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ANA DUMAS: LIVRE PARA PENSAR Tweetar
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Produtora multimídia cultua a liberdade, mixa conceitos e difunde ideias Texto: Marcos William Fotos: Divulgação Todos a conhecem como produtora multimídia, mas Ana Dumas se define como uma Idea Jockey. Para ela, se o VJ (vídeo jockey) edita e seleciona imagens e o DJ (disc jockey) mixa músicas, o IJ faz além disso, porque seleciona vídeos e áudios, com o objetivo de mixar e disseminar conceitos. E Ana faz exatamente isso, durante suas performances com o carrinho multimídia, seu instrumento de trabalho, companheiro de jornadas e difusor de ideias. O carrinho multimídia é bem parecido com os conhecidos carrinhos de café, mas abriga em si ipads, câmeras, microfone, caixas de som, possibilita a colagem de ímãs, tudo para promover interação com o público. Com ele, Ana participa de movimentos políticos e festas populares. Sempre lugares com grande fluxo de pessoas, porque a proposta é mixar áudios e vídeos para compartilhar com a população algumas reflexões políticas, noções de cidadania, arte, cultura e, principalmente, filosofia. Mas não a filosofia dos livros, e sim, a da vida. Embora seja soteropolitana, prefere dizer que nasceu em Prado, uma aldeia de pescadores no extremo sul da Bahia, onde cresceu morando
com o seu pai, promotor público, e sua mãe, uma cabocla de Alcobaça, cidade vizinha àquela comunidade remanescente de índios aymorés. Ana Dumas se considera pradense, porque foi lá que ela cresceu, em meio às histórias dos pescadores, lendas locais, e muita imaginação produzida pelos moradores do lugar. Para ela, sem essa simplicidade, não seria quem é hoje. E lá em Prado, comenta Ana, “sempre tinha aquela brincadeira de criança, de perguntar o que a gente queria ser quando crescesse. E dava de tudo: pescador, secretária, advogado, pedreiro… mas eu dizia que queria ser vagabunda (sorri). No meu pequeno repertório de criança, a palavra ‘vagabundo’ era a mais próxima da expressão ‘ser livre’”. SÓCRATES EXPLICA A liberdade sempre foi um desejo latente na vida de Ana Dumas, mas só percebeu quando começou a estudar Filosofia na Universidade Federal da Bahia. Ana tinha dificuldade com o enquadramento da Instituição e achava que a Universidade priorizava o estudo da Filosofia, não o ato de “filosofar”. “Lá os professores me diziam o seguinte: Não, aqui você tem uma tradição de duzentos anos. Dê conta da história”, relembra. Em 2002, acontece um fato marcante em sua vida. Naquele ano, Ana Dumas conhece um blog chamado “Adeus século XX” (http://www.adeusxx.blogger.com.br), no qual um professor de filosofia, Ronaldo Bispo, fala da condição do Idea Jockey. “Fiquei seguindo o cara e descobrindo o que era ser um IJ, e era experimentar diferentes formatos, com compromisso, mas também com liberdade de opinião”, comenta. A sua busca não foi fácil, porque Ana Dumas já trabalhou com TV, design, vídeos educativos, publicações impressas e “outros bicos”, como costuma dizer, mas nada disso foi suficiente para se enxergar como profissional livre. O carrinho multimídia foi a maneira ideal para resolver esse dilema, embora acredite que a ideia seja apenas uma inovação. “Sócrates fazia isso, ele só não tinha o carrinho, porque a tecnologia de ponta da época era a oralidade. Não tem novidade. E eu não queria estudar pra ter um monte de conhecimento na minha prateleira pessoal, eu queria colocar tudo em prática, e o carrinho me ajudou nisso”, pondera. Para Nadja Vladi, jornalista e amiga de Ana, “o carrinho foi a maneira que Ana encontrou para pôr em prática a sua inteligência criativa. Uma inteligência que está fora dos padrões e que se expressa muito bem nos campos da política, da arte e da filosofia”, comenta.
Ana Dumas participa com seu carrinho do Movimento Desocupa, em 2012 / Foto: Luís Eduardo Catenacci
PERFORMANCE AMBULANTE Ana Dumas pretende disseminar ideias porque acredita ter uma maneira diferente de encarar a vida, e a sua militância política é reflexo disso. Já participou de vários movimentos políticos, como o Desocupa, que se opunha à especulação imobiliária na orla de Salvador. Seu carrinho não só a ajuda na propagação de ideias, como também é um objeto artístico ambulante. Ou seja: não é só o discurso; o caráter lúdico do carrinho também atrai as pessoas. As performances são pouco planejadas. Ana apenas seleciona um repertório de imagens e sons, como auxílio para dizer o que pensa, isso porque a participação das outras pessoas também é muito importante, e influencia completamente o trabalho. “Ele [o carrinho] só funciona se chamar pessoas e se elas quiserem interagir, quiserem falar no microfone e etc. E isso exige uma presença de espírito muito grande, porque você lida com a situação em tempo real, e tem que disparar os conteúdos no momento certo”, explica. Por isso, quando participou da II Trienal de Luanda e da 16ª Bienal de Artes de Cerveira, sentiu que os angolanos reagiram de uma forma e os portugueses de outra. IDEIAS NO HD Em parceria com Martin Douglas Fox, um amigo cineasta, Ana Dumas se prepara para rodar o documentário “Brau – Brasileiro Universal”. O filme traz um pouco da sua trajetória, mas também pretende ressignificar o termo “Brau” – gíria utilizada nos anos 70 como sinônimo de “pessoa legal”, mas considerada pejorativa e usada, nos anos 80, para designar pessoas extravagantes ou bregas. Esse trabalho é relacionado a outra idéia de Ana, porque a primeira exibição do vídeo seria no que ela pensa em chamar de “mochila das ideias”. A princípio, uma bolsa ligada a uma tela. Assim, as pessoas podem depositar seus vídeos e compartilhar suas respectivas ideologias, porque, para Ana, o que vale mesmo é ser livre para pensar. Tweetar
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