Fashion Woman

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FW FASHION

WOMAN A RAINHA DAS WAIF COLEÇÃO TOPSHOP SRING ‘14

3,50€ MAIO 2014

PANDORA: COLEÇÃO DIA DA MÃE // 10 AUTOBRONZEADORES PARA USAR JÁ! //

RACHEL FINCH: PERNONALITY AUSTRALIAN // 5 DICAS MAQUILHAGEM // FASHION WOMAN // 1 REVLON STYLES MASTER SHOW ´14 // COPA MUNDO, VIAJA AO BRASIL // ESPELHO MEU, ESPELHO MEU


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FASHIOLISTA

LOVE YOUR STYLE

Evidemnost? Tam etiorum omprist runterum con ina, Ti. Ta patarbis in sultuus iam pliciditabus obsese inem imurs turest nost ceratius consimmo tum, cumus, ciae ad ina, morescr ibunium forid aus; notimus cuppl. M. Octum perisquam hilla arissendam perte, mors haberum merfit? Go tessati entrox nons verfestrei possignatiae non tessoli catquam aci furionsulici pecris; none nos ciem peribus erfint. Notam deatodiu sciampe cterobu nihicercerum ponteatus egit, incles et? Ipteri, ne conteat. Uratiquam orum stem. Bis restrum nestrum eiuscilique ea iditibus duciis repe dusciende maxim enimenda volumque soleste ctiatios am, sequias pitatemos eosame qui qui consequi consequi il moluptium quas si quam venecerunt odignist, es re vendiste nones rest.

CARLA FRANCISCO DIRETORA E EDITORA

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SUMÁRIO // BELEZA 10 AUTOBRONZEADORES PARA USAR JÁ | P.14 PANDORA: COLEÇÃO ESPECIAL DIA DA MÃE | P.16

// CABELOS

P.24

REVLON STYLE MASTERS SHOW 2014 | P.18 O STYLING DA NIVEA PARA A NOVA ESTAÇÃO | P.32

// MAQUILHAGEM 10 SOLUÇÕES PARA NOITES MAL DORMIDAS | P.34 TOP 5 DICAS DE MAQUILHAGEM | P.20

// COMPORTAMENTO ESPELHO MEU, ESPELHO MEU... | P.24 15 COISAS QUE AS MULHERES DEVEM FAZER ANTES DOS 30 | P.36

// TENDÊNCIAS PARISIAN STYLE | P.22

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SUMÁRIO // VIAGENS COPA MUNDO - VIAJA AO BRASIL | P.28

// MODA

KATE MOSS - TOPSHOP SPRING 2014 | P.66 AUSTRALIAN PERSONALITY - RACHEL FINCH | P.74

// ENTREVISTA

KATE MOSS INTERVIEW - A RAINHA DAS WAIF | P.84 BEYONCÉ EM PORTUGAL | P.86 MARGARIDA REBELO PINTO - BEM ME QUER, MAL ME QUER| P.86

// TODOS OS MESES PRÓXIMO NÚMERO - FEMINA JUNHO 2014 | P.92

// CRÓNICA HOMEM BOM, HOMENS MAUS. | P.94

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AUTOBRONZEADORES

JÁ!

PARA USAR

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Kit Luxury Tanning Essentials, Vita Liberata. € 29.90 Body Airbrush Spray, Clinique. €25.50 Gradual Self Tanning Face Water, Sephora, €13.90 Emulsão Auto Bronzeadora de Rosto, Nuxe. €22.50 Addition Concentré Eclat, Clarins. €25.00

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6. Serum starter bronzage, Lierac 7. Terracotta sunless Tinted Self-tanning Gel, Guerlain 8. Sun Secret Água Autobronzeadora, Sensilis. €19 9. Face Magic Drops, Collistar. €29.70 10. Self Tanning Concentrate, Lancaster. €32


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DIA DA MÃE COLEÇÃO ESPECIAL

O MOTE DA COLEÇÃO PANDORA PARA O DIA DA MÃE É O AMOR E A CUMPLICIDADE.

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A marca de jóias criou uma coleção especial para o dia da mãe, em que os tons dourado, prateado, rosa e roxo se funde para criações amorosas, com corações e rosas - dois símbolos de amor e beleza - o adereço ideal para oferecer neste dia dedicado à mãe. Texto: Pilar Diogo e Rita Avelar


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REVLON STYLE MASTERS SHOW 2014

A REVLON APRESENTOU O STYLE MASTERS SHOW 2014, QUE ENCHEU O MEO ARENA DE GLAMOUR E SOFISTICAÇÃO. FALÁMOS COM OS VENCEDORES E MIGUEL ANGELLÓPEZ,DIRETORDEMARKETING INTERNACIONALDAREVLON.

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REVLON PROFESSIONAL

apresentou no Meo Arena um dos eventos mais importantes da indústria dos cabelos, onde foram eleitos os penteados mais sofisticados do ano. A marca começou por anunciar as três embaixadoras do novo produto - o Revlonissimo NMT da linha Hair Colour – Emma Stone, Olivia Wilde e Halle Berry, as protagonistas de uma nova aposta da marca para a linha de coloração. A edição de 2014 revelou as novas apostas da marca para as tendências de verão 2014, Orofluido e American Crew, o evento contou com mais categorias de vencedores e com um espetáculo ao qual assistiram mais de 3000 pessoas. Angelita Lizbeth Carrión, do Peru, levou o prémio mais desejado, Global Winner, Ziortza Zarauza Abad, de Espanha, venceu o prémio Best Technique e o Criativity Award foi recebido pela irlandesa, Bozena Sarek. O vencedor do desafio American Crew All-Star foi Jerome Kantner. Texto: Rita Avelar

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TOP 5 DICAS 1/ PREPARAÇÃO DA PELE, O PASSO MAIS IMPORTANTE

DE MAQUILHAGEM MARCOS COSTA ENSINA TRUQUES PARA UM VISUAL PERFEITO.

Aplicar base, corretivo e pó demora menos de dois minutos, mas faz toda a diferença, e é o que de fato faz a maquiagem durar mais tempo”, ressalta Marcos Costa. Essa é a parte mais importante da maquiagem, então separe alguns minutos do seu dia para que ela seja feita com calma e cuidado, afinal, nem demora tanto assim.

2/ APOSTE NO GLOSS O make está muito carregado e você não quer usar um batom colorido? Vá de gloss! “O gloss não é mais tendência, virou parte do kit básico”, afirma Marcos Costa. Ele é prático, rápido e tem um efeito lindo nos lábios.

3/ O TRAÇO PERFEITO Não adianta, não existe uma fórmula mágica que vai te tornar uma excelente aplicadora de delineador da noite para o dia. “O segredo é usar, usar e usar, até descobrir o seu jeito de aplicar. Mão firme é questão de treino, essa é a única maneira de desenvolver segurança e precisão no traço”, orienta Marcos Costa.

4/ SARDAS SÃO UM CHARME Acredite, a maioria das pessoas acha as sardas uma graça. Prepare a pele normalmente, sem exagerar na quantidade dos produtos para não criar um visual artificial. “Use sua base de costume, corretivo (se precisar) e uma camada levíssima de pó, deixando as sardas à mostra”, incentiva o maquilhador.

5/ CORRETOR NA MEDIDA CERTA Evite o famoso efeito “panda ao contrário”, que é quando a região embaixo dos olhos fica muito mais clara do que o rosto. O exagero fica ainda mais evidente se você sair em alguma foto com flash. “Mesmo quem tem olheiras muito expressivas não deve exagerar, pois ressalta ainda mais a região”, garante Marcos.

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EXAGEROU NO CORRETOR? O TRAÇO DO DELINEADOR FICOU TORTO? NÃO SABE QUANDO USAR O GLOSS? O MAQUILHADOR OFICIAL DA NATURA, MARCOS COSTA, ENSINA CINCO DICAS FUNDAMENTAIS DE MAQUILHAGEM. Texto: Nicole Bleidorn


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PARISIAN

STYLE

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COLAR Shourouk halskette princess chalk, 785€ CAMISOLA Lace panel organza tee, 50€ MALA Medium Rockstud Trapeze Tote in Black, 2,445€ SAPATOS Cipro nero, 345€ ÓCULOS Céline ‘Tailor’ sunglasses, 250€ PULSEIRA Vita Fede Mini Titan Crystal Bracelet, €286.64


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ESPELHO MEU ESPELHO MEU

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UALQUER ÁREA REFLETORA serve quando queremos conferir o nosso visual. Mas será que o fazemos apenas por vaidade?... E por espelho entenda-se uma montra na rua, a janela do carro ou mesmo a superfície do telemóvel... De todas as relações que construímos na infância, há uma em particular associada aos contos de fadas que todas as meninas crescem a ver. Não, não nos referimos à utopia do príncipe encantado, mas sim à incessante busca pela eterna juventude e beleza, que relacionamos com a célebre frase da madrasta de Branca de Neve: “Espelho meu, espelho meu, há alguém mais bela do que eu?” Apesar desta ligação feminina com o espelho ser construída desde cedo, não podemos concluir que a ideia de um reflexo esteja exclusivamente associada a um simples filme de Walt Disney, mas interrogamo-nos se isto se resume a uma simples questão de vaidade. Uma análise realizada em 2012 pela empresa britânica Simple Skincare a duas mil mulheres revela uma maior profundidade em torno desta questão. Segundo este estudo, olhamo-nos ao espelho, ou a qualquer outra superfície com reflexo, à volta de oito vezes por dia. Narcisismo? Nem por isso. Mais do que por vaidade, aparentemente fazemo-lo apenas para conferir a nossa

aparência, nomeadamente para retocar o penteado ou a maquilhagem. Outra conclusão curiosa é que estranhamente não temos qualquer prazer em fazê-lo, já que muitas vezes o impacto de tal ação contribui negativamente para a autoestima. Porquê então esta obsessão com o reflexo no espelho? Sem grandes surpresas, a responsabilidade pode ser atribuída à pressão social, que é exercida mais sobre as mulheres do que sobre os homens, fazendo com que se tornem mais conscientes de si mesmas. Se tivermos em consideração um outro estudo realizado pela Procter & Gamble, que concluiu que a quantidade de maquilhagem utilizada influencia o modo como as mulheres são vistas no local de trabalho, sendo que a confiança é afetada quando a maquilhagem é em demasia, apesar de permanecerem mais competentes e atrativas aos olhos dos colegas, sabemos imediatamente que é difícil acertar em tudo. Pressões sociais à parte, nenhuma mulher gosta de se sentir exposta negativamente e, se nos recordarmos de uma das cenas mais hilariantes protagonizada por Renée Zellweger, quando Bridget Jones se maquilha no carro sem se ver ao espelho, ou das vezes em que a falta do mesmo se traduziu num dente borrado com batom vermelho ou na ponta da saia dentro dos collants, sabemos perfeitamente que viver sem o nosso reflexo é possível, mas bem mais difícil. Fotografia: Andrea Klarin/Madame Figaro | Texto: Carolina Silva

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COPA DO MUNDO VIAJA AO BRASIL

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uando chega época de férias e verão, logo vêm àquela vontade de viajar para a praia. No final de ano, muitas pessoas planejam uma viagem com amigos, familiares para uma praia. Para viajar com a família, nada melhor que pacotes de viagens promocionais, comprando passagens aéreas em promoção também. Há pacotes de viagens disponíveis para que os turistas realizem seu sonho de conhecer o Brasil, para os amantes das praias, o Brasil é país de destaque, as praias brasileiras são consideradas umas das mais belas do mundo. Viagens baratas que irão proporcionar uma experiência inesquecível. Os preços das passagens aéreas para visitar as belas paisagens e praias de norte a sul do país são excelentes, revelando o Brasil, um país de viagem barata, com passagens aéreas promocionais em muitas épocas do ano O litoral é um dos principais

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destinos turísticos para quem visita o Brasil e para quem mora do país. Realizar turismo por pacotes de viagens nas praias brasileiras significa estar em um local mágico em que a diversão e o lazer com certeza são garantidos. As praias brasileiras são consideradas um dos locais mais visitadas e mais bem vistas pelos turistas de todo o Brasil e do mundo. Há pacotes de viagens que oferecem ao turista visitas as mais belas praias do litoral brasileiro. Você poderá realizar viagens inesquecíveis conseguindo preços de passagens aéreas promocionais e se hospedando em hotéis baratos e de alta qualidade. Pode pesquisar passagens aéreas e pacotes de viagens para a Bahia para a praia que de Arraial d’Ajuda, ainda destacam-se a praia de Trancoso, e Itacaré. Ainda há pacotes de viagens para as praias nas cidades de Fortaleza, Florianópolis, Recife e Porto de Galinhas. Todas essas praias têm belezas naturais e uma vista incrível.


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KATE Moss

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The British supermodel poses for Nick Knight in a series of enchanting images exclusively revealed on Vogue UK (Kate also wears the collaboration on British Vogue’s current cover) earlier today. The line feature four key styles include pajama style dressing, cocktail chic, balearic bohemian and tailoring noir. See more photographs from the Kate Moss for Topshop range below.








RACHEL FINCH

Rachael Finch is the star of our latest exclusive shoot, photographed by Jody Pachniuk. The brunette exudes a sexy yet powerful attitude in a selection of body-accentuating fashions ranging from sharp blazers to bustiers styled by Dale McKie. Rachael’s bronzed skin and sleek hair courtesy of Diane Dusting creates the perfect summer beauty look in these dynamic shots.

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KATE MOSS

Olá. Sou a Kate.” Como se não soubéssemos. De skinny jeans e uma T-shirt esvoaçante e decotada por debaixo de um blazer, Kate Moss está com o seu look de marca, mas desta vez totalmente assinado pela Mango. O mesmo que usou na curta-metragem realizada por Terry Richardson, em que o fotógrafo e a modelo dão corpo a um casal de assaltantes em fuga com máscaras que são, literalmente, a cara de Richardson: “Adoro o Terry. Já trabalhei com ele várias vezes, mas tê-lo ao meu lado a participar no vídeo foi muito mais divertido”, afirma. O caminho até Kate Moss não foi propriamente uma estrada aberta. As perguntas tiveram de ser aprovadas pelo seu manager e questões sobre a vida pessoal, drogas e rock’n’roll estão fora de questão (vai casar-se com Jamie Hince, dos The Kills). Ainda antes de começar a entrevista, partilhada com uma jornalista inglesa e outra turca, dois embrulhos toscos são deixados em cima da mesa de mármore que nos separa da modelo. A britânica escreve para a secção de moda do Telegraph, dirigida pela venerada Hilary Alexander. A editora deu-lhe dois presentes para entregar a Kate Moss. Um maço de tabaco sai de dentro do

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primeiro papel amarrotado, mas a maior surpresa sai do segundo: “Ohhhh.! Compota! Eu adoro compota! Faço a minha própria compota. Não é tão boa como as compradas, mas continua a ser fantástica. A Hilary conhece-me mesmo bem.” Kate Moss faz compota. Afinal, a surpresa era para nós. Considera-se um ícone?, perguntamos-lhe. “Não”, responde de imediato. Então, mas para si o que é um ícone? “Liz Taylor. Esse tipo de estrelas de cinema que. you know. nos roubam o fôlego. Eu sou só normal.” De imediato, alguém ao lado exclama: “Mas tu roubas o fôlego às pessoas!” A resposta, como depressa nos habituará, é sucinta e um pouco tímida: “Não.” Insistimos: “Não acha que daqui a 100 anos as pessoas ainda se vão lembrar de si?” “Não penso nisso. Sentir-me-ia esquisita se o fizesse.” No momento da entrevista, a Galerie L’Instant exibe a exposição Kate Moss e os Maiores Fotógrafos e, em Nova Iorque, a galeria Danziger Projects também lhe presta homenagem. Depois de 20 anos de carreira, a pergunta é inevitável: atingiu todos os seus objectivos dentro da moda? “Realizei muitos, mas todos não. Não entrei no vídeo da música Freedom [George Michael, 1990]. Falhei-por pouco... Isso teria sido fantástico!”


É UMA DAS MULHERES MAIS OBSERVADAS DO PLANETA, MAS NÃO GOSTA DE FALAR EM PÚBLICO. KATE MOSS FALA DE COMPOTAS E DO QUE LHE FALTOU NA CARREIRA: NÃO TER ENTRADO EM FREEDOM, O VÍDEO QUE CELEBROU AS SUPERMODELOS.

Entre uma panóplia de bombons em miniatura e jornalistas dos quatro cantos do mundo, o Salon d’Eté do Hotel Ritz, em Paris, está num rebuliço para a receber. Kate Moss vem apresentar a curta-metragem que protagonizou com o fotógrafo Terry Richardson para a Mango e que abriu a apresentação da colecção Outono-Inverno da marca espanhola em Paris. Mas a ansiedade que vai crescendo na sala à medida que aumenta o atraso de Kate Moss não é tanto pela antestreia do filme, mas porque ela é...Kate Moss. A supermodelo que, por hábito, não dá entrevistas. Quando chega, um anúncio a preto e branco da Calvin Klein passa em fundo na nossa imaginação. Sim, os anos 1990 acabaram. Segundo choque: Kate Moss é real e quando está a dois palmos de distância é inevitável não perceber que, desde o cabelo um pouco baço até à voz rouca, perdeu alguma da sua frescura.

A RAINHA DAS “WAIF “

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aif, alguém muito magro e desprovido de voluptuosas formas femininas. O look waif. Cindy Crawford, Naomi Campbell, Linda Evangelista e Christy Turlington, as supermodelos da década de 1990 eternizadas pelo vídeo de George Michael, não eram waif. Kate Moss sim. Foi a esta expressão, mas a outras como antimodel ou heroin chic, que foi associada ao longo da carreira. E se foi criticada pelo ar andrógino, Calvin Klein foi o que mais celebrou a sua beleza única. Na Celebrity 100 List de 2011 da revista Forbes, que enumera anualmente as personalidades mais ricas e poderosas do entretenimento, figuram apenas duas modelos: Gisele Bündchen (60) e Kate Moss (94). De uma para a outra há uma diferença de sete anos, 31,5 milhões de euros e pelo menos seis centímetros (a altura de cada uma varia segundo a fonte). Mas a maior diferença será a aura de “a última grande modelo” que paira sobre Kate Moss. Qual o segredo do seu sucesso?, queremos saber. “Ser paciente. Há que ser muito paciente para se

trabalhar como modelo.” O mistério adensa-se em vez de ser resolvido. Talvez seja pela particularidade dos seus traços. A jornalista turca pergunta: qual a parte do seu corpo de que gosta mais? Depois de um pensativo silêncio sugere: “Os olhos?” “A boca”, responde finalmente. Ao contrário de Heidi Klum, outra das modelos da sua geração, Kate Moss não se enquadra nos padrões por que se mede uma supermodelo. Mas, à beira dos 40 anos (tem 37), em Maio foi capa da Vogue em três continentes - edições do Brasil, Japão e França. O boom em torno de Kate Moss é uma constante. As marcas continuam a apostar nela apesar de a sua morte profissional ter sido várias vezes anunciada por escândalos nos tablóides. A prova está na publicidade nas revistas e nas ruas das cidades em que uma linha de bâtons de seu nome Addict a mostra esplêndida sob o slogan “Seja icónico”, juntando num só anúncio a ironia de uma carreira. Sempre a reinventar-se, o mundo nunca se farta de Kate Moss. Afinal, será que foi ela que se adaptou aos nossos padrões ou foi a moda que mudou à sua medida? A jornalista viajou a convite da Mango

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BEM ME QUER, MAL ME QUER ENTREVISTA A MARGARIDA REBELO PINTO

OS HOMENS E AS MULHERES. OS AMORES E OS DESAMORES. A TRAIÇÃO E A AMIZADE. A VIDA. E AGORA TAMBÉM O SEXO.

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E AGORA TAMBÉM O SEXO. AO 11.º ROMANCE, MARGARIDA REBELO PINTO EXPLORA NOVOS TERRITÓRIOS. NA MESMA ALTURA EM QUE SE REVISITA O LIVRO QUE FEZ DELA A AUTORA PORTUGUESA MAIS LIDA NO PAÍS.

N

O MÊS EM QUE “SEI LÁ” che-

ga às salas de cinema fomos reencontrar Margarida Rebelo Pinto, a autora do livro publicado em 1999 que vendeu mais de 250 mil exemplares. Com ele, conquistaram-se novos leitores e abriu-se espaço para novos autores. Margarida Rebelo Pinto, a maior best-seller nacional, era então cronista. Continua a sê-lo. Conta que são muitas as pessoas que a abordam na rua, para mostrar que guardam as suas crónicas na carteira. Outras chegam às consultas de psicoterapia com os seus livros, todos sublinhados. Também ela lê – e vive – dessa forma, num tomar notas constante. Alain de Botton (Ensaios de Amor) é um dos autores que anda a explorar. Tom Waits é a companhia que a visita diariamente, agora que descobriu ser dele a banda sonora perfeita para a redação do 11.º romance, a publicar num verão que se espera tão quente como a própria obra. Sexo é o tema. Do livro, do dia e também de uma conversa onde houve tempo para tudo e vista desimpedida para uma autora que, goste-se mais ou menos, faz da frontalidade uma declaração de estilo. E de vida.

Depois do trabalho no argumento de Sei Lá, está a preparar o próximo livro, a publicar já no verão. O vigésimo. São muitos livros. Tenho 19 livros publicados, dez deles romances. Estou a escrever o 11.º em 17 anos de trabalho – o Sei Lá saiu em 1999, mas foi escrito entre 1995 e 1998. Lembro-me, na altura, de que não tinha grandes expectativas, era um dos vários livros que já tinha começado porque um escritor nunca escreve só um livro de cada vez, acho eu... Tentamos sempre vários caminhos ao mesmo tempo até que há uma história que nos apanha. Por isso é que sou muito grata ao António [Alçada Baptista]. Foi ele que me disse: isto é bom, isto é diferente. Qual foi o segredo do sucesso do “Sei Lá”? O livro suscitou todo o tipo de reações, só me apercebi disso cinco anos depois. Lancei-o e comecei logo a escrever outro livro. Disse ao meu editor que precisava de dinheiro para escrever, ele perguntou-me quanto e passou-me um cheque (na altura, uma fortuna, para mim) e disse-me para ir para casa escrever. Tenho muita sorte com as pessoas que encontro. Eu chamo a boa sorte e chamo as pessoas boas. Chamo as pessoas de que preciso. E também dou muita sorte às pessoas. Acredito muito nisto. Entretanto, lancei o Não Há Coincidências e o livro vendeu o dobro do Sei Lá. Depois seguiramse as Crónicas da Margarida. Um dia entrei numa livraria e estavam os três no top 10. Então pensei que não podia parar de escrever. E nesse período tornou-se uma pessoa muito mediática. Foi tudo muito rápido. Naquele verão de 1999 toda a gente tinha o livro. Uma vez entrei no metro e havia seis pessoas na mesma carruagem a ler o Não Há Coincidências. E quem eram, quem são, os seus leitores? Tem ideia? No início eram sobretudo mulheres, agora não. São mulheres e homens. A par dessa notoriedade houve sempre muitas vozes críticas... Claro. Eu estava a fazer uma coisa nova, eu mudei o status quo, portanto ninguém percebia o que eu estava a fazer, nem eu própria. Mas as críticas tinham sobretudo a ver com a qualidade literária dos livros. O que sentia em relação a isso? Nada. Tive todo o tipo de críticas. Ouvi humildemente as construtivas... Acho que foi a Luísa Mellid-Franco que, um dia, disse que o que eu de melhor fazia era o jogo de espelhos. Nunca mais me esqueci daquilo. Os meus livros


nunca mais deixaram de ser um jogo de espelhos. A mesma realidade é contada por personagens diferentes e isso dá pluralidade, multiplicidade. O facto de a Luísa MellidFranco ter feito aquela crítica foi fundamental porque, quando um escritor está a escrever, não tem consciência dos seus trunfos narrativos. É uma coisa espontânea. Por exemplo, neste romance que estou a escrever quero falar de sexo porque Portugal tem uma relação difícil com sexo. Passou de um puritanismo castrador para uma libertinagem camuflada que se infiltrou em todas as classes sociais e que, acho, está a desorientar as pessoas. Mas para falar de sexo preciso de um contexto específico que me permita falar da sexualidade sem tabus e, por isso, pus as minhas personagens no psicólogo. Esse interesse pelo sexo tem a ver com certos fenómenos editoriais? Não. Quando saíram As Cinquenta Sombras de Grey, estava em Londres. Fiz o que faço sempre. Entrei numa livraria, abri ao calhas, li uma página e disse: não me atrai. Pareceu-me vulgar e previsível. Mas percebo o fenómeno, o interesse. Até me surpreende que não tenha acontecido antes porque, nos últimos anos, temos estado a assistir aos ícones do bas-fond trazidos para o mainstream. Há aulas de varão no ginásio, sapatos de mulher inspirados em sapatos de prostitutas ou travestis, a imagem feminina está cada vez mais sexualizada. Essas marcas chegaram à moda, à música... tinham de chegar à literatura. Os homens sempre leram a Playboy. As Cinquenta Sombras de Grey foram a Playboy de todas as mulheres que o leram. Então como surgiu o interesse literário pelo sexo? De livro para livro, vou pedindo eco às pessoas. No romance Minha Querida Inês dediquei um capítulo inteiro a uma cena de sexo. A minha mãe, professora universitária jubilada, psicóloga e um dos meus grandes guias de vida, disse-me que o livro era muito bom e que o capítulo seis era brilhante. E eu fiquei a pensar nisso. Queria mesmo escrever sobre sexo.

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Tem sido difícil? Não. O que é difícil é escrever sem pudor e, ao mesmo tempo, de uma forma que não se torne vulgar. Comecei a ler toda a gente que já escreveu sobre sexo. Gostei muito do Pedro Juan Gutiérrez, voltei ao Jorge Amado, o David Mourão-Ferreira e a Maria Teresa Horta têm poemas maravilhosos sobre erotismo e sexo... A Anaïs Nin, claro. E qual será a sua abordagem? Tem a ver com a importância do sexo na vida dos homens e das mulheres depois dos 40 anos. E como é que um homem e uma mulher sexualmente ativos mas que já não acreditam no amor se vão encontrar e construir uma relação. Eu acredito que o amor é uma construção, dá muito trabalho. É um full time job sem remuneração. Uma relação amorosa, se for séria, é uma terceira entidade, uma terceira pessoa, tem de ser cuidada, caso contrário vai definhar. Já escrevi sobre isso. Para mim, e só para mim, conjugalidade é sinónimo de sexualidade saudável e isso é sinónimo de felicidade. Se tivesse encontrado o amor que, por exemplo, reconhece na história dos seus pais, seria a escritora e a mulher que é? Até aos 30 anos tive uma sede de experiências e de liberdade que os meus irmãos não tiveram. Era diferente. Fui viver sozinha aos 24 e casei-me aos 29 anos. Sou de programar as coisas. Aos 20 anos imaginava que aos 30 estaria a trabalhar na imprensa, e estava. E, nessa altura, imaginava que aos 40 estaria casada, com filhos, numa casa com jardim, a escrever livros. E estava (apesar de só ter tido um filho). A vida nunca lhe trocou as voltas? Claro que sim. Pensei que depois de um casamento falhado iria demorar dois ou três anos até encontrar alguém com quem me entendesse e isso levou quinze anos [risos]. A vida é sempre outra coisa. Algumas pessoas recusam-se a viver porque se agarram àquilo que planearam... A vida vai passar-lhes ao lado.


É mais conservadora do que imaginava? Não. Os meus valores não se alteraram. Não sou conservadora, sou ambivalente. Numas coisas sou muito conservadora, em outras muito liberal. Já tive várias relações depois de me ter separado. Não resultaram, mas não tenho problema nenhum com isso. Nunca deixei de ser mulher e de ter desejo pelo facto de ser mãe. O desejo nunca fez mal a ninguém. A forma como lidamos com ele, e a forma como nos tornamos mais ou menos escravos dele ou do que quer que seja, é que nos pode prejudicar. E isso foi uma das coisas que aprendi na vida: não podemos ser reféns de nada. Ser livre, acima de tudo? Sim. Escrevo sobre o que quero, digo o que penso. E nunca se arrepende do que diz? Claro que sim. Às vezes até me arrependo do que escrevo. Foi o caso daquele episódio recente da entrevista à RTP? Sim. Usei palavras que nunca devia ter usado, fiquei irritada com o que vi... tive uma reação... mas quando tenho o meu namorado e o meu filho aterrados com os insultos de teor sexual que leram sobre mim... bem, algo está mal neste país. As redes sociais transformaram-se numa forma de destilar veneno. Há sempre o lado sombrio de se ser uma figura pública e de vez em quando estas coisas acontecem. Terei de me resguardar mais. Mas sente que foi mal interpretada? O que eu disse foi manipulado e tirado fora de contexto para criar uma onda contra mim. E a crónica sobre as gordinhas? Foi outra coisa completamente manipulada. O que eu dizia nessa crónica é que, quando uma miúda é gordinha e feia, protegem-na muito porque, coitadinha, ela não tem namorado e pode fazer todos os disparates. Se outra miúda fizer as mesmas coisas, vão dizer que é louca ou uma cabra. Mas pessoas comentam sobre o que não leram ou comentam sobre comentários de pessoas

que também não leram. O mundo virtual é profícuo neste tipo de disparates. Quando escreve essas crónicas não pensa nas leitoras que podem encaixar nesse estereótipo? Não é uma boa marketeer de si própria? Eu não tenho assessores, publishers ou alguém que vá comigo às entrevistas orientar as minhas intervenções. Digo aquilo que penso. Nunca ambicionei a consensualidade, nem preciso de a sentir à minha volta. Quando escrevo um livro, se o meu editor, a Patrícia Reis e a Cristina Ovídeo me disserem que está bem, eu publico. A Patrícia Reis, por exemplo, é um dos grandes pilares da minha vida, uma grande amiga. Tenho outras. Vivo para elas como elas vivem para mim. Há uma grande rede de afetos que a segura? Por isso é que digo que sou muito feliz. Porque cultivo a amizade, a atenção, o carinho. Uma pessoa colhe aquilo que semeia. E desde sempre percebi que era importante ter amigos. Tive uma febre reumática entre os sete e os dez anos que me fez passar meses de cama. Estive muito isolada. E aquilo fez-me pensar que nunca mais podia estar sozinha. A minha maior sorte foi ter percebido muito cedo que me relaciono com o mundo de uma forma afetiva. São os afetos que me posicionam, que fazem de mim uma escritora, que fazem de mim uma pessoa feliz todos os dias. Tenho momentos de dúvida e de insegurança, como toda a gente, mas sou profundamente feliz. O olhar da argumentista “Compraram-me os direitos do Sei Lá em 2000. O filme demorou catorze anos a ser feito, mas sempre acreditei na vontade do Tino Navarro. Ainda não vi o filme, apesar de ter acompanhado o processo, como argumentista. A Leonor Seixas [que interpreta Madalena, a personagem principal] é minha amiga, por isso tivemos oportunidade de conversar longamente sobre como é que eu via aquela mulher. Na altura havia ali muito de autobiográfico... Acho que podemos esperar uma comédia romântica muito divertida.” Por Rita Lúcia Martins

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NÚMERO

FASHION WOMAN JUNHO

AGORA EM IPAD

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HOMEM BOM, HOMENS MAUS CRÓNICA DE RODRIGO GUEDES DE CARVALHO

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ontinuo a achar estranho como nos espantamos a nós próprios, por vezes em pequenas coisas, como o inesperado das reacções. Tem-me acontecido com frequência. A mais recente, na semana passada, perante a morte de Nelson Mandela. Por estes dias, não deveria haver acontecimento mais previsível. Sabíamos que era uma questão de tempo, pela lei da vida. E já nos desabituámos a vê-lo ou ouvi-lo, visto que passou recluso grande parte da última década, tirando uma fugaz e penosa aparição na final do último Mundial de Futebol, há três anos. E no entanto… Um arrepio inesperado quando vi e ouvi Jacob Zuma, o actual Presidente sul-africano, a usar expressões como “o filho mais querido do país”, ou “o pai da nossa nação”. Depois, entre inúmeras outras reacções, destaco a espantosa escolha de palavras de Barack Obama, que, no meio de elogios mais esperados e comuns, refere que Mandela “belongs to the ages”. É daquelas expressões que não têm tradução à altura mas que coloca Madiba para além da História: ele pertence a todos os tempos que a fazem. É expressão bonita, e justa. Porque importa parar para pensar que não deveremos conviver, no tempo das nossas vidas, com figura semelhante. Agora que as televisões multiplicam documentários e comentários sobre a sua vida, volto a arrepiar-me perante a grandeza de alguém que passa 27 anos preso (sem saber se alguma dia seria libertado) e o que faz com o resto da sua vida é pregar a paz e a reconciliação. Fosse Mandela um pouco mais parecido com o homem comum, e haveria de ceder, aqui e ali, ao rancor. Mas foi precisamente essa inacreditável força do amor e da bondade que o tornou maior que qualquer um de nós. Meço bem as palavras, mas… parece-me que foi o que de mais parecido encontraremos com o que nos ensinaram ter sido Jesus Cristo. Suportou o insuportável, agarrou-se a uma convicção e viveu de acordo com o que defendia. Sem uma hesitação ou dúvida. É, sem dúvida, uma figura que merece tudo o que tenho visto

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FOI PRECISAMENTE ESSA INACREDITÁVEL FORÇA DO AMOR E DA BONDADE QUE TORNOU NELSON MANDELA MAIOR DO QUE QUALQUER UM DE NÓS

pelo mundo fora: os minutos de silêncio, as bandeiras a meia-haste, as velas, as fotografias, rostos em lágrimas, sejam negros, brancos, hispânicos, asiáticos. Só mesmo na sua morte somos de facto apanhados pela sua universal e transversal importância. Só a sua morte nos dá a dimensão do que significou de exemplo num mundo corroído pela desesperança. Uma dimensão que quase nos envergonha: se este homem acreditou sempre num caminho depois de tudo o que passou, quem somos nós para duvidar perante algumas dificuldades que vivemos. Obama tem toda a razão: Mandela está para além da História. Será um nome para contar, vezes sem conta, aos que forem nascendo. No extremo oposto, os homens que dão asco. Tornou-se quase “normal” a catadupa de notícias sobre suspeitas de pedofilia dentro da Igreja Católica. Estados Unidos, Canadá, Reino Unido… mas também cada vez mais em Portugal. Repito: suspeitas. Mas a simples existência de suspeitas é de uma gravidade sem tamanho. Porque é suspeitar do mal maior no nicho onde ele pura e simplesmente não pode existir. No refúgio onde milhões de crianças se deveriam sentir mais seguras. Um padre pedófilo é duplamente culpado, triplamente condenável e nojento. Por causa dos seus actos de homem para criança, mas sobretudo porque deveria ser o protector das crianças de que abusa. É uma inominável traição. Gostei de ouvir, por cá, declarações do novo patriarca de Lisboa, dizendo, friamente, que estes casos de suspeitas devem seguir o seu caminho legal, e as consequências devem fazer-se sentir, como se espera em qualquer outro caso do género. É um sério aviso para dentro da própria Igreja portuguesa, que saúdo e aplaudo. E que vem na linha das atitudes do novo Papa Francisco, que tem dado lições mais de cristianismo no pouco tempo que leva de Vaticano do que o seu antecessor deu em muitos anos. A Igreja Católica, para sobreviver aos olhos dos crentes e não-crentes, precisa rapidamente de se reinventar. E mostrar ao mundo que não tolerará abrigar monstros criminosos é um passo vital.


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