Espanha

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Espanha

SECRETARÍA DE ESTADO DE TURISMO T

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MINISTERIO DE INDUSTRIA, TURISMO Y COMERCIO


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ÍNDICE 3•

Ir a Espanha Estar em Espanha

10•

A Natureza

14•

Parques Nacionais

17•

Sol e praia

19•

Mapa

20•

A Arte

22•

As cidades

24•

As grandes rotas de viagens

27•

A gastronomia

30•

Os desportos

32•

Festas populares

33•

Festivais e concertos Feiras e congressos

34•

TRADUÇÃO: Mercedes San Juan (SAT Traductores)

Artesanato e moda

35•

FOTOS: Arquivo fotográfico Turespaña

Postos de Turismo no exterior

36•

DESENHO: Koldo Fuentes

Postos de Turismo em Espanha

37•

Distâncias entre cidades

39•

TEXTO: Alfredo Villaverde

MAQUETAÇÃO: Opción K. Comunicación Visual, S.A. EDITADO POR: © TURESPAÑA Secretaría de Estado de Turismo Ministerio da Industria, Turismo y Comercio IMPRESSÃO: Impresos y Revistas, S. A. (Grupo IMPRESA) D.L.: M. 32.038-2009 NIPO: 704-09-486-0 5ª Edição.

Impresso em Espanha

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IR A ESPANHA MAIS

DE CINQUENTA MILHÕES DE TURISTAS VISITAM

ESPANHA

EM CADA ANO, FAZENDO COM QUE ESTE PAÍS SEJA UM DOS TRÊS MAIS

VISITADO DO MUNDO.

IR

A

ESPANHA

É SE ENCONTRAR COM O SOL, A BOA MESA, A HOSPITALIDADE E A ALEGRIA DE VIVER, MAS TAMBÉM É DESCOBRIR O SEU

RIQUÍSSIMO PATRIMÓNIO MONUMENTAL, OS VESTÍGIOS DAS DIVERSAS CIVILIZAÇÕES QUE OCUPARAM A SUA TERRA, OU PERCORRER A SUA INSÓLITA E DESLUMBRANTE NATUREZA PARA DESFRUTAR DE BELAS E CONTRASTADAS PAISAGENS, APRENDER OS COSTUMES DOS SEUS POVOS E COMPARTILHAR COM ELES AS SUAS FESTAS E TRADIÇÕES POPULARES.

IR

A

É

POR ISSO QUE

ESPANHA

É APOSTAR PELA DIVERSIDADE QUE CONSISTE EM SER PROTAGONISTA DA VIAGEM QUE NÃO SE ESQUECERÁ JAMAIS.

ESPANHA

É UM DESTINO TÃO COBIÇADO EM TODO O MUNDO, PORQUE A INMENSA MAIORIA DE QUEM NOS VISITA

UMA VEZ, VOLTA PARA CONTINUAR COMPARTILHANDO CONNOSCO UM CLIMA, UMA NATUREZA E UMA CULTURA QUE REPRESENTAM UM MODO ESPECIAL DE VIVER.

SITUAÇÃO

A POPULAÇÃO

Espanha ocupa a maior parte da Península Ibérica, localizadada no extremo sudoeste da Europa. Com uma área de 505.955 km2, situa-se em terceiro lugar no conjunto do continente europeu depois da Rússia e da França. A maior parte da referida área (493.484 km2) é peninsular, mas há que contar, também, com os arquipélagos das Baleares, a leste, (4.992 km2.) e Canárias (7.447 km2.) que se situam a mais de mil quilómetros do sul da Peninsula Ibérica. A tudo isso é preciso ainda acrescentar as duas cidades localizadas no norte de África, Ceuta e Melilla.

Com mais de quarenta milhões de habitantes, Espanha tem uma densidade média de cerca de oitenta habitantes por quilómetro quadrado. A desigual distribuição da população gerou um desiquilíbrio entre as regiões que apresentam diversos e contrapostos níveis de densidade.

A situação da Península Ibérica no âmbito do continente europeu, aproxima-a de África, da qual apenas a separam 14 quilómetros, e, através do oceano Atlântico, da América, o que lhe confere um especial valor estratégico. Isso explica que tenha sido uma encruzilhada fundamental na história de culturas e civilizações. Espanha integra-se, portanto, no complexo peninsular do sul da Europa e, de forma especial, no mundo mediterrâneo.

Existe uma tendência crescente à concentração nas áreas próximas do litoral e ao despovoamento do interior, com excepção das grandes cidades, como consequência dos processos de industrialização e de urbanização.

ESTRUTURA POLÍTICA Espanha, conforme se estabelece na Constituição de 1978, é um Estado social e democrático de Direito, cuja forma política é a Monarquia parlamentar. A sua capital é Madrid, onde residem o Rei e o Governo da Nação. Também aí se encontram o poderes legislativo (Senado e Câmara dos deputados) e o judicial. Actualmente, o Estado Espanhol é constituído por dezassete comunidades autónomas e duas cidades - Ceuta e Melilla - sendo que cada uma delas se rege por um Estatuto de Autonomia.

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Sevilha. A Giralda


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COMUNIDADES AUTÓNOMAS

ANDALUZIA Almería Cádiz Córdoba Granada Huelva Jaén Málaga Sevilha ARAGÃO Huesca Teruel Zaragoza CANÁRIAS Las Palmas Santa Cruz de Tenerife CANTÁBRIA Cantábria

CASTELA-LA MANCHA Albacete Ciudad Real Cuenca Guadalajara Toledo CASTELA E LEÃO Ávila Burgos Leão Palencia Salamanca Segovia Soria Valladolid Zamora CATALUNHA Barcelona Girona Lleida Tarragona

EXTREMADURA Badajoz Cáceres GALIZA A Coruña Lugo Ourense Pontevedra ILLES BALEARES Illes Baleares LA RIOJA La Rioja MADRID Madrid PAÍS BASCO Álava Guipúzcoa Vizcaya

COMUNIDADE FORAL DE NAVARRA Navarra COMUNIDADE VALENCIANA Alicante Castellón Valencia

PRINCIPADO DAS ASTÚRIAS Astúrias REGIÃO DE MURCIA Murcia CEUTA MELILLA

PRINCIPADO DAS ASTÚRIAS CANTÁBRIA

A própria Constituição confere a cada comunidade autónoma as suas respectivas competências de governo, competindo ao Tribunal Constitucional resolver os eventuais conflitos entre a Administração Geral do Estado e as Comunidades Autónomas.

B

GALIZA LA CASTELA E LEÃO

AS REGIÕES A rica diversidade de Espanha e seus grandes contrastes geográficos, climáticos e paisagísticos estão presentes em todas e cada uma destas regiões, que, por vezes, se agrupam entre si para potenciar as suas características comuns em termos turísticos. Assim, a “Espanha Verde”, nasce do esforço comum da Galiza, das Astúrias, Cantábria e do País Vasco para ressaltar os aspectos mais comuns da sua paisagem, climatologia, gastronomia e atractivos turísticos praia e montanha, desportos, turismo rural -.

MADRID CASTELA- LA EXTREMADURA

ANDALUZIA CANÁRIAS

CEUTA

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IR A ESPANHA

Cuenca. Casas Colgadas

As regiões mais desenvolvidas em termos de “turismo de sol e praia” são Andaluzia, Múrcia, a Comunidade

IA

PAÏS BASCO NAVARRA LA RIOJA

CATALUNHA

O

Valenciana e Catalunha, que contam com umas infraestruturas de uma grande qualidade e diversidade, enquanto que outras regiões da Espanha Interior, como Aragão, Castela e Leão, Castela-La Mancha e Extremadura, oferecem ao turista o atractivo das suas cidades históricas muitas delas Património da Humanidade - o seu património artístico e monumental, a sua rica gastronomia e um turismo da natureza de uma grande beleza paisagística. Outras regiões autonómas como La Rioja, Madrid e Navarra, possuem o encanto das comarcas dotadas de uma grande tradição e personalidade, que oferecem ao visitante um conjunto de atractivos decorrentes da sua natureza e da sua cultura. A Espanha insular é, sem qualquer dúvida, um dos destinos preferidos pelos turistas. As Ilhas Baleares, no coração do Mediterrâneo, oferecem um litoral esplêndido para gozar das suas praias e dos desportos náuticos, enquanto que as Ilhas Canárias, na costa atlântica africana, são um autêntico paraíso, com as suas praias, os seu parques de natureza vulcânica e um clima excepcional durante todo o ano. As Cidades de Ceuta, na costa africana do estreito de Gibraltar, e Melilla, no Mediterrâneo africano, gozam também de atractivo pela sua fácil comunicação com a península, que permite desfrutar das suas praias e realizar compras a preços interessantes.

ARAGÃO AS LÍNGUAS ID BALEARES

LA- LA MANCHA COMUNIDADE VALENCIANA

REGIÃO DE MURCIA

MELILLA

O castelhano é a língua comum de todos os espanhóis, e a língua utilizada pela Administração do Estado. O catalão na Catalunha e nas Ilhas Baleares, o galego na Galiza, o euskera no País Vasco e em parte de Navarra e o valenciano na Comunidade Valenciana são línguas comumente faladas e, além disso, cooficiais nas respectivas regiões.

OS FUSOS HORÁRIOS Aplica-se em toda a península o meridiano de Greenwich respectivo (GTM), acresceido de uma hora no inverno e de duas horas no verão. Nas

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Ilhas Canárias aplica-se o mesmo fuso de Greenwich acrescido de uma hora durante o verão, existindo assim sempre, portanto, uma diferença horária de uma hora menos relativamene à hora da Península e das Ilhas Baleares.

A RELIGIÃO A liberdade de culto está garantida pela Constituição Espanhola, se bem que a grande maioria da população é de religião católica.

A MOEDA Desde o dia 1 de Janeiro de 2002, a moeda de Espanha, tal como sucede na maior parte dos países de União Europeia, é o euro. Existem oito moedas diferentes com os valores seguintes: 1, 2, 5, 10, 20 e 50 cêntimos e 1 e 2 euros. Cada euro divide-se em 100 cêntimos. Existem, tambén, sete notas diferentes, com os seguintes valores: 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 euros. Todos as agências bancárias, com um horário de expediente de 2ª feira a sábado das 8,30 ás 14 horas ( excepto nos meses de Junho a Setembro, em que não abrem ao sábado) bem como as agências de câmbios nas principais


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IR A ESPANHA Os automobilistas de países não pertencentes à União Europeia ou à Suiça, deverão dispor de carta verde, que constitui um seguro que cobre as despesas de assistência em caso de acidente. Existem dezassete pontos de acesso desde França, sendo os mais utilizados os de Irún, na parte ocidental; Puigcerdà, nos Pirenéus Orientais e La Jonquera e Portbou, na parte oriental. O posto de La Seu d’Urgell é o mais utilizado para aceder desde Andorra e de norte a sul, sendo os de Tui, Verín, Fuentes de Oñoro, Caya, Valencia de Alcántara (Badajoz) e Ayamonte os mais utilizados para o passo entre Espanha e Portugal. Os trâmites são céleres, excepto em datas muito determinadas, pelo que o viajante se deslocará de um país ao outro com comodidade e sem perdas desnecessárias de tempo. Segóvia

AS COMUNICAÇÕES

cidades oferecem ao viajante a possibilidade de trocar moeda estrangeira. O referido serviço também é oferecido por uma grande parte dos hotéis e agências de viagem. Os cheques de viagem e os cartões de crédito internacionais mais conhecidos são tambén aceites na maioria dos hotéis, restaurantes e lojas.

Telefónicas O sistema de comunicações telefónicas em Espanha está muito estendido em todo o território. Existem “locutorios” e cabines de uso público nas ruas, de onde se podem efectuar ligações a

PASSAPORTES E VISTOS Quando entrar no território espanhol, o viajante deverá apresentar o seu passaporte ou, na falta deste, um bilhete de identidade reconhecido pelas convenções internacionais e conforme com os critérios de reciprocidade. A apresentação do bilhete nacional de identidade é suficiente para os cidadãos

Burgos. Catedral

dos Estados membros da União Europeia, bem como para os da Suiça, Noruega e Islândia e os dos Principados de Andorra, Mónaco e Liechenstein. De acordo com as regras da União Europeia, da qual a Espanha forma parte, exige-se um visto uniforme aos visitantes de um determinado número de países, para cuja obtenção deverão se dirigir ao Consulado de Espanha da área da residência.

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IR A ESPANHA qualquer parte do mundo. Funcionam com moedas e cartão magnéticos que se podem adquirir nas tabacarias. Para as ligações para o estrangeiro, é preciso marcar o 00 (serviço internacional) e marcar os indicativos do país e da cidade objecto da ligação e, finalmente, o do destinatário. Se a chamada é para Espanha, é preciso lembrar-se que o código do nosso país é o 34, e finalmente marcar o número desejado. Castro Urdiales (Cantábria). Porto pesqueiro

É importante lembrar que o número de informação telefónica é o 11818.

A utilização da Internet é de uso comum em todo o território espanhol, sendo possível aceder à Internet em grande número dos estabelecimentos hoteleiros. Cartões-Postais As estações dos Correios españolas estão presentes em mais de 10 mil locais, em todo o país (cidades, estações de caminhos-de-ferro, aeroportos, portos marítimos). Nessas agências, o viajante poderá realizar envios ou levantar a sua correspondência (se dispuser de um apartado de correio), efectuar ou receber vales postais, pacotes e quaisquer outros envios. Igualmente, disporá em quase todos eles dos serviços de telégrafos, telex e fax. Valhadolid. Igreja da Magdalena

Em todas as cidades, existem tambén marcos de correio nas ruas, nos quais se podem depositar cartas para serem enviadas. Em Espanha, a venda de selos de correios, letras de câmbio e tabaco realiza-se em lojas conhecidas como “estancos” (Tabacarias), que cobrem practicamente a totalidade do território. No caso do tabaco, e em virtude de uma lei recente que estabelece medidas sanitárias contra o tabagismo, o tabaco somente se pode vender nas tabacarias e através de máquinas de venda automatica. Por outro lado, e com a finalidade de tomar compatível o dereito da população não fumante a respirar ar não poluido pelo fumo do tabaco e o dos fumadores, a lei espanhola restringe o consumo de produtos de tabaco e redu-lo nos lugares ou espaços nos quais não esteja totalmente proibido ou nos especialmente habilitados para tal. Terrestres

Para além de uma vasta rede de estradas de cerca de 340.000 quilómetros, Espanha dispõe de uma completa rede de vias de grande capacidade que passará dos 8.000 quilómetros actuais para mais de 13.000 quilómetros, tornando-se uma das mais modernas de toda Europa en finais de 2010. Esta rede de vias rápidas, grande parte da qual gratuita para o utente, permite ao visitante deslocar-se com comodidade dos Pirinéus à Andaluzia,quer pelo litoral mediterrâneo ou através de Madrid,

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Madrid

Donostia-San Sebastián. Praia de La Concha


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IR A ESPANHA

Estrada em Navarra

Aeroporto de Barcelona

Barcelona. Bairro Gótico

centro neurálgico das comunicações pela sua posição central. Uma completa rede de estações de serviço e áreas de descanso oferece os serviços mais diversos ao longo do percurso.

Jardim da Estação de Atocha

O serviço público de autocarros é cómodo e eficaz, existindo linhas que cobrem grandes distâncias com um horário regular apropriado. Também existe uma boa rede de linhas para viagens curtas e de excursões aos lugares mais turísticos. O serviço de taxi encontra-se sujeito a uma tarifa marcada por taxímetro. Nalgumas cidades, existe um serviço conhecido como “grandes turismos”, com tarifas mais elevadas, sendo nesse caso aconselhável negociar o projecto de cada trajecto antecipadamente. Aéreas

Combóio de Alta Velocidade

A estratégica situação geográfica de Espanha explica, junto com o factor turístico, a importância de que se reveste o tráfego internacional de viajantes. Em Espanha existem 47 aeroportos, sendo internacionais na sua maior parte. Informação aeroportos AENA % 902 404 704 www.aena.es O tráfego interior tem como centro o aeroporto de Madrid, unido por uma ponte aérea ao de Barcelona. As ligações

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entre Madrid e as Ilhas Baleares e Canárias são, depois da ponte acima referida, as que têm maior densidade de tráfego. O crescimento das companhias de baixo custo na Europa ampliou as ligações internacioanis com os aeroportos de menor dimensão. Marítimas O transporte marítimo de passageiros atinge relevo em portos como Algeciras, Ceuta e Santa Cruz de Tenerife. As companhias de navegação Balearia e Trasmediterránea unem regularmente a Península com o norte de África (de Almería e Málaga a Melilla, e de Algeciras a Ceuta e Tánger, com saídas diárias), as Ilhas Baleares (de Barcelona e Valencia com saídas diárias), e as Ilhas Canárias (de Cádiz com saídas semanais). Para quaisquer informações sobre estes destinos, podem entrar em contacto com Balearia através do telefone 902 160 180 ou www.balearia.com e com Trasmediterrânea, pelo telefone 902 454 645 ou www.trasmediterranea.es Caminhos de ferro

A rede de caminhos de ferro espanhola tem um comprimento que se aproxima dos 15.000 quilómetros, parte dos quais correspondem às linhas de alta velocidade Madrid-


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IR A ESPANHA Maiorca. Cala sá Font de sa Cala

Entre os trajectos turísticos especiais nos caminhos de ferro, referimos o do AlAndalus Express, que funciona de Abril a Outubro, excepto nos meses de Julho e Agosto, percorrendo, ao longo de cinco dias, uma atractiva rota através da Andaluzia com vagões clássicos mobilados luxuosamente, incluindo serviços complementários como passeois e refeições; o “Tren de la Fresa” (combóio do morango), de Abril a Outubro, que une Madrid e Aranjuez, o “Tren de Cervantes” (combóio de Cervantes), entre Madrid e Alcalá de Henares, e o Transcantábrico (Ferrocarriles de Via Estrecha - FEVECaminhos de Ferro de Via Estreita-), de Maio a Setembro, com um atractivo percurso pelo norte de Espanha, de Donostia-San Sebastián a Santiago de Compostela. Podem-se obter informações e fazer reservas de bilhetes pelo telefone de Empresa Nacional de Ferrocarriles - RENFE, 902 240 202 e no seu serviço internacional, 902 243 402 www.renfe.es A autoridade encarregada das infraestruturas dos caminhos-de-ferro (estações, vias...) é a ADIF (Administrador de Infraestructuras Ferroviarias). 902 432 343. www.adif.es

Sevilha (AVE) e Madrid-Barcelona (AVE). Outro comboio rápido é o Talgo 200, que cobre os trajectos Madrid-Málaga e Madrid-Cádiz e Huelva. Tal como a rede de estradas, o traçado dos caminhos de ferro tem carácter radial, com centro em Madrid, de onde partem as linhas básicas que cobrem o território, junto com linhas transversais (com destaque para os corredores mediterrâneos e o do rio Ebro). Há uma série de tarifas especiais segundo a temporada, que tornam mais atractiva a viagem pelos caminhos de ferro. O cartão turístico, reservado a não residentes, permite a livre circulação por todas as linhas com reserva prévia de lugar, variando o valor segundo o número de dias de validade. O sistema Euro-rail é similar, permitindo ao turista viajar desde o seu país de origem sem qualquer limite de quilometragem.

Valencia. Porto

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ESTAR EM ESPANHA A ALFÂNDEGA O viajante está autorizado, quando entrar em Espanha, a levar consigo alguns objectos pessoais, uma câmara de vídeo ou duas fotográficas com dez filmes para cada uma. Igualmente, autoriza-se o equipamento desportivo de uso pessoal, as jóias em próprias, material de campismo ou acampamento e equipamento desportivo, podendo requerer das autoridades um recibo dos mesmos, que deverá apresentar quando sair do país. Quanto ao tabaco e ao álcool, os máximos autorizados actualmente por pessoa são 200 cigarros, ou 50 charutos ou 100 cigarrilhas ou 250 gramas de tabaco e dois litros de vinho e um de qualquer bebida alcoólica, com mais de 22º Mascotas Em Espanha, não existe quarentena. No entanto, requere-se uma certidão internacional emitida por um veterinário, que ateste que o animal em questão está de boa saúde e, no caso de cães, gatos e furões, que tenham sidos vacinados contra a raiva.

HORÁRIOS HABITUAIS

Salamanca. Plaza Mayor

estabelecimentos têm serviço contínuo ao longo de todo o dia, prática que é comum nas cafetarias e nos bares, em muitos dos quais se podem comer umas “tapas”, combinados, sanduíches e mini-pratos.

Os horários comerciais mais habituais são de 2ª feira a sábado, das 9,30 às 13,30 horas e das 16,30 às 20 horas. Os grandes centros comerciais e armazéns têm um horário continuado das 10 às 22 horas. Nalguns domingos do ano, as grandes superfícies também abrem as suas portas ao público. Nas regiões do litoral, durante a temporada alta, os estabelecimentos costumam estar abertos para além das 22 horas. O horário habitual do pequeno-almoço é das 8 às 10 da manhã e o almoço, nos restaurantes, é das 13 horas até às 15,30 horas. O jantar serve-se a partir das 20,30 horas até às 23 horas. Muitos

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ESTAR EM ESPANHA

As farmácias têm um horário habitual das 9,30 às 13,30 horas e das 16,30 às 20 horas, embora existam nas grandes cidades algumas que permanecem abertas as vinte e quatro horas do dia. Existe um horário de serviços rotativo, que está afixado no própio estabelecimento e na imprensa, para serviços nocturnos e de fins de semana. Os cinemas costumam ter também um horário flexível, começando entre as 16,30 e as 17 horas, em sessão contínua, que costuma iniciar a última projecção em torno das 22 horas, embora nas grandes cidades existam tambén salas com horários de madrugada e matinais. Os teatros costumam oferecer uma sessão única, que começa por volta das 20 horas. A noite em Espanha tem uma significação especial, nomeadamente de 5ª feira a domingo. Os pubs, bares nocturnos e discotecas costumam permanecer abertos até às 3 ou 4 horas da madrugada e nas grandes cidades abundam os locais que permanecem abertos até ao amanhecer.

A INDUMENTÁRIA A indumentária, que não tem regras muito determinadas,muda em função da época do ano, do lugar e das circunstâncias. Na costa, devido ao carácter temperado do clima, não

costuma ser necessário levar roupa de abrigo, enquanto que no interior é conveniente ajustar-se ás temperaturas de cada estação, que costumam ser muito marcadas e contrapostas, com temperaturas muito frias no inverno e muito quentes no verão. O espanhol não costuma vestir-se de maneira formal para sair e disfrutar de momentos de lazer com os demais, se bem que tudo dependa dos lugares, ambientes e circunstâncias de cada caso.

OS PESOS E MEDIDAS Em Espanha, utiliza-se o sistema métrico decimal, pelo qual se regem todas as unidades de pesos, medidas e distâncias.

Luzaide-Valcarlos (Navarra). Paisagem

A ELECTRICIDADE Os aparelhos eléctricos funcionam a 220 voltios CA. 50 HZ e as tomadas obedecem ao sistema europeu de bornes redondos.

AS GORJETAS Em Espanha, todos os estabelecimentos incluem o preço do serviço. Porém, a práctica da gorjeta, sem ser obrigatória, é habitual nos bares e restaurantes, hotéis e táxis, dependendo o seu valor da generosidade do cliente, embora costume variar entre o cinco e o dez por cento do valor total. Mérida (Badajoz). Teatro romano

OS ANIMAIS DOMÉSTICOS

Madrid. Plaza Mayor

Em Espanha, existem inúmeras clínicas e estabelecimentos profissionais dedicados a dar atenção aos animais domésticos. Os gatos e os cães costumam ser admitidos sob condições especiais em alguns hotéis, embora sejam poucos os restaurantes e as lojas que os aceitam.

AS DIVERSÕES Espanha tem uma merecida fama de ser um país que gosta da diversão. Cinemas, teatros, auditórios, salas de exposições e concertos oferecem ao visitante uma completa gama de ofertas culturais. As salas de festas incluem também um reportório variado de atracções

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Teruel. Torre mudéjar


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ESTAR EM ESPANHA nocturnas. Os jogos de fortuna e azar são muito populares em Espanha. As lotarias como o loto (numérico), lotarias desportivas (futebol, hípica) e outras como os sorteios periódicos e as de cupões atraem a atenção diária de meios de comunicação e cidadãos. Os bingos são habituais em municípios e cidades e os casinos oferecem uma vasta gama de jogos (póquer, black jack, dados) á qual acrescem atuações musicais e ofertas gastronómicas.

Hotel Rural. Ilhas Canárias

ONDE ALOJAR-SE EM ESPANHA O Instituto para a Qualidade Turistica Espanhola certifica com a Marca de Qualidade os agentes envolvidos no turismo (hotéis, agências de viagens, estações de ski e montanha, restaurantes, parques de campismo, e casas rurais...) que tenham demonstrado através de uma auditoria externa que satisfazem os estándares de qualidade exigidos.

Santander. Casino

Leão. Parador Hotel de San Marcos. Claustro

Os Hotéis Modernos e confortáveis, com todo o tipo de conforto e serviços, os hotéis espanhóis respondem a uma excelente relação preço/qualidade. Toda a geografia nacional está semeada de hotéis adaptados a todas as exigências e possibilidades. Dos mais modestos (de uma estrela) até aos mais requintados (de cinco estrelas grande luxo), o viajante encontrará neles um atendimento atencioso e umas prestações adequadas á categoria dos mesmos. A maioria incluem serviço de restaurante nas suas instalações, com excepção dos hotéis-residências, que costumam contar com uma cafetaria para o serviço do pequeno-almoço. Hotéis com encanto O rico património monumental de Espanha favoreceu que em rotas e cidades existam numerosos hotéis com encanto, localizados em castelos, palácios e antigas mansões ou bem em lugares rodeados de uma natureza privilegiada. O viajante não terá dificuldades em encontrar a situação dos mesmos nas guias especializadas.

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Múrcia. Porto de Mazarrón

Paradores de Turismo De especial interesse neste tipo de instalações são os Paradores de Turismo, a maioria localizados em edifícios histórico-artístico de uma grande riqueza monumental e artística ou em locais de uma grande beleza natural. Há mais de oitenta estabelecimentos no território espanhol, nos quais o visitante vai encontrar amostras gastronómicas da cozinha regional e a sua integração com o meio ambiente. Alojamentos familiares Os hostais e as pensões são outro tipo de alojamentos de carácter mais modesto mas com uma grande tradição em Espanha. Neles, o cliente costuma gozar de um trato mais familiar, porque habitualmente são os proprietários quem tratam da comida e da limpeza dos quartos. O preço costuma incluir o quarto e a pensão alimentar. Este tipo de alojamentos é mais frequente nas pequenas cidades e povoações, bem como nas zonas rurais. Apartamentos As grandes cidades e as zonas costeiras oferecem ao visitante a possibilidade de alugar um apartamento. Esta modalidade é muito interessante para famílias ou grupos. A sua capacidade vai de duas pessoas (estudio) até dez, segundo o número de quartos. O preço é determinado em função da estação e da localização do imóvel, dos serviços que fornece, etc. O aluguer


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ESTAR EM ESPANHA costuma ser por semanas ou quinzenas, havendo ampla informação sobre as ofertas existentes nas agências de viagens e empresas mediadoras. Os parques de campismo

Todo o território espanhol está semeado de parques de campismo que permitem ao viajante praticar campismo a um preço acessível, que varia em função da localização e dos serviços que prestam segundo as categorias. O campismo livre é proíbido em muitos lugares e municipios do pais. Aconselha-se consultar previamente os postos de turismo da localidade antes de praticá-lo. Albergues juvenis Dependentes geralmente das Direcções Gerais da Juventude e do Desporto das comunidades autónomas, uma vasta rede de albergues juvenis em cidades e lugares com um grande atractivo turístico permite aos jóvens encontrar alojamento em boas condições e a preços muito acessíveis. As casas de turismo rural Tendo-se desenvolvido de forma espectacular nos últimos anos, o turismo rural favoreceu o aparecimento de uma série de alojamentos em pequenos núcleos de povoação que proporcionam ao viajante um contacto directo com a natureza, costumes e formas de vida de pequenas comunidades localizadas no meio rural. Várias regiões já implantaram um sistema de qualificação para definir a categoria destes estabelecimentos no seu âmbito. Para obter informações e alojamento do viajante, podem se

Laranjas

Tenerife (Ilhas Canárias). Praia de Las Américas

dirigir ás centrais de reservas de alojamentos rurais de cada uma das comunidades autónomas, ou consultar as guias especializadas. As termas Uma centena de termas e estações termais espalhadas por toda a Espanha, acolhem visitantes de todo o mundo por razões de saúde. Desde os tempos

da dominação romana as suas instalações oferecem tratamentos curativos de doenças de todos os tipos, bem como uma excelente terapia contra o esgotamento. A existência de instalações hoteleiras e desportivas nas proximidades fazem com que, actualmente, tenham tomado um grande impulso turístico.

AGENDA PRÁTICA A Guía de Hotéis, Parques de Campismo e Alojamentos editada no início de cada ano por Turespaña é a fonte mais completa e actualizada de informações neste sentido. Cada uma das comunidades autónomas edita também a sua própria guia que coloca à disposição dos visitantes. Outros meios de informação: Confederación Española de Hoteles y Alojamientos Turísticos (Confederação Espanhola de Hoteis e Alojamentos Turísticos) www.cehat.com. Federación Española de Empresarios de Campings y Parques de Vacaciones (Federação Espanhola de Empresários de Parques de Campismo e Lazer) www.fedcamping.com % 914 481 234. Paradores de Turismo, central de reservas % 915 166 666 ) 915 166 657 www.parador.es. Federación Nacional de Asociaciones de Agencias de Viajes (Federação Nacional de Associações de Agências de Viagens) % 917 264 387 www.feaav.org. Asociación Nacional de Estaciones Termales (Associação Nacional de Estações Termais) % 902 117 622. As centrais de reservas e postos de informação de alojamentos de turismo rural das comunidades autónomas fornecem informações pormenorizadas sobre este tipo de alojamentos em cada uma delas, que também se podem encontrar em agências de viagens e guias especializadas. Igualmente, as Direcções Gerais da Juventude de cada uma das comunidades autónomas fornecem informações sobre alojamento em albergues juvenís.

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A NATUREZA Ocupando uma grande parte da Península Ibérica, a situação de Espanha como elemento de união entre a Europa e África goza de uns atractivos naturais cheios de contrastes. O seu grande perímetro de costas, banhado por três mares, as suas ilhas mediterrânicas (Baleares) e atlânticas (Canárias) dizem muito sobre a sua vocação marinheira. Mas, ao mesmo tempo, a distância que separa a costa de uma grande parte do interior, unida á acidentada disposição do seu relevo, limita esta influência, favorecendo um território de clara continentalidade e de relativo isolamente face à penetração oceânica. Continente em miniatura, a sua união com a Europa realiza-se através da cadeia montanhosa dos Pirenéus ao longo de 440 quilómetros, com uma altitude de cerca de 2.000 metros. No interior, existem mais de 400 espaços naturais protegidos, que preservam os principais ecossistemas peninsulares e insulares. Espanha tem uma altitude média de 600 metros, muito superior à média europeia. Quase metade da sua superfície tem uma altitude que varia entre os 600 e os 1.200 metros, com as principais cordilheiras situadas perto das costas.

A MONTANHA A montanhas encontram-se nos Pirenéus (norte) e em Serra Nevada (Sul), que alberga o pico mais alto da Península (Mulhacén), com 3.482 metros. Nela proliferam os glaciares, lagos alpinos e uma deslumbrante flora e fauna. Visitar os Parques Nacionais e as reservas cinegéticas, praticar desportos de neve e aventura são alguns dos atractivos da alta montanha espanhola. Numerosas cordilheiras e serras entrecruzam-se no território peninsular, destacando-se a Cordilheira Cantábrica, com os Picos de Europa; a Central, com o maciço de Gredos; a Ibérica e as cordilheiras Béticas. Áreas protegidas e espaços naturais cheios de impressionantes conjuntos florestais e povoados por uma fauna selvagem (urso, lobo, tetraz, “cabra hispânica”) e uma flora endémica de um grande valor.

Huelva. Parque Nacional de Doñana

A MESETA A Meseta Central, que é o maior planalto europeu, tem representado, devido à sua posição central, um papel dominante ao longo da história. Trata-se de uma região essencialmente agrária, que ainda concentra os grandes cultivos tradicionais espanhois, como os cereais de inverno (trigo e cevada) a videira e a oliveira.

Ciudad Real. Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel

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A NATUREZA Situadas em frente às costas ocidentais africanas, as Ilhas Canárias com a sua natureza vulcânica e a sua flora plagada de espécies exclusivas similares a fósseis viventes, acolhe quatro dos treze parques nacionais e goza de um grande contraste entre praias, montanhas, territórios desérticos e frondosos vales. Desde as suas acessíveis costas, povoadas de praias de areia branca, até seus cumes nevados, Espanha reúne uma natureza surpreendente na qual as grandes zonas húmidas, as zonas desérticas, as planícies, as serranias e os vales fluviais colocam um elemento diferenciador de esplêndidos matizes.

A PAISAGEM Espanha é uma terra de contrastes com profundas diferenças quanto ao meio natural, o clima, a cultura e as formas de vida. Esta pluralidade manifesta-se também na paisagem, que aos olhos do viajante se transforma por vezes com uma rapidez inusitada.

A norte e a oeste da Meseta estende-se um vasto território montanhoso e litoral banhado pelas águas do mar Cantábrico e do oceano Atlântico. É a Espanha verde e húmida por excelência, com chuvas abundantes, temperaturas suaves e uma vegetação arvórea frondosa.

A Espanha verde No norte, quase como um prolongamento da campina francesa, a paisagem do país Vasco está à nossa espera, com suas pradarias sempre verdes, os seus caserios ponteando as colinas, as suas praias e seus portos pesqueiros que conservam o seu profundo sabor autóctone.

A REGIÃO MEDITERRÂNEA A Este, respaldada por serranias, abre-se a España Mediterránea, numa alternância de planícies arenosas e zonas alagadas (Mar Menor e Albufeira de Valencia) e íngremes falésias (Costa Brava, La Nao). A sua agricultura tradicional - trigo, videira, oliveira - complementa-se com modernos sistemas de rega que produzem hortaliças e frutos agrios, e coexiste com uma próspera indústria.

Huesca. Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido

O Sul participa também de fortes contrastes entre o litoral mediterrâneo en grande parte, com culturas próprias desta área e um complexo espaço montanhoso no qual abundam explorações pecuárias (bovina, suína, cavalar e de touros bravos).

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Em pleno mar Mediterrâneo, o conjunto das Ilhas Baleares reúne uma série de características próprias, com uma costa interessante e variada, uma fauna ornitológica importante e uma paisagem de grande beleza.

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A NATUREZA A cornija cantábrica participa também deste carácter, que, por vezes, adquire contrastes violentos e majestosos nos Picos de Europa, cadeia montanhosa que se estende através de Castela e Leão, Cantábria e as Astúrias, enquanto o litoral alberga elegantes cidades e harmoniosas praias em povoações com uma grande beleza natural. A Galiza, no extremo noroeste, possui toda a essência desta paisagem de litorais acidentados, colinas esmaltadas de arquitectura popular e rias por onde o mar penetra rumo ao interior e banha as suas cidades. Mar e montanha em perfeita irmandade, arquitectura popular de uma grande riqueza e diversidade, cidades litorais e um clima húmido que veste de verde o território, são as suas peculiaridades. O interior peninsular Ocupando toda a parte central da Península Ibérica, um planalto, a Meseta Central, vai dar lugar a mais uma das paisagens mais expressivas e diferenciadas. Na sua parte central, um alinhamento montanhoso separa duas unidades físicas e históricas bem definidas. Através de Castela, estruturada hoje nas comunidades de Castela e Leão, CastelaLa Mancha e La Rioja, esta vasta planície que é completada pelos campos da Extremadura, oferece-nos uma paisagem de horizontes abertos sobre campos de cereal, vales fluviais e povoações minúsculas, que albergam, ao pé das suas cidades, cheias de história, um importante património monumental e artístico. O litoral mediterrâneo Desde os Pirenéus até Andaluzia, a Espanha mediterrânea é uma alternância de planícies arenosas (Albufera valenciana, Mar Menor em Murcia) e abruptas falésias (Costa Brava), com uma paisagem que alterna um litoral íngreme e salpicado de calas (pequenas enseadas) com pequenas vilas de pescadores. Masías e vinhedos presidem a uma paisagem interior que, rumo ao sul, se pinta de cores em campos de amendoeiros, laranjeiras e limoeiros, enquanto se suaviza na costa, abrindo-se em praias de areia branca.

Astúrias. Rio Saliencia. Parque Natural de Somiedo

Quando a costa atinge a terra andaluza, através de campos de oliveiras e zonas alagadas, a paisagem veste-se de luminosidade e rende culto ao astro solar em municípios e praias de brancura deslumbrante. A montanha (Alpujarras, Serra Nevada) coloca aqui um impressionante contraponto, bem como as desérticas dunas de Almería, configurando paisagens de uma extrema variedade e beleza. Assomadas ao continente africano, Ceuta e Melilla são duas cidades cálidas e agradáveis. Os arquipélagos Também en pleno mar mediterrâneo encontramos as Ilhas Baleares, um dos principais destinos turísticos, devido

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tanto à sua riqueza cultural como paisagística. No oceano Atlântico, as Ilhas Canárias, com o seu espectacular meio vulcânico e o seu desenvolvimento turístico, oferecem uma paisagem autóctone de uma grande expressividade. Ao longo e ao largo de Espanha, a arquitectura popular apresenta-se com morfologia diversa e peculiar no caserío, no hórreo (celeiro), na masia, na casona, no cortijo, no paço, na barraca e noutras tantas formas autóctones, que constituem um elemento definitório e diferenciador da nossa paisagem.


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OS PARQUES NACIONAIS E spanha conta com um rico património de parques nacionais, com o objectivo de albergar espaços representativos dos diversos sistemas naturais cuja conservação se considera de interesse para o país. O Parque Nacional marítimo-terrestre das Ilhas Atlânticas da Galiza nos seus 1.200 hectares terrestres e aproximadamente 7.200 marítimos inclui os arquipélagos das ilhas Cies, Ons e Onza, Sálvora, Cortegada, Malveires e outras ilhas próximas. Nele destacam-se, meio terrestre, as praias, dunas e os biótopos e, rochosos de falésias e de blocos e, quanto à fauna, a maior colónia de criação de corvomarinho-de-crista. No meio marinho, destaca-se a abundância de espécies de algas que servem de suporte à rica comunidade de invertebrados. Localizados em sistemas montanhosos do norte peninsular, encontram-se o Parque Nacional dos Picos de Europa, con mais de 64.000 hectares distribuídos entre as Comunidades Autónomas das Astúrias, Cantábria e Castela e Leão, com suas florestas de faias, carvalhos e bétolas, e a camurça como animal mais representativo; o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, com uma área de 15.608 hectares pertencentes à Comunidade Autónoma de Aragão, bem no coração da cordilheira pirenaica, que incluem o circo de Pineta com seus glaciares pendurados e os profundos canhões cársicos de Añisclo e Escuais, para além de uma ampla amostra da fauna

Lanzarote (Ilhas Canárias). Parque Nacional de Timanfaya

pirenaica. O Parque Nacional de Aigües Tortes e Estany de Sant Maurici, no Pirenéu catalão, com perto de 10.000 hectares recolhe uma magnífica sínteses do que é a cordilheira pirenaica na sua parte central mais continental. Suas águas tortuosas, seus lagos e seus riscos povoados de abetos. Em La Mancha abundam as lagoas endorreicas, mais ou menos permanentes, e as zonas alagadas estacionais devido ao complexo mecanismo hidrológico que combina seus aquíferos com seus rios Guadiana, Cigüela, Záncara e

Leão. Vale de Valdeón. Parque Nacional dos Picos de Europa

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Riansares. O Parque Nacional de Las Tablas de Daimiel, com 2.000 hectares, acolhe uma ingente quantidade de aves aquáticas pela sua importância como refúgio, lugar de nidificação e escala nas migrações. O Parque Nacional de Cabañeros, localizado também na Comunidade Autónoma de Castela La Mancha, abrange um total de 40.000 hectares e é formado por um conjunto de serras paleozóicas alternando com extensas planícies ou superfícies de raña.


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OS PARQUES NACIONAIS mais protegido de Espanha. Localizadas na região biogeográfica chamada Macaronésia, de origem vulcânica, têm em Tenerife a maior e mais importante delas, o mítico e assombroso Teide, ponto de máxima altura com 3.717 metros. Este é o centro do Parque Nacional del Teide, com 13.571 hectares de extensão, de grande variação em altura que propicia toda uma gama de microclimas e vegetação, que o torna um paraíso da flora e fauna endémicas como a violeta, a erva pajonera e o peneireiro-vulgar, o Picançobarreteiro e o lagarto tizón (lagarto das Ilhas Canárias).

Lleida. Parque Nacional de Aigües Tortes e Estany de Sant Maurici

Situado na província de Cáceres, o Parque Nacional de Monfragüe com seus 18.100 hectares, representa um dos lugares mais extensos e característicos de floresta e mato mediterrâneo. Sulcado pelos rios Tejo e Tiétar, acolhe uma importante variedade de biótipos. No Sul, o Parque Nacional de Doñana, Tenerife (Ilhas Canárias). Parque Nacional do Teide

declarado património da Humanidade pela UNESCO, é o mais destacado dos nossos espaços naturais e um dos mais importantes do continente. Com mais de 50.000 hectares e uma extensa zona de protecção vizinha, inclui um complexo sistema hidrológico de arroios, canhos e zonas alagadas nas margem do Guadalquivir, bem como a foz deste rio e uma zona de litoral de 30 quilómetros. Praias, dunas móveis, mato e monte acolhem uma multidão de espécies de aves anátidas e de rapina; constituindo também o último reduto de espécies em vias de extinção como o lince, o caimão, a águia imperial ou o galeirão comum. Nas províncias de Granada e Almería encontra-se o Parque Nacional de Sierra Nevada, com uma extensão de 86.000 hectares, que conjuga recursos naturais da alta montanha com formações vegetais do clima mediterrâneo, estando presentes o deserto frio de altura, a estepe subalpina, as florestas de coníferas e outros tipos de vegetação. Nas Ilhas Baleares, o pequeno arquipélago de Cabrera é uma dessas centenas de mínimos mundos insulares que dão vida e beleza ao mar Mediterrâneo. Aí se encontra o Parque Nacional marítimo-terrestre do Arquipélago de Cabrera, com uma área de 8.703 hectares de calcários mediterrâneo, com vegetação baixa e um grande valor ecológico relacionado com a importâncioa da sua ornitofauna (pardelas, corvos-marinhos, gaivotas, aves de rapina). As ilhas Canárias são o espaço natural

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O Parque Nacional de Caldera de Taburiente situado na ilha de La Palma, desvenda no seu interior as rochas mais antigas do arquipélago (Complexo Basal) e representa o milagre da água. Conserva as melhores amostras do ecossistema do pinheiro canário e uma grande quantidade de endemismos vegetais bem como uma fauna rica em aves autóctones. A sua extensão é de 4.690 hectares. Na ilha de Lanzarote, o Parque Nacional de Timanfaya com uma área de 5.1907 hectares, é a montanha de fogo que, com mais de trezentas cráteras nascidas durante as diversas etapas vulcânicas, da testemunho da natureza vulcânica das ilhas. Muito popular pela sua riqueza cromática, seus “ilhotes” vegetais e alguns exemplares da sua fauna como o lagarto de haría (lagarto atlântico), o abutre do Egipto ou a pardela. O Parque Nacional de Garajonay, na ilha de La Gomera, abrange uma área de 2.984 hectares, ostentando o título de Património da Humanidade otorgado pela UNESCO. Constitui uma valiosíssima representação da laurisilva, formação que há milhões de anos constituía a vegetação da várzea mediterrânica e do norte de África, dando lugar também a uma fauna ligada à floresta como as pombas endémicas da zona (pomba-de-rabobranco, pombo-torcaz de Bolle) e os insectos. A visita aos Parques Nacionais depende do cumprimento de requisitos sobre os quais se pode obter informação nos postos de turismo.


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SOL E PRAIA C om mais de 7.000 quilómetros de comprimento, o litoral espanhol apresenta um conjunto costeiro singular, banhado pelas águas do mar Mediterrâneo (no leste e no sul), o mar Cantábrico (no norte) e o oceano Atlântico (pelo oeste e pelo sul). Com mais de trezentos dias de sol por ano e uma climatologia amena, entre os 18 e os 30 graus centígrados, suas praias banhadas pelo sol recebem a cada ano milhões de turistas de todos os países do mundo. O Mediterrâneo, “o mar nosso”, oferece, na Costa Brava, uma paisagem com uma grande personalidade, com um litoral íngreme salpicado de calas (pequenas enseadas) de uma grande beleza e lindas praias. Marbella (Málaga). Praia

Rumo ao sul, ao longo de uma costa que recebe nomes tão expressivos como Dourada, Azahar, de Valencia, Blanca ou Cálida, é um mar calmo que banha praias de areia dourada en cujas proximidades se localizam cidades e complexos turísticos de grande importância. Na Andaluzia, as costas de Almería, Tropical e a Costa do Sol, são tambén três dos destinos favoritos do turismo de sol e praia. Marbella, como capital do litoral malaguenho, recebe uma espectacular afluência de visitantes, atraídos pelas suas praias, o lazer, as compras e presença de personalidades famosas de todo o mundo. O estreito de Gibraltar, em frente da costa africana, une o mar mediterrâneo com o oceano Atlântico, cuja costa andaluza tem uma grande personalidade em Cádiz e Huelva, formando a Costa

Benidorm (Alicante). Praia de Levante

da Luz, até Ayamonte, junto à fronteira portuguesa. O mesmo oceano Atlântico banha, no noroeste, as costas da Galiza, formando uma paisagem espectacular de litorais acidentados, pequenas praias e rias, onde o mar penetra no interior em paisagens de uma enorme beleza. Toda a costa galega, com um clima mais húmido e menos cálido, é muito solicitada como destino de férias nos meses de verão. O mar Cantábrico, que banha as costas do norte de Espanha, dá lugar com os seus cumes montanhosos a outra das paisagens mais belas e espectaculares do litoral espanhol. As suas elegantes cidades de sabor marítimo, como Gijón, Santander e Donostia-San Sebastián, suas praias localizadas em lugares de grande beleza, sua arquitectura popular e um clima húmido que pinta de um verde eterno o horizonte, transformam esta zona que se estende através do País Vasco, Cantábria, as Astúrias e a Galiza numa outra das zonas mais desenvolvidas no turismo de sol e praia para os meses de verão. No coração do mar Mediterrâneo, o arquipélago das Ilhas Baleares reúne uma série de características próprias de uma grande personalidade. Falésias e pequenas calas, espaços protegidos e praias nas quais se pode desfrutar o sol com total liberdade, dão corpo a estas

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ilhas que têm, por sua vez, importantes atractivos complementários de lazer e diversão. Situadas frente às costas ocidentais africanas, a mais de 1.000 quilómetros da Península Ibérica, as Ilhas Canárias são, pela sua natureza vulcânica, seu excepcional clima durante todo o ano e suas espectaculares praias, um destino apropriado para desfrutar dos atractivos do mar em qualquer época do ano. O Puerto de la Cruz e as praias do sul de Tenerife; as praias do Inglês e Maspalomas, em Gran Canária; Puerto del Cármen, em Lanzarote e Corralejo em Fuerteventura, são alguns dos lugares que recebem maior afluência de turistas. Calella de Palafrugell (Girona)


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SINAIS CONVENCIONAIS Capital da nação Capital de região autónoma Capital de provincia Outras povoações Limite nacional Limite de região autónoma Combóio de Alta Velocidade

ESCALA 1/3.600.000

Autoestrada com portagem Autoestrada livre e via rápida Rede do Estado (RIGE) Estrada regional 1ª ordem Estrada regional 2ª ordem Estrada local Património da Humanidade Parque Nnacional Aeroporto Parador Pensão


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A ARTE E spanha encontra-se integrada por um conjunto de culturas pertencentes a civilizações que, ao longo dos séculos, foram povoando a terra ibérica. O legado histórico nutre-se da variedade desse mosaico, da sua riqueza de matizes e da fusão entre as suas contribuções. As grandes correntes da cultura e da arte tiveram também na nossa terra a expressão de um talento criador próprio e de um grande relevo universal. As origens. A cova de Altamira (Cantábria) e suas pinturas rupestres, de há cerca de 15.000 anos, é a mais

Córdoba. Palácio Medina Azahara

destacada de um conjunto arqueológico muito abundante em sítios arqueológicos e covas. Torres, altares e câmaras funerárias da idade do bronze conservam-se em Menorca, e em lugares de Castela e Levante encontramos os primeiros exemplos da arte ibérica da Idade do Ferro (Toros de Guisando, Dama de Elche). Os Fenícios, chegados através do Mediterrâneo, criaram colónias e deixaram vestígios da sua cultura na costa andaluza (Adra, Cádiz), na levantina (Cartagena) e em Ibiza. Os gregos fundaram as suas colónias em pontos do Levante (Ampuries, Roses) mas é a conquista romana da Península, em 218 a.C., que marca a contribução civilizacional mais significativa. A romanização é tão profunda que Espanha contribuirá com imperadores, intelectuais e militares, recebendo um legado de grandes infraestruturas e obras civís (estradas, minas, canteiras, aquedutos e pontes), bem como a criação de numerosas cidades (Tarragona, Barcelona, Mérida) que ainda conservam o seu legado (termas, banhos, teatros e circos) e ruínas de muitas outras em Córdoba, Cuenca, Soria, Sevilha e Málaga. Os museus de Mérida e Tarragona são fundamentais pela riqueza do seu acervo.

judiarias, banhos rituais e sinagogas (Tránsito e Santa María la Blanca em Toledo, e a de Córdoba) são vestigios destacados da sua marca. A cultura cristã dará lugar ao aparecimento da arte românica no rasto do Caminho de Santiago (San Martín de Frómista, San Isidoro de León, Catedral de Santiago) e à sua posterior evolução à sombra de influências bizantinas (Zamora) e francesas (Catalunha). Castelos e mosteiros são expressão de uma época que atingirá na era das catedrais a sua maior glória estética. Os séculos XIII e XIV assinalam a preeminência do gótico, que tem em Burgos, Toledo, Leão, Palma e Girona os exemplos de maior destaque nas suas edificações religiosas. Ao chegar ao século XV, o gótico florido deixa-nos obras tão importantes como a Catedral de Sevilha, os hospitais reais de Santiago, Granada e Toledo, o mosteiro de San Juan de los Reyes (Toledo) e o Palácio do Infantado (Guadalajara). A arte islâmica alcançara no século X, durante o período califal, o seu maior esplendor. A mesquita de Córdoba e a cidade palatina de Medina Azahara, nas suas proximidades, são as suas obras mais representativas.

As invasões dos povos do norte, que acabaram com o Império Romano, criaram em Espanha uma fecunda cultura, a visigóda, que teve em Toledo a sua capital e o seu principal foco de irradiação. O Medievo: crisol de culturas. A penetração árabe no ano 711 e a sua presença durante oito séculos, criam uma civilização cheia de esplendor, que constitui um elo formidável entre Oriente e Ocidente. O vestigio do islão é tão profundo que impregna o próprio estilo cristão e forma dois estilos próprios: o moçárabe, das minorias cristãs, e o mudéjar, das minorias árabes. A comunidade judia, terceira cultura no crisol das terras de Espanha durante vários séculos está próxima também nas suas expressões das formas artísticas islâmicas. Suas

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Gijón (Astúrias). Obra de Chillida


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A ARTE

Santillana del Mar (Cantábria) Covas de Altamira

Do período das taifas (século XI) são a alcáçova de Málaga e a Aljafería de Zaragoza e do almóada posterior a Giralda e a Torre do Ouro em Sevilha. A arte nazarí, no pequeno reino de Granada, deixaria nos séculos XIV e XV mostras belíssimas do seu gosto ornamental, que tem como cúlmem o complexo de La Alhambra de Granada e os jardins do Generalife. Os Descobrimentos e o Século de Ouro. O descobrimento de América (Arquivo de Índias de Sevilha) e a renascença humanista que inspira um estilo, o plateresco, baseado nas formas clássicas, deixam no século XVI mostras esplêndidas, como a fachada da Universidade de Salamanca, a catedral e o palácio de Carlos V em Granada e, no austero estilo herreriano, o mosteiro de San Lorenzo del Escorial. Pintores como Morales e El Greco e escultores como Berruguete serão precursores do conhecido como Século de Ouro espanhol (Século XVII), pela contribuição universal dos seus escultores de imagens (Gregorio Hernández, Martínez Montañés, Francisco Salzillo) e seus pintores (Diego Velázquez, Zurbarán, Ribera, Murillo). A exaltação barroca teve a sua projecção, através da arte colonial na América (México,

Cuzco, Lima, La Habana), deixando em Espanha obras de uma singular beleza como os palácios reais de La Granja, Aranjuez ou Madrid.

– Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía. – Museu da Real Academia de Belas Artes de São Fernando.

As portas da modernidade. A volta ao neoclacissismo deixa-nos obras como o Museu do Prado em Madrid e marcará o aparecimento genial do pintor Francisco de Goya, autêntico precursor da pintura contemporânea. O eclectismo de estilos do século XIX encontra fôlego no romantismo para os temas históricos e de costumes (Benlliure, Sorolla) e o aparecimento do modernismo nos últimos anos do século representa uma renovação genial pela mão do catalão Antonio Gaudí (Sagrada Família e Parque Güell em Barcelona).

Barcelona: – Museu Nacional de Arte de Catalunha. – Museu da Fundação Joan Miró. – Museu Picasso. – Museu de Arte Contemporânea.

As vanguardas artísticas do nosso século encontram no pintor malaguenho Pablo Ruiz Picasso um génio universal, enquantro Salvador Dalí e Joan Miró serão figuras fundamentais no surrealismo e na abstracção. A contribuição espanhola para a arte nas últimas décadas chega pela mão de figuras destacadas na arquitectura (Sert, Bofill, Calatrava), pintura e escultura (Tápies, Antonio López, Barceló, Chillida) que se manifestam em obras com uma grande personalidade individual.

Outros museus – Museu Arqueológico Nacional. Madrid. – Museu Nacional de Escultura. Valladolid. – Museu de Belas Artes. Sevilha. – Museu de Belas Artes. Valencia. – Cidade das Artes e das Ciências de Valencia. – Museu Nacional de Arte Romana. Mérida (Badajoz). – Museu Guggenheim. Bilbao. – Museu de Arte Abstracta. Cuenca. – Teatro Museu dalí. Figueres (Girona) – Museu Picasso. Málaga. Madrid. Museu do Prado. Goya: “A vendima”

MUSEUS Madrid: – Museu Nacional do Prado. – Museu Colecção ThyssenBornemisza.

San Vicente de la Sonsierra (La Rioja). Igreja Santa María de la Piscina

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Figueres (Girona). Teatro Museu Dalí


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AS CIDADES A diversidade e o contraste que configuram o carácter de Espanha manifestam-se também nas suas cidades. Celtas, iberos, fenícios e, mais tarde, a civilização greco-romana, colocam os primeiros marcos de núcleos urbanos que seguem conservando ainda os vestígios da sua passagem temporal. As culturas árabe, judia e cristã, em si mesmas e nas suas mútuas influências, dão origem, durante a Idade Média, ao nascimento de cidades que albergam um riquíssimo património histórico-artístico. À tradição é preciso acrescentar também a modernidade. Modernidade que já algum dos nossos monarcas, como Carlos III, souberam aplicar na sua época para embelezar centros urbanos, como o de Madrid, com belos parques e emblemáticos monumentos que renovaram o seu carácter. Renovação que se torna palpável mais tarde nos planos de ampliação e novos traçados urbanísticos das grandes urbes e na construção de airosos edifícios que, em sintonia com a evolução do gosto arquitectónico, vão conformando a identidade das nossas cidades ao longo dos dois últimos séculos. Esse contraste manifesta-se também no próprio latejar de cada cidade, que harmoniza paisagem, climatologia e vida cotidiana, para nos oferecer o seu carácter e peculiaridade. Numas descobrimos o testemunho de uma história gloriosa e um património monumental; noutras, a beleza de uma luz e uma cor exultantes ou o mistério de uma bruma e um horizonte sempre verde. Cosmopolitas ou provincianas, ancoradas no tempo ou em pleno desenvolvimento, são fascinantes pelo vasto leque de alternativas e sugestões que oferecem a quem as visita e goze da sua afável hospitalidade.

Ávila. Vista parcial

palácios, parques e avenidas como marcas de identidade da cidade moderna. Emblemática na arte pelos seus museus, goza de uma merecida fama de cidade aberta, na qual todos encontram lugar e são acolhidos, pois nela convivem as tendências e atitudes mais díspares. Barcelona é a grande urbe mediterrânea, mas ao mesmo tempo aberta a todas as influências culturais de além dos Pirenéus. O seu porto marítimo e o seu comércio fomentaram a sua prosperidade durante séculos, ao mesmo tempo que o seu urbanismo ordenado e simétrico oferece-nos bairros de grande beleza, como o gótico, a zona das Ramblas e o modernista Paseo de Gracia. Sede olímpica em 1992, Barcelona renovou a sua fisionomia para ser hoje uma cidade elegante e harmónica, e propícia a desfrutar dos prazeres mais requintados.

Barcelona. Sagrada Família

AS GRANDES URBES As duas grandes urbes que são Madrid e Barcelona oferecem também testemunho desta diversidade. Madrid é aberta e entranhável. Buliçosa e popular, seu centro histórico é um entramado labiríntico de simples harmonia, em torno do qual encontramos belos

Madrid. Porta de Alcalá

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AS CIDADES CIDADES PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE Irmanadas pelo reconhecimento universal que a UNESCO fez relativamente aos seus atractivos naturais, paisagísticos e monumentais, o Grupo de Cidades Património da Humanidade de Espanha é o mais importante do mundo num só país, estando constituido por treze núcleos monumentais de outras tantas cidades. Todas elas mantiveram viva a paisagem natural que as rodeia e, ao mesmo tempo, junto a um património monumental impressionante, a riqueza de uma arquitectura popular e de uma forma de ver a vida na qual se sente todo o seu devenir histórico. Da bruma galaica e a oferenda peregrina ao apóstolo em Santiago de Compostela até Córdoba, a capital dos omeias que fora ornato do mundo, que tem na sua mesquita e nos seus bairros, como os da judiaria e San Lorenzo, um património monumental extraordinário, ao qual se une a essência popular andaluza nas suas ruazinhas e jardins, passando pela douta e renascentista Salamanca, a amuralhada e mística Ávila, em que ainda se pressentem os passos andarilhos de Teresa de Jesús e a Segóvia romana e comunera, com os seus palácios brasonados pela nobreza castelhana. Junto a elas, Cuenca, que guarda esse prodígio natural do seu encantamento entre a foz de cada um dos seus dois rios e a sua heterodoxia mágica, enquanto Cáceres é um deslumbramento em todas e cada uma das ruas do seu centro histórico, tão

esplêndido como bem conservado. Toledo, a capital medieval de Espanha, ergue-se junto ao rio Tejo como um colorido casario, no qual se descobrem a história e a perfeição de dez séculos. Perto de Toledo, encontra-se Alcalá de Henares, sede de uma das mais gloriosas universidades espanholas e berço de Miguel de Cervantes. Na Espanha insular, dois lugares turísticos de renome mundial, Ibiza (Baleares), fundada pelos cartagineses, albergando as suas muralhas um belo centro histórico de ruas labirínticas, e San Cristóbal de La Laguna (Canárias), cujo centro histórico conserva uma concepção urbanística aberta e um património artístico senhorial que serviu de exemplo para as colónias do Novo Mundo.

Valencia. Praça do Ayuntamiento

De recente incorporação ao Grupo, Mérida e Tarragona, com os deus vestígios romanos bem conservados oferecem-nos imagens com uma grande beleza difícil de igualar. São inúmeras as rotas que nos conduzem pelo caminho universal da arte (românica, gótica, renascentista e barroca) e os vestígios vivos da nossa história.

CIDADES DO LITORAL Junto a estas cidades, encontramos outras, viradas para o mar o que nele reflectem a sua beleza. Cidades do litoral, elegantes e cheias de encanto, como a nortenha Santander, localizada numa baía que a enquadra numa das panorâmicas mais belas, com suas praias compridas e seus românticos passeios; Donostia-San Sebastián, sedutora e aristocrática, que se estende até ao mar através dos seus montes protectores e guarda no seu centro histórico todo o fervor festivo e popular Zaragoza. Basílica do Pilar e rio Ebro

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A Corunha. Avenida de la Marina

que a tornam única e A Coruña, o jardim atlântico de miradouros brancos, bairros elegantes e buliçosa e próspera actividade económica. Cidades marítimas que no Mediterrâneo são pérolas de luz que explode em mil cores e espaços diferentes, nos quais a prosperidade do seu desnvolvimento industrial e turístico se contrapõe ao quadro flagrante e belo de uma natureza privilegiada. Valencia é o protótipo da grande cidade mediterrânea, feraz, luminosa, vividora. Ao pé do monumental, vive o popular e a sua prosperidade tem na festa a sua manifestação mais expressiva. Alicante, capital da Costa Blanca, que é um dos núcleos mais importantes da Espanha do turismo de sol e praia, é uma bela cidade que conserva o seu atractivo de vida sossegada e funcional, enquanto Palma, a capital das ilhas Baleares, harmoniza um centro histórico rico em vestígios árabes e arte gótica com a sua marina e a sua vocação turística.

Melilla. Vista parcial


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AS CIDADES No sul, Málaga é também centro de outro importante núcleo turístico como é a Costa do Sol. Alegre e luminosa, a cidade conserva sua pujança comercial e desfruta de clima bonançoso e a beleza da baía na qual assenta. Melilla e Ceuta, do outro lado do estreito de Gibraltar, conservam a sua mestiçagem de culturas e religiões dentro do seu recinto de muralhas, enquanto que Cádiz, festiva e com características que recordam as Antilhas, mira o Atlântico desde a sua baía com o eclecticismo de estilos arquitectónicos e formas de vida que lhe são própias. Atlânticas são também Santa Cruz de Tenerife, Las Palmas de Gran Canaria e San Sebastián de La Gomera, as quais, integrando o conjunto das Ilhas Canárias, compartilham história e modernidade nos seus conjuntos urbanos. Ibiza (Ilhas Baleares). A Catedral vista do porto

Ceuta. Vista marítima

Granada. Vista de La Alhambra

CIDADES DO INTERIOR Situadas ao pé de grandes rios como o Ebro e o Guadalquivir, Zaragoza e Sevilha são duas grandes cidades tanto pelo seu assentamente territorial e a sua riqueza como pelos seus atractivos monumentais. Situada estrategicamente, Zaragoza é a capital de Aragão e tem junto à basílica do Pilar um conjunto de belos vestígios mudéjares, enquanto que Sevilha, a capital andaluza, é uma cidade cheia de cor e elegância, com a sua emblemática Giralda e suas renomadas festas religiosas (Semana Santa) e profanas (Feira de Abril) que a tornam famosa em todo o mundo. Muitas outras cidades dão notícia da sua história e das diversas regiões da península. De norte a sul, mencionamos Bilbao, importante sede industrial e cidade pujante na recuperação de espaços urbanos e na arte (Museu Guggenheim); Pamplona, a capital navarra que, ao encanto dos seus bairros de origem medieval, une a universalidade dos seus recintos taurinos durante as festas de San Fermín; Oviedo, a capital das Astúrias, que realizou uma perfeita reabilitação e restauração do seu centro histórico; Logroño, capital de La Rioja, famosa pelas suas delícias gastronómicas e os seus vinhos; Leão, capital do que foi o

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Murcia. Catedral

reino castelhano-leonês, espectacular catedral gótica e seus templos românicos e renascentistas; Valladolid, culta e pujante nas margens do rio Pisuerga; Burgos, tão rica em história de Castela como bela pela sua catedral ou pelos seus mosteiros. Cidade de hortas situada no Levante, Murcia, tem o atractivo do barroco setecentista e da sua prosperidade mediterrânea, enquanto que Granada, aos pés da Serra Nevada e rodeada de uma várzea prodígio de fertilidade, deixa-nos eflúvios por excelência da cultura muçulmana no palácio de La Alhambra e nos jardins do Generalife. O latejar do tempo e a obra dos homens impregnou as cidades de Espanha de tanta beleza e personalidade, que é necessário percorrê-las a pé e com cuidado para descobrir em cada recanto e horizonte toda a magia e o encanto que possuem, na sua infinita variedade de perfís e contrastes.


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AS GRANDES ROTAS DE VIAGENS O CAMINHO DE SANTIAGO “Só é peregrino aquele que vai ou vem da casa de Santiago”. Dante Alighieri A rede de caminhos jacobeus que conduzem a Santiago de Compostela, ratificada como Primeiro Itinerário Cultural Europeu pela sua função divulgadora das manifestações culturais e criadora de uma identidade comum entre os povos da Europa, é sem dúvida a primeira grande rota que conduz por terras de Espanha a viajantes de todo o mundo. Desde há mais de oito séculos, o culto ao Apóstolo Santiago tem como consequência um fluxo interminável de peregrinos que se torna mais intenso nos anos do Jubileu e que costuma ter um fundamento espiritual, para além das ricas vivências que proporcionam uma rota na qual se destaca a grande variedade cultural das regiões e comarcas que se percorrem, a hospitalidade das suas gentes e o variado corolário de impressões pessoais sobre a paisagem, as experiências e as anécdotas vividas durante o caminho.

Leão. Colegiada de São Isidoro

Santiago de Compostela (A Corunha). Catedral, fachada do Obradoiro

A rota terrestre por excelência, que é, por sua vez, a mais conhecida e melhor acondicionada, é a conhecida como “camino francés”. Entra em Espanha por Somport ou OrreagaRoncesvalles nos Pirenéus e unifica-se

depois em Puente la Reina. Por terras de Navarra e La Rioja, encontramos marcos tão destacados como San Millán de la Cogolla e Santo Domingo de la Calzada, para alcanzar depois Burgos, com a sua monumental Catedral gótica e o Mosteiro de Las Huelgas. Mais tarde, perde-se pelos campos de Palencia, com seus belíssimos vestígios românicos (Frómista, Villacázar de Sirga, Carrión de los Condes) para chegar em Sahagún e San Pedro de Dueñas e penetrar em Leão, com a sua Catedral engalanada de majestosos vitrais e São Isidoro e São Marcos como marcos esplêndidos do românico e do plateresco.

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De aí, por Astorga e as terras do Bierzo, entra na Galiza por O Cebreiro, que alberga o templo de Santa María la Real, em torno do qual se celebra a concorrida romaria do milagre. O caminho leva-nos até Santiago através de belas abadias (San Xulián de Samos, Vilar de Donas, Sobrado dos Monxes), templos pré-românicos e românicos de (San Antolín de Yoques, San Pedro de Mélide, Santiago de Barbadelo) e antigas albergarias de peregrinos (Palas de Rei, Leboreiro, Castañeda) até alcançar Lavacolla e o Monte do Gozo, nas proximidades da cidade, para realizar a pé o último trecho e postrar-se perante as relíquias do Santo no recinto da catedral. A cidade do Apóstolo está cheia de monumentos, e percorrer as suas ruas, praças e recantos é o melhor atractivo antes de degustar a excelente cozinha galega e adquirir algum objecto da sua afamada ouriversaria ou artesanato, como lembrança da estadia. As festividades maiores são os dias 24 e 25 de Julho, em honra de Santiago. Outra rota interessante é o Caminho do Norte, que percorre o País Vasco, Cantábria e as Astúrias, com monumentos de grande interesse.


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AS GRANDES ROTAS DE VIAGENS Gijón (Astúrias). Marina

A ROTA VIA DA PRATA A Rota Via da Prata, de origem romana, é uma via comercial, mineira, transumante e militar, que se estende de Gijón até Sevilha.

Concebida desde a antigüidade como uma Via Lata ou Via Larga, que unia longitudinalmente de norte a sul as regiões do oeste peninsular, a Rota da Via da Prata adquiriu importância com as cañadas, caminhos que a Mesta utilizava para deslocar os rebanhos transumantes. Base de intercâmbios comerciais e culturais que teve nova pujança com o aparecimento dos caminhos de ferro e que hoje é um atractivo percurso turístico, tanto no seu traçado coincidente com a estrada N-630 e com a A-66, como nos ramais ou desvios, permitindo desfrutar de paisagens de uma extraordinária beleza e efectuar um esplêndido percurso pelo património monumental que se encontra ao longo do trajecto, em povoações e cidades. De Sul a Norte, a rota se inicia em Sevilha, a cidade andaluza por excelência, a antiga Hispalis que através do seu sincretismo de culturas e uma privilegiada situação geográfica é uma das cidades mais belas de Espanha, na qual destaca a sua Catedral, com a sua torre ou famosa Giralda, a Lonja (lota), sede do Arquivo de Índias, e os Reales Alcázares, para além dos seus bairros como o de Santa Cruz, o famoso Parque Maria Luisa e a ilha da Cartuja, sede da Exposição Universal de 1992.

Sevilha. Vista de Itálica

Daí, passando pelas ruínas de Itálica, antiga cidade da Bética romana, a rota nos leva através de Zafra e Almendralejo até Mérida, a chamada Roma Hispánica, nas margens do rio Guadiana, que tem no Teatro, no Anfiteatro e no Museu Romano, situados no coração arqueológico da cidade, seus monumentos mais significativos. Continuamos rumo a Cáceres, cidade amuralhada que tem um esplêndido bairro monumental dos séculos XV a XVII de serena beleza estilística. Na província de Cáceres, Plasencia, com a sua belíssima Catedral e seu bairro medieval, é um marco mais no caminho, bem como a judiaria de Hervás, que nos leva à castelhana

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Béjar que possui um importante património histórico no seu palácio Ducal e nas suas igrejas do século XVI. A nossa rota nos conduz até Salamanca, berço de uma das grandes universidades europeias, que tem no seu centro histórico uma das jóias artísticas mais destacadas de Espanha sendo a Praça Mayor, a Catedral, a Casa das Conchas e a Universidade locais de visita obrigatória. Sempre rumo ao Norte chegamos em Zamora, o viajante ficará deslumbrado novamente com o património arquitectónico da cidade, nomeadamente pela profusão de templos românicos e pelos seus palácios medievais. Através de campos de cereal e lagunas chega-se a Benavente e daí toma-se rumo a Astorga, a capital de La Maragatería, que tem uma bela Catedral e um Palácio Episcopal, desenhado por Gaudí. Leão, a capital do antigo reino do mesmo nome, possui três grandes edificações: São Isidoro, protótipo do românico; São Marcos, antigo hospital de peregrinos e actualmente acondicionado como Parador de Turismo, e a sua Catedral, jóia universal do gótico, para além dos seus bairros populares e suas tradições culinárias. Campomanes e Pola de Lena são os primeiros municípios asturianos, que nos conduzem até Mieres e Oviedo, capital das Astúrias, que goza de um belo centro histórico no qual se destaca a Catedral. O ponto final deste longo percurso é Gijón, com seus bairros típicos, seus museus e a sua vinculação com o mar, que o tornam um lugar de grande valor turístico. A Rota da Via da Prata, através dos seus 800 quilómetros de percurso, é um itinerário paisagístico, cultural, gastronómico e humano tão rico em contrastes e matizes como importante no seu legado histórico.


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AS GRANDES ROTAS DE VIAGENS Puerto Lápice (Ciudad Real). Venda de Dom Quixote

A ROTA DE DOM QUIXOTE A Rota de Dom Quixote é, sem dúvida, o mais universal dos caminhos literários da nossa terra. Dom Quixote de La Mancha, a imortal obra de Cervantes, gerou uma deliciosa rota turística por terras de La Mancha, semeada de moinhos de vento e castelos das Órdens Militares medievais, que nos proporciona a possibiladade de degustar os seus produtos gastronómicos.

Inúmeras são as rotas que o viajante pode encontrar em Espanha para satisfazer seus

Saindo de Madrid pela estrada A-42 rumo a Toledo, tomaremos o desvio no quilómetro 35 até chegar a Esquivias para visitar ali a casa e o museu cervantinos. Voltaremos à estrada que nos conduzirá até Toledo, antiga capital na Idade Média e belíssima cidade monumental na qual a catedral, as suas igrejas e palácios, as sinagogas e mesquitas são visita obrigatória. Dali, a N-401 nos conduzirá até Ciudad Real e pela CM412, até Almagro, que goza de uma bela Praça Maior, igrejas e conventos notáveis, para além do Corral de Comédias melhor conservado de Espanha. Saíndo ao encontro da N-420 chegamos em Puerto Lápice, marco importante na obra cervantina, para continuar por esta mesma estrada até Herencia, Alcázar de San Juan, Campo de Criptana, El Toboso, Mota del Cuervo e Belmonte, povoações todas elas situadas no coração de La Mancha,

gostos e apetências. A fusão de culturas e civilizações o levará por algumas como a de Al-Andalus, a de Sefarad e a dos Castelos, onde poderá encontrar os sinais vivos da sua história. As do Vinho, da Arte terras de vendas e moinhos pelas que o fidalgo cavaleiro viveu suas aventuras. A mesma rota aproxima-nos de Cuenca, a cidade encantada, verdadeiro prodígio da natureza e da cultura, cujo centro histórico é um dos mais espectaculares de Espanha. Não morrem aqui os caminhos da aventura de ficção do cavaleiro Dom Quixote, senão que continúam por terras de Molina de Aragón até Zaragoza e Barcelona, em cuja geografia sitúam-se também algumas das andanças do Quixote.

em cada um dos estilos, as da Arquitectura Popular, as Gastronómicas e da Natureza entre outras muitas, encontram-se ampliamente popularizadas e delas podem-se obter informações pontuais em guias e folhetos de informação turística. Toledo. Vista geral

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A GASTRONOMIA U m dos maiores atractivos de Espanha é, sem dúvida, a cozinha, que é uma das melhores do mundo pela qualidade e variedade dos seus produtos. Não se pode falar com rigor de uma cozinha nacional, senão de múltiplas cozinhas regionais influídas a cada passo pela climatologia e as formas de vida autóctones. A cozinha espanhola distingue-se por utilizar tradicionalmente na preparação dos alimentos o azeite como gordura vegetal e a banha de porco como gordura animal, bem como pela grande variedade de frutas e legumes trazidas pela cultura árabe, e outros elementos como a batata e o tomate, chegados da América. Por outra parte, o grande desenvolvimento da cozinha espanhola nos últimos lustros deve-se também ao aparecimento de grandes profissionais que souberam reinterpretar os pratos e receitas tradicionais em consonância com o tempo actual, dotando à gastronomia espanhola de uma nova dimensão quanto à presença e sabores. A cozinha do norte O Norte é uma região húmida e chuvosa que oferece uma gastronomia muito rica e variada tanto em carnes como em peixes. O País Vasco, desenvolve uma cozinha da estação baseada nos fogões familiares, com pratos próprios como o marmitako (batatas com bonito) e o txangurro (santola). Madrid. Taberna

As Astúrias proporciona também uma cozinha similar, se bem com particularidades dignas de menção como a fabada (cozido feito com feijão e produtos do porco), o queijo e a sidra (vinho de maçã). Cantábria oferece-nos muita diversidade numa cozinha de mar e de montanha com produtos de maior qualidade, como a carne de vaca, a anchova e os derivados lácteos. Entre as particularidades da Galiza são dignos de menção o pote, as caldeiradas, o polvo os lácteos e a pastelaria. Variedade e riqueza são os termos que definem uma cozinha simples, opípara e natural que se nutre da excelência dos produtos da terra como a de Aragão, La Rioja ou Navarra. As frutas e legumes contam nos seus férteis vales com um

verdadeiro paraíso e os aspargos, pimentos, borragem, cardos, bem como os pêssegos e as pêras, gozam de merecida fama pela sua excelente qualidade. As batatas, os cogollos (alface) e as menestras de legumes (guisado de legumes) ou os legumes tenros (pochas) dão lugar a pratos que se complementam com as riquïsimas trutas dos rios das montanhas e suas carnes, elaboradas com os peculiares chilindrones e os confits, de influência francesa. Finalmente as sobremesas, o queijo ou os lácteos (coalhada), a fruta fresca, banhada em chocolate ou em conserva, e uma longa tradição de pães de uma excelente qualidade, completam uma gastronomia muito apreciada por todos. A cozinha mediterrânea A cozinha mediterrânea associada à famosa dieta mediterrânea que se mostra tão beneficiosa para a saúde, baseia-se na trilogia do trigo, a oliveira e a videira, com outras contribuições notáveis como a do arroz, os legumes, o alho, as hortaliças, o queijo e o iogurte, os peixes, as carnes, os ovos e as frutas.Uma cozinha tão variada como completa que nos espaços naturais mediterrâneos de Espanha é interpretada com diversos matizes e particularidades. Catalunha conta, já desde a Idade Média, com uma cozinha rica e requintada que compreende a planície, o mar e a montanha. Uma cozinha de costa com variedade de peixes, enquanto que no interior, destacam-se a escudella e os assados. Uma grande personalidade e contraste tem também a cozinha valenciana, que conjuga pratos típicamente mediterrâneos como peixes, verduras e frutas com os do interior da Meseta, como os potes e guisados de carnes de caça, tendo no arroz o seu produto estrela, com uma inacabável lista de especialidades: seco, caldoso ou em paella. Doces, torrões e sorvetes, mantêm viva a influência árabe na sua cozinha. Murcia participa desse carácter de cozinha de mar e terra influenciada pela fusão de culturas. A cozinha das Ilhas Baleares tem nas hortaliças, os peixes (caldereta -caldeirada-) e no porco (ensaimadas,

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sobrasada) suas principais particularidades, bem como tambén no famoso molho de maionese. A cozinha da meseta A cozinha da Meseta é produto de uma climatologia extrema que exige do homem um duro e continuado esforço no seu trabalho. Castela e Leão coloca suas bases nos legumes: feijão (La Bañeza, El Barco), grão de bico (Fuentesaúco) e lentilhas (La Armuña). A matança do porco que atinge na variedade ibérica, alimentada com bolotas e castanhas, o ponto culminante de qualidade e sabor, é também básica nos produtos típicos regionais (botillo de Leão, morcela de Burgos, cantimpalo de Segovia) bem como a caça. Borrego, cabrito e leitão excelentemente assados são hoje pratos estrela, que se completam com as trutas, os bacalháus e a grande variedade dos queijos de cabra, ovelha ou vaca. A doçaria tem nas gemas e folhados a expressão mais requintada da tradição árabe. Extremadura participa também destes caracteres numa amostra na qual destacam os produtos e pratos feitos com o porco ibérico. Calderetas e cochifritos, escabeches frios, hortaliças silvestres (cogumelos, cardillos, alho-porros) e uma grande variedade de queijos artesãos feitos ao abrigo dos fogões conventuais (Guadalupe, Yuste, Alcántara) e da tradição popular.


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A GASTRONOMIA pastoris e uma cozinha mediterrânea no litoral. A tudo isso devemos acrescentar a sua vasta e deliciosa doçaria, legado da cultura árabe, e a variada cozinha relacionada com o porco, que tem, na matança, o seu ponto culminante ritual e cheio de cores. Os gaspachos e as sopas, as frituras e os guisados particularizam uma culinária com um grande acervo popular. Haro (La Rioja). Adega

Aquela cozinha mencionada em O Quixote, de panela, salpicão e duelos e quebrantos pode nos aproximar de Castela-La Mancha, que tem particularidades como as do açafrão, o mel de La Alcarria e o queijo manchego (de ovelha).

Badajoz. Produtos da horta

Uma gastronomia popular que conserva em gaspachos e morteruelos o sabor pastoril e nos assados (borrego, cabrito) o sabor aromático dos seus montes, que se delicia com o excelente massapão de Toledo de origem árabe. Como um ilhote, Madrid tambén contribui com as peculiaridades dos seus pratos, tais como o cozido madrilenho, o bacalhau e os callos (tripas). As torrijas (rabanadas) e os doces são outras das suas especialidades. A cozinha do sul A cozinha do sul ou da Andaluzia é hoje o crisol de um conjunto de culturas que habitaram estas terras e forjaram o seu património gastronómico. Coligada com o seu ambiente encontramos assim uma cozinha de horta e várzea, uma cozinha de guisados invernais e

As Ilhas Canárias desfrutam de uma cozinha muito pessoal que tem no gofio (farinha de cereais torrados), os legumes, as culturas tropicais e os famosos mojos (molhos de pimenta e coentros) alguns dos seus alicientes. O vinho é um elemento fundamental em todas e cada uma das cozinhas regionais de Espanha. Os Romanos estenderam a arte da viticultura que transformou Espanha num dos maiores produtores de vinho, ao mesmo tempo que obteve justa fama pela sua qualidade, hoje sujeita a rigorosos controlos, e variedade (até sessenta comarcas vinícolas diferentes). Entre elas, vamos mencionar o Vinho de Rioja, que pelo seu aroma, sabor e corpo já tem um lugar destacado internacionalmente. Outras denominações de origem muito apreciadas são: Ribera del Duero, Penedès, Somontano e La Mancha que experimentaram nos últimos anos um grande avanço na qualidade dos seus vinhos. O vinho de Jerez é um vinho andaluz que goza de um grande prestígio internacional, nomeadamente nos países anglo-saxões, e que tem diversas variedades (fino, manzanilla, amontillado, doce e oloroso) capazes de satisfazer os mais diversos gostos. O cava espanhol, ou vinho espumante tipo champenois tem o seu centro principal de produção na região do Penedès, na Catalunha. Embora nos últimos anos se está produzindo também noutras regiões, como a de Castela.

Paella

A cerveja hoje em dia é muito consumida em Espanha, nomeadamente como aperitivo fora das refeições, pois a cerveja costuma acompanhar as populares tapas nos bares. A cerveja espanhola é loura e agradável ao paladar, e habitualmente serve-se muito fria.

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Os licores têm também em Espanha particularidades dignas de menção. O brandy se produz fundamentalmente na Andaluzia, enquanto que os aguardentes e bagaceiras enontram-se distribuídos por toda a geografia, dando lugar às célebres queimadas galegas, ou às diversas variedades (secos, de ervas, de ginja, com mel) de todos os tipos. Os licores de anis, o pacharán de abrunhos navarro, e os licores de frutas são os mais apreciados quanto ao consumo.

COMER EM ESPANHA Comer em Espanha é um dos ritos mais agradáveis da vida cotidiana. A variedade e riqueza da sua gastronomia, bem como o gosto do espanhol pela cultura da mesa, fazem com que seja muito fácil encontrar, tanto nas grandes cidades como nas pequenas aldeias rurais, um lugar onde almoçar bem. Da comida caseira tradicional até a dos famosos restaurantes classificados com cinco garfos (máxima classificação numa tabela que vai de um a cinco), cada pessoa pode encontrar a melhor relação preço/qualidade, de acordo com os seus gostos e preferências. Os horários de todas as refeições costuma se retrasar uma hora e meia aproximadamente, relativamente à média europeia, se ben os amplos horários dos estabelecimentos permitem a cada cliente manter o seu horário habitual. A ementa com os preços costuma estar colocada na entrada dos restaurantes, que dispõem também de uma ementa turística com preços habitualmente mais reduzidos. Os estabelecimentos incluem o preço do serviço, sendo habitual, mas não obrigatório, destinar entre o cinco e o dez por cento do total a gorjeta ou gratificação pelo referido serviço. A maioria dos restaurantes costumam encerrar um dia na semana (Domingo ou 2ª feira), embora existam numerosos estabelecimentos com horário continuado onde se pode comer a qualquer hora.


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OS DESPORTOS A bondade do seu clima, seus mais de sete mil quilómetros de litoral e a sua orografia montanhosa, fazem de Espanha um país privilegiado para a prática dos desportos.

OS DESPORTOS NÁUTICOS Os desportos náuticos gozam de uma devoção tradicional em Espanha. A navegação à vela, nomeadamente no Mediterrâneo, a pesca desportiva, o mergulho e o windsurf, que encontra em Tarifa um dos lugares emblemáticos do mundo para a sua práctica. Há mais de cem clubes náuticos e outras tantas marinas pelo território espanhol. Federación Española de Vela (Federação Espanhola de Vela) % 915 195 008 www.rfev.es Nas águas atlânticas, o atúm e o tubarão são dois aliciantes da pesca no mar. A pesca adquire também especial relevo nas águas dos nossos rios e lagos, com a captura do salmão, a truta, o barbo e outras espécies. As ilhas Medes na Catalunha ou os locais das ilhas Baleares e das Canárias são autênticos paraísos para a prática

do mergulho, que goza em Espanha de unas condições propícias, pela luminosidade e temperatura do mar.

DESPORTOS DA NATUREZA A natureza, com os seus grandes contrastes, favorece a prática de desportos como o pedestrianismo, em espaços naturais de uma grande beleza; os passeois a cavalo, muito vinculados à cultura tradicional, e as rotas de bicicleta, nomeadamente pela montanha, são também um prática habitual com muitos adeptos. Federación Española de Montañismo (Federação Espanhola de Montanhismo) % 934 264 267. www.fedme.es A escalada a descida de rios e a canoagem são também fascinantes desportos de aventura aos quais temos de adicionar os desportos aéreos que contam para a sua prática com mais de 50 aero-clubes em toda Espanha. Ainda, o vôo livre em ultraligeiros, o parapente e a asa delta contam igualmente com condições favoráveis para a sua prática en função do clima e a orografia da Espanha. Telefone de informação Federación Española de Aeronáutica (Federação Espanhola de Aeronáutica) % 915 475 922. www.rfae.org A caça Do outono até a primavera, nossas terras e zonas de caça povoam-se de caçadores ávidos de caçar camurças, cervos, gamos, muflões, cabras hispânicas e jabalis entre as peças de caça maior e coelhos, perdizes, patos, garças-pequenas, galinholas e codornizes, entre outras variedades, de caça menor. Federación Española de Caza (Federação Espanhola de Caça) % 913 111 411 www.fecaza.com Menção à parte merecem, pela importância das suas infraestruturas, outros desportos como o golfe, o ténis e o esqui. O golfe Ao redor de duzentos campos de golfe, a inmensa maioria com 18 buracos, permitem a prática deste desporto durante todo o ano, oferecendo no seu conjunto mais de meio milhão de horas ao ano para jogar. Os modernos

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desenhos dos campos que oferecem ao jogador toda uma variada tipologia e o desfrute de paisagens de uma grande beleza, o perfeito equipamento de material desportivo, professores expertos e serviços complementares (ginásios, piscinas, saunas, etc...) e o cálido clima que garante ao visitante 300 dias de sol e de golfe ao ano, fazem com que Espanha seja o Éden para os amantes da sua prática. Federación Española de Golf (Federação Espanhola de Golfe) % 915 552 682. www.golfspainfederacion.com O ténis Centenares de clubes e milhares de instalações tenísticas povoam o território espanhol. As pistas de terra batida, a nossa especialidade, permitem desfrutar do prazer de jogar na sua nobre superfície e já levaram os tenistas espanhóis às cotas mais altas deste desporto. O turista vai encontrar em quase todos os hotéis e instalações, de certa categoria, uma ou várias pistas de ténis nas quais poderá jogar, bem como tambén professores e até torneios para clientes. Federación Española de Tenis (Federação Espanhola de Ténis) % 932 005 355. www.rfet.es O esqui Dos Pirinéus até Serra Nevada, na Andaluzia, as estações de esqui espanholas percorrem a sua geografia com instalações de uma grande qualidade técnica e perfeitas infraestruturas hoteleiras e de lazer. Um vasto leque de ofertas e preços permitem que a sua prática tenha experimentado uma grande popularidade nos últimos anos. Federación Española de Deportes de Invierno (Federação Espanhola de Desportos de Inverno) % 913 769 930 www.rfedi.es

A COMPETIÇÃO Em Espanha, os desportos de competição têm também altos níveis de aceitação e interesse. Os clubes e os campeonatos de fútebol, basquetebol e handball contam-se entre os melhores da Europa, destacando-se também pela qualidade dos seus praticantes o vóleibol, waterpolo, hoquey, natação e atletismo. Espanha é permanentemente cenário de acontecimentos desportivos de relevo mundial.


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FESTAS POPULARES Outra festa religiosa de grande importância é a celebração do Corpus Christi em Toledo, com a sua procissão e desfile de confrarias centenárias. Esta celebração tem também especial relevo em Granada, Camuñas (Toledo) e Berga (Barcelona).

E splendor, alegria e imaginação popular são caracteres básicos das festas espanholas. As grandes datas festivas que povoam o calendário têm o povo como protagonista e como espectador, que possui a consciência de ser simultaneamente ambas coisas.

Os ritos do estio A noite de São João no mês de Junho, deixa-nos também festas emblemáticas, como a do passo do fogo, que se celebra em San Pedro Manrique (Soria) e a menorquina de Caragols em Ciutadella.

As festas, um fenómeno próprio da vitalidade espanhola, sucedem-se em lugares e estações, quase sem interrupção, pelo que o viajante encontrará sempre o momento propício para assistir a algum desses fenómenos mágicos e espectaculares que alteram o ritmo quotidiano da nossa sociedade. Pamplona. Festas de San Fermín

O carnaval Máscaras e botargas, gigantes e diabos são, em Fevereiro, os protagonistas das primeiras festas do ano em Espanha. Os carnavais de Lanz (Navarra) com suas personagens mitológicas (Ziripot e Zaldico) falam-nos de tradições milenares, como as de Villanueva de la Vera (Cáceres) com a queima do boneco Pero-Palo. O Carnaval toma uma dimensão satírica e bufa em Cádiz, com as suas charangas e assume-se como uma festa verdadeiramente espectacular em Tenerife e Las Palmas de Gran Canária, rivalizando ambas cidades em cor e beleza.

Almonte (Huelva). Romaria de El Rocío

O fogo e a pólvora são os protagonistas em Março. Valencia celebra as suas tradicionais “fallas”, extraindo desta celebração com fama universal todo o engenho,a algaravia e a paixão, e tendo por norma a queima dos ninots ou “bonecos falleros”. A festa religiosa A Semana Santa é a festa religiosa por excelência, em que a tradição conserva impressões indeléveis. As procissões das confrarias e a beleza dos passos adquirem especial relevo em lugares como Sevilha, Valladolid, Zamora, Murcia, Málaga e Cuenca. Feiras e romarias A Primavera deixa-nos a explosão de luzes e cores em festejos como os do mesmo nome em Murcia e a castiça Feira de Abril, em Sevilha, uma semana consagrada ao colorido do seu folclore e à exaltação da alegria. Espectacular e colorida é também a celebração da festa de mouros e cristãos que tem na levantina Alcoy sua máxima expressão de riqueza e optimismo. As romarias ou festas campestres conta pelas centenas ao longo do território espanhol. Algumas com uma grande tradição são “La Caballada” de Atienza (Guadalajara) e “A rapa das bestas” (captura de cavalos selvagens) da serra de La Groba (Galiza), mas a que leva a palma em termos de entusiasmo popular e beleza é, sem dúvida, a do Rocío em Almonte (Huelva), em honra da Virgem.

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Julho é o mês por excelência dos Sanfermines de Pamplona. Seus famosos encierros taurinos (largada de touros pelas ruas) e a massiva participação popular já deram a volta ao mundo. Feiras e romarias como a galega de Ribarteme e seus ressuscitados de Santa Marta ou a asturiana boda vaqueira põem em destaque também a profusão de festas espanholas motivadas pelo rito das colheitas. Elche, no sul da província de Alicante, é protagonista de uma outra manifestação musical com renome nacional: o Misteri d’Elx, que se representa no mês de Agosto e que comemora a Assunção da Virgem aos céus. As festas maiores e o Folclore Muito típicas são as festas maiores de La Alberca (Salamanca), Vejer de la Frontera (Cádiz), Toro (Zamora), Ondarroa (Vizcaya), Logroño e muitas outras que têm lugar em Agosto e Outubro. O Natal encerra o ciclo festivo do ano e tem em Espanha particularidades dignas de menção, como os tradicionais presépios e desfiles da Epifania (Reis Magos). O folclore é a expressão dos sentimentos e dos saberes mais profundos e enraizados do povo espanhol. Quase todas as regiões possuem um rico tesouro, próprio de bailes e canções que inspiram muitos dos espectáculos públicos de caráter lírico e coreográfico. Entre as expressões mais conhecidas da dança popular espanhola figuram a muiñeira galega, as jotas aragonesas e valencianas, a sardana catalana, o zortzico basco e as sevilhanas andaluzas.


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FESTIVAIS E CONCERTOS FEIRAS E CONGRESSOS Quanto à música de Jazz, devemos lembrar-nos, pela sua repercussão internacional, dos Festivais de Jazz que actualmente se celebram em VitóriaGasteiz, Donostia-San Sebastián, Madrid e Barcelona.

Orquestra e coros de RTVE

FESTIVAIS E CONCERTOS O calendário de festivais sobre diversas manifestações artísticas - música e dança, cinema e teatro - tem em Espanha um singular atractivo. Figuras e solistas de rango internacional, conjuntos de orquestras de primeira ordem, artistas e intérpretes do mais variado reportório dramático, etc..., enchem as páginas do programa de arte e espectáculos que Espanha oferece todos os anos ao visitante. Festivais de música e dança Existem determinadas manifestações musicais que podem ser consideradas entre as de maior rango internacional. Assim, as temporadas de concertos sinfónicos de Madrid, Barcelona, Valencia, Palma, Alicante, Las Palmas de Gran Canária e Santa Cruz de Tenerife; os já consagrados Festivais de Granada e Santander. As representações operísticas de Madrid, Barcelona, Sevilha, Bilbao e Oviedo encontram-se entre as principais actuações das mais destacadas figuras da cena dramático-musical. No género da dança destacam as actuações do Ballet Nacional, na temporada de Madrid (Festival de Outono), bem como as representações dos Festivais Internacionais de Música e Dança de Granada e Santander. Especial relevo possui, no seu género, a Semana Internacional de Música Religiosa de Cuenca.

Festivais de cinema e teatro Este tipo de acontecimentos revestem uma singular importância não só porque representam uma oportunidad para avaliar os filmes projectados, mas também porque é o momento de reconhecer a trajectória profissional de actores, actrizes, directores, etc... Asim, por exemplo, possuem interesse no mundo internacional do cinema, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, a Semana Internacional de Cinema de Valhadolid (Seminci), o Festival de Cinema Fantástico de Sitges (Barcelona), a Semana Negra de Gijón e os Festivais de Huelva, Cádiz, etc... Quanto à actividade teatral, e fora o programa desenvolvido na temporada, merecem especial relevo os ciclos dramáticos representados em Barcelona (Festival GREC de verão), Mérida (Festival de Teatro Clássico), Almagro (Festival Internacional de Teatro Clássico), Cádiz (Festival Iberoamericano de Teatro) e em Madrid (Festival de Outono da Comunidade de Madrid).

Valencia. Fachada do Palácio da Música

Parque Juan Carlos I, com o recinto Feiral e o Palácio Municipal de Congressos, nos quais se realiza anualmente, no mês de Janeiro, e entre outras, a Feira Internacional do Turismo (FITUR) que é a segunda mais importante do mundo. Parque Ferial: % 902 221 515. Barcelona também conta com o Recinto Feiral de Montjuic e o Palácio de Congressos de Barcelona que são os principais centros desta actividade % 902 233 200.

FEIRAS E CONGRESSOS Espanha é um dos destinos internacionais que recebe um maior número de visitantes por ocasião de Feiras e Congressos. Madrid e Barcelona são as cidades mais pujantes nesta actividade, e contam com Parques Feirais e Palácios de Congressos com excelentes infraestruturas e capacidade operacional. Madrid conta com três sedes importantes: o Palácio de Congressos e Exposições de Madrid; o Recinto Ferial da Casa de Campo e, muito especialmente, as instalações do

Outras cidades que desenvolvem uma actividade constante são: Torremolinos (Málaga) no seu Palácio de Congressos e Exposições da Costa del Sol; Córdoba, Múrcia, Palma, Sevilha, e Zaragoza, que contam igualmente com Palácios de Congressos e Exposições de actividade permanente. Granada, com o Palácio de Congressos “Centro Cultural Manuel de Falla”, incorpora uma notável variante cultural. Todas estas cidades agrupam-se na marca “Spain Convention Bureau” para coordenar as suas actividades e realizar uma oferta dos seus serviços no exterior de forma conjunta. www.scb.es Outras cidades com infraestrutura própria e aptas para a realização deste tipo de eventos são Alicante, Benidorm, Bilbao, A Coruña, Salamanca, Santander, Las Palmas de Gran Canaria, Tenerife e Vigo.

Madrid. Palácio de Congressos. Mural de Miró

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ARTESANATO E MODA A tradição e a criatividade fundem-se para dar aos produtos espanhóis um selo de qualidade apreciado em todo o mundo. O artesanato, pelo prestígio adquirido ao longo dos séculos e a variedade do seu desenho, está presente na prática totalidade das regiões espanholas. A cerâmica de Talavera de la Reina e Puente del Arzobispo (Toledo) ou de Sargadelos (Galiza) têm, entre outras, renome internacional, bem como a escola de Manises (Valência), célebre pelas suas criações exclusivas. A azulejaria de Castellón de la Plana, Toledo, Sevilha, Granada e Valencia ganhou justa fama desde a Idade Média até os nossos dias. O couro e os seus derivados é mais outro produto que goza do prestígio internacional. Os couros estampados ou cordobanes, às vezes matizados em ouro para aumentar a sua beleza, trabalharam-se em Córdoba durante séculos. Peças de vestir, calçados, malas e complementos ofertam-se no mercado com desenhos muito actuais. Andaluzia e Levante são as principais regiões produtoras.

Artesanato de couro

Escultor talhista

O sector da moda é o que tem registado um maior acréscimo e difusão internacional pelo prestígio dos seus desenhadores. Salões como o Gaudí, em Barcelona, e a Pasarela Cibeles, em Madrid, difundem em cada temporada as criações de artistas espanhóis do sector. Estilos como o da moda de Ibiza ou mediterrânea atingiram também uma excelente difusão e desenvolvimento industrial. Por outro lado, a arte do tecido suntuário, de influência mourisca, é o antecedente do enorme valor que possuem hoje os bordados de Lagartera (Toledo), as rendas de Almagro (Ciudad Real), as espiguilhas de Camariñas (Galiza) e outros trabalhos específicos de índole artesã. Outros materiais nobres como o vidro e a madeira ocupam também um lugar destacado. A fábrica de vidro de La Granja (Segóvia) continúa fabricando belíssimas peças, sendo muito apreciados pelos coleccionistas os vidros de Cadalso (Madrid), Cuenca, Ourense, Castril y María (Granada) e Mataró (Barcelona). Os trabalhos em madeira, tanto os de talha e de figuras religiosas como os da realização de móveis, ocupam um lugar destacado entre os produtos espanhóis, com centros importantes no

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litoral levantino, Castela e no norte de Espanha. Outros produtos artesanais importantes são o damasquinado de Toledo, trabalho realizado com técnicas seculares de gravura, e a indústria do aço (Albacete, Toledo), que produz armas com renome internacional.

Talavera de la Reina (Toledo). Cerâmica


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POSTOS DE TURISMO NO EXTERIOR ALEMANHA

www.spain.info/de BERLIM Spanisches Fremdenverkehrsamt Kurfürstendamm 63 - 10707 BERLIN % 4930/ 882 65 43 ) 4930/ 882 66 61 e-mail: berlin@tourspain.es DUSSELDORF Spanisches Fremdenverkehrsamt Grafenberger Allée 100 - “Kutscherhaus” 40237 DÜSSELDORF % 49211/ 680 39 81 ) 49211/ 680 39 85 e-mail: dusseldorf@tourspain.es FRANKFURT Spanisches Fremdenverkehrsamt Myliusstrasse 14 60323 FRANKFURT/MAIN % 4969/ 72 50 38 ) 4969/ 72 53 13 e-mail: frankfurt@tourspain.es MUNICH Spanisches Fremdenverkehrsamt Schubertstrasse 10 - 80336 MÜNCHEN % 4989/ 530 74 60 ) 4989/ 530 74 62 e-mail: munich@tourspain.es ARGENTINA

BUENOS AIRES Oficina Española de Turismo Carlos Pellegrini, 1163, 3º 1009 BUENOS AIRES % 5411/ 43 28 96 64 ) 5411/ 43 28 90 15 www.spain.info e-mail: buenosaires@tourspain.es ÁUSTRIA

VIENA Spanisches Fremdenverkehrsamt Walfischgasse 8/Mzz - 1010 WIEN % 431/ 512 95 80 ) 431/ 512 95 81 www.spain.info/at e-mail: viena@tourspain.es BÉLGICA

BRUXELAS Office Espagnol du Tourisme Rue Royale 97, 5º - 1000 BRUXELLES % 322/ 280 19 26 ) 322/ 230 21 47 www.spain.info/be e-mail: bruselas@tourspain.es BRASIL

SÃO PAULO Escritorio Espanhol de Turismo Rua Zequinha de Abreu, 78 Cep 01250 SAO PAULO % 5511/ 36 75 00 00 ) 5511/ 38 72 07 33 www.spain.info/br e-mail: saopaulo@tourspain.es CANADÁ

TORONTO Tourist Office of Spain 2 Bloor Street West Suite 3402 TORONTO, Ontario M4W 3E2 % 1416/ 961 31 31 ) 1416/ 961 19 92 www.spain.info/ca e-mail: toronto@tourspain.es CHINA

PEQUIM Spanish Embassy Tourism Section Tayuan Office Building 2-12-2 Liangmale Nanlu, 14 - 100600 BEIJING % 8610/ 65329306 ) 8610/ 65329305 www.spain.info/cn e-mail: pekin@tourspain.es DINAMARCA

COPENHAGUE Den Spanske Stats Turistbureau Ny Østergade 34,1 1101 KØBENHAVN-K % 4533/ 18 66 38 ) 4533/ 15 83 65 www.span.info/dk e-mail: copenhague@tourspain.es

ESTADOS UNIDOS

www.spain.info/us

LOS ANGELES Tourist Office of Spain 8383 Wilshire Blvd, Suite 960 BEVERLY HILLS, CAL 90211 % 1323/ 658 71 95 ) 1323/ 658 10 61 e-mail: losangeles@tourspain.es CHICAGO Tourist Office of Spain Water Tower Place, suite 915 East 845, North Michigan Avenue CHICAGO, ILL 60/611 % 1312/ 642 19 92 ) 1312/ 642 98 17 e-mail: chicago@tourspain.es MIAMI Tourist Office of Spain 1395 Brickell Avenue. MIAMI, Florida 33131 % 1305/ 358 19 92 ) 1305/ 358 82 23 e-mail: miami@tourspain.es NOVA YORK Tourist Office of Spain 666 Fifth Avenue 35th floor NEW YORK, N.Y. 10103 % 1212/ 265 88 22 ) 1212/ 265 88 64 e-mail: nuevayork@tourspain.es FINLÂNDIA

HELSINKI Espanjan Valtion Matkailutoimisto Mechelininkatu, 12-14. 00100 HELSINKI % 3580/ 944 19 92 ) 3580/ 944 26 87 www.spain.info e-mail: helsinki@tourspain.es FRANÇA

PARIS Office Espagnol du Tourisme 43, Rue Decamps. 75784 PARIS. Cedex-16 % 331/ 45 03 82 50 ) 331/ 45 03 82 51 www.spain.info/fr e-mail: paris@tourspain.es GRÃ BRETANHA

LONDRES Spanish Tourist Office 2nd floor, 79 Cavendish Street LONDON W1A 6XB % 44207/ 317 20 10 ) 44207/ 317 20 48 www.spain.info/uk e-mail: londres@tourspain.es HOLANDA

HAIA Spaans Bureau Voor Vreemdelingenverkeer Laan Van Meerdervoort, 8A 2517 AJ DEN HAAG % 3170/ 346 59 00 ) 3170/ 364 98 59 www.spain.info/nl e-mail: lahaya@tourspain.es IRLANDA

DUBLIN Spanish Tourist Office 1,2,3 Westmoreland Street - Dublin 2 % 3531/ 653 02 00 ) 3531/ 653 02 05 e-mail: dublin@tourspain.es ITÁLIA

www.spain.info/it MILÃO Ufficio Spagnolo del Turismo Vía Broletto, 30 - MILANO - 20121 % 3902/ 72 00 46 25 ) 3902/ 72 00 43 18 e-mail: milan@tourspain.es ROMA Ufficio Spagnolo del Turismo Piazza di Spagna 55 ROMA - 00187 % 3906/ 678 31 06 ) 3906/ 699 22 147 e-mail: roma@tourspain.es

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JAPÃO

TOKIO Tourist Office of Spain Daini Toranomon Denki Bldg.4F 3-1-10 Toranomon. Minato-Ku TOKIO-105-0001 % 813/ 34 32 61 42 ) 813/ 34 32 61 44 www.spain.info/jp e-mail: tokio@tourspain.es MÉXICO

MÉXICO Oficina Española de Turismo Paseo de las Palmas 425-10º Piso, Oficina 03 (1003) 11560 MEXICO DF % 5255/ 52 49 12 70 ) 5255/ 52 49 12 71 www.spain.info e-mail: mexico@tourspain.es NORUEGA

OSLO Den Spanske Stats Turistbyra Kronprinsensgate, 3 - 0251 OSLO % 47/ 22 83 76 76 ) 47/ 22 83 76 71 www.spain.info/no e-mail: oslo@tourspain.es POLÓNIA

VARSÓVIA Biuro turystyki paƒstwa hiszpaƒÊkiego Al. Jana Paw∏a II 27. Atrium Centrum 00-867 WARSZAWA % 4822/ 653 64 16 ) 4822/ 653 64 15 www.spain.info e-mail: warszawa@tourspain.es PORTUGAL

LISBOA Delegaçao Oficial do Turismo Espanhol Av. Sidónio Pais, 28 - 3º dto. 1050 - 215 LISBOA % 351 21/ 315 30 92 ) 351 21/ 354 03 32 www.spain.info/pt e-mail: lisboa@tourspain.es RÚSSIA

MOSCOVO Spanish Tourist Office Tverskaya - 16/2, 6º MOSCOW 125009 % 74 95/ 935 83 99 ) 74 95/ 935 83 96 www.spain.info/ru e-mail: moscu@tourspain.es SINGAPURA

SINGAPURA Spanish Tourist Office 541Orchard Road Liat Tower # 09-04 238881 SINGAPORE % 65/ 67 37 30 08 ) 65/ 67 37 31 73 www.spain.info e-mail: singapore@tourspain.es SUÉCIA

ESTOCOLMO Spanska Stat. Turistbyrå Stureplan, 6 - 114-35 STOCKHOLM-S % 468/ 611 19 92 ) 468/ 611 44 07 www.spain.info/se e-mail: estocolmo@tourspain.es SUIÇA

www.spain.info/ch GENEVA Office Espagnol du Tourisme 15, Rue Ami-Lévrier - CP 1827 CH-1211-GENÉVE-1 % 4122/ 731 11 33 ) 4122/ 731 13 66 e-mail: ginebra@tourspain.es ZURIQUE Spanisches Fremdenverkehrsamt Seefeldstrasse, 19. CH 8008 ZÜRICH % 411/ 253 60 50 ) 411/ 252 62 04 e-mail: zurich@tourspain.es


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POSTOS DE TURISMO EM ESPANHA ANDALUZÍA Informações turísticas 901 200 020 www.andalucia.org 04002 - ALMERÍA Parque Nicolás Salmerón (esquina Martínez Campos) % 950 274 355 ) 950 274 360 Aeroporto de Almería % 950 221 954 (Ext. 216) 11006 - CÁDIZ Avenida Ramón de Carranza % 956 258 646 ) 956 252 449 14003 - CÓRDOBA Torrijos, 10 % 957 471 235 ) 957 491 778

ASTURIAS Infoasturias 902 300 202 www.infoasturias.com 33003 - OVIEDO Cimadevilla, 4 % 985 213 385 ) 985 228 459 28004 - MADRID - Posto de Turismo do Principado das Astúrias Farmacia, 2 - 6º (Centro Asturiano) % 915 222 736 - 915 222 778 ) 915 220 907 BALEARES Informações turísticas 971 173 990 www.visitbalears.com

C A S T E LA - LA M A N C H A Informações turísticas 925 220 843 www.castillalamancha.es 02071 - ALBACETE "Posada del Rosario" Tinte, 2 % 967 580 522 ) 967 214 226 13001 - CIUDAD REAL Alarcos, 31 % / ) 926 200 037 16002 - CUENCA Plaza de la Hispanidad, 2 % 902 100 131 ) 969 235 815

18009 - GRANADA Santa Ana, 4 - Bajo % 958 225 990 ) 958 223 927

07800 – IBIZA Antoni Riquer, 2 % 971 301 900 ) 971 301 562

19001 - GUADALAJARA Plaza de los Caídos, 6 % / ) 949 211 626

18009 ALHAMBRA - GRANADA Generalife % 958 229 575 ) 958 228 201

07701 - MENORCA (Mahón) Moll de Levant, 2 % 971 355 952 ) 971 352 674

45071 - TOLEDO Puerta de Bisagra % 925 220 843 ) 925 252 648

21001 - HUELVA Avenida de Alemania, 12 % / ) 959 257 403

07001 - MALLORCA Paseo del Borne, 27 % 902 102 365 ) 971 225 993 Aeroporto de Son San Juan % / ) 971 789 556

23002 - JAÉN Maestra, 13 % / ) 953 242 624 29015 - MÁLAGA Pasaje de Chinitas, 4 % 952 213 445 ) 952 229 421 29004 MÁLAGA Aeroporto Internacional de Málaga % 952 243 784 ) 952 048 535 41001 - SEVILHA Avenida de la Constitución, 21 % 954 221 404 ) 954 229 753 41020 SEVILHA Aeroporto Internacional de Sevilha Autopista de San Pablo % 954 449 128 ) 954 449 129

CANARIAS Informações turísticas 928 293 698 www.turismodecanarias.com 35003 - LAS PALMAS DE GRAN CANARIA León y Castillo, 17 % 928 219 600 ) 928 219 601 35500 - ARRECIFE DE LANZAROTE (Las Palmas) Blas Cabrera Felipe % 928 811 762 ) 928 800 080 35600 - PUERTO DEL ROSARIO (Las Palmas) Avenida de la Constitución, 5 % 928 530 844 ) 928 851 695

41007 SEVILHA Estação de Santa Justa Avenida de Kansas City, s/n % / ) 954 537 626

38005 - SANTA CRUZ DE TENERIFE Áurea Díaz Flores % 922 237 896 ) 922 237 876

28046 - MADRID - Posto de Turismo da Junta de Andaluzia Paseo de la Castellana, 15 - 2º dcha. % 912 031 200 ) 912 031 210

38800 - SAN SEBASTIAN DE LA GOMERA (Santa Cruz de Tenerife) Real, 4 % 922 141 512 ) 922 140 151

ARAGÃO Informações turísticas 902 477 000 www.turismodearagon.com 22002 - HUESCA Plaza Catedral, 1 % 974 292 170 ) 974 292 154 44001 - TERUEL San Francisco, 1 % 978 641 461 ) 978 641 462 50009 - ZARAGOZA Eduardo Ibarra, 3 (Auditorio) % 976 721 333 ) 976 721 327

CANTAB R IA Informações turísticas 901 111 112 www.turismodecantabria.com 39003 - SANTANDER Cercado del Este. Hernán Cortés, 4 % 942 310 708 ) 942 313 248 28009 - MADRID.- Posto de Turismo do Governo de Cantabria Pío Baroja, esquina Menéndez Pelayo % 915 044 363 ) 915 045 197

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C A S T E LA Y L E Ã O Informações turísticas 902 203 030 www.turismocastillayleon.com 05001 - ÁVILA Pedro Dávila, 4 % 920 211 387 ) 920 253 717 09003 - BURGOS Teatro Principal Paseo del Espolón % 947 288 874 ) 947 288 862 24003 - LEÃO Plaza de La Regla, 3 % 987 237 082 ) 987 273 391 34001 - PALENCIA Mayor, 1 % 979 718 197 ) 979 748 977 37008 - SALAMANCA Casa de las Conchas Rúa Mayor % 923 268 571 ) 923 296 492 40001 - SEGOVIA Plaza Mayor, 10 % 921 460 334 ) 921 460 330 42003 - SORIA Medinaceli, 2 % 975 212 052 ) 975 221 289 47004 - VALLADOLID Acera de Recoletos Pabellón de Cristal % 983 219 310 ) 983 217 860 49014 - ZAMORA Santa Clara, 20 % 980 531 845 ) 980 533 813 28009 - MADRID - Escritorio de Promoção Turística de Castela y Leão Alcalá, 79 % 915 780 324 ) 917 812 416


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POSTOS DE TURISMO EM ESPANHA

CATALU ÑA Informações turísticas 934 849 900 www.gencat.net/turisme

GALIZA Informações turísticas 902 200 432 www.turgalicia.es

08008 - BARCELONA Palau Robert. Paseo de Gracia, 107 % 932 388 091 ) 932 384 010

15001 - A CORUNHA Dársena de La Marina % 981 221 822 ) 981 221 822

08020 - BARCELONA Aeroporto del Prat Terminal A: % 934 784 704 Terminal B: % 934 780 565 ) 934 784 736

15403 - FERROL (A Corunha) Plaza Camilo José Cela Edificio Xunta de Galicia, 1ª Planta % 981 311 179 ) 981 337 013

17004 - GIRONA Rambla de la Libertad, 1 % 972 226 575 ) 972 226 612

27001 - LUGO Miño, 10-12 % / ) 982 231 361

25007 - LLEIDA Mayor, 31 Bis % 973 700 319 ) 973 248 120

32003 - OURENSE Casa do Legoeiro Ponte Romana % 988 372 020 ) 988 214 976

43001 - TARRAGONA Fortuny, 4 % 977 233 415 ) 977 244 702 28001 – MADRID – Posto de Turismo da Generalitat Serrano, 1. Librería Blanquema % 915 241 000 ) 915 763 723 C E UTA Información turística www.ceuta.es 51001 - CEUTA Edrissis Edificio Baluarte de los Mallorquines % 856 200 560 ) 856 200 565 C O M U N I DAD E VALE N C IANA Informações turísticas 902 123 212 www.comunitatvalenciana.com/turisme 03002 - ALICANTE Rambla de Méndez Nuñez, 23 % 965 200 000 ) 965 200 243 12100 - CASTELLÓN DE LA PLANA Muelle Serrano Lloveras Grao de Castellón % 964 069 333 ) 964 069 335 46003 - VALENCIA Calle de la Paz, 48 % 963 986 422 ) 963 986 421 28010 - MADRID Generalitat Valenciana. Escritório em Madrid Calle Españoleto, 25 % 917 022 290 ) 917 022 285 EXTREMADURA Informações turísticas 924 008 373 www.turismoextremadura.com 06005 - BADAJOZ Plaza de la Libertad, 3 % 924 013 659 ) 924 013 658 10003 - CÁCERES Plaza Mayor, 3 % 927 010 834 ) 927 010 835

36001 - PONTEVEDRA General Gutiérrez Mellado, 1 B % 986 850 814 ) 986 848 123 15705 - SANTIAGO DE COMPOSTELA (A Corunha) Rúa del Vilar, 30-32 % 981 584 081 ) 981 565 178 36201 - VIGO (Pontevedra) Cánovas del Castillo, 22 % 986 430 577 ) 986 430 080 28014 - MADRID - Posto de Turismo da Xunta De Galicia Casado del Alisal, 8 % 915 954 214 ) 915 954 268 MADRID Informações turísticas 902 100 007 www.turismomadrid.es 28014 - MADRID Duque de Medinaceli, 2 % 914 294 951 ) 914 293 705 28045 - MADRID Estación de Atocha Vestíbulo de Cercanías % 915 284 630 ) 915 307 955

MURCIA Informações turísticas 902 101 070 www.murciaturistica.es 30001 - MURCIA Plaza Julián Romea, 4 % 968 277 675 - 968 277 742 NAVAR RA www.turismonavarra.es 31001 - PAMPLONA Eslava, 1 % 848 420 420 ) 848 424 630 PA Í S VA S C O Informações turísticas 945 161 598 www.euskadi.net 48009 – BILBAO (Vizcaya) Plaza del Ensanche, 11 % 944 795 760 ) 944 795 761 20003 – DONOSTIA-SAN SEBASTIÁN (Guipúzcoa) Reina Regente, 3 % 943 481 166 ) 943 481 172 01004 – VITORIA-GASTEIZ (Álava) Plaza General Loma % 945 161 598 ) 945 161 105 28013 - MADRID - Posto de Turismo do País Vasco Jovellanos, 3 % 915 314 593 ) 915 319 554 LA R I O J A Informações turísticas 941 291 260 www.lariojaturismo.com 26071 - LOGROÑO Paseo del Espolón Príncipe de Vergara, 1 % 941 291 260 ) 941 291 640 28001 - MADRID. Posto de Turismo Centro Riojano Serrano, 25 - 1º % 915 764 852 ) 915 781 660

28042 - MADRID Aeroporto de Barajas Terminal 1 Chegadas Internacionais % 913 058 656 ) 913 054 195 28036 - MADRID Estação de Chamartín Vestíbulo Puerta 14 % 913 159 976 M E L I L LA www.melillaturismo.com 52004 - MELILLA Calle Fortuny, 21 % 952 675 444 ) 952 269 123

•38

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

T U R E S PA Ñ A w w w. s p a i n . i n f o


525 540 646 488 504 617 256 207 354 860 142 640 363 309 506 495 264 584 515 578 762 251 473 150 772 702 491 598 874 463 691 644 338 492 473 443 242 240 191 444 602 499 423

696 515 817 659 675 688 231 378 525 1031 313 615 353 480 703 570 415 755 490 653 933 422 482 75 943 873 662 673 1045 634 766 815 509 609 548 417 317 411 166 615 739 670 498

604 809 958 800 651 484 525 407 332 1172 511 909 166 621 516 830 228 896 802 899 1074 563 219 219 1084 1014 803 970 1186 763 1032 956 650 422 794 711 577 526 460 756 914 811 758

318 717 401 243 229 618 532 256 457 538 282 817 534 173 552 490 435 255 558 358 440 115 644 516 443 373 168 437 545 97 475 369 67 493 261 649 417 137 467 121 357 159 418

ALBACETE 171 ALICANTE 369 294 ALMERÍA 366 537 663 ÁVILA

607 585 795 644 562 720 829 396 939 322 730 359 464 152 546 395 939 796 605 304 244 159 707 395 119 108 355 933 257 555 488 466 633 280 66 376 324

524 427 637 535 404 683 671 238 781 359 572 201 427 115 437 237 781 683 447 322 86 203 549 237 232 156 197 775 141 518 372 308 517 122 114 218 287

701 324 319 683 451 1018 485 355 323 694 423 407 762 595 585 297 506 654 556 525 372 650 658 210 679 573 296 264 490 831 599 264 636 325 561 272 622

873 464 263 1072 708 1384 355 721 219 1060 367 796 1128 999 974 663 265 613 945 914 761 1070 1047 599 1132 1056 750 125 894 1059 873 583 808 714 1014 661 988

179 511 655 526 696 190 388 357 699 641 424 597 701 353 659 583 277 339 421 649 397 119 398 377 541 415 515 104 733 865 736 897 400 187 444 921 851 640 807 977 529 869 793 497 138 631 796 596 320 545 578 751 616 725

944 334 973 650 98 609 1153 1010 175 340 450 738 121 473 763 547 560 947 676 1064 907 675 961 455 549 411 833 380 500 472 464 678 167 615 292 689 618 407 553 791 379 636 560 254 583 359 464 153 187 220 360 518 415 334

904 884 256 568 1120 721 1097 690 1127 1002 769 537 1229 878 629 793 750 1146 553 198 509 792 449 763 630 859 396 99 761 861 770 945 434 129 278 955 885 674 841 1057 631 903 827 521 256 665 770 605 397 519 627 785 682 759

393 391 407 278 569 58 602 459 579 509 298 349 681 270 441 394 145 596 173 476 244 129 410 251 352 306 267

336 730 1097 968 908 632 313 628 879 821 695 1039 981 533 1101 962 619 94 863 1029 842 552 791 648 919 595 957 732 560 118 244 807 397 941 611 803 626 442 163 905 554 255 430 426 935 229 209 253 468 398 439 256 535 72 668 779 671 846 335 209 340 856 786 575 742 957 532 804 728 422 242 566 707 506 298 455 528 686 583 660

JAÉN

•39 628 316 236 333 877 734 271 118 130 404 373 197 433 293 245 671 342 719 573 392 685 134 315 135 488

LEÓN

875 465 1009 583 871 703 513 281 973 622 373 537 494 1003 297 91 319 536 324 507 374 603 140 552 336 880 694 562 391 201 88 664 352 169 225 299 874 105 403 336 407 481 237 86 333 172 511 1055 912 95 242 352 640 148 375 665 449 462 849 578 966 809 577 863 357 451 313 735

LUGO

LLEIDA 312 LOGROÑO

544 401 521 451 240 407 623 212 469 393 87 538 231 534 302 71 352 193 351 248 325 937 631 219 775 899 715 507 648 737 895 792 869

794 488 534 589 492 358 390 241 594 752 649 539

544 467 820 574 962 805 580 873 356 561 284 731

207 363 789 463 835 694 510 803 252 340 253 604

201 158 636 213 604 444 305 592 47 200 143 373

267 370 945 176 372 356 478 501 325 93 421 175

666 563 922 676 1064 907 682 975 458 663 386 833

363 164 474 325 713 514 234 564 115 351 62 482

227 429 1007 268 464 449 540 594 354 118 450 268

SANTANDER 359 SEGOVIA 837 560 SEVILLA 297 194 769 SORIA 628 565 949 388 TARRAGONA 528 389 748 231 311 TERUEL 464 158 458 302 605 340 TOLEDO 673 439 697 376 251 145 372 VALENCIA 248 111 589 210 598 441 258 545 VALLADOLID 174 311 825 191 489 422 422 576 236 VITORIA 344 182 536 306 694 537 296 600 96 332 ZAMORA 397 354 863 157 231 181 396 326 367 258 463 ZARAGOZA

MÁLAGA 407 MURCIA 1065 922 OURENSE 995 852 337 OVIEDO 784 641 361 248 PALENCIA 951 714 650 463 289 PAMPLONA 1153 1024 102 390 463 752 PONTEVEDRA 756 613 346 315 162 440 448 SALAMANCA 1013 807 679 423 318 92 781 469 SAN SEBASTIÁN

MADRID

14:49

520 725 259 455 928 417 713 306 938 868 596 458 1040 629 551 680 504 762 383 186 152 437 65 563 574 665 283

CASTELLÓN 463 CIUDAD REAL 610 201 CÓRDOBA 1026 799 995 A CORUÑA 305 244 445 776 CUENCA 384 911 1008 1218 662 GIRONA 584 278 166 1043 479 968 GRANADA 396 248 458 667 186 663 492 GUADALAJARA 856 433 232 1006 677 1240 350 690 HUELVA 355 587 797 905 406 374 831 339 1029 HUESCA

4/9/09

284 811 908 1118 562 100 868 563 1140 274 804 784 156 468 1020 621 997 590 1027 902 669 437 1129 778 529 693 650 1046 453 98 409 692 349 663 530 759 296

BADAJOZ BARCELONA 620 BILBAO 583 158 BURGOS 918 605 447 CÁCERES 1284 1058 900 389 CÁDIZ

1022 649 536 89 342 805 318 272 772 555 1122 438 459 251 798 376 496 866 676 674 401 436 675 645 614 461 755 747 299 768 662 385 217 579 935 703 368 716 414 650 361 726

DISTÂNCIAS QUILOMÉTRICAS ENTRE CIDADES ESPANHOLAS

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DISTÂNCIAS ENTRE CIDADES


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4/9/09

14:49

Pรกgina 40

MINISTERIO DE INDUSTRIA, TURISMO Y COMERCIO

TURESPAร A

COMUNIDADE EUROPEIA Fundo EuropeIio de Desenvolvimento Regional

P

Espanha


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