Clínica de Reabilitação Física-Motora Silvia Galhardi
Clínica de Reabilitação Física-Motora Silvia Galhardi Projeto Urbanístico : Entre nós: Apropriação do vazio
Pontifícia Universidade Católica de Campinas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Trabalho Final de Graduação Discente Ana Lidia Galhardi Marvulle Orientador Joaquim Caetano de Lima Filho
Campinas - São Paulo 2017
AGRADECIMENTOS
À minha família por todo o apoio e encorajamento que recebi durante todo o decorrer do ano e para a realização deste trabalho, além de todo o incentivo que recebi para sempre dar o melhor de mim; Ao meu grupo de TFG, por estar junto comigo em todas as etapas vencidas; Ao Joaquim Caetano de Lima, meu orientador, por me apoiar na decisão de sair de minha zona de conforto ao querer realizar um trabalho numa área nunca trabalhada por mim e por me incentivar a pensar no novo e romper com os padrões atuais estabelecidos na sociedade; À Ana Paula Pedro por toda a base técnica e emocional para a confecção desse trabalho; À Vanessa Bello e ao Luis Amaral por todo o aprendizado que recebi durante as assessorias; E, por último, mas não menos importante, à Deus, por me dar a oportunidade de chegar até aqui e poder passar por essa experiência tendo a orientação de ótimas pessoas e profissionais.
SUMÁRIO Introdução
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Levantamentos Sobre os portadores de deficiência física e reabilitação Deficientes físicos no Brasil Conceituando reabilitação Arquitetura Hospitalar Humanizada: um conceito aplicado no projeto Estudo de Caso: Sarah Lago Norte - Brasília
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Sobre o Centro de Reabilitação Física-Motora Silvia Galhardi Escolha do Projeto Localização Organização espacial Setorização Planta Cota 644.25
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Planta Cota 649.50 Planta Cota 654.75 Planta Cota 660 Planta Cota 665.25 Corte Transversal Detalhes construtivos Pavimentação Placa drenante Piso emborrachado monolítico drenante Sistema fotovoltaico integrado (BIPV) Jardim Vertical Desenhos 3D
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1 INTRODUÇÃO
O Entre nós: apropriação dos vazios é um projeto urbano proposto para uma região periférica da cidade de Campinas que possui grande importância, não apenas pela proximidade com o Aeroporto Internacional Viracopos como pela presença de glebas e vazios urbanos. A área de intervenção é conectada ao centro da cidade pela Rodovia Santos Dumont e pela Rodovia Lix da Cunha, porém também possui uma conexão com várias cidades do estado de São Paulo, principalmente pela Rodovia Bandeirantes. Trabalhando com conceitos como Aerotrópolis e Crescimento Inteligente, o projeto propõe a desconstrução dos padrões atuais de urbanização, aplicando uma nova forma de moradia; priorizando os pedestres e oferecendo outros meios de transporte onde não seja necessária a utilização frequente do automóvel individual; e a valorização dos espaços públicos e equipamentos urbanos, sempre visando uma melhora na qualidade de vida. Devido a carência de espaços de saúde destinados a atender os portadores de deficiência física e motora, é proposto um projeto de centro de reabilitação com a intensão de, não apenas trazer um atendimento diferenciado como proporcionar uma experiência única para os pacientes. Localizado as margens da Rodovia Lix da Cunha e próximo da malha hídrica existente, possui uma composição entre volumes e vegetação, renovando a tipologia projetual dos equipamentos de saúde existentes, principalmente na cidade de Campinas. E, devido sua proximidade e fácil acesso ao Aeroporto Internacional Viracopos, trabalha com vários raios de abrangência, desde local a nacional, a fim de trazer uma melhora na qualidade de vida e independência dos portadores desse tipo de deficiência.
LEVANTAMENTOS
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5 SOBRE OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA E REABILITAÇÃO DEFICIENTES FÍSICOS NO BRASIL
Durante séculos, os deficientes foram chamados de “inválidos”, termo que significa “indivíduo sem valor”, ou seja, o inválido era tido como socialmente inútil, um fardo para a família e para a sociedade. Hoje, porém, preconiza-se o termo “pessoa com deficiência” por ter sido o desejado pelos movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo o Brasil. No imaginário social, ora o deficiente é percebido como debilitado e frágil, ora como alguém com muita coragem e força de vontade. Mesmo quando contextualizada social, cultural e temporalmente, a deficiência traz consigo forte carga emocional às pessoas envolvidas no processo - pais, crianças e demais familiares. (MIDLEJ; RABINOVICH. 2017) Segundo dados do IBGE, coletados em 2010, aproximadamente 73880 pessoas apresentam uma deficiência motora, em seus variados níveis, principalmente naqueles com mais de 65 anos e do sexo feminino, o que corresponde, respectivamente, a 98.3% e 8.5%. (OLIVEIRA, LUIZA M. B. 2017: 8 – 11) Tendo em mente que a deficiência faz parte da condição humana, o centro de reabilitação possui como público alvo qualquer pessoa portadora de deficiência física e/ou motora independentemente da idade e do grau apresentado.
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DEFINIÇÃO DE REABILITAÇÃO Reabilitação: 1. Ato ou efeito de reabilitar(-se). 2. Med. Restauração a normalidade, ou ao mais próximo a ela, de forma e de função do organismo, após trauma ou doença. (FERREIRA, 2000: 583)
“A reabilitação consiste num conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente, assim como sua total inclusão. [...] É completamente voluntaria e, quando fornecida ao longo de uma assistência continua desde o atendimento hospitalar até a reabilitação na comunidade, pode melhorar os resultados de saúde, reduzir custos pela diminuição dos períodos de hospitalização, reduzir a deficiência e melhorar a qualidade de vida” (Relatório mundial: 3,99, 100) Fig 01. Diagrama do Ciclo da Reabilitação. Utilizando como base informações contidas no Relatório Mundial sobre a Deficiência.
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CONCEITUANDO REABILITAÇÃO A reabilitação é um processo cíclico (Fig. 01) que faz uso de vários procedimentos para normalizar funções com o intuito de adaptar o indivíduo com as incapacidades as novas realidades que convivem, resgatando habilidades e oferecendo aos enfermos possibilidades de integração profissional e social. (YENG, 2017:2) Algumas medidas utilizadas são: 1.Medicina de reabilitação
Relacionada com a melhora funcional por meio do diagnóstico e tratamento de condições de saúde, redução de deficiências e prevenção ou tratamento de eventuais complicações que possam surgir antes e/ou durante todo o tratamento. (Relatório mundial, 2017: 104) Segundo Lin Yeng (2017:3,4,6,7), uma parte do tratamento envolve a utilização de meios físicos, representados pelo calor, frio, eletricidade e ondas eletromagnéticas que promovem principalmente relaxamento muscular e previnem deformidades. Esses tratamentos são: •Termoterapia, que consiste na utilização de banhos de contraste, trabalhando com a aplicação do frio e do calor para o tratamento da dor, redução de edema e indução de relaxamento muscular; •Eletroterapia, ou seja a aplicação de corrente elétrica, é bastante utilizada na reabilitação dos doentes com dor, principalmente porque mel-
hora a circulação local e exerce efeito contra irritativo; •Cinesioterapia, onde o relaxamento e fortalecimento muscular é proporcionado pelos exercícios e atividades programadas de terapia ocupacional, promovendo uma redução de edema e inflamação, melhora nas condições circulatórias, aceleração no processo cicatricial e relaxamento muscular, reduzindo a dor e a incapacidade funcional. •Massoterapia, normalmente trabalhada em conjunto com acupuntura para melhor resultado, pois ambos são usados sobretudo para alivio da dor. 2.Terapia
Encarregada de restabelecer e/ou compensar a perda da funcionalidade, bem como evitar ou retardar a deterioração da funcionalidade em todas as áreas da vida da pessoa. (Relatório mundial, 2017: 104) Dentre os vários ramos, a terapia ocupacional é muito aplicada, pois as atividades laborativas e as simulações das atividades de vida diária estimulam a recuperação da forca, da coordenação e da destreza dos segmentos lesados, favorecendo a independência do paciente ao término do tratamento. Assim, na fase final da reabilitação, os doentes devem ser educados para exercer as atividades que executarão durante o retorno ao trabalho e as ativ-
idades realizadas durante o dia a dia. (YENG, 2017:8) As Atividades de vida diária (AVD) são as tarefas de desempenho ocupacional que o indivíduo realiza diariamente, dividindo-se em dois grupos. O primeiro, chamado de autocuidados, envolve escovar os dentes, pentear os cabelos, vestir-se, tomar banho, calçar sapatos, alimentar-se, beber água, fazer uso do vaso sanitário, dentre outros. O segundo, nomeado de tarefas diárias, engloba atividades como cozinhar, lavar louça, lavar roupa, arrumar a cama, varrer a casa, passar roupas, usar o telefone, escrever, manipular livros, sentar-se na cama, transferir-se de um lugar ao outro e etc. (COSTA, 2017) A reabilitação psicossocial também possui grande importância, seja como um apoio individual ou em grupo, pois auxiliam os portadores de deficiência física-motora a aceitarem a doença, encorajando-os a normalizar a vida emocional e a vislumbrar os objetivos de vida. A modificação dos hábitos e atitudes de enfrentamento dos processos dolorosos e dos conflitos cotidianos, o estímulo para o desenvolvimento de atividades lúdicas, físicas e culturais que melhorem a qualidade de vida, a readaptação dos indivíduos às atividades físicas e a expansão das possibilidades de comunicação inter e intrapessoais objetivando independência e autonomia são necessárias para complementar as metas da
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reabilitação. (YENG, 2017:9)
3.Tecnologias assistivas
Definidas como qualquer item, parte de equipamento ou produto usado para aumentar, manter ou melhorar a capacidade funcional de pessoas com deficiência. (Relatório mundial, 2017: 104) Algumas das tecnologias utilizadas são: as órteses, confeccionadas sob medida com material termo moldável ou pré-fabricadas que previnem e minimizam as deformidades, melhoram a marcha, dão suporte e corrigem posturas anormais; faixas elásticas, luvas e meias compressivas; e as próteses, fundamentais em casos de amputação de membros posteriores ou inferiores, possuem finalidade funcionais e estéticas. (YENG, 2017:7 e 8) Devido aos benefícios a reabilitação dos pacientes ocasionados, principalmente por equipes multidisciplinares, a gama de profissionais que trabalham com essa área da medicina é bem vasta, sendo desde fisiatras, psiquiatras, oftalmologistas, neurocirurgiões e cirurgiões ortopédicos, terapeutas ocupacionais, técnicos de órteses e próteses, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e fonoaudiólogos, entre outros. (Relatório mundial, 2017: 104) Sergio Lianza, em seu livro Medicina de Reabilitação, afirma que o médico especializado nesta área da medicina é denominado como reabilita-
dor ou fisiatra e, além de dominar os conceitos da medicina geral, deve possuir conhecimento especializados, como: 1-Características estruturais e funcionais do corpo humano na execução das tarefas da vida diária 2-A história natural das doenças incapacitantes, a fim de possibilitar o diagnóstico das alterações de sua evolução dentro do processo de Reabilitação 3-Efeitos fisiológicos e bioquímicos dos tecidos, órgãos e aparelhos ou sistemas aos estímulos físicos (eletricidade, calor, exercícios etc.) utilizados no processo de cura e reabilitação funcional do organismo 4-Prescrição de aparelhos especiais, tais como talas, órteses, próteses e cadeiras de rodas, para substituir funções prejudicadas ou perdidas. 5-Interpretação de exames especializados que visam objetivar o grau de condicionamento físico, como a ergometria e as provas de função pulmonar, como aquelas que avaliam a função neuromuscular tanto nos seus aspectos quantitativos quanto nos qualitativos, obtidos por meio da eletroneuromiografia e dos potenciais evocados. 6-Recursos das especialidades clinicas e/ou cirúrgicas correlatadas, que possam ser aplicadas na reabilitação do incapacitado 7-Conhecimentos de sociologia, psicologia e laborarerapia, voltados a prevenção da invalidez 8-Coordenação do trabalho multidisciplinar da equipe de Reabilitação
Além de equipes multidisciplinares, as adaptações ocorridas nas moradias e locais de trabalho dos portadores de deficiência física também ajudam na reabilitação dos mesmos. Essas adaptações podem ser divididas em dois tipos: as menores, que consiste na implementação de barras, rampas e sistemas de interfone, por exemplo; e as maiores, conversões em banheiros, construções de anexos, elevadores, etc. (Relatório mundial, 2017: 48) Dados coletados em 2012 mostram que há uma baixa qualidade e produtividade da forca de trabalho em reabilitação em muitos países pelo mundo, principalmente nos que apresentam baixa renda. O Brasil apresenta um total de 1 terapeuta ocupacional para cada 10.000 habitantes, o que, muitas vezes, obriga o profissional ter um grande conhecimento sobre patologias, além de serem bons em realizar diagnósticos, solucionar problemas, tomar decisões clinicas e serem hábeis comunicadores. Tudo isso devido ao treinamento que recebem, levando em consideração a audiência de outros profissionais para consulta e orientação, falta de serviços médicos, tratamento cirúrgico e acompanhamento nos centros de assistência medica primaria. (Relatório mundial, 2017: 114)
9 ARQUITETURA HOSPITALAR HUMANIZADA : UM CONCEITO APLICADO NO PROJETO “O espaço físico não poderá eliminar o sofrimento do paciente, mas pode contribuir para melhorar o seu bem-estar e o dos funcionários através da criação de um ambiente mais humanizado e adequado as suas expectativas e necessidades” (CAVALCANTE, 2017:7)
Essa frase define o principal motivo pela busca por um espaço humanizado dentro, principalmente, das construções destinadas a saúde, que causam um stress em muitos pacientes, como nas equipes medicas e enfermeiros, devido a rotina exaustiva que possuem. Segundo Maria P. Fontes (2017:66,79 e 84) a maneira recente de pensar o hospital teve origem nas grandes transformações do pensamento ocorridas ao longo do período do Iluminismo, devido principalmente a valorização da ciência e do nascimento das ciências medicas. Foi nessa época que, pela primeira vez, adotou-se uma abordagem funcionalista no planejamento do espaço hospitalar. Especialistas tem sugerido recentemente que a arquitetura hospitalar deve contribuir positivamente na recuperação do paciente, pelo motivo dos enfermos “projetarem” sobre o espaço sentimentos e significados internalizados, os quais correspondem a apreensão que fazem dele e o nível de satisfação e/ou insatisfação que apresentam. Desse modo, todo espaço têm um valor social, simbólico e cultural, onde busca-se uma ambiência interna e externa menos “institucio-
nal” possível. Assim, defendem que as construções destinadas a área de saúde devem também apresentam uma aproximação com a arquitetura hoteleira, residencial e comercial. (CAVALCANTE, 2017:7 e 8) Segundo o Ministério da Saúde, ambiência é definida como “um ambiente físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar relacionado a um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.” Dessa forma, a ambiência é, nos serviços de saúde, não apenas marcada pelas tecnologias medicas ali presentes como por comportamentos estéticos ou sensoriais apreendidos pelo olhar, olfato e audição, por exemplo, a luminosidade, a temperatura e os ruídos ambientais. Além disso, é importante o comportamento afetivo expresso na forma de acolhimento e da atenção destinada aos usuários, assim como a interação entre trabalhadores e gestores. (TOLEDO, 2017:7) Dessa forma a humanização também deve ser focada no corpo médico e enfermagem, favorecendo o desenvolvimento de suas atividades. Para Patrícia Cavalcante (2017: 8), ao colaborar para a saúde mental dos funcionários, o espaço contribui para a sua satisfação e favorece uma melhor produtividade e profissionalismo, refletindo no atendimento oferecido aos pacientes. Dentro as muitas recomendações possíveis para garantir a qualidade desejada ao ambiente hospitalar pode-se destacar: proporcionar o conforto luminoso, sonoro e higrotérmico no interior do edifício; assegu-
rar a integração interior-exterior, possibilitando a visualização e o contato com a natureza; entre outros. (CAVALVANTE, 2017:8,9) Esses princípios citados acima são aplicados no projeto do Centro de Reabilitação, visando oferecer uma melhor ambiência e ocasionar um melhor conforto ambiental em seu interior, ocasionada pela utilização da ventilação cruzada Em relação a Iluminação, Vânia Martins (2017:2) afirma que, pelo motivo dela influenciar no equilíbrio fisiológico e psicológico dos usuários, é recomendado seu uso continuamente, porem as construções modernas costumam utilizar a artificial em seu interior, apesar do clima tropical do Brasil proporcionar condições para um maior aproveitamento da luz natural. Isso se dá principalmente devido a organização dos espaços internos, onde há uma predominância na circulação ao centro do edifício, que, muitas vezes, não recebe iluminação natural, portanto a utilização da artificial é considerada como a única solução. Segundo Fabio Bitencourt, “a elaboração de um projeto de iluminação para ambientes hospitalares é um processo complexo que deve buscar, invariavelmente, satisfazer à diversidade de critérios técnicos e as compatibilidades físico-funcionais”, não sendo uniforme e desinteressante. (KOTH, 2017:4,5) Tendo sempre como principalmente objetivo, transformar a luz, seja
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solar ou artificial, em um mecanismo que permite a melhora na qualidade do paciente e sua recuperação. A cor está diretamente ligada a iluminação, já que a luz determina sua tonalidade, e não apenas proporciona uma nova percepção dos objetos como também pode unificar o espaço. (MARTINS, 2017:3) Hoje, deve ser vista como um elemento importante do projeto hospitalar, pois esta proporciona tranquilidade e bem-estar, e, se não usada adequadamente, poderá transmitir sensações erradas para o espaço, agitando ou inibindo as pessoas, misturando de forma equilibrada as tonalidades quentes e frias. (KOTH, 2017:6) A influência das cores no estado psicológicos e clínicos dos pacientes recebe o nome de cromoterapia por trazer benefícios a saúde além de reverter os problemas apresentados pelos enfermos e promover o alívio sintomático através da cor absorvida pelo corpo, sendo de vital importância o seu uso adequado nos ambientes hospitalares. A tabela (Fig.02) apresenta as principais propriedades usadas na cromoterapia. (KOTH, 2017:7) Segundo Renata Vasconcelos (2017: 58), o cheiro é considerado como o mais evocativo dos sentidos, por ter uma relação muito intima com o lado emocional do ser humano e ser o caminho mais rápido de ligação com o cérebro estimulando-o a resgatar memorial. Enquanto
Fig 02. Tabela de Cromoterapia. (KOTH, 2017:7)
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os aromas desagradáveis aceleram a respiração e o batimento cardíaco, os cheiros agradáveis reduzem o estresse. A maneira mais simples de conseguir uma solução positiva para os ambientes é a utilização de jardins, tanto internos como externos, tendo como finalidade não apenas promover e desenvolver esse sentido como também o contato com a natureza. Entre os vários tipos diferentes de jardins normalmente implantados nas construções de saúde, os utilizados no centro de reabilitação são o jardim interno, externo e o terapêutico (Fig.03). O primeiro, localizado perto da área administrativa, tem uma conexão visual entre esse andar e a sala de espera no andar superior. O segundo é implantado em todo o entorno do centro, principalmente entre os edifícios do complexo de saúde, projetada não apenas para a utilização dos pacientes, como para os visitantes e funcionários, sendo composto por uma mistura de arvores e arbustos (Fig.04) Ainda assim, são compostos, em sua maioria, por plantas com propriedades de cura, que despertam os sentidos e provocam estímulos positivos aos pacientes, princípio aplicado do terceiro tipo. Nos dias atuais, a palavra “humanizada” esta, de certa forma, banalizada devido à utilização, principalmente pelo marketing, visando apenas o lucro e não o aconchego dos pacientes, perdendo assim seu real objetivo e significado. Para Fontes, a abordagem da humanização, propriamente dita e devidamente implementada nas construções de saúde, trata-se, em linhas gerais, da recuperação desses valores hu-
manísticos negligenciados durante quase todo o século XX, o que provocou também um afastamento entre profissionais e pacientes. (FONTES, 2017:79) Tendo esse pensamento em mente que o projeto do centro de reabilitação utiliza o conceito de arquitetura hospitalar humanizada, com o intuito de transformar o espaço de saúde em um espaço positivo para os portadores de deficiência física, não apenas para melhorar o estado físico dos mesmos, resultando em uma recuperação mais eficiente e rápida, como em seu estado psicológico, bastante fragilizado. Nos dias atuais, a palavra “humanizada” esta, de certa forma, banalizada devido à utilização, principalmente pelo marketing, visando apenas o lucro e não o aconchego dos pacientes, perdendo assim seu real objetivo e significado. (FONTES, 2017:79) Tendo esse pensamento em mente que o projeto do centro de reabilitação utiliza o conceito de arquitetura hospitalar humanizada, com o intuito de transformar o espaço de saúde em um espaço positivo para os portadores de deficiência física, não apenas para melhorar o estado físico dos mesmos, resultando em uma recuperação mais eficiente e rápida, como em seu estado psicológico, bastante fragilizado.
Fig 03. Localização dos tipos de jardins Sem Escala Jardim Interno Jardim Externo
Fig.04. Vegetação Sem escala Vegetação arbórea de grande porte Vegetação arbórea de media porte Vegetação arbórea de pequeno porte Vegetação arbustiva
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Fig. 05. Implantação
1. Res. médica; 2. Centro de pesquisa; 3. Centro de estudos; 4. Escolinha; 5. Playground; 6. Anfiteatro/palco flutuante; 7. Ginásio; 8. Esportes aquáticos; 9. Internação; 10. Serviço; 11. Pátio serviço
Fonte: RMML ARQUITETURA. 2017
13 ESTUDO DE CASO SARAH LAGO NORTE – BRASÍLIA A capital brasileira possui duas unidades da rede de hospitais Sarah, que atendem adultos e crianças, em diferentes etapas de tratamento. Uma delas é o Centro de Neurociências e Reabilitação, Sarah Lago Norte, que oferece um atendimento exclusivamente ambulatorial e de reabilitação de vítimas de politraumatismos e com problema locomotor. Criada em 1976, é uma entidade de serviços social autônoma, de direito privado e sem fins lucrativos, mantida pelo governo federal. (RMML ARQUITETURA. 2017) O programa (Fig.05) estabelecido para essa unidade abrange os seguintes usos: ambulatório pequeno, destinado à avaliação e ao controle de pacientes em tratamento; setor de imagem; laboratório de movimento; laboratório e oficina mecânica para o desenvolvimento de equipamentos; amplo ginásio para fisioterapia, hidroterapia e esportes náuticos; Setor de Apoio ao Lesado Cerebral; internação para 180 leitos
e instalações específicas para pacientes-dia (semi-internação); instalações para sessenta acompanhantes; centro de estudos com biblioteca; auditório para trezentos lugares; residência para vinte professores visitantes; centro de readaptação e desenvolvimento de habilidades com oficinas para atividades profissionais; setor de serviços gerais com lavanderia, cozinha, refeitório, central de materiais, almoxarifados, farmácia, setor de limpeza etc.; e anfiteatro ao ar livre para trezentos espectadores. (LIMA, 2017) Implantado em um terreno (Fig. 06) com declividade acentuada de mais de 20 metros, foi modelado formando uma sequência de plataformas interligadas por taludes ajardinados e por rampas suaves para pedestres, garantindo uma vista magnifica do lado a maioria dos ambientes do hospital. As destinações e respectivos níveis
Fig. 06. Corte esquemático
1. Galpão para esportes náuticos; 2. Internação e outros; 3. Centro de Apoio à Paralisia Cerebral; 4. Auditório Fonte: VITRUVIUS 2017
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referidos à cota zero do lago de Brasília são as seguintes: galpão para esportes náuticos na cota 0,80m; ambulatório, setores de tratamento, fisioterapia, hidroterapia, laboratório para produção de equipamentos, internação, administração, vestiários e serviços gerais na cota 4,60m; reabilitação infantil na cota 10,70m; e, na cota 18,20m, centro de estudos, auditório, residência e centro de habilidades. (LIMA, 2017) No ginásio estão localizados três setores distintos de reabilitação: a hidroterapia, com três piscinas aquecidas; fisioterapia, onde o espaço da espera está separada da circulação principal por um painel vasado em elementos verticais de madeira; e quadras de esportes. O auditório para quatrocentos lugares possui duas plataformas laterais niveladas destinadas a receber eventualmente pacientes em cadeiras de roda ou em camas-maca. (LIMA, 2017) Nas áreas externas, ambientes ajardinados se integram ao acesso principal e à espera do am-
bulatório. O setor de apoio ao anfiteatro ao ar livre tem duas grandes marquises simétricas: uma do lado da via, que protege o embarque e desembarque de pacientes; e outra ao lado do anfiteatro, que abriga a área externa de uma pequena lanchonete e o acesso às instalações sanitárias. O playground está localizado próximo do centro de reabilitação infantil e é utilizado como área de fisioterapia ou para o lazer de crianças acompanhantes. (LIMA, 2017) Em relação as características que podem qualificar esse projeto como possuidor de uma arquitetura humanizada, algumas são: a utilização de um sistema mais simples de ventilação natural, em que o ar penetra nos ambientes pelas portas de correr – que fazem a integração exterior-interior –, sendo extraído pelas aberturas dos sheds, cujo arcabouço metálico é semelhante ao adotado no hospital de Salvador (LIMA, 2017)(Fig.07 e 08); criação dos espaços hospitalares motivados por meio de formas, cores, ambientação, luz, etc.; e constante preocupação com a escala humana e a qualidade dos ambientes. (RIBEIRO, 20117:5 e 6)
“Lelé aplica no hospital uma ambiência agradável para os pacientes, através da adequada utilização dos recursos naturais de ventilação e iluminação, integração interior-exterior, disposição de obras de arte em locais estratégicos, entre outros. Suas obras constituem-se em modelos para a arquitetura hospitalar no país e comprovam ser possível assegurar a qualidade do espaço interior e exterior, sem, contudo elevar custos ou negar a potencialidade do espaço de saúde.” (CAVALCANTE, 2017:10)
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Fig. 07. Sheds Fonte: Disponível no site: < http://cadernoteca.polignu.org/w/images/c/cd/Shed.jpg>. Acesso em 03/12/2017.
Fig. 09. Vista aérea Fonte: RMML ARQUITETURA. 2017 Fig. 10. Maquete Fonte: VITRUVIUS. 2017
Fig. 08. Corte esquemático do sistema de ventilação Fonte: VITRUVIUS.2017
SOBRE O CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA MOTORA SILVIA GALHARDI
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Fig. 11. Localização dos centros de clinicas de reabilitação da cidade de Campinas. Sem escala. Confeccionado pela autora
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ESCOLHA DO PROJETO Um dos motivos para a escolha de se projetar um edifício de saúde e principalmente um centro de reabilitação, é devido ao pequeno número de equipamentos de saúde destinados a reabilitação de pessoas com qualquer grau de deficiência física, localizados de forma dispersa pela cidade de Campinas (Fig.11). Sendo cinco em sua totalidade, onde apenas duas são destinadas ao atendimento público, os hospitais como o Mario Gatti optam por enviar seus pacientes para outras cidades e estados, como o AACD na capital paulista ou em alguma unidade do Hospital Sarah Kubitschek, que possui unidades em várias capitais, tendo como a mais conhecida a de Brasília. Essas clínicas e centros de reabilitação espalhados pela cidade de Campinas, são:
A. IMR (Instituto Medicina de Reabilitação) – clínica particular que oferece um atendimento para adultos e crianças com deficiências decorrentes de patologias neurológicas ou ortopédicas. Localiza-se no bairro Chapadão e oferece um vasto atendimento, como fisioterapia, eletroneuromiografia, fisiatria, acupuntura, entre outros. (IMR, 2017) B. Fisioclínica – fundada em 1976 e com duas unidades na cidade, uma localizada no bairro Botafogo e outra no Campos Elíseos, a clínica trabalha com o atendimento particular e por convênio, atuando em diversas áreas da reabilitação física, atendendo pacientes com deficiências oriundas de patologias neurológicas como ortopédicas. (FISIOCLÍNICA. 2017) C. Centro de Referência à Saúde do Idoso “Professor Doutor Silvio dos Santos Carvalhal” CRI – localizado no Parque Alto Taquaral, oferece um atendimento público para idosos principalmente na área de fisiatria para portadores de deficiências físicas, assim como um acompanhamento psicológico. (CRI, 2017) D. Therapies Reabilitação Intensiva – é um centro de reabilitação intensiva localizado no bairro Alphaville que possui como foco de ser serviço proporcionar tratamento de reabilitação para crianças com deficiências físicas incapacitantes, motoras e sensório-motoras. (THERAPIES, 2017) E. Centro de Referência em Reabilitação “Jorge Rafful Kanawaty” CRR – localizado em Sousas, oferece um vasto atendimento público que abrange várias áreas da fisiatria, tendo como público alvo desde crianças até adultos com, no máximo, 60 anos de idade que apresentam deficiências físicas e motoras tanto de origem patológicas como ortopédicas. (CRR, 2017)
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Fig.12. Implantação do Complexo de Saúde. Sem Escala
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LOCALIZAÇÃO O centro tem em suas adjacência o Hospital, Edifício Garagem e o Hotel – destinado exclusivamente aos acompanhantes e pacientes que não necessitam permanecer nas dependências do hospital. Juntos formam o Complexo de Saúde (Fig.12), que possui uma localização privilegiada devido à proximidade com a Rodovia Lix da Cunha. A Rodovia Lix da Cunha, com o projeto Entre nós, recebeu um novo caráter (Fig.13) possuindo duas vias com 6 metros de largura que comporta duas faixas para passagens de carro e outra para ônibus. Para o acesso ao Complexo de Saúde, foi criado um acesso com piso Inter travado de tom cinza, semelhante a tonalidade do asfalto, utilizado na Rodovia Lix da Cunha.
O centro de reabilitação está localizado entre dois grandes maciços arbóreos. O primeiro possui maior dimensão por servir de proteção para a malha hídrica existente e o segundo serve como barreira sonora, filtrando os sons produzidos na Rod. Lix da Cunha. Um problema encontrado foi a declividade do terreno (Fig. 15). Como foi levada em consideração uma das premissas do partido projetual do projeto urbano de priorizar os pedestres, tendo assim uma passagem de carros apenas quando necessário, e devido ao público alvo da clínica ser portador de deficiência física, foi, primordial, a necessidade da realização de movimentação de terra, criando assim caminhos com declividade com até 8,33%, indicados em amarelo na fig.14, como determina a norma ABNT NBR 9050.
Fig.13. Novo caráter da Rod. Lix da Cunha. (MARVULLE;NUCCI; GIACONNE;NADAI. 2017:32)
Fig.14 : declividade do terre
Fig. 15. Corte do Terreno
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ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Fig. 16. Desenho do Monastério de Santo Grall com enfase no edificio da enfermaria Fonte: MEDEIROS, 2017: 51 - 53
Fig. 17. Planta da enfermaria do Monastério de Santo Grall Fonte: MEDEIROS, 2017: 51 - 53
Fig. 18. Planta de Ospedale Maggiore Fonte: MEDEIROS, 2017: 61
Para explicar a organização espacial da Centro de Reabilitação Física-Motora primeiro é necessário retomar a história da arquitetura hospitalar e as várias maneiras em que ela foi ordenada durante o decorrer dos séculos. Segundo Alexandra Marinelli (2017: 4- 6), as instituições destinadas a saúde, como conhecemos hoje, é decorrência do Concílio de Aachen, realizado em 816, onde o atendimento médico era realizado nos conventos beneditinos, localizados em todas as vias de peregrinação e rotas comerciais. Na Idade Média, os poucos hospitais existentes possuíam sua imagem associada a morte pelo simples fato de que, na época, sua função essencial era oferecer o devido cuidado aos pacientes que apresentavam pouca esperança de recuperação. A arquitetura hospitalar ocidental dos séculos V a XV pode ser caracterizada em três tipologias distintas, sendo-: a Claustral, a Basílical e a chamada de Colônia. (MEDERIOS, 2017: 49) O tipo claustral era uma derivação do tipo átrio, utilizado na arquitetura romana residencial clássica, onde as relações entre os ambientes e entre as edificações são estabelecidas a partir de um espaço interno comum, ou pátio interno, favorecendo tanto a integração das atividades quanto as relações sociais interiores ao grupo de usuários, ao mesmo tempo em que propicia um distanciamento com o ambiente
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externo. O exemplo mais significativo desta tipologia é o edifício da enfermaria do Monastério de Santo Grall (Fig. 16 e 17), localizado na Suíça, onde ao redor de um pátio interno retangular, encontravam-se quatro aposentos destinados a estadia dos enfermos, a capela e o refeitório, que se ligavam uns aos outros pelo interior do edifício. (MEDEIROS, 2017: 51 - 53) A ideia central que ancora a tipologia arquitetônica Basílical é a de acolher, com um sentido de coletividade, todas as atividades indispensáveis a vida dos enfermos sob o mesmo teto e oferecer condições mais toleráveis de vida, fazendo com que os ambientes apresentem grandes dimensões, não apenas em planta como em pé direito, sem quaisquer divisões entre os leitos. (MEDEIROS, 2017: 54-56) O tipo Colônia, vigente ao longo de toda a Idade Média, era destinado exclusivamente aos enfermos de lepra – doença disseminada a partir do século V – de forma tão marcante, que permaneceria com essa função até meados do século XX. Os leprosos deveriam viver isoladamente das pessoas sãs, portanto as colônias necessitavam apresentar espaços que se cumprem os mesmos papéis que os de uma cidade e que oferecessem as mesmas comodidades da sociedade medieval. Eram localizadas próximas de fontes de água, atendidas por estradas e cercada por muro com um ou dois portões de acesso, controlados pela administração do leprosário. A
organização interior do espaço, priorizava a liberação da área central, onde se localizava a capela ou igreja, de modo que as casas ou celas individuais ocupavam os espaços mais exteriores. (MEDEIROS, 2017: 56 58) No Renascimento, o hospital adquiriu uma feição diferente da cristã, apesar de ainda possuir a mesma finalidade. As construções hospitalares possuíam duas formas básicas: o elemento cruciforme e o pátio interno, ou claustro; e a denominada casa de campo. (MARINELLI, 2017: 7) A enfermaria cruzada surgiu e se consolidou na Itália Renascentista como uma forma de manifestação definitiva da proeminência das grandes cidades e apresenta uma predominância da simetria e dos traçados geométricos simples. Os serviços de apoio, instalados entre os anexos, agora se posicionavam de maneira a compor o espaço induzido na planta a partir do cruzamento de enfermarias. Considerado como o embrião do tipo “pavilhonar”, apresenta em suas fachadas elementos arquitetônicos neoclássicos, mais uma característica que diferencia essa tipologia da medieval. (MEDEIROS, 2017: 60) Um projeto que apresenta essa tipologia é o Ospedale Maggiore (Fig. 17), em Milão. Projetado por Filarete, o Maggiore teve sua construção iniciada em 1456 e apresenta as enfermarias em forma de cruz, com a capela no cruzamento, formando quatro pátios com claustros de cada lado, que se assemelha aos hospitais medievais apenas em sua conformidade, devido à forte presença de elementos elegantes da arquite-
tura neoclássica. Em relação a volumetria do conjunto arquitetônico, é definida pela série de interseções de paralelogramos com baixa altura relativa, o que reflete principalmente o caráter laico das instituições financiadoras. (MEDEIROS, 2017: 61) Alexandra Marinelli (2017: 59, 62 - 64) denomina como casa de campo os edifícios que apresentam uma completa separação entre o hospital e a hierarquia religiosa, ocasionada principalmente devido a Reforma Luterana, no século XVI. A solução espacial se libera do andar único e se define em dois ou três pavimentos com plantas em formato de H, C, U ou E, com repartição das enfermarias em quartos com um menor número de leitos. Outra característica marcante é a utilização da “enfermaria-corredor”, onde a distribuição das enfermarias eram realizadas de forma paralela (uma do lado da outra) ou sequencial (uma após a outra), interligadas por uma circulação. Pode-se citar o London Hospital, construído em 1752, como um exemplo representativo do período, por possuir forma de U, convexo para a fachada e uma planta perfeitamente simétrica. Os três pavimentos, articulados por uma circulação vertical central, tendo o mesmo formato, e a privacidade é crescente do primeiro piso para o terceiro. No final do século XVIII, os hospitais e asilos urbanos possuíam proporções gigantescas, com níveis desumanos de mortalidade, insalu-
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bridade e promiscuidade e, foi devido a essas características que ocorreram a união entre o hospital e a medicina, que até então não apresentavam uma conexão direta, onde procurou-se eliminar os efeitos negativos do hospital sobre o doente, principalmente devido à alta taxa de transmissão de doenças aos pacientes dentro do ambiente hospitalar. (MARINELLI, 2017: 8) Assim esse novo espaço hospitalar necessitava de um tratamento urbanístico e arquitetônico. Iniciando assim o período Iluminista, onde a arquitetura hospitalar deixa de trabalhar com plantas derivadas de outros usos para, pela primeira vez, trabalhar com plantas projetadas a partir de estudos feitos sobre as atividades e necessidades hospitalares, adotando assim uma nova tipologia: a tipologia Pavilhonar, tendo como exemplo o Hospital Lariboisière, construído no centro de Paris em 1854. (MEDEIROS, 2017: 65, 68 e 70) A planta (Fig. 19) é formada por um conjunto de pavilhões, ligados por uma grande circulação e dispostos em volta de um jardim retangular. O conjunto foi organizado a partir de eixos principais, um longitudinal e cinco transversais, que costuram o “sistema de circulação” de todo o edifício comunicando os pavilhões, que possuíam sua organização interna seguindo uma hierarquia funcional. (MEDEIROS, 2017: 68) Foi após a II Guerra Mundial que os ambientes hospitalares ganharam uma maior sofisticação
devido a vários fatores, entre eles a criação dos sistemas de ar condicionado, onde as circulações internas constituem o esqueleto de um hospital cujos espaços podem ser divididos em três dimensões básica – o espaço do doente, os elementos de serviços das unidades de internação e os departamentos técnicos – , a fim de realizar o agrupamento de atividades e funções, que caracteriza um dos pilares conceituais da arquitetura de saúde modernista, até a década de 90. (MARINELLI, 2017: 15,16) Essa arquitetura moderna apresenta ter tipologias: torre sobre pódio, rua hospitalar e sanduiche. O primeiro consiste em uma torre de pavimentos que crescia desde uma base, ganhando assim o formato de um T invertido, onde essa diferenciação acontecia devido a distinção de uso: como regra a zona de internação situava-se na torre, enquanto que as zonas clínica e de suporte localizavam nos andares inferiores. Devido as suas grandes dimensões, o edifício dependia quase totalmente de equipamentos mecânicos como sistemas de ventilação e ar condicionado e elevadores. O segundo foi desenvolvido para possibilitar a expansão com o intuito de absorver novas tecnologias, onde as circulações vertebrassem blocos independentes, contendo diferentes atividades. Nesse sentido, esse tipo era bastante vantajoso, pois cada bloco já edificado pode ser transformado sem provocar grandes transtornos à utilização dos demais blocos. O último tipo apresenta a implantação do “espaço intersticial”, uma espécie de pavimento técnico com até 2 metros de pé direito, que servia de suporte dos demais andares, a fim de possibilitar que os pavimentos normais fossem
indiferenciados. (MEDEIROS, 2017: 68, 75, 76, 78, 80) Nos dias atuais pós modernistas as construções destinadas a saúde ganham um caráter mais familiar, com espaços sendo interligados por vastos e longos corredores; espaços destinados a usos como farmácia, lojas de presentes e outros; aplicação de uma arquitetura mais humanizada, com utilização de texturas, cores, iluminação e vegetação em seus espaços internos. O intuito é de conseguir oferecer aos enfermos e aos seus familiares um espaço mais confortável, seguro e acolhedor, porém eles ainda são, em muitos casos, escuros e depressivos. (MEDEIROS, 2017: 85, 86)
Fig. 19. Planta do Hospital Lariboisière Fonte: MEDEIROS, 2017: 68
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Fig.20. Setorização do Centro de Reabilitação Física-Motora Silvia Galhardi Sem Escala Térreo Administrativo Serviços Acesso Principal dos Pacientes Espaço Social Terceiro Pavimento – Massoterapia, Eletroterapia e Termoterapia Andar Clinico Andar de Fisioterapia Circulação vertical e banheiros
Assim é proposto no projeto do centro de reabilitação uma renovação na organização dos ambientes e cômodos, onde as salas se localizam no centro dos pavimentos com acessos para espaços mais amplos, utilizados principalmente para as salas de espera e áreas de permanência, sempre com visão privilegiada e ventilação cruzada. A intensão é desvencilhar o edifício da imagem de um hospital impessoal, associado não apenas as doenças físicas como as psicológicas, como depressão e ansiedade. (Fig.20) O primeiro pavimento, nomeado como térreo administrativo e localizando na cota mais inferior da área de implantação, apresenta os ambientes dedicados a administração – com recepção e sala de espera própria – e aos serviços do centro, como lavanderia, farmácia e vestiários para os funcionários. O segundo pavimento foi dedicado principalmente ao acesso principal dos pacientes, poden-
do assim caracteriza-lo como o andar térreo propriamente dito com recepção, sala de espera e sala de assistência social, e a dois volumes independentes, porém conectados entre si, com um uso mais social, sendo um uma lanchonete com área de leitura e um espaço destinado as crianças. Uma das finalidades mais importantes que eles possuem é de oferecer oportunidades de descanso e convívio social. O terceiro pavimento é destinado aos tratamentos da fisioterapia que necessita uma ambiente mais calmo, como massoterapia, acupuntura, termoterapia e eletroterapia. Apesar de não possuir nenhuma conexão com a área social ou espaços externos, possui grande visualização para o exterior por grandes planos de vidro. O andar clinico corresponde o quarto pavimento e possui uma conexão direta com o hospital por uma passarela. Neste andar, se concentram os consultórios e salas destinadas a terapia em grupo, assim como as salas de eletromiograma e radiografia, assim como
duas salas de espera, com mesmas dimensões, porem uma se localizada na varanda. A passarela é formada por uma estrutura metálica treliçada, com piso de concreto e fechamento em vidro. Como os pacientes que estão internados no hospital não podem receber contaminação externa, os planos de vidro são fixos, necessitando da utilização de sistemas de ar condicionado. O último pavimento é destinado à fisioterapia, oferecendo um espaço com equipamentos para fortalecimento muscular, e terapia ocupacional, principalmente para as atividades diárias. O intuito não é apenas trazer uma recuperação física aos pacientes como também ajuda-los a ganharem a independência uma vez perdida devido a deficiência.
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Fig. 21. PLANTA COTA 644.25
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3
4 6 5
7
8 1 2
Fig. 22. PLANTA COTA 649.50
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3 4
5 9
7 6 1 2
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10 11
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Fig. 23. PLANTA COTA 654.75
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6 7
8 12
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Fig. 24. PLANTA COTA 660
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4
6 5
7
1
Fig. 25. PLANTA COTA 665.25
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Fig. 26. CORTE TRANSVERSAL
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Placa Drenante Cinza Placa Drenante Grafite Placa Drenante Vermelha Piso Emborrachado Monolítico Drenante
Fig.27. Tipos de pavimentação
39 DETALHES CONSTRUTIVOS
PAVIMENTAÇÃO
PLACA DRENANTE
Fig. 28. Permeabilidade da Placa Drenante Fonte: RHINO PISOS. 2017
Fig. 29. Exemplo de aplicação das Placas Drenantes Fonte: RHINO PISOS. 2017
As placas drenantes de concreto são feitas com concreto poroso não poluente, permitindo que a água escoe por entre os seus poros, sendo recomendado principalmente para combater enchentes e inundações. Chamado de permeável (Fig. 28), são ideais para ambientes externos, calcadas ecológicas, praças, passeios, entre outros. Têm alta aderência e alta resistente ao atrito e isolamento térmico, podendo assim ser utilizados em rampas e locais de manobra e transito de veículos. (RHINO PISOS. 2017) Devido a estas qualidades, esse tipo de pavimentação foi pensado para toda a área externa do Centro de Reabilitação Física-Motora Silvia Galhardi, acessos e passeios. Com predominância do cinza claro (Fig. 29), a cor grafite é utilizada para evidenciar os locais de passagem de veículos e o vermelho, no heliporto. Para sua fixação (Fig. 30) é necessário a utilização de uma base ou subbase formada por materiais granulares que criam vazios para a passagem de água, como areia ou pedregulhos. (RHINO PISOS. 2017)
Fig.30. Detalhamento dos materiais utilização para a fixação desse tipo de pavimentação Fonte: RHINO PISOS. 2017
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PISO EMBORRACHADO MONOLÍTICO DRENANTE Para a área externa do Espaço das Crianças, com um parquinho, foi pensado na implantação do piso intertravado monolítico drenante (Fig. 31 e 32) desenvolvido com grânulos de pneu reciclado e acabamento colorido em sua superfície. Esse material possui uma grande absorção de impacto, é antiderrapante – mesmo molhado – e 100% drenante. Como é moldado no local sobre terra batida, não deixa emendas nem juntas, o que oferece um perfeito acabamento e uma facilidade para os portadores de deficiência física. (PLAYTIME. 2017)
Fig.31 e 32. Parquinho com piso emborrachado. Fonte: PLAYTIME. 2017
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Fig. 33. Aplicação do BIPV em brises Fonte: BV FINANCEIRA.2017
Fig. 34. BIPV Fonte: BV FINANCEIRA.2017
Fig. 35. Aplicação do BIPV em fachada Fonte: BV FINANCEIRA.2017
SISTEMA FOTOVOLTAICO INTEGRADO (BIPV)
Tradicionalmente, os painéis solares são instalados sobre a cobertura de uma construção ou em estruturas metálicas na altura do chão. Porém, com o desenvolvimento de diferentes tecnologias, os arquitetos estão começando a incorporar os painéis solares em outros elementos da construção como brises (Fig. 33), telhas e janelas. Qualquer pratica de incorporar o painel na construção é conhecido como BIPV (Building Integrated PhotoVoltaics) ou Sistema Fotovoltaicos Integrados. (BV FINANCEIRA.2017) Um Sistema Fotovoltaico Integrado (BIPV) (Fig. 34 e 35) consiste em células solares ou placas, que estão integradas na construção de elementos ou materiais como parte da estrutura do edifício. Desta forma, eles substituem um elemento de construção convencional, em vez de se ligar a um. Painéis Solares BIPV não apenas geraram eletricidade, eles também podem fornecer funcionalidades adicionais para o edifício, como proteção contra os raios solares, isolamento térmico, proteção contra a chuva, sombreamento parcial de áreas, etc. (BV FINANCEIRA.2017) Esse sistema é utilizado nos planos de vidro da fachada norte e no fechamento superior da passarela devido a maior insolação.
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JARDIM VERTICAL
Também conhecido como Ecoparede ou Parede verde, consiste numa intervenção paisagística em paredes externas e/ou internas dos edifícios (Fig.36), que são cobertas por vegetação através de técnicas diversas. Sua utilização traz vários benefícios, entre eles: o aumento do nível de oxigênio na recirculação de ar do edifício; diminui os efeitos da emissão de carbono, reduzindo a poluição do ar e melhorando sua qualidade e umidade; serve de isolamento acústico e térmico à construção; e trabalha a reutilização de agua, onde podem purificar a água contaminada, também chamada de água cinza. (ECOTELHADO.2017) É necessário ter uma atenção especial em relação as plantas colocadas no jardim vertical pois, dependendo da espécie, suas raízes podem danificar a construção, podendo causar a sua destruição. Para prevenir esse tipo de dano é necessário também preparar as paredes, assim as raízes adventícias só se espalham pelo suporte, deixando as construções intactas. (SMANIOTTO.2017)
Carlos Smaniotto(2017) classifica os jardins verticais, segundo a sua tecnologia, em três sistemas, sendo eles: 1 - Sistema painel, comporto normalmente por painéis, com o substrato distribuído por câmaras no seu interior, já vem pré-plantados e são afixados em um estrutura de suporte (normalmente de metal) previamente fixa na parede, geralmente sendo necessário a implantação de um sistema de irrigação. Este foi escolhido para ser implantado no projeto do centro de reabilitação 2 - Sistema com superfícies porosas, onde as plantas são colocadas em bolsões que contém o substrato. Estes bolsões são fixados por trás na estrutura de suporte - com uma folha de PVC os separando da construção, garantindo sua impermeabilização – e são mantidos permanentemente umedecidos. 3 - Sistema de containers ou vasos. Nele as plantas são cultivadas em recipientes e podem subir pelas treliças. O sistema de irrigação, geralmente feita por gotejamento, é acionado por sensores mantidos nos recipientes, permitindo tanto o controle de água como o de nutrientes.
Fig.36. Fachada com Jardim Vertical. Fonte: https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_0184.jpg
Fig.37. Detalhamento do Sistema Painel. Fonte: https://i.pinimg.com/564x/7e/a8/30/7ea830f695a80bd645addb5bcb0fe7af--terrace-design-city-apartments.jpg
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Fig.38. Detalhamento do Sistema com SuperfĂcies Porosas. Fonte: https://www.growplant.com.br/media/catalog/product/ j/a/jardim-vertical-gb-1_3.jpg
Fig.39. Detalhamento do Sistema de Containers. Fonte: https://da28rauy2a860.cloudfront.net/outdoordesign. com.au/contents/4492/20170709232223_231.jpg
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