J A B O Jornal da Associação Brasileira de Odontologia
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Ano XXVIII - Número 125 - Maio/junho - 2010
FDI’2010, EM SALVADOR (BAHIA)
Preços especiais para CD brasileiro participar de 150 atividades de alto nível Estrategicamente montado para interessar a todos, do clínico-geral ao especialista em diversas áreas, com ministradores de renome na Odontologia internacional, o Congresso Mundial Anual da Federação Dentária Internacional, o FDI’2010, acontece em Salvador, de 2 a 5 de setembro próximo, sob o tema Saúde Oral para Todos: Desafios Locais, Soluções Globais. Nesta edição do JABO confira alguns dos principais destaques da programação científica e veja como inscrever-se on-line no site oficial - www.fdi2010.com.br -, neste evento que percorre o mundo e volta ao Brasil depois de 29 anos. A adesão ao congresso, com taxa cerca de 50% menor para o Brasil e países da América Latina, pode ser feita no cartão de crédito, parcelada em três vezes, ou por boleto bancário. ● Págs. 12 e 13
PARCERIA: Comissão Organizadora do FDI’2010 em audiência com o min. José Gomes Temporão (5º dir.): Gilberto Pucca, Roberto Duran, Cláudia Tavares, Newton Miranda de Carvalho, Wesley Toledo, Tarcísio Pinto e Hamilton Melo
Ministério da Saúde apoia maior evento odontológico mundial no Brasil Em audiência com o ministro da Saúde José Gomes, Temporão, em Brasília, dia 17 de junho último, a Comissão Organizadora Local do FDI’ 2010 recebeu total apoio para o desenvolvimento e o sucesso do congresso mundial, na cidade de Salvador. À
ESPECIAL: CLAREAMENTO
O cartão de visita da Odontologia Três cirurgiõesdentistas falam da prática clínica e do conhecimento científico ligados ao clareamento, técnica mais procurada pelos pacientes nos consultórios odontológicos. Moldeira ou laser, monitorado pelo CD ou não, cremes dentais clareadores, dentes enfra-
quecidos e sensíveis são apenas algumas das dúvidas e polêmicas que cercam o procedimento. Os profissionais entrevistados nesta edição concordam que o CD deve dominar a técnica e adequar a conduta de clareamento a cada paciente. ● Págs. 6, 7 e 8
UniABO
ABO/RN e ABO/GO exibem seus cursos. Confira
O desafio de montar o consultório ●
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em Saúde, em vigor desde junho, mas aprova o CBHPO. Saiba quais são os procedimentos incluídos na cobertura básica. ● Pág. 21
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Kit de higiene bucal vai compor a cesta básica Pág. 14 ■
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18º Corig, de 13 a 17 de julho Pág. 5 ■
A Assembleia Geral da ABO ratifica, por unanimidade, oposição da entidade à ampliação do Rol de Procedimentos e Eventos
Medidas regulamentam CDs em ambiente hospitalar
SAÚDE BUCAL
Págs. 16 e 17
ABO defende CBHPO e contesta novo rol da ANS
sição comercial do evento. Ele também orientou a Coordenação Nacional de Saúde Bucal a auxiliar a organização do FDI’ 2010. Ao agradecer o apoio, Miranda destacou “a parceria mantida com o governo, cujo maior beneficiário é a população”. ● Pág. 3
Págs. 18 e 19
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ESPECIAL
frente da comitiva, o presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, ouviu do ministro que a indústria odontológica nacional, superavitária há sete anos, reforça a importância do setor. Temporão mostrou-se sensível à emissão de selos, por parte da Anvisa, para a expo-
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Você sabia? Imposto sobre creme dental é maior do que no chocolate Pág. 14
BRASÍLIA: Diretores da ABO Nacional e presidentes de Seções e Regional da entidade participaram do anúncio feito pelo Ministério da Saúde sobre a regulamentação do atendimento odontológico a pacientes especiais em ambiente hospitalar. Através de resolução, a Anvisa também garantiu a inclusão de serviço odontológico em UTIs. ● Pág. 9
ABO reúne-se com países do Mercosul e da Fola Em Foz do Iguaçu (PR), foram feitas sugestões sobre a Matriz Mínima de Registro de Profissionais de Saúde na região. No centro das discussões, o fluxo dos profissionais de Odontologia entre os países do bloco. No México e na República Dominicana, o presidente da ABO encontrou-se com autoridades políticas e iniciativa privada para promover o FDI’2010. ● Págs. 10 e 11
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JABO - Ano XXVIII - Número 125 - Maio/junho - 2010
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA
EDITORIAL
Responsabilidade do tamanho do Brasil
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ealizar o maior evento odontológico internacional, o Congresso Anual Mundial de Odontologia da FDI, num país das proporções do Brasil – não só geográficas, mas de relevância política e econômica internacional crescente – é trabalho contínuo e também grandioso. A ABO Nacional, consciente de sua responsabilidade, não tem medido esforços para realizar aquilo que é mais importante do que trazer o evento para o País: garantir seu sucesso, envolvendo o máximo de cirurgiões-dentistas, das mais diversas nacionalidades, numa programação científica de qualidade e relevância para a saúde bucal de todas as populações. Afinal, entre 2 e 5 de setembro próximo, as atenções da Odontologia mundial estarão voltadas ao Brasil. Assim, fomos recebidos pelo presidente da Federação Odontológica Latino-americana (Fola), Adolfo Rodríguez, na República Dominicana, no último mês de março, quando nos reunimos com representantes de quase todos os países filiados à entidade para promover o FDI’2010. Da reunião saíram importantes contribuições para o desenvolvimento do evento – assim como das visitas realizadas, dias antes, à Exposição da Agrupação Mexicana da Indústria e do Comércio Dental (Amic), o maior evento do setor no México. Dessa forma, vêm sendo contemplados pelos trabalhos de construção do FDI’2010 não só o caráter científico do evento, mas também suas facetas política e comercial, igualmente importantes. Tanto que foram citadas pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em recente reunião com a ABO Nacional e a coordenação do FDI’2010, em Brasília (DF). Ao abraçar a iniciativa, o ministro enfatizou a importância que a Odontologia brasileira tem para a economia nacional ao lembrar que as exportações da indústria odontológica são superavitárias há mais de sete anos, e destacou a valiosa contribuição que a ABO Nacional tem dado às políticas públicas de promoção da saúde bucal. Desde seu anúncio, o FDI’2010 também vem sendo divulgado, ostensivamente, em todos os nossos veículos de comunicação – JABO, Revista ABO Nacional, ABO On-line e Portal ABO –, levando aos cirurgiões-dentistas de todo o território brasileiro as últimas informações sobre o congresso. Em paralelo, outras grandes contribuições vêm sendo dadas ao desenvolvimento da nossa Odontologia. Participamos, em Foz do Iguaçu, do I Fórum sobre o Exercício Profissional da Odontologia no Mercosul, discutindo a atuação profissional nos países que formam o bloco e contribuindo para a criação de mecanismos que regulem o intercâmbio entre esses profissionais. Também aqui, nas páginas do JABO, o cirurgião-dentista brasileiro conta com importante suporte para seu desenvolvimento profissional, através de reportagens especiais sobre a prática odontológica. Nesta edição, tratamos de um dos serviços mais procurados nos consultórios odontológicos, o clareamento, e jogamos luz sobre os primeiros passos para o cirurgião-dentista que deseja ser seu próprio chefe e montar seu consultório. Newton Miranda de Carvalho Presidente da ABO Nacional
J A B O E X P E D I E N T E JABO é uma publicação bimestral da Associação Brasileira de Odontologia, de circulação nacional. Produção/edição : Edita Comunicação Integrada. Al. Santos, 1398 - 8º and. conj. 87. Telefax (+11) 3253.6485 e (+11) 3284.1348. CEP 01418-100 - São Paulo - SP - Brasil. E-mail: edita@editabr.com.br Diretores: Joaquim R. Lourenço e Zaíra Barros. Editora: Zaíra Barros (MTb: 8989). Redação/repórteres: Antonela Tescarollo (MTb: 41.547), Diego Freire (MTb: 49.614) e Sônia Matias (MTb: 30.992); diagramação/artes: Edita/Victor Cruz; fotos: Edita/Davi de Barros/Fotoabout - e-mail: rsm@fotoabout.com. Publicidade: abo@abo.org.br; MN Design - Tel.:(+11) 2975.3916, e-mail: mncomunicacao@uol.com.br ; Ponto 4 Propaganda Ltda. Tel. (+11) 3816.0328; e-mail ponto4@ponto4.com.br. Impressão: Darthy Gráfica.Tiragem: 100.000 exemplares. Distribuição gratuita. Circulação nos meses de em fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro. A ABO não se responsabiliza pelos serviços e produtos das empresas que anunciam no JABO, as quais estão sujeitas às normas de mercado e do Código de Defesa do Consumidor. Artigos assinados ou conceitos emitidos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitida a reprodução de textos do jornal desde que citada a fonte.
Diretoria Nacional Conselho Executivo Nacional (CEN) Presidente: Newton Miranda de Carvalho (MG) Vice-presidente: Manoel de Jesus R. Mello (CE) Secretário-geral: Marco Aurélio Blaz Vasques (RO) Tesoureiro-geral: Wesley Borba Toledo (GO) 1ª secretária: Daiz da Silva Nunes (AP) 1o tesoureiro: Carlos Augusto Jayme Machado (MG) Suplentes: Dilto Crouzeiles Nunes (RS)/ Paulo Murilo Oliveira da Fontoura Jr. (RJ)/ Lucila Janeth Esteves Pereira (PA)/ Júlio Medeiros Barros Fortes (PI) Conselho fiscal Efetivos: José Silvestre (SP)/ José
Registrada no Conselho Nacional do Serviço Social (nº 110.006/54), em 12 de janeiro de 1955. Filiada à FDI e à Fola/Oral. SEDE ADMINISTRATIVA: Rua Vergueiro, 3153, conjs. 82 e 83 - CEP 04101-300 - São Paulo - SP Telefax: (+11) 5083.4000. E-mail: abo@abo.org.br - Site: www.abo.org.br Barbosa Porto (CE)/ Paulo Jorge Alves Martins (TO) Suplentes: Rafael de Almeida Decúrcio (GO)/ Alberto Tadeu do Nascimento Borges (AM)/ Stanley Sandro da Silva Mendes (AC) Vice-presidentes Regionais Norte: Luiz Fernando Varrone (TO) Nordeste: Tiago Gusmão Muritiba (AL) Sudeste: Osmir Luiz Oliveira (MG) Sul: Nádia Maria Fava (SC) Centro-oeste: Jander Ruela Pereira (MT) UniABO Coordenador: Inácio Rocha da Silva (RJ) Vice-coordenador: Danielle Tupinambá Emmi (PA) Secretário: Sérgio de Freitas Pedrosa (DF)
Assessores da Presidência Paulo Murilo O. da Fontoura Jr. (RJ) Plínio Tomaz (SP) Sinval Santos Pereira Silva (ES) Antônio Inácio Ribeiro (PR) Diretor do Departamento de Avaliação de Produtos Odontológicos (Dapo) Oscar Barreiros de Carvalho Jr. (SP) Diretor científico da Revista ABO Nacional Fernando Luiz Tavares Vieira (PE) Conselho Nacional de Saúde (CNS) Efetivo: Geraldo Vasconcelos (PE) Conselho Deliberativo Nacional (CDN) Presidente: José Barbosa Porto (CE) Vice-presidente:Nadia Maria Fava (SC)
ABO nos Estados ABO/Acre Pres. Stanley Sandro da Silva Mendes R. Marechal Deodoro, 837, s.4 69900-210 - Rio Branco - AC Telefax(+68) 3224.0822 abo.acre@hotmail.com ABO/Alagoas Pres. Tiago Gusmão Muritiba Av.Roberto M. de Brito, s/n.-Jatiuca 57037-240 Maceió - AL Telefax(+82) 3235.1008 aboal@aboal.org.br www.aboal.org.br ABO/Amapá Pres. Daiz da Silva Nunes Rua Dr.Marcelo Cândia, 635 CP 635 68906-510 - Macapá - AP Tel. (+96) 3244.0202/Fax 3242.9300 abo-ap@oi.com.br ABO/Amazonas Pres. Alberto Tadeu do N. Borges Rua Maceió, 863 69057-010 - Manaus - AM Tel.(+92) 3584.5535/3635-231 abo_am@vivax.com.br ABO/Bahia Pres. Antístenes Albernaz Alves Neto R.Altino Serbeto Barros, 138 41825-010 - Salvador - BA Tel.(+71) 2203.4066/ Fax 2203.4069 abo-ba@abo-ba.org.br www.abo-ba.org.br ABO/Ceará Pres. José Barbosa Porto R. Gonçalves Lêdo, 1630 60110-261 - Fortaleza - CE Tel.(+85) 3311.6666/Fax 3311.6650 abo@abo-ce.org.br www.abo-ce.org.br ABO/Distrito Federal Pres. Hamilton de Souza Melo SGAS 616 - lote 115-L/2 Sul 70200-760 - Brasília - DF Tel.(+61) 3445.4800/Fax 3445.4848 abodf@abo-df.org.br www.abo-df.org.br
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ABO/Mato Grosso do Sul Pres. Paulo Cezar R. Ogeda Rua da Liberdade, 836 79004-150 Campo Grande - MS Telefax (+67)3383.3842 aboms@terra.com.br www.aboms.org.br ABO/Minas Gerais Pres. Carlos Augusto Jayme Machado Rua Tenente Renato César, 106 30380-110 - B.Horizonte - MG Tel. (+31) 3298.1800/Fax 3298.1838 abomg@abomg.org.br www.abomg.org.br ABO/Pará Pres. Lucila Janeth Esteves Pereira Rua Marquês de Herval, 2298 66080-350 - Belém - PA Tel. (+91) 3277.3212/Fax 3276.0500 abo@abopa.org.br ABO/Paraíba Pres. Patrícia Meira Bueno Av. Rui Barbosa,38 58040-490 - João Pessoa - PB Telefax(+83) 3222-7100 abopb@terra.com.br www.abopb.com.br ABO/Paraná Pres. Osiris Pontoni Klamas Rua Dias da Rocha Filho, 625 80040-050 - Curitiba - PR Tel.(+41)3028.5800/Fax 3028.5824 abo@abopr.com.br www.abopr.com.br
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AB O A
Ministro da Saúde apoia FDI’2010 A
ABO Nacional e representantes da Comissão Organizadora do FDI’2010 se reuniram com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em Brasília (DF), no último dia 17 de junho, para discutir de que formas o governo federal pode auxiliar o desenvolvimento do congresso mundial odontológico, que acontece entre os dias 2 e 5 de setembro, em Salvador (BA). Após assistir a uma apresentação do FDI’2010, o ministro Temporão disse estar animado com as possibilidades que a realização do congresso no Brasil trazem para a economia e a saúde nacionais, e garantiu apoio do Ministério da Saúde para que a empreitada seja bem sucedida, enfatizando a importância que a Odontologia brasileira tem no mundo ao lembrar que a indústria odontológica naci-
CDN, a base da ABO Nacional
RECIFE: Assembleia Geral da ABO
Os debates, análises e decisões que definem os rumos da ABO têm seu lugar nas Assembleias Gerais da entidade, realizadas diversas vezes ao ano, geralmente durante congressos das Seções, quando se reúne o Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da entidade. A instância é formada pelos presidentes das Seções Estaduais da ABO, que têm direito a voto nas tomadas de decisão, e suas reuniões são conduzidas por uma Mesa Diretiva, composta pelo presidente do CDN, pelo secretário-geral e pelo presidente do Conselho Executivo Nacional (CEN). Participam também dos encontros diretores da UniABO e convidados, mas sem direito a voto. O presidente e o vice-presidente do CDN são eleitos em assembleia a cada ano. Atualmente os cargos são ocupados, respectivamente, por José Barbosa Porto, da ABO/CE, e Nádia Maria Fava, da ABO/SC. “O CDN está sempre se renovando, pois os presidentes mudam nas gestões estaduais. No entanto, quem está chegando deve se inteirar do regimento interno, para entender o funcionamento e ritualística do Conselho. Este desconhecimento diminui a produtividade, descaracteriza a reunião e retarda ações”, explica Porto. O regimento interno divide as reuniões em Expediente, Ordem do Dia e Assuntos Gerais. No Expediente acontecem as leituras, discussão da ata anterior , sua aprovação e comunicados do CEN. Na Ordem do Dia são discutidas e deliberadas as proposições relativas aos pareceres, depois aprovadas ou não por votação. Em Assuntos Gerais, são feitos os comunicados sem votação sobre a matéria. “As deliberações da AG têm repercussão nacional”, enfatiza Porto.
onal é superavitária há sete anos. Para tanto, Temporão solicitou auxílio do coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr., orientando-o a colaborar com a organização do evento. Também se disse sensibilizado com as urgências da feira comercial do FDI’2010 no que tange a emissão de selos, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a exposição de produtos importados. O presidente da ABO, Newton Miranda de Carvalho, agradeceu o apoio do Ministério da Saúde ao FDI’2010 e às ações de promoção da saúde bucal capitaneadas pela entidade em todo o território nacional. “Essa parceria, cujo princi-
pal beneficiário é a população, tende a ser cada vez mais reforçada, porque nós, ABO e Ministério da Saúde, partilhamos da mesma missão”, disse. Participaram também o diretor financeiro da ABO Nacional, Wesley Borba Toledo; o presidente da ABO/ DF, Hamilton Melo; o presidente da Regional Taguatinga da ABO/DF, Tarcísio Pinto; a coordenadora geral do FDI’2010, Claudia Tavares; e o diretor da GT5, secretaria regional e agência de viagem oficial do evento, Roberto Duran. Na ocasião, as comitivas da ABO Nacional e do FDI’2010 também se encontraram com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que se congratulou com a iniciativa do evento.
REUNIÃO: Ministro diz que evento influirá na economia e na saúde do País
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AB O A
Revista ABO Nacional: 100 vezes ciência O periódico ultrapassa a 100ª edição publicando mais de 200 trabalhos científicos em dois suplementos especiais, ao mesmo tempo em que implementa mudanças importantes e se prepara para mais um salto de modernização
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Revista ABO Nacional chegou à sua 100ª edição (fev/ mar 2010) se preparando para importantes transformações em sua linha editorial e seu formato. Para tanto, além de publicar reportagem resgatando importantes momentos da história da ABO Nacional e de suas publicações reafirmando a importância da entidade e da própria revista para a Odontologia brasileira e a ciência -, o periódico editou suplemento com 100 trabalhos produzidos pela comunidade científica odontológica nacional, distribuídos em 500 páginas. O esforço está sendo ampliado para a publicação de um novo suplemento, que já conta com mais de 100 trabalhos revisados e deve ser lançado em breve. Para o diretor científico da revista, Fernando Luiz Tavares Vieira, doutor em Dentística Restauradora pela Universidade de Pernambuco (UPE) e professor adjunto I do Departamento de Prótese e Cirurgia Bucofacial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o trabalho evidencia os esforços da Revista ABO Nacional em “alcançar a centésima edição mantendo-se com os padrões de credibilidade e confiança que possui”. Tavares acredita que essa conquista é resultado de uma ambição ainda maior. “Ser um veículo de transmissão de conhecimentos e atualidades científicas e estar a serviço da comunidade odontológica brasileira e internacional é o nosso objetivo maior. Manter a responsabilidade e o compromisso com a atualização clínica do cirurgião-dentista brasileiro é outro ideal que não podemos esquecer. Divulgar os resultados das pesquisas científicas empreendidas
VIDA NOVA: Suplemento 1, com 100 artigos, lançado em Recife, junto à 100ª edição, na presença de Fernando Tavares (dir. científico) e Claudio Heliomar (secr. executivo), ambos da Revista ABO Nacional
pelos nossos pesquisadores é motivo de satisfação e orgulho para todos nós que fazemos a revista.” O presidente nacional da ABO, Newton Miranda de Carvalho, também presidente do Conselho Editorial Científico da Revista ABO Nacional, chama a atenção para o esforço de renovação empreendido na publicação dos 100 trabalhos do primeiro suplemento. “Agora, com tantos trabalhos que ainda estavam na lista de espera para publicação sendo apresentados à comunidade odontológica e a toda a área da saúde, através das páginas da nossa revista, a publicação pode respirar e dar início ao processo de renovação e modernização de que tanto precisa”, comemora. Vida nova – Com a “pauta limpa”, Miranda anuncia que a principal novidade planejada para a publicação será a reaproximação da classe acadêmica e do dia a dia do consultório odontológico. “Pretendemos nos aproximar ainda mais do nosso público sem aban-
donar o marco científico que a Revista ABO Nacional representa”, explica. As mudanças também contemplam as normas para publicação de trabalhos científicos, como explica o diretor científico, Fernando Tavares: “Foi incluído um Check List para os autores, que também terão à sua disposição breve resumo histórico da revista. Estabelecemos, ainda, fluxograma através do qual os trabalhos apresentados para divulgação passarão, obrigatoriamente, pela avaliação de dois ou três consultores científicos, com monitoramento permanente, garantindo aos autores a credibilidade de uma rigorosa avaliação. Para maior agilização nas avaliações dos trabalhos apresentados, instituímos, além do Conselho Científico Permanente, um Conselho Consultivo Ad Hoc, composto por professores nacionais e internacionais com titulação mínima de doutor, que muito nos honram com as suas disponibilidades. A abordagem
de um tema da atualidade como matéria de capa é outra provável novidade. Enfim, a comunidade odontológica brasileira pode ter a certeza de que a Revista ABO Nacional haverá de completar outras centenas de edições, conquistando a adesão de novos assinantes e anunciantes, o que também é um dos nossos maiores objetivos”. Equipe de peso – Para implementar todas as mudanças previstas, o diretor científico conta ainda com a parceria do secretário executivo da Revista ABO Nacional, Claudio Heliomar Vicente da Silva, que traz consigo a experiência de quem já administrou outros periódicos científicos, e de uma rede de colaboração multidisciplinar. “Além do forte apoio administrativo da Diretoria da ABO Nacional, que nos ajuda a manter firmes os propósitos de conquistarmos a cada edição credibilidade e a confiança dos nossos autores, assinantes e anunciantes, contamos com assessoria competente por parte da Edita Comuni-
Nova diretoria na ABO/PE
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o dia 20 de maio, tomou posse a nova Diretoria da ABO Pernambuco, eleita para o triênio 2010/2013. O grupo é encabeçado por Luiz Gonçalves de Melo como presidente; Alexandre Martins Rizuto, vice-presidente; Ana Maria Carvalho Pessoa de Barros e Silva, secretária-geral; e Simone Maria Padilha Peixoto Pinto, tesoureira.
A diretoria se completa com a primeira-secretária Rosana Harmes de Aquino Skinazi Santana e o vice-tesoureiro Sílvio Ricardo Caldas Nascimento, além dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho Científico. O presidente anterior da ABO/ PE, Fernando Luiz Tavares Vieira, é, agora, o novo diretor científico da Revista ABO Nacional.
cação Integrada, que faz a diagramação e a produção gráfica da revista.” Fernando Tavares também cita os membros do Conselho Consultivo: Carlos de Paula Eduardo, Edela Puricelli, Edmir Matson, Geraldo Bosco Lindoso Couto, Heitor Panzeri, José Mondelli, Luciano Loureiro de Melo, Maria Carméli Correia Sampaio, Maria Fidela de Lima Navarro, Ney Soares de Araújo, Nilza Pereira Costa, Orivaldo Tavano, Orlando Ayrton de Toledo, Roberto Vianna, Salete Maria Pretto e Tatsuko Sakima. Tavares pretende contribuir para a reunião de todos os valores já citados para encarar esse desafio. Ele lembra que “os cargos de diretor científico e secretário executivo da revista não são remunerados, assim como todo e qualquer cargo na ABO Nacional e em qualquer Seção ou Regional da entidade”. Para ele, “a única gratificação será o reconhecimento dos colegas por um trabalho bem feito e comprometido com a Odontologia brasileira – esse é o nosso compromisso”.
5º Ciopi bate recordes Realizado entre 27 e 30 de maio, em Teresina (PI), o 5º Congresso Internacional de Odontologia do Piauí (Ciopi) bateu vários recordes: foram 2.420 participantes, 47 estandes na feira comercial e mais de 400 trabalhos científicos apresentados – segundo o presidente do congresso, Carlos Alberto Falcão, praticamente o dobro dos números da última edição. O presidente da ABO Nacional, Newton Miranda de Carvalho, esteve na abertura do evento e comemorou o crescimento do Ciopi. ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
Governadora do Pará no 9º Cioa O 9º Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia (Cioa), promovido pela ABO/ PA entre os dias 3 e 6 de junho, em Belém (PA), teve como anfitriões a presidente da ABO/PA, Lucila Pereira, e o presidente do 9º Cioa, Silvio Menezes. A solenidade de abertura contou com a presença da governadora do Pará, Ana Julia Carepa; secretária estadual de Saúde Pública, Silvia Comarú; vicepresidente da ABO Nacional, Manoel Mello; vice-presidente da ABO Região Norte, Luiz Fernando Varrone; presidente do CRO-PA, Roberto Pires; representante do CFO, Mário Moreira; e presidente do Sindicato dos Odontologistas do Pará, Armando Dourado, entre outras autoridades.
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18º Corig destaca função social A metrópole mais meridional do País
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ABO/RS realiza, de 13 a 17 de julho, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre , o 18º Congresso Odontológico Riograndense (Corig). O tema deste ano – Odontologia: Ciência e Tecnologia a Serviço da Comunidade – evidencia o caráter social da programação do evento, que, através de simpósios, seminários, cursos teóricos, cursos práticos e conferências, traz inovações tecnológicas da Odontologia baseadas em pesquisas científicas nas mais de 17 especialidades da área e com foco na importância da saúde pública, da inclusão social, da elevação da autoestima e do resgate da cidadania. São esperados cerca de oito mil participantes. O Corig, que vem sendo realizado desde 1969, é um dos maiores encontros científicos e educacionais da Odontologia na América Latina, configurando-se em um importante meio de aprimoramento educacional e profissional especialmente aos cirurgiões-dentistas de diversos Estados do Brasil e dos países do Mercosul. O caráter social do evento também é evidenciado pela Praça de Prevenção, espaço destinado ao público em geral, onde profissionais esclarecem dúvidas da população em torno da saúde bucal. Segundo a organização do congresso, a proposta da Praça de Prevenção é criar formas de integração com a comunidade através de atividades de cunho social, como teatro infantil e teatro de marionetes alusivos à prevenção e bate-papos com especialistas. Além disto, em horários determinados, CDs realizam, gratuitamente, exames de detecção precoce do câncer bucal. As atividades da Praça de Prevenção beneficiam 2.500 crianças de escolas da rede pública de ensino. Entre as atividades científicas estão 45 cursos teóricos, 105 conferências,cinco cursos práticos e demonstrativos, três simpósios, 20 palestras oferecidas pelas empresas expositoras, um seminário especial sobre maus tratos na infância e na adolescência e o 7º Encontro de Acadêmicos do Corig (Euco). Antes, durante todo o dia 13 de julho, acontece o curso pré-congresso Estética para Todos, com Luiz Narciso Baratieri, que vai tratar de clareamento dental, uso de compósitos em dentes anteriores e posteriores e restaurações cerâmicas. Para a presidente do congresso, a cirurgiã-dentista Lina Martinelli de Lima, “o 18º Corig une os benefícios da Odontologia baseada em evidências científicas às mais recentes tecnologias, favorecendo o cirurgião-dentista clínico e, consequentemente, a comunidade”. Negócios – O 18º Corig também conta com exposição comercial com 160 estandes, além de locais estrategicamente escolhidos para demonstração de produtos ligados à área da
Odontologia, somando um total de 1.600 m² de área. “Tudo para permitir aos congressistas uma incursão no mundo da tecnologia, com visualização e manuseio de materiais, instrumentais e equipamentos de última geração disponíveis para o exercício profissão”, garante Lina. Mais informações: www.corig.com.br
om população de cerca de 1,5 milhão de habitantes nos seus limites e 4,2 milhões na área metropolitana, Porto Alegre é o quarto maior aglomerado urbano e a capital mais meridional do Brasil. A estratégica localização gaúcha a coloca no centro de negócios da rota do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), compartilhado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Porto Alegre é reconhecida como uma das capitais de maior influência europeia do País, tendo acolhido grandes levas de imigração no século XIX, principalmente de italianos e alemães. Entretanto, a população da cidade é fruto
de mais de 25 etnias – entre elas, polonesa, portuguesa, japonesa, espanhola, árabe, judaica. Também a arquitetura, inspirada em padrões europeus, é resguardada como fruto dos mais de dois séculos de história da cidade, e, em contraste com a silhueta de modernas edificações, projeta a capital como um importante centro cosmopolita. Privilegiada pela natureza, Porto Alegre é um encontro de paisagens. Sua geografia é composta de morros que emolduram a cidade e o Guaíba, imenso lago natural onde se vislumbra um dos mais belos espetáculos da cidade, seu por do sol.
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JABO - Ano XXVIII - Número 125 - Maio/junho - 2010
Clareamento, o cartão de visita da Odontologia Moldeira ou laser, monitorado pelo cirurgião-dentista ou não, cremes dentais branqueadores, dentes enfraquecidos e sensíveis. Essas são algumas das dúvidas e polêmicas que cercam o clareamento dental – que, para completar, é um dos procedimentos odontológicos mais procurados. A reportagem especial a seguir busca apresentar e debater este tema, baseada na experiência clínica e conhecimento técnico e científico de alguns especialistas Por Antonela Tescarollo
Prof. Mauro Piragibe, da UniABORio de Janeiro e da Sboe
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ode-se dizer que o clareamento dental é como uma celebridade da Odontologia: é famoso, fala-se dele com frequência, muitos o invejam, mas, por outro lado, está sempre cercado de polêmicas, rumores e informações desencontradas. E isto se aplica tanto aos procedimentos comprovados e realizados pelos profissionais até os clareadores vendidos para serem aplicados em casa sem monitoramento, passando ainda pelos produtos de higiene e uso bucal com esta ação, como cremes dentais, enxaguatórios e chicletes. E as polêmicas já começam no consultório odontológico, onde o clareamento dental, sem dúvida, tem sido um dos procedimentos mais requisitados, devido à grande busca pela estética. Mesmo a escolha entre os métodos disponíveis o caseiro com acompanhamento do cirurgião-dentista ou o realizado totalmente em consultório, suas vantagens e desvantagens - é tema bastante debatido nos diversos meios de comunicação e nas conversas informais, mas nesta hora o que faz a diferença é a avaliação do profissional bem preparado, que saberá a melhor indicação para cada caso. “A maioria dos pacientes chega ao consultório dizendo que quer fazer um clareamento a laser. Isso porque o laser é um nome que está na moda e, de um modo geral, é divulgado que o procedimento com esta técnica clareia os dentes em uma hora”, opina o cirurgiãodentista Mauro Piragibe, especia-
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Prof.Ricardo Martinelli, especialista e mestre em Endodontia
lista em Dentística e em Prótese Dentária, professor da UniABO do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (Sboe). Em situações como esta, ele destaca que é preciso lembrar que o que clareia mesmo os dentes é o gel de peróxido de hidrogênio, e não o laser, usado no clareamento para acelerar a ação da substância.
Especialistas concordam que CD deve dominar a técnica e adequar a conduta de clareamento a cada paciente Mesmo também realizando o procedimento em consultório, Piragibe não esconde que, de forma geral, tem preferência pelo método com a moldeira, e expõe suas razões: “Para mim, o clareamento ideal é aquele que é feito todos os dias, ou seja, com o dente em contato diário com o peróxido, que irá quebrar as moléculas de pigmento lentamente. O uso diário e por um período maior de tempo vai dar ao dente boa estabilidade, garantindo um bom resultado, maior tempo de dentes brancos, além do custo menor”. Mas a técnica com o laser, incluindo a tecnologia híbrida com luz (LED laser), tem eficácia e segurança comprovadas e também
Como eu faço
ste é o esquema de técnica conjugada para clareamento dental seguida pelo CD Ricardo Martinelli, associando procedimentos caseiros e feitos no consultório: ● Três aplicações de gel de peróxido de hidrogênio a 35% com ativação de luz LED e uso de laser de baixa potência (30 minutos de sessão com intervalos de 1 semana) ● Sessões intercaladas com aplicação caseira de peróxido de carbamida 10% (1 hora pela manhã e 1 hora à noite), sem dormir com a moldeira
encontra adeptos entre a classe. “Ambos os métodos são excelentes. O clareamento caseiro, apesar de permanecer por tempos prolongados em contato com os dentes, o que poderia ser ruim, utiliza agentes clareadores de baixa concentração, o que seria ideal. O clareamento em consultório utiliza agentes clareadores mais fortes, o que poderia ser ruim, porém em tempos de tratamento bastante reduzidos e com proteção nas gengivas, o que seria ideal”, pondera o cirurgião-dentista Felipe Carlos Dias Arcas, mestre em Bioengenharia, com concentração em Laser, coautor do livro Clareamento Dental com Fontes Híbridas LED/Laser e ministrador de cursos sobre clareamento dental. Em consultório E da mesma forma como o clareamento com moldeira apresenta vantagens, como as citadas pelo professor da UniABO/RJ, o procedimento realizado em consultório também tem as suas: ausência das moldeiras, que podem gerar desconforto; a rapidez do processo; a supervisão constante do profissional. Assim, considerando os benefícios de ambos os métodos, muitos profissionais optam por uma associação entre eles, tomando certos cuidados e chegando a um equilíbrio. Como é o caso do cirurgiãodentista Ricardo de Souza Martinelli, especialista e mestre em Endodontia e professor responsável pela Disciplina de Clínica Integrada da Universidade Paulista (Unip) de Campinas. “Até um tempo atrás, o que determinava a técnica a ser utilizada era tão somente a rapidez com que se desejava ter os dentes brancos. Hoje a escolha deve ser guiada pela segurança no tratamento, isso quer dizer, mais sessões e produtos menos agressivos. Por isso, minha preferência é pela técnica conjugada, com aplicação de luz e laser de baixa potência”, diz ele. O investimento da indústria em diferentes soluções em clareadores também tem feito surgir algumas variações nos procedimentos. Arcas lembra de um produto mais recente, para clareamento em consultório assistido por luz, que alia baixas concentrações de peróxido de hidrogênio e nanotecnologia. “Ele agrega as vantagens da baixa concentração e do tempo reduzido de contato com os dentes, com proteção das gengivas.” Gel de aplicação única Mauro Piragibe destaca ainda outra novidade, um gel de aplicação única. “A recomendação é que ele deve ser deixado de 20 a 50 minutos na superfície do dente, dependendo da sua concentração,
Fase inicial do procedimento
Gel após ativação, já sem potencial clareador, pronto para ser lavado
Clareamento finalizado após 30 dias (técnica combinada, sendo 2 sessõs de consultório)
sem a necessidade de ativação com luz. Segundo a fabricante, é acrescentado cálcio na formulação do produto para minimizar a redução na microdureza do esmalte decorrente do clareamento”, explica. Independente do método usado e da preferência do profissional e/ou do paciente por um ou outro, os especialistas concordam que o essencial é que o cirurgião-dentista domine a técnica usada e saiba como explorá-la, adequando a conduta de tratamento às necessidades, características e respostas de cada paciente. Além de ser um tratamento personalizado, o clareamento dental deve ser realizado com acompanhamento, levando em consideração a condição da saúde bucal do paciente, para garantir bons resultados e evitar riscos e problemas.
Instruindo paciente na aplicação do gel na moldeira
Nas próximas páginas, veja como deve ser feito o controle de riscos, a mágica do clareamento, segurança das técnicas aplicadas e o perigo da falta de monitoramento
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ESPECIAL
Controle de riscos e de danos Como qualquer procedimento, o clareamento dental pode apresentar riscos e insatisfação do paciente. Mas que podem ser evitados e minimizados pelo bom conhecimento das técnicas, de suas indicações e contraindicações, e também através de certos cuidados e da orientação e motivação do paciente
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s polêmicas que cercam os procedimentos e produtos usados para clarear os dentes, principalmente as que questionam sua segurança e eficiência, respingam também nos profissionais, que, por mais este motivo, precisam conhecer bem os métodos, suas propriedades, contraindicações e indicações, além de saber lidar com os problemas que podem surgir. É preciso também estar atento a detalhes. Apesar do clareamento ser considerado um procedimento odontológico simples, alguns cuidados como a manipulação do material e a colocação correta das barreiras gengivais fazem bastante diferença. A despeito da grande procura por tratamentos estéticos e por re-
Manipulação e aplicação do gel no clareamento de consultório, com proteção para evitar danos
CD Felipe Arcas, mestre em Bioengenharia, concentração em Laser
sultados rápidos, Ricardo de Souza Martinelli, especialista e mestre em Endodontia, chama atenção também para a importância de um
Trans, com ativação LED-LASER
Trans, ilustrando gel já ativado e gel recém-colocado
controle e monitoramento maior sobre o uso de clareadores por CDs e pacientes. “Trabalhos recentes mostraram que o uso indiscriminado de agentes clareadores pode levar a danos irreversíveis à polpa dental, aumentando ainda mais a necessidade dos profissionais estarem cientes de qual técnica utilizar e como.” O cirurgião-dentista Mauro Piragibe, especialista em Dentística e em Prótese Dentária, professor da UniABO do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (Sboe), reconhece que mesmo o tratamento realizado de forma correta pode gerar críticas e reclamações. “Cada paciente apresenta uma estrutura dentária. Alguns apresentam sensibilidade pequena, outros, muita sensibilidade, ou ainda moderada. O profissional tem que ter conhecimento para diagnosticar a causa e tomar providências. O clareamento em consultório, por utilizar um gel de concentração maior e que talvez alcance a polpa, poderá causar pulpites nas primeiras horas, mas essa é reversível.” Atenção pré-tratamento Fatores como a sensibilidade dental de cada pessoa, características de coloração e manchas dos dentes e a expectativa de resultados devem ser considerados na escolha e condução do método, assim como na composição e concentração dos produtos utilizados. Além desta personalização do tratamento, outra forma de evitar ou amenizar problemas é ficar atento a certas condições que contraindicam o tratamento, mesmo que muitas vezes sejam tratáveis e temporárias.
A mágica dos dentes mais brancos
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s dentes ficam mais claros por meio de um processo químico, desencadeado pela ação do peróxido de hidrogênio, que pode estar puro ou ser liberado como subproduto de outros compostos, como ocorre com o peróxido de carbamida. Essa substância penetra na estrutura dental e interage com os pigmentos que a escurecem. Felipe Arcas explica que isto ocorre porque o peróxido de hidrogênio é um composto instável e facilmente se dissocia em água e oxigênio, e este, por sua vez, tem afinidade para realizar ligações químicas com outras substâncias, já que possui elétrons sobrando e que podem ser doados. “No caso do clareamento, a reação ocorre quando estes elétrons interagem com
macromoléculas de carbono, quebrando suas ligações químicas. Estas macromoléculas apresentam capacidade de absorver luz, deixando o dente com coloração mais escura. Assim, quando são quebradas, o elemento passa a absorver menos luz e torna-se visualmente mais claro.” No entanto, como as moléculas de oxigênio não são seletivas, na ausência de pigmentos elas podem interagir com a estrutura dental e até enfraquecê-la. “Por isso a necessidade do profissional saber o momento correto de suspender o tratamento”, completa Arcas.
“Manchas dentais brancas ativas, cavidades abertas, alergia ao peróxido, gengivite, doença periodontal não controlada e lesões em tecidos moles da boca são contraindicações para o clareamento”, diz Piragibe. Muitas ou extensas restaurações também merecem atenção. Como elas não clareiam, pode ser preciso trocá-las depois. Clarear os dentes também não é recomendado para crianças e adolescentes até os 15 anos aproximadamente. “Os dentes jovens são mais permeáveis aos clareadores, possuem a câmara pulpar mais ampla, além de não estarem com suas raízes completamente formadas. Para realizar de forma segura, é necessário fazer uma avaliação radiográfica, para verificar os ápices radiculares”, explica o CD Felipe Carlos Dias Arcas, mestre em Bioengenharia, com concentração em Laser e ministrador de cursos sobre clareamento dental. O professor da UniABO/RJ também destaca que, para pessoas com doença periodontal controlada, o procedimento realizado apenas em consultório é mais indicado. “Esses pacientes apresentam recessões gengivais, raiz exposta e, consequentemente, maior sensibilidade. Como no clareamento com moldeira não há como controlar com que região dental o gel terá contato, nestes casos é recomendado o método em que o profissional tem mais controle sobre o processo, prote-
gendo as regiões de retração gengival”. Nos casos de hipoplasias, em especial os de mancha branca, procedimentos apenas no consultório também podem ser a melhor opção, já que o profissional consegue proteger a região impedindo que o gel atue na mancha. E quando a moldeira for uma boa indicação, o cuidado maior deve ser na orientação e acompanhamento do paciente. “É importante salientar que as técnicas caseiras devem necessariamente ter supervisão de um profissional capacitado, pois seu uso por longos períodos também podem levar a danos à polpa”, alerta Ricardo Martinelli. O CD também deve estar preparado para lidar com a insatisfação ou frustração do paciente com o resultado do clareamento, e já prepará-lo antes sobre a possibilidade de não cumprir todas as expectativas. “Todos os dentes clareiam, mas nem todos ficam brancos. Cada paciente responde de uma forma. Dentes afetados por tetraciclina, por exemplo, não apresentarão um clareamento satisfatório. Nestes casos, a faceta de porcelana pode ser uma alternativa”, diz Piragibe. Martinelli também destaca outro ponto crucial para o bom andamento dos procedimentos: “Monitorar de perto o paciente é importantíssimo, tirando suas possíveis dúvidas e motivando-o a colaborar e seguir as orientações, como o uso correto da moldeira, a não ingestão de alimentos muito pigmentados e evitar o tabagismo”.
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Método incerto e não seguro Em busca de um branco e lindo sorriso, muitas pessoas acabam usando produtos inapropriados, que podem ser comprados com facilidade, e sem o monitoramento de um cirurgião-dentista. Esta prática, a que a ABO se posiciona contrariamente, pode ser bastante prejudicial à saúde bucal, e ainda sem levar aos resultados esperados
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maior risco que cerca o clareamento dental, na verdade, é a sua realização por conta do próprio paciente, sem nenhum acompanhamento profissional. E isso pode estar acontecendo com muita frequência, já que é possível comprar com facilidade, principalmente pela internet, produtos que prometem resultado igual ao alcançado pelo cirurgiãodentista, mas com custo menor, pois é realizado pela própria pessoa em casa, sem passar pelo atendimento profissional. Um dos produtos vendidos desta forma é o mesmo peróxido de hidrogênio ou de carbamida usado pelos cirurgiões-dentistas. Sendo assim, o produto realmente clareia, mas também pode trazer danos se não for usado de forma correta. “O problema nestes casos é que o clareador está sendo utilizado por uma pessoa leiga no assunto, que desconhece o procedimento, não sabe onde deve colocar o gel, em que quantidade, nem por quanto tempo. Além disso, a moldeira não é personalizada e a pessoa pode acabar ingerindo o produto e lesionando tecidos moles. E ainda, muitas vezes não se chega ao resultado esperado, ou seja, o barato acaba saindo caro”, argumenta Mauro Piragibe, especialista em Dentística e em Prótese Dentária, professor da UniABO do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (Sboe). Para o especialista, o problema é que os clareadores são classificados simplesmente como cosméticos e, assim, podem ser vendidos
ao consumidor final sem restrições. O que deve ficar claro - e os cirurgiões-dentistas podem conscientizar seus pacientes a respeito - é que o clareamento dental não é um procedimento tão simples assim, a ponto de ser acessível a qualquer pessoa. “Além disso, o paciente não sabe se ele apresenta doença periodontal, lesões cariosas, lesões em mucosa, ou qualquer outra condição que contraindica o clareamento”, completa Piragibe. ABO em ação Ciente da importância do monitoramento do cirurgião-dentista nos procedimentos de clareamento dental, a ABO Nacional enfrentou longa batalha contra o distribuidor no Brasil do Gel Clareador Extra White (peróxido de carbamida 10%). Desde 2007, a entidade vinha acionando o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) para que os anúncios do gel fossem adequado, já que não faziam referência à necessidade do acompanhamento profissional no processo. Depois de enviar diversos ofí-
cios ao Conar, que fizeram com que um processo interno fosse aberto, a solicitação da ABO foi atendida no fim do ano passado, quando o órgão divulgou recomendação de readequar os anúncios do gel clareador. No documento final, o relator do processo, Flávio Vormittag, entendeu que “estão evidenciadas infrações ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária” e que a publicidade deveria ser alterada “de forma a deixar claro para o consumidor que o produto somente pode ser utilizado sob a orientação e acompanhamento de cirurgião-dentista”. Nas solicitações apresentadas ao longo do processo, a ABO chamou a atenção para outra irregularidade dos anúncios: a lista de contraindicações, que traz itens como “pessoas com patologias periodontais”, “pessoas com reação alérgica aos componentes do produto”, “pessoas com pré-disposição ao câncer”. Para a entidade, o consumidor, de forma geral, não é capaz de discernir se têm condições de usar o produto. Antes deste último parecer oficial, o Conar já havia emitido um recusando a argumentação do anunciante e alegando que a inserção da frase “o dentista deve ser consultado regularmente” é “absolutamente insuficiente para indicar a necessidade de acompanhamento odontológico para o tratamento de clareamento, expondo os consumidores a risco”. Além do gel, o kit Extra White vem com seis seringas, duas moldeiras termomoldáveis, dois
porta-moldeiras, duas seringas com 2 gramas de dessensibilizante, para ser usado após o clareamento. Nas prateleiras, dentes mais brancos O tema clareadores não está completo se não for falado de cremes dentais, enxaguatórios, chicletes, entre outros produtos também lançados no mercado para atender a busca dos consumidores por dentes mais brancos e bonitos. E o que todos se perguntam por aí é: eles funcionam mesmo? Podem prejudicar os dentes se forem usados indiscriminadamente? Em linhas gerais, eles funcionam, mas promovendo resultados tímidos, não comparáveis com os procedimentos de clareamento realizados e monitorados por cirurgiões-dentistas, e também não representam riscos à saúde bucal. Para o CD Felipe Carlos Dias Arcas, mestre em Bioengenharia, com concentração em Laser e coautor do livro Clareamento Dental com Fontes Híbridas LED/Laser, a rigor, estes produtos não são considerados clareadores genuínos, pois possuem quantidades mínimas de principio ativo ou até mesmo nem possuem tais compostos. Mas, por essa mesma razão, não provocam danos. “Os cremes dentais com esta função apresentam abrasivos que exercem um leve polimento superficial nos dentes, assim como os chicletes, removendo manchas superficiais. Já os enxaguatórios,
ABO pediu e Conar adotou providências contra propaganda
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embora possuam o princípio ativo para clarear em sua composição, não são capazes de atingir resultados isoladamente, pois o composto está em baixa concentração e fica em contato com os dentes por pouco tempo”, explica. Arcas completa dizendo que estes produtos devem ser vistos como coadjuvantes na manutenção do efeito clareador conseguido com as técnicas realizadas pelo profissional de Odontologia, e não propriamente como clareadores. Existem também no mercado as tiras clareadoras, que contém o agente clareador – o mesmo usado profissionalmente - e devem ser fixadas nos dentes por um período determinado. As tiras realmente podem clarear o sorriso, mas esbarra no quesito segurança. “Elas possuem a desvantagem da falta de supervisão de um profissional, que é imprescindível para indicar momento correto de parar o tratamento”, diz Arcas. Maquiagem para dentes O mercado de produtos de higiene bucal voltados também para estética apresentou um lançamento interessante no ano passado: um creme dental que produz um efeito instantâneo de branqueamento, percebido logo após a escovação. A percepção do sorriso mais branco acontece pela presença de um pigmento azul em sua fórmula, este produz uma espuma que forma um filme sobre os dentes. Mas assim como as maquiagens para o rosto, esse efeito se desfaz rapidamente, conforme alerta o próprio fabricante. O produto também tem ação branqueadora gradual, conseguida pela remoção superficial dos pigmentos, assim como outros cremes dentais nesta linha. “Esses cremes podem sim alterar a cor dos dentes, mas não devemos esperar mudanças expressivas, e é importante lembrar que o uso destes produtos deve ser alternado com outras de abrasividade menor, para não agredir a camada de esmalte em longo prazo”, finaliza Felipe Arcas. (AT)
Clareamento faz mal?
ssa é a pergunta cheia de desconfiança que muitos fazem. E, de fato, se não for executado de forma correta e responsável, ou sem a supervisão de um profissional, pode fazer mal mesmo. Mas, quanto à segurança das técnicas em si, há estudos que a comprovam. O cirurgião-dentista Felipe Carlos Dias Arcas, coautor do livro Clareamento Dental com Fontes Híbridas LED/Laser e ministrador de cursos sobre clareamento dental, confirma que o clareamento dental vem sendo analisado por inúmeras pesquisas, em especial as que avaliam os possíveis danos à estrutura dental, como enfraquecimento e aumento de sua rugosidade. “O resultado da maioria dos estudos mostra que o clareamento aumenta ligeiramente a rugosidade dos dentes durante o tratamento, assim como ocorre quando estão em contato com determinados alimentos ou bebidas. Mas, quando finalizado, a saliva remineraliza estes dentes, que voltam a sua condição inicial. Isso é algo que ocorre rotineiramente na cavidade bucal”. O especialista ainda explica que diversas pesquisas demonstram este processo através de microscopia eletrônica de varredura dos elementos dentais. Nestes testes foi observada alteração na rugosidade, mas, 24 horas
após o fim do tratamento, a situação já estava semelhante à de antes do procedimento.. Arcas ainda esclarece: “Quanto a enfraquecer os elementos, isso não ocorre, se a aplicação da técnica for monitorada por um profissional que sabe exatamente até onde pode chegar e o momento oportuno de suspender ou alterar o clareamento”. O uso de laser e de luz para potencializar o processo de clareamento também é alvo de críticas e questionamentos, inclusive baseados em estudos científicos, com relação à sua segurança e efetividade. Em 2009, a revista “Photochemical e Photobiological Sciences” publicou pesquisa norueguesa que apontava que a aplicação de fontes de luz não aumentava a eficácia do processo de clareamento dental, além de ser prejudicial ao esmalte dental, por emitir calor. Felipe Arcas concorda que a geração de calor é o principal problema em relação ao uso de luz no procedimento, podendo provocar até inflamações na polpa dental. No entanto, ele coloca que isto pode ser contornado pelo conhecimento profundo do aparelho a ser usado e pela escolha correta da fonte de luz. “As técnicas que utilizam aparelhos híbridos LED laser são bastante seguras quanto ao problema do calor, já que os LEDs azuis, que são as lâmpadas de maior intensidade, não emitem calor considerável e o laser infravermelho, que poderia gerar calor, pois é uma radiação térmica, é utilizado em baixas intensidades”, explica.
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Novas medidas garantem e regulamentam Odontologia hospitalar D
irigentes da ABO acompanharam, no último dia 21 de junho, no Ministério da Saúde, em Brasília (DF), o anúncio da Portaria 1.032, que inclui o procedimento odontológico na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com necessidades especiais em ambiente hospitalar. Participaram da solenidade o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, e o coordenador nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr., ambos do Ministério da Saúde; o secretáriogeral da ABO Nacional, Marco Aurélio Blaz Vasques, o diretor financeiro da entidade, Wesley Borba de Toledo, e os presidentes José Silvestre, da ABO/SP; Luiz Fernando Varrone, ABO/TO; José Barbosa Porto, ABO/CE; Alberto Tadeu do N. Borges, ABO/AM; Hamilton de Souza Melo, ABO/DF; Paulo Murilo da Fontoura, ABO/RJ; e Carlos Augusto Machado, ABO/MG, entre outros representantes da ABO, CFO, de outras entidades odontológicas e do poder público. Antes, através da Resolução Diretiva Colegiada (RDC) 7, publicada no Diário Oficial de 25 de fevereiro de 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantira a inclusão do serviço odontológico nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Com estas medidas, reivindicações frequentes da classe e de entidades odontológicas, como a ABO, são atendidas, além de ampliar e definir melhor os campos de atuação do CD. A resolução da Anvisa dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento das UTIs e dá outras providências, e no artigo 18 do capítulo II lista os serviços que devem ser garantidos, por meios próprios ou terceirizados, à beira do leito, entre eles a assistência odontológica. O texto também contempla a assistência nutricional, fonoaudiológica, farmacêutica, psicológica, assistência social, clínica vascular, de terapia ocupacional para UTI Adulto e Pediátrica, ortopédica, entre outras. Segundo a Anvisa, o objetivo da resolução é estabelecer padrões mínimos para o funcionamento das UTIs, visando à redução de riscos aos pacientes, visitantes, profissionais e meio ambiente. O documento se aplica a todas as unidades do Brasil, sejam públicas, privadas ou filantrópicas, civis ou militares. A portaria do Ministério da Saúde, conforme explicou o coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca Jr., permitirá que o atendimento do paciente com necessidades especiais, por exemplo, torne-se mais bem definido, destacando a importância de ser realizado em hospitais, por conta do condicionamento necessário. A RDC 7 completa pode ser lida em www.amib.org.br/pdf/RDC-072010.pdf. Atuação premiada A inclusão do CD na equipe multidisciplinar que atua em UTIs é um dos temas apresentados e defendidos pela ABO, que publicou na
Revista ABO Nacional reportagem de capa sobre a questão, destacando a importância que a atenção odontológica tem para a saúde geral e recuperação do paciente crítico. A publicação inspirou e fundamentou o Projeto de Lei 2776/08, em tramitação na Câmara, que estabelece como obrigatória a presença do CD em equipes das UTIs. A proposta teve repercussão e ganhou o apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), que firmou parceria com a ABO. A partir desta aproximação,
foi criado, em 2009, o Prêmio Odontologia em UTI Amib-ABO/ SBPqO, realizado também com o apoio da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica. O vencedor foi o projeto O Papel do CD no Controle da Infecção em UTIs, tendo como pesquisadora responsável Juliana Rico Pires e equipe (Elizangela Partata Zuza, Benedicto Egbert Corrêa de Toledo, Suélen Matareli, Sally Cristina Moutinho Monteiro, Denise Madalena Palomari Spolidorio e Raquel Girardi Ferreira).
ENTIDADES: ABO e vários outros representantes da classe odontológica acompanharam em Brasília anúncio de portaria sobre Odontologia no SUS
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ABO participa de fórum sobre Odontologia no Mercosul Reunião definiu sugestões sobre a Matriz Mínima de Registro de Profissionais de Saúde do Mercosul, a serem encaminhadas ao Ministério da Saúde
Sérgio Pedrosa representou a ABO
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eunindo representantes de instituições de ensino e entidades de diversos países sulamericanos – entre elas, a ABO Nacional, através do secretário-geral da UniABO, Sérgio Pedrosa (DF) –, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) realizou, no último dia 30 de abril, em Foz do Iguaçu (PR), o I Fórum sobre o Exercício Profissional da Odontologia no Mercosul. No centro das discussões do evento, o fluxo de profissionais de Odonto-
logia entre os países integrantes do bloco – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e a promoção do intercâmbio de informações relacionadas à categoria. O fórum contou com palestras de representantes da Diretoria de Gestão e da Regulação do Trabalho na Saúde do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Programa Latino-americano de Convergência no Ensino Odontológico (Placeo), além de presidentes dos Conselhos Regionais de Odontologia (CROs) de Estados que fazem fronteira com países membros ou associados ao Mercosul. Ao final do evento, foram apreciadas as sugestões que deverão ser encaminhadas ao Ministério da Saúde sobre a Matriz Mínima de Registro de Profissionais de Saúde do Mercosul, destinada aos profissionais que trabalham nos países membros e regiões de fronteira. Visto como indispensável para habilitar os profissionais do setor da saúde nessa situação, o documento contém dados pessoais e relativos à formação profissional. Sua principal finalidade é padronizar e trocar informações sobre os profissionais de saúde e seu trânsito entre as nações formadoras do bloco.
O preenchimento da Matriz Mínima não é condição suficiente para tornar legal o exercício profissional. Para tal, é preciso preencher todos os requisitos e exigências legais do respectivo país do Mercosul. No Brasil, o profissional precisa revalidar o diploma obtido em escola estrangeira e se registrar no CRO. Entenda a Matriz Mínima O Tratado de Assunção, que constituiu o Mercosul, tem entre suas finalidades permitir a livre circulação de profissionais. A partir da constatação de que os países membros do bloco não contam com informações mínimas semelhantes no que diz respeito ao registro de profissionais de saúde, considerou-se a importância de padronizar essas informações. Ao implementarem a Matriz Mínima, as nações se comprometem a intercambiar informações com os órgãos responsáveis pela base de dados dos profissionais de saúde, que são os ministérios da Saúde de cada país do Mercosul. A Matriz Mínima contém dados pessoais do profissional, além do título e da instituição formadora, número do registro profissional, formação de pós-graduação, revalidação do diploma e registro de título em outro país do Mercosul. Também deverá constar da Matriz Mínima dados reservados,
como sanções a que o profissional está submetido. Profissionais recém-formados que queiram exercer suas atividades no Mercosul terão que registrar seus diplomas nos respectivos conselhos profissionais antes de se deslocarem para o país no qual
querem trabalhar. Brasileiros recém-formados no exterior e que queiram exercer suas atividades profissionais em países do Mercosul deverão, antes de solicitar o deslocamento, além de revalidar o diploma no Brasil, seguir o mesmo procedimento.
Entenda o Mercosul Bloco com característica de união aduaneira, com tarifas de importação e exportação comuns, o Mercosul tem como proposta de ação a livre circulação de mercadorias, capitais e serviços. Futuramente, há planos para a adoção de uma moeda única, a exemplo do que fez o Mercado Comum Europeu. São países membros do Mercosul Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está em processo de adesão. Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia participam até o momento como países associados. Atualmente, os países membros do Mercosul, juntos, concentram uma população estimada em 311 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 2 trilhões de dólares. Mais informações: www.mercosul.gov.br
ABO/TO promove ações sociais e capacitação em gestão Duas parcerias da ABO/TO têm feito a diferença na Odontologia e no meio ambiente: com a Prefeitura de Palmas, a Seção participa do Projeto Palmas sem Carbono; com o Sebrae Tocantins, desenvolve projetos de capacitação em gestão. A ABO/TO é a primeira entidade a aderir ao Palmas sem Carbono, gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Habitação (Sedumah) e pelo Instituto Ecológica. A principal ação da iniciativa é o plantio de mudas em determinadas áreas da capital para neutralizar a emissão de carbono na atmosfera. Empresas interessadas em cooperar com o meio ambiente repassam ao instituto suas despesas com papel, combustível, energia elétrica e outros. Estes gastos são convertidos em carbono, determinando, assim, o número de árvores equivalentes para neutralizar o que foi emitido na atmosfera. A Diretoria de Meio Ambiente da Sedumah faz a doação de mudas de árvores nativas e orienta os empresários sobre os locais mais apropriados para plantio. Nesse processo, a ABO/TO é responsável pelo plantio e conservação de uma área verde que compense os danos causados pelas atividades corriqueiras da entidade, como despesas com papel, com-
principal objetivo é gerenciar soluções de negócios com conhecimento sobre controle de finanças, marketing e captação de novos clientes. O projeto, iniciado no segundo semestre de 2009, pretende fortalecer o segmento da saúde bucal, tornando as clínicas e consultórios odontológicos mais competitivos e com capacidade de adaptação às constantes mudanças de mercado. O projeto visa ainda aprimorar a gestão produtiva das empresas, conquistar e manter o mercado, aprimorar o potencial empreendedor dos empresários, fortalecer a cultura da cooperação e desenvolver ações tecnológicas. PARCERIA: Palmas sem Carbono (acima) e Gerenciamento de Negócios na Odontologia, dois projetos da ABO/TO com o Sebrae e Prefeitura de Palmas
bustível e energia elétrica. De acordo com o presidente da Seção, Luiz Fernando Varrone, a assinatura do termo de parceria, no último dia 2 de junho, faz parte da própria política da entidade. “A preocupação da ABO, seja no âmbito de Tocantins ou em âmbito nacional, sempre foi uma melhor qualidade de vida para a população, e isso é diretamente ligado ao meio ambi-
ente”, defende. Segundo o secretário da Sedumah, Eduardo Manzano, o projeto, que começa com o pioneirismo da ABO/TO, é uma das principais ações da secretaria em Palmas. Odontologia Em parceria com o Sebrae Tocantins, A ABO/TO desenvolve o Projeto Odontologia, cujo
Projeto único Segundo Varrone, a ideia inicial era proporcionar aos cirurgiõesdentistas treinamento básico sobre gerenciamento de negócio, mas o projeto acabou se tornando um trabalho com dimensões maiores, que prometem grandes e bons resultados para todos os envolvidos. “Quando pensamos no projeto, queríamos suprir a carência de conhecimento no que diz respeito a gestão, uma vez que, na faculdade, recebemos apenas conhecimentos específicos de nossa profissão. Em nenhum outro Estado brasileiro há projetos desta natureza”, disse.
Calendário Oficial de Congressos 2010 JULHO ABO Rio Grande do Sul
XVIII Congresso Odontológico Rio-grandense 14 a 17 de julho Porto Alegre - RS Informação: (+51) 3330.8866 eventos.abo@terra.com.br ● ● ● ● ● ● ●
SETEMBRO Salvador, Bahia 2 a 5 de setembro Inscrições on-line www.fdi2010.com.br Mais informações nas págs. 12 e 13 desta edição
JABO - Ano XXVIII - Número 125 - Maio/junho - 2010
PROFISSÃO
ABO promove FDI’2010 entre países da Fola E
ntre os últimos dias 27 de março e 2 de abril, a ABO Nacional participou de uma série de reuniões com autoridades políticas e representantes da iniciativa privada latino-americana no México e na República Dominicana. Os encontros tiveram o objetivo de promover o Congresso Anual Mundial 2010 da Federação Dentária Internacional (FDI’2010), que acontece de 2 a 5 de setembro, em Salvador (BA), e reforçar o papel da ABO na promoção da saúde bucal de todas as populações. As conversações começaram
Jaime Cury ganha prêmio em Odontologia Preventiva
A edição 2010 do Prêmio Yngve Ericsson em Odontologia Preventiva 2010, a maior distinção na área do mundo, será entregue ao professor Jaime Cury, pesquisador e docente da área de Bioquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp. A entrega do prêmio, que será dividido com Hanu Hausen, da Finlândia, vai acontecer durante o congresso da European Organisation for Caries Research - Orca, em Montpellier (França), de 7 a 10 de julho. O prêmio reconhece toda a trajetória de Cury, que nos últimos 30 anos vem se dedicando à pesquisa em Cariologia, tendo contribuído para o desenvolvimento da ciência no Brasil, e também à luta por políticas preventivas em saúde bucal, em especial pela fluoretação da água de abastecimento público. Cury publicou mais de 200 artigos científicos, sendo 150 em revistas internacionais. É autor de nove capítulos de livros, dois deles internacionais. O pesquisador foi ainda presidente da Associação Brasileira de Odontologia Preventiva (Aboprev), do Grupo de Cariologia da International Association for Dental Research (IADR) e representante da Odontologia no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O prêmio é oferecido pelo Swedish Patent Revenue Fund for Research in Preventive Odontology em parceria, pela primeira vez neste ano, com a Orca. A premiação também conta com a colaboração do Swedish Medical Research Council. Mais informações sobre o congresso da Orca: www.orca2010. com
na 53ª Exposição da Agrupação Mexicana da Indústria e do Comércio Dental (Amic), o maior evento do setor no México, e tiveram prosseguimento em reuniões da Federação Odontológica Latino-americana (Fola) na República Dominicana. Na Dominiana, o presidente nacional da ABO, Newton Miranda de Carvalho, também se encontrou com o presidente da Associação Haitiana de Odontologia, Samuel Prophete, para articular estratégias de colaboração da Odontologia brasileira
com o Haiti. “Somente através desse intercâmbio podemos, todos, alcançar o desenvolvimento de que tanto necessita a saúde bucal das populações latinoamericanas”, defendeu Miranda. As reuniões no México foram capitaneadas pelo presidente da Amic, Ayub Safar Boueri, enquanto as discussões na República Dominicana tiveram como anfitrião o presidente da Fola, Adolfo Rodríguez, e contaram com a participação de representantes de quase todos os países latino-americanos.
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Odontologia de alto níve Preços especiais para brasileiros
Com o tema Saúde Oral para Todos: Desafios Locais, Soluções Globais, a programação científica do FDI’2010 foi estrategicamente montada para interessar a todos, do clínico-geral ao especialista em diversas áreas, além de reunir grandes nomes da Odontologia mundial. No total, serão cerca de 150 atividades
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odos os cirurgiões-dentistas brasileiros pagam preços especiais na inscrição para o Congresso Mundial da Federação Dentária Internacional (FDI) de 2010, em Salvador (BA). Isso é possível por que a ABO representa todos os profissionais do Brasil na FDI. Além disso, também os CDs latino-americanos associasdos à entidade nacional filiada à FDI pagam preços especiais de adesão. Para ter acesso à programação científica, os profissionais pagarão R$ 420,00, até a realização do congresso. Para ter uma ideia do benefício, os CDs dos demais países filiados à FDI fora da região latino-americana, pagarão 440 Euros (cerca de R$ 1.100,00) para participar do FDI’Salvador. O pagamento pode ser feito por boleto bancário ou cartão de crédito (Visa, Master e Diners), sendo que, no cartão, é possível parcelá-lo em até três vezes. A taxa de adesão inclui acesso a todas as atividades da programação científica, à exposição comercial, à solenidade de abertura e à documentação e pasta do congresso. As inscrições podem ser feitas on-line pelo site oficial do congresso (www.fdi2010.com.br), em que também está disponível a programação completa.
partir do tema Saúde Oral para Todos: Desafios Locais, Soluções Globais, a programação científica do Congresso Mundial de Odontologia da FDI em 2010 - que acontece em Salvador (BA), de 2 a 5 de setembro – foi estrategicamente montada para interessar a todos, do clínicogeral ao especialista em diversas áreas, apresentando a eles novos e diferentes enfoques. Serão cerca de 150 atividades, ministradas por especialistas de peso, vindos de diversos países. Esta edição do congresso mundial está sendo realizada em parceria pela FDI e ABO Nacional. Segundo o coordenador do comitê científico do evento, Claudio Fernandes, o conteúdo da programação é amplo e especializado, e está organizado em quatro principais eixos que se relacionam com o tema central e com a Odontologia atual: promoção de saúde e como o CD pode colaborar com ela, com destaque para o entendimento das doenças que ocorrem regional e mundialmen-
Ministrador: J. M. (Bob) Ten Cate, Holanda Apresentação sobre os avanços na prevenção e no manuseio das cáries e as implicações para o futuro de suas clínicas.
Diagnóstico e Avaliação de Cáries: Um Novo Paradigma Global
Carlos Nelson Elias, Brasil
Ministrador: Raúl Riva, Uruguai O curso apresentará a importância deste complexo item, de como ele se relaciona com a clínica geral, além de destacar o papel do diagnóstico etio-patogênico como fundamental para um tratamento de sucesso.
Michel Goldberg, França
As Potenciais Aplicações para Terapias Genéticas em Odontologia Ministrador: Thomas Hart, Estados Unidos O curso abordará como a informação genética vem sendo utilizada para diagnosticar e tratar as doenças odontológicas afetando os dentes e o periodonto.
Luigi Canullo, Itália
Drogas Modernas, Maior Segurança na Farmacoterapia em Cirurgia Oral Ministrador: Art Jeske, Estados Unidos Apresentação sobre seleção e utilização de drogas antiinflamatórias sem esteróides e de opioides, administração analgésica pré-operatória, anestesia local e ainda considerações para a utilização de drogas analgésicas em pacientes medicamente comprometidos.
Informações Confiáveis na Internet para a Prática Odontológica: Onde Procurar a Informação da qual Preciso?
O Futuro da Zircônica na Clínica Odontológica Nanopartículas de Zircônia para Próteses Odontológicas Ministrador: Carlos Nelson Elias, Brasil Após a apresentação, os participantes poderão comparar as propriedades mecânicas da nanopartícula de zircônia e
Ministrador: Michel Goldberg, França Uma revisão das tecnologias biológicas que levam à engenharia tecidual, capaz de gerar órgãos, incluindo dentes e tecido odontológico.
Diagnósticos e Tratamentos Modernos para Disfunções de ATM
Desenvolvimentos de Última Geração em Prótese Sobre Implantes
Yvonne Aparecida de Paiva Buischi, Brasil
sive, a ciência, o paciente, a clínica e o negócio do CD. Veja nestas duas páginas alguns destaques da grade em relação a previsões e perspectivas na ciência e prática odontológica. A programação completa e a inscrição para o evento estão disponíveis em: www. fdi2010.com.br.
Engenharia Tecidual na Clínica Odontológica de Hoje
Ministradora: Yvonne Aparecida de Paiva Buischi, Brasil O objetivo é aumentar a conscientização do cirurgiãodentista com relação ao cuidado e controle da cárie, através de um amplo acesso ao diagnóstico da cárie e avaliação de riscos.
Ministrador: Luigi Canullo, Itália Os participantes estarão aptos a identificar a lógica biológica e biomecânica por trás do conceito protético da Alteração de Plataforma, além de entender as vantagens e desvantagens dele e como manuseá-lo.
te e como enfrentá-las; tecnologia e clínica odontológica, principais inovações, materiais, técnicas cirúrgicas, entre outros; as perspectivas e o futuro da ciência, abordando também o que vai mudar no atendimento do paciente; e a Odontologia integrada às outras áreas da Saúde, enfocando, inclu-
da microconstruída, e conhecer as inovações em sistemas de cerâmicas em CAD/CAM.
Odontologia do Futuro: Você está Pronto?
J. M. (Bob) Ten Cate, Holanda
SALVADOR: Centro de Convenções da Bahia, sede do evento
Art Jeske, Estados Unidos
Ministrador: Heikko Spallek, Estados Unidos Habilidades de pesquisa na rede para encontrar recursos de alta qualidade que solucionam problemas reais, como planejamento de diagnóstico e tratamento, pesquisa de produtos odontológicos e gerenciamento da clínica.
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vel em 150 atividades Odontologia mundial no Brasil Para o Congresso da FDI em Salvador (BA) são esperados mais de 10 mil participantes, não só do Brasil, mas também América Latina e outros países. No Brasil, o evento é promovido pela ABO Nacional. Além da programação científica, a feira comercial também é um grande atrativo do evento, pois vai reunir cerca de 300 expositores de todo o mundo, sendo uma grande oportunidade para o setor odontológico nacional apresentar seus produtos, e também para os profissionais terem contato com as novidades do mercado. Durante o congresso, estarão reunidos ainda, na Assembleia Geral, os delegados representantes das associações odontológicas dos mais de 140 países que compõem a FDI, para debater e definir os rumos da Odontologia mundial. Também se reúnem os representantes da International Dental Manufactures (IDM) e de muitas outras entidades da Odontologia de todo o mundo.
Expandindo Horizontes: Usando a Internet para a sua Educação Continuada
Base Biológica para a Cirurgia Periodontal
Ministrador: Antonio Eduardo Ribeiro, Brasil O curso irá abordar as características e benefícios de um sistema de ensino à distância provado e testado, com metodologia especial para a Odontologia, além de analisar os dados na avaliação e implantação de nova tecnologia. Arthur Belém Novaes Junior, Brasil
Prevendo o Futuro: o Banco de Dados Interativo de Trauma Dental Monty Duggal, Reino Unido
Estética de Nível Internacional – Análise do Sorriso Otimização Previsível do Resultado Protético
Ministrador: Monty Duggal, Reino Unido Os participantes estarão aptos a revisar as fontes de evidências para tratamentos de trauma, salientar as limitações nas evidências existentes, identificar e sugerir elementos para método baseado em computador para coletar informações importantes após o trauma, entre outras funções.
Ministrador: Mauro Fradeani, Itália Serão abordados o reconhecimento das indicações clínicas e das técnicas para atingir a integração biológica, funcional e estética; avaliação e finalização de casos complexos envolvendo cirurgias periodontais e implantes; comunicação de informações funcionais e estéticas ao laboratório.
Sessões para especialistas Além da programação normal do FDI’2010, acontecem no dia 1º de setembro as sessões clínicas especializadas, que é um espaço reservado ao especialista clínico com uma discussão profunda sobre tópicos e aspectos de alta complexidade. As sessões trarão uma integração entre especialidades próximas ou o aprofundamento de um tema específico. Veja abaixo alguns dos temas que serão abordados nesta programação extra.
Syngcuk Kim, EUA
Novas Fronteiras para a Cariologia - Atualização Clínica e Biológica Mauricio Guimarães Araújo, Brasil
Ministradores: Claes Goran Emilsson, Suécia Jaime Cury, Brasil e Livia Tenuta, Brasil A sessão tratará de questões como: aquisição e transmissão dos Streptococcus mutans; técnica minimamente invasiva de cáries incipientes; selamento de lesões proximais; se dentes de leite são mais suscetíveis às cáries do que os permanentes; se alimentos ricos em amido causam cáries; a quantidade de pasta de dente com flúor que uma criança menor que seis anos deve usar.
Importância das Mircrorroscas para a Função Biomecânica dos Implantes Orais
O Impacto de Novas Tecnologias no Resultado de Tratamentos Endodônticos Ministrador: Syngcuk Kim, Estados Unidos Serão apresentadas informações que contribuem para a compreensão do porque as novas tecnologias melhorarão os resultados da terapia endodôntica. Também será possível se familiarizar com os novos instrumentos técnicos e compará-los com as versões antigas.
Ministradores: Arthur Belém Novaes Junior, Brasil Mauricio Guimarães Araújo, Brasil Os participantes aprenderão as atuais indicações para a regeneração periodontal, técnicas atualizadas e quais biomateriais funcionam melhor para chegar a ela. Além disso, entenderão os princípios da técnica do retalho para se conseguir a cobertura prevista da raiz.
Livia Tenuta, Brasil
Ministrador: Stig Hansson, Suécia Os participantes estarão aptos a entender que o osso ao redor dos implantes respondem às forças mecânicas e essas forças dependem da carga sobre o implante e seu desenho, além de descrever as evidências que microrroscas podem ser instrumento para a manutenção da crista óssea. : www.fdi2010.com.br
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BRASIL
Kit de higiene bucal vai compor a cesta básica A
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara aprovou, no último mês de abril, a inclusão obrigatória de três escovas de dente, dois tubos de dentifrícios e um rolo de fio dental em todas as cestas básicas produzidas, comercializadas e distribuídas no País. A medida está prevista no Projeto de Lei 4281/08 , do deputado Arnon Bezerra (PTBCE), e conta com o apoio da ABO Nacional. O relator do PL, Neilton Mulim (PR-RJ), defendeu a proposta como forma de beneficiar a saúde de brasileiros com dificuldade de acesso a serviços dentários. “Essa ação contribuirá para
Medida trará melhores condições de higiene bucal à população
Ciclo 4 do Pro-Odonto Cirurgia O Pro-Odonto Cirurgia, programa de atualização a distância na área desenvolvido em parceria pela ABO e a Artmed Panamericana Editora, através do Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância (Sescad), chegou à sua quarta edição. Um ciclo é composto por quatro módulos, correspondendo a um ano, e a participação no programa pode ser iniciada a qualquer momento, de qualquer lugar do país. O Pro-Odonto tem, ainda, programas em Estética, Implante, Prevenção, Ortodontia e Prótese. O Ciclo 4 do Pro-Odonto Cirurgia vai abordar os seguintes temas:
utilização da alteração do plano oclusa nas deformidades dentofaciais; acessos cirúrgicos para trata-
Artmed e Artes Médicas anunciam fusão A Artmed incorporou a editora paulista Artes Médicas, um dos principais selos da área de saúde no Brasil, especialmente no segmento da Odontologia. A fusão é mais um passo da Artmed para tornar-se um dos grandes grupos editoriais do País, reforçando sua atuação em biociências e se consolidando como uma das principais editoras do segmento científico, técnico e profissional. A fusão traz vantagens para os inscritos nos programas ProOdonto, que terão 15% de desconto em todos os livros da Artmed – o que inclui, agora, o selo Artes Médicas, formando um catálogo que contempla 100 títulos em Odontologia, 40 dos quais vendidos na Rússia, na Itália e no Japão.
mento das fraturas orbitárias; abordagem das leões fibro-ósseas dos maxilares; anatomia aplicada a cirurgia oral; cirurgia oral em pacientes em terapia com anticoagulantes; osteonecrose dos ossos maxilares relacionados ao uso de bifosfanatos; principais conceitos sobre biossegurança aplicados a cirurgia bucomaxilofacial; procedimentos adjuntos em cirurgia ortognática na cavidade nasal; transplantes dentários; tratamento clínico das fraturas dentárias; tratamento das patologias benignas das glândulas salivares; tratamento das feridas dos tecidos moles da face; tratamento do lateroprognatismo; tratamento do tumor odontogênico ceratocístico pela técnica da enucleação modificada; tratamento imediato de fratura de mandíbula por projétil de arma de fogo; tratamento ortocirúrgico; utilização das osteotomias vertical e sagital dos ramos mandibulares para recuo. O processamento pedagógico complementa o potencial de aprendizado, trazendo ferramentas de estudos flexíveis, facilitadas pelo acesso à Internet. Através do elearning, os inscritos encontram muitos outros conteúdos – entre eles, os ciclos já publicados, entrevistas com vários especialistas e clipping diário na área da saúde. É oferecido, ainda, acesso irrestrito à DOSS - Dentistry & Oral Sciencies Source, completo banco de dados em todas as áreas da Odontologia, com 134 periódicos científicos e 30 livros, todos com textos na íntegra e atualizações diárias. A ABO outorga certificado de 180 horas-aula aos aprovados na avaliação final do ciclo. Se o participante estiver inscrito em mais de um programa, recebe certificados diferentes para cada um deles. Desde 2006, foram publicadas mais de quatro mil páginas sobre Odontologia, em 212 artigos com temas variados relacionados às seis especialidades, e mais de 9.200 profissionais já conheceram os programas e atestaram a qualidade dos conteúdos. Maiores informações: www.sescad.com.br
reduzir a cárie e o número de dentes perdidos da população, diminuindo a demanda por procedimentos reparadores”, disse. O PL tramita em caráter conclusivo, através do qual a proposta não precisa ser votada pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-la. O projeto pode perder esse caráter em apenas duas situações: se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra) ou se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o PL precisará ser votado pelo Plenário.
Itens básicos O conceito de cesta básica nacional, utilizado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foi criado em 1938 para servir de parâmetro à definição do salário mínimo. Treze gêneros alimentícios compõem a cesta: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Outros produtos de alimentação, higiene pessoal e limpeza podem, no entanto, ser acrescentados à lista conforme as políticas de isenção de impostos adotadas pelos entes federativos. Mais informações: www.camara.gov.br
Imposto sobre pasta de dente é maior do que no chocolate A pesada carga de impostos que o brasileiro é obrigado a pagar não é novidade. Segundo o Impostômetro desenvolvido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), são gastos em impostos por hora, no Brasil, cerca de 125 milhões de reais. Este e outros dados relacionados a impostos já são alarmantes por si só, mas o cirurgião-dentista Rodrigo Bueno de Moraes, membro da Sociedade Brasileira de Periodontia e autor do blog Adoro Sorrir (www.adorosorrir. com.br), chama atenção para um fator mais discrepante. “O imposto que incide sobre produtos de primeira necessidade, caso do
sabão em pó, sabonete e pasta de dentes, é maior do que o de itens menos fundamentais à saúde e ao bem-estar, como chocolate e televisão.” Na tabela abaixo seguem alguns exemplos da porcentagem de imposto que cai sobre certos produtos, incluindo os de higiene pessoal. “Podemos perceber como são altos os tributos que incidem sobre tudo o que consumimos e, para agravar, como suas incidências são mal distribuídas, dificultando o acesso aos produtos fundamentais para a cobertura das necessidades básicas da população”, completa Bueno de Moraes. Os dados são do IBPT. Mais informações: www.impostometro.org.br
Cerveja (lata)
56%
Combustíveis
53,03%
Gás
50,76%
Telecomunicações
46,65%
Refrigerante(lata)
47%
Energia elétrica
45,81%
Automóveis
44%
Pasta de dente
42%
Sabonete
42%
Sabão em pó
42%
Telefone celular
41%
Computador Pessoal
38%
Televisão
38%
Aparelho de som
38%
Material de construção
34%
Transporte coletivo
33,25%
Chocolate
32%
Água
29,83%
Iogurte
24%
Arroz/Feijão
18%
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SUS chega a 530 laboratórios de prótese dentária O Ministério da Saúde credenciou 203 novos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária em todo o País, chegando a 530 unidades que realizam o serviço através do Sistema Único de Saúde (SUS)
O
Ministério da Saúde acaba de credenciar mais 203 novos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) em todo o País – segundo o governo, uma ampliação de 62% no número de unidades que produzem próteses através do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, em 2010, o recurso destinado aos laboratórios terá um acréscimo de cerca de R$ 2 milhões, chegando a R$ 24,3 milhões. A expectativa é elevar o atendimento para 382 mil usuários do sistema público de saúde. A implantação dos laboratórios de prótese faz parte do Programa Brasil Sorridente, em prática desde 2004, e até então não existia este tipo de serviço no sistema público. Atualmente, com os laboratórios que acabam de ser credenciados, estão em funcionamento 530 unidades em todo o Brasil. “Trata-se de uma expansão histórica da Política Nacional de Saúde Bucal. A ampliação do serviço é mais um passo no sentido de cumprir a meta do governo de praticamente universalizar o acesso às próteses dentárias nos próximos 10 anos no Brasil”, destaca o coordenador de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca Jr. Ele ainda coloca que, além de ampliar o acesso a serviços odontológicos especializados no SUS e reduzir o número de desdentados no País, a instalação dos novos laboratórios também vai permitir a contratação de mais cirurgiõesdentistas e protéticos no serviço público. A verba para que estes novos laboratórios passem a produzir próteses dentárias começou a ser liberada em março pelo ministério, diretamente para as secretarias estaduais e municipais de saúde. Os recursos são liberados de acordo com a estrutura e com a capacidade de produção de cada laboratório e podem variar de R$ 3 mil a R$ 12 mil ao mês. Ao todo, 24 unidades da federação possuem unidades credenciadas para produzir as próteses. São Paulo, Paraná e Paraíba são os Estados com maior número de laboratórios. Os municípios são os responsáveis por definir os critérios de planejamento e de seleção dos pacientes que vão receber as próteses, que podem ser totais, parciais, ou até mesmo de um único dente. Segundo a Coordenação de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, entre 2003 e 2009, mais de três milhões de dentes deixaram de ser extraídos da população usuária do SUS. Em média, são 400 mil dentes conservados por ano. “Ter uma dentição adequada e acesso aos tratamentos é uma questão de cidadania. Vamos supor uma pessoa que queira ser recepcionista, mas que não tem dentes na boca. No mercado de trabalho competitivo de hoje, essa pessoa não conseguiria emprego”, argumenta o
coordenador de Saúde Bucal, Gilberto Pucca Jr (foto). O programa O Brasil Sorridente é o primeiro programa desenvolvido pelo governo federal em saúde bucal e inseriu o atendimento odontológico dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e articulado com a Estratégia Saúde da Família. Dentro desta política nacional de saú-
de bucal, as principais linhas de ação são a viabilização da adição de flúor às águas de abastecimento
público, a reorganização da atenção básica e da atenção especializada, através da implantação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e dos já citados Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD). Para essas ações, o Ministério da Saúde afirma ter investido no ano passado R$ 643,2 milhões, sendo mais de R$ 550 milhões para as equipes de saúde bucal, R$ 78
milhões para os CEOs e os outros R$ 11,6 milhões para os LRPD. Segundo o governo, os recursos direcionados à área permitiram uma expansão de 250% na população atendida pelo programa entre 2002 e 2009, passando de 26,1 milhões de pessoas para 91,3 milhões. As equipes estão presentes em 85% dos municípios brasileiros. Mais informações: www.saude.gov.br
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ESPECIAL
O desafio de montar o consultório A vontade de ser seu próprio patrão é o que motiva muitas pessoas a escolher carreiras como a odontológica, que contemplam a atuação autônoma do profissional. Mas, antes do desafio de conquistar a clientela, abrir um consultório odontológico envolve custos e burocracias consideráveis, e as condições de biossegurança, regulamentadas por lei, precisam ser observadas com bastante cuidado Por Diego Freire
S
er empreendedor no Brasil não é tarefa fácil. O país tem uma das maiores cargas tributárias do mundo e uma série de entraves burocráticos que dificultam a realização do sonho de ser seu próprio patrão. Para o cirurgião-dentista, a dificuldade começa na construção da clínica odontológica – que é bem mais do que um “mero” escritório. Ao deixar os muros da faculdade para levantar os de seu consultório odontológico, o novo profissional encara uma série de necessidades das quais pouco ou nada se fala nas disciplinas da graduação. Para começar, de posse do registro profissional, o cirurgiãodentista precisa escolher entre abrir um consultório individualmente ou como pessoa jurídica. Nos dois casos, o empreendimento precisa de um responsável técnico inscrito no CRO do Estado em que os atendimentos serão feitos. É esse profissional quem vai emitir o Certificado de Responsabilidade Técnica (CRT), o primeiro de uma série de documentos necessários para que o consultório comece a funcionar, como alvará de funcionamen-
to emitido pelo Corpo de Bombeiros e autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. As exigências variam dependendo do Estado e do município, mas uma coisa não muda: consultórios odontológicos são considerados locais de risco e, por isso, todas as normas e princípios de biossegurança devem ser seguidos criteriosamente para a obtenção do Alvará de Licença Sanitária. Por isso, alguns dos primeiros investimentos no consultório precisam ser em sistema de esterilização padrão e princípios de biossegurança. O cirurgião-dentista empresário precisa conhecer o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. O documento, disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reúne as normas às quais todo estabelecimento assistencial deve se adequar para funcionar dentro da lei. É através dele que órgãos de vigilância sanitária de todo o País inspecionam hospitais, clínicas, consultórios e centros de saúde, entre outros. E
FOCO: Crianças devem ter espaço próprio em clínica odontopediátrica
para que o novo consultório comece a funcionar, são necessários, ainda, alvará de funcionamento e autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O diploma do consultório Para conseguir o instrumento que vai, enfim, transportar o consultório do papel para a realidade do dia a dia do exercício profissional, o alvará de funcionamento, o cirurgião-dentista precisa ir à prefeitura local para se registrar como profissional autônomo. Nesse momento, é necessário apresentar RG, CPF e comprovante de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Com toda a documentação do profissional em dia, comprovando que ele está apto a exercer sua profissão na condição de autônomo, é hora de fazer o mesmo com o consultório. Papelada O primeiro passo para ter o alvará emitido pela Vigilância
Sanitária Municipal é redigir um requerimento à autoridade sanitária competente solicitando o documento – o órgão costuma fornecer modelos de requerimento. Junto a ele, é preciso encaminhar Termo de Responsabilidade Técnica preenchido e assinado pelo responsável técnico, também conforme modelo fornecido pela vigilância; cópia do registro profissional emitido pelo CRO; cópia do projeto arquitetônico completo (planta baixa com cortes longitudinal e transversal, planta de situação, planta de cobertura e Memorial Descritivo de Acabamento); cópia de laudo radiométrico, caso haja serviço de raio X; e alvará de licença e localização expedido pela prefeitura. Ordem na casa Mas, antes de encaminhar os documentos à vigilância sanitária, é preciso estar atento às exigências que são feitas ao funcionamento de estabelecimentos assistenciais
de saúde, categoria da qual faz parte o consultório odontológico. Segundo a norma que regulamenta os estabelecimentos – Resolução 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, consultórios odontológicos devem ter dimensionamento mínimo de 9 m², sendo que no caso de consultórios coletivos a distância mínima entre cadeiras deve ser de 1 m. Em estabelecimentos que utilizam equipamento de raio X do tipo extraoral, é obrigatória a blindagem das paredes; no caso de equipamentos intraorais, se a sala possuir paredes de alvenaria e for grande a blindagem pode ser dispensada. Tudo isso deve ser avaliado por um físico ou pelo próprio fabricante do equipamento, e é regulamentado pela Portaria 453, de 1º de junho de 1998, do Ministério da Saúde: Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico. Todo consultório também deve ter, no mínimo, duas pias, uma para lavagem de mão e outra para lavagem de material contaminado. As instalações hidráulicas e elétricas devem ser embutidas ou protegidas por calhas ou caneletas externas, para que não haja depósitos de sujidades em sua extensão. Há mais detalhes sobre expedição de alvará de funcionamento no site da Anvisa (www.anvisa. gov.br). Burocracia à parte, a regulamentação da instalação e manutenção de estabelecimentos odontológicos é de extrema importância para seu correto funcionamento, levando a melhor atendimento ao paciente, menos transtornos ao cirurgião-dentista e maior garantia de sucesso profissional.
Antes de por a mão na (arga)massa (arga)massa N
o processo de construção civil de seu consultório, o cirurgião-dentista se depara com problemas relacionados à funcionalidade dos ambientes. Por isso é importante desenvolver um pré-projeto para definir, entre outras coisas, posição do consultório, de armários odontológicos e móveis em geral, decoração de ambientes, posição de tomadas elétricas etc. Também é indispensável saber se as condições técnicas do local escolhido para a clínica podem atender às necessidades. A entrada de energia elétrica, por exemplo, precisa ser suficiente para a demanda local.
Equipamentos, extensões do CD - A produtividade do cirurgião-dentista depende, em parte, do arsenal tecnológico que ele têm à sua disposição. Por isso a escolha dos equipamentos e acessórios deve oferecer uma boa relação custo-benefício. É importante adquirir produtos de boa procedência, com garantia, e que não sejam super ou subdimensionados às necessidades do profissional. A distribuição dos equipamentos e armários deve obedecer critérios ergonômicos para facilitar o trabalho e prevenir doenças ocupacionais decorrentes de postura inadequada e movimentos repetitivos. Armários feitos com madeira compensada são mais resistentes. Em contato com a água, o aglomerado aumenta seu volume, deforma e acaba se deteriorando. A profundidade deve ser escolhida de acordo com seu espaço e com o equipamento que irá comportar. Verifique também se as dobradiças permitem a remoção das portas para limpeza do interior e manutenção dos encanamentos. Algumas dobradiças são aparafusadas e outras possuem engate rápido com trava, muito mais práticas. A parte hidráulica pode ser fornecida ou não pelo fabricante. As gavetas podem ser de madeira ou de plástico. Se preferir usar bandejas, compre-as separada-
mente de acordo com seu uso. Basta colocá-las no interior das gavetas. Certifique-se de que todas as faces das gavetas estão recobertas com laminado melamínico texturizado ou brilhante. Veja se há batedores de silicone que impedem a porta de bater diretamente no armário (pequenas pastilhas de borracha transparente). Confirme também se o pedal que aciona a torneira é de fórmica, igual ao do armário, ou é de metal pintado. As torneiras podem ser acionadas também através de sensor infravermelho, ´[ótima barreira à infecção cruzada. Para sua comodidade, verifique se este modelo vem equipado com registro para controlar o fluxo de água.
Compressores - Os compressores odontológicos apresentam preço superior aos modelos industriais. Porém, os aparelhos do segundo tipo são mais robustos e produzem mais ruídos. Alguns aparelhos específicos para o consultório funcionam com óleo; outros, com grafite, que não necessitam de manutenção periódica (reposição do lubrificante). Para avaliar a quantidade de ruído emitido pelo compressor deve-se realizar uma medição com um aparelho chamado decibelímetro. Equipo - O equipo precisa ter, no mínimo, uma saída para alta rotação, uma para o micromotor e uma seringa tríplice. Modelos mais recentes têm saída extra para caneta com fibra-ótica, recurso auxiliar na iluminação do campo operatório. Mesmo que a caneta não seja adquirida, é conveniente contar com a saída extra porque nem todos os equipamentos aceitam uma adaptação posterior.
Cadeira - O encosto de cabeça, de preferência, deve ter apoio na nuca para conforto do paciente. Também deve ser biarticulado para facilitar a
visualização durante um procedimento no arco superior. Se for possível, compre cadeira com pedal de comando para evitar infecção cruzada. Algumas também possuem o interruptor do refletor junto ao pedal de comando.
Raio X - Para a correta utilização do aparelho de raio X, o cirurgião-dentista deve fazer um laudo radiométrico para avaliar a presença de radiação de fuga. Se a radiação está ultrapassando a sala clínica, o teste determina o plano de radioproteção, que vai definir a necessidade de blindagem da sala e uso de biombos de chumbo. O Programa de Garantia de Qualidade (PGQ) verifica a calibração da potência do aparelho e estabelece cronograma de manutenção preventiva.
Fotopolimerizadores - Os fotopolimerizadores possuem uma lâmpada dicróica, um cooler (ventilador), temporizador com bip (alguns soam muito alto) e a ponteira de fibra ótica. Certos modelos possuem timer “inteligente” que retoma o ciclo quando interrompido. Outros possuem o radiômetro acoplado, para informar se a lâmpada atinge a luminosidade necessária. Estes opcionais podem aumentar o custo do equipamento. O melhor é escolher o produto que apresenta o melhor preço e a melhor ergonomia.
Emergência - Alguns equipamentos de baixo custo mas de vital importância no caso de atendimento de eventuais situações de emergência devem se incorporados aos estabelecimentos. Entre estes aparelhos estão o esfigmomamômetro (para medir a pressão arterial), estetoscópio (verificação de pulso), ambu (ventilação do paciente) e cilindro portátil de oxigênio (para manutenção da respiração durante transporte do paciente).
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ESPECIAL
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Apoio multidisciplinar, saída inteligente F
azer tudo isso sozinho, para o CD que acabou de se formar e que não vai dividir um consultório/clínica já montado, pode ser uma via-crúcis. A contratação de profissionais especializados e mesmo de consultorias podem ser a solução. Hoje há arquitetos preparados para projetar e montar clínicas odontológicas, inclusive com avançado conhecimento de biossegurança, além do desejado comprometimento de montar um ambiente adequado a receber pacientes. A missão do consultório - se será dedicado ao atendimento de crianças, jovens, idosos, pacientes especiais ou outros - deve estar na pauta antes de qualquer decisão de montálo. O entorno da clínica deve ser analisado antes mesmo de se alugar ou construir as dependências físicas, uma vez que esse fator é muito importante para o paciente que venha de transporte público ou de carro, e, muitas vezes, pode influenciá-lo a fazer regularmente as visitas a seu cirurgião-dentista. Se será numa casa ou num edifício, entradas específicas para acesso de pessoas desabilitadas e/ou elevadores devem ser ponto crucial no projeto do consultório, antes mesmo de se pensar na salas de espera, de atendimento, de desinfecção, dos banheiros. A ambientação interna é outro item imprescindível que auxilia ou não no relacionamento com o paciente/cliente. Uma decoração simples – temática ou não –, mas harmoniosa, confortável, com tons adequados de pintura, colocação de quadros e plantas, revistas atualizadas, iluminação, banheiro impecável, inclusive com fio dental e enxaguatório bucal à disposição do paciente, limpeza rigorosa e posicionamento
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Início de instalação elétrica (1), com resultado final (2) e obra hidráulica (3)
Raio X exige normas de segurança e proteção
correto da recepcionista são, praticamente, o cartão de visita do profissional e diz muito sobre o que se pode esperar do tratamento dentário. Outro aspecto que não pode ser deixado de lado, especialmente em tempos de marketing especializado para a área, é a identidade visual do ambiente, que engloba desde a logotipia para fachadas ou entrada, passando pelo cartão de visitas profissional da clínica, aos uniformes do pessoal de apoio e outras ações que mantenham o relacionamento com o cliente na mais perfeita sintonia. Além de profissionais como os arquitetos e os engenheiros – consulte os conselhos de classe para referência –, há consultorias treinadas para dar suporte a esta importan-
te mas burocrática e difícil parte que antecede o funcionamento de uma clínica ou consultório, seja ele de que tamanho for. Com tudo montado e pronto para atender o paciente, o CD se depara com outras questões de suma importância para o futuro da carreira: a administração e o gerenciamento do consultório como uma empresa, o que ele realmente é e como deve ser tocado pelo dono, o CD empreendedor. Este assunto será foco de próxima reportagem especial do JABO. Serviço Anvisa: www.anvisa.gov.br Imbravisa: www.inbravisa.com.br Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea): www.confea.org.br
HARMONIA: Sala de espera planejada é cartão de visita do consultório
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SAÚDE
MS faz consulta pública para ampliar idade de doador de sangue O Ministério da Saúde abriu consulta pública em que propõe estender a faixa etária dos doadores de sangue no Brasil. O objetivo é ampliar o número de doadores e, consequentemente, aumentar a quantidade de bolsas coletadas durante o ano. A proposta é que jovens com 16 e 17 anos (que tiverem autorização dos pais) e idosos entre 65 e 68 anos sejam incluídos na lista. Atualmente, somente pessoas com idade entre 18 e 65 anos podem doar. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue, o slogan Novo Sangue para o Mundo,
exaltando o papel dos jovens na manutenção dos estoques mundiais de sangue. Levantamento da OMS feito em 14 países aponta que mais da metade dos doadores tem menos de 25 anos de idade e o objetivo da entidade é incentivar os jovens a cada vez mais doarem sangue seguro. A idade estipulada pela OMS como ideal para ser doador é entre os 18 e os 65 anos. Mas em muitos países doações são feitas por jovens a partir dos 16 anos, desde que com consentimento dos pais. A OMS reforça, ainda, o caráter voluntário da doação, por ser esta forma a mais segura e com menor risco de exploração.
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3º SETOR
IPM homenageado pela Câmara Municipal de Barueri A Câmara Municipal de Barueri (São Paulo) prestou homenagem aos colaboradores do projeto Ações Sociais e Cidadania, entre eles o Instituto Pedro Martinelli/PróOdontologia (IPM), que vem contribuindo com o movimento.A entidade tem apoio da ABO. Anualmente, o IPM entrega cerca de 1.500 kits do Dr. Dentuço, cedidos pela Colgate-Palmolive, à Fundação Instituto de Barueri para serem distribuídos a escolas que atendem crianças carentes da região. Neste ano, o IPM também enviou, através do projeto de Barueri, outros 1.500 kits de higiene bucal da Colgate à cidade de Berilo, no Vale do Jequitinhonha, cuja população vive em extrema pobreza. O logotipo do IPM integra, agora, o painel da entrada da Câmara Municipal de Barueri, que presta, desta forma, homenagem a seus colaboradores no Projeto Ações Sociais e Cidadania. Em cerimônia realizada dia 31 de março deste ano, a presidente do IPM, Sílvia Martinelli, e o diretor Alexandre Martinelli receberam diploma de agradecimento das mãos do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, e de Sonia Furlan, que está à frente do projeto social (foto). ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
FO-USP
Banco de Dentes recebe doações A Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FO-USP) recebe doações para seu acervo de dentes humanos. As peças podem ser enviadas para o Banco de Dentes Humanos da USP, na Avenida Lineu Prestes, 2.227, Cidade Universitária, SP, CEP 05508-900. A unidade recebe dentes em qualquer estado, inclusive infantis, para utilização por 800 alunos da escola em pesquisa e ensino. Após a utilização em treinamento laboratorial e em pesquisa, o material é descartado. Segundo a FO-USP, atualmente, o estoque de dentes humanos é suficiente para trabalhar somente até julho. O ato de doar dentes contribui para o desenvolvimento científico. Cada futuro dentista precisa, em média, de 30 dentes por ano para estudar adequadamente. Em muitas ocasiões, alunos da FO-USP já tiveram seus estudos prejudicados pela falta dessas doações. Em setembro será lançada a Associação Brasileira de Bancos de Dentes, pela Sociedade Brasileira de Pesquisas Odontológicas, para trabalhar em nível nacional a importância da doação de dentes a essas instituições. Das 193 faculdades de Odontologia brasileiras em funcionamento hoje, apenas 10% possuem bancos de dentes estruturados.
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ABO/RN de casa nova
MAQUETE da nova sede ABO e onde funcionará a UniABO no RN
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ABO/Rio Grande do Norte completa, em 2010, 80 anos de existência com uma grande realização: a construção de sua nova sede, cuja estrutura serve, também, às atividades científicas da UniABO na Seção, que tiveram início no final da década de 70, com a criação da primeira turma do curso de especialização em Prótese Dentária. A ABO/RN celebra o sucesso de sua empreitada com o montante de 1.831 profissionais já formados pela escola, distribuídos entre cursos de pós-graduação e cursos técnicos. Hoje, a Seção conta com 14 cursos em andamento, sendo sete deles de especialização, três de aperfeiçoamento, um de atualização e três técnicos, somando 190 alunos em processo de qualificação profissional. A nova sede, a ser inaugurada em breve, foi projetada com inovadora estrutura física, contendo quatro clínicas – duas delas já estruturadas para o fim do ano.
A seguir, os cursos de especialização oferecidos pela UniABO no Rio Grande do Norte. Mais detalhes e informações sobre cursos de outras naturezas estão disponíveis no site da ABO/RN (www. aborn.org.br). CTBMF Coordenador: Rômulo Dias de Oliveira Duração: 36 meses Dentística Restauradora e Estética Coordenadora: Cláudia Cristina Galvão Xavier Duração: 24 meses Endodontia Coordenadora: Rosângela Lustosa d’Ávila Pinheiro Daniel Duração: 22 meses Implantodontia Coordenadora: Delane Maria Rego Duração: 24 meses Odontologia Legal
Coordenadora: Dilana Duarte Lima Dantas Duração: 18 meses Odontopediatria Coordenadora: Maria da Conceição P. P. Solano Duração: 24 meses Ortodontia Coordenador: Otávio José Praxedes Neto Duração: 36 meses Periodontia Coordenador: Fernando José de Oliveira Nóbrega Duração: 17 meses Prótese Dentária Coordenador: Antônio Ricardo Calazans Duarte Duração: 24 meses
FIQUE ATENTO! Prêmio UniABO tem inscrições até 10/7 As inscrições para o Prêmio de Excelência em Odontologia, promovido pela UniABO – Escola de Educação Continuada da Rede ABO, podem ser feitas até dia 10 de julho nas Seções Estaduais da entidade. O prêmio vai selecionar trabalhos clínicos e científicos realizados pelos alunos das escolas. Dividida nas categorias caso clínico e pesquisa científica, a premiação vai dar R$ 3.000,00 para o primeiro colocado em cada categoria, além da publicação do seu trabalho na Revista ABO Nacional. O prêmio ainda terá uma etapa nacional, com inscrições até 15 de julho, quando vão ser selecionados os vencedores entre oito trabalhos finalistas de cada categoria. A seleção final será realizada durante o FDI’2010, em Salvador. Mais informações na UniABO da sua Seção Estadual.
ATENÇÃO, ANUNCIANTES: JABO 126 A edição 126 do JABO, referente aos meses de julho/agosto próximos vai circular no Congresso FDI’2010, que acontece de 2 a 5 de setembro em Salvador (Bahia), com a presença de 12 mil participantes. Reserva de espaço publicitário até dia 23 de julho; entrega de anúncio, 30 de julho. PARTICIPE! Informe-se: abo@abo.com.br - mncomunicacao@uol.com.br ponto4@ponto4.com.br
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UN NI A B O U
ABO/GO: vocação para a educação sala de interpretação radiográfica e para estudos de Ortodontia; duas clínicas em sistema convencional, com 12 equipos odontológicos cada, contendo serviço de raio X e ambiente próprio para lavagem de instrumentais; uma clínica de apoio com três equipos odontológicos; uma vídeo-clínica com um equipa odontológico, microcâmera e sistema de transmissão de som e imagens; laboratório para procedimentos protéticos; central de esterilização; Núcleo de Diagnóstico Bucal equipado com dois aparelhos de raio X periapical, um aparelho de raio X extra-bucal (panorâmica e telerradiografia), câmara escura com processadora automática e sala para laudos; almoxarifado; biblioteca informatizada com acervo de 800 livros da área odontológica e serviços de empréstimo de publicações e fitas de vídeo, fotocópias de artigos e periódicos, acesso à Internet, scanner, auxílio em pesquisas, levantamento e comutação bibliográfica; e refeitório, entre outros ambientes.
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vocação da ABO/GO para o ensino vem desde o nascimento da Seção, em 1947, quando ela ainda se chamava Associação Profissional dos Odontologistas do Estado de Goiás. A entidade surgiu com o objetivo de promover a atualização profissional por meio de cursos, congressos e outras atividades de cunho científico. Desde a criação do primeiro curso de especialização da ABO/ GO, em 1986, a Seção já formou cerca de 900 especialistas em Endodontia, Periodontia, Dentística, Prótese Dentária, Odontopediatria, Ortodontia, CTBMF, Implantodontia, Radiologia e Imaginologia Odontológica e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais. Atualmente, mais de 143 profissionais estão em formação, incluindo o novo curso oferecido, Odontologia Legal. Os cursos de atualização, complementares, de extensão e de aperfeiçoamento já atenderam mais de 21 mil profissionais. Em 2009, cerca de 300 alunos foram distribuídos nessas modalidades, que contam com uma série de atividades gratuitas, entre palestras, conferências, seminários, jornadas odontológicas e semanas acadêmicas. A Seção tem demonstrado preocupação contínua com a qualidade das atividades científicas que promove, levando renomados professores e especialistas para ministrá-las e propiciando todo o suporte necessário para desenvolvê-las. Todo esse cuidado tem atraído alunos de todas as regiões do Brasil e de vários países. A ABO/GO também oferece cursos de atualização e aperfeiçoamento para outros profissionais,
ACONTECE
Genética O periódico Clinical Cancer Research, em estudo publicado em sua edição on-line, relatou que pesquisadores da área odontológica identificaram marcadores genéticos na saliva que poderiam auxiliar na detecção de câncer bucal. Os marcadores, chamados de microRNAS, são moléculas produzidas nas células que possuem a capacidade
UniABO em GO já formou 900 especialistas em suas clínicas, desde 1986
como técnicos e auxiliares em Saúde Bucal (TSBs e ASBs, respectivamente) e técnicos em Prótese Dentária (TPDs), com o objetivo de melhor qualificá-los para a atuação no mercado de trabalho. A UniABO em Goiás funciona na sede da ABO/GO (Avenida Itália, 1184, Jardim Europa, Goiânia), e conta com estacionamento próprio; Central de Atendimento ao Paciente (CAP), com ampla recepção, sanitários, TV, sala de arquivos, sala de higienização (escovódromo) e Departamento de Saúde Bucal; secretaria informatizada em rede e com serviços de cópias; auditório climatizado para 150 lugares; três salas de aula climatizadas, com equipamentos de áudio e projeção e capacidade para 30, 40 e 60 alunos; salas de aula laboratoriais;
de, simultaneamente, controlar a atividade e avaliar o comportamento de múltiplos genes.De acordo com a American Cancer Society, cerca de 35,7 mil novos casos de câncer da cavidade bucal e da orofaringe serão diagnosticados nos Estados Unidos neste ano, com a estimativa de que 7,6 mil pessoas morreram desses cânceres em 2009.
Confira, abaixo, os cursos de especialização oferecidos atualmente pela UniABO em Goiás. A lista completa de cursos e demais atividades científicas pode ser acessada no site da ABO/ GO (www.abo-go. org.br). Dentística Restauradora Coordenador: Luiz Narciso Baratieri Duração: 22 meses Dentística Restauradora Coordenador: Alberto Magno Gonçalves Duração: 24 meses Endodontia Coordenador: Carlos Estrela Duração: 24 meses Implantodontia Coordenador: Sebastião Alves Ribeiro Filho Duração: 28 meses
Contratos Recentemente, o Código de Defesa do Consumidor(CDC), regido pela Lei 8.078/90, teve duas alterações, sendo uma delas a que determina que os contratos de adesão sejam redigidos com fonte igual ou superior ao tamanho 12 para facilitar a leitura e a compreensão do documento. A outra também diz respeito ao dia a dia de todos e proíbe a publici-
Odontologia Legal Coordenador: Rhonan Ferreira da Silva Duração: 18 meses Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais Coordenadora: Cerise Castro Campos Duração: 18 meses Odontopediatria Coordenadora: Anelise Daher Vaz Castro Duração: 24 meses Ortodontia e Ortopedia Facial
Coordenador: Jairo Curado de Freitas Duração: 36 meses Periodontia Coordenador: Luís Fernando Naldi Ruiz Duração: 23 meses Prótese Dentária Coordenador: Sicknan Soares da Rocha Duração: 26 meses Radiologia e Imaginologia Odontológica Coordenadora: Tessa de Lucena Botelho Duração: 18 meses
dade de qualquer bem ou serviço durantes ligações que o consumidor fizer a fornecedores. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entende que o Código de Defesa do Consumidor é norma dotada de generalidade, ou seja, não procura regular detalhes das relações de consumo, mas sim estabelecer os parâmetros em que essas relações devem ocorrer.
PUC - MG Já está funcionando o primeiro banco de dentes da PUC-MG. Podem ser feitas doações de dentes permanentes e temporários para utilização no ensino e na pesquisa do Departamento de Odontologia (ICBS). O objetivo é suprir a carência no fornecimento de dentes para treinamento dos acadêmicos. Informações: (31) 3319.4417.
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CONSULTÓRIO Gestão e Marketing
PESQUISA
Economizando em materiais dentários
Pesquisadores brasileiros realizam simpósio na reunião da IADR A programação científica da Reunião Anual da International Association for Dental Research (IADR) deste ano, que acontece de 14 a 17 de julho em Barcelona (Espanha), terá simpósio organizado pelos pesquisadores brasileiros Alexandre Vieira, que atua nos EUA como professor de Biologia Oral da Universidade de Pittsburgh, e Jaime Cury, docente da área de Bioquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp. O tema da atividade é Novos Rumos na Pesquisa em Cariologia e seu conteúdo vai abordar principalmente duas áreas de pesquisa ligadas aos aspectos etiológicos da doença: avaliação de risco a partir de abordagens populacionais, e estudos para Alexandre Vieira identificação de genes e marcadores genéticos que podem influenciar no diagnóstico, prognóstico e tratamento. O simpósio terá como ministradores Amid Ismail (EUA), falando sobre Avaliação de Risco para Cárie Baseada em Evidência; Richard Watt (Inglaterra), abordando Estratégias de Avaliação de Riscos para a Cárie Baseada em Determinação Populacional; Mary Marazita, com o tema Viabilidade de Estudos Genéticos Populacionais Extensos em Cárie. Alexandre Vieira vai ministrar ainda a apresentação Razões pelas quais a Genética é Importante para o Risco de Cárie Individual. A Reunião Anual da IADR é o principal encontro da ciência odontológica mundial, com programação científica ampla, de alto nível e diversificada, dividida em cerca de 40 programas, como Behavioral, Epidemiologic and Health Services Research; Cariology Research; Craniofacial Biology; Dental Anesthesiology Research; Dental Materials; Diagnostic Sciences; Education Research, entre outros. A entidade ainda tem hoje uma brasileira como presidente eleita, Maria Fidela de Lima Navarro, docente e pesquisadora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. Mais informações: www.iadr.org ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
LIVRO
Perfil do CD em download no Portal ABO A publicação Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-dentista Brasileiro, que reúne os resultados da pesquisa de mesmo nome, já pode ser baixada pelo Portal ABO (www.abo.org.br). O projeto levantou dados diversos da profissão, como o número de cirurgiões-dentistas em atividade no Brasil, distribuição geográfica, formação educacional, renda, entre outros indicadores. A pesquisa foi desenvolvida pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e Observatório de Recursos Humanos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da USP, e ainda contou com a colaboração de entidades odontológicas, como a ABO Nacional, CFO, ABO, Abeno, APCD, além da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para fazer o download: www. abo.org.br ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
SAÚDE
H1N1: AMO vacina mais de 200 pessoas A Associação Maringaense de Odontologia (AMO), em parceria com a Secretaria de Saúde de Maringá (PR), vacinou, no dia 11 de junho, cerca de 210 pessoas contra a gripe A. A ação teve como foco os cirurgiões-dentistas de Maringá, mas acabou sendo estendida a toda a comunidade. Segundo o presidente da entidade, Caio Cariani, a iniciativa foi tomada para atender quem perdeu o prazo da campanha de vacinação do governo federal. “Mais uma vez a AMO reforça seu papel como entidade social, por meio de parcerias que rendem benefícios à população de Maringá”, disse. Em 2009 o Paraná registrou um dos maiores índices de mortes causadas pelo H1N1, aproximadamente 1.330. Fonte: Informativo da AMO
O assunto desta coluna é de interesse de todos os cirurgiões-dentistas, pois as sugestões que apresentaremos se aplicam à compra de materiais dentários e colaboram no processo para aquisição de vários itens profissionais ou residenciais. Nela, abordaremos alguns vícios comuns na compra de materiais de consumo diário. Também daremos algumas dicas úteis para tornar essa função mais econômica e fácil, ao alcance de sua secretária ou auxiliar
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omprando sempre num mesmo lugar, sem consultar outros fornecedores, você ficará dependente deste habitual, dentro das conveniências dele, e não acompanhará os preços, bem como as ofertas dos concorrentes, que muitas vezes são melhores. Se comprar sempre de um mesmo vendedor, talvez por influência da secretária, que ficou sua amiga, não consultando os vendedores dos seus concorrentes, será influenciado somente pelas propostas que ele tem. Cuidado com empresas desconhecidas ou novos vendedores, bem como produtos muito convidativos, que o levem posteriormente a comprar instrumentos, aparelhos ou kits, para depois ter que adquirir complementos que só existem naquela empresa. Alguns fornecedores adotam essa estratégia de conquista através de itens de maior uso a preços mais baixos, para realizar lucros maiores nos itens complementares, que só serão encontrados neles. No somatório, sairão mais caros! Uma forma prática de quebrar estes paradigmas de compras é estabelecer uma regra geral de só autorizar compra de rotina com cotação de três fornecedores, por escrito, ou de cinco, caso seja item de maior monta ou que não se compre sempre. Pense duas vezes antes de comprar produtos rotineiros e cinco vezes antes de comprar coisas diferentes, principalmente as de maior monta. Raciocine com a razão e não com a emoção. Pergunte-se ser realmente necessário o que está sendo oferecido. Não decida no mesmo dia e depois avalie pela real necessidade. Uma forma de racionalizar estas compras é ter uma ficha de controle dos itens comprados habitu-
almente, onde deve estar anotado o último preço pago, a data da compra e onde foi realizada, procedimento que pode ser simplificado anotando-se essas informações na própria embalagem, que será guardada como lembrete para a próxima compra. Para otimizar esse procedimento, você pode estabelecer, de tempos em tempos, quais são os lugares que devem ser consultados sempre, em função das ofertas que costuma receber pela Internet ou pelo correio. Fazer essas consultas pela Internet tem uma vantagem adicional que é a de cotar em outras cidades, aproveitando-se que muitas empresas hoje não costumam mais cobrar pelo envio a partir de um valor razoável. Além disso, a secretária não perderá tempo tendo que ouvir as supostas vantagens e argumentos de um só vendedor, já que terá todas essas na forma de e-mails aos quais você mesmo terá acesso, avaliará e decidirá. Essas pesquisas pela Internet podem ser feitas por um só e-mail, com um texto padrão fixo e espaço ao final para colocar os produtos que deverão ser cotados. Essa carta padrão de consultas deverá ser salva no seu computador para uso sempre que necessário. Além disso, seu envio pode ser feito de uma só vez, usando o recurso da cópia oculta. Desta maneira, quem recebe sabe que não é o único que está sendo cotado, mas não saberá quem são os outros que estão competindo e tratará de melhorar sempre na cotação dos preços e nas condições de pagamento. Consultar diversos fornecedores ainda o habilita a receber brindes e amostras grátis de muitos interessados em fornecer os produtos, o que não aconteceria se não fizesse as cotações, pois alguns
Antônio Inácio Ribeiro* fornecedores não sabem de seu interesse ou existência. Outra dica é pedir para que a auxiliar anote tudo o que vai sendo pedido durante o mês e o seu preço, não só para facilitar a conferência da nota, mas também para ter controle do quanto foi gasto no período, comparando-o ao mês anterior. Adotando esses procedimentos estará certamente gerando economia e diminuindo seu custo, que é uma forma de melhorar o resultado financeiro do consultório ou da clínica. Aproveite os recursos da Internet, gaste menos, economize tempo, ganhe alternativas e saiba as novidades que estão surgindo, sem ficar usando sempre a mesma coisa, que nos dias de hoje pode não ser mais a melhor alternativa. E é quase sempre mais cara! Como foi sucesso no número anterior o oferecimento do livro 100 Motivos para ir ao Dentista, disponibilizo através desta coluna meu outro livro em linguagem leiga para ser enviado na forma de emails semanais ou quinzenais a amigos, parentes, vizinhos e clientes: Tudo sobre Implantes Dentários, já que agora a prótese sobre implantes está acessível à maioria. Com estes envios, não só estará informando sobre mais razões para virem ao consultório, como motivando-os a fazê-lo, além de promover a Odontologia, já que alguns, ao gostarem das informações neles contidas, enviam esses e-mails à sua lista de amigos. Peça o livro grátis pelo email ribeiro@ odontex.com.br. * Assessor de Marketing e Gestão da ABO Nacional, professor de Marketing do MBA Gestão de Negócios na Área da Saúde da São Leopoldo Mandic, MBA em Marketing pelo ISAE da Fundação Getúlio Vargas, especialista em Marketing pela PUC do Paraná e administrador pela Universidade Mackenzie de São Paulo. www. odontex.com.br
Inscrições: Prêmio México de Ciência Está aberto até 1º de outubro a inscrição para o Prêmio México de Ciência e Tecnologia 2010, voltado a pesquisadores do Caribe, América Latina, Espanha e Portugal. Os candidatos devem ser indicados por uma instituição de pesquisa também sediada nessas regiões. A premiação procu-
ra distinguir pesquisadores que tenham contribuído de forma significativa para o avanço tecnológico ou o conhecimento científico. o prêmio deste ano é de 600 mil pesos mexicanos (cerca de R$ 86 mil). Na edição de 2008, a vencedora foi a brasileira Mayana Zatz, professora do Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo (USP). Miguel Ángel Alario y Franco, professor da Faculdade de Ciências Químicas, da Universidad Complutense de Madrid (Espanha), foi o ganhador da edição de 2009. Edital: http:// www.ccc.gob.mx/ima ges/stories/convocatorias/2010/ diptico_pm_portugues_2010.pdf
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SUPLEMENTAR
ABO defende CBHPO e contesta novo rol da ANS A
Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC), composta por CFO, ABO, ABCD, FIO e FNO, lançou, no último dia 11 de maio, em Brasília (DF), a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos (CBHPO), que oferece valorações relativas dos procedimentos reconhecendo o trabalho profissional e seus custos operacionais. Na ocasião, o presidente nacional da ABO, Newton Miranda de Carvalho, reafirmou o engajamento da entidade na formulação do CBHPO e seu uso em todo o território nacional e denunciou os prejuízos que, “ao caminhar na contra-mão”, a ampliação do número de procedimentos na cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde acarreta. Na presença das maiores representatividades da Odontologia nacional, de deputados federais e de representantes do Ministério da Saúde, entre outras autoridades, Miranda lembrou que “a ABO sempre esteve, está e estará a favor de toda e qualquer medida que beneficie o cirurgião-dentista brasileiro e a Odontologia”, e que “o CBHPO é um importante instrumento de valorização profissional”. Para ele, o documento ajuda a suprir carências na formação profissional. “Infelizmente, o cirurgião-dentista não é preparado para o mercado na faculdade – com raras e honrosas exceções –, e o CBHPO ajuda a minimizar os danos dessa carência ao fornecer recursos para disciplinar a relação do profissional com o mercado”, defendeu. O tesoureiro-geral da ABO, Wesley Borba Toledo, também participou do lançamento. Por outro lado, o presidente nacional da ABO ratificou a oposição da entidade à ampliação do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, em vigor desde o último dia 7 de junho com 16 novos procedimentos odontológicos obrigatórios. É o que determina a Resolução Normativa 211, publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 12 de janeiro último, no Diário Oficial da União. Para a ABO, embora num primeiro momento a medida pareça positiva, ela pode trazer consequências danosas aos cirurgiões-dentistas e à própria população. “Com a ampliação do rol, as mensalidades dos planos mais básicos devem subir, impedindo que muitos usuários das classes C e D continuem tendo acesso a esse serviço”, explicou Miranda. O presidente nacional da ABO também destacou que o valor que o cirurgião-dentista recebe do plano vai continuar defasado, embora ele tenha que realizar, agora, procedimentos que lhe custam mais caro. “Com isso, o profissional trabalhará desmotivado, podendo até abandonar o plano.” A oposição da ABO à inclusão de novos procedimentos odontológicos no rol foi ratificada pelo Conselho Deliberativo Nacional (CDN) durante o 5º Ciopi, em Te-
resina (PI), no último mês de maio. “Agora, a ABO tem um posicionamento legítimo sobre a saúde suplementar em Odontologia no Brasil, alcançado após discussões democráticas entre representatividades de todas as suas Seções, e nosso papel é defender essa posição em todas as instâncias ca-
bíveis”, disse Miranda. A íntegra do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde está disponível para acesso no site da ANS (www.ans.gov.br). Já as informações do CBHPO serão divulgadas pela ABO Nacional em seus veículos de comunicação tão logo sejam liberadas para acesso.
Novos procedimentos Confira os novos procedimentos que os cirurgiões-dentistas estão passíveis de realizar através dos planos odontológicos
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Condicionamento em Odontologia
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Coroa unitária provisória com ou sem pino provisório para preparo de restauração metálica fundida (RMF)
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Exérese de pequenos cistos de mandíbula/ maxila
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Panorâmica de mandíbula/maxila (ortopantomografa)
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Punção aspirativa com agulha fina / coleta de raspado em lesões ou sítios específicos da região bucomaxilofacial
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Reabilitação com coroa de acetato, aço ou policarbonato
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Reabilitação com coroa total de cerômero unitária – inclui peça protética
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Reabilitação com coroa total metálica unitá ria – inclui peça protética
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Reabilitação com núcleo metálico fundido/ pré-fabricado – inclui peça protética
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Reabilitação com RMF unitária - inclui peça protética
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Redução de luxação da ATM
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Teste de fluxo salivar
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Tratamento cirúrgico de fístulas buconasais ou bucosinusais
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Tratamento cirúrgico de tumores benignos e hiperplasia de tecidos ósseos/cartilaginosos na mandíbula/maxila
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Tratamento cirúrgico de tumores benignos e hiperplasia de tecidos moles na mandíbula/maxila
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Tratamento cirúrgico de tumores benignos odontogênicos sem reconstrução
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O D O N T O S/A
Antissépticos bucais Colgate em novas embalagens de 2 litros
PROJETO Ação Global Nacional, em Diadema (SP)
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ara ampliar sua linha de antissépticos bucais à base de Clorhexidina, a Colgate-Palmolive apresenta agora a nova embalagem com 2 litros para a versão tradicional do Colgate PerioGard. A nova embalagem destaca os benefícios do produto. Segundo a empresa, o PerioGard é um antisséptico antibacteriano comprovadamente seguro e eficaz em prevenir problemas de gengiva. O produto também está disponível na versão sem álcool. Outra opção em enxaguatórios da Colgate também encontrada na versão 2 litros é o Colgate Plax Sem Álcool. Sua fórmula é também sem corante e com flúor, e foi de-
senvolvida para pessoas que consideram desagradável a sensação de ardor provocada por antissépticos com álcool. Ação Global Em área de atuação paralela, a Colgate participou do Projeto Ação Global Nacional realizado em Diadema (Grande São Paulo), em 22 de maio. A empresa levou educação em higiene bucal para cerca de 4 mil crianças com o apoio de um escovódromo, além da campanha mundial Lave suas Mãos com Protex. Esta atividade é realizada em parceria com a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública e apresenta recomendações sobre o uso
consciente da água e instruções sobre a maneira correta de lavar as mãos, como forma simples e eficaz de prevenir doenças. As iniciativas voltadas à educação em higiene bucal da ColgatePalmolive fazem parte do Programa Sorriso Saudável, Futuro Brilhante, realizado desde 1995. No Brasil, mais de 40 milhões de crianças em 27 estados brasileiros já foram beneficiadas. Mais informações: www.colgateprofissional.com.br
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FGM lança três novos produtos no mercado odontológico Ainda neste mês de maio, a catarinense FGM Produtos Odontológicos lança no mercado do setor o Dessensibilize NanoP, o sistema adesivo Ambar e o cimento/adesivo Orthocem – todos desenvolvidos através do uso e aplicação da nanotecnologia. O Desensibilize Nano P é uma pasta dessensibilizante e remineralizante de uso profissional que lança mão da nanotecnologia para casos de hipersensibilidade e de necessidade de remineralização dental. O produto foi desenvolvido a base de fosfato de cálcio nanoestruturado, na forma de cristais de hidroxiapatita, que agem obliterando túbulos dentinários e integrando-se à estrutura dental. Adicionalmente, o efeito dessensibilizante é potencializado pelo nitrato de potássio (com seu efeito dessensibilizante de fibras nervosas); o efeito remineralizante, pela presença de fluoreto de sódio. O dessensibilizante é indicado para hipersensibilidade dentinária associada à recessão gengival, profilaxia, raspagem e alisamento corono-radicular, e como remineralizador na prevenção de lesão cariosa em pacientes de alto risco a cárie, ortodônticos e xerostômicos, entre outros. A embalagem do produto contém uma seringa de 3 g e cinco ponteiras aplicadoras. Já o Ambar é um sistema adesivo convencional de dois passos com
solvente a base de etanol, cuja fórmula foi desenvolvida para garantir elevada resistência adesiva e longevidade clínica. Segundo a empresa, o filme adesivo gerado por Ambar após a fotopolimerização é estável e resistente, reforçado pela carga de nanopartículas. O produto é indicado para restaurações diretas em compósitos (classes I, II, III, IV e V), cimentação adesiva (em conjunto com cimento resinoso) de peças protéticas em fibra de vidro, compômero, cerâmica, resina e metal. O adesivo ainda é indicado para reparos adesivos em cerâmicas e compósitos. Ambar está disponível em frasco de 6 ml. O OrthoCem, por sua vez, tratase de um cimento/adesivo desenvolvido com o auxílio de especialistas da área ortodôntica destinado à cimentação de bráquetes feitos em policarbonato, metal e cerâmica. Por ser fotopolimerizável, permite ao profissional a instalação imediata do arco ortodôntico. Outra vantagem apontada pela FGM é a redução de um passo clínico, pois a seringa única já contém o primer incorporado ao adesivo. As embalagens do produto trazem uma seringa com 4 g de OrthoCem, um condicionador ácido (Condac 37) e instruções para o profissional. Mais informações: www.fgm.ind.br
OdontoPrev planeja quadruplicar ações em circulação Em proposta prevista para ser votada em assembleia, dia 1 de julho, a OdontoPrev planeja desdobrar suas ações à proporção de quatro para uma. A ideia é ampliar a base de investidores individuais, tornando o lote padrão de negociação da companhia mais acessível, passando dos atuais cerca de R$ 6 mil para algo próximo a R$ 1,5 mil. Outra medida a ser votada é a incorporação da Bradesco Dental, seguradora adquirida pela empresa em 2009, com objetivo de acelerar a obtenção de sinergias e ganhos de eficiência operacional e comercial, já a partir do segundo semestre. Dividendos - No primeiro semestre de 2010, devem ser somados cerca de R$ 435 milhões desembolsados aos acionistas da companhia. Em fevereiro foram distribuídos R$ 72 milhões em dividendos, relativos a 2009; em abril, $ 115 milhões em redução de capital, e outros R$ 248 milhões serão pagos no semestre, cumprindo-se os requisitos da assembleia de 25 de março. De acordo com a diretoria de Relações com Investidores da Odontoprev, trata-se de um fluxo de remuneração significativo, apenas três anos após a emissão primária de R$ 171 milhões no Novo Mercado
da BM&FBovespa, em dezembro de 2006. Para cada R$ 1,00 investido, o acionista OdontoPrev tem hoje cerca de R$ 2,50, claramente um dos IPO de maior sucesso no mercado de capitais brasileiro nos último anos. A OdontoPrev também aprovou o aumento do payout (percentual mínimo de distribuição de dividendos) de 25% para 50%, a partir do exercício de 2010. Durante o primeiro trimestre de 2010 a negociação de ações da OdontoPrev cresceu 347% em relação ao mesmo trimestre de 2009, atingindo um patamar médio de R$ 6 milhões por dia na BM&FBovespa. A empresa conta com acionistas em 15 países, concede 100% de direitos de tag-along e é acompanhada por 14 analistas
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QUALIDADE
Dapo vai ampliar presença do Selo ABO no mercado
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ob nova direção desde o começo do ano, com o cirurgiãodentista Oscar Barreiros de Carvalho Júnior à sua frente, o Departamento de Avaliação de Produtos Odontológicos (Dapo) da ABO Nacional continua responsável pela emissão do Selo de Qualidade ABO, mas passa por importantes reformulações, especialmente em suas relações com a iniciativa privada. O objetivo é ampliar a presença do Selo no mercado e os benefícios da medida para a Odontologia e a saúde bucal da população. Se, antes, a credibilidade conquistada pelo Selo garantia que os próprios produtores entrassem em contato com a ABO para solicitar certificação, a ideia agora é ampliar a presença do Selo no mercado através de contato direto do Dapo com as empresas. “O Selo de Qualidade ABO é um importante canal de comunicação da entidade com a população, a maior beneficiada pelo trabalho desenvolvido pelo Dapo, e esse canal precisa ser ampliado, através do aumento do número de produtos certificados e normalizados”, defende Barreiros, doutor em Dentística com Opção em Materiais Dentários pela Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) e professor titular da Fundação Municipal de Educação e Cultura de Santa Fé do Sul (Funec) e da UniABO em Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS). Atualmente, cerca de 370 produtos levam o Selo ABO. Desde 1985, o Selo de Qualidade ABO promove a certificação e a normalização de produtos e equipamentos odontológicos brasileiros. O Dapo é responsável pelas análises e pesquisas dos produtos, incluindo as embalagens e informações ao consumidor. As análises dos produtos que solicitam o Selo de Qualidade ABO contam com a colaboração dos pesquisadores e professores Roberto Vianna, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Federação Dentária Internacional (FDI); Heitor Panzeri, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP; e Elza Helena Guimarães Lara, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP. Certificar para melhorar Para Panzeri, o crescimento do Selo de Qualidade ABO no mercado representa melhoria na qualidade dos próprios produtos. “A aplicação da qualidade, como conformidade de uma norma de determinado pro-
Prof.Oscar Barreiros de Carvalho Jr.
duto, significa avanço tecnológico durante a manufatura deste produto, e isso implica na melhoria da indústria que a diferenciará das demais”, acredita. Assim, as normas de controle de qualidade, apesar de não serem obrigatórias, sugerem credibilidade e aceitabilidade. Segundo ele “a responsabilidade da ABO ao estabelecer essas normas fortaleceu seu conceito e contribuiu com o crescimento da indústria, que buscou essa conformidade como estabelecimento da qualidade de seu produto e da sua própria empresa”. Considerando a relevância das normas já estabelecidas na motivação dos fabricantes de melhorar sua performance na elaboração de seus produtos, é de se esperar que a ampliação dos requisitos estabeleça novos patamares de qualidade. O processo de normalização da ABO segue um programa internacional, cujas diretrizes emanam do Comitê Técnico de Odontologia da Organização Mundial de Normalização (ISO/Technical Committee106), órgão responsável pela normalização de produtos odontológicos em nível mundial. Além disso, o trabalho realizado pelo Dapo revolucionou os mecanismos de análise em higiene oral ao desenvolver equipamentos para novos tipos de ensaios, específicos para as necessidades do mercado nacional, e garantindo precisão, autenticidade e confiabilidade aos resultados obtidos. Criado em 1985, na gestão de Nicolau Tortamano, o Selo de Qualidade ABO ganhou força na gestão de Pedro Martinelli, no início dos anos 90, consagrando-se como parâmetro nacional para qualificar os produtos brasileiros e saindo da sombra do Selo de Qualidade da ADA, tido como padrão de qualidade à época. Naquele contexto, um dos propulsores do Selo ABO foi o Fórum Nacional de Normalização de Produtos Odontológicos e Afins, realizado em setembro de 1992 e organizado pela ABO Nacional em parceria com a Associação Brasileira da
Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo). O evento, presidido pelos pesquisadores Heitor Panzeri e Elza Helena Guimarães Lara, contou com a participação de representantes da comunidade acadêmica odontológica, da indústria, da ABNT e do Grupo Brasileiro de Materiais Dentários (GB MD), além de pesquisadores da área. A repercussão do evento contribuiu para a criação de um clima favorável à expansão do Selo. Em seguida, os dois pesquisadores do Dapo elaboraram a primeira das normas específicas para produtos em higiene bucal, focada em dentifrícios. Saiu também do Departamento da ABO a norma para escovas dentais, que se transformou na Portaria nº 97/SVS, de 26 de junho de 1996, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Elza e Panzeri participaram também, por muitos anos, da análise de processos para aprovação ou liberação de produtos junto ao Ministério da Saúde e ao ISO TC 106, enaltecendo ainda mais o valor do Selo de Qualidade ABO. “Podemos afirmar, com certeza, que os principais objetivos do selo foram alcançados. Com a evolução dele, fabricantes e consumidores desfrutam de produtos de ótima qualidade. Hoje, todos são conscientes dos benefícios surgidos a partir destas normas”, conclui Panzeri. Para ter o Selo Empresas interessadas em encaminhar produtos para avaliação do programa de certificação da ABO devem enviar carta à entidade solicitando análise. Também é preciso enviar estudos já realizados sobre o produto, com análises, pesquisas e formulação, além de informações adicionais que houver. O Dapo requer, em média, 24 unidades de cada versão do produto para seu estudo. Após o recebimento do material, a empresa solicitante recebe um protocolo de pesquisa, informando os objetivos, procedimentos e tempo de avaliação. A realização dos ensaios dura entre 30 e 90 dias, e todas as análises realizadas, materiais e equipamentos utilizados obedecem normas específicas para cada produto. Caso o produto seja aprovado, a empresa fabricante consegue o direito de usar o Selo ABO na embalagem ou na apresentação. Para formalizar o processo e a concessão, é feito um contrato em duas vias e o trabalho original de pesquisa e análise são documentados. Durante os dois anos de vigência do contrato, são realizadas avaliações periódicas, para garantir a qualidade. A vigência do selo é de 24 meses. Se forem encontrados problemas e irregularidades no produto durante os ensaios, a empresa é avisada e são fornecidas a ela informações técnicas necessárias para que o produto seja melhorado e possa ser aprovado futuramente. Mais informações: abo@abo.org.br / (+11) 5083.4000
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SAÚDE BUCAL
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Projeto Um Sorriso pela Estrada beneficia 30 mil em 70 cidades
ESCOVAÇÃO e bochechos completam as informações dadas em palestras
ABO é parceira da iniciativa, que atende mais de 400 crianças por cidade visitada
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e acordo com o último balanço do Projeto Um Sorriso pela Estrada, do qual a ABO é parceira, um público estimado de 30 mil pessoas já participou das atividades do projeto. Em média, foram atendidas 430 crianças por município, sendo que o projeto percorreu, na Bahia, 19 cidades; no Piauí, 15; no Maranhão, 4; em Pernambuco, 12; na Paraíba, 1; em Sergipe, 1; em Alagoas, 2; em Minas Gerais; 7; no Distrito Federal, 9. Nelas, foram realizadas palestras educativas sobre temas relacionados à saúde geral, com destaque para saúde bucal, para crianças, adultos e idosos. Entre os assuntos abordados, Orientações de Alimentação e Higienização para Mães e Crianças; Doença Cárie; Cárie de Mamadeira; Importância do Flúor; Uso do Fio Dental; Odontologia Desportiva; Cárie e Doença Periodontal; Odontologia Geriátrica; Orientação de Higienização de Próteses; Xerostomia; Halitose e Qualidade de Vida. Além das palestras, também foram realizadas atividades práticas, incluindo escovação supervisionada, bochecho com flúor para crianças, adultos e idosos; exame clínico com esclarecimentos sobre os procedimentos a serem realizados; orientação de higienização para dentes naturais e próteses; e uso do fio dental. Houve, ainda, exposição de material didático sobre temas de interesse geral, como amaciamento das cerdas da escova dental; efeito do ácido produzido pelas bactérias na superfície dental; e demonstração de crânio humano indicando a constituição óssea. O público participante recebeu estojos de prevenção contendo escova de dente, dentifrício, fio dental e folhetos explicativos sobre saúde geral e bucal. O projeto – Um Sorriso pela Estrada é um programa social que leva atenção e cuidados à saúde bucal a populações desassistidas de várias regiões do País, e que conta com o apoio e o incentivo da ABO. A ação, idealizada pelas cirurgiãs-dentistas Margareth Monteiro Garrett e Grasiela Garrett da Silva, mãe e filha, garante acesso a informações sobre saúde e higiene bucal ao som da boa música do pianista Arthur Moreira Lima – marido de Margareth e pai de Grasiela. Em 2009, a iniciativa recebeu o prêmio Destaque Sinog em Responsabilidade Social. Mais informações: www.umsorrisopelaestrada.com.br