A borboleta
voar que nĂŁo sabia
A
minhoca Constantina viveu no seu casulo durante muitos e muitos anos sempre com medo de conhecer o mundo. O casulo tinha sido construĂdo por ela, era con-
fortĂĄvel e era um mundo onde Constantina sabia viver pois era muito, muito pequeno.
Um dia a minhoca Constantina decidiu ultrapassar o medo, sair do casulo e transformou-se numa bela borboleta, mas não sabia voar. Vivia uma nova vida, sentia que precisava de ajuda, mas quando pedia, não a ajudavam e a borboleta Constantina tinha que resolver tudo sozinha.
C
erto dia pediu ajuda à amiga abelha Constança que via todos os dias, pois trabalhava sempre perto de sua casa, a colher o pólen das flores. A abelha Constança
respondeu que tinha muito trabalho, por isso nesse momento não podia ajudar. A borboleta Constantina ficou muito triste e continuou a pedir ajuda.
M
ais tarde encontrou-se com o melro Amílcar e claro, pediu-lhe ajuda para ele lhe ensinar a voar. O melro Amílcar respondeu que não lhe podia ensinar, pre-
cisava de descansar, porque de madrugada tinha que estar pronto para cantar e acordar todos os animais da floresta. A borboleta embora muito triste, descansou um pouco para no dia seguinte poder continuar a sua luta à procura de ajuda.
A
o segundo dia a borboleta Constantina pelo caminho encontrou a mosca Guilhermina, conversou com ela dizendo que tambĂŠm gostaria de saber voar. Perguntou
Ă Guilhermina se a poderia ensinar, mas a mosca respondeu que tinha muito que fazer, muito lixo para colher e que corria grande risco de vida durante um dia de trabalho.
Quando a mosca Guilhermina foi embora, a borboleta Constantina continuou a caminhar.
S
em estar à espera encontrou o canário Tomás. Olhou e ficou espantada
como é que ele cantava tão bem e era tão feliz vivendo fechado numa casa todo o dia. Perguntou ao Canário: - Canário Tomás tu cantas tão bem, és feliz a viver sempre dentro de casa?
E o canário respondeu: - Sim, sabes tenho um dono que todos os dias me dá água e comida, canto e encanto a canária Albertina que é bela e simpática. E por fim perguntou: - Olha eu também sou bela e simpática mas não sei voar. Achas que me podes ensinar? O canário Tomás respondeu: - Olha poder até poderia pois não tenho nada para fazer mas não quero sair daqui de casa e perder o privilégio do dono me dar água e comida todos os dias.
A
borboleta Constantina foi embora já a chorar e enquanto caminhava a olhar para o chão, já sem esperança, ouve alguém chamá-la.
! ! a
a a a t e l o b r !!
Bo
Bo
a a a a t e l o b r
Fica espantada e não consegue perceber logo ao inicio quem a chama. Mas pouco tempo depois vê que é o papagaio Muitocalado.
O papagaio Muito-calado também não sabia voar, nem conversava com qualquer vizinho, por isso se chamava Muito-calado. A borboleta olha para ele e diz-lhe: - Tu tens tantas cores como eu. E ele responde: - Pois é, engraçado não é. De seguida ela pergunta: - Olha os papagaios costumam falar porque é que tu não conversas? E ele responde: - Sabes os meus vizinhos não têm tempo para falar comigo. De seguida a borboleta perguntoulhe se ele lhe podia ensinar a voar. Para espanto dela, ele respondeu que sim.
- Borboleta Constantina senta-te aqui no meu tronco, fecha os olhos e salta sem medo. Ela fez o que ele disse e quando começou a voar sentiu a beleza que o vento transmitia a tocar nas suas asas frágeis. Depois de voar voltou para ao pé do papagaio Muito-calado. Muito entusiasmada agradeceu e perguntou: - Porque não vens comigo? E ele respondeu: - Porque também não sei voar. E ela disse-lhe. - Olha deixa de ser Muito-calado pois não és feliz aí com esses vizinhos. Salta desse tronco e vem comigo, voar e conhecer o mundo.
E ele assim fez. A borboleta Constantina e o papagaio Muito-calado foram muito felizes.
Moral da Hist처ria - N찾o te escondas - Procura ajuda e se te recusarem n찾o fiques triste continua a lutar ela vai aparecer quando menos esperares - N찾o tenhas medo, pois o medo esconde a felicidade