sob a perspectiva da luta de classes e não da diferença de gênero, deixando uma lacuna na pesquisa do tema.
QUESTIONAMENTOS: 1. Como são estabelecidas as relações de espaço x gênero? 2. Como o urbanismo pode vir a resolver esses problemas tornando a cidade mais inclusiva?
Sob esse aspecto, podemos inferir que as cidades não foram feitas para as mulheres, pois suas necessidades, na maior parte dos casos, não são levadas em conta, os seus problemas ficam invisíveis nas políticas urbanas e nas soluções buscadas pelos projetos urbanos. De que maneira elas podem contribuir nas discussões pelo espaço urbano, como elas podem ser ouvidas pelas autoridades, e possam ser representadas, de forma a garantir seus direitos a cidade. Afinal, a cidade é para a maioria, mas as minorias continuam segregadas, na marginalização, na violência e no esquecimento. 11
OBJE TIVOS
1. Geral Esse trabalho tem como objetivo entender como as relações de gênero e espaço acontecem na cidade, quais são os problemas que as mulheres vivenciam em Viçosa, e quais são os meios para atingir a equidade de gênero, igualdade e empoderamento das mulheres, por meio de estratégias práticas e espaciais. 2. Objetivos Específicos
• Identificar quais as necessidades espaciais da mulher, quais são atendidas e quais deixam a desejar, na cidade de Viçosa; • Definir o conceito de gender planning; • Desenvolver estudos de caso em cidades que já aderem ao método de gender planning; • Analisar como e onde esse método de planejamento (gender planning) pode ser aplicado praticamente e eficientemente na cidade. 12
METO DOLOGIA
O trabalho foi realizado por base em revisões, leituras e análises bibliográficas sobre o tema referente a urbanismo com perspectiva de
gênero, a mulher e o espaço público, gender planning, espacialização de gênero, entre outros temas.
Também foi feita uma análise da pesquisa
feita pelo Census aos residentes da cidade de Viçosa, visando entender melhor a qualidade
do espaço vigente e suas percepções, permitindo identificar os problemas da
cidade, de forma a planejar uma intervenção
que seja pertinente as necessidades, e entender melhor os conceitos analisados nas bibliografias.
Juntamente, foram realizados estudos de caso sobre cidades que adotaram esse método de
planejamento, e como isso foi, da etapa do conceito, planejamento, projeto, a análise de
como isso impactou direta e indiretamente na vida das mulheres.
13
1. Diferença entre sexo e gênero O enfoque no termo gênero teve início nas discussões pautadas do movimento feminista no século XIX, mas só obteve validade sócio histórica quando se tornou uma categoria de análise científica. (COSTA et al, 2010)
REFE RENCIAL TEÓ RICO
Para Scott (1990) gênero é “um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder. ” (p.14 apud COSTA et al, 2010).
Diferentemente de sexo, que é uma categoria anatômica e biológica, a qual os seres possuem quando nascem, gênero está ligado com construções sociais, e dita o que deve ser característico de cada um, como direitos, espaços, atividades e obrigações. (BUTLER, 2003 apud SILVA, 2007)
Segundo o IBGE, de acordo com o documento da Divisão de Estatística das Nações Unidas (United Nations Statistics Division – UNSD), o termo ‘sexo’ refere-se as diferenças biológicas entre homens e mulheres, fixas e imutáveis, não variáveis a cultura e ao decorrer do tempo. ‘Gênero’ se refere as características socialmente estabelecidas e as interações e relações sociais entre homens e mulheres. Há homens que são do sexo masculino, mas se identificam com o gênero feminino, caso dos homens transexuais. Cisgêneros são aqueles que identificam seu gênero ao seu sexo biológico. 14
Este trabalho tem como foco estudar a invisibilidade das mulheres cisgêneros, uma vez que ao entrar no âmbito das transexuais surgem outras necessidades e pautas específicas, mesmo ambas se identificando com o gênero feminino.
Figura 1 - Equality/Equity. Fonte: htt ps : / / med ia. l icd n.com / m pr/ m pr/ p/6/005/08f/1e0/3a1e78a.jpg Acesso em: 10 Mai. 2016
2. A (Des)igualdade de Gênero
Os gêneros são criações culturais da sociedade e para cada um estão atreladas funções e papéis. As relações entre os gêneros não são igualitárias, elas possuem uma desigualdade, e uma hierarquização predominante do gênero masculino subordinando o gênero feminino, isso se dá pois a mulher é taxada historicamente como um ser frágil, submisso e vulnerável. (COSTA et al, 2010) No entanto, para obter a igualdade de gênero, não se espera que os gêneros sejam extintos da sociedade. O objetivo é a coexistência das diferentes igualdades.
Dessa forma, igualdade de gênero consiste em entender que as desigualdades existem, e em criar maneiras de possibilitar uma equidade, entendendo as suas diferenças.
As áreas apontadas como críticas em questão de gênero pelo documento do SNIG - Sistema Nacional de Informações de Gênero, e que precisam de ações, foram:
A crescente pobreza feminina; acesso desigual a educação e formação; acesso desigual aos cuidados de saúde e serviços relacionados; violência contra as mulheres; efeitos dos conflitos armados ou outras formas de conflito sobre as mulheres, incluindo aquelas que vivem sob ocupação estrangeira; desigualdades nas estruturas econômicas e políticas, em todas as formas de atividades produtivas e no acesso aos recursos; desigualdade entre homens e mulheres na partilha de poder e tomada de decisões em todos os níveis; mecanismos institucionais insuficientes em todos os níveis para promover o avanço das mulheres; inadequada promoção e proteção dos direitos humanos das mulheres; estereotipação das mulheres e desigualdade no acesso destas a todos os sistemas de comunicação, especialmente os meios de comunicação; desigualdades de gênero na gestão dos recursos naturais e na proteção do meio ambiente; e discriminação persistente e violação dos direitos das crianças do sexo feminino. (SNIG, 2014, p.11)
Dessa maneira, é necessário que as políticas públicas ajam de forma a mitigar a desigualdade entre os gêneros, historicamente construídas na sociedade, permitindo que a obtenção da autonomia das mulheres, tanto econômica quanto política, para conseguir uma equidade de gêneros.
15
3. Secretaria Mulheres
das
Políticas
para
A SPM foi criada em 2003 pelo Presidente Lula. O órgão tem entre suas diretrizes principais a promoção de igualdade entre homens e mulheres e o combate de preconceitos e discriminações herdadas do patriarcado. Seu objetivo é promover a inclusão da mulher no processo de desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País, de forma a construir um país mais igualitário e justo. Sua principal linha de atuação é tratar a desigualdade de gênero em todas as esferas, e a transversalidade das políticas, realizadas pelas instâncias Municipal, Estadual e Federal, e pelos Ministérios, sociedade civil e a comunidade internacional. A SPM tem três linhas de ação:
(a) Políticas do Trabalho e da Autonomia Econômica das Mulheres; (b) Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; e (c) Programas e Ações nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, Participação Política, Igualdade de Gênero e Diversidade. (SPM, 2012)
4. Plano Nacional de Política para Mulheres Em Julho de 2004 criou-se o Plano Nacional de Política para as Mulheres (PNPM), realizado na 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (1ª CNPM), onde 1.787 delegadas discutiram pautas, e elaboraram o I PNPM. Em 2007 elaborouse o II PNPM, e o III PNPM, elaborado desde 2011, está em vigor até o momento, com maiores temáticas inseridas no governo (PNPM, 2013). Os princípios orientadores do Plano são:
Autonomia das mulheres em todas as dimensões da vida; busca da igualdade efetiva entre mulheres e homens, em todos os âmbitos; respeito à diversidade e combate a todas as formas de discriminação; caráter laico do Estado; universalidade dos serviços e benefícios ofertados pelo Estado; participação ativa das mulheres em todas as fases das políticas públicas; e transversalidade como princípio orientador de todas as políticas públicas. (PNPM, 2013, p.9-10)
A pergunta chave a se inserir no debate das políticas públicas é ‘o que pode ser feito de forma a contribuir para a sedimentação da igualdade de gênero? ’.
16
Entre os capítulos do PNPM, não há nenhum que trate diretamente sobre planejamento urbano ou espaço público. O Capítulo 6: Desenvolvimento sustentável com igualdade econômica e social, se identificou como aplicável. O Capítulo 6 tem como objetivo geral:
Incentivar o desenvolvimento sustentável com a inclusão das mulheres em todas as suas especificidades e diversidades, considerando as dimensões sociais, econômicas e ambientais, democratizando o acesso aos bens da natureza e aos equipamentos sociais e serviços públicos. (PNPM, 2013, p.62)
Entre os objetivos específicos, o identificado como adequado para o tema discutido neste trabalho consiste em:
V. Promover a ampliação da infraestrutura social nas áreas urbana e rural, garantindo o direito das mulheres à habitação e moradia digna, com acessibilidade, por meio, dentre outras ações, da facilitação de formas de financiamento. (PNPM, 2013, p.62)
Nas linhas de ação, a identificada como pertinente ao tema foi a linha 6.2: Promoção do acesso das mulheres à moradia digna, garantindo qualidade e acesso à infraestrutura de bens, serviços públicos e equipamentos sociais.
Entre os planos de ações, a que se identifica pertinente ao tema é a ação 6.2.2: Estimular e apoiar políticas de ampliação
e melhoria das condições de moradia e acesso à infraestrutura
adequada, às mulheres do campo e da floresta, incluindo as
comunidades e povos tradicionais (inclusive ribeirinhos). Essas ações são de responsabilidade do Ministério do Meio
Ambiente e do Ministério das Cidades. (PNPM, 2013, p. 6263)
Um ponto a ser discutido é a possível readequação do PNPM
com a inclusão de diretrizes que tratem especificamente de planejamento urbano e espaço público com perspectiva de gênero, que possam contribuir para a sedimentação da igualdade nesses espaços. Se o próprio documento não trata
especificamente desses pontos, deixa aquém ao planejador urbano tratar, ou não, deles. E, uma vez que definidos na Política,
eles deverão utilizá-los, criando cidades mais inclusivas para a mulher.
17
5. Coordenadoria de Política para Mulheres e órgãos relacionados ao gênero em Viçosa Em Viçosa, o Projeto de Lei nº 091/2015 de Dezembro de 2015 foi aprovado, criando-se a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e o Fundo Municipal dos Direitos das Mulheres, autoria do Prefeito Municipal Ângelo Chequer. (MOTTA, 2015). Ela tem como objetivo:
Apoiar e acompanhar as ações, programas e projetos voltados à mulher. A nova lei cria também o Fundo Municipal dos Direitos da Mulher, que deverá ser gerido pela Coordenadoria e fará parte do orçamento do Executivo. O Fundo foi criado para assegurar os recursos necessários para a execução das políticas públicas dedicadas à promoção, garantia e realização dos direitos da mulher. (MOTTA, 2015)
A cidade já conta com o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, ligado à Universidade Federal de Viçosa e ao Centro
de Ciências Humanas Letras e Artes (CCH), que é responsável por realizar atividades de pesquisa, ensino e extensão e trata
de temas como: violência de gênero, controle social, processos de formação e sistemas de informação. (NIEG, s.d.)
E também conta com a Casa das Mulheres, criada em 2009 em
conjunção com o Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Viçosa. Realiza um projeto de enfrentamento da violência de
gênero, e tem como referência Estudos Feministas e o Plano Nacional de Política para as Mulheres. (PROJETO CASA DAS MULHERES, s.d.)
Os órgãos relacionados a políticas de gênero em Viçosa não possuem diretrizes ligadas ao planejamento urbano e ao espaço público, caracterizando uma defasagem institucional
do tema na cidade. Isso abre lacunas para o planejamento da
cidade, fazendo com que esses temas não sejam levados em discussão.
Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas sobre espaço
urbano e gênero no Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, pois com maior número de pesquisas, será possível adotar práticas sócio espaciais que melhorem as condições da vida das mulheres. 18
Percebe-se um esforço da comunidade científica, uma vez que os dados da ONG Census possuem pesquisas sobre bem estar social que diferem as respostas entre sexo e faixa etária. Essas pesquisas poderiam ser usadas em conjunto com análises para levantamento de dados de forma a instituir políticas de planejamento urbano com perspectiva de gênero na cidade.
6. O papel da mulher moderna na sociedade brasileira O papel da mulher na sociedade brasileira tem se modificado muito nas últimas décadas. No século XXI a imagem da mulher deixou de ser a de maternidade, e consequentemente de domesticidade. (COLOMBAROLI, 2014)
Desde a conquista pelo mercado de trabalho, muitas
modificações foram notadas na vida da mulher, uma vez que ela
passa a vivenciar o espaço público não só como extensão dos serviços da casa. Anteriormente, a vivência de espaço público
consistia em complementariedade dos serviços domésticos, como ir ao supermercado, farmácia, posto de saúde, entre outros. (FREITAS, op. cit.)
Nos tempos atuais, a mulher realiza uma jornada dupla de
trabalho, pois é responsável tanto pelos serviços domésticos como também por prover sua família, diferentemente do
passado em que apenas o homem provia seu lar. Além disso, a mulher passa a dividir as tarefas domésticas, as quais antes eram exclusivas da mulher. (MIRANDA, 2014)
Com a autonomia econômica, ela também passa a obter autonomia política, saindo da vida “doméstica” para a vida “pública”. (VIERA; COSTA, 2014)
De acordo com a pesquisa realizada em 2010 pelo Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, a definição do que é ser mulher hoje foi associado pelas entrevistadas à:
Sua inserção no espaço público, no mercado de trabalho, à conquista de independência econômica, à independência social, ou ainda a direitos políticos conquistados. (...) Os papeis tradicionais de mãe e esposa também aparecem na definição de ser mulher, mas em grau bem menor. (COLOMBAROLI, 2014, p.3)
19
Portanto, nota-se uma participação muito mais engajada da mulher na vida pública.
Mesmo que, ainda nos dias de hoje, seja vista com maus olhos pela sociedade. Como por exemplo, a mulher não se sente à vontade
para ir a um bar ao passo que também não é “bem vista” ao fazê-lo, relacionando alguns comportamentos
(FREITAS, op. cit.)
com
promiscuidade.
No entanto, é um quesito que vai além do
planejamento do espaço público, pois é um
modo de pensar da sociedade, muito mais cultural que espacial.
7. A relação da mulher com o espaço urbano A presença da violência na vida da mulher, tanto física quanto psicológica, no espaço
doméstico ou público, social ou simbólica,
impacta na forma que ela se apropria (ou
não) do espaço urbano. O número exorbitante
de violência a mulher retrata como o corpo e a vida da mulher tem uma importância insignificante para sociedade. O poder que
o homem exerce sobre o corpo da mulher também se caracteriza no poder que ele exerce sobre o espaço. (TAVARES, 2008).
“O sentimento que aflige as mulheres é de uma
ilegitimidade por estar na rua, como se fosse uma intrusa, influenciando dramaticamente
em suas práticas no espaço. ” (GRARD, 2010 apud TAVARES, op. cit.) Nessa
lógica,
de
acordo
com
Freitas
(2013), é possível afirmar que as mulheres trabalhadoras não vivenciam o espaço 20
público propriamente, apenas passam por ele
para garantir a manutenção familiar. “Essas
travessias, embora sejam instrumentais para
a sedimentação do espaço privado, carregam
grandes significados em si; os espaços públicos que atravessam normalmente são aqueles em que mais se confirma a exclusão sexista. ” (FREITAS, op. cit.)
Lugares como praças ou bares são agressivos a mulher, e apresentam risco de violência física, sexual e psicológica. Desse modo, as
mulheres possuem medo da rua e não se
apropriam do espaço público. (FREITAS, op.cit.) Além da hostilidade que o espaço
urbano exerce sobre a vida das mulheres, existe uma falta de oferta de equipamentos
que possibilitem a liberação de tempo para que as mulheres consigam sua autonomia, como
creches, cozinhas comunitárias, restaurantes populares,
lavanderias
populares,
outros. (MIRANDA, op. cit.)
entre
No entanto, o planejamento urbano com perspectiva de gênero (gender planning) não
engloba apenas esses equipamentos sociais e coletivos, ele precisa ir além, procurando
resolver as desigualdades que existem no espaço público.
8. O que é Gender Planning Gender Planning não possui uma única teoria, são vários
conceitos, métodos e manuais
I.
Lugares que mulheres e homens e suas relações entre
de práticas bem-sucedidas,
si são o ponto de interesse;
dos anos 80 as pesquisas
inclusão;
que
surgiram
desde
o
século XIX, porém a partir têm
se
intensificado.
(WANKIEWICZ, 2014)
De acordo com a teoria de Damyanovic
(2007
apud
WANKIEWICZ, op. cit.), ela propõe
quatro
princípios
para um planejamento com
enfoque de gênero, para a
autora a definição de gender planning é:
II.
Analisar e avaliar estruturas espaciais de acordo com a
sua utilização no dia a dia para mulheres e homens, através da III.
Tornar visível e desconstruir as relações de poder,
IV.
Visa transformar e mudar as condições espaciais de
condições sociais e avaliação por trás dos conceitos de planejamento;
vida e conceitos de planejamento para uma maior igualdade entre homens e mulheres.
Zibell (2006, apud WANKIEWICZ, op. cit.) adiciona ainda o
número 5, que trata que o planejamento de gênero precisa ser participativo e dar voz e possibilidade para que grupos
mais fracos da sociedade possam mudar o futuro da sua comunidade e região.
21
O planejamento de gênero olha para as desigualdades
estruturais e visa a desconstrução dos papeis sociais de homens e mulheres em termos espaciais. (AUFHAUSER, 2003 apud WANKIEWICZ, op.cit.)
Uma abordagem de gênero visa proporcionar padrões e infraestruturas espaciais, que aumentem a escolha para as
mulheres e os homens nos seus papéis sociais como chefes de família, cuidadores da casa, políticos, ativistas, entre outros. (TUMMERS; WANKIEWICZ, 2009 apud WANKIEWICZ, op.cit.)
Para Martinez e Ciocoletto (2011), os campos de atuação do planejamento com perspectiva de gênero são:
1. Incorporar a participação da mulher nas políticas;
2. Espaços urbanos que combinem usos, conectados por transporte público eficiente e variado; 3. Memória e identidade social.
E os temas que o planejamento com perspectiva de gênero
abrangem são: espaços públicos, segurança, mobilidade, e 22
equipamentos públicos.
CASO DEVI ÇOSA
A cidade de Viçosa possui 70.970 habitantes, dos quais 33.480 são homens e 37.940 são mulheres, totalizando aproximadamente 48% de homens, e 52% de mulheres. A razão de sexo em 2010 de acordo com o IBGE era de 1 homem para cada 94,04 mulheres. A razão de sexo1 brasileira é de 1 homem para cada 95,95 mulheres. Portanto em Viçosa o número de mulheres para cada homem é maior que o número nacional. 1 - a razão de sexo significa que 1 para 100 é de igualdade, e maior que 100 que existem mais homens que mulheres.
Tabela 1 – Razão de Sexo. Fonte: IBGE 2000 e 2010
23
Em 2000, de acordo com o IBGE, Viçosa tinha
de
mulheres para 48% de homens.
Esse fato foi decisivo na escolha do Bairro de
51% de mulheres e 49% de homens, tendo
esse número em 2010 passado para 52% de Percebe-se a alta porcentagem de mulheres em relação ao de homens na cidade, o que faz
com que o planejamento com perspectiva de gênero seja ainda mais necessário
Tabela 2 – População por gênero – Viçosa. Fonte: IBGE 2000 e 2010 População por Gênero -Viçosa 38000 37000 36000 35000 34000
mulheres
de
59%,
um
número
significantemente maior que a média da cidade.
Lourdes para a área de intervenção.
Tabela 3 – População por sexo e faixa etária – Viçosa. Fonte: Census 2013 Faixa Etária Menos De 16 De 25 De 40 De 60 70 ou Total Total
de 16 anos a 24 anos a 39 anos a 59 anos a 69 anos mais (No) (%)
População por sexo
Homens 7221 5278 7319 8232 3176 2244 33471 47,2%
Mulheres 6644 5198 8481 10406 3424 3344 37498 52,8%
Razão de Sexo 108,68 101,54 86,30 79,11 92,76 67,11 89,26
33000 32000 31000
Tabela 4 - População Urbana estimada segundo gênero e região urbana de planejamento de Viçosa, MG, 2013. Fonte: CENSUS 2013
30000 29000 2000
2010 Homens
Mulheres
De acordo com o Census (2013) dentre as regiões urbanas de planejamento, a região com maior porcentagem de mulheres é a
de Lourdes, seguido pelos bairros Centro, Acamari, Bom Jesus, Santa Clara e Santo Antônio.
O bairro de Lourdes possui 1.452 homens e 2.054 mulheres, sendo a porcentagem 24
1. St. Johann Park (Bruno Kreisky Park) O parque St. Johann passou por uma
transformação mediante concurso em 2001, para se tornar um parque com um design gender sensitive. E posteriormente mudou
seu nome para Bruno Kreisky Park. (HARTH,
ESTU DODE CASOS
s.d.)
De acordo com site do escritório vencedor, Koselicka, o conceito era atingir um público
balanceado entre homens e mulheres, e que
em particular, a presença de meninas fosse encorajada, de forma a apropriar dos espaços públicos abertos, e aumentar a frequência
com que elas usavam esse espaço, pois notou-se que a partir dos dez anos de idade a
quantidade de meninas que frequentavam os parques decaía muito em relação a quantidade de meninos.
O parque é dividido por uma diagonal que liga uma área residencial a uma estação de metrô, essas duas partes são chamas
de “small freedom” e “great freedom”, liberdade reduzida e liberdade expandida, respectivamente.
Área: 10.300m² Local: Vienna, Áustria Autor: Koselicka Ano: 2001
Figura 3 - Planta baixa. Disponível em: http://www.koselicka.at/st_ johann_d.html. Acesso em: 14 Mai. 2016.
25
A “small freedom” é estruturada em escalas pequenas
e
equipada
de
forma
mais
concentrada. Fica adjacente aos prédios
residenciais, então é de fácil acesso e pode ser socialmente monitorada. Ela possui uma área de playground para crianças e uma para adolescentes, subdivididas por cercas.
A “great freedom” consiste em espaços amplos e abertos, com a mínima estrutura. A quadra
de futebol foi desmontada e áreas especiais para atividades favoráveis a meninas foram
criadas, como vôlei, badminton, e atividades mais calmas em áreas protegidas. Existem
cavidades no campo que podem ser usadas para jogos com bola, como arena, para ginástica ou para sentar e tomar sol.
Para segurança, foi inserida iluminação
intensa em todos os caminhos principais, assegurando uma boa visibilidade dos arredores.
Após o redesign do parque, uma pesquisa foi
feita no local. Percebeu-se que o número de usuárias em todas as faixas etárias cresceu, em sua maioria adolescentes. Percebeu-se
também que o número de homens jovens
Figura 5 - Foto do parque, mobiliário. Disponível em: http://farm5.static. flickr.com/4085/4977175798_2cac239df1.jpg. Acesso em: 14 Mai. 2016.
diminuiu devido a demolição do campo de futebol. (GRUBER apud HARTH, s.d.)
Os pontos a se considerar do projeto são os espaços destinados a esportes que sejam praticados em mesmo número por homens e
mulheres, o zoneamento de espaços menores
mais adensados com funções bem definidas
e de espaços maiores e amplos com áreas multifuncionais e flexíveis. 26
Figura 4 - Foto do parque. Disponível em: http://www.party.at/Photos/ Archiv.2012/Streifen.2012.06.02.001/Photo.Einzel.php?Photo=3. Acesso em: 14 Mai. 2016.
2. Rudolf-Bednar-Park De acordo com o Urban Development Vienna (2013), o parque de Rudolf-Bednar passou por um concurso para sua reformulação em 2008. O projeto vencedor, do escritório Hager, seguia os pré-requisitos propondo um elaborado conceito de zoneamento para o parque. Pensou-se em zonas tranquilas (denominados jardins da vizinhança), zonas de esporte, zonas para jogos e exercício para público em geral. Além disso pensou-se em uma rede de caminhos claramente estruturada, com eixos visuais adequados e iluminação eficiente.
A principal característica do parque é um “véu de árvores”, que define o parque como uma área independente dentro desta parte emergente da cidade. O véu é orientado sobre as características espaciais de maior dimensão da área: o Danúbio e a Estação Norte. A parte sul do parque é uma zona para uso de jovens, com uma pista de skate e quadras de basketball. Paralela à “Radingerstraße” estão os “parques de canavial”, que lembram a paisagem natural do Danúbio. (WIEN GV, s.d.)
Figura 6 - Planta do parque. Disponível em: http://www.competitionline.com/de/ergebnisse/4077. Acesso em: 14 Mai. 2016.
Área: 31.000m² Local: Vienna, Áustria Autor: Hager Landschaftsarchitektur Ano: 2008
No cruzamento central, no coração do parque, o arquiteto paisagista Hager imaginou um café na forma de um cubo transparente. Próximo aos prédios residenciais na ala norte da praça propôs-se uma área dedicada a usos mais tranquilos, com espelhos d’água. Na parte oriental 27
do parque o gramado é
pontilhado com arbustos de flores, eles oferecem lugares
quietos de refúgio no parque,
possibilitando variados usos. Espalhados estão
pelo
os
equipamentos
alaranjados,
com
elementos Figura 7 -Foto das áreas de descanso. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/8/86/Rudolf-Bednar-Park_02.jpg. Acesso em: 14 Mai. 2016.
parque
vários
adicionados
a eles, para as crianças
brincarem, com cordas de escalada, balanços e redes. Entre as zonas intensamente
estruturadas há áreas de grama com espaço amplo e livre. (WIEN GV, s.d.) A
versão
projeto
revisada
conta
com
do
uma
rede de caminhos ampliada permitindo Figura 8 -Foto da área de ginástica ao ar livre. Disponível em: http://www.kundeneingang.net/ files/617/1/modulefiles/gallery_61713847.JPG . Acesso em: 14 Mai. 2016.
circulares no
de
parque.
DEVELOPMENT 2013)
percursos pedestres (URBAN
VIENNA,
Os pontos a se considerar do
projeto são os mobiliários passíveis de interação e com
diferentes
arranjos,
mais
tranquilas
servindo
possibilitando
variadas
formas de uso, e as áreas
Figura 9 -Foto da pista de skate. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/8/85/Rudolf-Bednar-Park_04.jpg . Acesso em: 14 Mai. 2016.
28
de respiro para o bairro residencial adjacente.
1. Conceituação do projeto
PRO POSTA
Espaços abertos são singulares na natureza. Eles não são apenas livres de obstruções físicas, mas também de regras e regulamentos comportamentais. Eles permitem a experiência da natureza, exercício e movimento, e encontros com o desconhecido. Essas oportunidades de aprendizagem e experiência fazem dos espaços públicos abertos, em particular, uma importante área para a democracia de gênero. (HARTH, s.d.)
As relações sociais de gênero se manifestam no espaço aberto, influenciando a sua utilização e avaliação, bem como certas necessidades e requisitos. A natureza e concepção de espaços abertos podem, portanto, tanto restringir quanto abrir oportunidades para apropriação. (HARTH, op. cit.) Meninas e mulheres estão crescentemente conquistando espaços públicos e formas de comportamento ditas anteriormente como “masculinas”, aumentando as formas de apropriação dos espaços. (HARTH, op. cit.)
Estudos comprovam que as mulheres geralmente passam mais tempo que homens em praças e parques do bairro, e os considera mais importantes. Isso é devido a maior preocupação com a saúde e contato com a natureza, além de maior desejo de sociabilidade. Outro fator é que elas estão mais frequentemente acompanhadas de crianças, logo as áreas de recreação para as crianças também são um atrativo para elas, o que normalmente são em lugares abertos. Logo o acesso facilitado a espaços verdes e abertos é essencial para mulheres. (TESSIN, 2005; COSTA et al., 2006; KGST, 2004 apud HARTH, op. cit.) Com a existência de padrões típicos e específicos de gênero na apropriação de 29
espaços públicos abertos, optou-se por realizar uma intervenção nesse espaço, de
forma a impactar na conformação social desses locais, na maneira que as mulheres se
apropriam e em como isso pode impactar na sua qualidade de vida.
2. Escolha da Intervenção
Área
de
O local escolhido para área de intervenção
consiste na Associação Esportiva Viçosense (AEV). A área de 12.550m² já conta com quadras, piscina, ginásio poliesportivo e área
verde, e é para uso de toda população.(Figura 10)
No entanto, a AEV apresenta condições muito precárias, e necessita de uma requalificação. O espaço era utilizado para práticas esportivas
como: Encontro Viçosense de Artes Marciais,
MMA Fight, Jogos Escolares Viçosenses (JEVs), levantamento de peso, Projeto ‘Bom de Nota,
Bom de Bola’, como utilização das associações atléticas universitárias para treinos, pelas escolas da cidade, entre outros.
Portanto, o que motivou a escolha dessa área para intervenção foi a localização estratégica entre
dois
bairros
predominantemente
residenciais e com alto percentual de mulheres, Lourdes e Santa Clara. Também
pelo fato de já possuir uma infraestrutura
subutilizada, que será agregada ao projeto. Possui uma ampla área onde será possível
criar um espaço de convívio. Está prevista a
interligação com as ruas adjacentes, Avenida Bernardes Filho e Rua José Euclydes Santana. 30
A área conta com um ponto de ônibus na Avenida Bernardes Filho a 400m da entrada do terreno, além de possuir um raio de abrangência caminhável para os bairros adjacentes. (Figura 11)
sso Ace los u c veí
RUA JOSE EUCLID ES SANTANA
IDA
so Aces re st e d e p
AVEN
DES
AR BERN
1
O
FILH
10
9
2
3
11
6 7
8 4
1-Entrada 2-Playground 3-Estacionamento 4-Ginásio 5-Rampa Skate 6-Piscina Infantil 7-Vestiários 8-Piscina Adulto 9-Quadra 1 10-Quadra 2 11-Vestiários
5
730m
740m 0m 10m
50m
Figura 10 - Mapa do programa de necessidades e acessos existentes. Fonte: Elaborado pela autora. Sem escala. 400m
115 m
R. José Euclyd es Santana 50m
25 m 15m
40m
lho es Fi rnard da Be Aveni 110m 11m
55m
5min caminhando 10min caminhando
Figura 11 - Localização do terreno e suas adjacências. Fonte: Elaborado pela autora. Sem escala.
31
RA
S BIA
UN
SANTA CLARA AL
PONTA SECA
A RU
BI
PA
NO
M
OR
IO ON
IM TR
SA DA APONTA SECA
RA
TO
SA
RUA
N L PI PONTA SECA UIE PONTA SECA EZEQ
AVPONTA SECA R UA
A NT
MOR
RO
PONTA SECA
A RIT
AJ
O ZE Q AE
TO
RU
EZEQ UIEL PIN
ALA
E AN OT T IAN OJ
RU
A
VA
O
PV
EVED RLY AZ
RUA MA
RE
SG
PONTA SECA PONTA SECA
RUA
FAB
IANO
PONTA SECA
CHE K AVE
OTE
ES
AM
RUA
JOA
O VA
LAD
ARE
OR
RO
DO
CRPV UZE
IRO
S GO
MES
PV
RUA TEREZINHA ARAUJO
PV PONTA SECA
AN
NH
PV
PV
I
ON
M
SI
RUA
PONTA SECA
A
RU
Escola Municipal Prof. Pedro Gômide Filho
J.K.
RUA VEREADOR EUTER PANIAGO
AR
IMO
LICIS S
LDO
PV NA AO AR
AO
RUA CAPIT
AVENIDA JUSCELIN O KUBITSCHEK
AQ RUA JO
PV
PV
PV PV
UIM FE
S
DES BR RNAN
CE O
DO
AGA
RI A RU
PV
LHO
PV
ES FI
ARD
EPVRN
IDA B
AVEN
PV
FR
O RO
PVPV
A RU
A
S FI
PV RUA ADEZILIO
LH
RN
RU
PONTA SECA PONTA SECA
JO
DO
SE
E
CA
A
LI BE TA
AL
HO
NA
SE
EU
CL
ID
ES
PV
SA
RUA JUSCEL
AN
A
PV
PV
C RA
A RU N DO
CH
S
AL AD
ITS
E RG
UB
BO
OK
IO
LIN
CE
PV
PV PV
EN
PV
IDA
HEK
AVENIDA JUSCELINO KUBITSC
PONTA SECA PONTA SECA
PV
PONTA SECA
PONTA SECA
PV
AV PONTA SECA
PA
DE PV AN OB
LE UC AN RUPONTA SECA
MA
PONTA SECA
MENDES ITO SERAFIM
HO
IN
IVA
RUA GERSON
PV
RUA EGIDIO PV SANTA
NA
PV PV
PV
PONTA SECA
TO
PV
O CALIXTO
RUA GERALD
PV
E DR
RUA
RUA GOIANIA
PA
S
IDA
IANIA
PV
EN AV
PV
RUA GERALDO CALIX
LIXTO
PONTA SECA
BAR RO
RT
PA
DE BARROS
PV
A
IAN
SIL
RA
AB
RU
PV
RU
PV PONTA SECA
PV
RUA CURVELO
PONTA SECA
RU PV
PV
PONTA SECA
PV
RUA PLANALTINA
O
INH
AD
BR
O AS
MA
INS
RT
RUA TIM LISBOA
PV
PV
NO
RU
PV
AB
DO
AL
NTINA QUINTÃO
TE
GE
RUA GO
FATIMA
QU INT INA ENT
PV
IVA PA
SA
RBO
RUI BA
INS
PV
RUPVA
PV
RT
MA
ÃO
O
DE
LD RA
PONTA SECA
VIC
PV
RUA RU
OSA
IUS
RU
PV
PON
INÍC
AV
RU
M DE
S
AE
OR
PV
AVE
NID A
I BARB
S
ON
AC
RU
PV
RU
ER EG
PONTA SECA PONTA SECA
RUA SE
E NT
IRA
DR
AVENIDA VICE
RUA TIM LISBOA
PV
ICA
EK
PONTA SECA
PONTA SECA
HECK DE OLI
INO KUBITSC
NT
HO
A ILV
A RU
S SE
US
S
PONTA SECA
BERNARDES
RUA SOFIA
RV
A NT
JO
JO
J IDA EN
RO
AR
EB
PV
LD
SA
O ISC
AV
OD
PV
GA
PONTA SECA PV
ES
A
PONTA SECA
PV
DI
ID CL
RU
C AN
TÃ
IN QU PV
VI
EU
FR
INA
RE
NT
ICE
AD AP
AV
RU
RU PV
PV
AN
A
PV
BICALHO
PV
FE
DO CA
O
RUPV APV
PV PV
GERAL
ADE NDR IM A
ADO
QU
SALG
A
TA
EI
K
FR
SANTA CLARA
PV
PONTA SECA
PV
Igreja de Fátima
PV PONTA SECA
PV
A
32
PV
PV
ES
RG
DE
JOA
PV
BO
SÉ
JO
RUA
JOAO
ÁCIO
KUBITSCHE
A
PV
PV
SANTAN
OR
AH
CLIDES
RU
JUSCELINO
RU PV
STRO
AVENIDA
PV
MAE
PV PV
A
PV
PV
RUA
PV PV
JOA
RU
SE EU RUA JO
PONTA SECA
PV
PONTA SECA PV
IA
AFF
OM
M
K
AE
CHE
VA
PONTA SECA
PV
PV
JO
SIL
BITS
PV
PONTA SECA
AO
SE
JO
B
O
FILH
AD
PV
LG
CO
NIDA
AVE
DPVES
AR ERN
SA
CIS
AN
O KU
PV
A
ID
EN AVPV
PV
PV PONTO DE DESCARGA
LH
FI
LOURD
E
ELIN
PV
DE ARPV
RN
BE
PV
E M ANDRAD PONTA SECA RUA PV JOAQUI PV
A RU
PONTO DE DESCARGA
DR
JUSC
PV
UE
MO LICISSI
PA
PONTA SECA
PV
PONTA SECA
RUA JOAQUIM ANDRADE
AO JO
CAPIT
RUA
PV
PONTA SECA
A
NIDA
PV
PV
RIQ
OR FE
RU
AVE
PV
OA
AJ
DA
ARIA
RE M
MAD
ARIA SE M
PV
LIC
PONTA SECA
RU
AR
UT RUA DO
ES
AV
TR
E
AD
DR
AN
PVUA PV R
VES S NE
O
PV
IM QU
PV PV
PV
PV
P
PV
PV
PV
RIA
MA
PV
IM ISS
FE
BIA
EU
PV
BETANIA R.
PV PV
A
PONTA SECA
D SA
ES
ZE
RU
PONTA SECA
PV
BE
GOM
UJO MARCIO ARA
PV
PV
PV PV
PV
DARES
ST
RUA VEREADOR EUTER PANIAGO
NUMERO
APIT
PV
PV
NUMERO
NA
PV
PV
NUMERO
PONTA S
VALA
RU
PV
PONTO COTADO
RUA
PV PV
TOR FE
UER
PONTA SECA
G
AC
PV
LLI BHERIN
DOU
HEQ
RUA
EC
PVPV
PV
RUAPV ANTONE
LDO
JOS
PV
JOAO
PV
PV
SCHEK
OR
A
JAN
OM
IN
HA
PONTA SECA
EAD
UV
PV
DA
RU
PV
PONTA SECA
VER
PV
RU
O
MARIA EUGENIA
P ITO FE RE AP RU
PV
RUA
G
PV
PONTA SECA
PONTA SECA
PONTA SECA
PV RO
EI
PONTA SECA
AVENIDA JUSCELINO KUBIT
PV
UER
HEQ
PVPV
RUA DOUTOR ZILMAR SARI
RU
PONTA SECA
RUA RUI BARBOSA
E
AV
PV PV
DPVO REA
EC
OS
RJ
TO
L PIN EZEQUIE
AL
PV
PV
PV
PV
PV
PV
AZ
PONTA SECA
PV
NIDA JUS CE
RUA
E
RU
OV
O
LINO KUB ITS
INT LP UIE
ITA AR NT SA RIM ON IO
AT
EL FONTEN
AP
O DOURAD
PINTO
ZEIR
O
IN
EL
AD
RU
ANCISCO
EQUIEL
OA
RUA FR
RUA EZ
CRU
PONTA SECA
RU
BENJAMIM CARDOSO
DO
E EV
A RU
PV
PV
PV
ID EN
PV
PV
S PVRUA MARLY AZEVEDO
BIA
RA
PV
EI
RUA DO UT
DO
PONTA SECA
PV
PV
OR JO SE MAY RINK
IM
PONTO COTADO
PV
PV
PV
AN
A
PV
PV
PV
DO
AB
RU
PONTA SECA
RU AJ
PV
PONTA SECA
PV
RU AF
A
JOS EM AYR INK
IR
PV
TO R
RE
RUA
O
PV
PV PONTO COTADO
DOU
PONTA SECA
AR A
M
AS
NO
AD
BI
NID
AL
AVE
DO
OS EG UIM AR AE SD ES O
UN
AG
EN
SS
OS
RU
PV
PV
PV
ES NE V NC RE DO
OS
TA
EF FF RO DO
IS CR DA
G IN ER BH IJO FE
UZ
A RU
FE LIC IO AV BR EN AN ID AS DI AN ID TA AS RIT AN A TA RIT A
EN
OM ISC NC RA AF
RU
A RIT
A
RIT TA
TA
AN
AN
AS
A
AS
ID
OS
ID
RB
EN
BA
AV
ES
O AD
OM AG RIT
RU
A
RUA DO PINTINHO
CH O ISC NC RA
TA AN
AF
RU
AS ID EN AV
O HAD
AV RIT
A RIT
TA AN
TA AN
AS
AS
ID
ID
EN
ES
EN
AV
OM
AV
TA
ITA
RI
AR
O
NT
A
NT
SA
SA
IDA
ID A
PV
AV
EN
EN
AV
PONTA SECA
RUA DO PINTINHO
RUA
A
MAC CO NCIS FRA
DAO RAN IO B SILV RUA AO AND
IO BR SILV
A
BECO
SÃ
RU
O
A
PV
ZIA
PV
PV
RU
PV
O
AN
NI
PV
A
A
O JOSE
GU AU A
PV
JO
SÉ PV
PV
SÉ
RU
JO SÃ O
AR BO S
PV
R.
PV
DA
PONTA SECA
O BE C
AG
RU
RU
AA
IRA
MID
IO
AN
ICE
UE
R
PV
SIQ
PONTA SECA
PV
AC
ADO
H PVA
DO
CH OSOPVMA PV PONTA SECA A CAPVRD
PV
PV
PV PV
PV
TO
DO
PV
PONTA SECA PONTA SECA
RN
PONTO-NOTAVEL
O
TA US RU
DA
AA
UG
PV
PV
PV
PV
TRAVESSA DO PINTINHO
RI
A
GE
NI
RA
PV
PV
PV PV
MA
PV
TRAVESSA BELA VISTA
EL
PONTA SECA
PONTA SECA PONTA SECA
A
PV
RUA AN
PONTO-NOTAVEL
AE
TE
OM
RUA DO PINTINHO
SB OM E
O
PV
PV
PV
DE
OS
PV
PV
PV
PV
RD
PV
SÃ
JOSÉ
IR UE SIQ
RUA SA
PV
ST
A
PONTA SECA
PV
ES
PV
PV
RU
PV
NPVAPV KO
CA
PV PV
A
RU AS
NA
PV PV
PV
O
BECO DA R. SÃO
NTA LU RUA SA
AN TA LU ZIA
OL A ID
AA
PV PV
SA
PV
PV
JO
SÉ
NT
PV PV PV PV PV PVPV
PONTA SECA
BRAGA
PINTINHO
AG
A
PONTA SECA
RU
ALBANO
PV
RU
RUA DO
OM ES
PV
PV
RUA CABO TOMAZ
BA RB OS A
AVENIDA SANTA R ITA
AN A
SA NT
RA
EL VI
A
RU
DA
EI
M
AL
O
TR CA S DE IV IA
PV
ID
ME
CH EQ UE R
LIV IA EN DE C ID A O AST RO LIV A IA DE LME ID CA ST A RO AL
AO
AV
RUA
AF UA D RU
UE R
EQ
CH
AV EN
DA EI M AL
AV
DO HA AC
RH UTO DO RUA
MA
I TT NE VA O IC ER ED FR R SO ES OF PR A RU
NINO NTO R D'A ADO SALV RUA AD
FU
A
RU
R UE CH EQ D
FU A RU A
ST RO
CA
IA
PV
PV
PONTA SECA
IA LI V O
PV
ST
FÁTIMA
AV E
EX AL RE IS
TA OR
EU M RO IO LV SI A RU
OS RAM ALM JOSE RUA
O HEC
PAC NIO OTO E TE JOS RUA PAC HEC O OTO NIO SE TE RUA JO
SA
RO M EU IO LV SI A RU S A RAM O
S MO RA IM AG RU
S TO N SA LV A SI A N LI SA O R A U
AV EN ID
SA ES AV TR
EIDA
D'A
A AN JO
PRAÇ
RC
Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres Figura 12 - Mapa Viçosa - MG, área de intervenção. Escala 1:5000. Colégio Equipe Elaborado pela autora. LD
A
PV
PA
RA
RUA FRANCISCO SALES
NH
PONTO-NOTAVEL
OS
SA
R BO
BA
M ES
O
G
A
R U
PV
RU
A
JO
SÉ
RU
PV
DO
S
SA
ARIA
GE
PV PVPV
OS
PONTA SECA
PV
AJ
OS
ÉD
OS
SA
NT
OS
TO S AN SS DO
RAÇAS
AM
NT
SÉ
A FI AF M AO JO A RU
DO
R
BA
SENHORA DE
NIO
PV
RUA NOSSA
HO
SE
LE
OSÉ OJ
FIA L
O
. SÃ
AR IO
SA
AR
UT
CE S
CO
GA
PONTA SECA
PV
PV
AN TO
BE
PV
OD
L BA
UA
ME
Escola Municipal Nanete
PV
LD
PV
PONTA SECA
RU
RA
UIZ
TÔ
PV
GE
AL
PONTA SECA
PV
TO
PV
EI
RU
EF
UE
TR
PV
PR
RD
RGE
A
PV
EPVS
IGU
ODR
PONTO-NOTAVEL
OR
NTIN
PV
A PE
SS AVE
ID
PV
EN
PONTA SECA
AV
HA
O
AC
EC
M
CH
AO
PA
RUA RAUL DE CAMPOS
A
A
PV
PU
PV
A
IT
PV
PV
OS
RM
CA
PV
PV
PONTO DE DESCARGA
PV
PV
RUA CABO TOMAZ
PV
PV PV
PV
RB
TR
A
PV
BEC
PV
RU
PONTO DE DESCARGA
BA
PONTA SECA
RU
SA
PV
PV
PV
PV
ES
M
ES
S
PONTA SECAPV
PV
PV
LF
PV
PV
PV
PV
PV
RU
PV
FIM
AV
PV
PV
HPV .R O
PONTA SECA
FI
TA
IB
G
PV
RA
O
EC
NA PV
RA
CH
IE
PRINCIPAL
TR
A SC
A PV
SE
AO
P.
PV
SE
PA
CH PV
PV
PV
CI
U TR LU
PV
RE
ND
A
RUA JOSÉ VALENTINO DA CRUZ PV PV
E
PV
RA
PV
PV
AN
BA
PV
PV
AD
OB
ID
PV
PV
PV
PV
PV
PV
PV
EN
PV
M
EN
PONTO-NOTAVEL
Escola Municipal Ministro Edmundo Lins
PV
D
BU
PV
PV
PV
PV
PV
PV
PV
PV
PRINCIPAL
PRINCIPAL
PV PV
PV
PV
J
PV
IDA
PV
PV PONTO DE DESCARGA
FR
IB AG
S
PV
PV
A
N
DE
PV
PV
PV PV PV
PV
M IR
A U
S
PV
PONTA SECA
SA
TR
JO
O
PV
PV
PV
ES
LU BA
AV
IB
JE
ILH
TR
AG N NE
S
PV
PV
PRINCIPAL
PV
PV
PV
HO
A
AR
AS
LF
AV
PV
PV
PV
PV
PV
IN
PV
AÇ
PV
RO
PV
PV
PV
PV
PV
U ES
PV
RT
RU PR
DE
EF
PV
PV
MA
A AM
ES EVPV
SN
DA
MID
PV
PONTA SECA
NO
RU
AB
RU RIA
AN
A U A
RU
S SU
GO
PV
H.
PV PV PV
PV
PV
PV
PONTA SECA
PV
PV
PONTA SECA
NTA SECA
RO
R T LU
IA
V
DT
P.
PV
PONTO-NOTAVEL
PV
PV
S
VE
PV
PONTA SECA
ICI
PV
PV
JO
O
M
DE
ENTE MED
PV
AR
ICE
EN
PONTA SECA
PV
PV
PV
AU
ES RAPONTA SECA
PV
IU INÍC
EL
PV
DE
IUD
A
PV
PV
VA
BA
A
RU
S
IU
ÍC
N VI
E
IB
G
SE
A
M
DR
NA
JO
PV
PV
E SD
O
TT
PONTA SECA
PV PRINCIPAL
PONTA SECA
JO
PV
PV
HL
E
LG
ID
PV
RUA PRESID PV
PV
PV
SC
DE
AV
AL
A RTU LU
O RC
O
BA
JO
PONTA SECA
A R PV MO
R
IO
IC
EN
PV
PV
PA
IB
VI
RO
PV
FE
AR
UD
PV
PV
AV
CENTRO PV
PRINCIPAL
A
PV
PR
AM
GI
PV
SANTANA
PV
PV
PV
PV
PV
AO
S PV
UB
PV PONTA SECA
PV
PV
RU
A
IU
PV
PV
RU
C NI
ED
PONTA SECA
PV
S
A RUPV
ES
L
PV
PV
RUA CESAR
PV PV
RT
AP
G NA
BO
BE
RU
PONTA SECA
O
R
V
DE
PV
PV
PV
PV
PV
PV
N CO
A
RU
PV
PV
SS
NI
CO
DI
DI
AR
PV
RU
RU
PONTA SECA
UA
PV
M
IO
PV
AL
O
ED
OS
PV
A
A RU
A
DANT
ESTU
DOS
DR
R
FR
RAM
PV
PV
AN
O TR
PA
DO
AL
SE
CLELIA BERNARDES CIOLA
O ST A HELI
A
PV
RUA PV
PV
PV
TA
AL
PV
PV
OL
CI
AN
ST
AC
PV
IE
AO
EIDA
A IV
S
PA
SO
CH
JO
É ALM
O
LIN
IO
PV
PV
PV
JOS
PV
PV
PV
TE MEDICI
A
AS
L HE
PR
PV
ES
PV
LF
AP
ES
AN
OR
RUA
RUA PRESIDEN
PONTA SECA
U
RU
S JO
PV
PV
PV
PV PONTA SECA
PV
RU
OS
NT
E
UT
OSPVPV
PV
A
PV
DR
DO
RAM
PONTA SECA
SA
PA
A
VES
IN
OF
A
RU
III
GIM
PONTA SECA
PONTA SECA
PONTA SECA
PR
RU
O
XX
STRO AL
IVEIRA
A
TA
ED
AO
RUA
PONTA SECA
A ILV
A
PV
PV
PV
RO
ES
O
RU
HIE
ES
JO
RUA CA
O
SS
PONTA SECA
O
PV
O ZC
R EB
PV
DA
L
VA
A ST
PV
PV
PV
H.
A
C AN
RR
PA
AR PV RA
FE
PONTA SECA
ID O IS
OPV
AN
FR
PA
O
A
IN
PV
P.
PV
TR AV
BR
PV
PV
PV
P
A
AL
A
TR
PONTA SECA PV
E RR
FE
TO
RU
AS
TE
TROCA DE MATERIAL
A IR
RO
RU
AO
III
EC
PV
PV
A
RU
E
O
JO
XX
UD
VE
PA PONTA SECA
PV PV
ID
RU
DR PA
NI
OR
O
DO
A
U
R TROCA DE MATERIAL
PONTA SECA
N
PV
LH
PV
TO
UT
OA
CLO
C
EN
JO SE
A RU
VA
AC
AN
DO
AJ
VIS
DAR
G
PONTA SECA
RIO PV
PV
AR
PR
A
A
AP
LO
NA
PV
PV
S
C
A
RU
RU
AP
AC
AO
RU
SIM
RU
ALA
BD JOA
PV
AV
PONTO COTADO PONTO COTADO
M
RU
III XX
AA SA
JO
IO
FI RA SE
O OA
AC
PR AO
PA
PV
XX
PONTO COTADOPONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADOPV PV PONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADO PVPV PV PONTA SECA PONTO COTADO PV
E
AJ AP AP
O LH
RU
D'A
VES
RAMOS
PV
III
PV
PONTA SECA
TRA
PV
PONTA SECA
RIO
AR
CURVA PONTO COTADO PV PV PRINCIPAL PONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADOPONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADO PONTO COTADO PV PV PONTO COTADO
PV
PV
PV
DR PA
U
DONAPONTA SINSECA HA
OS
RE R IS UA
VE RA NO
E
PV
PV
A
PA
PV
TRAVESSA
PVPV
A
P
PV
PV
RU
DO PV
RO
OR
EN
AIM UN OU TO RR RU
D
BU
O
PONTA SECA
I
SA
AD
AV
ES ST OR R AL VE DO
GN AA RU
AD
A
PONTA SECA
M
PV
PONTA SECA
PV
PV PV
PONTA SECA
RU
A OE S
TO PE RIA NO RU AF LO
AV
GO EL O
OS C
ER NA RD ES EN IDA B
ME S
HO
HA IN QU JU
RUA JU
S
PV
ID
DA
IM
EN
PV
PV
DO
F RA
O NT PI
PE
PV
AV
EN
PV
AC
O PV LO
PV
PONTA SECA
E EV
PV
PV
IA PV
PV
PONTA SECA
PV
D
PR
CA
CURVA
A
PONTA SECA PV
HA
AR
PONTO DE DESCARGA PV
AÇ
S
SE
O
PV
PV
PV
a
BA
ST
DA
PV
PONTA SECA
PV
UA
SE
PV
BR
AN
PV
A
PR
DE
BR
EC
N VE
E DR
O
PV
AT ET
AR
L
PV
PV
PV PV PV PV PONTA SECA PV
PA
EN
PR PV O F
PV
ME
PV
PONTA SECA
SA
BU
A
PV PV
PV
O AR
U
PV
PV
PV
NT
A
PV
PV
DE
PV PV
R
ID
S
PV
VA
A RU
U D'AL
PV PV
EN
PV
R
CO
AN
LO
PV
BE PVR N
PV
PV
PV
DES
UR
PV
AV
PV
PV PV
PV
TH
PV
POSTE
PV
HO
STA
AR
PV
PV
PV
RU
AO
PV
PV
RA
E ST
LO
APVD
PV
FIL
HO
RU A SIL VA DA
PONTA SECA
PV
PV
E AZ
LC
PV
O RL CA
DO PA
PV
PV
DO
Z
CA
S
A RU
QUINHA
PV
EI
Colégio Anglo de Viçosa
Colégio Ágora
PV
ARE
PV
PV
PONTA SECA
PONTA SECA
PV
NA
PV
PV
PONTA SECA
PV
PV
APV SE
A
O
PV
LAD
PV
RU
FA RI
ZEIR
O VA
ND
OS
PV
CRU
PV
IXO
DO
EDIT
AVENIDA BUENO BRANDAO PV
PV
PV
RB
RI A MA
OR
JO SE
RRO
PV
BEN
PONTA SECA
PV PV
AO
MO
M
O
RUA
PV
IT
RUA
PV
SECA PONTA SECA
EC
PV
CA P
RO
DO
PV
PV
PV PONTA SECA
Igreja Sta Rita de Cássia
BA
PONTA SECA
BA
PV
O
IR
ZE
U CR
RUPV
PV
ON
A
EL MM
S
PV
PONTA SECA RUA BENJAMIM ARAUJO
PV
PV
AUJO
IM AR PV
AM A BENJ PV
LT
RIT
KU
O GOME
MI
PV
PV
AG
TE
RIBEIR
PONTA SECA
OR
PV
TA
EN
PV
PV
A FABIO
PV
DO
UT
PV
AN
EN
ALAMED
PONTA SECAPV
AS ILV IAN O
AT
RUA ALVARO GOUVEIA
PV
PRA C
RU
Hospital São Sebastião PV
PV
OR AC
A
PONTA SECA
PV
PV
SAG RAD
EI
A
PV
SA
UV
RU
PONTA SECA PV
RU
O
PV
PV
VES
G
PONTA SECA
VAL
PV PV
TR A
PV
ILIO
PV PV PV
ID EN TE
RO
VIRG
PV
PV
RE S
VA
PV
RU AP
AL
RUA
SIL
PV PV
RA ND AO
L
A
PONTA SECA
PV
PV
RUA DO S PASS
TRA
ME
RU
PV
Colégio N. Sra do Carmo
PV
PV PV
PV
DAO
A
PV
BRA
PV
PV
VES
M
NIDA
A PV
DAO
PV
UJO
EIR
IAN OB
AL
PV
PV
CASTRO ARA
AVE
ND
ILV
IO V
O JOAO FRANCISC RUA PREFEITO
TI
BA
PR AC AS
GIL
BRA N
AN
VIAN O BR AN
NT
A SIL
SA
PONTA SECA PONTA SECA
INHA FREITAS
PV
PV
IMO NIN I
A
VIR
KUM
VI
RUA
NTE
O
ON
PV
ENE
NI
RUA MARIQU PV PV
ILT
PV
SA S
T RUA
PV
TO
PV PV
INPV E
PV
RM
PV
PV
NT
AS
PV
EL
RU
PV
AN
TO
PV
PONTA SECA
UA
OU
PV
PV
LE
ID
PV
O
EN
MM KU
PV
AD
PONTO DE DESCARGA
PV
PV
PONTA SECA
INH
PV
PV
OS ED AC RU Z
PA
PV
RU AJ
OS
PONTA SECA
PV
PV
PRA C
PV
PV
TE EN EN
PV
A
AT RU
PV
PV
PV
RAL
DA
PAR
ANH
OS
PV
33
PONTO-NOTAVEL
IDA
AVEN
1
O
LH S FI
RDE ERNA
B
2 RUA JOSE EUCLID ES SANTANA
3
8
5 11 12 13
10 7 14 15
6
730m
740m 0m 10m
9
4
50m
Figura 13 - Mapa do terreno e visadas de fotos. Fonte: Elaborado pela autora. Sem escala.
Figura 14 (1) . Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@2 0 . 7 5 7 4 9 4 2 , - 4 2 . 8 8 8 4 9 3 , 3 a, 7 5 y, 1 8 7 . 1 5 h, 9 4 . 0 8 t/data = ! 3 m 6 ! 1 e 1 ! 3 m 4 ! 1 s DaCI 4 P rfoN6aLSX-3RETVQ!2e0!7i13312!8i6656?hl=pt-BR. Acesso em: 8 Mai. 2016
Figura 15 (2) . Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@2 0 . 7 5 7 4 9 4 2 , - 4 2 . 8 8 8 4 9 3 , 3 a, 7 5 y, 1 8 7 . 1 5 h, 9 4 . 0 8 t/data = ! 3 m 6 ! 1 e 1 ! 3 m 4 ! 1 s DaCI 4 P rfoN6aLSX-3RETVQ!2e0!7i13312!8i6656?hl=pt-BR. Acesso em: 8 Mai. 2016
34
Figura 16 - (3) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 20 - (7) . Fonte : Acervo pessoal da autora.v
Figura 17 - (4) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 21 - (8) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 18 - (5) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 22 - (9) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 19 - (6) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 23 - (10) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
35
Figura 24 - (11) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 25 - (12) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 26 - (13) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
36
Figura 27 - (14) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
Figura 28 - (15) . Fonte : Acervo pessoal da autora.
37
3. Programa de Necessidades O projeto consistirá na requalificação da infraestrutura já existente no local e implantação de um projeto de uma praça/ espaço público, seguindo as diretrizes do Gender Planning, com espaços destinados a práticas esportivas, praticadas igualmente por homens e mulheres como: quadra de vôlei, peteca e tênis. Pista de corrida e caminhada, espaços para prática de yoga e alongamento, entre outros. Espaços destinados a crianças e adolescentes, como playgrounds, paredes de escalada, pista de skate, pista de patinação. Implantação de academias ao ar livre, com equipamentos voltados a pessoas idosas. Espaços para serviços, como administração, vestiários, banheiros acessíveis, fraldário. Além disso, pensou-se na instauração de um local para abrigar a Associação de Mulheres do Bairro, visando a ocorrência de oficinas e palestras, como oficinas de cuidados para bebês, oficinas de costura, marcenaria, palestras de educação sexual, política e direitos da mulher, entre outros, de forma a empoderar as mulheres do bairro. As diretrizes do Urban Development Vienna (2013) e BMVBS/BBR (2006) apud HARTH (s.d) para um design gender sensitive de parques públicos a ser seguidas são:
38
Acesso proposto 1
Acesso proposto 2
Acesso proposto 3 LEGENDA: ÁREAS MENORES, MAIS ADENSADAS E COM FUNÇÕES DEFINIDAS ÁREAS MAIORES, MULTIFUNCIONAIS
FLEXÍVEIS
E
DIAGONAL DO MAIOR FLUXO PONTO FOCAL DOS EIXOS VISUAIS E DE CAMINHOS
0m 10m
50m
ACESSOS DE PEDESTRES
Figura 29 - Mapa de acessos e setorização propostos. Fonte: Elaborado pela autora. Sem escala.
A. •
Estrutura Espacial:
A rede espacial e funcional dos espaços abertos
deve permitir o encontro de crianças e jovens por meio do desenho urbano; •
Espaços
abertos
suficientes,
passíveis
de
apropriação, devem estar disponíveis em uma distância
acessível para minimizar os deslocamentos e competição de utilização; •
Estruturas de pequena escala são necessárias, uma
•
A rede de caminhos do parque deve permitir aos
•
Combinar espaços de pequena e grande escalas em
vez que, uma área ampla do tipo arena favorece formas dominantes de apropriação específicas de gênero;
visitantes caminhar (via circular) e integrar às suas viagens diárias e passeios (opções de travessia); subzonas; •
Combinar zonas funcionais com subzonas flexíveis
para usos múltiplos; •
Especialmente em casos de muita utilização,
recomenda-se estruturar as zonas maiores do parque 39
(por exemplo, áreas para jogos de bola) em subzonas para garantir a utilização simultânea de vários grupos; • Em áreas que não possuem funcionalidades, pontos focais como bancos são importantes porque ajudam grupos menos confiantes a demarcarem uma posição e a se apropriar das áreas circundantes; • Projetar limites espaciais que também sejam multifuncionais, e sejam adequados para jogos; • As instalações devem oferecer flexibilidade e liberdade para mudanças (tendências em atividades de lazer, espaço para atividades temporárias); • As áreas periféricas ou de transição entre as subzonas devem ser utilizáveis para jogos, tranquilidade, relaxamento e/ou como comunicação. • Áreas expostas e centrais para servirem de ponto de encontro.
B. Segurança: • Certas zonas ou períodos do dia protegidos são necessários para que as meninas, especialmente na puberdade precoce, possam realizar suas atividades sem serem perturbadas, por exemplo, praticar esportes sem serem expostas à os olhos masculinos; • Boa visibilidade e contorno nítido dos caminhos; • Promover uma boa frequência de uso de forma a avivar a utilização dos principais caminhos; • Promover a criação de eixos visuais ligando a áreas mais frequentadas (como ruas adjacentes); • Entradas para o parque que sejam claras e atrativas; • Locais para sentar e descanso para adultos (por ex: próximo aos playgrounds); • Iluminação eficiente nos caminhos principais, rotas de fácil acesso e subzonas com uso intensivo; • Áreas protegidas e sombreadas para pessoas idosas. C. Mobiliário: • Mobiliários com elementos em diversas peças, que sejam atrativos para diferentes grupos de usuários, com possibilidade de locomoção e rearranjo; • Áreas cobertas para uso em caso de mau-tempo. 40
Diretrizes Institucionais: • Readequação do PNPM, com inclusão de diretrizes que tratem do planejamento urbano com perspectiva de gênero; • Desenvolvimento de pesquisas sobre espaço urbano e gênero no NIEG; • Readequação das pesquisas da ONG Census, com maior foco em diferença de gênero; • Instituição de políticas públicas na cidade de Viçosa voltadas para o planejamento urbano;
Diretrizes Complementares: • Conexão da área com as ruas adjacentes e melhoria da infraestrutura viária para facilitar o acesso; • Desenvolvimento de ações sociais para incentivar utilização do espaço; • Desenvolvimento de ações sociais para empoderamento das mulheres; • Criação de uma Associação de Mulheres do Bairro; • Incorporar a participação pública no projeto, de forma a atender efetivamente as necessidades da população e criação de um senso de identidade; 41
Figura 30- Proposta para o playground, localizado próximo ao acesso de pedestres pela Avenida Bernardes Filho - Técnica: Colagem. Fonte: Elaborado pela autora.
Figura 31- Proposta para a área voltada para adolescentes e jovens, localizada próximo a pista de skate existente - Técnica: Colagem. Fonte: Elaborado pela autora.
Figura 32- Proposta para a área voltada para jovens e idosos, localizada próximo ao acesso proposto 1 - Técnica: Colagem. Fonte: Elaborado pela autora.
42
CRO NOGRA MA
Atividades a serem realizadas, setorizadas por semanas, a partir da primeira semana de agosto atĂŠ a data da entrega dos trabalhos finais. (Anexo 1)
43
ÁUSTRIA. URBAN DEVELOPMENT VIENNA. Gender Mainstreaming in Urban Planning and Urban Development. Vienna: Hozhausen Druck Gmbh, 2013. 104 p
BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2013. P.114.
REFE RÊNCIAS BIBLIO GRÁFICAS
CALIÓ, Sonia A. Incorporando a questão de gênero nos estudos e no planejamento urbano. Disponível em: <http:// observatoriogeograficoamericalatina. org.mx/egal6/Geografiasocioeconomica/ Geografiacultural/737.pdf> Acesso em: 6 Abr. 2016.
CENSUS (Minas Gerais). Boletim Estatístico de Viçosa. 2015. Disponível em: <http:// w w w. c e n s u s v i c o s a . c o m . b r / i m a g e s / publicacoes/492/boletim-estatistico-2015maropdf.pdf>. Acesso em: 15 Abr. 2016
COLOMBAROLI, Ana Carolina de M; BARBOSA, Agnaldo de S. Secretaria de Políticas para as Mulheres: perspectiva de gênero nas políticas públicas. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO SOCIAL, I, 2014, Franca. 12p. CORTÉS, José Miguel G. Políticas do espaço. Arquitetura, gênero e controle social. São Paulo, Senac São Paulo, 2008.
DIAS, Adelaide L. de N, et al. Análise Comparativa Dos Processos De Produção Da Irregularidade Urbana Nas Áreas Centrais E Periféricas: O Caso De Viçosa, Mg. Oikos: Revista Brasileira de Economia Doméstica, Viçosa, v. 25, n.1, p. 114-136, 2014. EZQUIAGA, José Maria. Cambio de estilo o cambio de paradigma? Reflexiones sobre la crisis del planeamento urbano. In: Urban, 1997, p. 1-33.
FREITAS, Carolina. Substantivos femininos: mulher e cidade. 2013 Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/ Cidades/Substantivos-femininos-mulher-ecidade/38/29377 . Acesso em: 21 Mai. 2016
44
FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO. Mulheres
brasileiras e gênero nos espaços público e privado. São Paulo: SESC, 2010. Disponível em: http://novo.fpabramo.org.br/ sites/default/files/pesquisaintegra.pdf . Acesso em: 25 Mai. 2016
GOUVEIA, Taciana. Mulheres: Sujeitos ocultos na cidade. Disponível em: http://www.forumreformaurbana. org.br/biblioteca/artigos-de-interesse/51-genero-efeminismo/128-mulheres-sujeitos-ocultos-das-nas-cidades. Acesso em: 7 Abr. 2016.
KOSELICKA. St. Johann Park. Disponível em: <http://www. koselicka.at/johanna.html> Acesso em: 20 Mai. 2016 MACHADO, Leda Maria Vieira. Deve gênero ser incluído nas políticas públicas para as áreas urbanas. São Paulo: Eaesp/fgv, 1996. 32 p
LEFEBVRE, Henri. A produção do espaço. Trad. Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins (do original: La production de l’espace. 4e éd. Paris: Éditions Anthropos, 2000). 2006
MARIA, Ana Cristina de S.; FARIA, Teresa C. de A. Um retrato da evolução urbana de Viçosa-MG: Impactos da federalização da UFV sobre a cidade (1969-2014). In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, II, 2014, Florianópolis. 16p. MARTINEZ, Zaida Muxi et al. Recomanacions per a la implantació de la perspectiva de gènere al projecte urbà. Gava: Collectiu.6, 2010. 81 p. Disponível em: <http:// www.gavaciutat.cat/documents/1694232/1699661/ Manual+d’Urbanisme+setembre+2010.pdf/1e94a3c1-144c48ba-9a53-8c4051006bd5>. Acesso em: 14 Abr. 2016.
MARTÍNEZ, Zaida Muxí; CIOCOLETTO, Adriana. La Ley De Barrios En Cataluña: La Perspectiva De Género Como Herramienta De Planificación. Feminismo/s, Alicante, v. 17, p.131-153, jun. 2011. Bianual.
MENDES, Luís Felipe. Resenha: Políticas do Espaço: Arquitetura, Gênero e Controle Social. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 2, n. 1, p.153-157, 2011. Semestral. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/ rlagg/article/view/1934>. Acesso em: 10 abr. 2016.
MIRANDA, Joana. Numa Urbe Genderizada: vivência dos espaços. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 5, n. 2, p.163-174, 2014. Semestral. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/ view/1934>. Acesso em: 10 abr. 2016. MONTANER, Josep Maria; MARTINEZ, Zaida Muxí. A cidade próxima: o urbanismo sem gênero. In: Arquitetura e Política: Ensaios para mundos alternativos. São Paulo: Editora Gustavo
45
Gili, 2011, p. 197-210.
MOTTA, Ana Gabriela. Criação da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres. 2015. Disponível em: http://www. vicosa.mg.leg.br/institucional/noticias/2015/12-2015/ camara-aprova-criacao-da-coordenadoria-de-politicaspublicas-para-as-mulheres Acesso em: 20 Mai. 2016 NIEG. Apresentação. Disponível em: <http://www.nieg.ufv. br/?page_id=9> . Acesso em: 20 Mai. 2016
PROJETO CASA DAS MULHERES. O Projeto. Disponível em: <http://projetocasadasmulheres.blogspot.com.br/p/oprojeto.html> Acesso em: 20 Mai. 2016
RENDELL, Jane et al. Gender, Space, Architecture.: An interdisciplinary introduction. London: Routledge, 2003. 449 p.
SILVA, Joseli M. Gênero e sexualidade na análise do espaço urbano. Geosul, Florianópolis, v. 22, n.44, p.117-134, 2007. Semestral.
TAVARES, Rossana B. Uma análise das desigualdades de gênero em favelas do Rio de Janeiro: Perspectiva do reconhecimento para o urbanismo: Caderno de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, v. 12, n. 2, p.48-67. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/ article/view/6091/4401 . Semestral. Acesso em: 23 Abr. 2016
VIEIRA, Claudia A.; COSTA, Ana Alice A. Fronteiras de gênero no urbanismo moderno. Revista Feminismos, Salvador, v. 2, n.1, p.7-17, 2014. Trimestral. Disponível em: http:// www.feminismos.neim.ufba.br/index.php/revista/article/ viewFile/104/89 . Acesso em: 24 Abr. 2016
WEISMAN, Leslie Kane. ‘Women’s Environmental Rights: A Manifesto’ from Heresies: A Feminist Publication on Art and Politics. In: RENDELL, Jane et al. Gender, Space and Architecture: an interdisciplinary introduction. London: Routledge, 2003. p. 1-5.
WIEN GV. Rodolf-Bednar-Park. Disponível em: <https://www. wien.gv.at/english/environment/parks/bednar.html> Acesso em: 20 Mai. 2016
WILSON, Elizabeth. Sexuality and Space: Edited by Beatriz Colomina. Harvard Design Magazine, Cambridge, n.1, 1997. Semestral. Disponível em: <http://www. harvarddesignmagazine.org/issues/1/sexuality-and-spaceedited-by-beatriz-colomina>. Acesso em: 2 abr. 2016.
46
Anexo - 1 Tabela 5 - Cronograma de atividades. Fonte: Elaborado pela autora. Planilha1
Agosto Setembro Outubro Novembro ATIVIDADES 01/ago 08/ago 15/ago 22/ago 29/ago 05/set 12/set 19/set 26/set 03/out 10/out 17/out 24/out 31/out 07/nov 14/nov 21/nov 28/nov Revisão do programa Partido Estudo Preliminar Pré-banca Revisões e Correções Anteprojeto Detalhamento Memorial Descritivo Diagramação das pranchas Entrega e Aresentação
Página 1
47