Jornal ABO - Edição 124 - Março/ Abbril de 2010

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J A B O Jornal da Associação Brasileira de Odontologia

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Ano XXVIII - Número 124 - Março/abril - 2010

ESPECIAL: Hipersensibilidade dentinária

A DOR QUE TIRA O PRAZER E O SORRISO Imagens cedidas por Antônio Wilson Sallum (FOP/Unicamp)

Hipersensibilidade dentinária cervical é a primeira das reportagens especiais programadas neste ano para o JABO. Mudanças nos hábitos alimentares, maior busca por prevenção e qualidade de vida e aumento da expectativa de vida da população colocam-na como questão eminente na Odontologia. Nesta edição, os especialistas Antônio Wilson Sallum, Wagner Leal Serra e Silva Filho e Rodrigo Bueno de Moraes compartilham suas experiências científicas e clínicas com os cirurgiões-dentistas brasileiros, mostrando características, causas, terapias, etiologia e agentes dessensibilizantes. ● Págs. 6, 7 e 19

BRASÍLIA

CEN e sen. Valdir Raupp: em pauta, cursos da UniABO

O presidente da ABO Newton Miranda de Carvalho e os diretores Wesley Borba Toledo e Marco Aurélio Blaz Vasques reuniram-se com o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) para buscar apoio à regularização dos cursos de pós-graduação da UniABO. ● Pág. 11

RECIFE

5 mil participantes no XX Copeo

Tabaco e o papel do CD

31 de Maio, Dia Mundial Contra o Tabaco, terá como tema definido pela OMS “Tabaco e o Gênero”. No Brasil, a data volta a atenção para “Mulheres e o Tabagismo”. Completando 5 anos do tratado internacional Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, do

qual Brasil é signatário, ainda há muito o que fazer para alcançar as metas propostas. Este é um momento importante para o cirurgião-dentista exercer sua competência específica para o diagnóstico precoce de lesões bucais malignizáveis e dar sua contribuição na prevenção desse mal que afeta 25 milhões de brasileiros e que tem como fator de risco o tabaco. Com informações do patologista Jacks Jorge Júnior e do pneumologista Ricardo Meirelles. ● Págs. 16 e 17

5º Ciopi: programação cidadã, de 26 a 30/5 A ABO Piauí reúne em Teresina sete eventos paralelos ao 5º Congresso Internacional do Piauí, com caráter multidisciplinar e cidadão, sob o tema Odontologia, Saúde Pública e Evidência Científica na Prática Clínica. Preços especiais para acadêmicos e CDs associados à ABO e inscrição on-line podem ser conferidos em www.ciopi.com.br . ● Pág. 10

UniABO: MT, SC e PB apresentam seus cursos nesta edição ● ■

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Quase 2 mil CDs aderem a programa de reciclagem de amálgama ●

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A ABO Pernambuco comemora o sucesso de seu vigésimo congresso. O registro de 5 mil participantes é creditado à adoção da

gratuidade a todos os CDs associados à ABO, à maior organização do evento e consequente conforto para os congressistas. ● Pág. 10

Revista ABO Nacional chega à 100ª edição

ABO/PA realiza 9º Cioa de 3 a 6/6 Acadêmicos em dia com a Seção Pará terão adesão gratuita ao 9º Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia (Cioa), que acontece de 3 a 6 de junho próximo, em Belém. Programação e mais informações: www.abopa.org.br. ● Pág. 10

FDI’2010: o mundo a caminho do Brasil Trabalho conjunto da FDI e da ABO trazem a Salvador (Bahia) o Congresso Anual Mundial de Odontologia, entre os dias 2 e 5 de setembro deste ano. Parceria entre as duas entidades oferece preços especiais a todos os cirurgiões-dentistas brasileiros. Inscrição e informações em www.fdi2010.com.br. ● Págs.4 e 5

Foi apresentada em Recife, durante o XX Copeo, a 100ª edição da Revista ABO Nacional, que resgata em suas páginas a história da entidade, de suas publicações e do Selo ABO. A edição foi exibida pelo diretor científico da

revista, Fernando Tavares Vieira, na presença do presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, do secretário-executivo da publicação, Cláudio Heliomar Vicente da Silva e convidados. ● Págs. 10 e 14

Novo presidente no Conselho Deliberativo Nacional José Barbosa Porto (ABO/CE) e Nádia Maria Fava (ABO/SC) tomaram posse como presidente e vice-presidente, respectivamente, do Conselho Deliberativo Nacional da ABO, no XX Copeo. ● Pág. 10

PARCERIA

ABO e APCD unem forças em torno de eventos Estender mais benefícios a todos os cirurgiões-dentistas brasileiros e resolver problemas da classe odontológica motivaram a adoção de medidas conjuntas da ABO e

da APCD, entre elas, parceria para o sucesso do FDI’2010 e do congresso dos 100 anos da APCD, em 2011. ● Pág. 3


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JABO - Ano XXVIII - Número 124 - Março/abril - 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA

EDITORIAL

Construindo um novo patamar

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om passos firmes, a ABO trilha caminhos em direção a novos patamares para a entidade e seu foco primário: os cirurgiões-dentistas brasileiros. Ao reforçar nossa atenção aos problemas que prejudicam estes profissionais – desde o acadêmico que vê sua formação afetada pela má qualidade de ensino; a concentração desproporcional dos cirurgiões-dentistas e dentro de mercados predatórios; até a sua capacitação e aprimoramento técnico e científico para a prática clínica esbarrando em regulações nem sempre acertadas - o que vislumbramos adiante é a melhora não só da Odontologia mas, como consequência, a da saúde bucal da nossa população. Com a experiência herdada de nossos antecessores nesses mais de 90 anos de história da nossa entidade - relatada na edição especial de número 100 da Revista ABO Nacional – aprendemos que o início do que hoje se constitui na grande família ABO, com suas 321 unidades no País, se deu pela vontade de fortalecer a classe através da união de todos. E essa continua sendo, até os dias atuais, a mola mestra que deve nos impulsionar às nossas conquistas. Para ampliar e fixar estes conceitos, reforçar a necessária união entre nossos pares, o poder público, a sociedade e nossos parceiros institucionais e iniciativa privada, a ABO coloca-se, ao mesmo tempo, como catalizadora e disseminadora de ideias, projetos e programas que visem essa imprescindível transformação. As publicações da ABO - o JABO, a Revista ABO Nacional, o ABO On-line, o Portal ABO - estão abertas a esta sinergia entre todos os segmentos. Prova disto é o início nesta presente edição do jornal, de reportagens especiais que unem em seu conteúdo as duas pontas da profissão: a ciência e a prática, compartilhando o saber de especialistas com todos os CDs. O Selo de Qualidade ABO - que traz a experiência de 25 anos de busca pelo aperfeiçoamento do produto odontológico nacional - é prova inequívoca de que parcerias dão certo quando o resultado é mais qualidade e benefícios de ponta a ponta, até o consumidor final, que é a população. Já a vinda ao Brasil neste ano, do FDI’2010-Salvador, deve movimentar a máquina do setor odontológico e se transformar em ótima oportunidade para a abertura de uma vitrine brasileira ao mundo. Ao mesmo tempo, oferece a chance de atualização científica sob a bandeira da FDI, fundada há 110 anos e realizando em Salvador seu 110º Congresso Anual Mundial Odontológico. E, ressalte-se, com vantagens para os cirurgiõesdentistas brasileiros, que pagarão preços especiais de adesão ao evento, graças a acordo entre ABO e FDI. É com muito orgulho que vamos receber os colegas de todo o mundo em Salvador. E com satisfação, exibir a experiência da ABO, entidade que consegue mobilizar cerca de 50 mil participantes nos congressos que realiza anualmente. Newton Miranda de Carvalho Presidente da ABO Nacional

J A B O E X P E D I E N T E JABO é uma publicação bimestral da Associação Brasileira de Odontologia, de circulação nacional. Filiado à Aberje. Produção e edição : Edita Comunicação Integrada. Alameda Santos, 1398 - 8º and. conj. 87. Telefax (+11) 3253.6485 e (+11) 3284.1348. CEP 01418-100 - São Paulo - SP - Brasil. E-mail: edita@editabr.com.br Diretores: Joaquim R. Lourenço e Zaíra Barros. Editora: Zaíra Barros (MTb: 8989). Repórteres: Antonela Tescarollo (MTb: 41.547) e Diego Freire (MTb: 49.614); diagramação/artes: Edita/Victor Cruz; fotos: Edita/Davi de Barros/Fotoabout - e-mail: rsm@fotoabout.com. Publicidade: MN Design - Tel.: (+11) 2975.3916; e-mail mncomunicacao@uol.com.br e Ponto 4 Propaganda Ltda. - Tel (+11) 3816.0328; e-mail ponto4@ponto4.com.br. Fotolito e impressão: Plural Gráfica/Vitor Mango. Tiragem 100.000 exemplares. Distribuição gratuita. Circulação nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro. A ABO não se responsabiliza pelos serviços e produtos das empresas que anunciam no JABO, as quais estão sujeitas às normas de mercado e do Código de Defesa do Consumidor. Artigos assinados ou conceitos emitidos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitida a reprodução de textos do jornal desde que citada a fonte.

Diretoria Nacional Conselho Executivo Nacional (CEN) Presidente: Newton Miranda de Carvalho (MG) Vice-presidente: Manoel de Jesus R. Mello(CE) Secretário-geral: Marco Aurélio Blaz Vasques (RO) Tesoureiro-geral: Wesley Borba Toledo (GO) 1ª secretária: Daiz da Silva Nunes (AP) 1o tesoureiro: Carlos Augusto Jayme Machado(MG) Suplentes: Dilto Crouzeiles Nunes (RS)/ Paulo Murilo Oliveira da Fontoura Jr.(RJ)/ Lucila Janeth Esteves Pereira (PA)/ Júlio Medeiros Barros Fortes (PI) Conselho fiscal Efetivos: José Silvestre (SP)/ José

Registrada no Conselho Nacional do Serviço Social (nº 110.006/54), em 12 de janeiro de 1955. Filiada à FDI e à Fola/Oral. SEDE ADMINISTRATIVA: Rua Vergueiro, 3153 conjs.82 e 83 - CEP 04101-300 - São Paulo - SP Telefax: (+11) 5083.4000. E-mail: abo@abo.org.br - Site: www.abo.org.br Barbosa Porto (CE)/ Paulo Jorge Alves Martins (TO) Suplentes: Rafael de Almeida Decúrcio (GO)/ Alberto Tadeu do Nascimento Borges (AM)/ Stanley Sandro da Silva Mendes (AC) Vice-presidentes Regionais Norte: Luiz Fernando Varrone (TO) Nordeste: Tiago Gusmão Muritiba (AL) Sudeste: Osmir Luiz Oliveira (MG) Sul: Nádia Maria Fava (SC) Centro-oeste: Jander Ruela Pereira (MT) UniABO Coordenador: Inácio Rocha da Silva (RJ) Vice-coordenador: Danielle Tupinambá Emmi(PA) Secretário: Sérgio de Freitas Pedrosa (DF)

Assessores da Presidência Paulo Murilo O. da Fontoura Jr. (RJ) Plínio Tomaz (SP) Sinval Santos Pereira Silva (ES) Antônio Inácio Ribeiro (PR) Diretor do Departamento de Avaliação de Produtos Odontológicos (Dapo) Oscar Barreiros de Carvalho Jr. (SP) Diretor científico da Revista ABO Nacional Fernando Luiz Tavares Vieira (PE) Conselho Nacional de Saúde (CNS) Efetivo: Geraldo Vasconcelos (PE) Conselho Deliberativo Nacional (CDN) Presidente: José Barbosa Porto/CE Vice-presidente:Nadia Maria Fava/SC

ABO nos Estados ABO/Acre Pres. Stanley Sandro da Silva Mendes R. Marechal Deodoro, 837, s.4 69900-210 - Rio Branco - AC Telefax(+68) 3224.0822 abo.acre@hotmail.com ABO/Alagoas Pres. Tiago Gusmão Muritiba Av.Roberto M. de Brito, s/n.-Jatiuca 57037-240 Maceió - AL Telefax(+82) 3235.1008 aboal@aboal.org.br www.aboal.org.br ABO/Amapá Pres. Daiz da Silva Nunes Rua Dr.Marcelo Cândia, 635 CP 635 68906-510 - Macapá - AP Tel. (+96) 3244.0202/Fax 3242.9300 abo-ap@oi.com.br ABO/Amazonas Pres. Alberto Tadeu do N. Borges Rua Maceió, 863 69057-010 - Manaus - AM Tel.(+92) 3584.5535/3635-231 abo_am@vivax.com.br ABO/Bahia Pres. Antístenes Albernaz Alves Neto R.Altino Serbeto Barros, 138 41825-010 - Salvador - BA Tel.(+71) 2203.4066/ Fax 2203.4069 abo-ba@abo-ba.org.br www.abo-ba.org.br ABO/Ceará Pres. José Barbosa Porto R. Gonçalves Lêdo, 1630 60110-261 - Fortaleza - CE Tel.(+85) 3311.6666/Fax 3311.6650 abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br ABO/Distrito Federal Pres. Hamilton de Souza Melo SGAS 616 - lote 115-L/2 Sul 70200-760 - Brasília - DF Tel.(+61) 3445.4800/Fax 3445.4848 abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br ABO/Espírito Santo Pres. Luiz Carlos Bourguignon dos Santos R. Henrique Rato, 40 - Fátima 29160-812 - Vitória - ES Telefax(+27) 3337.8010 aboes@veloxmail.com.br www.abo-es.com.br ABO/Goiás Pres. Jorivê Sousa Castro Av.Itália, 1184 74325-110 - Goiânia - GO Tel.(+62) 3236.3100/Fax 3236.3126 ca@abo-go.com.br www.abo-go.com.br

ABO/Maranhão Pres.Marvio Martins Dias Av. Ana Jansen,73 65051-900 - São Luiz - MA Tel. (+98) 3227.1719/Fax 3227.0834 aboma4@hotmail.com www.abo.ma.com.br

ABO/Rio de Janeiro Pres. Paulo Murilo O. da Fontoura Rua Barão de Sertório,75 20261-050 - Rio de Janeiro - RJ Tel.(+21)2504.0002 /Fax 2504.3859 aborj@aborj.org.br www.aborj.org.br

ABO/Mato Grosso Pres. Luciano Castelo Moares Rua Padre Remeter, 170 78008-150 - Cuiabá - MT Telefax(+65) 3623.9897 assbo_mt@terra.com.br www.abomt.org

ABO/Rio Grande do Norte Pres. Pedro Alzair Pereira da Costa Rua Felipe Camarão, 514 59025-200 - Natal - RN Tel.:(+84) 3222.3812/Fax: 3201.9441 aborn@aborn.org.br/www.aborn.org.br

ABO/Mato Grosso do Sul Pres. Paulo Cezar R. Ogeda Rua da Liberdade, 836 79004-150 Campo Grande - MS Telefax (+67)3383.3842 aboms@terra.com.br www.aboms.org.br ABO/Minas Gerais Pres. Carlos Augusto Jayme Machado Rua Tenente Renato César, 106 30380-110 - B.Horizonte - MG Tel. (+31) 3298.1800/Fax 3298.1838 abomg@abomg.org.br www.abomg.org.br ABO/Pará Pres. Lucila Janeth Esteves Pereira Rua Marquês de Herval, 2298 66080-350 - Belém - PA Tel. (+91) 3277.3212/Fax 3276.0500 abo@abopa.org.br ABO/Paraíba Pres. Patrícia Meira Bueno Av. Rui Barbosa,38 58040-490 - João Pessoa - PB Telefax(+83) 3222-7100 abopb@terra.com.br www.abopb.com.br ABO/Paraná Pres. Osiris Pontoni Klamas Rua Dias da Rocha Filho, 625 80040-050 - Curitiba - PR Tel.(+41)3028.5800/Fax 3028.5824 abo@abopr.com.br www.abopr.com.br

ABO/Rio Grande do Sul Pres. Flávio Augusto Marsiaj Oliveira Rua Furriel L. A. Vargas, 134 90470-130 - Porto Alegre - RS Tel.:(+51) 3330.8866/Fax: 3330.6 932 abors@abors.org.br www.abors.org.br ABO/Rondônia Pres. Antonio Carlos Politano Rua D.Pedro II, 1407 78901-150 - Porto Velho - RO Tel.: (+69) 3221.5655/Fax: 3221.6197 abo-ro@enter-net.com.br ABO/Roraima Pres. Luiz Carlos Schwinden R. Barão do Rio Branco,1309 69301-130 - Boa Vista - RR Tel. (+95) 3224.0897/ Fax 3224.3795 abo-rr@click21.com.br ABO/Santa Catarina Pres. Nádia Maria Fava Rua Dom Pedro I, 224 - Capoeira 88090-830 - Florianópolis- SC Telefax (+48) 3248.7101 abosc@abosc.com.br www.abosc.com.br ABO/São Paulo Pres. José Silvestre Rua Dr. Olavo Egídio, 154 - Santana 02037-000 - São Paulo - SP Tel.: (+11) 2950.3332/Fax: 2950.1932 secretaria.abo@terra.com.br www.abosp.org.br

ABO/Pernambuco Pres. Fernando Luiz Tavares Vieira Rua Dois Irmãos, 165 52071-440 - Recife - PE Tel.(+81) 3442.8141 scdp@hotlink.com.br www.scdp.com.br

ABO/Sergipe Pres. Martha Virgínia de Almeida Dantas Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 404 49015-230 - Aracajú - SE Tel: (+79) 3211.2177 Fax: 3214.4640 abo-se@infonet.com.br www.abo-se.org.br

ABO/Piauí Pres. Júlio Medeiros Barros Fortes Rua Dr. Arêa Leão, 545 - SUL 64001-310 - Teresina - PI Tel.(+86) 3221.9374 abopi@uol.com.br www.abo.pi.org.br

ABO/Tocantins Pres. Luiz Fernando Varrone Av.LO15 602 Sul-Conj. 02 Lote 02 70105-020 - Palmas - TO Tel.: (+63) 3214.2246/Fax: 3214.1659 abotocantis@gmail.com www.abo-tocantis.com.br

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JABO - Ano XXVIII - Número 124 - Março/abril - 2010

ABO participa do Fórum sobre exercício da Odontologia no Mercosul

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o dia 30 de abril acontece, em Foz do Iguaçu (PR), o I Fórum sobre o Exercício Profissional da Odontologia no Mercosul, em que será discutido o conjunto dos acordos firmados pelos países membros do Mercosul sobre o exercício profissional em saúde. O evento é promovido pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), com apoio dos 27 Conselhos Regionais de Odontologia, e reunirá instituições de ensino e entidades odontológicas, como a ABO Nacional, representada pelo cirurgião-dentista Sérgio de Freitas Pedrosa. A parte da manhã do evento será dedicada a palestras de representantes do Ministério da Saúde (Diretoria de Gestão e da Regulação do Trabalho na Saúde), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de

Nova Diretoria na ABO/MT

No último 5 de março, tomou posse a nova Diretoria da ABO Mato Grosso, presidida por Luciano Castelo Moraes, para a gestão 2010-2013. Durvalino de Oliveira assumiu como vice-presidente, Carlo Juliano Cáceres R. da Silva, como secretário-geral, e Adriana Maria Bueno Brandão, como tesoureira. Moraes, que também é professor da UniABO de Mato Grosso, substituiu Jander Ruela Pereira, que agora está no Conselho Fiscal da Seção.

Portal ABO Informação em um click. Veja em www.abo.org.br

Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do Programa Latinoamericano de Convergência no Ensino Odontológico (Placeo). Na outra metade do dia, os presidentes de seis CROs (AM, MS, PR, RR, RS e SC) apresentarão as experiências fronteiriças relacionadas ao exercício profissional. Em seguida, será aberto o debate. Ao final, serão apreciadas as sugestões a serem encaminhadas ao Ministério da Saúde sobre a Matriz Mínima de Registro de Profissionais de Saúde do Mercosul.

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AB O A

Colaboração em benefício do CD

otivadas pelo desejo de resolver os M problemas da classe odontológica

brasileira, bem como de oferecer a todos os profissionais mais e melhores benefícios, a ABO Nacional e a APCD vêm se aproximando e se organizando em medidas conjuntas. Um novo passo neste entendimento foi acorda-

do entre o presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, e o da APCD, Silvio Cecchetto, para que, juntas, as duas entidades trabalhem pelo sucesso do Congresso FDI’2010, em setembro, na cidade de Salvador, mantendo, nos sites das duas entidades, banner do evento. Da mesma forma, haverá colaboração na divulgação do congresso comemorativo dos 100 anos da APCD, que acontece em 2011. Neste mesmo espírito de apoio mútuo e união, Cecchetto já havia estado presente, em fevereiro último, na posse da nova Diretoria da ABO Nacional, em Belo Horizonte (MG). “Os CDs estão buscando se organizar melhor por percebermos que só através de um espírito de corpo poderemos resolver nossos problemas. Sem dúvida, a solução passa por este caminho de união”, afirma Miranda de Carvalho.


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FDI’2010: o mundo a caminho do Brasil Trabalho conjunto da FDI e da ABO vai culminar na realização do Congresso Anual Mundial de Odontologia em Salvador (BA), entre os dias 2 e 5 de setembro próximo. Graças à parceria, todos os cirurgiões-dentistas brasileiros e latino-americanos terão acesso ao evento com preços especiais

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econhecida nacional e internacionalmente como a entidade de maior representação da Odontologia brasileira, a ABO garante a todos os mais de 220 mil cirurgiões-dentistas do País, sem restrição, acesso facilitado ao FDI’2010, que acontece de 2 a 5 de setembro, em Salvador (BA). Serão cerca de 100 atividades, entre cursos, conferências, simpósios, debates, ministrados por especialistas de diversos países, todos reunidos em nome do tema central da edição deste ano do maior evento da Odontologia internacional: “Saúde oral para todos – desafios locais, soluções globais”. A programação completa está disponível no site www.fdi2010.com.br, onde também é possível se inscrever no congresso e submeter trabalhos científicos. Para ter acesso ao preço especial, basta comprovar sua formação profissional e ficar atento aos prazos: até 28 de maio, R$ 305,00; até 28 de junho, R$ 350,00; até a realização do congresso, R$ 420,00. Os valores valem também para profissionais latino-americanos associados à entidade nacional filiada à FDI. O pagamento pode ser feito por boleto bancário ou cartão de crédito (Visa, Master e Diners), sendo que, no cartão, é possível parcelálo em até três vezes. A taxa de adesão inclui acesso a todas as atividades da programação científica, à exposição comercial, à solenidade de abertura e à documentação e pasta do congresso. Para os cursos pré-congresso, que acontecem no dia 1º de setembro, deve ser feita inscrição à parte.

Parlamento Mundial da Odontologia Cerca de 140 países estarão em Salvador, representando mais de um milhão de cirurgiões-dentistas de todo o mundo, para debater importantes tópicos durante duas Assembleias Gerais, três fóruns abertos e outras reuniões das diversas comissões e organizações filiadas à FDI. Tais encontros produzirão documentos que influenciam a Odontologia de todo o planeta. Além da International Dental Manufacturers (IDM), estarão presentes representações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas (ONU), International and American Association for Dental Research (IADR), International Organization for Standardization (ISO), International Association of Dental Students (IADS), Forças de Defesa, Organizações Regionais da FDI, Seção de Saúde Pública da FDI e Seção das Mulheres Dentistas da FDI, entre outras.

Salvador e o Centro de Convenções da Bahia aguardam os congressistas


JABO - Ano XXVIII - Número 124 - Março/abril - 2010

Ciência e cidadania O tema do FDI’2010 – “Saúde oral para todos: desafios locais, soluções globais” – reflete a crescente consciência científica e política global de que a saúde oral é frequentemente negligenciada, mesmo sendo de importância crucial para todos. Além da saúde oral pública e da educação em saúde, a programação do evento explora os avançados da Odontologia clínica, da formação acadêmica e da pesquisa científica. Quem já participou de congressos da FDI verá o aumento do uso de multimídia interativa nas atividades científicas da edição deste ano, com tecnologia de comunicações e transmissões em rede. Você, cientista É possível inscrever trabalhos

para sessões de pôsteres e temas livres no FDI’2010 até o dia 3 de maio, através do site oficial do congresso (www.fdi2010.com.br), onde também estão disponíveis as normas para submissão de resumos. Não é permitida a apresentação de trabalhos já publicados ou apresentados e nem a menção de produtos comerciais ou técnicos, e todas as comunicações devem ser escritas em português ou espanhol. Na avaliação dos trabalhos serão considerados os seguintes critérios: interesse clínico ou científico pela questão a ser avaliada; se dados suficientes foram fornecidos; inovação; impacto clínico. O resumo será rejeitado se não for submetido on-line; for recebido após o prazo de 3 de maio; exceder o número máximo de 150 palavras; não estiver acompanhado de

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F D I’ 2 0 1 0 inscrição e pagamento; e se o mesmo tipo de apresentação já tiver sido submetido. A FDI reestruturou a sessão de comunicações livres de seus congressos para oferecer ao jovem profissional de Odontologia a oportunidade de se apresentar em um evento de nível internacional e participar de treinamento para palestrantes. As áreas a serem tratadas são: promoção de saúde oral; Implantodontia; Estética; e Cariologia.

dústria odontológica expor suas últimas novidades em produtos e serviços, além dos já largamente testados em todo o planeta. Após o lançamento oficial do FDI’2010 no Brasil, no último dia 31 de janeiro, em São Paulo (SP), a procura por estandes da exposição comercial foi grande. Nos dias seguintes à apresentação, a organização já estava com 60% dos espaços reservados e a procura tem crescido com a proximidade do congresso.

Indústria odontológica em peso no evento Com a parceria da International Dental Manufacturers Association (IDM), a Exposição Mundial da FDI em Salvador vai receber mais de 300 companhias globais, entre elas as brasileiras, configurando-se uma plataforma comprovada para a in-

Mantenha-se informado Atualizações contínuas sobre a programação do FDI’2010 e muitas outras informações estão disponíveis no site oficial do evento (www.fdi2010.com.br), no da entidade mundial (www. fdiworl dental.org) e no Portal ABO (www. abo.org.br).

Salvador, berço do ensino odontológico brasileiro

A cidade escolhida para sediar o FDI’2010 tem papel fundamental na história da Odontologia brasileira. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a capital do Estado da Bahia abriga o primeiro curso de Odontologia do Brasil, fundado em 1884, no dia 25 de outubro – data mais tarde instituída como Dia Nacional do Cirurgião-dentista e da Saúde Bucal. E a cidade tem muito mais história para contar... Primeira capital do País, Salvador consegue reunir passado e presente com harmonia. Além de suas praias e de sua culinária muito apreciada, o cartão postal da cidade é o bairro Pelourinho, ladeira com ruas estreitas, calçadas por escravos em pedras pé-demoleque rodeadas por sobrados e igrejas dos séculos XVII e XVIII. Totalmente restaurado, o local é pródigo em bares, restaurantes, casas de shows e lojas de artesanato, e museus e igrejas barrocas se encontram espalhados pelas ladeiras. E uma cidade que se divide entre “alta” e “baixa” só podia mesmo ter um grande elevador para servir de tradicional cartão postal. O Elevador Lacerda foi construído em 1873, encravado na rocha de uma montanha. Ele interliga os 72 metros da Praça Tomé de Souza, na cidade alta, à Praça Cayru, na cidade baixa, transportando cerca de 28 mil passageiros por dia. Nas próximas edições, o JABO vai mostrar mais do semnúmero de atrativos da capital da Odontologia mundial em 2010, sede do Congresso Mundial Anual da FDI.


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ESPECIAL HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA

A DOR QUE TIRA O PRAZER E O SORRISO Pesquisadores, cirurgiões-dentistas e entidades, como a FDI, concordam: a hipersensibilidade dentinária cervical é uma questão eminente na Odontologia. Este contexto é composto por mudanças nos hábitos alimentares, maior busca por prevenção e qualidade de vida e pela crescente expectativa de vida da população. Ao profissional, é preciso atualização científica e habilidade clínica para lidar com este problema multifatorial, de diagnóstico delicado (e crucial), que pode ser abordado com terapias diversas e requer a colaboração do paciente. Este tema dá início à série de reportagens especiais com o objetivo de levar informação científica a ser aplicada à prática clínica do cirurgião-dentista Por Antonela Tescarollo

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uando algo prazeroso, como tomar um sorvete, um suco refrescante, ou imprescindível, como beber água, vem acompanhado de uma dor aguda e passageira, a perda em qualidade de vida e bem-estar é grande. E,mesmo sem saber que o nome completo e correto é hipersensibilidade dentinária cervical – ou hiperestesia dentinária -, muitos pacientes levam ao consultório odontológico esta queixa, em busca de um diagnóstico e um tratamento que nem sempre são muito simples e rápidos. Pelo que observa em seu consultório e estuda, o periodontista Rodrigo Bueno de Moraes, coautor do livro Fundamentos da Periodontia: Teoria e Prática, diz notar que a hipersensibilidade dentinária é um fenômeno clínico bastante comum. As descrições de dor e desconforto mais comuns entre seus pacientes estão relacionadas à mastigação, ingestão de líquidos, respiração, oclusão e até mesmo na fala. Na literatura científica, a alta prevalência

da hipersensibilidade é confirmada, com 10% a 30% da população mundial afetada pelo problema, variando muito conforme os hábitos de cada uma. O dado é citado no artigo “Hipersenbilidade dentinária”, de Antônio Wilson Sallum, professor titular da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, e Wagner Leal Serra e Silva Filho, mestre e doutor em Periodontia pela mesma instituição. O artigo foi publicado na Revista Perio News (www.perionews.com.br/Artigo_4.asp) e também é utilizado como material didático na FOP/ Unicamp. De fato, a hipersensibilidade é uma questão eminente na Odontologia atual, como propõe a Federação Dentária Internacional (FDI), que indica um número maior de jovens adultos com o problema, “provavelmente devido à exposição a alguns fatores predisponentes, como dietas ácidas, escovação traumática, hábitos pessoais e uso inadequado de produtos de branqueamento dentário” (veja mais

Principais características clínicas que ajudam a definir o diagnóstico da hipersensibilidade dentinária Dor de origem não patogênica (alodontia) Perda de esmalte e/ou cemento Resposta variável aos estímulos térmicos, químicos e táteis Desaparecimento rápido da dor com a remoção dos estímulos Controle das fases agudas e crônicas com agentes anti-hiperestésicos Sem evidência radiográfica de patologia apical Fonte: Hipersensibilidade dentinária, Antônio Wilson Sallum e Wagner Leal Serra e Silva Filho.

Principais causas das lesões dentárias cervicais não cariosas Causas Exógenas - Técnica de escovação incorreta - Hábitos alimentares - Hábitos sociais - Trauma oclusal - Procedimentos clínicos: Tratamentos ortodônticos Retração gengival excessiva Cirurgias periodontais Desgastes das estruturas

Causas Endógenas - Defeitos na junção cemento/esmalte - Defeitos na formação dentária - Doenças periodontais - Doenças sistêmicas: Bulimia Anorexia Nervosa Hipertireoidismo Distúrbios gástricos

Fonte: Hipersensibilidade dentinária, Antônio Wilson Sallum e Wagner Leal Serra e Silva Filho.

Antonio Wilson Sallum, Rodrigo Bueno e Wagner Silva Filho (sentido horário)

na pág.19, em Resoluções da FDI). Bueno de Moraes também observa: “Ao mesmo tempo, a atenção ao bem-estar e à qualidade de vida, bem como o crescimento do conceito de prevenção, tornam as pessoas menos tolerantes a quaisquer desconfortos bucais, que anteriormente suportavam, especialmente pelo medo de visitar o cirurgião-dentista, ou pela dificuldade de acesso aos serviços”. Além dos hábitos de alimentação e outras ações que podem levar à exposição da dentina e, consequentemente, à hipersensibilidade, ela está ligada ao contexto atual da Saúde e da Odontologia, conforme aponta Antônio Sallum: “A população está vivendo mais e com mais dentes preservados na boca, com isso novos eventos sistêmicos e bucais vão acontecendo”. Ponto crucial “O passo mais importante para o sucesso no tratamento da hipersensibilidade dentinária é o correto diagnóstico e a identificação dos fatores etiológicos. Apesar de não ser considerada uma doença, apresenta sintomas que podem confundi-la com eventos patológicos que acometem os elementos dentários.” Assim colocam Antônio Sallum e Silva Filho, deixando clara a importância de se conhecer bem o fenômeno, entender os mecanismos que causam e explicam a sensibilidade, além de saber reconhecê-lo através da anamnese do paciente, análise dos sintomas, exame clínico e radiográfico detalhados. E informação para isso está disponível. “O clínico-geral da última década vem tendo boas oportunidades de receber conhecimento e de se atualizar neste assunto, pois muitos congressos, jornadas e publicações científicas ou não estão abordando a hipersensibilidade com frequência. A gente só pode ver o que sabe que existe. Então, além da experiência, o conhecimento também leva a uma boa prática clínica”, avalia Antônio Sallum. O periodontista Bueno de Moraes concorda e ainda lembra que o acesso constante à reciclagem de conceitos científicos e clínicos coloca os CDs brasileiros em boas condições para lidar com a hipersensibilidade, já que os profissionais daqui se destacam na prática e técnica da Odontologia. O paciente por inteiro O correto diagnóstico nestes ca-

sos deve começar com uma anamnese que avalie, primeiramente, os hábitos alimentares do paciente de forma criteriosa, para identificar, por exemplo, a frequência e a quantidade de consumo de sucos e alimentos cítricos, de doces e de refrigerantes. Uma dieta rica em vegetais e temperos também pode contribuir com a erosão dos dentes, segundo Antônio Sallum e Silva Filho. Como um dos principais desencadeadores da hipersensibilidade é a escovação traumática, é preciso investigar também o tipo de escova, a técnica de escovação e o dentifrício (mais ou menos abrasivo) adotados pelo paciente. Ainda nesta etapa, o histórico médico deve ser bem explorado, para a aferição de eventos intrínsecos que favorecem o problema, como refluxos gástricos, vômitos provocados em decorrência de distúrbios alimentares como a bulimia e anorexia, síndromes de secura bucal e diabetes. Além disso, há os fatores extrínsecos a serem observados, como o uso abundante de medicamentos ácidos (aspirina e vitamina C), fumo, entre outros. “Devemos sempre lembrar que por trás de um surto de hipersensibilidade pode-se esconder uma série de desequilíbrios bucais e /ou sistêmicos, que exige atenção dos profissionais e, por vezes, integração com outras especialidades da Odontologia ou outras áreas da saúde. A visão de que os tratamentos de saúde devem ser vistos como multidisciplinares está crescendo e ganhará espaço contínuo”, destaca ainda Bueno de Moraes. Exame clínico detalhado Mas este é só o início de um diagnóstico que nem sempre é muito simples, devido à diversidade de respostas sensoriais e tolerância à dor entre os pacientes e à dificuldade em realizar um diagnóstico precoce. No exame clínico, é preciso estar atento a várias informações, sendo imprescindível a identificação dos estímulos desencadeantes e, também, a duração, frequência e localização da

dor, segundo Antônio Sallum e Silva Filho no artigo “Hipersensibilidade dentinária”. Esta avaliação deve ser feita com o auxílio do jato de ar e/ou da água da seringa, exame de percussão, teste de estresse de mordida e ainda o teste térmico, com cubo de gelo ou spray gelado. Os pesquisadores também chamam atenção para as particularidades presentes em cada elemento dentário apontado como queixa e que podem levar à sensibilidade: identificação de trincas da coroa dentária, fratura, restaurações mal adaptadas ou com falhas, cárie, sensibilidade pós-restauração, dentes com hiperfunção. “Ainda é importante o exame das condições teciduais. Uma região com tecido gengival mais delgado e apresentando pequena ou nenhuma faixa de tecido queratinizado pode ser alvo de maior trauma de escovação. Pacientes com diagnóstico de doença periodontal também podem apresentar sinais e sintomas, principalmente aqueles já submetidos a tratamento.” É preciso lançar mão ainda de exames radiográficos, que auxiliam a não confundir o problema da hipersensibilidade com outra patologia ou lesão da polpa. Outras situações que apresentam sintomas semelhantes são cárie, fratura do elemento dental e de restaurações e infiltração marginal em restaurações.

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s terapias citadas abaixo são utilizadas como tentativas para solucionar o problema e fugir da conduta radical, que seria o tratamento endodôntico do dente hipersensível. Esta opção não deve ser considerada de início, mas é uma possibilidade quando não existe sucesso no tratamento, ou se a tolerância à dor causada pela exposição dentinária do paciente é muito pequena. Ação Neural ■ Nitrato de Potássio: agente de ação prolongada que atua na redução da atividade sensorial nervosa da dentina. Ação anti-inflamatória ■ Corticoesteróides: atuam no tecido inflamado reduzindo a pressão tecidual e, com ela, a


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ESPECIAL HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA

TERAPIAS DIVERSAS E TRATAMENTO COLABORATIVO

ETIOLOGIA: CONHECER PARA TRATAR E PREVENIR Imagens cedidas por Antônio Wilson Sallum (FOP/Unicamp)

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evantadas todas as informações necessárias para o correto diagnóstico, é possível optar pelo plano de tratamento mais indicado, bem como fornecer as melhores orientações e recomendações ao paciente, que deve estar disposto a colaborar para o melhor controle e tratamento do problema, assim como de sua prevenção. “Em geral, tratamentos relacionados ao controle da dor, como o da hipersensibilidade, contam com ampla colaboração dos pacientes. Mas o que observamos com frequência é que, uma vez vencida a etapa mais aguda da dor, alguns pacientes tendem a relaxar nas instruções ou na continuidade do tratamento”, relata o periodontista Rodrigo Bueno de Moraes. E essa atitude acaba aumentando as chances dos sintomas voltarem e da necessidade de novos tratamentos. Outros fatores muito importantes e que requerem a colaboração do paciente é a atenção à técnica de escovação, à escova e ao dentifrício usados, e também o controle dos hábitos alimentares. “O cuidado com a dieta pode ser acompanhado ainda pelo maior consumo de água e de alimentos levemente adstringentes, como maçã, iogurtes e pêra. Se necessário, devemos encaminhar ao médico ou nutricionista para o mais perfeito ajuste desse quadro”, recomenda o cirurgião-dentista. O próprio ato de escovar os dentes também colabora com a dessensibilização, estimulando a reconstrução da smear layer. O processo natural de recuperação, embora lento, ocorre ainda pela ação tampão da saliva, que ajuda na remineralização e fechamento dos túbulos dentinários. Além deste trabalho em conjunto com o paciente, Bueno de Moraes também considera um desafio no tratamento da hipersensibilidade dentinária adequar a enorme gama de recursos terapêu-

ticos disponíveis à necessidade e às particularidades de cada caso. Nas últimas décadas foram propostas e desenvolvidas diversas terapias para a dessensibilização nervosa pulpar ou fechamento dos túbulos dentinários expostos, no entanto, ainda não se chegou a um agente ideal para controlar a hipersensibilidade e de forma duradoura. “Temos hoje tantas técnicas diferentes para este tratamento justamente porque não se chegou a nenhuma que seja definitiva e totalmente eficaz. Então, está se buscando sempre uma melhor”, afirma Antônio Wilson Sallum, professor titular da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp. Assim, para se chegar à terapia mais indicada para cada caso, é preciso conhecer o que há disponível, as ações e benefícios de cada uma delas. Em 1935, Grossmann publicou trabalho, até hoje citado na literatura científica, em que relaciona características que devem ser levadas em consideração no momento da escolha do agente dessensibilizante, que pode ser de ação neural, anti-inflamatória e de cobertura ou obliteração dos túbulos dentinários (veja mais no quadro abaixo). Estas informações são consideradas atuais e devem ser seguidas na rotina da clínica. Entre elas estão: a não irritação do tecido pulpar, facilidade de aplicação, alívio rápido da dor, efetividade duradoura, baixo custo e não alteração da cor dos dentes. Além disso, é preciso considerar que a res-

Nas imagens de microscópio (acima), a diferença entre dentina com túbulos abertos e fechados fica clara posta do paciente é subjetiva e depende da sensação de dor de cada um. No consultório e em casa O tratamento mais completo para a hipersensibilidade dentinária é o que concilia as terapias aplicadas em consultório com a manutenção feita em casa. Os pacientes podem usar alguns agentes dessensibilizantes, na forma de dentifrícios ou soluções para bochechos diários. Os mais utilizados são: nitrato de potássio, fluoretos (sódio e estanhoso) e cloreto de estrôncio, não havendo comprovação da superioridade de um sobre o outro. Os cremes dentais específicos ainda são o meio mais comum e mais acessível aos pacientes, além de haver evidências de que promovem benefícios pela reposição do esmalte ou cemento. A novidade nesta área é um produto à base de arginina, disponível tanto em concentração para uso profissional quanto caseiro - associada a cremes dentais. “Esta tecnologia recente tenta revolucionar o processo de dessensibilização propondo um tamponamento mais profundo e duradouro do túbulo dentinário e oferecendo, assim, maior resistência”, diz Sallum

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esumidamente, a hipersensibilidade acontece quando a superfície da dentina fica exposta, por perda do esmalte que recobre a coroa dental, ou pelo desnudamento da área radicular, decorrente da perda do cemento e/ ou da recessão gengival. Junto a isso ocorre a abertura e exposição dos sensíveis túbulos dentinários, que estruturam este tecido. Mas a origem de tudo está nas lesões dentárias cervicais não cariosas, que culminam na exposição da dentina e são resultado de quatro processos: erosão, abrasão, atrição e abfração, sozinhos ou associados. Segundo os periodontistas e pesquisadores Antônio Wilson Sallum e Wagner Leal Serra e Silva Filho no artigo “Hipersensibilidade dentinária”, esses processos podem ser definidos como: ■ Abrasão: é o desgaste mecânico da estrutura dental, pela constante fricção efetuada por um corpo estranho e mais duro que o esmalte, principalmente pela escovação traumática, considerando força, duração e frequência. A lesão resultante é caracterizada por ser rasa, polida e lisa na superfície vestibular. Relacionada à abrasão está a recessão gengival, que, além da escovação, pode ter origem na doença periodontal. ■ Erosão: é quando a perda de estrutura dental ocorre devido à dissolução por ácidos, não bacterianos, provenientes de alimentos (frutas cítricas), bebidas (refrigerantes e vinhos), medicamentos e ainda do pró-

prio organismo, como o ácido clorídrico. A erosão por este último meio é comum pela regurgitação em pacientes com anorexia nervosa ou bulimia, tornando o diagnóstico desta lesão pelo cirurgião-dentista mais importante ainda. O desgaste dental por erosão ocorre em todas as faces da coroa clínica, em especial na região cervical, onde o esmalte é mais fino. ■ Abfração: esta lesão ocorre devido a forças oclusais exageradas, que resultam em microfraturas no esmalte por tensões de tração e compressão. Como consequência, ocorre ruptura dos cristais do esmalte, tornando a região mais suscetível à erosão e à abrasão. São caracterizadas como lesões em forma de cunha, profundas e com margens bem definidas, podendo ser encontradas em um único dente. ■ Atrição: ocorre devido ao contato dente com dente, podendo ocasionar desgastes naturais (fisiológicos) ou por hábitos parafuncionais, como o bruxismo. Além da exposição da superfície da dentina, a hipersensibilidade também está relacionada à abertura do sistema de túbulos dentinários e à consequente comunicação direta com o tecido pulpar, o que leva ao desconforto e à dor. “A dentina hipersensível apresenta um maior número de túbulos dentinários abertos, quando comparada à dentina não sensível. Algumas observações sugerem que o cemento presente na região cervical do dente é rapidamente perdido, e dificilmente encontrado em dentes com retração gengival”, segundo Antônio Sallum e Silva Filho. Os especialistas ainda lembram que às vezes a dentina exposta é coberta por uma camada de smear layer, ou pode ter seus túbulos obliterados por depósitos de fosfato de cálcio, derivados da saliva, o que reduz o grau de sensibilidade. No entanto, essa proteção natural pode ser removida pela ação química ou mecânica, abrindo novamente a comunicação entre os túbulos e o meio bucal.

AGENTES DESSENSIBILIZANTES estimulação das terminações nervosas que causam a dor. Presume-se que podem induzir a mineralização da dentina peritubular. Como não há evidências da eficácia, seu uso ainda é questionado. Agentes de cobertura ou obliteração dos túbulos dentinários ■ Brunidura: o polimento da superfície de dentina exposta com um bastão de madeira é um procedimento simples e rápido, embora extremamente dolorido. É sugerido que essa ação mecânica possa produzir smear layer. ■ Hidróxido de cálcio: age na oclusão dos túbulos por meio da deposição de cristais e aumenta a mineralização da dentina exposta. Ainda é atribuída a ele a propriedade de coagulação de

proteínas, alterando a condutividade hidráulica da dentina. Um ponto negativo é a irritação dos tecidos gengivais. ■ Oxalato de potássio: age por efeito imediato, por despolarização neural, e também mediato, bloqueando os túbulos por deposição de cristais, que têm a capacidade de manter a impermeabilidade dentinária, mesmo após o ataque ácido. ■ Cloreto de estrôncio: presente em alguns dentifrícios, o agente reage com o cálcio da dentina, obliterando a luz dos túbulos dentinários. ■ Fluoreto de sódio: estudos têm mostrado que o tratamento das superfícies radiculares expostas com dentifrícios fluoretados ou com soluções fluoretadas concentradas é eficaz na redução da hipersensibilidade. Os bons

resultados parecem ocorrer devido ao aumento da resistência da dentina à descalcificação por ácidos e à precipitação dos componentes do agente nos túbulos. O uso dos fluoretos como dessensibilizante é encorajador, apesar de alguns pacientes relatarem permanência da sensibilidade mesmo após o uso constante. ■ Fluoreto de estanho: usado na forma de gel 0,4% ou solução aquosa, apresenta bons resultados na redução da hipersensibilidade. Entretanto, seu uso é limitado por ter alto custo, curto prazo de validade e induzir manchamento dos dentes. ■ Iontoforese (fluoretos): nos casos de hipersensibilidade, este processo possibilita a penetração dos íons flúor mais profundamente nos túbulos dentinários e

permite a precipitação intratubular de fluoreto de cálcio. Alguns autores mostraram que a iontoforese tem ação imediata na redução da sensibilidade, mas os sintomas retornam em um período de 6 meses ■ Seladores dentinários e materiais restauradores: o uso de materiais restauradores, incluindo resina composta e ionômero de vidro, é bastante comum, principalmente quando há grande perda cervical da estrutura dental (abrasão e abfração). O princípio é baseado no selamento dos túbulos expostos e bloqueio imediato das transmissões nervosas à polpa. ■ Terapia periodontal cirúrgica: inúmeras são as técnicas para o recobrimento da superfície radicular exposta. Dentre elas: retalho deslocado lateralmente,

enxertos gengivais livres, enxertos subepiteliais, posicionamento coronário do retalho, enxerto de matriz dérmica acelular, regeneração tecidual guiada e associações destas técnicas. Porém, alguns desses procedimentos têm maior índice de previsibilidade que outros. ■ Terapia com laser: nos últimos anos, esta terapia tem sido bastante utilizada no tratamento dos casos de hipersensibilidade dentinária, apresentando resultados efetivos na redução do problema. Desde os primeiro trabalhos com laser já se observava efetividade na redução da hipersensibilidade por meio do selamento dentinário. Fonte: “Hipersensibilidade dentinária”, Antônio Wilson Sallum e Wagner Leal Serra e Silva Filho


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CONGRESSOS ABO/PIAUÍ

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5º Ciopi tem programação multidisciplinar e cidadã A

ABO/PI realiza, de 26 a 30 de maio próximo, no Rio Poty Hotel, em Teresina (PI), o 5º Congresso Internacional de Odontologia do Piauí (Ciopi). Com o tema Odontologia, Saúde Pública e Evidência Científica na Prática Clínica, a comissão organizadora propõe um evento comprometido com a Odontologia moderna, humanista e interdisciplinar,

apoiada na promoção da saúde bucal como fator principal no resgate da cidadania da população. A programação do 5º Ciopi será aberta por mesa redonda sobre Saúde Pública, com a participação do coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr. Entre as atividades científicas nas mais diversas especialidades, estão: cursos em Dentística, com Ewerton Nocchi; Odontogeriatria, com Roberto Chaib Stegun; Ortodontia, com Daniel Ianne; Reabilitação Estética Funcional, com Artur Napoleão P. de Araújo; Periodontia, com Claudio Júlio Lopes;

Evento 8 em 1 Em paralelo ao 5º Ciopi, acontece o 4º Encontro do Capítulo III do Colégio Brasileiro de CTBMF, com atividades sobre os temas: Estágio Atual dos Biomateriais para Reconstrução Óssea em Implantodontia; Uso de Biocêramicas a Base de Hidroxiapatita em Reconstruções Faciais; Previsibilidade dos Materiais Aloplásticos em Grandes Reconstruções Ósseas; Enxertos Autógenos para Grandes Reconstruções; Planejamento Virtual em Cirurgia Ortognática; Rotação de Plano Oclusal em Cirurgia Ortognática; Tratamento Cirúrgico da Face Longa – Implicações Cirúrgico-ortodônticas; Como ter Sucesso no Tratamento de Assimetrias Faciais; Expansão Cirurgicamente Assistida de Maxila e Segmantação Maxilar – Quando Optar. Também serão realizados o 12º Congresso Piauiense de Odontologia; 4º Congresso Teresinense de Odontologia; 3º Congresso Piauiense de Acadêmicos de Odontologia; 4º Congresso de Técnicos de Prótese Dentária do Piauí; 3º Encontro de Ex-alunos da EAP-ABO/PI; e 1º Congresso da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial – Seção Piauí (ABOR-PI).

Prótese Parcial Removível, com Fernando Chaib Stegun; Pacientes Especiais, com Ravena Souto Diogo Lopes; Osteoporose e Periodontia, com Erivan Clementino Gualberto Jr.; Endodontia, com Carlos Eduardo da Silveira Bueno; Prótese, com Fabiano Carlos Marson. A programação do 5º Ciopi inclui, ainda, ciclo de atualização para auxiliares e técnicos em Saúde Bucal (ASBs e TSBs), com várias atividades específicas: Otimização do Atendimento do ASB em Prótese e Dentística Restauradora; Conceitos Básicos sobre Procedimentos Radiológicos na Clínica Odontológica;Trabalho Auxiliado – Eficiência e Produtividade no Consultório Odontológico;Papel do ASB no Consultório Ortodôntico;A Postura do ASB no Atendimento Endodôntico; Protocolo de Atendimento em Cirurgia;Atenção Biopsicossocial do Trabalho de ASBs: Atendimento Humanizado com Qualidade; Condutas Auxiliares no Atendimento Odontopediátrico. AG da ABO em 29/5 Durante o evento ainda vão ser realizadas a Assembleia Geral da ABO, no dia 29/5, e a reunião da UniABO, no dia 28/5. Inscrição on-line e preços especiais para associados: veja em www.ciopi.com.br

ABO/PARÁ

Adesão gratuita para acadêmicos em dia com a ABO/PA

Teresina, a cidade verde do Meio-Norte A capital do Piauí é abraçada por dois rios – da Serra das Mangabeiras, na divisa com Tocantins, desce o Parnaíba, o segundo maior rio do Nordeste, depois do São Francisco; da Serra da Joaninha, no Ceará, vem o Poti, que dá nome ao hotel sede do 5º Ciopi. Os dois se abraçam no bairro Poti Velho, criando o belo fenômeno do encontro das águas. Mesmo com sua natureza pujante, Teresina nasceu urbanisticamente moderna. Foi uma das primeiras cidades do Brasil em que o projeto chegou antes da ocupação do espaço urbano. Mas a modernidade harmoniza-se com a tradição dos povos que habitam a “cajuína cristalina”, como também é conhecida a cidade. Parte da cultura local pode ser apreciada no Centro de Artesanato, que abriga cerca de 25 lojas de produtos artesanais, um auditório completo, galerias, lanchonetes e oficinas de arte. Em frente à Praça Pedro II, no centro de Teresina, seu nome presta justa homenagem a um dos mais expressivos artesões populares do Piauí, Mestre Dezinho de Valença, morto em fevereiro de 2000. Fontes: Piemtur e Semdec

XX Copeo: sucesso entre os congressistas

9º Cioa publica programação no site

A ABO/PA realiza, de 3 a 6 de junho próximo, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém (PA), o 9º Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia (Cioa). A programação do evento, cujo tema é Valorização da Odontologia: o Profissional em Tempos de Reconhecimento, já está disponível no site da entidade (www.abopa.org.br), onde também é possível obter informações sobre inscrição. A organização da grade da programação científica foi elaborada com o cuidado de não causar conflito de horário entre as atividades ligadas a uma mesma especialidade ou a áreas afins, e a entrega dos materiais do evento aos inscritos será feita através das secretarias de Saúde estadual e municipal, para evitar congestionamentos na chegada ao congresso. Também entre as novidades da edição deste ano está a isenção da

Mercado Ver-o-Peso é atração turística em Belém

taxa de adesão para os acadêmicos de Odontologia em dia com a anuidade da ABO/PA. A programação conta com palestrantes de todas as regiões brasileiras, que vão tratar de assuntos igualmente diversos. Estão confirmadas as presenças de Zan Mustacchi (SP), que falará sobre Pacientes Especiais; Saul Martins Paiva (MG), com palestra sobre Cariologia; Robson Frederico Cunha (SP), sobre Odontopediatria; Marco Frazão (CE), Radiologia; Filipe Modolo

Siqueira (SC), Patologia; Laurindo Zanco Furquim (PR), Ortodontia; Helena Araújo Rodrigues (PA), Biossegurança para TSBs e ASBs; Ilan Vale (CE), Endodontia; Eduardo Ferrancio (SP), Periodontia; e Antonio Carlos Pereira, Saúde Coletiva. Durante o 9º Cioa acontece a Expo Odonto, feira comercial que, segundo a organização do evento, deve ter fluxo de mais de oito mil visitantes durante o congresso. Mais informações: www.abopa.org.br

O XX Congresso Pernambucano de Odontologia (Copeo), realizado de 25 a 28 de março em Recife, pela ABO Pernambuco, teve grande sucesso, com público de aproximadamente 5 mil participantes. Uma novidade do congresso deste ano foi a adesão gratuita a todos os associados à Rede ABO em dia com a anuidade, além do envio prévio dos crachás aos congressistas, oferecendo mais conforto.

Revista ABO chega ao número 100 Durante o Copeo foi apresentada ainda a edição 100 da Revista ABO Nacional, com a participação do novo editor científico da publi-

cação, Fernando Luiz Tavares Vieira, também presidente da ABO/PE, do secretário-executivo da revista, Cláudio Heliomar Vicente da Silva e de Newton Miranda de Carvalho, presidente da ABO Nacional. A apresentação foi no dia 26 de março no estande da ABO/PE. O evento ainda sediou o lançamento de três livros. Passo a Passo da Endondontia: Visão do Aprendiz, de Sandra Sayão e colaboradores; Manual de Referências para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria - Associação Brasileira de Odontopediatria, obra coordenada por Paulo César Rédua e Maria de Lourdes Massara; e Reabilitação Estética em Dentes Tratados Endodonticamente - Pinos de Fibra e Possibilidades Clínicas Conservadoras, de Leonardo Muniz e colaboradores. CDN: novo presidente O Copeo reuniu ainda vários diretores da entidade na reunião da UniABO – Escolas de Educação Continuada e na Assembleia Geral da ABO. Nesta última, José Barbosa Porto (CE) tomou posse como presidente do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da entidade e Nádia Maria Fava (SC) foi eleita vice-presidente.


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CEN

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Diretoria da ABO reúne-se com senador Raupp Calendário Oficial de Congressos 2010 da REDE ABO MAIO ABO Piauí

V Congresso Internacional de Odontologia do Piauí 27 a 30 de maio Teresina – PI Informação: (+86) 3221.9374 www.ciopi.com.br ● ● ● ● ● ● ●

JUNHO ABO Pará

IX Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia 3 a 6 de junho Belém – PA Informação: (+91) 3276.0500 agmaneschy@amazon.com.br www.abopa.org.br ● ● ● ● ● ● ●

JULHO ABO Rio Grande do Sul

XVIII Congresso Odontológico Rio-grandense 14 a 17 de julho Porto Alegre - RS Informação: (+51) 3330.8866 eventos.abo@terra.com.br www.abors.org.br

2010, ano do FDI’Salvador

Um congresso que vale por muitos. Trata-se do FDI’2010, que acontecerá em Salvador, Bahia, trazendo para o Brasil a sede internacional da Odontologia no período de 2 a 5 de setembro deste ano. A programação científica já está disponível no site da ABO. Informações no site do evento e na pág. 4. Confira a grade científica: www.fdi2010.com.br

Diretores do Conselho Executivo Nacional da ABO reuniram-se, em Brasília, no fim de março, com o senador Valdir Raupp de Matos (PMDBRO) e com o coordenador de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr. O objetivo dos encontros foi buscar apoio para a regularização dos cursos de pósgraduação da UniABO – Escolas de Educação Continuada. Com Pucca, foram discutidos os programas conjuntos da ABO com o governo federal. Na foto, o presidente da entidade, Newton Miranda de Carvalho, o secretário-geral, Marco Aurélio Blaz Vasques, e o tesoureiro-geral, Wesley Borba Toledo, com Raupp.


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EDUCAÇÃO

DEBATE

Encontro científico da Regional Governador Valadares (MG)

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Pro-Odonto já conta com 6 especialidades

Martins (CRO-MG), Sérvulo Teixeira, presidente ABO-GV, Ana Angélica Coelho, reitora da Univale, e Oliveira (ABO Nacional)

A ABO Governador Valadares, Regional de Minas Gerais, realizou, de 8 a 10 de abril, o 1º Encontro Científico da ABOGV e Univale, em parceria com a Universidade Vale do Rio Doce. Com cerca de 330 participantes, entre cirurgiõesdentistas e acadêmicos, o encontro aconteceu juntamente à 27ª Semana Acadêmica do Curso de Odontologia da Univale. A programação dos eventos contou com palestras e apresentação de casos clínicos, com destaque ainda para o debate Odontologia: Desafios e Perspectivas. O debate foi conduzido por Osmir Luiz Oliveira, diretor da ABO/MG e vice-presidente regional do Sudeste da ABO Nacional; Luiz Carlos Torres Martins, do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais; e Armando Lacerda Gobira, professor da Univale. ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

PLANOS

Até 30/4, abertas as inscrições ao Prêmio Sinog Estão abertas até 30 de abril as inscrições para a 9ª edição do Prêmio Sinog de Odontologia, destinado aos cirurgiões-dentistas e estudantes de Odontologia. Na categoria cirurgiões-dentistas, o tema é Cirurgiões-dentistas e Planos Odontológicos: Fatores de Sucesso Recíproco dessa Parceria em Prol da Melhoria da Saúde Bucal da População Brasileira. Na categoria estudantes de Odontologia, o tema é Atuação Multiprofissional: Novas Perspectivas para um Atendimento Odontológico Integrado e Eficaz. Na modalidade cirurgiões-dentistas o prêmio é de R$ 13 mil, além de diploma e troféu. Para os estudantes, a premiação é de R$ 8 mil, além do diploma e troféu. Caso o trabalho vencedor tenha sido supervisionado por um professor orientador, o docente receberá como homenagem uma menção honrosa e a participação na solenidade de premiação. A Faculdade de Odontologia cujo trabalho apresentado por seu estudante for o vencedor também receberá um troféu. A premiação acontecerá dia 26 de maio, em São Paulo, durante o jantar oficial de abertura da feira Hospitalar. Mais informações: www.sinog.com.br/premio e (+11) 3289-7299. ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

4ª ADEA

Lideranças femininas da Odontologia se reúnem em Salvador, de 5 a 8 de setembro De 5 a 8 de setembro, a American Dental Education (ADEA) realiza sua 4º Conferência Internacional de Lideranças Femininas, em Salvador (BA). O objetivo do evento é reunir,em palestras e debates, professoras, pesquisadoras, profissionais e gestoras, além de incentivar alianças globais e definir lideranças estratégicas entre mulheres para promover saúde bucal e saúde feminina em comunidades de todo o mundo.O evento acontece logo após a realização do Congresso Mundial da Federação Dentária Internacional (FDI) em Salvador, de 2 a 5 de setembro. A cirurgiãdentista Claudia Tavares, coordenadora geral do FDI’2010, faz parte do comitê organizador deste encontro. Mais informações: www.abo.org.br e harrisons@adea.org

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m apenas quatro anos, o ProOdonto, programa de atualização a distância em Odontologia desenvolvido pela parceria entre a ABO e a Artmed Panamericana Editora, através do Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância (Sescad), cresceu consideravelmente. Já são seis especialidades contempladas: Estética, Implante, Cirurgia, Prevenção, Ortodontia e Prótese. Desde 2006, foram publicadas mais de quatro mil páginas sobre Odontologia, em 212 artigos com temas variados relacionados às seis especialidades, e mais de 9.200 profissionais já conheceram os programas e atestaram a qualidade dos conteúdos. Uma das premissas do ProOdonto é propiciar aos cirurgiõesdentistas educação permanente, através de uma visão clínica ampliada, com autores que são referência em suas especialidades. Tais profissionais estão ligados à pesquisa de ponta, incorporando conhecimentos ao programa – contribuição importante para quem não está tão próximo de grandes centros, como avalia o cirurgiãodentista Márcio Pavoni, de Erechim, Rio Grande do Sul: “Com o Pro-Odonto, a necessidade de deslocamento para cursos de aperfeiçoamento em centros maiores é bem pontual, pois o programa supre muitas necessidades”. Inscrito no Pro-Odonto Estética e no segundo ciclo do Pro-Odonto Ortodontia, Pavoni salienta que esta não é a única vantagem dos programas. “Cada módulo traz de quatro a cinco diferentes temas, dentro de cada especialidade. Esta multiplicidade de abordagens não deixa que o aprendizado se torne maçante. Além disso, a chancela da ABO

garante pertinência dos temas que compõem cada módulo, com a aplicabilidade no dia a dia do consultório.” A ABO outorga certificado de 180 horas-aula aos aprovados na avaliação final do ciclo. Se o participante estiver inscrito em mais de um programa, recebe certificados diferentes para cada um deles.

Os programas Pro-Odonto são estruturados em ciclos, cada um com duração de 12 meses e composto por quatro módulos. Cada módulo traz em média cinco artigos, que passam por processamento pedagógico para tornar a leitura mais interativa e dinâmica, facilitando o aprendizado. Um dos ciclos mais procurados é o ProOdonto Ortodontia, que traz, na sua terceira edição, a interdisciplinaridade no diagnóstico e no tratamento das más oclusões. Segundo os diretores acadêmicos Daniela G. Garib e Omar Gabriel da Silva Filho, a preocupação foi reunir conhecimentos de áreas integradas à especialidade. Os profissionais inscritos nos programas Pro-Odonto ainda contam com o e-Learning, portal exclusivo com atividades de interação, clipping diário na área de saúde e acesso irrestrito à Dentistry & Oral Sciencies Source (DOSS), completo banco de dados em todas as áreas da Odontologia, com 134 periódicos científicos e 30 livros, todos com textos completos e atualizações diárias. Também é possível esclarecer dúvidas on-line, através da Central de Informações.

Mais informações: www.sescad.com.br info@sescad.com.br (+51) 3025.2550


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BRASIL

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VITRINE

Cresce a credibilidade e a visibilidade da ABO na mídia

Inscrições para Prêmio UniABO até 15 de junho

4 exemplos de divulgação x custos hipotéticos x ganhos

A

través do trabalho desenvolvido em assessoria de imprensa, a ABO Nacional vem firmando cada vez mais sua visibilidade e, acima disso, credibilidade diante dos veículos de imprensa e do público em geral. Isso porque este espaço é conquistado na mídia pela confiança depositada na entidade como fonte em Odontologia, diferentemente de um espaço publicitário, por exemplo, obtido mediante pagamento. A ABO e seus consultores científicos, inclusive, são muito procurados por jornalistas quando querem checar alguma informação que está sendo divulgada por outras fontes, para verificar se está correta, ou para consultar uma segunda opinião sobre o tema. Veja exemplos:

Folha de S. Paulo Assim, além de transmitir grande credibilidade, a visibilidade conquistada pela ABO na imprensa – relatórios recentes dos resultados comprovados indicam que a imprensa publica notícia da ABO em 25 dos 30 dias do mês - quando equiparada ao mesmo espaço na publicidade, mostra-se também muito valiosa financeiramente. Para citar um exemplo: em cálculo comum feito no trabalho de assessoria de imprensa, se o mesmo espaço de uma matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo sobre trauma dental, em que a ABO foi ouvida, fosse ocupado por um anúncio, ele valeria R$ 141.225,00. Só nos três primeiros meses deste ano foram publicadas outras quatro reportagens neste mesmo jornal citando a entidade. É também importante destacar que a Folha de S. Paulo é o jornal de maior circulação do Brasil, auditado pelo IVC em 295 mil exemplares diários. A mesma comparação feita com uma matéria publicada sobre tratamento restaurador atraumático no jornal Diário de S. Paulo chegaria ao valor de R$ 35 mil.

Globo News A ABO também está na televisão e, em apenas uma matéria em que representante da entidade participou de debate realizado no canal Globo News sobre a situação atual da saúde bucal do brasileiro, ao lado do coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca Jr., com duração de 15 minutos, teria sido necessário pagar o equivalente a R$ 622.000,00 em espaço publicitário. Neste caso, por ser TV paga e o primeiro canal brasileiro de notícias 24 horas no ar, detém audiência de 22 mil a 33 mil expectadores, números que podem ser potencializados uma vez que seus programas podem ser vistos via internet. A boa penetração da entidade na mídia também pode ser medida pelo tamanho do público que alcançam as informações que divulga. Um bom exemplo foi a participação da ABO no conteúdo da TV Minuto e Next Mídia, canais especiais transmitidos nos trens do metrô de São Paulo e em rodoviárias de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. Na programação especial do Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, foram transmitidas várias dicas de cuidados com a saúde bucal indicadas pela ABO, durante uma semana inteira, atingindo 16 milhões de pessoas

Viagem com informação A TV Minuto passa em 5.232 monitores colocados em 109 trens do metrô de São Paulo, por onde passam cerca de 3 milhões de pessoas por dia. Já a Next Midia está presente em 75 televisores espalhados por quatro rodoviárias, inclusive nas maiores das capitais paulista e fluminense. No total, por esses terminais rodoviários, circulam cerca de 212 mil pessoas diariamente. Ou seja, as informações da ABO foram disponibilizadas, em uma semana, para um público de cerca de milhões de pessoas.

HISTÓRIA

A

Edição número 1 da Revista ABO Nacional, de 1993

Edição número 100: história da ABO comemora o marco

1º canal brasileiro de notícias 24 horas no ar Matéria: situação da Saúde Bucal do brasileiro – debate do qual participou Pucca, fonte da ABO e outros Data: 9 de março de 2010 Duração: 15 minutos ou 900 segundos, medida de TV (x R$ 20.733,00) Custo equivalente (se pago): R$ 622.000,00 Audiência: 22 mil a 33 mil pessoas Ganho: informação séria levada a formadores de opinião classe A, potencializada por ser acessada também via internet

Jornal Folha de S. Paulo Jornal de maior circulação no Brasil. Tiragem de 295 mil exemplares, auditados pelo IVC Exemplo de matéria: Trauma dental, entrevista com fonte ABO Data: 13 de março 2010 Espaço: 182,5 cm por coluna (x R$ 774,00) Custo equivalente (se pago): R$ 141.225,00 Ganho: como as demais divulgadas pela ABO, não é matéria paga, portanto o jornal endossa a informação, o que dá credibilidade aos dados e à fonte, com grande alcance em todo o País

A UniABO – Escola de Educação Continuada da Rede ABO está com inscrições abertas para seu Prêmio de Excelência em Odontologia, que vai selecionar trabalhos clínicos e científicos realizados pelos alunos das escolas. As inscrições para a primeira etapa devem ser feitas até 15 de junho, nas Regionais da ABO, e até 10 de julho, nas Seções Estaduais. O prêmio é dividido nas categorias caso clínico e pesquisa científica, e o primeiro colocado em cada uma ganha R$ 3.000,00 e a publicação do seu trabalho na Revista ABO Nacional. A seleção dos ganhadores acontecerá nas etapas estadual e regional. A terceira etapa, a nacional, tem inscrições até 15 de julho e vai selecionar os vencedores entre oito trabalhos finalistas de cada categoria. A seleção final será realizada durante o Congresso da Federação Dentária Internacional (FDI), que acontece em Salvador (BA), de 2 a 5 de setembro. Mais informações na UniABO da sua Seção Estadual ou Regional da ABO. ■ ■ ■ ■ ■ ■

ABO/SP lança Cinosp 2011

TV Minuto

O passado, o presente e o futuro da ABO edição 100 da Revista ABO Nacional (fev/mar 2010) comemorou a grande marca a que a publicação chegou com uma reportagem especial sobre a história da ABO Nacional, enfocando também a posição da entidade hoje e seus planos e perspectivas para o futuro. A parte histórica da edição parte de 1917, ano por volta do qual começou a se formar o embrião do que é hoje a ABO Nacional, com a criação da Federação Odontológica Brasileira (FOB), que depois se tornou União Odontológica Brasileira, até que passou a se chamar Associação Brasileira de Odontologia, nome já usado e cedido pela que veio se tornar a Seção Rio de Janeiro da ABO. Estas mudanças, entre outros acontecimentos, colhidos de fontes diversas e esparsas, contam a história da entidade de forma nem

Globo News

sempre muito precisa e contínua, mas indicam transformações importantes e que ajudaram a construir os pilares sustentam a ABO até hoje. Assim, a partir da década de 1940, começaram a ser realizados congressos científicos nacionais, história que recebe destaque na reportagem, assim como a das Escolas de Educação Continuada e, mais para frente, a do Jornal ABO, a da própria Revista ABO Nacional e a do Selo de Qualidade ABO. Dando continuidade a esta história de realizações, chega-se à ABO Nacional hoje, a entidade odontológica de maior alcance e penetração no Brasil, forte na representação política dos cirurgiões-dentistas e também no ensino e atualização científica. E, a partir do seu passado e presente, a edição histórica da Revista ABO Nacional também apresenta o que é esperado e pretendido para o futuro da entidade.

5.232 monitores em trens do Metrô de São Paulo Matéria: Dicas de saúde bucal dadas por fonte da ABO Data: 5 a 9 de abril, durante 5 dias da semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde (7 de Abril), cerca de 200 inserções Público: 3 milhões de pessoas por dia, com total de público de 15 milhões Custo equivalente: cerca de R$ 62.400,00 Ganho: visibilidade da ABO para 15 milhões de pessoas de todos os níveis, atingindo as várias classes da sociedade, durante 5 dias

NextMídia 75 monitores em 4 estações rodoviárias paulistas e fluminenses Matéria: Dicas de saúde bucal dadas por fonte da ABO Data: 5 a 9 de abril, durante 5 dias da semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde (7 de Abril) Público: cerca de 1 milhão no período de 5 dias Custo: média de R$ 20.800,00 Ganho: a informação “viaja” com o público de todas as classes sociais para vários destinos brasileiros

Limberte, Vasques e Silvestre

Autoridades e empresas do setor odontológico se reuniram, no último dia 25 de fevereiro, em São Paulo (SP), para o lançamento comercial do Congresso Internacional de Odontologia da ABO/SP (Cinosp). O evento acontece nos dias 4, 5 e 6 de setembro de 2011, no Palácio das Convenções do Anhembi. O secretário-geral da ABO Nacional, Marco Aurélio Blaz Vasques, participou do lançamento e comemorou a volta do congresso da ABO/ SP. “Trata-se de um evento de extrema importância no calendário odontológico nacional, que atrai a participação da indústria e da comunidade acadêmica”, disse. O tema do evento é Evidências Científicas Aplicadas na Prática Odontológica; os coordenadores científicos são José Silvestre, Yvonne Buischi, Fábio Bibancos, Eurípedes Vedovato, Hugo Nary, Mario Sergio Limberte, Israel Chilvarquer, Jurgen Jacobsen, Mario Goes, José Alves de O. Pereira e Gilberto Cortese. Mais informações, telefone (+11) 2950.3332.


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UN NI A B O U

ABO/MT

ABO/SC

Mais de mil CDs em cursos

Começo internacional

cirurgiões-denM aististasdejámilpassaram pelas salas de aula da UniABO no Mato Grosso, participando de pelo menos um dos 36 cursos de especialização e 70 de aperfeiçoamento já realizados pela ABO/MT. Através da UniABO, a Seção mato-grossense tem promovido a formação de especialistas e o aperfeiçoamento profissional em cursos de excelência, numa estrutura física adequada para o desenvolvimento de suas atividades, além de iniciativas de assistência odontológica à comunidade da região. O trabalho também envolve coope-

UniABO MT: mais de 100 cursos oferecidos SC - 36 consultórios na UniABO: 19 cursos

ração com o poder público na melhoria do ensino odontológico, promoção de congressos, jornadas e outras atividades científicas e

Especialização em Endodontia, 7ª turma Álvaro H.Borges, doutor, mestre e especialista em Endodontia Durvalino de Oliveira, mestre e especialista em Endodontia Rosane G. Ribeiro, mestre e especialista em Endodontia Fábio Luis Miranda Pedro, doutor, mestre e especialista em Endodontia Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 20 meses Especialização em Prótese Dentária, 7ª turma Ademir Galati, doutor em Prótese Bucomaxilofacial e especialista em Prótese Dentária Ana Carla Rupp L. Zortea, especialista em Prótese Dentária Jander Ruela, especialista em Prótese Dentária e especializando em Implantodontia Luciano Castelo Moraes, especialista em Implantodontia, Prótese Dentária e Periodontia, especializando em CTBMF Rogério Adib Kairalla, doutor, mestre e especialista em Prótese Dentária Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 24 meses Especialização em Odontologia Legal, 2ª turma Celso Aparecido S. da Silva, mestre em Odontologia Legal Célio Spadacio, mestre e doutorando em Odontologia Legal Gerson Santiago M. Velos, mestre em Odontologia Legal Moacyr da Silva, doutor em Odontologia Legal Eduardo Daruge, doutor em Odontologia Legal Rodolfo Francisco Melani, doutor em Odontologia Legal Luiz Francischini Júnior, doutor em Odontologia Legal Rogério N. de Oliveira, doutor em Odontologia Legal Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 18 meses

apoio a iniciativas afins. A ABO/MT disponibilizou as seguintes informações sobre seus próximos cursos:

mestrando em Implantodontia Luciano Castelo Moraes, especialista em Implantodontia, Prótese Dentária e Periodontia, especializando em CTBMF Maurício Marcelo Harlos, especialista em Implantodontia e em Prótese Dentária Rogério Adib Kairalla, doutor, mestre e especialista em Prótese Dentária Número de vagas: 12 vagas Periodicidade: módulos mensais Duração: 30 meses Especialização em Odontopediatria, 7ª turma Gisele Pedroso Moi, mestre em Odontopediatria e doutoranda em Cariologia Carla Bertaia, especialista em Odontopediatria e em Ortopedia Funcional dos Maxilares Eliane Silveira Leite, especialista em Odontopediatria e Ortodontia e Ortopedia Facial Fernando B. de Araújo, mestre e doutor em Odontopediatria Patrícia Xavier, especialista em Odontopediatria e Ortopedia Funcional dos Maxilares Rossimary Coelho Freitas Santos, especialista em Odontopediatria e em Didática do Ensino Superior, especializando em Ortodontia Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 24 meses

Especialização em Dentística, 6ª turma Oscar Barreiros de Carvalho Júnior, doutor, mestre e especialista em Dentística Cássia Thereza Monteiro Godoy, especialista em Dentística Paulo Afonso S. Francisconi, doutor, mestre e especialista em Dentística quadrinho Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 24 meses

Especialização em Ortodontia, 5ª turma Gervásio Yoshio, mestre em Ortodontia, especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares Carlos Antunes, especialista em Ortodontia e em Didática do Ensino Superior Carlos Furlan, especialista em Ortodontia e em Ortopedia Funcional dos Maxilares Gisele Dileta Stechow, especialista em Ortodontia e em Didática do Ensino Superior Masato Nobuyasu, mestre e especialista em Ortodontia Rosário Casalenuovo Júnior, especialista em Ortodontia, Ortopedia Funcional dos Maxilares e Disfunção Temporomaxilar e Dor Orofacial Tarcisio J. Gebert, especialista em Ortodontia e em Ortopedia Funcional dos Maxilares Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 36 meses

Especialização em Implantodontia, 5ª turma Ademir Galati, doutor em Prótese Bucomaxilofacial e especialista em Prótese Dentária Ernane Lacerda de Oliveira, especialista e mestrando em Implantodontia João Alfredo Silva, especialista em Implantodontia e em Prótese Dentária José Albino Pereira da Silva, especialista em Implantodontia, Periodontia e CTBMF José Sebastião Lemos Freire, especialista em Periodontia,

Especialização em Periodontia, 6ª turma Alex Semenoff Segundo, doutor, mestre e especialista em Periodontia Alessandra N. Porto, doutora, mestre e especialista em Periodontia, com especialização também em Ortodontia e em Radiologia Denise L. Pedrini, especialista em Periodontita e em Prótese Número de vagas: 12 Periodicidade: módulos mensais Duração: 18 meses

ABO/PB

Pioneirismo no NE inaugurou sua EsA ABO/PB cola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) no dia 21 de abril de 1996, sendo uma das pioneiras na região Nordeste, oferecendo cursos em Radiologia Odontológica, Ortodontia, Prótese Dentária, Periodontia e Odontopediatria. Em 2004, a escola ganhou sede própria: um prédio de quase mil m², com duas clínicas, cada uma com 12 consultórios; setor

de Radiologia, com um aparelho panorâmico e dois aparelhos radiográficos periapicais; uma sala para diagnóstico e uma câmara escura tipo quarto; dois laboratórios de prótese; quatro salas de aula com capacidade para até 30 pessoas; um auditório com capacidade para 180 pessoas; biblioteca; sala de reunião para professores; mini-copa e outros ambientes, como salas destinadas às diretorias da ABO e da UniABO – todos climatizados.

dia 13 de maio de 1974 foi N ocriada a EAP da ABO/SC, quando foi celebrado convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde os cursos da escola eram ministrados. O primeiro deles, de atualização, aconteceu nos dias 24 e 25 de junho daquele ano – Atualização no Emprego Clínico de Materiais Dentários, ministrado pelo prof. Gunar Ryge, da University of the Pacific School of Dentisty, em São Francisco, Califórnia (EUA). No ano seguinte, aconteceu a aula inaugural do Curso de Especialização em Prótese Dentária Reabilitação Oral, ministrado também em convênio com a UFSC. Tratava-se do primeiro curso em Santa Catarina oferecido por entidade de classe atendendo às normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Em 1994, a EAP saiu das dependências da UFSC e passou para instalações próprias, com apenas uma clínica e 12 consultórios. Em 2002, devido à grande demanda por cursos, a escola foi transferida para o prédio atual, que possui área de 1.200 m², com três clínicas, 36 consultórios dentários, um centro cirúrgico com três consultórios, dois laboratórios, sala de revelação, esterilização, raios X, quatro salas de aula, auditório e biblioteca. Em 2008, já sob a presidência de Nádia Maria Fava e tendo como diretor Élito Araújo, a escola sofreu reformas significativas em sua estrutura física. Passou por processo de revitalização da comissão pedagógica e de biossegurança, estruturando-se de acordo com as normas exigidas. Atualmente, a UniABO em Santa Catarina conta com cerca de 50 professores e 300 alunos, oferecendo 19 cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização, registrados e aprovados pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). O corpo do-

cente é altamente qualificado, sendo composto, em sua maioria, por mestres e doutores, e sua grade de cursos contempla as diversas especialidades da Odontologia. A ABO/SC disponibilizou as seguintes informações sobre seus próximos cursos:

Especialização em Periodontia Duração: 24 meses Corpo docente: José Roberto C. Papaleo (coordenador) Marco Aurélio Rech Ivan Borges Júnior Rubens Rodrigues Filho Delmo Tavares Especialização em Ortodontia Duração: 24 meses Corpo docente: Murilo Rosa (coordenador) Afonso Eugênio Wunderlich Júnior Alda Maria Ferro Kalafatás Cláudia Ulbricht Guido Ritter Bonmann Paulo Sérgio Galletta Especialização em Endodontia Duração: 24 meses Corpo docente: Cesar Augusto Pereira Oliveira (coordenador) Bráulio Pasternak Júnior Oswaldo Loureiro de Mello Neto Guy Martins Pereira Especialização em Implantodontia Duração: 24 meses Corpo docente: André Luiz Irschlinger (coordenador) Sérgio Abraham Luiz Henrique Zaniol Murilo Ferreira Lima Ademir Fantucci José Carlos M. da Rosa Delmo Tavares Rubens Rodrigues Filho Luiz Felipe Baier Cesar Arruda

ESPECIALIDADE

COORDENADORES

Dentística Endodontia Implante Odontologia do Trabalho Odontopediatria Ortodontia Patologia Oral Periodontia Prótese Dentária Radiologia e Imaginologia Odontológica

Robinson Viegas Montenegro Fábio D’Assunção Francisco Franceschini Sérgio d’Ávila Margarida Pontes Irene Ueti Lombardi Pollianna Muniz Ezynar Cayanna Harrinson A. Dantas Patrícia Meira

PB: 24 consultórios instalados

Ao longo de seus 14 anos de funcionamento, a escola da ABO/PB promoveu vários cursos de especialização, aperfeiçoamento e apro-

fundamento, além de cursos rápidos aos fins de semana, nas mais diversas especialidades da Odontologia, englobando aproximadamente 350 es-

pecialistas em suas atividades. As informações acima sobre os próximos cursos foram disponibilizadas ao JABO pela ABO/PB.


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ESPECIAL

TABACO: 5 ANOS DA CONVENÇÃO QUADRO. E MUITO AINDA A ALCANÇAR Uma vitória: PL por ambientes 100% em todo o Brasil livres de tabaco finalmente é aprovado no CCJ e segue para a CAS no Senado Federal

12 de maio: previsto o lançamento da Frente Parlamentar de Controle do Tabaco na Câmara dos Deputados

31 de Maio, Dia Mundial contra o Tabaco: OMS elegeu o tema Tabaco e Gênero. Lançamento em Brasília da publicação “As mulheres e o tabagismo – uma nova questão na agenda feminista”

ambientes fechados, públicos e privados, em todo o País. Neste mês de março, foi dado mais um passo nesse sentido, com a aprovação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, seguindo agora o documento para o exame da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), antes de ir para a Câmara dos Deputados.

PLs se arrastam desde 1996 Em 2009, o principal impulso que a implementação da CQCT ganhou foi a adoção de ambientes fechados 100% livres de fumo em vários Estados e municípios brasileiros, inspirados principalmente pela lei antifumo do Estado de São Paulo, conforme artigo 8 da CQCT. Este artigo afirma que a única proteção efetiva à saúde da população é a não exposição à fumaça ambiental do tabaco. No entanto, a lei federal 9294/ 96, que proíbe o fumo em ambientes fechados, mas cria exceção para os fumódromos, está defasada perante à CQCT. O projeto de lei federal, no. 315/08, de autoria do senador Tião Viana, que modifica esta legislação, garantindo que ambientes fechados sejam totalmente livres de fumo, recebeu parecer favorável da relatora, a sena-

Recomendações da ACT Em carta enviada às autoridades, a ACT e demais entidades pedem urgência na tramitação e votação do Projeto de Lei 315/ 08, que cria ambientes 100% livres de fumo em todo o País, e aproveita a data do Dia Mundial da Saúde para fazer uma série de recomendações ao governo brasileiro, de acordo com os artigos da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Uma das principais medidas para proteger a população da exposição à fumaça do tabaco é a adoção de ambientes fechados livres de fumaça. Outras medidas importantes, entretanto, ainda precisam ser implementadas no Brasil, a exemplo do aumento de preços e impostos (artigo 6 da CQCT), combate ao mercado ilegal (artigo 15), proibição de publicidade, promoção e patrocínio (artigo 13) e interferência da indústria do tabaco nas políticas de saúde pública (artigo 5.3). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é fundamental que os países que ratificaram a CQCT, como o Brasil, tenham realmente um comprometimento com estas medidas e protocolos. Há que fiscalizar sua implementação e cumprimento, promover os avanços necessários, reverter os pontos negativos e, cada vez mais, estar atento à interferência da indústria do tabaco, cumprindo com o artigo 5.3. Veja a íntegra da carta em http://www.actbr.org.br/uploads/ conteudo/382_Brazil_Letter_Portuguese_final.pdf

dora Marina Silva. Mas outro projeto de lei, o PL316/08, do senador Romero Jucá, propõe a possibilidade de manutenção de áreas para fumantes, que são comprovadamente ineficazes em locais fechados. Mônica Andreis, vice-diretora da ACT questiona “porque o senador Romero Jucá insiste em apresentar um projeto de lei contrário ao que se recomenda hoje mundialmente em termos de saúde pública? O próprio estado que representa, Roraima, já discutiu e aprovou legislação de ambientes livres do tabaco”. A expectativa é que a lei seja votada em breve. No final de março, organizações internacionais de saúde pública enviaram uma carta ao Senado, pedindo a aprovação do PL 315/08. As organizações aproveitaram para alertar sobre os esforços feitos pela indústria do tabaco, em todo o mundo, para evitar ou enfraquecer leis de controle do tabagismo e parece que funcionou e teve um avanço: o PL 315 foi finalmente votado e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, em 10 de março, e segue agora para aprovação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), antes de ir para a Câmara dos Deputados. População apoia Na ausência de uma lei federal eficaz, leis que criam ambientes fechados 100% livres do fumo têm sido aprovadas nos últimos 12 meses em diversos estados, capitais e municípios brasileiros. Os ambientes livres de fumaça são desejados pela população. Pesquisa ACT/Datafolha, de 2008, constatou que 88% dos brasileiros apóiam a proibição do fumo em locais fechados. É interessante observar que até os fumantes são contrários a que se fume em ambientes fechados (cerca de 80%). Uma outra pesquisa da ACT/ Datafolha, feita entre julho e agosto de 2009, no período de entrada em vigor da lei antifumo de São Paulo, mostrou que o conhecimento dos paulistas era quase total a respeito da lei: 99%. Para mais de 90% dos entrevistados – fumantes e não fumantes – a lei antifumo: ● Traz benefícios à própria saúde e da sua família ● A proibição de fumar em ambientes fechados é justa, em função dos benefícios que vai trazer ● Permitirá às pessoas reclamar seus direitos de respirar ar puro

Imagem: Ministério da Saúde

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ia 26 de fevereiro, a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), tratado internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem a adesão do Brasil, completou 5 anos de implantação internacional. A data foi comemorada em Genebra, sede mundial da OMS. No entanto, no Brasil, apesar de alguns avanços, ainda há pouco a comemorar devido à lentidão da tramitação dos projetos de lei e da interferência da indústria do tabaco contra as medidas preconizadas para reduzir o que é considerado uma epidemia em proporções mundiais. A CQCT estipula uma série de medidas que devem ser adotadas pelos países signatários do acordo, aí incluídos temas como propaganda, publicidade e patrocínio, advertências, marketing, tabagismo passivo, tratamento de fumantes, combate ao comércio ilegal e impostos, entre outros. Como parte de sua preocupação com o meio ambiente e a saúde da população brasileira, a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), que já aderiu à campanha de ambientes 100% livres de tabaco em suas 321 células, deu mais um passo nesse sentido ao firmar, em janeiro último, acordo para dar apoio às ações da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), e levar informação e conscientização sobre a questão ao contingente de cirurgiões-dentistas brasileiros. Estes, como profissionais de saúde, têm papel preponderante no controle da pandemia, face ao trabalho de prevenção que estão habilitados a executar, e ao diagnóstico precoce de lesões bucais. Como é sabido, o tabaco é um dos maiores fatores de risco de doenças, como o câncer em geral e, especificamente, câncer bucal. Por sua vez, a ACT e outras entidades de saúde reivindicam a votação urgente do Projeto de Lei 315/08, que proíbe o fumo em

TABACO X MEIO AMBIENTE Poluição domiciliar Fumar em ambientes fechados leva o nível de partículas suspensas no ar além do limite aceitável (60 mcg/cm³). Em uma festa, pode atingir 200 mcg/cm³; em bares e restaurantes, 400 mcg/cm³

Desmatamento e agrotóxicos Matas são desmatadas para o plantio do fumo e produção de lenha para abastecer os fornos que secam as folhas de tabaco. No cultivo do fumo são empregados potentes agrotóxicos, que contaminam o solo, os animais e o próprio agricultor

Onde há fumaça, há fogo Cerca de 20% dos incêndios são provocados por pontas de cigarros jogadas nas matas

No Dia 31 de Maio, ACT lança “As Mulheres e o Tabagismo” A OMS elegeu o tema Tabaco e Gênero para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco deste ano. Para a data, a Aliança de Controle do Tabaco (ACT) está programando o lançamento de pesquisa realizada com organizações de mulheres no Brasil, intitulada “As mulheres e o tabagismo – uma nova questão na agenda feminista”. Desenvolvido pela Rede Feminista de Saúde no ano de 2009, em parceria com a entidade Coletivo Feminino Plural e com o apoio da ACT, o estudo teve também o apoio técnico do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre a Mulher e Gênero da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Deve ser relançada na mesma ocasião, publicação da ACT sobre o impacto do tabagismo na saúde feminina, de autoria da ginecologista Edina de Araujo Veiga. Dia 7 de maio a ACT comemora um ano da assinatura da lei antifumo em São Paulo.

Para a ACT, permitir fumódromos, como previsto na atual lei federal 9294/96, é ir na contramão da história, do consenso científico e do compromisso assumido internacionalmente pelo Brasil com a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Não existe qualquer dúvida na comunidade médica e científica de que a exposição à fumaça do tabaco, tóxica e cancerígena, faz mal à saúde de fumantes e não fumantes, e que não há nível seguro de exposição a ela. Além disso, está comprovado que não existe sistema de ventilação eficaz que elimine e isole todas as toxinas existentes na fumaça do tabaco.

ESPECIAL O CD, prevenção e diagnóstico de doenças do tabaco. Veja mais na pág. 17

Saiba mais * Relatório sobre a implementação da CQCT no Brasil em 2009 e as recomendações no site da ACT, disponível em: http://actbr.org.br/uploads/ conteudo/366_relatorio_sombra_2009 final.pdf * Carta na íntegra entregue em Brasília, no site da ACT, em http:// www.actbr.org.br/uploads/conteudo/ 382_Brazil_Letter_Portuguese_ final.pdf * Informações da OMS: http://www.who.int/mediacentre/ news/notes/2010/fctc_20100226/en/ index.html * Site da Convenção-Quadro: www. fctc.org * Site da ACT: www.actbr.org.br * Decreto em que o Brasil ratifica a CQCT: www2.mre.gov.br/dai/ m_5658_2006.htm


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ESPECIAL

O TABACO E O PAPEL DO CD Imagens cedidas por Jacks Jorge Júnior

Um dos efeitos do tabaco no sistema estomatognático é carcinoma espino-celular

Tumor afeta a mucosa bucal e por onde passar a fumaça, como orofaringe, nasofaringe e pulmão

Carcinoma do lábio, em estágio inicial

Leucoplasia em ventre de língua, em estágio intermediário

T

em se falado muito de tabaco e, especialmente, maneiras de controlá-lo, evitá-lo e restringi-lo. A situação é resultado do grande volume de informação científica e estatística sobre o tema. Já se sabe, por exemplo, que substâncias tóxicas do produto atingem praticamente todos os órgãos e que fumantes passivos têm risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão que os não expostos à fumaça. Na saúde bucal, os efeitos também são expressivos, sendo o tabagismo um dos principais fatores de risco para o câncer bucal e para lesões que podem se malignizar, além de causar danos para a gengiva e tecidos de suporte, manchas nos dentes e na mucosa, piora na cicatrização e até xerostomia. Estes males são causados também pelo tabaco sem fumaça, que pode ser aspirado, mascado ou aplicado sobre a mucosa, e que parece ser uma saída para a indústria tabagista driblar as restrições ao seu produto. Neste contexto, o cirurgião-dentista pode desempenhar importante papel de profissional de saúde e promover, no dia a dia do consultório, informações, orientações e conselhos para os pacientes pararem de fumar, ou ainda melhor, para que nunca comecem o vício. Efeitos colaterais Os cirurgiões-dentistas devem conhecer e estar atentos aos diversos danos que o tabaco pode causar na boca, e, principalmente alertar seus pacientes tabagistas sobre eles. Segundo o cirurgião-dentista Jacks Jorge Júnior, doutor em Patologia Bucal pela Universidade Estadual

Patologista Jacks Jorge Júnior

de Campinas (Unicamp), instituição em que é professor adjunto, e pós-doutor pela Eastman Dental Institute University College London, um dos mais importantes – mas com certeza não o único – efeitos do tabaco para o sistema estomatognático é o carcinoma espino-celular, tumor que afeta a mucosa bucal e também pode ocorrer por onde mais a fumaça passar, como orofaringe, nasofaringe e pulmão. “Manchas brancas não raspáveis, as leucoplasias, e manchas vermelhas, as eritroplasias, também estão associadas ao tabagismo e podem se malignizar com o passar do tempo”, diz Jorge. As lesões iniciais do câncer bucal também se caracterizam por feridas que não cicatrizam e não têm causa aparente, enquanto as avançadas são reconhecidas pela presença de grandes ulcerações, áreas de necrose, odor fétido, nódulos endurecidos na região cervical e perda da mobilidade da língua. O paciente também pode manifestar rouquidão e dificuldade de falar e de deglutir alimentos, além de mobilidade e perdas dentárias em caso de lesões que envolvam o

Carcinoma de língua, pequeno, em estágio precoce

rebordo alveolar. “Recentemente tem havido o aparecimento de lesões de câncer em pessoas jovens e em pessoas fora do perfil clássico de risco, o que aumenta a responsabilidade dos profissionais de saúde, em particular do cirurgião-dentista, no sentido de examinar adequadamente seus pacientes”, alerta o especialista da Unicamp. Mas mesmo sem chegar à gravidade do câncer bucal, o uso do tabaco causa outros sérios problemas para a saúde, o bem-estar e a estética relacionados à boca: afeta a gengiva e os tecidos de suporte dental, piorando os quadros de doença periodontal; impregna dentes e restaurações estéticas com tons de marrom e negro; a mucosa também pode apresentar manchas marrons associadas à precipitação de melanina; e o lábio apresenta mais rugas. Jacks Jorge também alerta que o fumante pode não ter cicatrização pós-cirurgia adequada e maior prevalência de xerostomia, além de menor capacidade gustativa e olfativa, sentindo menos os alimentos, bebidas e perfumes.

Norepinefrina e acetilcolina, que dão sensação de alerta ao cérebro ● Serotonina e dopamina, que diminuem o apetite e estabilizam o humor ● Vasopressina e o glutamato, que melhoram a memória ● Betaendorfina, que reduz a ansiedade ●

Mais de 17% da população com 15 anos ou mais fuma Em 2008, incidência do tabagismo era maior entre os homens Dados do IBGE divulgados em 31 de março de 2010 referentes ao Pnad 2008

Fugaz e fatal 1 cigarro tem de 0,6 a 1,1 mg de nicotina ácida Quem fuma 20 cigarros por dia recebe mais de 70 mil doses de nicotina por ano ● As substâncias chegam ao cérebro em menos de 10 segundos ● Os efeitos duram apenas 1 hora. Depois, o organismo pede que o ciclo recomece ●

O tabaco foi responsável por 1 bilhão de mortes em todo o mundo no século passado. Tal feito foi possível porque as mais de quatro mil substâncias tóxicas do produto atuam em praticamente todos os órgãos do corpo, sendo o gatilho de inúmeras e graves doenças. O tabaco faz com que o cérebro libere substâncias neurotransmissoras que dão sensação de bem-estar ao organismo. Entre elas:

Brasil tem quase 25 milhões de fumantes

dontais, o paciente tabagista deve receber o mesmo tratamento que os demais, porém a resposta a ele nem sempre é tão positiva. As pigmentações podem ser polidas ou passar por outro tratamento estético, como o clareamento, alertando o paciente de que elas deverão voltar se ele continuar a fumar. Com relação à xerostomia ocasionada pelo fumo, o especialista da Unicamp esclarece que não há formas adequadas e sem efeitos colaterais de aumentar a salivação.

Tabaco age da cabeça aos pés

O tamanho do problema

Ações odontológicas Em nível odontológico, não há como evitar todos estes efeitos do tabagismo, apenas tratá-los, na medida do possível. “No caso das lesões malignas já instaladas e das malignizáveis, o cirurgião-dentista tem papel fundamental ao contribuir para o diagnóstico precoce delas, para que sejam tratadas rapidamente e de acordo com o grau de alteração celular e tecidual, aumentando as chances de cura do paciente com menos sequelas e melhor qualidade de vida”, explica Jorge. Se o CD não tiver treinamento em diagnóstico bucal, ou preferir não executar estes procedimentos, o especialista indica que ele encaminhe o paciente com sintomas suspeitos a algum serviço de saúde que conte com estomatologista. O paciente confirmado com câncer bucal também deve receber tratamento odontológico diferenciado e completo, para que não sofra com os efeitos indesejados do tratamento do câncer. Em relação aos problemas gengivais e perio-

Mais de 4 mil substâncias tóxicas do tabaco atingem o organismo como um todo

Pneumologista Ricardo Meirelles

A grande armadilha do cigarro é o prazer. Isso porque o cérebro de quem fuma tem mais receptores de nicotina que dependem de suas substâncias para funcionar adequadamente. Estimulados por elas, esses receptores liberam substâncias neurotransmissoras que dão sensação de bem-estar ao organismo, como a serotonina e a dopamina, que diminuem o apetite, estabilizam o humor e aliviam os efeitos da abstinência; a norepinefrina e a acetilcolina, que dão sensação de alerta ao cérebro; a vasopressina e o glutamato, que melhoram a memória; e a betaendorfina, que reduz a ansiedade. Assim, o dependente de nicotina acredita que o hábito de fumar é desestressante e companheiro. Foi graças a esse mecanismo que o cigarro conquistou um dos públicos mais fiéis da indústria: estima-se que 60% dos que fumam por mais de seis semanas continuam fumando por mais de 30 anos.

Feito o prejuízo no cérebro, as chances de ele se estender a outros órgãos é enorme. Muitas das mais de quatro mil substâncias tóxicas às quais os fumantes são expostos são cancerígenas, o que faz do tabagismo o maior fator de risco evitável de câncer, dos mais variáveis: de pulmão, laringe, pâncreas, fígado, bexiga, rim, leucemia mieloide e, associado ao consumo de álcool, câncer de cavidade oral e esôfago. “Fumar de um a nove cigarros por dia é o suficiente para aumentar em seis vezes as chances de um câncer se desenvolver”, alerta o pneumologista Ricardo Meirelles. O câncer de pulmão é o mais fortemente associado ao tabagismo. Os casos de morte pela doença entre fumantes são 15 vezes mais frequentes do que entre pessoas que nunca fumaram. Ex-fumantes também padecem mais da doença – suas chances são quadriplicadas. E os efeitos são cumulativos: quem fuma de um a 14 cigarros por dia tem risco oito vezes maior de desenvolver câncer de pulmão; de 15 a 24, 14 vezes mais; acima de 25, 24 vezes. Assim, deixar de fumar o quanto antes pode fazer diferença – a cessação aumenta a sobrevida média em nove anos. Segundo o Inca, 90% dos casos de câncer no pulmão são causados pelo tabagismo. O hábito ainda responde a 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer, 25% das mortes por doença coronariana – angina e infarto do miocárdio; 85% das causadas por bronquite e enfisema; e 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral). Também há indícios científicos que relacionam o tabagismo ao aumento do risco de mortes prematuras, catarata, osteoporose e, portanto, fraturas.

Fumantes passivos O não fumante exposto à fumaça do tabaco tem: 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão 24% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares Maior frequência de infecções e outros problemas respiratórios Menor progresso da função pulmonar


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CIDADANIA

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ATUAÇÃO

Responsabilidade socioambiental: fortalecendo marcas da ABO E

ntre as metas da nova gestão da ABO Nacional está o fortalecimento da atuação social e sustentável da entidade, através da criação do Departamento de Responsabilidade Social e Ambiental, responsável por elaborar e concentrar ações em nível nacional e coordenar e dar suporte a iniciativas já em desenvolvimento nas Seções e Regionais. A medida confere unidade e homogeneidade a todas as iniciativas na área, consolida a vocação de engajamento socioambiental da ABO e agrega novos conceitos à sua atuação multidisciplinar. Para isso, o departamento aposta em parcerias com o poder público, a iniciativa privada e a própria sociedade, como explica a responsável pela nova área da ABO, Daiz Nunes, também presidente da ABO/AP. Para ela, a integração do cirurgião-dentista com todas as instâncias sociais precisa ser um reflexo da importância da Odontologia para a saúde sistêmica e coletiva. “O cirurgiãodentista precisa entender de uma vez por todas que a profissão passou por mudanças e que nós somos e precisamos ser politicamente inseridos em todas as áreas da sociedade. A nossa responsabilidade com a saúde do ser humano e do meio ambiente é de extrema importância para valorização e estabilidade de nossa classe”, defende. Consciência limpa da fumaça do tabaco Uma das ações mais recentes da ABO nesse sentido foi o fortalecimento de seu engajamento no combate ao tabaco através de parceria

de porte que possuem recursos financeiros para investir em projetos socioambientais. O profissional da área da saúde é de extrema importância nesse processo, que influencia diretamente na qualidade de vida e na saúde”. A padronização das ações socioambientais da ABO prevê a distribuição de manuais e materiais de campanha entre as Seções e Regionais da entidade, que serão utilizados em âmbito nacional.

com a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). A união foi firmada em encontro do presidente e do secretário-geral da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho e Marco Aurélio Blaz Vasques, respectivamente, com a vice-diretora e a advogada da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Mônica Andreis e Adriana Pereira de Carvalho. Um dos objetivos é orientar e conscientizar a população, em especial os cirurgiões-dentistas, sobre os malefícios do tabaco para a saúde bucal e geral. Para Daiz, a conscientização será o caminho para o fortalecimento de todas as outras ações de responsabilidade socioambiental da ABO. “A mudança de paradigmas e de

postura frente à profissão, a luta para abrangência da Odontologia em todos os serviços da saúde pública e privada, a mudança de postura do cirurgião-dentista quanto à sua importância na sociedade vão definitivamente nos dar direito pleno nas ações sociais, políticas e ambientais que precisamos pleitear, e nada melhor do que uma associação de classe comprometida com a Odontologia e com os profissionais.” Parcerias pelo meio ambiente Outra importante parceria que está sendo desenvolvida para o alcance destes objetivos é com a organização não-governamental Turma do Bem, que desenvolve

ABO participa de comemoração do Dia Mundial da Saúde O Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizou, nos dias 7 e 8 de abril, em Brasília, sua 208ª Reunião Ordinária (RO), ocasião em que também promoveu ato solene em comemoração ao Dia Mundial da Saúde (7/4). Participaram do evento o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o presidente do CNS, Francisco Batista Júnior, representante da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Renato Tasca, e representante do Ministério das Cidades, Elcione Diniz Macedo. A ABO Nacional foi representada por Geraldo Vasconcelos, que ocupa o cargo de conselheiro efetivo no CNS. Este ano, o tema escolhido pela Organização Mundial de

Saúde (OMS) para a data, comemorada no mundo todo, foi 1000 Cidades, 1000 Vidas, para destacar o efeito da urbanização sobre a saúde coletiva e individual de maneira global. “Este tema é de grande interesse e repercussão mundial e, no Brasil, reconhecido constitucionalmente como prioridade. Além disso, saúde é um instrumento social e econômico e está intimamente relacionado com a paz, educação, habitação e equidade”, diz Vasconcelos. Os objetivos globais da OMS com a comemoração deste ano foi de abrir, em 1000 cidades, espaços públicos para a saúde. Em paralelo, houve a apresentação de 1000 histórias bem-sucedidas de saúde urbana, em que simples medidas causaram impactos significativos na saúde das suas cidades.

ações de caráter social. A ONG foi fundada em 2002 pelo cirurgiãodentista Fábio Bibancos e conta com o trabalho voluntário de seis mil cirurgiões-dentistas em todo o Brasil, já ajudou 12 mil jovens com atividades de atenção à saúde e à cidadania. Para a ABO, a parceria com a Turma do Bem vai ser de fundamental importância para a implantação do projeto Dentista Verde, um marco na história da Odontologia nacional e internacional: o cirurgião-dentista cidadão preocupado e colaborador das políticas de defesa do meio ambiente. Para a coordenadora Daiz, “o compromisso com o meio ambiente não é responsabilidade só das multinacionais e empresas de gran-

Do local para o global A interação com as células da ABO é uma via de mão dupla. Assim, iniciativas das Seções e Regionais da entidade estão sendo fortalecidas e ampliadas, ganhando abrangência nacional e novas implicações. Foi assim com o selo ABO Amiga do Peito, idealizado pela ABO/TO e apresentado pela Diretoria da ABO Nacional em sua posse solene, no último dia 5 de fevereiro, em Belo Horizonte (MG). A ideia inicial, de apoiar o Banco de Leite Humano em Tocantins, foi abraçada pela entidade nacionalmente, que estuda ações de conscientização da população para a importância da amamentação no desenvolvimento orofacial da criança e na sua saúde integral. Através do Departamento de Responsabilidade Social e Ambiental, esta e outras ações da ABO passarão a impactar , sensibilizar e motivar a sociedade, destacando a Odontologia no cenário nacional como uma das profissões mais importantes para a saúde humana, com postura social, ambiental e política estabelecida e bem implementada.

Unidos de Vila Maria capacita gratuitamente 3 mil trabalhadores para o carnaval Com o objetivo de formar mão de obra qualificada para atender a crescente demanda da indústria do carnaval, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) destinou verba de R$ 7,46 milhões para cursos de capacitação profissional e social oferecidos à população de cinco Estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão). Em São Paulo, onde as primeiras turmas já começaram a ter aula na semana de 5 abril (estamparia, percussão e cavaco), o trabalho está sendo administrado pela Escola de Samba Unidos de Vila Maria, única selecionada pelo ministério no Estado. Os outros cursos já

programados são de decoração, a partir de 12/4, e costura, a partir de 19/4. As aulas terão duração de 200 horas, divididas entre teóricas e práticas, e serão ministradas na quadra da Unidos de Vila Maria (R. Cabo João Monteiro da Rocha, 448, Jardim Japão) e em espaços de parceiros. Os cursos serão divididos em 100 oficinas, cada uma com 30 alunos (acima de 16 anos), e vão contemplar, além de ensinamentos técnicos, noções de cidadania, empreendedorismo e sustentabilidade, entre outras, beneficiando 9 mil pessoas. Informações e inscrições: www.unidosdevilamaria.com.br e (11) 2939.2067


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ATUALIZAÇÃO

FDI tem três novas resoluções A partir desta edição, o JABO publica as novas resoluções da FDI, adotadas na última Assembleia Geral da entidade, em setembro de 2009, em Cingapura – a começar pelo tema Hipersensibilidade Dentinária. As outras duas resoluções – Edentulismo e Problemas Gerais de Saúde na Velhice e Efeitos da Eficiência Mastigatória na Saúde Geral – serão apresentadas nas próximas edições.

Hipersensibilidade Dentinária

A

hipersensibilidade dentinária é caracterizada por dor aguda decorrente da dentina exposta, mais comumente na área cervical do dente, em resposta a estímulos (tipicamente térmico, de evaporação, tátil, osmótico ou químico), mas que não pode ser atribuída a quaisquer outros defeitos dentais, doenças ou tratamentos restauradores. Ocorre em muitos adultos em vários níveis de prevalência, variando de 3% a 57%, devido às diferenças nas populações estudadas e aos métodos de investigação utilizados. Em geral, pacientes com periodontite têm prevalência relativamente maior de hipersensibilidade dentinária, presumivelmente por causa do maior risco e grau de exposição da raiz, como resultado de destruição periodontal. Nos últimos anos, houve aumento do número de jovens adultos com este nocivo problema, provavelmente devido à exposição a alguns fatores predisponentes, como dietas ácidas, escovação traumática, hábitos pessoais e uso inadequado de produtos de branqueamento dentário. Por outro lado, um crescente número de pacientes está à procura de cuidados profissionais para este problema. A exposição da abertura dos túbulos dentinários devido à perda de esmalte e/ou recessão gengival, com subsequente perda de cemento e/ou da dentina, é considerada a principal causa da hipersensibilidade dentinária. Além disso, a hipersensibilidade dentinária pode muitas vezes se apresentar combinada com outras condições, como erosão, abrasão, atrito, abfração, bruxismo e condições genéticas e periodontais.

A FDI reconhece que: ■ A compreensão da etiologia e dos fatores predisponentes e o diagnóstico adequado são cruciais para gerenciar efetivamente a hipersensibilidade dentinária ■ Não há provas suficientes para estabelecer uma orientação específica para a gestão da hipersensibilidade dentinária ■ Há uma grande variedade de opções de tratamento que podem modificar, bloquear ou alterar o fluxo de fluido através dos túbulos dentinários e impedir, assim, resposta do nervo da polpa ■ Após a identificação de fatores predisponentes e do diagnóstico apropriado, a hipersensibilidade dentinária poderia ser co-gerida por profissionais de saúde bucal e pelos pacientes em casa, conforme cada caso ■ Geralmente, os fatores predisponentes relevantes devem ser dirigidos e adequados ao reforço de medidas de prevenção. Tratamentos menos invasivos podem ser realizados primeiro, e, se necessário, tratamentos invasivos podem ser fornecidos posteriormente pelos cirurgiões-dentistas. Outras investigações multidisciplinares sobre o assunto são incentivadas.

Referências 1. Canadian Advisory Board sobre hipersensibilidade dentinária. Consenso de recomendações para a base do diagnóstico e do tratamento da hipersensibilidade dentinária. J Can Dent Assoc 2003; 69:221-226 2. Orchardson R, Gillam DG. Gerenciamento de hipersensibilidade dentinária. JADA 2006;

137:990-998 3. Drisko C. Higiene oral e periodontal em considerações de prevenção e gestão de hipersensibilidade dentinária. Int Dent J 2007; 57:399-410 4. West NX. O paciente com hipersensibilidade dentinária – pacote de gerenciamento total. Int Dent J 2007; 57:411-419

Parceria ABO/Amib divulga Odontologia hospitalar O Departamento de Odontologia Amib/ABO, parceria firmada entre a entidade e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) vem realizando diversas atividades, com o objetivo de divulgar e conscientizar os profissionais de saúde da importância da atuação do cirurgiãodentista nos hospitais e, em especial, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). No dia 8 de abril, a CD Teresa Márcia Nascimento de Morais (foto), coordenadora do Departamento Amib/ ABO e da área de Odontologia da Santa Casa

de Misericórdia de Barretos (SP), ministrou o curso de extensão “As diversas faces da Odontologia Hospitalar”, na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. Antes disso, Teresa já havia participado, em fevereiro, do I Simpósio de Odontologia Hospitalar: da Discussão à Prática, promovido pelo Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre (RS). O evento contou com o apoio da ABO Rio Grande do Sul e o presidente da Seção, Flávio Augusto M. Oliveira, também ministrou palestra sobre o tema.


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GERAL

Gestão e Marketing

FORENSE

Comunicar é preciso!

Forp promove encontro de Odontologia Legal Estão abertas as inscrições para o 1º Encontro de Odontologia Legal da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/USP), que será realizado nos dias 28 e 29 de maio próximo. Segundo a organização, um dos objetivos do evento é integrar a Odontologia com as demais disciplinas das ciências forenses e atrair novos talentos para a área. Entre os conferencistas estão professores universitários, peritos policiais e peritos forenses de institutos médicos legais. Na programação, serão abordados temas como Marcas de Mordida: Aspectos de Interesse Pericial; Tecnologia do DNA em Odontologia Legal; Desastres em Massa e a Odontologia Legal; Violência Doméstica e o Papel do Cirurgião-dentista; Antropologia Forense: a Interface Odontologia Legal e Medicina Legal no Desafio da Identificação Humana. O envio de resumos de trabalhos pode ser feito até o dia 18 de maio. Mais informações: www.forp.usp.br

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SISTÊMICA

Congresso sobre Diabetes vai incluir Odontologia A Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad) vai realizar, de 23 a 25 de julho, em São Paulo, o 15º Congresso Brasileiro Multidisciplinar e Multiprofissional em Diabetes, que conta com o apoio da ABO Nacional. No evento, serão ministrados simpósios e palestras multidisciplinares para cirurgiões-dentistas, médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais envolvidos nas complicações decorrentes da diabetes. O objetivo é divulgar informações que permitam uma atuação preventiva no controle da enfermidade, evitando complicações decorrentes. Na programação pré-congresso, no dia 22 de julho, ainda serão realizados os cursos básico e avançado de Diabetes em Odontologia. Os profissionais também podem participar no Tema Livre, apresentando trabalhos originais oralmente ou em pôster. A data limite para inscrição dos trabalhos é dia 15 de junho. Paralelamente ao congresso ainda acontece a 15° Exposição Nacional de Produtos e Alimentos para Portadores de Diabetes. Mais informações: www.anad.org.br

A

Odontologia brasileira entra na nova década precisando aproveitar conquistas e apresentar caminhos. Solucionarse! Ter um em cada cinco cirurgiões-dentistas do mundo, a maior quantidade de Faculdades de Odontologia, a maior rede de especialização e o maior mercado de serviços odontológicos do mundo. É, a um só tempo, motivo de orgulho e preocupação. Conquistas foram atingidas com números indiscutíveis, mas que precisam transformar-se em realidade positiva aos que participam deste mercado. Ser a maior tem seus desafios. Um deles é anunciar-se como tal. Fazer com que as pessoas saibam que tem à sua disposição o melhor serviço odontológico do planeta. Dar-se a conhecer e fazer mais pessoas terem acesso a estas vantagens. São temas que fazem pensar os que se dedicam à gestão e ao marketing com foco na Odontologia. Toda a estrutura odontológica brasileira será motivo de curiosidade e cópia de modelo pelo mundo inteiro no próximo FDI 2010, o Congresso Mundial da Federação Dentária Internacional, a realizarse no Brasil, em Salvador, de 2 a 5 de setembro próximo. Uma oportunidade para passar e receber experiências. Para definitivamente inserir-se no mundo odontológico globalizado. Com características inovadoras. Sem ter que copiar e com algo a apresentar, para ser reconhecida. Na recente feira de Chicago estava disponível um livro de 100 páginas com ofertas de folhetos, vídeos, livros, modelos, quadros, painéis, cartões e outros, num total de mais de 1.000 itens de marketing e gestão para a Odontologia, oferecidos à venda pela ADA para uma Odontologia de primeiro mundo. Temos que ser conscientes da nossa realidade e criativos para algo alternativo fazer e assim levar os

Antônio Inácio Ribeiro Assessor de Marketing e Gestão da ABO Nacional, professor de Marketing do MBA Gestão de Negócios na Área da Saúde da São Leopoldo Mandic, MBA em Marketing pelo ISAE da Fundação Getúlio Vargas, especialista em Marketing pela PUC-PR e administrador pela Universidade Mackenzie de São Paulo. ribeiro@ odontex.com.br

serviços odontológicos ao conhecimento da população. De forma ágil e rápida. Fazer o que todo esse material se propõe e ainda inovar é o que agora propomos, usando os meios interativos. Entrar definitivamente na internet é a solução imediata para nossa realidade, informando, esclarecendo, conscientizando e motivando as pessoas a cuidarem da sua saúde bucal. De uma forma ativa com o envio de e-mails pelos cirurgiões-dentistas à sua comunidade de amigos, parentes, conhecidos e pacientes, em forma de listas de presentes e futuros clientes. Não ficando só na proposta e deixando muitos apenas na vontade, sem ter o que ou como fazer, disponibilizamos já aos leitores do Jornal da ABO um trabalho elaborado em forma de livro, que se encontra esgotado na versão impressa: 100 Motivos para ir ao Dentista, no qual, em linguagem

leiga, são apresentadas as principais situações que deveriam levar as pessoas aos consultórios dentários, motivando-as. Para ter sua versão interativa sem nenhum custo, basta solicitá-lo por e-mail ao endereço eletrônico apresentado ao lado. Assim todos terão já o que enviar, em forma de e-mails semanais à sua lista, fazendo o que, em nosso entender, falta para muitos virem mais vezes aos consultórios dentários: comunicação! Sem custos, contando apenas com sua ASB que se encarregará de enviar semanalmente um destes motivos à toda a sua lista, mais o hábito de muitos, que, ao receberem a mensagem percebida como importante, a encaminham aos amigos, difundindo esta informação de forma ágil e eficiente, que ao ter seus dados no final, o consultarão. Estes envios farão melhorar a autoestima de todos os cirurgiõesdentistas por estarem participando efetivamente do processo de conscientização da população quanto aos seus problemas de saúde bucal, democratizando a informação, ao tempo em que estarão disponibilizando-se para soluções que são encontradas nos consultórios dentários. Algo inovador que poderá ser alternativa a ser apresentada ao mundo. Usando a ferramenta que revolucionou a comunicação entre as pessoas e deu acesso universal a informação: a internet! Esta será a característica desta coluna doravante. Apresentar alternativas de soluções que sejam simples e acessíveis a todos, sem novas despesas ou custos. Ter para cada problema uma solução. Ser motivo de estímulo a melhores dias no exercício da profissão. E incentivo a ações que valorizem o cirurgião-dentista, colocando à sua disposição o que possa tornar seus dias mais produtivos, na filosofia da ABO de Todos!

PSF ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

SOCIAL

Congresso de Saúde Bucal Coletiva será em julho, no ES Estão abertas as inscrições para o XX Encontro Nacional de Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico (Enatespo) e o IX Congresso Brasileiro de Saúde Bucal Coletiva, que acontecerá de 29 a 31 de julho de 2010 no Centro de Convenções de Vitória (ES). O tema do IX CBSBC será A Saúde Bucal no Contexto Atual dos Determinantes Sociais e das Iniquidades. Os trabalhos podem ser inscritos até 23 de abril. O objetivo do evento é discutir e avaliar a política nacional, estadual e municipal de saúde bucal e propor encaminhamentos para superação de dificuldades e limitações de acesso à atenção, à integridade e à qualidade dos serviços. Mais informações: www.enatespo.org.br (+27) 3325-2002

Saúde da Família: maior cobertura está em MG A maior cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), estratégia de atenção dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), está em Minas Gerais, onde o percentual da população atendida pelas equipes do programa saltou de 54,89% em 2003 para 69,13% em dezembro de 2009, segundo o governo mineiro. Os dados também indicam que quase metade dos municípios do Estado tem 100% da cobertura do PSF - mais de 420 deles já recebem o repasse mensal de recursos do governo estadual para efetivar e melhorar a qualidade da atenção básica. Para o governo mineiro, a responsabilidade pela melhoria pode ser creditada ao Programa Saúde em Casa, por meio do qual um incentivo financeiro mensal

é repassado às equipes de Saúde da Família para investimento na construção e reforma de Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza, “Minas Gerais investiu, até outubro de 2009, mais de R$ 555 milhões do Tesouro do Estado em infraestrutura, qualificação de pessoal, compra de equipamentos e material para melhorar a atuação das equipes do programa. Desse total, foram aplicados cerca de R$ 245 milhões na compra de equipamentos, material de consumo e custeio”. A previsão para 2009-2010 é que mais 358 municípios sejam beneficiados pelo Saúde em Casa. Desse modo, a cobertura do programa será ampliada para 97,65% do território mineiro. Neste período, o programa de melhoria da infraestrutura receberá investimentos de R$ 120 milhões.


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PREVENÇÃO

MS lança guia para o uso de fluoretos no Brasil O

Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional de Saúde Bucal, lançou, em janeiro, o Guia de Recomendações para o Uso de Fluoretos no Brasil, publicação que objetiva apresentar as várias formas de utilização de fluoretos, tanto como método preventivo no âmbito populacional quanto para o uso individual. A produção do livro está de acordo com a Política Nacional de Saúde Bucal, que tem entre seus eixos orientadores ações de promoção e proteção à saúde, incluindo a fluoretação das águas, educação em saúde, higiene bucal supervisionada e aplicações tópicas de flúor. A publicação está disponível on-line. O guia aborda temas como os

Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp; Paulo Capel Narvai, do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP; Simone Tetu Moyses, do Curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná; e Valéria Marinho, do Cochrane Oral Health Group, na Inglaterra. O trabalho foi supervisionado por Claunara Schilling Mendonça, do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, e Gilberto Alfredo Pucca Jr., coordenador nacional de Saúde Bucal. Para ler e fazer o download do Guia de Recomendações para o Uso de Fluoretos no Brasil, acesse www.saude.gov.br/dab, no item Publicações, Saúde Bucal.

mecanismos de ação do flúor, meios coletivos de uso, dentifrícios fluoretados, enxaguatórios bucais, vernizes, materiais dentários liberadores de flúor, fluorose dentária e efeitos adversos do flúor para a saúde geral. Segundo o ministério, com o auxílio da publicação, os profissionais da saúde poderão, a partir do diagnóstico da sua realidade, optar pelo método ou associação de métodos a base de fluoretos mais adequado. O material foi produzido por profissionais vinculados ao ensino, pesquisa e extensão universitária: Marco Aurélio Peres, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina; Jaime Aparecido Cury e Livia Maria Andaló Tenuta, da

GRIPE A

VENCEDORES

ABO reforça prevenção no consultório odontológico I

niciada a campanha nacional de imunização contra a gripe A, o presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, entrou em contato com o coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr., solicitando explicação para a exclusão dos cirurgiões-dentistas autônomos na primeira fase da vacinação, que se encerrou no dia 19 de março. Esclarecida a intenção do Ministério da Saúde de priorizar os profissionais do serviço de atenção básica em saúde, que estariam mais expostos a riscos de contágio devido ao atendimento de grande número de pessoas, a ABO reforça a orientação aos profissionais de saúde bucal na prevenção da doença no consultório odontológico, seguindo os protocolos de biossegurança já conhecidos na área. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza on-line a Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde, que orienta o profissional a cuidar da sua saúde durante o atendimento, prevenindo diversas infecções, inclusive pelo vírus da Gripe A. O conteúdo completo da cartilha pode ser lido em www. anvisa.gov.br/divulga/public/ cartilha_mascara.pdf. A Organization for Safety and Asepsis Procedures (Osap) também mantém publicado em seu site (www.osap.org), no item Infection Control Issues, documentos com informações detalhadas sobre os cuidados em biossegurança recomendados com relação a doenças respiratórias. Um deles é o Protocol for Managing Dental Patients with Confirmed or Suspected Respiratory Infection and for Dental Patients with Confirmed or Suspected Tuberculosis. Além destas orientações, no

Portal ABO (www.abo.org.br) está disponível para download o Informe Técnico sobre a Gripe A, elaborado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), com diversas orientações para o profissional de saúde. No site do Minis-

tério da Saúde (www.saude.gov.br) também estão disponíveis os documentos Protocolo de Procedimentos para Manejo de Casos e Contatos de Influenza A (H1N1) e Protocolo de Notificação e Investigação de Casos, entre outras informações e recomendações.

Sorridente vai para quatro municípios do CE e SE

Governo esclarece: prioridade é o funcionamento dos serviços de saúde A Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, enviou a Nota Técnica nº 19 ao presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, em resposta ao questionamento da entidade sobre a inclusão dos cirurgiões-dentistas nos grupos prioritários na vacinação contra a Gripe H1N1. No documento, datado em 15 de março último, Carla Magna A.S. Domingues, diretora substituta do Departamento de Vigilância Epidemiológica, relata o histórico da gripe, desde 2009, e a declaração dela como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 11 de junho passado, além das medidas eficazes e indispensáveis preconizadas para “intensificação da vigilância, detecção precoce, tratamento dos casos e controle das infecções em todos os serviços de saúde”, entre outras determinações. Entre as estratégias de vacinação contra a Influenza Pandêmica (H1N1) estipuladas pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) está que ela tenha como “objetivo manter o funcionamento dos serviços envolvidos na resposta à pandemia e diminuir a morbimortalidade associada à pandemia da influenza”. A partir deste contexto, foram definidos os grupos a serem vacinados em ordem prioritária (desde 8 de março), sendo o primeiro deles “o dos trabalhadores dos serviços de saúde envolvidos na resposta à pandemia”. No documento, ainda é esclarecido que as estratégias de vacinação no Brasil, bem como a definição dos grupos a serem vacinados foram acordadas com o Grupo Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde, contando também com a participação de entidade de saúde. E, para garantir o sucesso desta estratégia, o documento ressalta ser “fundamental que todo o Sistema Único de Saúde (SUS) esteja unido e empenhado em atingir as metas preconizadas, ou seja, que no mínimo 80% da população seja imunizada”. Carla Domingues ainda esclarece que a exemplo de outros países do mundo, não está sendo recomendada a vacinação de toda a população brasileira, sendo o objetivo da vacinação “o funcionamento dos serviços de saúde envolvidos na resposta à pandemia e a diminuição da morbimortalidade associada à pandemia da influenza”. Estas são as duas últimas fases da vacinação: idosos ( + de 60 anos) com doenças crônicas – 24/4 a 7 de/5 e adultos saudáveis de 30 a 39 anos – 10 a 21/5.

No dia 19 de março, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) divulgou os vencedores do Prêmio Brasil Sorridente/Conselhos de Odontologia: São Gonçalo do Amarante (CE), na categoria até 50 mil habitantes; Horizonte (CE) e Estância (SE), ambos premiados entre os municípios com população de 50 a 300 mil; e Aracaju (SE), na categoria acima de 300 mil habitantes. Todos os ganhadores receberão um consultório odontológico, fornecido pela empresa Dabi Atlante. Criado pelo CFO, com apoio da Coordenação Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, o Prêmio Brasil Sorridente nasceu para homenagear e incentivar os municípios que ostentam números positivos em políticas de saúde bucal e é a única iniciativa nacional nesta área. A entrega da premiação acontece no dia 23 de abril, no Rio de Janeiro, durante a solenidade de aniversário dos Conselhos de Odontologia. As prefeituras participantes foram avaliadas em 10 critérios. Além de uma boa cobertura populacional alcançada pelo atendimento odontológico, o município

precisa apresentar números satisfatórios na relação entre habitante/ cirurgião-dentista da rede pública/carga horária mensal, assim como na relação entre equipes de Saúde Bucal e equipes da Estratégia de Saúde da Família. Foi verificada também a comprovação de que o município possui o número de policlínicas e de Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) adequado às suas necessidades. Outras exigências são a realização de exames epidemiológicos de cárie e doenças bucais na população acima de 12 anos, nos últimos três anos, e menor índice epidemiológico de cárie em escolares até 12 anos, obtido de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Completam a lista os seguintes itens: programas de educação continuada aos profissionais de saúde bucal da rede pública; promoção de concurso público ou processo seletivo para contratação; melhores condições salariais e de trabalho; e acesso adequado da população ao sistema público de abastecimento de água fluoretada. Mais informações: http:// cfo.org.br/premio-prefeituras


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O D O N T O S/A

Colgate-Palmolive lança três escovas dentais As escovas dentais Colgate 360º Cabeça Ultra Compacta, Colgate Orthodontic e Colgate 360º Actiflex são os novos lançamentos da Colgate-Palmolive. A Colgate 360o Cabeça Ultra Compacta ganha uma versão com cabeça compacta, limpador de língua, cerdas interdentais, margens gengivais e cerdas polidoras de borracha para a remoção de manchas extrínsecas. Já a Colgate Orthodontic é ideal para usuários de aparelhos ortodônticos, possui sistema de cerdas V-Trim, que funciona na limpeza dos dentes e ao redor de aparelhos ortodônticos. Suas cerdas externas e macias permitem limpeza suave da superfície dos

dentes e gengiva, e as cerdas internas de tipo médio, promovem limpeza em torno do aparelho. O cabo da Colgate Orthodontic é anatômico e emborrachado, proporcionando mais conforto durante a escovação. Com cabeça exclusivamente flexível, a Colgate 360º Actiflex limpa em todas as direções, possui ponta limpadora elevada, para pro-

mover a limpeza dos lugares mais difíceis de alcançar na boca e entre os dentes. Um limpador de língua e bochechas de textura macia proporciona limpeza no interior das bochechas e remove bactérias da língua que causam o mau hálito. Outro recurso da nova escova é o acesso interproximal, maior do que uma escova dental comum com cerdas retas.

OdontoPrev chega a 4 milhões de vidas A OdontoPrev anunciou, dia 24 de fevereiro, os resultados consolidados do quarto trimestre de 2009 e do ano todo. O número de associados da OdontoPrev cresceu 69,7%, passando de 2.460.211 em 2008 para 4.174.621 um anos depois, um acréscimo de 1.714.410, dos quais 1.463.705 são provenientes da Bradesco Dental. A receita operacional líquida totalizou R$ 100,603 milhões no quarto trimestre do ano passado, 15,8% acima do mesmo período em 2008. Em 2009, acumulou R$ 379,454 milhões, 19,2%

superior a 2008. As informações operacionais e financeiras da companhia são apresentadas com base em números consolidados e em milhares de reais, não incluindo consolidação das contas de resultado da Bradesco Dental em dezembro de 2009, conforme a legislação societária, plano de contas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e práticas contábeis adotadas no Brasil. Mais informações: Na página de relações com investidores da Odontoprev: www.odontoprev.com.br/ri

Óxido nitroso: Clean Line faz curso em parceira com ABOs Em parceria com várias Seções e Regionais da ABO de todo o Brasil, a Clean Line está promovendo o curso de Sedação Consciente por Óxido Nitroso (Scon). Para a prática desta técnica, o profissional deve se capacitar por meio de curso, com duração de 96 horas, em entidades filiadas ao CFO. Para atender o maior número de profissionais interessados neste tipo de capacitação, a Clean Line está realizando promoção em alguns Estados. Assim, o profissional que adquirir o aparelho Relaxy, desenvolvido pela empresa para a prática da Scon, recebe o curso gratuitamente. Mais informações sobre o produto e a promoção da Clean Line podem ser acessadas no endereço: http://www.cleanline.com. br/rl.php.

Vigilância Sanitária suspende raios X Odontomax A Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo suspendeu a fabricação e comércio de aparelhos de raios X odontológicos fabricados pela empresa Astex, conforme informou o Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária (Inbravisa). O Comunicado 50/2010 divulgado esclarece que o registro dos produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontra-se expirado desde julho de 2007. Os equipamentos suspensos são Odontomax 70/7P, nos modelos Fixo no Piso Convencional, Fixo no Piso Pantomatic, Móvel Convencional, Parede Convencional e Parede Pantomatic, e Odontomax Super 70 e suas versões, fabricados ou disponibilizados ao mercado a partir de 24 de julho de 2007. A Astex fica responsável pelo recolhimento destes produtos.


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Speed Graph aproxima CDs e pacientes

A Speed Graph, empresa especializada em desenvolver produtos e serviços de marketing e comunicação para cirurgiões-dentistas, possui produtos que auxiliam na valorização do atendimento e serviços prestados pelo CD. Os produtos estimulam a consulta preventiva, lembram o dia de ir ao cirurgião-dentista e aproximam o profissional do paciente, como os cartões de Natal. O cartão de aniversário faz parte do conjunto desses produtos. Todos os anos são criadas novas coleções e novos formatos dos cartões de aniversário. Neste ano, a inovação é o Cartão de Aniversário Especial, que vem com uma fita, simulando o embrulho de um presente: uma surpresa para quem recebe e satisfação para quem envia. Mais informações podem ser obtidas no site da empresa, www. speedgraph.com.br, ou pelo telefone 0800 701 6870, solicitando um catálogo.

JABO terá edições com reportagens especiais temáticas A reportagem sobre Hipersensibilidade Dentinária foi a primeira de uma série programada paras as próximas seis edições do jornal. O projeto inclui, ainda, outras amplas reportagens especiais, como a publicada neste número do JABO sobre Tabaco. O objetivo é ir além do fato, oferecendo ao cirurgião-dentista a oportunidade de se aprofundar sobre o tema, tanto sob o ponto de vista da ciência quanto da aplicação prática na clínica. Nas próximas edições, serão enfocados em reportagens especiais, os seguintes temas: JABO 125: CLAREADORES JABO 126: ESPECIAL FDI’2010 JABO 127: COBERTURA do FDI’2010 JABO 128: IMPLANTES (circula no Ciosp) JABO 129: ENXAGUATÓRIOS

O D O N T O S/A

Listerine recebe selo da Academia de Periodontia A Academia Internacional de Periodontia (IPA) concedeu seu selo de aprovação para o enxaguatório bucal Listerine, comprovando sua eficácia no combate e na prevenção de doenças periodontais. Com isso, o produto torna-se o primeiro enxaguatório bucal de uso diário a receber o selo. “Isto significa que o produto é considerado seguro e eficaz por cirurgiões-dentistas de todo o mundo”, afirma Marcelo Araújo, diretor científico de Oral Care da Johnson & Johnson. Para receber o selo, uma equipe internacional de cientistas, especializados em Periodontia, avalia dados e estudos clínico-laboratoriais para identificar se o produto é um aliado efetivo no aprimoramento da saúde bucal da população, por meio do controle da placa bacteriana. A fabricante acrescenta que Listerine existe há mais de 100 anos e conta com mais de 50 estudos clínicos comprovando sua eficácia e segurança.

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PROFISSÃO

Cresce participação de CDs em Programa de Reciclagem de Amálgama Desenvolvido desde 2005 na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP), já tem a adesão de quase 2 mil CDs, tendo processado 16 kg de amálgama e recuperado 8,4 kg de mercúrio, contribuindo para a preservação ambiental

O

Kit: tubo com tampa e rosca e suporte para mantê-lo na posição vertical

Programa de Reciclagem de Amálgama, parceria da FOB-USP e empresa OdontoPrev, já tem a participação de 1.954 cirurgiões-dentistas credenciados à operadora e ganha abrangência nacional. A OdontoPrev, maior operadora de planos odontológicos da América Latina, desenvolve o programa desde 2005, patrocinando e reequipando o Laboratório de Bioquímica, além de fornecer todos os materiais necessários e remunerar os pesquisadores. Até agora, 16 quilos de amálgama já foram processados por meio do

programa, recuperando 8,4 quilos de mercúrio. Cada restauração dentária utiliza em média 2 gramas de amálgama. “O resultado esperado é a proposição de tecnologias limpas, com a finalidade de conservação do meio ambiente”, afirma Vera Zanuto, gerente de Sustentabilidade da empresa. Esses profissionais estão contribuindo para melhorar as condições do meio ambiente pois a recuperação do mercúrio das sobras do amálgama utilizado nos consultórios evita que o metal tóxico seja descartado na natureza. A cada ano, a operadora amplia e aprimora o trabalho do Programa de Reciclagem de Amálgama. Um desafio à sua implementação nos consultórios dentários era o envio do material coletado pelos dentistas para a FOB-USP. No entanto, essa questão já foi resolvida com a criação de um tubo confeccionado em plástico contendo tampa com rosca e lacre e incluindo um suporte em acrílico para mantê-lo na posição vertical , o que possibilita o descarte e envio seguro do amálgama para reciclagem. A embalagem foi aprovada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e está em conformidade com a Resolução nº 358, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), referente ao tratamento e disposição final dos resíduos dos serviços de saúde. Cadeia produtiva Durante o processamento do amálgama, os especialistas recuperam dois componentes principais: a prata e o mercúrio, que voltam para a cadeia produtiva. Eles são destinados a laboratórios e instituições de pesquisa conveniados. A pequena porção restante (mercúrio mais prata respondem por quase 90% da composição do amálgama) também sofre um processamento para o descarte adequado. Geralmente, é descartado em esgoto após algumas análises de segurança. O material recuperado também pode ser reaproveitado em pesquisas na própria instituição ou em outras, por meio de doação. O mercúrio é um metal pesado, líquido em temperatura ambiente, que pode se acumular e contaminar o solo, plantas e afluentes, além de, consequentemente, ser ingerido pelos seres humanos por meio da água e plantas contaminados. Seus principais efeitos nos seres vivos, mamíferos principalmente, são danos ao sistema nervoso central. Os efeitos em humanos descritos são: perda da sensibilidade em extremidades; prejuízo da visão, fala e audição; e má formação dos fetos. Em casos mais severos de envenenamento (altas concentrações), pode levar à cegueira, coma e morte. A Federação Dentária Internacional considera o uso do amálgama seguro, desde que tomadas as devidas medidas de segurança para o paciente e para o meio ambiente. Mais informações: www.odontoprev.com.br/ inst.news2910.jsp www.anvisa.gov.servicosaude/arq/ residuos/base_legal.ppt www.fdiwordental.org


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