Atlas de Análise da Forma Urbana e da Paisagem II _ Montevidéu, Santiago do Chile e Medellín.

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ATLAS ATLAS DE DE MONTEVIDEO MONTEVIDEO Anรกlise Urbana na Escala Metropolitana

Anรกlise da Forma Urbana e da Paisagem 02 Profa. Maini Oliveira Tutora Barbara Roy PLE 01 . FAU UFRJ

Arthur Frensch Bruna Passos Fernanda Silveira Joanna Ferreira Milena Coutinho Thainรก Bessa



ÍNDICE ÍNDICE APRESENTAÇÃO

005

CONTEXTO SUL-AMERICANO Localização Comparações Sul-Americanas

007

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Linha do Tempo

011

GEOGRAFIA DA CIDADE Mapa de Relevo do Uruguai Hidrografia Porto Malha Urbana Dados Demográficos

015

ESCALA METROPOLITANA Relação Espaço Rural x Espaço Urbano Arborização Usos da Cidade Mapa Turístico Fluxos Emigrantes e Imigrante

029

ESVAZIAMENTO DA CIDADE VELHA Mapas Como Objeto de Análise Contralidade e Ocupação a Partir das Praças Tendência de Saída da Cidade Velha Dinâmica de Emprego Intensidade de Desenvolvimento Tendências Demográficas e Moradia Políticas Públicas e Movimentos Sociais As consequencias do Plano Especial e a Gentrificação Projeto Fincas Abandonadas

049

CONCLUSÃO

085

BIBLIOGRAFIA

087



APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Esse Atlas foi feito durante o período do PLE de 2020 da disciplina de Análise de Forma Urbana e Paisagística 2 para o estudo da cidade de Montevideo. Criado como resultado de uma briga hispano-portuguesa, Montevidéu não teve uma história tranquila. Logo, esse trabalho tem como intuito a analise, desde sua fundação até os dias atuais, para que seja possível compreender a mesma por meio de seu desenvolvimento ao longo da história, passando por pontos como uma breve linha do tempo, sua geografia geral e da cidade, evolução do traçado urbano, usos da cidade, fluxos e outros, sendo todas essas características em comum compartilhadas pelas cidades sul-americanas.


6


CONTEXTO CONTEXTO SUL-AMERICANO SUL-AMERICANO Neste capítulo apresentamos dados populacionais e territóriais de 3 caputaus sul-americanas lado a lado com Montevideo. Com eles podemos observar como a densidade demográfica de cada lugar interage diretamente com a área da cidade e também comparamos, em escala, com as outras capitais.

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Localização Localização

AMÉRICA DO SUL República Oriental do Uruguai Área: 17.819.100 km² População: 422,5 milhões

Fonte: <https://snazzymaps.com/>

REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI Montevideo Área: 176.215 km² População: 3,449 milhões

Fonte: <https://snazzymaps.com/>

MONTEVIDEO Área: 201 km² População: 1,719 milhões

Fonte: <https://snazzymaps.com/> 8


Comparações Sul-americanas Comparações Sul-Americanas

SANTIAGO Área: 641 km² População: 6.257 milhões Densidade: 8 464 hab./km²

BUENOS AIRES Área: 202 km² População: 2.891 milhões Densidade: 12 925 hab./km²

BOGOTÁ Área: 384 km² População: 6.824 milhões Densidade: 17 753 hab./km²

MONTEVIDÉU Área: 201 km² População: 1.719 milhões Densidade: 6 726 hab./km² 5

99


10


LINHA LINHADO DO TEMPO TEMPO Criado como resultado de uma briga hispano-portuguesa, Montevidéu não teve uma história tranquila. A cidade teve como origem um povoado de índios Tapes e imigrantes espanhóis que se constituíram em torno de um forte erguido em 1726 por Bruno Maurício de Zabala, com o objetivo de manter as tropas portuguesas distantes do Rio da Prata. No século XIX foi ocupada por 7 meses por ingleses em 1806 e só após a conquista da Espanha por Napoleão Bonaparte que formou-se em Montevideo uma junta governativa que defendia a própria independência. Após a independência, a cidade foi palco de disputas políticas internas entre 1843 e 1851, na

chamada Guerra Grande. Contudo, a partir da segunda metade do século XIX conheceu grande urbanização, crescimento populacional e industrial. Já no século XX, a partir da década de 1930, a vinda de pessoas do interior, atraídas pelo crescimento econômico, começa a aumentar. Entretanto a cidade não esperava que anos depois sofreria uma grande crise política e econômica que causaria uma ditadura militar, sendo só restaurada a democracia no fim da década de 1980. Em 2002, outra crise bancária atinge Montevideo, causando um prejuízo incalculável no qual ainda tenta se recuperar até os dias de hoje.

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PERIODO PRÉ COLOMBIANO MONTEVIDEO ERA POVOADO POR INDIOS TAPES E IMIGRANDES ESPANHOIS DAS CANÁRIAS EM TORNO DE UM FORTE

?

SÉCULO XVIII 1726

MONTEVIDEO VIRA CIDADE. FOI INICIALMENTE O LAR DE SOLDADOS E UM PUNHADO DE IMIGRANTES ESPANHÓIS, MAS AOS POUCOS SE TORNOU UMA BASE COMERCIAL VITAL.

SÉCULO XIX

SÉCULO XVIII

CRESCIMENTO COMERCIAL CRESCE COM A EXPORTAÇÃO DOS PRODUTOS PECUÁRIOS DA PROVÍNCIA

1724 FUNDAÇÃO DE MONTEVIDEO

POR BRUNO MAURICIO DE ZABALA ( GOVERNADOR DE BUENO AIRES ) COM O OBJETIVO DE MANTER AS TROPAS PORTUGUESAS LONGE DO RIO DA PRATA

BRUNO MAURÍCIO DE ZABALA

LINHA DO TEMPO

12

12

?


SÉCULO XIX

?

1807

1814 OS INGLESES CHEGARAM À 23 DE JULHO CIDADE, OCUPANDO-A POR MONTEVIDEO É RETOMADA ALGUNS MESES ATÉ QUE OS AO PODER DOS ESPANHÓIS ESPANHÓIS A TIRARAM DELES.

1821

1825-1828

VIRA CAPITAL DA PROVINCIA CISPLATINA DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES

GUERRA DA CISPLATINA

1829

DEMOLIÇÃO DAS MURALHAS DA CIDADE PELA “HONORABLE ASSAMBLEA CONSTITUYENT Y LEGISLATIVA’

1828 INDEPENDÊNCIA

1841

GUERRA GRANDE GUERRA CIVIL URUGUAIA

SÉCULO XX NO INÍCIO DO SÉCULO 20, IMIGRANTES ESPANHÓIS E ITALIANOS CHEGAVAM EM MASSA, COM NOVOS BAIRROS À ESQUERDA, DIREITA E CENTRO.

1980 A DEMOCRACIA FOI RESTAURADA

1950-60-70-80

A CIDADE ESTAVA EM DECLÍNIO. A PARTIR DO FINAL DOS ANOS 1960 E AO LONGO DA DITADURA, A VIOLÊNCIA POLÍTICA ABALOU MONTEVIDÉU.

SÉCULO XIX 2002 MAS UMA CRISE BANCÁRIA CAUSOU DANOS ECONÔMICOS INCALCULÁVEIS. DESDE ENTÃO, MONTEVIDÉU NÃO PAROU DE SE RECUPERAR.

?

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GEOGRAFIA GEOGRAFIA DA DACIDADE CIDADE No presente capítulo, é apresentado o relevo e hidrografia do Uruguai, com destaque para o Rio de La Plata, um estuário que representa a foz da Bacia do Prata. Ganha importância o Puerto de Montevideo, ponto de exportação e importação de produtos do MERCOSUL, assim como a própria economia do Uruguai. Também são apresentados os planos urbanos da cidade, que sempre exploraram a condição de relevo plano para a formação de uma malha ortogonal. São expostos, ainda, os informações demográficas e políticas, comprovação da transição da cidade subdesenvolvida em cidade desenvolvida.

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Mapa de Relevo do Uruguai O relevo do Uruguai é uma mistura de planícies, que margeiam o rio da Prata e a costa atlântica; e cordilheiras, com altitude máxima de 514 metros, mais ao centro do país.

Montevideo fica localizada na costa do Uruguai, em um terreno majoritaeiramente plano, influenciando o desenvolvimento do desenho da malha urbana.

400+

Brasil

300 200 100 0

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Colonia del Sacramento

Rio de La Plata

Canelones

Montevideo

Argentina Fonte: <https://www.uruguai.net/mapas> [modificado] 16

Maldonato

s

Oceano Atlântico


Hidrografia Montevideo localiza-se na margem norte do Rio de La Plata, um estuário que serve de transição entre a água doce dos Rios Uruguai e Paraguai e a água salgada do Oceano

Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/> [modificado]

Atlântico, representando a foz da Bacia Hidrográfica do Prata. O Rio de La Plata tem papel de importante rota marítima, com grande relação econômica no porto de Montevideo.

s

17


Infraestrutura Portuária

Fonte: <http://www.inalog.org.uy/pt/infraestrutura-de-portos-livres/> [modificado]

Segundo o World Economic Forum (The Global Competitiveness Report 2016-2017), o Uruguai é o segundo país da América do Sul em qualidade de infraestrutura portuária. No Uruguai existem 8 portos com movimentação de cargas: Montevidéu, Juan Lacaze, Zona Franca Punta Pereira, Nova Palmira, UPM, Fray Bentos, M’Bopicuá e Paysandú. A maioria das mercadorias transportadas em geral em todos esses portos são commodities, como cereais, fertilizantes, combustíveis e a granel em geral. O porto de Montevideo, localizado na Bacia da Prata, é uma das principais rotas de mobilização de carga do Mercosul e o principal porto comercial do país. O regime de Porto Livre o tornou o primeiro e único terminal da costa atlântica 18

da América do Sul com um regime logístico atraente e competitivo. Nele, confluem as principais rotas de acesso ao resto do país. O porto tem dois terminais privados: Terminal Graneleira Montevideo (TGM), especializada na movimentação de granéis, e Terminal Cuenca del Plata (TCP), especializado em recipientes Por outro lado, possui o terminal público administrado pela ANP. O porto de Montevideo também contará com um novo aceso que permitirá fortalecer essa relação porto-cidade, conseguindo separar o trânsito de veículos de carga com os de mobilidade urbana, construindo um viaduto no calçadão para evitar congestionamentos e reduzir os tempos de espera.


TERMINAL DE ESPOTAÇÃO - MAPA PORTO MONTEVIDEO

s http://www.inalog.org.uy/pt/infraestrutura-de-portos-livres/ [modificado]

Terminal Cuenca del Plata

Terminal Público

Terminal Graneleira

VISTA AÉREA - PORTO MONTEVIDEO

Google imagens [modificado] 19


Fonte: <https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-de-montevideu-vista-do-alto> [modificado]

20


Panorâmica do bairro Palermo Destaque para a Rambla República Argentina, no trecho da Pista de patinaje El Cuadrado, com o Edificio Mercosul à esquerda e a Playa Ramírez ao fundo.

21


Malha Urbana Plano de Montevideo 1900

f.1

No início do século XX fica visível expansão da ocupação por toda a orla e área do porto, com tendência de expansão da área urbana para o interior da cidade.

Edificado parcialmente edificado

Plano de Montevideo 1829

A cidade começa a ser ocupada no bairro da “Cidade Velha”, em torno da Praça Zabala. Com o mapa pode-se ver já em 1829 já era vista a malha urbana ortogonal bem marcada. 22

espaço público

f.2

Limite das seções judiciais

s

f.1 - http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/handle/123456789/5653 f.2 - http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/handle/123456789/5539


CONTINUIDADE DA MALHA URBANA vista aĂŠrea, orla de Montevideo - 2020

Fonte: <https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-de-montevideu-vista-do-alto> [modificado] 23


Dados Demográficos

Área | Uruguai

População | Uruguai

Fonte: Censo 2011

Fonte: <https://pt.wikipedia.org/i/>

População | Montevideo

Ocupação | Montevideo Fonte: Censo 2011

Fonte: Censo 2011

Percebe-se que Montevideo ocupa Analisando Montevideo, observauma pequena aprcela do território se que a maioria dos moradores do Uruguai, contudo, concentra a da cidade vive em áreas urbanas, população do país. que ocupam apenas um terço do território. Homens

Idade

Mulheres

85 + [80,85) [75,80) [70,75) [65,70) [60,65) [55,60) [50,55) [45,50) [40,45) [35,40) [30,35) [25,30) [20,25) [15,20) [10,15) [5,10) [0,5) 8 7 6 5 4

3 2 1 0 %

0 1

2

3 4 %

5

6

7 8

Pirâmide etária | Montevideo Fonte: Censo 2011

24

A pirâmide etária de Montevideo é classificada como adulta, típica de um país em desenvolvimento. Ela apresenta base larga com tendência à diminuição, indicando redução recente da taxa de natalidade. Também possui corpo alargado, indivíduos na chamada População Economicamente Ativa. O topo da pirâmide expõe realidades diferentes, com os homens poucos nomerosos, quantidade esperada para um país subdesenvolvido, e mulheres com percentual bem maior, expondo alta expactativa de vida, comum de países desenvolvidos.


CCZ 15 CCZ16 CCZ 3

CCZ 17

CCZ06 CCZ04

CCZ07 CCZ07

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Fonte: Censo 2011

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3,5

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Entre 1996 até 2011, o crescimento populacional de Montevideo foi negativo, uma tendência que continua até hoje. Com todas as crises econômicas e políticas, principalmente o bairro da “Cidade Velha” passa por um processo de CCZ 10

CCZ 12

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Taxa Crescimento Intercensal [1996-2011]

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Fonte: Censo 2011 -0,0

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Taxa de pessoas que não sabem ler e escrever [1996-2011]

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0

Fonte: Censo 2011

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Taxa de Emprego [1996 - 2011]

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abandono por conta do aumento do custo de vida na região. Em compensação o país tem um crescimento da oferta de emprego e diminuição do índice de pessoas que não sabem ler e escrever.

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Abandono de casas na Cidade Velha

https://travelwithtwins.wordpress.com/2013/02/25/from-santa-fe-to-montevideo/dsc03583/

https://mundo.sputniknews.com/reportajes/201612061065359536-montevideo-parte-vieja/ 26


Setorização e Divisão Política

s

Centros Comunitários Zonais (CCZs) | Montevideo Fonte: Censo 2011 (modificado)

Nos anos 90, Montevideo sofreu uma descentralozação política, com foco na participação cidadã. Com isso, o território foi dividido em 18 jurisdições e instalados, em cada um deles, três órgãos com funções distintas, sendo: - Conselhos Locais: autoridades políticas com funções executivas; - Centros Comunitários Zonais

(CCZs): unidades administrativas com funções operacionais, técnicas e profissionais; -Conselho de Bairro: órgãos de participação cidadã de assessoramento e controle da gestão. Logo, desde a criação desses conselhos, os moradores passam a compor a jurisdição municipal.

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28


ESCALA ESCALA METROPOLITANA METROPOLITANA Nesse capítulo, se apresenta uma análise de Montevideo como metrópole, pontuando suas principais características e as comparando com outras metrópoles do Uruguai, como São José e Canelones. São abordadas diferentes tipos de informações, como a relação das tipologias urbanas, a arborização, os usos da cidade, o turismo, os meios de transporte, os fluxos e as relações de migração.

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Relação Espaço Rural X Espaço Urbano

5km

s

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

Mapa de Zoneamento A cidade de Montevideo apresenta 3 tipologias de espaço bem marcadas em seu território, são elas: Rural, Intermediária e Urbana. Englobando grande parte da cidade, e tipologia Rural é formada por ruas estreitas e grandes lotes onde as produções agrícola, predominantemente de cereais e oleaginosas, e pecuária, de carne bovina, ovina e produção de leite. Localizada entre a Rural e a Urbana, a tipologia Intermediária apresenta em sua maioria ruas mais largas, lotes médios e pequenos com edificações térreas. É a área onde prevalecem 30

as residências, sendo elas de classe alta, média ou baixa. A tipologia Urbana, conhecida por sua horizontalidade, originada por edificações que, em sua maioria, possuem 2 pavimentos, são geminadas e não possuem afastamento em relação ao passeio, apresenta ruas médias e largar, bem arborizadas e com passeios também largos. Nesta, estão presentes todos os equipamentos necessários para manter a cidade, como universidades, prédios públicos e empresariais, hospitais, hotéis, parques, etc.


Fonte: Google Street View, set 2020

Camino Pajas Blancas

Tipologia Rural

Fonte: Google Street View, set 2020

Cno. Paso de Lá Española Tipologia Intermediária

Fonte: Google Street View, set 2020

Jaime Zudáñez Tipologia Urbana

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Panorâmica do bairro La Comercial tipologia urbana

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Fonte: <https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-de-montevideu-vista-do-alto>

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Arborização A vegetação predominante é dos campos, ou pradarias, que é rica em gramíneas. As florestas, que se encontram em forma de matas ciliares, recobrem uma pequena parte do total.

Área arborizada

5km

s

Área menos arborizada

Fonte: <https://snazzymaps.com/>

Área Rural: Apesar de possuir árvores, Área Urbana: Composta por diversas predomina a vegetação rasteira. árvores nos dois lados das ruas, com grandes troncos que auxiliam as folhas a se encontrarem na parte de cima formando um arco.

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Fonte: <https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-de-montevideu-vista-do-alto> Google Street View, set 2020

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Usos da Cidade

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

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Mapa Turístico TURISMO O turismo em Montevideo prevalece na área urbana da cidade e possui uma rota de ônibus específica, marcada no mapa, com foco para locais como: Áreas Históricas - Cidade Velha Marcos Importantes - Estádio Centenário, Teatro Sólis e o Mercado do Porto. Palácios - Palácio Salvo, Palacio Estevéz, Palacio Legislativo e o Palacio de la Música. Praças - Plaza da Independencia, Plaza Juan Pedro Fabini, Plaza del Entrevero e a Plaza de Cagancha Parques Parque del Prado, Parque Rodó e o Parque Batlle. UNIVERSITÁRIOS Uma vez que não existem polos ou cidades universitárias em Montevideo, é possível identificar uma utilização que engloba parte considerável do espaço central da cidade. TRABALHADORES Também localizado na área central de Montevidéu, é o uso que mais tende a se relacionar com as questões de fluxo da cidade.

1km

s Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

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Transporte Público COBRIMENTO DO TRANSPORTE PÚBLICO EM MONTEVIDEO

5km Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

A mancha do cobrimento do Transporte Público em Montevideo, reforça o ponto, já abordado, de uma maior presença de equipamentos necessários para uma cidade na área mais urbanizada, denominada como Tipologia Urbana posteriormente.

40

s

Cobrimento do Transporte Público dentro de Montevideo

Nas áreas rurais, mais afastadas da costa e próximas da fronteira da cidade com Canelones e São José, o Transporte Público se mostra mais escasso, apresentando uma relação direta com a pouca quantidade de vias nessa área devido a grande quantidade de lotes agropecuários de grande produção.


FROTA DE TRANSPORTES PÚBLICOS

A partir de políticas públicas, uma considerável frota de transportes é disponibilizada para a população de Montevideo. A partir do gráfico acima, se identifica uma maior quantidade de automóveis registrados e habilitados em plataformas digitais em relação

a outros tipos de transportes, classificando 50% da frota. Sendo esse modo de locomoção mais comum em áreas urbanas, é possível perceber a importância dessa área e fazer uma relação com a sua grande densidade demográfica.

MODOS DE TRANSPORTE - VIAGENS DIÁRIAS EM MONTEVIDEO

Entretanto, é possível perceber que o ônibus tem sido o grande protagonista quando a abordagem muda para Viagens Diárias dentro da cidade, mesmo com o decaímento

do seu uso de 1998 para 2007. Esse fato tem ligação direta com o grande Movimento Pendular que caracteriza as relações de fluxos dentro de Montevideo. 41


Fluxos INTENSIDADE DOS FLUXOS - MAPA DE CALOR

50km Fonte: Fonte: <https://www.strava.com/heatmap> <https://www.strava.com/heatmap> [modificado] [modificado]

s Menor Intensidade

Maior Intensidade

Fonte: <https://www.strava.com/heatmap> [modificado] Fonte: <https://www.strava.com/heatmap> [modificado] 42

50km

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Menor Intensidade

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MOVIMENTO PENDULAR - PORCENTAGEM DE PESSOAS

50km

s

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

Caracterizado por um movimento diário, por Transporte Público ou Privado, entre áres suburbanas e áreas centrais, o Movimento Pendular é o principal tipo de fluxo de Montevideo.

No caso abordado, esse movimento se da majoritariamente através de ônibus. A maior parte desse fluxo sai de São José e de Canelones, chegando no centro Urbano para trabalhar e/ou estudar, movimentando as relações no espaço.

43


Fluxos de Mobilidade Ă rea Metropolitana Total de casos - 105794 Fonte: Censo de 2011

Fluxos de Mobilidade interdepartamental de e para Montevideo Total de casos - 152186 Fonte: Censo de 2011

44


Fluxos de Mobilidade interdepartamental de e para Montevideo por motivos de Estudo Total de casos - 33742 Fonte: Censo de 2011

Fluxos de Mobilidade interdepartamental de e para Montevideo por motivos de Trabalho Total de casos - 124776 Fonte: Censo de 2011

45


Emigrantes e Imigrantes Montevideo é o departamento do Uruguai marcado pelo maior fluxo tanto para dentro (Imigrantes) quando para fora desse (Emigrantes).

outro departamento, passam a residir em um desses citados acima do que as pessoas que nascem nesses departamentos e vão para outros.

Junto com São José, Canelones e Maldonado, a cidade de Montevideo é uma das únicas a apresentar saldo positivo de migrantes absolutos. Isso significa que é maior a quantidade de pessoas que, tendo nascido em

Montevideo é o principal destino de assentamento e também a principal origem das correntes migratórias, sendo 27,9% dos migrantes absolutos naturais da cidade.

No caso das Imigrações, as principais Para as Emigrações, as motivações causas desse tipo de movimento são: são: - Grande oferta de Trabalho. - Boa qualidade de vida no Centro.

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-Lógica de Assentamento populacional. - Dinâmica de emprego. - Tendências demográficas. - Intensidade do desenvolvimento e as condições econômicas da cidade. - Políticas Públicas específicas para moradias vagas desenvolvido em um determinado contexto.


Emigrantes e imigrantes no Uriguai por Departamento Fonte: Censo 2011

47



O OESVAZIAMENTO ESVAZIAMENTO DA DACIDADE CIDADEVELHA VELHA A Cidade Velha, conhecida como o centro histórico onde nasce Montevideo, apresenta grandes transformações urbanas referentes à bahia e ao porto, devido às relações entre o espaço e a população local e não local, desde suas origens coloniais até os dias atuais. Uma delas é o esvaziamento e abandono de casas, que será aprofundado nas análises a seguir em relação à esta centralidade.


Localização da Cidade Velha

A Cidade Velha (“Ciudad Vieja”) é um bairro histórico de Montevideo, guardando em seu passado a origem da cidade. Tem relação forte com o Porto de Montevideo, recebendo cargas e turismo. Outro elemento importante é a Bahía, que cerca boa parte do perímetro do bairro. Majoritariamente urbano, faz parte do Municipio B de Montevideo, 50

formando junto com os bairros Centro, Barrio Sur e parte de La Aguada o Centro Comunal Zonal 1 (CCZ 1). Atrai visitantes pelos museus de história e cultura e os grandes pontos turísticos centenários, além do Mercado del Puerto, referência para a culinária uruguaia.


Cidade Velha

Montevideo

51


Mapas Como Objeto de Análise

Fonte: <https://earth.google.com/web/>

Com tecido urbano muito semelhante em relação a tipologia arquitetônica, ornamentos e área de ocupação, primeiramente não possível enxergar questões apenas estudando esses princípios gerais de Montevideo. O bairro parece ser muito igualitário, com as quadras e lotes similares em toda a área. A análise das praças se torna necessária para entender a dinâmica da cidade e os motivos que levaram ao abandono de casas, entendendo como o bairro é setorizado

52

atualmente e depois investigando quais foram as abordagens do planejamento urbano que levaram a esse cenário. Desenvolvemos o levantamento de usos e funções de edifícios, entendendo o caráter de cada praça e então chegando a conclusão de setorização de áreas residências, voltadas para o turismo, de lazer, valorização econômica, etc. Conclusões que depois seriam confirmadas principalmente pelo estudo do Plano Especial citado mais a frente.


Centralidade e Ocupação a Partir das Praças

Fonte: <https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-de-montevideu-vista-do-alto> [modificado]

As cidades sul americanas passaram pela transformação Haussmaniana na virada séc. XIX para o XX. Isso aconteceu através da chamada Política de Praças, Parques e Jardins, liderada pelos irmãos parisienses Ernesto e Carlos Racine, com objetivo de criar ilhas verdes na cidade, embelezamento urbano (inspirado na capital francesa) e um novo estilo de vida urbana aliado

à natureza. Tais reformas tiveram grande importância na gentrificação da Cidade Velha de Montevideo, assim como aconteceu em diversas capitais vizinhas. A ocupação do território se inicia pelas praças, começando pela Praça Zabala e depois expandindo para a Praça da Matriz e a Praça da Independência.

53


Mapeamento Usos e Funções

3

2 1

4

Fonte: <https:// https://inventariociudadvieja.montevideo.gub.uy/mapas> [modificado] Praças

Bancos

Edifícios Intitucionais

Igrejas

ruas apenas para pedestres

As praças representam o espaço público do bairro, onde a vida social e comercial se concentram. Ao estudá-las, reconhecemos que o bairro da “Cidade Velha” vira as costas para o mar, estruturando e mobilizando ações em seu interior. Com mapa de usos foram identificadas características das praças demarcando as áreas de edifícios constitucionais, culturais, de serviços e comércios, relacionando 54

Teatros e Museus

1 Praça Zabala

2 Praça da Constituição 3 Praça da independência 4 Orla Sul Praça Espanã

com as atividades oferecidas em seus arredores. As área de comércio e serviços se concentram no interior do bairro, com hotéis na orla e áreas residenciais entre essas duas zonas. Em pesquisas mais aprofundadas, reconhecemos essa setorização como uma consequência de diretrizes do Plano Especial de Ordenação, Proteção e Melhoria da Cidade Velha (2003), que será explicado mais à frente do atlas.


1 - Praça Zabala

fonte:GoogleEarth

Servindo como marco zero de Montevideo, a ocupação se inicia pela Praça Zabala e depois se expande em direção ao interior. No entorno encontram-se a maioria dos edifícios institucionais, sendo que o gabarito do entorno sugere ser entre uma área residencial e de edifícios

mais antigos, perfil coerente por se tratar da área do início da ocupação de Montevideo. Tem um perfil mais calmo e acolhedor, com movimentação de comércio e restaurantes apenas nas ruas de pedestres próximas

ANÁLISE AMPLIADA PRAÇA ZABALA Com caráter mais institucional com menos visitantes, a maior movementação é encontrada nas ruas 25 de Mayo e Sarandí. ruas apenas para pedestres

Praças Edifícios Intitucionais Igrejas Teatros e Museus Restaurantes Comércio e Serviços

10m

100m S 55


2 - Praça da Constituição

fonte:GoogleEarth

Localizada entre muitos museus e restaurantes, é local eventos de música e vendas dentro dos limites da praça. Possui pequenos restaurantes que espalham mesas perímetro e demonstra ser um ambiente mais social e cultural, com maior cobertura de árvores e iluminação dinâmica.

Os edifícios ao redor não são de gabarito alto mas são de serviços ou usos gerais em sua maioria, a praça tem perfil de ser um grande foco de turismo.

ANÁLISE AMPLIADA PRAÇA DA CONSTITUIÇÃO Sugere ser o foco de turismo, com grande número de restaurantes entre a Rua Sarandí e a Praça conectando os locais. Praças

ruas apenas para pedestres

Edifícios Intitucionais Bancos Igrejas Teatros e Museus Restaurantes Comércio e Serviços 56

10m

100m S


3 - Praça da Independência

fonte:< https://www.uruguai.net/montevideu>

A praça da independência marca a entrada da antiga cidadela datada da época em que a cidade ainda era murada, onde antes se localizava o portão de acesso. Essa praça marca um símbolo político da cidade velha, lembrando a história da cidade e sendo local de acontecimento de manifestações

políticas atuais. Além do peso histórico, é a maior das três praças do centro da Cidade Velha, com menos arborização, maior espaço livre e próxima a edifícios comerciais. Sendo um grande centro do polo econômico da bairro acaba aumentando a visibilidade das manifestações.

ANÁLISE AMPLIADA PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA A concentração de comércio e serviço ficam nas imediações direta da praça, enquanto os restaurantes concentram-se na rua para pedesntres Bacacai ruas apenas para pedestres

Praças Edifícios Intitucionais Teatros e Museus Restaurantes Comércio e Serviços

10m

100m S

57


4 - Orla Sul - Praça Espanha

Fonte:GoogleEarth

Toda a orla ao sul é coberta por um grande gramado sem arborização ou mobiliário urbano, mostrando que não há intenção de uso da população dessa área. Parece que existe esse afastamento apenas para não haver interferência drástica das edificações na orla, como grande sombreamento,

interrupção de ventilação e problemas nas estruturas dos edifícios. deixando então um recuo significativo até os mesmos. Nessa região é onde se encontra a maior parte dos hostels, hotéis e o que parecem ser edifícios residenciais de classe alta.

ANÁLISE AMPLIADA PRAÇA ESPANHA Sendo uma das muitas pra;as que se conectam na orla, a Pra;a Espanha a pouca movimenta;’ao de servi;os e de qualquer edif[icio privado. ruas apenas para pedestres

Praças Edifícios Intitucionais Teatros e Museus Restaurantes Comércio e Serviços

10m

100m S

58


Reivindicação da Rua Para Pessoas Em conjunto com as praças, as ruas fechadas para pedestres marcam um ponto importante na vida cotidiana de Montevideo. Essas áreas concentram um grande número de restaurantes e comércio, além de conectar todas as praças e o mercado do porto de forma fluida e acessível por toda a extensão da cidade. Houve um programa governamental

para incentivo de criação dessas ruas para maior movimentação na Cidade Velha, no entanto vamos nos ater ao estudo dessas ruas em um contexto geral, e não nesse plano especificamente. Existem três ruas exclusivas para pedestres: Rua Calle Pelles Castelano, Rua Sarandí e Bacacai.

Calle Pelles Castelano Sentido mercado do porto

fonte:GoogleEarth

Rua Sarandí A esquerda direção do eixo em que cruza com a Calles Pelles Castelano e a direita Praça Zabala

fonte:GoogleEarth

Rua Bacacai pequena rua de restaurantes próximo a Praça da Independência, Museo Torres Garcia, Teatro Solis e Cabildo de Montevideo

fonte:GoogleEarth

59


Diferença de Gabarito das Praças Seja na altura do gabarito, nas funções dos edifícios do entorno, nas características de arborização e tamanho, as praças demonstram como o bairro da Cidade Velha se distribui e funciona. Após estuda-las, desenvolvemos questionamentos que não ficaram expostos na análise primária da cidade, fazendo com que

Orla Sul - Praça Espanha

Praça Zabala

Praça da Constituição

Praça da Independência

60

houvesse a investigação específica de como as praças tinham conexão com o processo de abandono das casas, proposto como recorte dessa etapa. Porém, não necessariamente apenas a relação das praças com o tema, mas das zonas que conseguimos definir após essa investigação.


Na área de edifícios mais antigos da cidade em torno da Praça Zabala parece uma ter zona residencial, mas fica voltada para area mais industrial, não recebendo incentivo econômico. Levantando a dúvida se existia algum planejamento futuro para melhora do espaço e se aquela área estava em processo de gentrificação que levou

ao abandono das casas na região. Entre a Praça da Constituição e da Independência a quantidade de museus, teatros e restaurantes próximos mostram uma área de maior atração turística. O perfil da área muda devido a isso, atraindo mais estrangeiros para ocupar as casas que foram abandonadas pelos habitantes locais. E por último, a orla sul com uma grande ocupação de hotéis, com grandes gramados verdes sem intervenções. Com isso, nessa etapa levantamos pesquisas que seriam respostas ao que fizemos e das questões que surgiram com o debate de todos esses questionamentos citados. Buscamos características do histórico do bairro, movimento de saída e entrada da cidade, gentrificação e planos urbanos que nos fizessem entender o que levou a cidade a ter essas diferenças sutis mas que acarretavam com o grande problema do abandono de casas.

Edifícios em primeiro plano Edifícios em segundo plano

61


Tendências de Saída da Cidade Velha

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

MUDANÇA NA LÓGICA DE POVOAMENTO O principal grupo que desempenhava um papel importante no desenvolvimento das atividades a nível local da Cidade Velha eram os migrantes europeus que se estabeleceram no bairro. Estes habitavam e participavam ativamente da vida social, abriam lojas, trabalhavam no porto ou em repartições públicas. Logo, também foram responsáveis pela atração de habitantes para o local.

62

Após atingir seu número máximo de habitantes (déc. de 60, séc. XX), houve uma diminuição permanente deste pelo menos até 2011 (último censo). Diminuiram também as atividades econômicas, comerciais, esportivas, artisticas e sociais que aconteciam no bairro. A partir desse fato, podemos dividir essa diminuição da população em 3 tendências de saída da Cidade Velha,em tempos diferentes.


LINHA DO TEMPO TENDÊNCIAS DE SAÍDA DO BAIRRO 1º TENDÊNCIA

A PARTIR DA DÉCADA DE 40 Moradores com maiores recursos que buscaram outros lugares de desenvolvimento urbano emegen-

te ao longo da Costa de Montevideo como residência. Deixando pra trás luxuosas casas de alto valor pratimonial arquitetônico.

2º TENDÊNCIA

FINAL DA DÉCADA DE 50, FORTALECIDA DURANTE A DITADURA CÍVICO-MILITAR Num período de deterioração economica que iniciou o processo de segregação na periferia urbana, levando a formação de Cantegriles (Favelas que cercam Montevideo e outras cidades do Uruguai). No período da ditadura, a desregulamentação do mercado de aluguel e os despejos foraçados de morades de cortiços da zona central da cidade fortaleceram essa tendência, transferindo essa população para ínumeros conjuntos habitacionais nas periferias urbanas "produzindo um profundo enfraquecimento do tecido social e da vida nas ruas que se expressava no espaço público".

A expulsão dos habitantes mais pobres era acompanhada da demolição dos edifícios em que viviam, na Cidade Velha, somada a demolição houveram construções de bancos e estacionamentos, alimentado pelo crescente desen-

Um grande adversário dessa situação foi o Grupo de Estudos Urbanos, liderado por Mariano Arana, que introduziu o conceito de patrimônio e exigiu a proteção da capital arquitetônica do núcleo fundador de Montevideo, elaborando o primeiro Iventário do Patrimônio Arquitetônico e Urbano da Cidade Velha (1983) e a Comissão Especial Permanente de Ciudad Vieja.

3º TENDÊNCIA

DÉCADA DE 90 O esvaziamento ocorreu tanto no ambito residencial como no ambito comercial. De um lado foram fortalecidos os padrões de assentamento nas periferias dos habitantes mais pobres. De outro, a área urbana de Canelones se expandiu graças a migração da população de renda média e alta, à qual se

juntou neste período uma emigração muito importante devido fatores econômicos. "Na percepção de seus habitantes, a Cidade Velha passou por uma situação de virtual abandono físico e enfraquecimento do tecido social nesse período, acolhendo em seu inúmeras famílias pobres e violando seus direitos, que incorporam múltiplas formas de violência estrutural " 63


Dinâmica de Emprego Uruguai e Montevideo passaram por duas crises ecônomicas durante os anos 80 e início dos anos 90, levando ambos a sofrer os impactos da desvalorização do peso frente ao dólar e da perda de poder aquisitivo das famílias uruguaias. Assim, o centro localizado na Rua Colón, se dissolveu em diversas centralidades. Como a Rua Arenal Grande, a construção de novos shoppings. Com relação ao Porto de Montevideo, primeiramente havia uma relação permanente e fluida com a cidade e o bairro pois não

haviam fronteiras físicas. Com a aprovação da Lei dos Portos, a relação bairroporto foi profundamente afetada, desde a circulação permanente de mercadorias, até a queda abrupta da força de trabalho que sustentava a vida dos clubes, hotéis, pousadas, etc. Isso porque, modificou a organização dos serviços portuários, regulamentou a circulação de mercadorias e a mão de obra dos trabalhadores, privatizando gradualmente as atividades e possibilitando um avanço tecnológico (substituindo os estivadores por tecnologia de contêineres).

Fonte: GoogleImagens

Fonte: GoogleImagens

Fonte: GoogleImagens

Fonte: GoogleImagens

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Intensidade de desenvolvimento

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

Juntamente com o investimento público na melhoria da infraestrutura do espaço público, há um conjunto de elementos que tem levado a um aumento do valor dos terrenos, de forma a atrair investidores nacionais e internacionais. São eles: - O centro financeiro que aumentou progressivamente a ocupação de edifícios com bancos, casas de câmbio, escritórios. Dessa forma, favorecendo a substituição das funções residencial-comercial pelas financeiras-administrativas. - As políticas que visavam proteger e valorizar o caráter histórico

e patrimonial da Cidade Velha convergiram num conjunto de ações públicas e privadas, como “projetos de reabilitação urbana envolveram a instalação de escritórios, serviços, habitação; realização de atividades culturais e turísticas com o objetivo de despertar o interesse da classe média e alta, iniciando um processo de gentrificação”. - O aumento do turismo que se dá através dessas políticas que inserem a cidade de Montevidéu em um circuito globalizado do mercado turístico. A relação com o porto é a porta de entrada de viajantes. 65


Tendências demográficas e moradia

Fonte: <https://snazzymaps.com/> [modificado]

Segundo pesquisas demográficas focadas na Cidade Velha, é possível notar: - A estrutura populacional está em processo de envelhecimento. - Em relação a população total, 41% sempre moraram no bairro, enquanto 59% chegaram nos últimos 10 anos. - Devido a centralidade urbana e o caráter patrimonial do bairro, a classe média, estrangeiros europeus e norte-americanos e migrantes de várias nacionalidades latino-

66

americanas são atraídos para o local, gerando ao mesmo tempo uma gentrificação e o favorecimento a reciclagem das casas abandonadas para fins habitacionais. A atração para a Cidade Velha, pode gerar uma competição das populações locais de baixa renda com aqueles que chegam. Por exemplo, pela vaga nas pensões, cotas nos serviços públicos e para acesso a benefícios de serviços sociais.


- A diminuição substancial da pobreza no departamento, sendo registradas 94000 domicílios pobres em 2008 e 37000 em 2018.

- Aumento da população em situação de rua, marcando 1734 pessoas em 2016 e 2038 pessoas em 2019. Da população geral, 90% são homens.

67


INVERSÃO DA TENDÊNCIA DE QUEDA

Após as tendências de saída citadas anteriormente, a Cidade Velha vem apresentando uma inversão da tendência de queda nos últimos anos. Ao comparar o índice de crescimento entre os últimos censos, observase que o número, antes negativo, mostrando a saída de pessoas, tornou-se positivo, confirmando a chegada de novos moradores.

Índice de crescimento entre censos 0,6

-1,3

2004-2011 Fonte: Insituto Nacional de Estatística (INE)

A população segue a tendência ob s er v a da a n t e r i or m e n t e para Montevideo, com redução da taxa de natalidade e aumento da expectativa de vida. Contudo, ao comparar com os dados de 1996, apresenta aumento da p o pula ç ã o em idade economicamente ativa.

Cidade Velha Idade

Homens 1996 2011

Mulheres

85 + [80,85) [75,80) [70,75) [65,70) [60,65) [55,60) [50,55) [45,50) [40,45) [35,40) [30,35) [25,30) [20,25) [15,20) [10,15) [5,10) [0,5)

10

8

6

4 %

2

0

Fonte: Insituto Nacional de Estatística (INE) 68

0

1996-2004

2

4 %

6

8

10


Isso é confirmado ao analisar mais a fundo os dados. A taxa de renovação vem diminuindo, ou seja, há mais idosos do que crianças. Já o índice de dependência total

também diminuiu nos últimos anos, e considerando que a população de idosos aumentou, conclui-se que houve a chegada de jovens aptos ao mercado de trabalho na cidade.

Taxa de renovação 88,8 80,7

1996 2004

71,3

2011 Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

A taxa de renovação da estrutura etária indica o número de pessoas com menos de 15 anos para cada 100 adultos com 65 anos ou mais.

Índice de dependência total 47,8 45,4

1996 2004

40,1

2011 Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

“A maioria dos novos assentados chegou nos últimos dez anos. Este grupo caracterizase por ser 40% constituído por pessoas com mais de doze anos

O índice de dependência total indica a relação que existe entre a população dependente e a população potencialmente ativa.

de escolaridade, ao contrário da população nascida na Cidade Velha, que na sua maioria não ultrapassa os oito anos de escolaridade. O baixo custo da moradia é o principal

Nível de escolaridade das pessoas que chegaram à Cidade Velha nos últimos 10 anos 40% 60%

12 anos ou mais menos de 12 anos

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) 69


motivo da mudança para o bairro, representando o perfil de jovens que iniciam uma vida independente e optam pela Cidade Velha pelas facilidades na compra ou aluguel de

moradia.” (Reactor, 2019) Somado à isso, além da já existente oferta de emprego que sustenta o movimento pendular, a Cidade Velha concentra diversas Universidades e Escolas.

Preços médios por m² em dólares de registros de vendas por ano 2000

Ciuidad Vieja Montevideo

1600 1200 800 400 0 2012

2013

2014

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) 70

2015

2016

2017

2018

2019


Fachada da Escuela de Cine del Uruguay (ECU) na Rua Sarandí, 2010.

Fonte: <https://montevideoantiguo.net/>

Hall da Escuela de Cine del Uruguay (ECU), 2020.

Fonte: <https://ecu.edu.uy/sitioweb/> 71


Políticas públicas e movimentos sociais Devido às ações de demolição de edificações da Cidade Velha,ocorreram diversos processos de mobilização social em luta pelo direito à moradia. Diante das expulsões de hotéis e casas ocupadas por habitantes mais pobres, os moradores do bairro se levantaram formando a comissão de bairro, resistindo às sentenças e se organizando em cooperativas habitacionais para lutar por terras no bairro. Para a implementação de ações de reabilitação de edifícios, relacionado com essas com essas cooperativas, e desenvolvimento de atividades sociais surge o Plano Especial de Ordenação, Proteção e Melhoria da Cidade Velha (2003), materializando esse impulso de planejamento das questões urbanas, este que teve como objetivo manter um equilíbrio social e urbano, reativar as funções comercial, terciária e habitacional e definir um conjunto de ações em áreas atividades para o desenvolvimento.

O Plano especial teve como premissas : - Preservar e trazer valor para o tecido urbano; - Requalificar os espaços públicos e melhorar a cena urbana em função de cada peculiaridade; - Aproveitar a centralidade cultural e turística e a infraestrutura de serviços culturais existentes e assim, recuperar o património existente atendendo e requalificando os valores que ele representa; Assegurar acessibilidade e circulação interna reduzindo o número de veículos, promovendo o pedestre; - Melhorar a qualidade de vida dos habitantes e dos usuários da Ciudad Vieja e fomentar o reassentamento; - Definir e consolidar a imagem da Ciudad Vieja como maneira de fortalecer o processo de sua revalorização cultural, social e produtiva;

Fonte: Inventario Ciudad Vieja

Fonte: Inventario Ciudad Vieja

72


Dessa maneira, o propósito do Plano Especial era de recuperar as perdas de valor dos edifícios da cidade, estes que, em decorrência de todo o processo histórico já citado antes no Atlas, foram demolidos ou então re-habilitados para novos usos. Logo, ele teve como visão estratégica de requalificar esse centro que já estava sendo visto quase que como uma cidade sem memória, sendo ele mesmo não só um instrumento técnico para a melhora da cidade, mas também um instrumento político. Ele preveu uma série de Projetos de Detalhamento que se tratava de uma estratégia de reestruturação da área, de modo a implementar ações sobre tecidos degradados, espaços vazios e elementos de alto valor patrimonial que possuem capacidade para serem

recuperados ou transformados para novos usos. Para que essa nova ordenação física, espacial e de significância do território acontecesse, o plano focou nos seguintes princípios de ordenação : - Catalogação de elementos de valor patrimonial; - Ordenação da massa edificada; - Organização espacial das atividades, no caso os usos desse solo; - Projetos de acessibilidade e mobilidade; - Projeto de espaço público; Portanto, as conclusões em relação às Praças da Ciudad Vieja na seção anterior estão intrinsecamente relacionadas ao plano, já que na visão vista de cima é possível ver esses mesmos pontos nos espaços públicos

Fonte: <https:// https://inventariociudadvieja.montevideo.gub.uy/mapas> [modificado] 73


- Na Ciudad Vieja, o alinhamento do edifício à rede viária, a linha da propriedade e os limites sempre foram o uso geral. Essas condições constantes de caso resultam na manutenção do quarteirão fechado e da rua do corredor como duas características essenciais do ambiente urbano. A morfologia resolutiva é a edificação entre paredes partidárias ocupando todo o terreno, organizada em torno de pátios ou aberta à frente e atrás da propriedade. - Assumindo o alinhamento com a malha viária e os limites como

fatores essenciais na configuração do ambiente urbano do Centro Histórico, a área edificável de cada lote é definida basicamente pela combinação de dois parâmetros: ocupação do solo e altura edificável. A discussão leva a estabelecer, no Regulamento de Zona, alturas diferenciadas por setores ou trechos, considerando a altura dominante do edifício existente, nos casos em que se entenda constituir ambiente de valor patrimonial, ou naqueles no qual é considerado o modelo de renovação urbana a ser promovido.

Fonte: <https:// https://inventariociudadvieja.montevideo.gub.uy/mapas> [modificado] 74


- O Regulamento da Zona estabelece, em detalhe, os efeitos nas dimensões, tais como usos do solo, capacidade de construção e o dever de conservação. Os usos preferenciais do solo serão residenciais, comerciais e terciários, admitindo seu caráter polifuncional.

Os efeitos edificáveis ​​referem-se às limitações de alturas, alinhamentos e coroas. Por fim, o dever de conservação estabelece a condição permanente, de avaliação periódica, de manutenção da autorização de uso de um imóvel.

Fonte: <https:// https://inventariociudadvieja.montevideo.gub.uy/mapas> [modificado]

Logo, o plano teve um caráter muito mais de afirmação de sua vocação polifuncional, dinâmica e integrada, consolidando todos os papéis centrais relacionados a atividades financeiras, administrativas, culturais e turísticas, reconhecendo a importância das

atividades portuárias e a necessidade de uma nova integração Ciudad Vieja - Bahia e finalmente, a relação Ciudad Vieja com os processos de transformação da cidade de Montevideo.

75


As consequências do Plano Especial e a gentrificação A partir dos anos 90, passa-se a ocorrer um processo que se deu de forma diferenciada e tardia em muitas cidades da América Latina, no qual tem-se como foco intervenções urbanas nos centros históricos dessas cidades que refletem muito mais na recuperação das áreas centrais das mesmas que tem como finalidade o consumo cultural, lazer e turismo. Esse princípio tem como marco o

modelo urbanístico da renovação de Barcelona, onde o patrimônio histórico arquitetônico ganha um papel de instrumento de requalificação urbana e gentrificação simbólica, com a entrada de parcerias e dos investimentos dos poderes públicos . Assim como aconteceu no Brasil, onde inúmeros sítios urbanos ganharam novas cores e funcionalidades para

Fonte: <https:// bethanylooi.com/ciudad-vieja-montevideo-uruguay> 76


a atração turística como forma de regularização e incentivo ao crescimento das cidade, com Montevideo, esse processo não foi tão diferente. O Plano Especial da Ciudad Vieja, como já dito antes, parte dessa premissa como ressonância para a renovação da cidade. Esse mesmo fenômeno, que ao mesmo tempo que valoriza a identidade e a economia local, pode ser o fator que desarticula a identidade, ao atrair um número incontrolável de turistas, além de tornar a cidade mais cara para os próprios habitantes locais, ajudando então com o processo de

gentrificação. Consequentemente o grande desafio atualmente é reverter esse processo de exclusão, porém ainda focando em inverter a degradação do patrimônio arquitetônico e povoar os espaços livres. Assim, a questão vital é : como se pode revitalizar a Ciudad Vieja de Montevideo levando em conta os interesses de seus habitantes e sem fomentar a gentrificação que sufocou tanto as iniciativas sociais nos últimos anos?

Fonte: <https:// bethanylooi.com/ciudad-vieja-montevideo-uruguay> 77


Projeto Fincas Abandonadas

Fonte: <https:// bethanylooi.com/ciudad-vieja-montevideo-uruguay>

O Projeto Fincas Abandonadas tem como objetivo implementar medidas administrativas e ações para a recuperação de imóveis abandonaos e devedores de Montevideo, para usos habitacionais, sociais e culturais, afim de resolver problemas associadas ao abandono, como: risco predial, ambiental, social, previdenciario, entre outros. Realiza ações como: - Cooperativas Dispersas: promove a recuperação de áreas degradadas da cidade e contribui para evitar a gentrificação. - Aluguel Social: visa facilitar o acesso e a permanência em moradia, em condições de segurança e estabilidade, para quem não tem acesso a bens privados. - Centros de Estadia Temporária: busca consolidar o direito a moradia 78

por meio do apoio a populações cujas tragetórias são marcadas por diferentes situações de violação. - Centros Diúrnos para Pessoas em Situação de Rua: projeção de espaços que possam ser habitados pela população em situação de rua e com a possibilidade de desenvolver atividades recreativas e socioculturais. - Casa Trans: busca facilitar as condições para a criação de um espaço socioeducativo, recreativo e cultural inclusivo. - Reactor Cidade Velha: laboratório urbano que possui a missão de aproximar o urbanismo dos processos locais de emponderamento e coconstrução de propostas coletivas de fazer a cidade.


Fonte: <https://www.strava.com/heatmap> [modificado]

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens

Como no estatudo das cidades brasileiro, em Montevideo toda propriedade deve cumprir seus chamados deveres gerais, que são: usar, conservar, proteger, cuidar e reabilitar. De acordo com o plano, o não cumprimento desses deveres definem uma propriedade como

abandonada e é cobrado um imposto extra por esse desuso. Assim, como no esquema acima, só entram no programa as casas que além do abandono, tenham dívidas ativas com a Prefeitura. Logo imóveis sem dívidas não tem sua função social restaurada e continuam negligenciados 79


USOS HABITACIONAIS

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens 80


USOS CĂ?VICOS

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens 81


REACTOR CIUDAD VIEJA Voltado somente para as casas Abandonadas da Cidade Velha, é um espaço que possibilita a troca para pensar e propor coletivamente os possíveis usos comunitários, culturais e de habitação social, que essas casas poderiam ter. Focando nas pessoas, suas necessidade e desejos na hora de gerar essa reflexão e pensar a construção da cidade. A Faculdade de Arquitetura, Desenho e Urbanismo (FADU) e as distintas expressões da sociedade civil combinam-se para colocar em prática esse pensamento coletivo em torno do direito a cidade e gerar

insumos para reforçar o Programa Fincas Abandonadas. Os benefícios dessa modalidade do programa fincas é levar para a sociedade, juntamente com os estudantes da FADU, um pensamento mais organizado e planejado sobre o bairro e gerar juntos propostas e ideias para a redensificação da cidade.

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> e Google Imagens 82


Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf>

Fonte: <https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> 83


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CONCLUSÃO CONCLUSÃO Dessa maneira, como foi possível ver nesse Atlas, Montevideo passou por vários processos de altos e baixos que marcam não só em sua história, mas também de forma física nas cidades, essa bem clara em seu traçado urbano, que por conta de sua rigidez reflete na distribuição de usos, arborização e setorização econômica. De início a cidade de Montevideo aparenta ser sem hierarquias, no qual o traçado rígido torna tudo mais horizontal de alguma forma, sendo pela vivencia ou pelo próprio direito a cidade. Mas olhando a fundo é visível uma sutil, porém presente disparidade econômica que vem influenciando as pessoas a saírem de Montevideo e procurarem abrigo em outras cidades. Assim, também em decorrência da própria política local, a cidade também se distribui de forma diferenciada, tentando fazer o uso e domínio de seu território de modo mais democrático com sua nova divisão administrativa de seus munícipios. No bairro da Cidade Velha, acontece algo semelhante. Em um primeiro momento, parece igualitário, com seu traçado urbano regular e riqueza histórica espalhada pelo território. Contudo, após uma análise aprofundada, percebe-se que a emigração, característica de Montevideo como um todo, na Cidade Velha, é exacerbada a ponto de apresentar casas abandonadas. Os motivos são diversos e expostos durante o passar dos anos, como apresentados neste Atlas. Contudo, uma união do poder local com as cooperativas sociais busca reverter esse processo, sintetizado no Plan Especial Ciudad Vieja de Montevideo. Além disso, esses órgãos têm a consciência que algumas medidas diminuem a migração populacional, enquanto outras estimulam esse movimento, porém são capazes de realizar a análise crítica necessária para minimizar efeitos negativos. 85


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Bibliografia OLIVEIRA, Waldir Freitas. OTEIZA, David. STEWART, Norman R. Río de La Plata: estuary, South America. 2020. Disponível em: https://www.britannica.com/ place/Rio-de-la-Plata. Acesso em: 20 out. 2020. MEIRELES, Rafael. Mirante Panorâmico da Intendência: a melhor maneira de ver Montevidéu do alto. 2019. Disponível em: https://viajantesemfim.com.br/ mirante-panoramico-da-intendencia-a-melhor-maneira-de-ver-montevideudo-alto/. Acesso em: 20 out. 2020. URUGUAI, Biblioteca Nacional do (org.). Plano de la ciudad de Montevideo. Disponível em: http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/ handle/123456789/5653. Acesso em: 20 out. 2020. URUGUAI, Biblioteca Nacional do (org.). Plano de la ciudad de Montevideo. Disponível em: http://bibliotecadigital.bibna.gub.uy:8080/jspui/ handle/123456789/5539. Acesso em: 20 out. 2020. ESTRAÉGICA, Intendencia de Montevideo - Unidad de Estadística y Gestión (org.). Informe Censos 2011: Montevideo y Área Metropolitana. 2013. Disponível em: https://montevideo.gub.uy/sites/default/files/informe_ censos_2011_mdeo_y_area_metro.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. URUGUAI.NET (comp.). Mapas do Uruguai. 2020. Disponível em: https://www. uruguai.net/mapas. Acesso em: 15 out. 2020. URUGUAI.NET (comp.). Lindas Fotos de Montevidéu, Vista do Alto. 2020. Disponível em: https://www.uruguai.net/blog/as-mais-lindas-fotos-demontevideu-vista-do-alto. Acesso em: 15 out. 2020. DESCONHECIDO. Montevideo. 2020. Disponível em: https://hoodmaps.com/ montevideo-neighborhood-map. Acesso em: 15 out. 2020. STRAVA. Heatmap Global. 2020. Disponível em: https://www.strava.com/ heatmap#6.76/-56.38511/-32.47951/hot/all. Acesso em: 15 out. 2020. MONTEVIDEO, Intendencia de. Transporte Público. 2018. Disponível em: https://montevideo.gub.uy/observatorio-de-movilidad/transportepublico#basicoseinfra. Acesso em: 15 out. 2020. JBNAESTRADA. Parque del Prado e Palácio Legislativo – Montevidéu. 2020. Disponível em: https://www.jbnaestrada.com.br/o-que-fazer-montevideuparque-del-prado-e-palacio-legislativo/. Acesso em: 15 out. 2020. ARAÚJO, Roberto Wagner. Árvore: Os Plátanos de Montevideo. 2013. Disponível em: http://rwpaisagismo.blogspot.com/2013/04/arvore-osplatanos-de-montevideo.html. Acesso em: 15 out. 2020.

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https://www.google.com/maps/ MONTEVIDEO, Intendencia de.. Mobiliario Urbano. 2020. Disponível em: https://montevideo.gub.uy/areas-tematicas/ciudad-y-urbanismo/mobiliariourbano. Acesso em: 15 out. 2020. B, Município (comp.). Ciudad Vieja. 2011. Disponível em: https://municipiob. montevideo.gub.uy/node/175. Acesso em: 15 out. 2020. MONTEVIDEO, Intendencia Municipal de. Plan Especial Ciudad Vieja de Montevideo. Disponível em: https://issuu.com/montevideodefrente/docs/ planespecial-ciudadvieja_1_. Acesso em: 15 out. 2020. SPUTNIK. La Ciudad Vieja de Montevideo: ¿revitalización sin gentrificación? Disponível em: https://mundo.sputniknews.com/ reportajes/201612061065359536-montevideo-parte-vieja/. Acesso em: 15 out. 2020. VIEJA, Intendencia de Montevideo - Comisión Especial Permanente de Ciudad (org.). Espacios públicos: inventario del patrimonio arquitectónico y urbanístico de la ciudad vieja. 2020. Disponível em: https:// inventariociudadvieja.montevideo.gub.uy/plazas. Acesso em: 15 out. 2020. SOCIAL, Ministerio de Desarrollo. Casa INJU. 2020. Disponível em: https:// www.gub.uy/ministerio-desarrollo-social/casa-inju. Acesso em: 15 out. 2020. BRESKER, Ilana. “VOS TENÉS PROBLEMAS DE ÁFRICA ACÁ EN MONTEVIDEO”La Ciudad Vieja de Montevideo: ¿revitalización sin gentrificación? 2016. Disponível em: https://www.republica.com.uy/la-ciudad-vieja-demontevideo-revitalizacion-sin-gentrificacion/. Acesso em: 15 out. 2020. DESCONHECIDO. Mais ao Sul: montevideo. Montevideo. Disponível em: http:// feriasminhasferias.blogspot.com/2012/07/montevideo-1107.html. Acesso em: 15 out. 2020. DESCONHECIDO. Plaza Independencia em Montevidéu. 2020. Disponível em: https://dicasdouruguai.com.br/montevideu/plaza-independencia-emmontevideu/. Acesso em: 15 out. 1998. B, Município. Intendencia de Montevideo. 2020. Disponível em: https:// municipiob.montevideo.gub.uy/. Acesso em: 15 out. 2020. Estadística, Uruguay One Instituto Nacional de. Ultimos Indicadores. 2020. Disponível em: https://www.ine.gub.uy/inicio. Acesso em: 15 out. 2020. DESCONHECIDO. Montevideo Antiguo. 2020. Disponível em: https:// montevideoantiguo.net. Acesso em: 15 out. 2020. ECU, Escuela de Cine del Uruguay. 2020. Disponível em: https://ecu.edu.uy/ sitioweb. Acesso em: 15 out. 2020. REACTOR, Laboratório Urbano. Reator Ciudad Vieja: Y vos, ¿qué harías con las casas vacías de Ciudad Vieja?, Montevideo. mar/2020. Disponível em: <https:// montevideo.gub.uy/sites/default/files/biblioteca/11dossier.pdf> acesso em: 09/11/2020

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SANTIAGO DO CHILE


CIDADES SUL-AMERICANAS


Análise urbana na escala metropolitana Autores: Aline Bastos Lívia Borges Luísa Alves Miguel Tavares Yuri Feitosa Professora Maini Perpétuo Tutora Bárbara Oliveira E-book desenvolvido para a disciplina de Análise da Forma Urbana e da Paisagem II da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro


ÍNDICE


0. Introdução ......................................................................................................05 1. Localização .....................................................................................................07 1.1. Do macro ao micro ............................................................................08 1.2. A região metropolitana de Santiago................................................09 1.3. O relevo que molda a cidade............................................................11 2. Geografia ........................................................................................................13 2.1. Os Cerros............................................................................................14 2.2. Os Rios................................................................................................23 3. História.............................................................................................................29 3.1. Linha do tempo .................................................................................30 3.2. Ao longo da história e da arquitetura..............................................33 4. Organização da cidade .................................................................................48 4.1. Organização espacial e administrativa.............................................49 4.2. As comunas de Santiago...................................................................51 5. Análise Urbana na Escala Bairro....................................................................57 5.1 Sobre a Comuna..................................................................................59 5.2 A Expansão e Esavaziamento da comuna.........................................65 5.3 Projeto de reocupação e recuperação, pós terremoto....................67 5.4 O Bairro Universitário..........................................................................71 5.5 Dinâmica do Bairro Universitário.......................................................81 5.6 Considerações Finais..........................................................................87 6. Referências bibliográficas .............................................................................90


0. INTRODUÇÃO


Em um vale entre o oceano pacífico e uma enorme cordilheira chilena está localizada a capital e a maior cidade do Chile. Santiago concentra belezas urbanas e naturais, acomoda o mais importante centro urbano do Chile e apresenta um grande impacto financeiro e presença administrativa em sua região. Lá, o Rio Mapocho atravessa o centro histórico e assiste a arquitetura colonial se mesclando com o skyline moderno que enriquece e valoriza a vivência na cidade. Valdivia (1544) - Poema de Pablo Neruda Pero volvieron. (Pedro se llamaba) Valdivia, el capitán intruso, cortó mi tierra con la espada entre ladrones: “Esto es tuyo, esto es tuyo, Valdés, Montero esto es tuyo, Inés, este sitio es el cabildo”. [...] Entonces Valdivia, el verdugo, atacó a fuego y a muerte, así empezó la sangre, la sangre de tres siglos, la sangre océano, la sangre atmósfera que cubrió mi tierra y el tiempo inmenso, como ninguna guerra. 06


1. LOCALIZAÇÃO


Do macro ao micro

Chile

AmĂŠrica do Sul

RegiĂŁo metropolitana de Santiago do Chile

Fonte: Google maps modificado 08


A região metropolitana de Santiago A Região Metropolitana de Santiago do Chile concentra 40% da população nacional, segundo o censo de 2017, com 7.112.808 habitantes e 15.403 m² de área. Esta região é dividida em 6 províncias, dentre elas Santiago do Chile capital regional e nacional, possuindo uma população de 6.257.516 habitantes.

Mapa da região metropolitana de Santiago do Chile Fonte: ALE BRAVO. El AGUA que no vemos: Potencial sostenible de la gestión del agua urbana en Santiago de Chile. Issuu. Disponível em: <https://issuu.com/alebravo30/docs/tfm_mismec_upc_alejandra_bravo>. Acesso em: 16 Nov. 2020. 09


A Área Metropolitana de Santiago se instala em um vale, chamado vale central, rodeado por montanhas e compreende uma superfície de 641 Km² dividida em 32 comunas, mais as comunas de San Bernardo e Puente Alto, distribuindo-se de maneira radial com a comuna de Santiago ao Centro. Elevação (m) [6000-6600] [5400-6000] [4800-5400] [4200-4800] [3600-4200] [3000-3600] [2400-3000] [1800-2400] [1200-1800] [600-1200] [13-600]

Elevações da escala metropolitana de Santiago do Chile Fonte:ALE BRAVO. El AGUA que no vemos: Potencial sostenible de la gestión del agua urbana en Santiago de Chile. Issuu. Disponível em: <https://issuu.com/alebravo30/docs/tfm_mismec_upc_alejandra_bravo>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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O relevo que molda a cidade Este vale é parte da conhecida Depressão Intermediária e está delimitado pelo cordão Chacabuco no norte, a Cordilheira dos Andes no leste, a Angostura de Paine no sul e a Cordilheira da Costa no oeste. Atualmente, Santiago se estende principalmente no plano da bacia com uma altitude entre os 400 m nas zonas mais ao oeste e chegando aos 540m na Praça Baquedano, centro da comuna Santiago.

Corte pelos relevos de Santiago do Chile / Fonte: produção própia do grupo.

Planícies Litorais

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Cordilheira da Costa máx. 3114 m

Depressão intermediária

Cerro Renca 800 m


A área metropolitana compreende alguns "morros ilhas", como é o caso do Cerro Santa Lucía, Cerro Blanco, Cerro Calán e o Cerro Renca, que com 800 m de altitude é o ponto mais elevado da cidade. No sudoeste da cidade existe um cordão rochoso de vários "morros ilhas", entre os quais se destaca o Cerro Chena. Na direção oeste da cidade, há um dos pontos mais altos da Cordilheira da Costa, como o Cerro Roble Alto, com 2815 m de altitude, sendo que a zona do rio Maipo é a única em que a cordilheira perde altura.

Cerro São Cristobal 800 m

Cordilheira dos Andes 6000 m

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2. GEOGRAFIA


Os Cerros Santiago de Chile está em um vale inserido entre a cordilheira dos Andes e a cordilheira da Costa do Pacífico Sul. Neste vale há algumas colinas denominadas "cerros isla" que se posicionam em pontos em meio a zona urbana da cidade. Santiago ainda conta com dois importantes rios que atravessam as comunas de oeste à leste: o Rio Mapocho e Rio Maipo. A forma urbana da cidade é "limitada" à sua geografia natural, os cerros isla são os “pulmões” da cidade e possuem uma área verde bem preservada e atrações que chamam atenção principalmente de turistas. Há um total de 26 colinas sobrepostas na malha urbana de Santiago.

Fotografia do teleférico do Cerro San Cristóbal Fonte: DA REDAÇÃO. Cerro San Cristóbal. Viagem e Turismo. Disponível em: <https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/cerro-san-cristobal/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Os Cerros À direita, mapa dos“Cerros Isla” Fonte: TELLA, Guillermo. Plataforma Urbana. Plataformaurbana.cl. Disponível em: <https://www.plataformaurbana.cl/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

1 - Cerro Alvarado 2 - Cerro Del Medio 3 - Cerro 18 4 - Cerro Los Piques 5 - Cerro Calán 6 - Cerro Apoquindo 7 - Cerro Jardín Alto 8 - Cerro Chequén 9 - Cerro La Ballena 10 - Cerro Las Cabras 11 - Cerro Los Morros 12 - Cerro Lo Herrera 13 - Cerro Negro

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14 - Cerro Hasbún 15 - Cerro Chena 16 - Cerro Lo Aguirre 17 - Cerros Navia 18 - Cerro Blanco 19 - Cerro Renca 20 - Cerro Rinconada 21 - Cerro Santa Lucía 22 - Cerro Cerrillos de lo Castro 23 - Cerro Adasme 24 - Cerro San Luis 25 - Amapola 26 - Cerro San Critóban


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Os Cerros O Cerro de San Cristóbal é a colina mais conhecida, fica próximo ao museu La Chascona e possui atrações como um zoológico, teleférico, o santuário de la Inmaculada Concepción e a vista panorâmica de Santiago de Chile. O Cerro Blanco teve a primeira igreja construída em Santiago chamada La Viñita e hoje permanece no local como Monumento Histórico Nacional. A igreja guarda a escultura da Virgem de Monserrat, uma imagem muito importante para a cidade. Cerro Blanco possui também Las Piedras Tacitas: superfícies rochosas da cor branca, com cavidades de pouca profunididade onde religiosos locais tendem a colocar alimentos, como oferenda, somando um ponto cultural neste cerro.

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Fotografia aérea dos Cerros de San Cristóbal e Blanco. Fonte: DEJTIAR, Fabian. Cerros islas y espacios verdes que podrás visitar en Open House Santiago 2019. Plataforma Arquitectura. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/926173/cerros-islas-y-espacios-verdes-quepodras-visitar-en-open-house-santiago-2019>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Os Cerros Já o cerro Santa Lucia, apesar de ser menor, também é bastante conhecido e visitado pelo público. Possui uma ótima vista e tem como principal atração uma construção da época colonial: Castillo Hidalgo foi um forte usado para vigiar a cidade do alto. Fotografia aérea do Cerro Santa Lucía e do forte Castillo Hidalgo. Fonte: DEJTIAR, Fabian. Cerros islas y espacios verdes que podrás visitar en Open House Santiago 2019. Plataforma Arquitectura. Disponível em: <https://www.plataf ormaarquitectura.cl/cl/926173/cerros-islas-y-espacios-verdes-que-podras-visitar-en-open-house-santiago-2019>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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O Cerro Renca é parte de um conjunto de cerros que formam o Parque Metropolitano Norponiente. Com maiores índices de umidade da cidade, a região possui uma vasta superfície verde. Recebeu a denominação devido há uma planta muito cultivada no local, antes da chegada espanhola, chamada de Renka pelos incas. Fotografia aérea dos Cerros Renca e San Ignacio. Fonte: DEJTIAR, Fabian. Cerros islas y espacios verdes que podrás visitar en Open House Santiago 2019. Plataforma Arquitectura. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/926173/cerros-islas-y-espacios-verdes-que-podras-visitar-en-open-house-sa ntiago-2019>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Os Cerros Localizado em região nobre da cidade de Santiago, o Cerro de San Luis tem bastante casas e prédios residenciais não só em seu limite mas subindo sua superfície também. E como atração principal o Club de Golf Los Leones. Fotografia aérea do Cerro San Luis. Fonte: DEJTIAR, Fabian. Cerros islas y espacios verdes que podrás visitar en Open House Santiago 2019. Plataforma Arquitectura. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/926173/ cerros-islas-y-espacios-verdes-que-podras-visitar-en-open-house-santiago-2019>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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O Cerro Calán é uma região verde com concentração de árvores de grande porte, fica na região próxima a Sierra de Ramón. Sua maior atração é o Observatório Astronômico Nacional criado em 1965 como parte da Faculdade de Ciências Físicas e Matemáticas da Universidade do Chile. Fotografia aérea do Cerro Calán e sua região. Fonte: DEJTIAR, Fabian. Cerros islas y espacios verdes que podrás visitar en Open House Santiago 2019. Plataforma Arquitectura. Disponível em: <https://www.plataformaarquitectura .cl/cl/926173/cerros-islas-y-espacios-verdes-que-podras-visitar-en-open-house-santiago-2019>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Os Rios Os rios são uma parte muito importante para Santiago, existindo dois principais, um passando pelo norte e atravessando pelo centro e pelas comunas mais visitadas da cidade: rio Mapocho. E outro rio mais extenso em seu comprimento mas que passa apenas pelos limites da cidade, nas extremidades das comunas ao sul: rio Maipo. O fluxo de ambos os rios vão da região mais alta para a mais baixa, do leste ao oeste. Mapa de Santiago do Chile com os rios Mapocho e Maipo. Fonte:Ladera Sur. Disponível em: <https://laderasur.com /estapasando/quinta-c harla-ls-las-historias-ehitos-detras-de-4-reco nocidas-plataformas-w eb-que-potencian-el-p atrimonio-de-chile/cap tura-de-pantalla-2016-0 9-30-a-las-13-05-31/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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À direita, mapa de Santiago do Chile com os rios Mapocho e Maipo. Fonte: TELLA, Guillermo. Plataforma Urbana. Plataformaurbana.cl. Disponível em: <https://www.plataformaurbana.cl/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.


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Os Rios O rio Mapocho nasce nas cordilheiras dos Andes e vai até a comuna Pudahuel, ao oeste, cruzando o centro histórico da região. O rio recebeu, em 2009, o projeto urbanístico chamado "Mapocho 42k", e seu principal fundamento é recuperar a potencialidade das várzeas do rio Mapocho e trazer um espaço público de escala metropolitana no sentido Leste-Oeste que permita conectar geográfica e socialmente a cidade de Santiago. O projeto propõe consolidar esse trajeto como um grande percurso de uso público e lazer, com 42km em sua extensão pela cidade, que permite conectar todos os estratos sociais e topográficos ao longo de 11 comunas, contribuindo para melhorar a qualidade de vida e equidade na cidade.

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Fotografia Ă margem do rio Mapocho. Fonte: UNKNOWN. Close to Mapocho River, Santiago, Chile...( Proximidades do Rio Mapocho, Santiago, Chile...). Blogspot.com. DisponĂ­vel em: <http://alcnolet.blogspot.com/2014/09/close-to-mapocho-river-santiago-chile.html>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Os Rios O rio Maipo é um curso de água natural que nasce sob as cordilheiras dos Andes e viaja até a região de Valparaíso, passando pelo sul de Santiago de Chile, e sendo despejado no oceano Pacífico após se encontrar com seu principal afluente: o rio Mapocho. No seu caminho se depara com o Complexo Hidrelétrico Alto Maipo, usinas em cavernas localizado a cerca de 50km de Santiago a fim de fornecer energia elétrica para as regiões próximas e capital. Porém ainda gera uma série de protestos de cunho ambientalista alegando altos danos ao acesso a água, a rede de agricultura, turismo e ao meio ambiente. Fotografia à margem do rio Maipo. Fonte: google maps (acesso em 06/10/2020)

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Fotografia Ă margem do rio Maipo. Fonte: google maps (acesso em 06/10/2020)

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3. HISTÓRIA


Ao longo da história e da arquitetura Máxima expansão do Império Inca 1450

Linha do tempo da história

Chegada ao sul pelos europeus 1520

Linha do tempo da arquitetura

1492 1541 Exploração Européia Fundação da cidade nas Américas de Santiago do Chile

Palácio de Plaza de armas La moneda 1541 1786

1716 1748 Plano para a Catedral de Santiago cidade de Santiago 30


Final do período colonial 1808

Organização do estado Chileno 1830

1818 Independência Chilena

1831/1861 República Conservadora

República Liberal 1891

1925 Promulgação da Constituição

extensão do plano para a Mercado Central cidade de Santiago 1872 1841

1816 Cerro Santa Luzia 31

1902 1871 extensão do plano para a extensão do plano para a cidade de Santiago cidade de Santiago


República Presidencialista 1973

Transição para democracia 1990

1980 Nova Constituição

Plano comercial para a cidade de Santiago 1908

Parque fluvial Renato Poblete 2014

2003 Sky Costanera

2017 Projeto Paseo Bandera 32


Ao longo da história e da arquitetura 1450 - Período de máxima expansão do Império Inca: O Império Inca chegou a cobrir a região andina do Equador ao centro do Chile, com mais de 3 mil quilômetros de extensão.

Fotografia de esculturas Incas, período pré-colombiano. Fonte: Museu Chileno de Arte Precolombino - Museum Week. Let’s Fly Away. Disponível em: <https://letsflyaway.com.br/mu seu-chileno-arte-precolombino/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

1492- Exploração Européia nas Américas: Fernão de Magalhães e sua expedição foram os primeiros europeus a chegar ao Chile. 1520 - Chegada ao Sul do Chile pelos Europeus: Eles chegaram pelo sul, através do Estreito de Magalhães, estreito que hoje leva seu nome.

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1541 - Fundação da cidade de Santiago do Chile e construção da Plaza de armas. Em conjunto com a fundação da cidade de Santiago, em 12 de fevereiro de 1541, foi criada a Plaza de armas que é considerada seu marco zero. Inicialmente, era uma quadra totalmente plana e somente em 1860 o espaço foi arborizado de acordo com os padrões arquitetônicos europeus.


Fotografia da Plaza de armas. Fonte: BRCHILE. Plaza de Armas. BRchile. DisponĂ­vel em: <https://brchile.com/plaza-de-armas/plaza-de-armas-3-2/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Ao longo da história e da arquitetura 1748 - 1906 - Catedral de Santiago. A Catedral é um marco arquitetônico no centro de Santiago. Localizada nos arredores do que foi inicialmente o coração do traçado urbano da nascente capital, a Plaza de Armas, a construção completa cobre quase um quarteirão inteiro, combinando a Capilla del Sagrario e o Palácio do Arcebispo, também monumentos históricos.

Fotografia da Catedral de Santiago. Fonte: Free tour por Santiago do Chile. Grátis! Civitatis.com. Civitatis.com. Disponível em: <https://www.civitatis.com/pt/ santiago/free-tour-santiago/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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1786 -1812 - Palácio de La Moneda. O ambiente da atual casa de governo chilena foi fortemente modificado durante a última década. A visão tradicional durante as décadas de 80 e 90 mudou radicalmente com a disponibilização de uma ampla esplanada ao seu redor, que além de tornar o ambiente mais transitável, destaca a altura da construção.


Fotografia do Palácio de La Moneda. Fonte: SkyscraperCity. SkyscraperCity. Disponível em: <https://www.skyscrapercity.com/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Ao longo da história e da arquitetura 1716 - Plano para Santiago. Plano de organização espacial da cidade de Santiago.

Mapa do Plano de 1716 para Santiago. Fonte: #16añosMCH Memoria Chilena. Memoria Chilena: Portal. Disponível em: <http://www.memoriachi lena.gob.cl/602/w3-chan nel.html>. Acesso em: 06/10/2020)

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1808- Final do período Colonial: Período marcado pela criação das instituições coloniais. 1816 - Cerro Santa Luzia. Com 69 metros de altura, equivalente a um prédio de 35 andares, essa elevação repleta de construções históricas é um dos principais pontos turísticos do Centro de Santiago. Lá está o Castillo Hidalgo, de 1816, que durante anos recebeu a maior festa de réveillon da cidade.


Fotografia do Cerro Santa Luzia. Fonte: BRCHILE. Subindo o Cerro Santa Lucía. BRchile. Disponível em: <https://brchile.com/cerro-santa-lucia/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Ao longo da história e da arquitetura 1818- Independência: Deposição do governador espanhol. 1830- Organização: Período de organização do Estado chileno entre 1823 e 1830, que viu três líderes vitoriosos e duas constituições. 1831/1861- República Conservadora: Ele foi marcado pela entrada em vigor da Constituição de 1833 estabelecida por Diego Portales, com um governo forte e centralizado. 1841- Expansão do plano de Santiago. Expansão do plano prevendo a expansão da cidade de Santiago.

Mapa do Plano de 1841 para Santiago. Fonte: #16añosMCH - Memoria Chilena. Memoria Chilena: Portal. Disponível em: <http://www.memoriachilena.gob.cl/602/ w3-channel.html>. Acesso em: 06/10/2020)

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1871- Expansão do plano de Santiago. Continuação da expansão do plano prevendo a expansão da cidade de Santiago. Mapa do Plano de 1871 para Santiago. Fonte: #16añosMCH - Memoria Chilena. Memoria Chilena: Portal. Disponível em: <http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-channel.html>. Acesso em: 06/10/2020)

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Ao longo da história e da arquitetura 1872 - Mercado Central. Inaugurado em 1872, foi declarado monumento histórico em 1984. Mas foi por outro motivo que ele se tornou um dos principais pontos turísticos de Santiago: lá dentro estão restaurantes especializadas na tradicional culinária chilena. São dois andares e 241 lojas, entre açougues, padarias, queijarias e restaurantes, principalmente de frutos do mar. Fotografia do Cerro Santa Luzia. Fonte: SANTIAGODOCHILE. Mercado Central de Santiago. SantiagoDoChile.com. Disponível em: <https://santiagodochile.com/mercado-central/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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1891- Oitavo Período: República Liberal. O período foi caracterizado por uma maior estabilidade política, permitindo uma ampliação do território nacional tanto ao sul como ao norte. 1902 - Expansão do plano de Santiago. Continuação da expansão do plano prevendo a expansão da cidade de Santiago.

Mapa do Plano de 1902 para Santiago. Fonte: #16añosMCH - Memoria Chilena. Memoria Chilena: Portal. Disponível em: <http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-channel.html>. Acesso em: 06/10/2020)

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Ao longo da história e da arquitetura 1908 - Plano comercial de Santiago. Plano com foco na área comercial da cidade de Santiago.

Mapa do Plano comercial de Santiago Fonte: #16añosMCH - Memoria Chilena. Memoria Chilena: Portal. Disponível em: <http://www.memoriachilena.gob.cl/602 /w3-channel.html>. Acesso em: 06/10/2020)

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1925- Promulgação da Constituição: O Congresso Nacional passou a dominar a política e o presidente se tornou uma figura sem praticamente nenhuma autoridade. O país tornou-se urbanizado e os primeiros sindicatos foram criados. 1973- República Presidencialista: Marcou uma mudança nas instituições do país. Três partidos passaram a dominar a política: o Partido Radical, o Partido Democrata Cristão do Chile e os Partido Socialista do Chile. Muitas empresas públicas foram criadas neste período. Seu final foi marcada pelo triunfo das ideias de esquerda e socialistas. 1980- Nova Constituição: Após o Golpe de Estado de 11 de Setembro de 1973 que derrubou o presidente democraticamente eleito Salvador Allende, um regime militar ditatorial tomou o poder com uma junta liderada pelo general Augusto Pinochet. Dezenas de milhares de apoiantes da oposição foram presos, torturados ou mortos, inclusive no exterior, enquanto outros foram deportados ou condenados ao exílio. Com a ajuda dos Chicago Boys, Pinochet seguiu uma política econômica liberal, e uma nova constituição foi aprovada 1990- Transição para democracia: Patricio Aylwin recebeu o mandato das mãos de Augusto Pinochet, em 11 de março de 1990 no novo Congresso Nacional do Chile, localizado na cidade de Valparaíso, dando início ao processo de transição à democracia. 44


Ao longo da história e da arquitetura 2003 - 2013- Sky Costanera. O Sky Costanera em Santiago do Chile é o mirante mais alto da América Latina. Com vista 360º da cidade e toda região, incluindo a Cordilheira dos Andes, é um dos pontos turísticos mais visitados de Santiago.

Fotografia do Sky Costanera. Fonte: PORTUGUES — SKY COSTANERA. Sky Costanera. Sky Costanera. Disponível em: <http://www.skycostaner a.cl/pt/iniciar>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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2014 - Parque Fluvial Renato Poblete. As águas do Mapocho foram direcionadas à um lago artificial onde os moradores podem usufruir de esporte e atividades aquáticas.

Parque Fluvial Renato Poblete. Fonte: Pinterest. Disponível em: <https://br.pinterest .com/pin/37196925 0474586393/>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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Ao longo da história e da arquitetura 2017- Projeto Paseo Bandera. A construção da Linha 3 do metrô de Santiago, através do centro histórico da capital chilena, implicou no impedimento do trânsito veicular pela rua "Bandera" desde o ano de 2013. Convertido em estacionamento de automóveis desde então, a calçada foi cercada durante um mês para a construção do "Paseo Bandera", um novo e colorido projeto pedonal inaugurado por Felipe Alessandri, prefeito de Santiago e patrocinadores.

Fotografia do Projeto Paseo Bandera. Fonte: PASEO BANDERA. Paseo Bandera. Plazadearmashostel.com. Disponível em: <https://www.plazadearmashostel.com/por/blog/paseo-ban dera>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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4. ORGANIZAÇÃO DA CIDADE 24


Organização espacial e administrativa A divisao administrativa do Chile é baseada em Regiões, províncias e comunas. As regiões são uma macro divisão do território, as províncias são uma divisão intermediária e as comunas são divisões menores com administrações próprias. A divisão em comunas aconteceu devido a grande expansão da cidade como uma forma de melhor administrar o interior do território. Em algumas áreas densamente povoadas, pode acontecer de não haver nenhuma distinsão prática entre a cidade e a comuna que a contém, como é o caso de Santiago. No Chile existem 16 regiões, sendo uma delas a região metropolitana de Santiago, dentro dela existem 6 províncias, nas quais uma é a província de Santiago, e, dentro desta, há 32 comunas, das quais a comuna de Santiago é a capital. A área conhecida como A Grande Santiago consiste nas comunas que formam a província de Santiago mais uma parte de algumas comunas do entorno. Devido à centralização do poder, Santiago carece de um governo metropolitano que consiga unir e administrar as comunas afim de igualar os recursos financeiros e as ações em cada território. À direita, mapas do Chile. Fonte: CONTRIBUIDORES DOS PROJETOS DA WIKIMEDIA. Capital do Chile. Wikipedia.org. Disponível em:

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<https://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_(Chile)>. Acesso em: 16 Nov. 2020. Modificado.


Chile dividido em regiĂľes

Chile dividido em provĂ­ncias

Chile dividido em comunas

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As comunas de Santiago

Mapa da província de Santiago com suas comunas demarcadas. Fonte: CONTRIBUIDORES DOS PROJETOS DA WIKIMEDIA. Capital do Chile. Wikipedia.org. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_(C

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hile)>. Acesso em: 16 Nov. 2020.


Mapa da província de Santiago dividida em suas

Mapa da província de Santiago dividida em suas

comunas e sob análise do uso das áreas não urbana.

comunas e sob a análise do acesso à áreas públicas

Fonte: #30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

verdes de cada comuna.

Drive. Google.com. Disponível em: <https://drive.-

Fonte: #30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1-

Drive. Google.com. Disponível em: <https://drive.-

jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

52


As comunas de Santiago

53

Mapa da província de Santiago dividida em suas

Mapa da província de Santiago dividida em suas

comunas e sob a análise dos grupos socioeconomi-

comunas e sob a análise das áreas em m² das residên-

cos de Santiago (mais vermelho é o mais vulnerável e

cias (mais amarelado são residências com menos m² e

o mais azul é o mais favorecido).

mais azuis são residências com mais m²).

Fonte: #30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

Fonte:#30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

Drive. Google.com. Disponível em: <https://drive.-

Drive. Google.com. Disponível em: <https://drive.-

google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1-

google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1-

jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.


Mapa da província de Santiago dividida em comunas

Mapa da província de Santiago dividida em suas

e sob a análise das “fronteiras” sociais em Santiago

comunas e sob a análise da relação entre o nível

(quanto mais azul maior a população de baixa renda e

socioeconomico de cada área e a segregação espa-

quanto mais vermelho maior a população de alta

cial.

renda).

Fonte:#30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

Fonte:#30DayMapChallenge - Juan Correa - Google

Drive. Google.com. Disponível em: <https://drive.-

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google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1-

google.com/drive/folders/1VNLqU8W-7t5LY_1-

jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

jm61MI316zDSeNSAT>. Acesso em: 16 Nov. 2020.

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As comunas de Santiago Tendo como base a análise e reflexão dos mapas apresentados, é possível compreender as “fronteiras” imaginárias sociais e territoriais tão marcantes para quem vive em Santiago. Enquando a região mais populosa do Chile continua com sua administração e poder público fragmentada, a segregação socioespacial segue aumentando. As comunas mais ricas seguem com cada vez mais recursos e mais intervenções no território, enquanto que as comunas mais pobres continuam sem investimentos e em situação precária. Cada vez mais cresce a bolha social em que os chilenos vivem, pessoas com maior nível socioeconomico tendem a frenquentar apenas as comunas mais ricas e a se relacionar com pessoas de renda mais alta, o mesmo acontece com as pessoas de menor poder quisitivo e, dessa forma, grande parte da população se vê afastada das áreas de lazer públicas, parques e oportunidades. É necessário que haja em Santiago do Chile um poder público acima das comunas, que as unifique e consiga melhor companhar a situação de cada comuna possibilitando um território mais igualitário para todos que o habitam.

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5. ANÁLISE URBANA NA ESCALA BAIRRO


A comuna Santiago e o Bairro Universitário de Santiago SUB ÍNDICE 5.1 Sobre a Comuna...........................................................................................62 5.2 A Expansão e Esavaziamento da comuna..................................................68 5.3 Projeto de reocupação e recuperação, pós terremoto.............................70 5.4 O Bairro Universitário...................................................................................74 5.5 Dinâmica do Bairro Universitário.................................................................84 5.6 Considerações Finais....................................................................................90 5. Referências bibliográficas .............................................................................97

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Sobre a Comuna A comuna de Santiago é a área central e principal comuna da cidade de Santiago do Chile, sua área abrange cerca de 244 hectares, sendo uma das menores comunas do Chile, mas ainda a maior comuna dentre as que possuem um território 100% urbanizado na Grande Santiago.

Região metropolitana de Santiago do Chile

Província de Santiago

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Comuna de Santiago

Fonte: Elaboração própria.


Localizada aos pés do morro Santa Lucía, ela se encontra em uma bacia tectônica que faz parte da depressão intermedia repleta de recursos aluviais, incluindo o Rio Mapocho, no limite norte da comuna, região do surgimento da cidade. No leste, a comuna é limitada pela Avenida Vicuña Makenna, no sul pelas ruas Placer e Centenário e no oeste pela rua Exposición e avenida Matucana, onde também se localiza uma linha férrea.

Legenda: Ilustração dos relevos ao redor da comuna de Santiago. Fonte: SANTIAGO SECPLAN. [s.l.: s.n.], 2014. Disponível em: <http://www.observatoriosantiago.cl/wp-content/uploads/2015/03/OP-Antecedentes-Comunales-Santiago-2014.pdf >. Acesso em: 3 Nov. 2020.

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Sobre a Comuna Até o final do século XIX, a cidade de Santiago se encontrava praticamente inteira no território da comuna, apenas no início do século XX que a cidade recebe um enorme aumento populacional que a fez ultrapassar os limites da atual comuna, o que desencadeou seu processo acelerado de expansão urbana e permitiu uma rápida e adiantada consolidação urbana da comuna. Está e a nova área da então cidade ainda constituem uma certa unidade, o que reforça o papel central da comuna: a população passa a morar ao redor da comuna, mas ainda trabalha, estuda e compra no centro. Santiago possui um formato de quadrilátero irregular e é dividido em 4 setores bem definidos a partir da Autopista Central, no sentido norte e sul, e pela Alameda Libertador Bernardo O’Higgins, no sentido leste-oeste, que existem a nível metropolitano e cruzam a comuna atraindo diariamente um grande fluxo de pessoas indo e vindo das periferias, de outras comunas e lugares da região metropolitana, além de estimular a atividade econômica local. Os 4 setores são chamados de Triângulo Fundacional, Santiago Poniente, Santiago Sur Poniente e Santiago Sur.

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Legenda: Rede viária da comuna de Santiago. No eixo central vertical visualizamos a Autopista Central e no eixo horizontal central visualizamos a Alameda Libertador Bernardo O’Higgins. Fonte: SANTIAGO SECPLAN. [s.l.: s.n.], 2014. http://www.observatoriosantiago.cl/wp-content/uploads/2015/03/ OP-Antecedentes-Comunales-Santiago-2014.pdf>. Acesso em: 3 Nov. 2020.

Legenda: Setores da área central de Santiago. Fonte: SÃO, Paulo; SANTIAGO; BUENOS, Chile. Políticas para a recuperação de áreas centrais em cidades latino-americanas. Estudos de caso. [s.l.: s.n.], 2010. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/td e-09062010-150605/publico/MPavlick_Dissertacao_Mestr ado.pdf>. Acesso em: 3 Nov. 2020.

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Sobre a Comuna Ainda em menor escala, a comuna de Santiago possui em seu interior 7 agrupamentos de vizinhanças e 51 vizinhanças, uma forma encontrada para administrar territorialmente a comuna, essas vizinhanças agrupam 20 bairros, dentre eles o bairro Santiago Centro, local bastante histórico onde se encontra a Plaza de Armas, primeira construção da comuna, o bairro Bellas Artes y Lastarria, lugar que concentra grandes áreas verdes, o bairro de Santiago Oriente que concentra grandes centros comerciais e o Sky Costanera, o bairro de Providencia, um dos preferidos pelos turistas, o bairro Bellavista com perfil mais boêmio, o bairro Universitário de Santiago, o qual representa nosso recorte temático, entre outros...

Legenda: Faculdade de Direito do Bairro Universitário. Fonte: projetos 167.02 prêmio salmona: O conjunto da Universidade Diego Portales | vitruvius. Vitruvius.com.br. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revis tas/read/projetos/14.167/5333>. Acesso em: 10 Nov. 2020.

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Agrupamento de vizinhança 1 Agrupamento de vizinhança 2 Agrupamento de vizinhança 3 Agrupamento de vizinhança 7 Agrupamento de vizinhança 8 Agrupamento de vizinhança 9 Agrupamento de vizinhança 10 Legenda: Separação em agrupações de vizinhanças. Fonte: SANTIAGO SECPLAN. [s.l.: s.n.], 2014. Disponível em: <http://www.observatoriosantiago .cl/wp-content/uploads/2015/03/OP-Antecedentes-Comunales-Santiago-2014.pdf>. Acesso em: 3 Nov. 2020.

Nas últimas décadas, o processo que tem ocorrido é o de estratificação em que o centro da comuna concentra as principais atividades e os bairros do entorno, em segundo plano com usos de apoio, começam a se deteriorar gradativamente. 64


A expansão e esvaziamento da comuna Até 1930, a cidade de Santiago se demarcava na atual Comuna de Santiago. As classes média-alta e alta de Santiago viviam nesses limites, a partir de então, houve o deslocamento a novos bairros, em sua maioria, periféricos em processo de urbanização, e passaram-se a se mudar em direção a esses novos loteamentos, no modelo tipo conhecido como cidade-jardim, localizados a leste. Essa nova forma de viver, longe do caos do centro, foi atrativo para a elite. Já em 1960, houve a intensificação desse movimento de saída da população do Centro, ainda se tratando das classes média-alta e alta, que continuavam se deslocando a leste, que na década de 60 havia melhores e mais agradáveis condições para morar. Grande motivo da expansão naquele sentido na época.

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Legenda: Evolução da população comunal. Fonte: Observatorio Santiago. Observatorio Comunal de Santiago - Ilustre Municipalidad de Santiago. Disponível em: <http://www.observatoriosantiago.cl/wp-content/uploads/2015/03/OP-Antecedentes-C%20omuna les-Santiago-2014.pdf/>. Acesso em: 10 Nov. 2020.


Houve uma mudança significativa na ocupação a partir de 1970, com o esvaziamento da área central de Santiago, gerando mudança dos usos, devido à diminuição das residências em favor de beneficiar outras atividades próprias que permeiam sua condição de centralidade. E com a população se deslocando para essas áreas em desenvolvimento, a região central sofreu com a degradação, como resultado desse crescimento urbano para a periferia. “Esse quadro veio a se alterar a partir de 1990, quando se instalaram no bairro algumas universidades, tais como a UDP (Universidad Diego Portales), Universidad Andrés Bello, e outras, incentivadas pela localização, disponibilidade de infraestrutura de mobilidade, e baixo valor do solo, o que gerou oportunidade de investimento e incentivos da municipalidade, com a proposta de renovação da área central de Santiago. A intervenção se destina a preservar o dinamismo do centro, deter a evasão dos moradores e atrair novos residentes. A Universidade Diego Portales (UDP) foi uma das primeiras escolas particulares a se implantar ali, já em 1982, vindo a ocupar o denominado Bairro Universitário de Santiago (BUS). Aos poucos o BUS foi se consolidando, verificando-se a expansão do número de universidades instaladas, e se verificou um aumento das ações da administração pública municipal, que nos anos de 1992 determinou a área como Zona Típica de Interesse Patrimonial, e em 1998 criou o Distrito Campus Universitário, suscitando o interesse de pesquisa por articular preservação patrimonial e desenvolvimento da região central.” (ABASCAL, Sguizzardi e col. (2015) São Paulo. pp.13 - citação retirada do Relatório de pesquisa: Projetos urbanos na América Latina)

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Projeto de reocupação e recuperação, pós terremoto Na década de 1970, o centro de Santiago já era deteriorado, mesmo que a área do triângulo, o distrito central de negócios, ainda mantivesse melhores condições. Na década seguinte, em 1985, um grande terremoto, de 8,8 graus de magnitude, terminou por acelerar o processo de deterioro. Muitos imóveis foram danificados ou totalmente destruídos, acelerando o processo de degradação do centro e aumentando o número de terrenos vazios - muitos quarteirões foram totalmente destruídos e transformados em grandes estacionamentos. O desastre também contribuiu para uma maior diminuição populacional da área com a destruição de muitos imóveis residenciais mais antigos. Por outro lado, essa liberação forçada de terrenos permitiu um início de renovação da área, a partir da substituição dos imóveis condenados por novas construções. Diagrama mostrando como funciona a subducção, onde a placa oceânica penetra abaixo da placa continental. Fonte: Disponível em: <https://ca.wikipedia.org/wiki/Fitxer: Zona_de_subduccion_lmb.png>. Acesso em: 10 Nov. 2020. Legenda: Potência de magnitude do terremoto. Quanto mais quente a tonalidade da cor, mais forte foi o terremoto. Fonte: Sismo ocurrido en Chile en 1985. Wikipedia.org. Disponível em: <https://es.wikipedia.org/wiki/Terremoto_de_Algarrobo_de_1985>.

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Acesso em: 10 Nov. 2020.


Fonte: HTTPS://WWW.FUNDACIONALTORIO.CL/AUTHOR/FUNDAC12. 3 de Marzo, Terremoto de 1985. Fundación Alto Rio. Disponível em: <https://www.fundacionaltorio.cl/3-de-marzo-terremoto-de-1985/>. Acesso em: 10 Nov. 2020.

Depois do grande terremoto ocorrido, a municipalidade de Santiago se convenceu da necessidade de recuperar o centro, resgatando a cidade frente a destruição ocasionada pela catástrofe natural. Para gerir a recuperação, nasceu a Corporación de Desarrollo de Santiago (Cordesan), a qual não desenvolveu, e muito menos aplicou programas eficazes para toda a Comuna. 68


Projeto de reocupação e recuperação, pós terremoto Cabia à ela realizar planos de desenvolvimento urbanístico e projetos de renovação ou revitalização, construir e recuperar edifícios, arborizar ruas e praças e preservar o patrimônio histórico. Deveria também organizar a comunidade e criar Comitês de interlocução com agentes investidores e moradores. A CORDESAN tem grande autonomia, podendo receber recursos de qualquer tipo e procedência, realizar contratos, fazer empréstimos, comprar e vender bens móveis e imóveis. Além do Poder Público Municipal, o maior parceiro da corporação são os investidores e empreendedores imobiliários: estes são os grandes promotores do Programa de Repovoamento do Centro Urbano de Santiago, gerando a oferta e a execução de programas residenciais, sem interferência da corporação ou da municipalidade. As Universidades são sócias da CORDESAN, fazendo também parte do Conselho de Administração. Elas contribuem com estudos, projetos, avaliações e recursos para a execução e financiamento dos projetos que envolvem seus campi na área central.

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As suas principais linhas de atuação da CORDESAN, na área central, são: pedestrialização, espaços públicos e paisagem urbana; apoio a usos


pedestrialização, espaços públicos e paisagem urbana; apoio a usoscomerciais; repovoamento da área do centro, com incentivos e subsídios para fixar população de baixa renda com reconversões ou construções novas, reabilitação de edifícios abandonados, em habitação, estando à frente do Programa de Repovoamento do Centro, realizando a ponte de ligação entre estudos e promoção de demanda e empreendimentos imobiliários. A iniciativa privada, intermediada pela CORDESAN, é o principal motor da transformação do centro. Cabe à corporação realizar os estudos de viabilidade econômica e financeira relativos a todas as suas intervenções. A ligação entre a sociedade civil, agentes econômicos e a municipalidade não foram criados da melhor maneira possível, diante de um modelo de desenvolvimento nacional ainda pautado pelos efeitos da ditadura enfrentada pelo país. No que tange à recuperação e preservação do Patrimônio Histórico, a CORDESAN atuou desde os anos de 1990 em acordo com o Governo Central e o Ministério de obras públicas, que fez e contribuiu para a implementação de um Plano de requalificação dos edifícios governamentais. Em 1990, houve a deflagração do processo participativo, no qual delegados opinaram sobre suas comunas, o que gerou a Primeira Convenção de Santiago, tendo como produto o documento denominado Propuesta de Desarrollo para la Renovación de Santiago, que foi publicado em 1991.

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O Bairro Universitário Localizado na região sudoeste da Comuna de Santiago, o Bairro Universitário (BUS) compreende os bairros Ejército e República, e possui proximidade à área fundacional da cidade. Seus principais acessos são pela Avenida Libertador Bernardo O´Higgins, na extremidade norte, dispondo de duas estações de metrô, e pela Avenida Manuel Rodriguez, que delimita a lateral leste do setor. Neste setor encontram-se os primeiros edifícios universitários do bairro: o Campus Beaucheff da Universidade de Chile (1911) e a Faculdade de Arquitetura, também da Universidade de Chile (1944).

Legenda: Localização do Bairro Universitário em Santiago do Chile. Fonte: SÃO, Paulo; SANTIAGO; BUENOS, Chile. Políticas para a recuperação de áreas centrais em cidades latino-americanas. Estudos de caso. [s.l.: s.n.], 2010. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiv eis/16/16139/tde-09062010-150605/public o/MPavlick_Dissertacao_Mestrado.pdf>.

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Acesso em: 3 Nov. 2020. Modificado.


O projeto urbano do Bairro Universitário de Santiago se deve a uma série de ações de integração da iniciativa privada e pública, sob a gestão da Municipalidade de Santiago, geridas pelo poder público. Até então, nos bairros República e Ejército já havia a presença de instituições de ensino. Porém, a partir de 1980 grupos investidores de instituições de ensino superior foram atraídos pela localização central, da comuna de Santiago, por alguns aspectos. Verifica-se que um dos primeiros fatores foi a ampla oferta de serviço de transporte público que a região possuía. Já em 1975 tinha sido inaugurada a linha 1 - vermelha - do metrô de Santiago, e em 1978 a linha 2 amarela, ambas se cruzam na Comuna de Santiago, além dos trens e ônibus que também circulavam na região. Outro fator muito importante foi disponibilidade de imóveis a preços baixos, devido a mudança de perfil dos moradores da região, que se encaminhavam para comunas que se expandiam, na Área Metropolitana de Santiago, ao redor da comuna de Santiago, o que provocou a desconcentração demográfica da área central. A primeira universidade privada inserida na região foi a Universidad Diego Portales (UDP), em 1982. Muitos casarões antigos de arquitetura eclética foram remodelados para receberem tais instituições, bem como novas construções em terrenos vazios adquiridos. 72


O Bairro Universitário

Legenda: Linha 1, 2 e 5 de metrô em Santiago, 2002 Fonte: Plano Red de Metro [material cartográfico] [Dirección General de Metro] - BND: Mapoteca. BND: Mapoteca. Disponível em: <http://www.bibliotecanacionaldigital.gob.cl/bnd/631/w3 -article-352909.html>. Acesso em: 10 Nov. 2020.

Vendo o crescente interesse na área e a tentativa de reocupação e reestruturação da área central da Comuna, a partir de 1990, a Municipalidade estimulou o crescimento do uso universitário, proposto no Plan de Desarrollo de la Comuna de Santiago (PDUS) tendo o estudo urbanístico e econômico realizado pelas Faculdades de Arquitetura e Economia da Pontifícia Universidade Católica de Chile, entre 1988 e 1990, demonstrando o forte interesse das organizações estudantis em contribuir com a gestão pública. Deste modo, a rápida modificação e intensificação de uso da área, trouxe novos 73


empreendimentos imobiliários em busca das vantagens e preços baixos dos terrenos e imóveis da região, resultando numa renovação urbana. Assim foi possível observar desde residências estudantis, edifícios ocupados por professores e suas famílias, jovens moradores até comércios e serviços que dessem suporte a essa recente população, provocando uma nova dinâmica ao setor. Em 1993, as instituições de ensino e a comunidade organizaram um Comitê com objetivo de conciliar os diferentes tipos de uso da região (residencial, comercial, institucional) propondo alterações físicas na região. Em 1998 foi criado o Distrito Campus Universitário que engloba os bairros: Ejército, República, Brasil, Dieciocho, Parque Almagro.

Legenda: Bairros que compõem o distrito universitário Fonte: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile. Modificado.

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O Bairro Universitário Legenda: Setores do Bairro Universitário. Fonte: PAULO, São. PROJETOS URBANOS NA AMÉRICA LATINA: CRITÉRIOS QUALITATIVOS E INDICADORES. OS CASOS DE RECIFE, RIO DE JANEIRO, SANTIAGO DO CHILE E CALAMA RELATÓRIO DE PESQUISA. [s.l.: s.n.], 2015. Disponível em: <http://dspace.mackenzie.br/bitstream /handle/10899/14565/3401_2013_0_11.pdf?sequence=1&isA llowed=y>. Modificado.

Em 2002, foi criada a Corporación Universitaria de Santiago composto pelas quatro universidades privadas presentes no bairro até aquele momento – Universidade Diego Portales - UDP, Universidad Andrés Bello - UNAB, Universidad de Las Americas - UDLA e Universidad San Thomas - UST. Tal corporação tinha como principal objetivo a promoção do desenvolvimento cultural, social, econômico e urbano do Bairro Universitário Santiago. Uma das propostas da Corporação à Municipalidade foi a delimitação do Bairro Universitário, tendo a sua efetivação em 2003. A região foi percebida como um campus aberto à comunidade, inserida no tecido urbano e que interage como os seus habitantes, no sentido de organizar esse setor autônomo que desperta tanto o interesse privado como público. 75


A área de fato delimitada como bairro compreende o setor 1, porém o uso e o entendimento da nova dinâmica com o espaço urbano se expande para os setores 2 e 3, demonstrando o interesse gerado pela área e como a reocupação da área central da Comuna de Santiago possibilitou um sentimento de segurança e qualidade de vida, com intervenções urbanas feitas.

Legenda: Setores do Bairro Universitário. Fonte: PAULO, São. PROJETOS URBANOS NA AMÉRICA LATINA: CRITÉRIOS QUALITATIVOS E INDICADORES. OS CASOS DE RECIFE, RIO DE JANEIRO, SANTIAGO DO CHILE E CALAMA RELATÓRIO DE PESQUISA. [s.l.: s.n.], 2015. Disponível em: <http://dspace.mackenzie.br/bitstream /handle/10899/14565/3401_2013_0_11.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Modificado.

76


O Bairro Universitário O bairro universitário de Santiago do Chile atualmente concentra o maior número de instituições educacionais de todo o país, com mais de 65 sedes universitárias, 33 institutos profissionais e 15 centros de formação técnica. Conta com uma população flutuante diária de aproximadamente 200.000 pessoas, entre residentes e usuários. Como no projeto de desenvolvimento da comuna foram feitas remodelações em alguns espaços urbanos, a fim de melhorar a área para os usuários, além de atrair novos investimentos. Deste modo, uma das maneiras empregadas para criar espaço livre de qualidade aos usuários, foi a abertura de caminhos nas quadras por dentro dos edifícios, em sua maioria universitários. Deste modo as Universidades proporcionam espaços semi-públicos para o bairro. Tais entradas funcionam como conectores capazes de viabilizar os espaços livres dentro da quadra ao público, criando praças internas. Os prédios das faculdades espalhados pelo bairro também proporcionam espaços livres para o público, por meio de pátios, terraços entre outras estratégias arquitetônicas e urbanísticas. Um exemplo são os edifícios da Universidade Diego Portales UDP, mesmo se tratando de edifícios de uma instituição privada, têm parte de seus espaços para o uso comum de seus usuários e de outros habitantes que desejem usufruir dos mesmos. 77


Fonte: Carla Caires, 2013

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O Bairro Universitário

2-Vista do terraço da Faculdade de Saúde - UDP, aberto ao público 1-Pátio interno coberto, da Faculdade de Direito, aberto ao público

3-Espaços dedicados ao pedestre e ciclovia - BUS

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4-Perspectiva de uma via do Bairro Universitário.

5-Vista de um edifício cmercial do Bairro Universitário.

Fonte das imagens especificadas nas referências bibliográficas.

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Dinâmica do Bairro Universitário Sobre a dinâmica entre o bairro universitário com a comuna, começa-se por contextualizar que esse bairro se formou a partir de uma série de fatores como as condições originais, que atraía a implantação de instituições educacionais e interesse dos setores privados e públicos que viram ali um local de alto valor patrimonial onde foi se desenvolvendo de forma autônoma e progressista e acabou que sendo proposto, em 2002, quando o bairro já tinha essa identidade universitária, uma proposta que visava diminuir os conflitos identificados entre os residentes e usuários: a ideia de criar um campus aberto à comunidade, inserida e interagindo com ela e seus habitantes.

Fonte: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/proj

81

etos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020


Com o auxílio financeiro das universidades, a Corporação Universitária de Santiago começou na elaboração de projetos para reestruturar o bairro para tentar entrar na ideia proposta, então remodelaram praças, modificaram as vias, abriram fluxos entre quadras, etc. E no mesmo período, começaram a propor diretrizes para a criação do Campus Urbano Aberto para a comuna. A partir daí, o bairro universitário se desenvolveu com planejamento e executado com os recursos das universidades.

Legenda: Edifício de Usos Múltiplos, Avenida Ejército 333, Santiago do Chile. Arquiteto Mathias Klotz Fonte: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020

Para preservação das estruturas, equipamentos existentes e fachadas históricas, foi pensado no espaço público como elemento integrador: criando passagens que permitiam a possibilidade de caminhos entre as quadras, gerando fluxos e interações sociais com pátios internos semipúblicos. Já que se optou-se por preservar os edifícios e as fachadas contínuas, impediriam a criação de praças abertas recortando o alinhamento predial. Assim, usaram o miolo das quadras para a criação desses espaços.

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Dinâmica do Bairro Universitário Observa-se que havia uma preocupação clara em intensificar o fluxo de pedestres entre as ruas principais do setor:

Legenda: Mapa de permeabilidade de quadra criada no Conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago do Chile. Fonte: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read /projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020

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A interação com o interior das quadras pode absorver esse ponto negativo: negando o espaço público aberto pra cidade mas possui pontos positivos na organização da cidade. A geração de edifícios emblemáticos e característicos do bairro em questão, trazendo uma dinâmica própria como, por exemplo a experiência de uma mesclagem entre estilos diferentes de arquitetura nos pátios internos, que são pontos estratégicos de permanência e de passagem com fluxo, principalmente, dos estudantes que usam as vias para ir de um edifício à outro.


Legenda: Intervenção Artística no Pátio da Faculdade de Arquitetura, Artes e Desenho, Santiago do Chile.

Legenda: (foto esquerda) Faculdade de Saúde, área interna, Avenida Ejército 233, Santiago de Chile. Arquiteto Mathias Klot. (foto direita) Tetos translúcidos do Edifício Usos Múltiplos e Biblioteca Nicanor Parra, Santiago do Chile. Fontes: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read /projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020

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Dinâmica do Bairro Universitário De forma crítica, podemos notar a falta de uma àrea de espaço público aberto que não esteja alinhado e próximo às vias de trânsito. Por outro lado, a conexão entre espaço de fluxo de pedestres e permanência se torna ainda mais forte pois ambos se complementam no ambiente

Legenda: Faculdade de Arquitetura, Artes e Desenho, Avenida República 180, Santiago do Chile. Arquiteto Ricardo. Fonte: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read

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/projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020


Nota-se que o Bairro Universitário de Santiago vem da necessidade conduzida em grande apoio pelas universidades. E a municipalidade realizou seu papel de gestora elaborando planos públicos para a comuna no processo de repovoamento e transformação urbana da área central, além das obras e melhoria para o desenvolvimento da vocação educacional do bairro BUS. É preciso ressaltar que apesar da aprovação do poder público, junto com apresentação de planos e instrumentos de favorecimento dos setores privados, não houve recursos públicos para a instalação dos campi das universidades nesta região. O papel da municipalidade contribuiu apenas para melhorias de infraestrutura e paisagismo. O Município somente promoveu melhorias a pedidos do grupo universitário e de seus residentes, e também reconheceu a área como um bairro universitário.

Faculdade de Direito, Avenida República 105, Santiago do Chile. Arquitetos Renzo Alvano e Pablo Riquelme. Fonte: CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read /projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020

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Considerações finais O Projeto do Bairro Universitário nasce da intenção de atrair e reocupar uma área que, até então, estava sendo abandonada pela população. As pessoas com maior poder aquisitivo que ali habitavam dirigiam-se às comunas ao redor de Santiago, que ofereciam melhor qualidade de vida e segurança, por meio de uma infra estrutura urbana nova, já que a Área Metropolitana de Santiago AMS - estava se expandindo. Os maiores investidores para a renovação da área foram as Organizações de Universidades particulares, que aproveitaram aspectos como a centralidade e o baixo custo do metro quadrado (m²) para desenvolverem as atividades estudantis. Desse modo, as próprias universidades foram as responsáveis por estudar e intervir urbanisticamente na região, implantando novos edifícios ou reaproveitando as construções pré-existentes. Assim entendeu-se que além de construir, era fundamental atender as necessidades que faltavam à área, a fim de que fosse reutilizada pela comunidade. Muito mais do que um investimento financeiro em imóveis, seria necessário um investimento no lugar, e provocar uma nova dinâmica de usos.

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Esse projeto levanta alguns aspectos suscitados pela teórica Jane Jacobs em sua obra Morte e Vida das Grandes Cidades (1961). Jacobs defende a rua, o bairro e a comunidade como elementos vitais para a dinâmica urbana.


Segundo a autora, resgatar a utilização do espaço da rua e da calçada possibilita a sensação de segurança, um dos fatores que contribuiu para a queda demográfica na comuna. Desde modo, um caráter muito trabalhado no projeto do Bairro Universitário são os espaços públicos tanto em calçadas como levando para dentro dos edifícios acadêmicos, provocando diferentes usos no mesmo ambiente e proporcionando laços entre distintos públicos - estudantes e moradores. Jane Jacobs propõe considerar o espaço público como o coração da vida moderna, pois é o local onde as trocas e encontros ocorrem. Assim, muito mais do que um edifício, é importante compreender as carências do lugar e encontrar respostas que sejam favoráveis a intenção do projeto. Deste modo, percebe-se que o Bairro Universitário responde às questões impostas, colocando as necessidades das pessoas em foco. O projeto reverte o fato de ser uma área sem espaço público de qualidade e incorpora em muitos edifícios institucionais tais espaços promovedores de encontros. Outra característica foi a revitalização de ruas, tornando alguns trechos de uso apenas para pedestres, além de permitir “ruas” que penetram os edifícios, servindo como conectores, provocando outra dinâmica na região. Tais características foram capazes de despertar outros interesses imobiliários e comerciais, tornando a região múltipla de usos e ocupações. 88


Considerações finais Consequentemente, a partir dos anos 2000 houve o crescimento demográfico da região, alvo do Plano de Desenvolvimento da Comuna de Santiago, restabelecendo a comuna como uma das mais importantes socioeconomicamente no contexto metropolitano.

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Referências Bibliográficas MERINO, Ximena Antonia Díaz. PABLO NERUDA E O OLHAR POÉTICO SOBRE AS CIDADES CHILENAS:TEMUCO, SANTIAGO E VALPARAÍSO. Rio de Janeiro, agosto de 2008. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp127726.pdf> Acesso em 16 de novembro de 2020. ALLARD, Pablo. Segregación Residencial en la Región Metropolitana. Santiago, Chile, 2016. Disponível em: <https://www.cepchile.cl/cep/site/artic/20160304/asocfile/20160304094846/sem_segregacion_allard.pdf> Acesso em 16 de novembro de 2020. WIKIPEDIA. Las Condes. Agosto de 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Las_Condes#/media/Ficheiro:Santiago_de_Chile_from_Gran_torre_Santiago ,_Apoquindo_and_Tobalaba_Avenues.JPG> Acesso em 16 de novembro de 2020. WIKIPEDIA. Chile. Gran Torre Santiago. Janeiro de 2018. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Chile#/media/Ficheiro:Gran Torre Santiago _(39693576311).jpg> Acesso em 16 de novembro de 2020. Pedro Lira - Artistas Visuales Chilenos, AVCh, MNBA. Disponível em: <http://www.artistasvisualeschilenos.cl/658/w3-article-39929.html>. Acesso em: 16 nov. 2020. REVISTA GUATEMALA, NOTICIAS, EDUCACIÓN, VIAJES Y TURISMO. Revista Guatemala - Valdivia (1544) poema de Pablo Neruda . Disponível em: <http://m.revistaguatemala.com/publicaciond.php?PublicacionId=11171>. Acesso em: 16 nov. 2020. [Plano esquemático, en el tiempo de la] Fundación de Santiago por Pedro de Valdivia en 1541 [fotografía]. - BND: Sala Medina. Disponível em: <http://www.bibliotecanacionaldigital.gob.cl/bnd/632/w3-article-314957.html>. Acesso em: 16 nov. 2020. VIEW ALL POSTS BY ACADEMIAESPACIAL. 11/9: La ciudad de Santiago como símbolo fascista. Disponível em: <https://producciondelespacio.org/2020/09/11/11-9-la-ciudad-de-santiago-como-simbolo-fascista/>. Acesso em: 16 nov. 2020. CONTRIBUIDORES DOS PROJETOS DA WIKIMEDIA. Capital do Chile. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_(Chile)#:~:text=Santiago%20foi%20fundada%20pelo%20conquista dor,Vald%C3%ADvia%20como%20Cerro%20Santa%20L%C3%BAcia>. Acesso em: 16 nov. 2020. EQUIPO PLATAFORMA PATRIMONIO. Ficha de Monumento: Catedral de Santiago. Disponível em: <https://www.plataformaurbana.cl/archive/2011/06/03/ficha-de-monumento-catedral-de-santiago/?utm_m edium=website&utm_source=archdaily.com.br>. Acesso em: 16 nov. 2020.

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Referências Bibliográficas Projetos urbanos na América Latina: Critérios qualitativos e indicadores. Os casos de Recife, Rio de Janeiro, Santiago do Chile e Calama. Disponível em: <http://dspace.mackenzie.br/bitstream/handle/10899/14565/3401_2013_0_11.pdf?sequence=1&isAllowed =y> Acesso em 30 de out. de 2020 Plano Red de Metro [material cartográfico] [Dirección General de Metro] - BND: Mapoteca. BND: Mapoteca. Disponível em: <http://www.bibliotecanacionaldigital.gob.cl/bnd/631/w3-article-352909.html>. Acesso em: 10 Nov. 2020. Barrio Universitario – Cordesan. Cordesansantiago.cl. Disponível em: <https://www.cordesansantiago.cl/project/barrio-universitario/>. Acesso em: 10 Nov. 2020. CAIRES, Carla de Barros. Arquitetura contemporânea e a requalificação do sítio consolidado: o conjunto edificado do Campus da Universidade Diego Portales, Santiago do Chile. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/347> Acesso em 30 de out. de 2020 CAIRES, Carla. O conjunto da Universidade Diego Portales, Santiago de Chile. Projetos, São Paulo, novembro de 2014, n. 167.02 Prêmio Salmona, Vitruvius. <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.167/5333> Acesso em: 06/11/2020 Fonte das imagens indicadas: 1-PAULO, São. PROJETOS URBANOS NA AMÉRICA LATINA: CRITÉRIOS QUALITATIVOS E INDICADORES. OS CASOS DE RECIFE, RIO DE JANEIRO, SANTIAGO DO CHILE E CALAMA RELATÓRIO DE PESQUISA. [s.l.: s.n.], 2015. Disponível em: <http://dspace.mackenzie.br/bitstream/handle/10899/14565/3401_2013_0_11.pdf?sequence=1&isAll owed=y>. 2-projetos 167.02 prêmio salmona: O conjunto da Universidade Diego Portales | vitruvius. Vitruvius.com.br. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.167/5333>. Acesso em: 10 Nov. 2020. 3,4 e 5- projetos 167.02 prêmio salmona: O conjunto da Universidade Diego Portales | vitruvius. Vitruvius.com.br. Disponível em: <https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.167/5333>. Acesso em: 10 Nov. 2020.

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Medellín Colômbia


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Análise da Forma Urbana e da Paisagem II Maini Perpértua

Geysa Eufrasino Marcela Aurélia Raissa Paim Taís Costa Thayná Ribeiro


Índice Características físicas (geográfico, vale, relevo, clima)

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Características demográficas (densidade populacional, índices

06

Contextualização histórica ( início da colonização)

08

Cultura e costumes

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Contexto urbano

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O Rio Medellín como estruturante da cidade

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Relação da cidade com o rio

20

Desenvolvimento industrial

21

desigualdade social econômica (violência)

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Transformação planos piloto, legislação, divisão das regiões/comunas

26 30

Transportes

34

Pontos turísticos

42

Perspectivas futuras

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Antioquia

É um país com muita variação de relevo, sendo composto em sua maioria por planaltos em seu centro, planície na região litorânea. Sua costa oeste é formada pela grande Cordilheira dos Andes. Como se localiza bem perto da linha do equador, possui um clima bastante quente, úmido e parecido com a amazônia. Nas regiões montanhosas o clima é de montanha ou subtropical, sendo mais ameno. - Superficie con�nental: 1.141.748 km2

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Vale Aburrá Rio Medellín Medellín A cidade objeto de estudo, Medellin, pertece ao Departamento de An�oquia e se encontra em sua região metropolitana, no Vale do Aburrá. Local cercado pelas montanhas da Cordilheira dos Andes que forma um vale independente. A cidade possui sete regiões montanhosas importantes, os Cerros Tutelares: El Picacho, Santo Domingo, El Volador, Pan De Azúcar, El Salvador, Nu�bara, La Asomadera , com al�tudes que oscilam entre 1.562 e 2.138 m.s.n.m

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Área Rural

Rio Medellín

Área Urbana

É a 2ª cidade mais populosa da Colômbia, com uma população de 3.312.165 em sua região metropolitana. Está em 12º lugar no ranking das cidades mais populosas da América do Sul.

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O Rio Medellín, que com 104 Km de longitude, atravessa em sen�do Sul-Norte os dez municípios que conformam a área metropolitana. A cidade se insere nessa bacia hidrográfica gerando uma frangmentação transversal na escala regional urbana. O espaço urbano está imerso entre 57 afluentes direitos do rio Medellín e mais de 700 correntes hídricas. Apesar de tanta riqueza hídrica, o sistema foi degradado devido ao crescimento urbano em grande escala.

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Contextualização histórica


A história da colonização da Colômbia nos ajuda a entender como foram as primeiras apropriações em torno do rio que originou a cidade de Medllín, pela sua caracterís�ca de vale �nha terras muito alagadas. “Jaramillo caracteriza de três formas esta colonização “Primi�vo, Médio e Moderno” (Jaramillo, 1988, p.179) em que abrange os séculos XVIII, XIX e mesmo XX, nos quais se evidencia o movimento migratório de An�oquia em todas as direções e influenciada principalmente pelos assentamentos indígenas, pela espontaneidade dos atores e pela colonização do Oeste, respec�vamente.” Fonte: LONDOÑO, Luz Stella Carmona. A ESTÉTICA DA NATUREZA E O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO CAPITAL NAS ÁREAS CENTRAIS DE MEDELLÍN – COLÔMBIA. Tese (Doutorado em Geografia) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Recife, 2013.

“Esse vale está assentado sobre jazidas minerais, de grande importância econômica, desde a colonização, as quais deram suporte a todo o processo de ocupação da bacia hidrográfica e definiram a cidade e seus arredores. A forma como o processo produ�vo realizou-se imprime cicatrizes aparentes e estruturais. Essas cicatrizes, em diferentes escalas da sua gênese e metamorfose, configuram verdadeiros desafios na contemporaneidade, pelos sucessivos desastres nas encostas e vales indevidamente ocupados (em 2007, havia 31.195 habitações em zona de risco não recuperável na zona urbana de Medellín), 70 remodelados ou recortados por diversos processos econômicos.” Fonte: TÉLLEZ, Juan Carlos San Clemente. LA COLONIZACIÓN ANTIOQUEÑA EL EMPREDIMIENTO E SU APORTE A LA COMPETITIVIDAD REGIONAL Y NACIONAL. Tese de doutorado Universidade EAFIT Colômbia. (2010)

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Imagem 00: Processo de alinhamento do Rio Medellín na metade do século XX. Fonte: Mejía

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Cultura e costumes


A cidade da primavera

Festa das Flores realizada no mês de Agosto. Fonte: pelecanus

A festa das flores hoje é celebrada em comemoração á independência da cidade, mas sua origem tem forte marca da cultura familiar na memória e vivência local, �nha o costume de ser uma festa celebrada ao mês de maio, como uma reafirmação da imagem da mulher na família, como as mães e avós sendo símbolo de fortaleza e sabedoria.

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O Palácio Uribe Uribe é uma arquitetura de es�lo neogó�ca que abriga um centro cultural, sendo bastante representa�vo para a cidade, projetado por Agus�n Goovaerts.

O rio Medellín tem leva como base o início da concepção às suas margens e atualmente recebeu um projeto para sua transformação em parque público.

Vista aérea do Rio Medellín.

“O prato caracterís�co é a bandeja paisa, servida em um prato amplo e oval, uma espécie de bandeja, como o próprio nome diz. É possível encontrá-la em vários restaurantes, espalhados por todo o país.”

Palácio da cultura Uribe Uribe. Fonte: wikippedia.

A cultura de Medellín é caracterizada como a cultura paisa, presente nas ves�mentas, gastronomia, músicas e festas que cultuam a vivência do ambiente na cidade.

A comida tradicional da paisa. Fonte: sllowfood

Uma das tradições maisrelevantes, é o enfeite do rio medellín durante o Natal, que reúne centenas de pessoas da cidade para contemplar a iluminação à noite.

Mercado municipal de Medellín.

Iluminação do rio Medellín no Natal já se tornou uma tradição, o que agregou à cidade um novo ponto de turismo e diversão para locais e estrangeiros. Fonte: Rios del planeta.

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Contexto urbano


O Rio Medellín como estruturante da cidade

O Rio Medellín nasce no Alto San Miguel, a 3.100 metros acima do nível do mar, no Vale do Aburrá. Milhões de anos atrás foi o assentamento de muitas tribos. Com a chegada dos colonizadores europeus, começaram a ser construídos casarões aproveitando as águas do rio para a sua construção, bem como a instalação de canalizações de esgotos que iam diretamente até o rio, causando sua poluição. Por isso, entre a década de 1880, surgiu a ideia de canalizar do rio. Isso despertou o interesse dos atuais moradores da cidade por considerá-la uma medida inovadora e como resultado surgiu a ideia de expandir a área urbana e construir casas no que era a margem do rio. No início do século XX e com o crescimento demográfico e industrial que o país experimentou, as águas do principal rio Medellín deterioraram-se rapidamente até se tornar um problema de saúde e, posteriormente, lar de indigentes.

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Início do século XX Rio Medellín - Foto: Rodríguez 1889-1995 (SF)

Puente San Juan. - Foto: Rodríguez 1889-1995 (SF)

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Relação da cidade com o rio Atravessa toda a cidade de Medellín. Ponte Guayaquil, que une as duas margens do rio. Metrô da cidade segue o curso do rio, desenhando sua própria silhueta O Rio é um importante pólo turís�co já que muitas obras importantes foram realizadas ao lado: Teatro Metropolitano, a Biblioteca Pública, a Universidade de An�oquia, várias estações de metrô, o Centro Internacional de Convenções, o Centro de Entretenimento La Macarena e muitos outros locais de interesse.

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SImagem 00: istema de Transporte e o Rio MedellĂ­n. Fonte: Mobilize.org

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Desenvolvimento industrial

Concomitantemente ao desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias por parte do capital, que se materializaram sobre os espaços, desde o final do século XIX, Medellín tem conquistado seu território por meio de ocupação de planícies alagadas do vale do Rio Medellín, aterros de seus córregos, e avançou para as áreas de alta declividade. A urbanização das áreas de alta declividade foi processada inicial e marcadamente pela fragmentação das grandes fazendas, ao sul de Medellín, através da mobilidade da população de alta renda anteriormente localizada na área central e pela população migrante proveniente de áreas de êxodo rural decorrente de precarização de trabalho, ou o mais grave, expulsas pelo conflito armado na metade do século XX. Com a divisão territorial e social do trabalho na década de 1970, fica mais evidenciada a dissociação entre progresso material e urbanização econômica do território de Medellín. A transição de uma cidade industrial a uma cidade de serviços, nas novas dinâmicas econômicas, demandava novos meios de deslocamento, novas formas e organização no processo produ�vo. Fonte: LONDOÑO, Luz Stella Carmona. A ESTÉTICA DA NATUREZA E O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO CAPITAL NAS ÁREAS CENTRAIS DE MEDELLÍN – COLÔMBIA. Tese (Doutorado em Geografia) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Recife, 2013.

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Figura 00: Desenho do bonde elétrico para áreas centrais, 2013. Fonte: agência EFE (2013)


Desigualdade social econômica

Nos anos 1990, Medellín figurava nas primeiras posições dos índices de cidades mais violentas do mundo. À época, os números elevados de homicídios a colocavam no mesmo grupo de cidades em guerra civil. Eram em média quase sete mil homicídios por ano em função de conflito armado, com guerrilhas, grupos paramilitares e narcotráfico no país por cinquenta anos.

Imagem 00: Evolução de Taxa de Homicídios em Medellín. Fonte: Adaptado de Vitruvius. Imagem 00: Evolução de Taxa de Homicídio, Compara�vo Cidades Colombianas. Fonte:

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Bogotá e Medellín receberam a maior parte de desterrados, famílias expulsas de suas terras em função dos conflitos se dirigiam a essas cidades em busca de refúgio, emprego e nova vida. Na úl�ma década a cidade abrigou mais de 100 mil habitantes nessas condições e es�ma-se que 20% de sua população total tenha história similar. Os assentamentos foram construídos próximos à cidade formal, localizada na planície do rio Medellín, instalando-se em setores con�guos a empregos e à infraestrutura. A divisão territorial estabelecida é reforçada pela estrutura estra�ficada que ordena as cidades colombianas, tendo uma classificação de 1 (menor estrato) a 6

Imagem 00: Vista geral da periferia de Medellín. Fonte: foto de Maria Cau Levy. Fonte: Vitruvius.

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Movimentos de terra

Estratos socioeconomicos mais escuro mais desenvolvido

Imagem 00: Estratos socioeconomicos de Medellín Fonte: Adaptado de Vitruvius.

Medellín vem construindo uma cidade resiliente, onde a redução de riscos deve constar do projeto urbano e de estratégias visando ao desenvolvimento sustentável, melhorando progressivamente o direito de seus habitantes à cidade. As polí�cas públicas são pautadas pela função social e ecológica da propriedade; englobando habitação de interesse social, meio ambiente, espaço público e mobilidade. 25



Transformações Urbanas


Divisão das Comunas

As classes média e alta ocupam o centro e o sul. Antes das transformações urbanas as "comunas" localizadas ao norte, centro-leste e cidade centro-oeste, correspondem às áreas com menor índice de qualidade de vida e desenvolvimento humano (Prefeitura de Medellín, 2004) e coincidem com os setores com maior índice de violência. Cidade dividida em 16 comunas.

Imagem 00: 16 Comunas de Medellín, principais Comunas turís�cas. Fonte:

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Algumas Comunas El Poblado - comunna 14 O bairro mais rico e pres�giado da cidade, El Poblado também é o mais popular entre expatriados e turistas e o mais caro do que outros bairros de Medellín Seu obje�vo original era ser o primeiro complexo habitacional mul�locatário da cidade, construído para abrigar migrantes pobres e camponeses que não �nham onde morar em Medellín.

Envigado: Aparência local. Atração turís�ca e preservação de áreas naturais.

Laureles - comunna 11 Um bairro planejado de classe média alta, é conhecido como um bairro seguro de casas unifamiliares e prédios de apartamentos baixos, intercalados com pequenas lojas que oferecem todas as conveniências.

La Candelaria - comunna 10 Caracterizada por seu centro fundador, histórico e patrimonial da cidade.

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Planos piloto Atualmente a cidade de Medellín vive a úl�ma década, um processo de renascimento urbano que começou sob a liderança do prefeito Sergio Fajardo e conhecido como Urbanismo Social por meio dos “Projetos Urbanos Integrais” (PUI), a qual priorizou a comuna Nordeste como principal foco transformações, com supervisão constante e monitoramento da Secretaria Privada do Município. Entre os pilares dos “Projetos Urbanos Integrais” (PUI) estão:

Urbanismo social Programas de estudo de caso, criados para melhorar a qualidade de vida e propor o urbanismo social, com o intuito de diminuir a marginalidade Programa Melhoria Abrangente de Bairros Subnormais (PRIMED) Construção de Habitat e Consolidação Habitacional no riacho Juan Bobo. Programas de educação, esporte, cultura e empreendedorismo Oficinas de Imaginários: a comunidade par�cipou diretamente das definições e do desenho de projeto, elevando o espírito compromisso da comunidade para o bairro. Comitês de área para facilitar os canais de comunicação entre o estado e a comunidade .

Imagem 00: Turismo em Santo Domingo Savio. Fonte:

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Informalidade

Estratégias de intervenção �sica nos setores cidade informal, ou seja, nos bairros precários: Transformações estruturais Parques Bibliotecas Escolas de qualidade Projetos do “Nuevo Norte” Contenção para mi�gar o risco de deslizamentos Limpeza do córrego. Trilhas Espaços públicos Com o obje�vo de complementar e ligar a cidade informal a outros bairros, foram implementados: Transporte de médio porte de capacidade, o teleférico nomeado como Metrocable, ligando os bairros carentes as linhas de Metrô Ruas Passarelas e pontes de pedestre Escadas rolantes em algumas comunidades

Imgem 00: Metrocable. Medellín é a segunda maior

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Pós - transformações urbanas Nordeste de Medellín se tornou o setor da cidade com os níveis mais baixos ICV (Índice do Custo de Vida) e IDH ( Índice de Desenvolvimento Humano) Recuperação do riacho. Desenvolvimento socioeconômico e cultural. Melhoria na educação Redução da marginalidade Imagen 00 : Jardim ver�cal onde era o an�go lixão em Medellín. Fonte: Archdaily

Imagem 00: A desigualdade social vem caindo em Medellín. Escala de 0 a 1, do menos para o mais desigual Medellín é a segunda maior cidade colombiana. Fonte: Revista Exame

Imagem 00: An�go lixão de Medellín. Fonte: Foto: Archdaily

- Redução da taxa de homicídio - Melhoria nas condições de higiene e saúde - 130 lixões de Medellín foram transformados em praças e jardins públicos. 32

Descrição: Comuna 13. Comunidade mais visitada de Medellín. É a única comunidade do mundo com escadas rolantes para seus moradores, o que facilita muito a vida de quem mora ali. Fonte: Vida cigana


O Centro de cultura transformou-se em um cartão postal para a cidade, hoje vista como referência e muito visitada. Na imagem, “o Palácio da Cultura Rafael Uribe Uribe é um edi�cio público em Medellín , que abriga programas culturais relacionados ao Departamento de An�oquia , como concertos, conferências e exposições de arte. [1] O arquiteto belga Agus�n Goovaerts projetou o edi�cio em es�lo neogó�co . O palácio foi ba�zado em homenagem a Rafael Uribe Uribe , general do Par�do Liberal Colombiano . O Palácio da Cultura é hoje considerado Monumento Nacional da Colômbia e está aberto ao público gratuitamente. Abriga o Ins�tuto de Cultura e Patrimônio de An�oquia. Os visitantes têm acesso ao arquivo histórico e fotográfico , arquivo de música e som, café, biblioteca, centro de documentação, galeria de arte permanente e sala do Museu “Rafael Uribe Uribe”. A grande cúpula localizada no prédio também serve como auditório e sala de projeção, podendo ser u�lizada para assis�r filmes.”

Imagem 00: O Palácio da Cultura em Botero Plaza, Medellin, centro com museus, passeios a pé, lojas e cafés. Fonte:The Times

Fonte: Wikipedia

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Transportes


METRÔ

METROCABEL METROPLUS (BRT) TRANSVIA (VLT)

Imagem 00: mapa dos transportes de Medellín. Fonte: Adaptado de Vitruvius

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Medellín se tornou referência em transporte público eficiente, integrado e sustentável e é hoje um exemplo a ser seguido por outras cidades da América La�na por sua maneira de unificar meios de transporte para a�ngir diferentes classes sociais e possibilitar maior qualidade de vida aos moradores e turistas. Em 30 de novembro de 1995, foi inaugurado o Metrô de Medellín. Esse foi o principal movimento para a cidade mostrar ao mundo como um lugar deteriorado pela criminalidade poderia se transformar em uma cidade do futuro.

Depois do metrô vieram teleférico, bonde, ônibus e até bicicletas, tudo integrado para permi�r que o cidadão se locomovesse de forma mais rápida e mais barata. Essas opções possibilitaram à cidade fazer uma revolução no trânsito e diminuir o fluxo de carros com uma estratégia eficaz. Outro transporte que faz integração com o metrô é o Metroplús, composto por ônibus com caminhos próprios e que por isso são mais rápidos e diminuem o fluxo de carros. Além desses há o Tranvia de Ayacucho (VLT) e as bicicletas públicas, cujo serviço é chamado de EnCicle.

Imagem 00: mapa dos transportes de Medellín. Fonte: Adaptado de Vitruvius

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Medellín se tornou referência em transporte público eficiente, integrado e sustentável e é hoje um exemplo a ser seguido por outras cidades da América La�na por sua maneira de unificar meios de transporte para a�ngir diferentes classes sociais e possibilitar maior qualidade de vida aos moradores e turistas. Em 30 de novembro de 1995, foi inaugurado o Metrô de Medellín. Esse foi o principal movimento para a cidade mostrar ao mundo como um lugar deteriorado pela criminalidade poderia se transformar em uma cidade do futuro.

Imagem 00: Alimetador e ônibuas integrados . Fonte: mividaenmedellin

Depois do metrô vieram teleférico, bonde, ônibus e até bicicletas, tudo integrado para permi�r que o cidadão se locomovesse de forma mais rápida e mais barata. Essas opções possibilitaram à cidade fazer uma revolução no trânsito e diminuir o fluxo de carros com uma estratégia eficaz. Outro transporte que faz integração com o metrô é o Metroplús, composto por ônibus com caminhos próprios e que por isso são mais rápidos e diminuem o fluxo de carros. Além desses há o Tranvia de Ayacucho (VLT) e as bicicletas públicas, cujo serviço é chamado de EnCicle. Metrô no centro de Medellín. Fonte: medellinguru 38


Imagem 00: Metrô em Medellin. Fonte: mividaenmedellin

estação de compar�lhamento de bicicletas ENCICLA. Fonte: mividaenmedellin. 39


Metrocable em MedellĂ­n. Fonte:mividaenmedellin

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Imagem 00: Metroplus em MedellĂ­n. Fonte:mividaenmedellin


Imagem 00: Tranvia (VLT) em Medellin. Fonte:mividaenmedellin

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Pontos Turís�cos


Imagem 00: Estruturação da malha ferroviária: segue o curso do Rio. Fonte: Rpbha�a's Blog.

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Parques “O Botero Plaza , rodeado pelo Museu de An�oquia e pelo Palácio da Cultura Rafael Uribe Uribe , é um parque externo de 7.000 m 2 que exibe 23 esculturas do ar�sta colombiano Fernando Botero , que doou essas e várias outras obras para a reforma do museu em 2004. [ 1] [2] A praça está localizada em uma área de Medellín , na Colômbia, conhecida como "Bairro An�go". Fonte: Wikipedia

Imagem 00: Plaza Botero:parque ao ar livre que reúne 13 esculturas do famoso ar�sta colombiano Fernando Botero. Fonte: Dicas da Colômbia.

“O Parque Explora é um museu de ciências intera�vo em Medellín, Colômbia, vagamente modelado após o Exploratorium de São Francisco. Abriga o maior aquário de água doce da América do Sul, o Explora Aquarium. O museu contém mais de 300 atrações intera�vas, bem como um auditório 3D, planetário , estúdio de televisão e biotério . O museu foi inaugurado em 2008. O arquiteto Alejandro Echeverri projetou o museu. Possui uma combinação de espaço interno e externo. Seus quatro "cubos" vermelhos abrigam as salas de ciência e tecnologia do museu.” Fonte: Wikipedia

Como estratégia de conexão e integração entre as comunas foram implantados pontos turís�cos em lugares distribuídos pela cidade, As obras públicas fazem parte do programa de desenvolvimento cultural e de treinamento do cidadão.

Descrição:Parque Explora, um museu intera�vo de ciência e tecnologia. Lá funciona o Planetário e um dos maiores aquários da América do Sul, sem contar nas salas com mais de 300 experiências intera�vas. Fonte: Viajali

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Jardins Botânicos

O Jardim Botânico Joaquin Antonio Uribe de Medellín ( espanhol : Joaquin Antonio Uribe Jardín Botánico de Medellín ), mais conhecido simplesmente como Jardim Botânico de Medellín , é um jardim botânico de 14 hectares em Medellín , Colômbia. O jardim botânico possui 4.500 flores e 139 espécies de pássaros registradas. Possui uma importante coleção de orquídeas preservadas em um espaço arquitetônico denominado "Orquideorama". O pavilhão de entrada do jardim botânico foi projetado por Lorenzo Castro e Ana Elvira Vélez. O jardim inclui uma casa de borboletas, jardim de cactos, espaços para exposições, biblioteca e lago. Um plano para criar um pavilhão adicional foi rejeitado e um concurso para arquitetos locais foi criado para propor uma nova estrutura para o parque. Os vencedores do projeto desenharam o Orchideorama. Esta estrutura foi projetada em conjunto pelos arquitetos Plan B e JPRCR Architects. [2] [3] A estrutura tem 65 pés de altura. É um dossel de malha de madeira com dez estruturas hexagonais de flores-árvores que coletam a água da chuva e abrigam uma coleção de orquídeas e reservas de borboletas. Descrição: O Orquideorama, Ícone da arquitetura la�no-americana recente, obra dos estúdios Plan B e JPRCR - Jardim Botânico. Fonte: Dicas da Colômbia

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Fonte: Wikipedia


Descrição: O Orquideorama - Jardim Botânico - Vista de cima. Fonte: Viajali Mdellín

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Bibliotecas

“O Parque da Biblioteca ( Parque Biblioteca España ) é um parque da biblioteca localizado no bairro de Santo Domingo Savio em Medellín , Colômbia . Tem o nome do país espanhol , cujo governo ajudou a financiar o projeto por meio da Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional . [1] A biblioteca é conhecida por sua arquitetura. Seus três edi�cios devem se parecer com pedras negras que são iluminadas à noite. Em 2008, o parque biblioteca foi premiado como melhor arquitetura do ano na Bienal Ibero-americana de Arquitetura e Urbanismo (IAUB), em Lisboa . [2] A biblioteca foi projetada por Giancarlo Mazzan� , um arquiteto colombiano que havia projetado outro parque bibliotecário no bairro de La Ladera, em Medellín. Situada em uma encosta acima de Medellín, a biblioteca pode ser alcançada pelo Medellín Metrocable na parada de Santo Domingo na Linha K.” Fonte: Wikipedia Descrição:Parque Biblioteca España / Giancarlo Mazzan�. Foto: Sergio Gómez. Fonte: São Paulo são

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Imagem 00: Parque Biblioteca EspaĂąa - Arquitetura grandiosa e inovadora. Fonte: Iconeye

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Perspec�vass


O futuro da cidade

Imagem 00: Vista aéra do projeto do parque, escritório La�tud Taller de Arquitectura y Ciudad

“O projeto surge como uma resposta estruturante a rede bió�ca da cidade de Medellín. Atualmente a vegetação do Vale de Aburrá se encontra desar�culada da rede de espaço público e con�da em pequenas franjas da cidade pouco permeáveis ao habitante co�diano (por exemplo, Jardim Botânico, colinas da guarda, corpos de água sem transposições, grandes universidades etc.) O Parque Botânico da cidade de Medellin busca ar�cular os corpos de água, os vazios verdes, e as infra-estruturas subu�lizadas sobre o rio Medellín (eixo estrutural Norte-Sul da cidade) por meio de sua recuperação e ar�culação ao que chamamos de corredor bió�co metropolitana.”

Imagem 00: Ilustração em perspec�va do projeto do parque Medellín, escritório La�tud Taller de Arquitectura y Ciudad . Fonte: Archdaily

“O corredor bió�co metropolitano apresenta a oportunidade de permeabilizar as zonas de vegetação atualmente con�das (Jardim Botânico, colinas da guarda), integrando-as a um sistema geral que dá maior hierarquia e con�nuidade a estrutura natural de muito impacto metropolitano: O Rio Medellín.”

Imagens do projeto, vista aérea do rio medellín escritório La�tud Taller de Arquitectura y Ciudad . Fonte: Archdaily


Após os atrasos nos cronogramas, as polêmicas sobre sua relevância e os extratos em sua execução, a primeira etapa do Parques del Río foi concluída em sua totalidade para este ano. Demorou 5 anos de trabalho para realizar esta obra, que deixou 71.800 metros quadrados de espaço público nos palcos localizados em cada margem do rio Medellín, no setor Conquistadores. Os obstáculos para a realização deste trabalho levantaram a questão de si mesmo não deve con�nuar com o projeto, que contempla integralmente as duas etapas. A alquimia de Daniel Quintero aposta na con�nuação do que é considerado o projeto de renovação urbana mas ambicioso da cidade e que nos custaria 4 bilhões de pesos. A próxima etapa para dar con�nuidade ao projeto está localizada no norte de Medellín e se chama Parques del Río Norte. O projeto encontra-se atualmente em fase de pré-viabilidade e ainda não se fala em prazos de entrega ou início das obras, visto que as obras estão em andamento na gestão imobiliária e estruturação do escopo da obra. Quanto à execução �sica da obra, a prefeitura espera chegar, pelo menos, à metade.

Imagens do projeto, vista aérea do rio medellín como está atualmente e parte do ilustração de parte do projeto realizado. Fonte: Prefeitura de Medellín


Bibliografia Echeverri, Alejandro e Orsini, Francesco. Informalidad y Urbanismo Social en Medellín. Disponível (15/09/20):h�ps://upcommons.upc.edu/bitstream/handle/2099/11900/111103_RS3_AEcheverri_%20P%2011-24.pdf?sequence=1&isAllowed=y Alcalde, Aníbal. Proyecto de Acuerdo Plan de Desarrollo “Medellín un hogar para la vida”. 2012 – 2015. Disponível (15/09/20): h�p://iep.udea.edu.co:8180/jspui/handle/123456789/135 Wikipédia. Disponível (15/09/20): h�ps://pt.wikipedia.org/wiki/Medell%C3%ADn. Archdaily. Palestra “As lições de Bogotá e Medellín: Do caos à referência mundial”. Disponível (15/09/20):h�ps://www.archdaily.com.br/br/866885/130-lixoes-de-medellin-sao-transformados-em-jardins-publicos Terra.O que cidades da Colômbia e dos EUA podem ensinar no combate ao crime. Disponível (15/09/20):h�ps://www.terra.com.br/no�cias/o-que-cidades-da-colombia-e-dos-eua-podem-ensinar-no-combate-ao-crime,441a7d46f97990f54925cd297d47611b8pwv5nxq.html VÁSQUEZ, Catalina Giraldo. Reinterpretação de espaços subu�lizados na cidade contemporânea: Análise dos vazios industriais de Medellín. 2016. 236 p. Dissertação (Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade) - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2016. Fonte: LONDOÑO, Luz Stella Carmona. A ESTÉTICA DA NATUREZA E O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DO CAPITAL NAS ÁREAS CENTRAIS DE MEDELLÍN – COLÔMBIA. Tese (Doutorado em Geografia) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Recife, 2013.


Fim



Moravia... - Medellín -

…uma transformação urbana e social.


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Análise da Forma Urbana e da Paisagem II Professora: Maini Perpétuo Geysa Eufrasino Marcela Aurélia Raissa Paim Taís Vicente Thayná Ribeiro


Índice Introdução

60

Localização

62

Linha do Tempo

64

Contexto Histórico

66

Plano parcial de melhoramento integral do bairro de Moravia

76

Ciudadela Nuevo Occidente

82

Transformações

88

Estratégias de Recuperação

98

Dimensão Social

100

Considerações Finais

102

Bibliografia

104


Introdução O bairro densamente povoado da Morávia já foi o lixão municipal de Medellín com uma montanha de lixo ao ar livre cercada por uma grande favela, cujos moradores viviam em quase absoluta pobreza. Neste Atlas iremos demonstrar os fatores que contribuíram para as os impactos positivos ocorridos no bairro de Moravia, que o levou a ser referência de transformação ambiental, urbana e social.

60


Moravia antes - O antigo lixĂŁo Fonte: Moravia se Transforma

MorĂĄvia Depois. Fonte: qualviagem

61


Localização O bairro de Moravia está situado na comuna 4, ao nordeste de Medellín, o bairro foi tomado como estudo por apresentar uma transformação de alto impacto social, ambiental e espacial em um período de 40 anos, com implementação de equipamentos e projetos que contribuiram para seu desenvolvimento modelo em Medellín ao passar de uma região de lixão à cartão postal da cidade.

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Localização da Comuna 4 em Medellín. Fonte: Adaptado de Geo Medellín.

Localização do bairro de Morávia na comuna 4. Fonte: Adaptado de Geo Medellín. 63


Linha do Tempo

64

1950

1960

Ocupação do bairro de Morávia

Primeiros assentamentos

1977 A Prefeitura de Medellín implantou o lixão municipal a céu aberto para a encosta dessa área.

1984

17.000 pessoas já moravam no Morro de Morávia, momento em que a administração municipal decidiu fechar o lixão.

2004

Ano em que iniciou o Projeto de Intervenção Integral da Morávia e sua área de influência.


2006

O Ministério do Interior e da Justiça declarou calamidade pública

2007

Começo do processo de demolição e realocação de moradias

2010

População realocada para o distrito de San Cristóbal, periferia de Medellín

2011

Plano Parcial de Melhoramento do Bairro de Moravia posto em prática, mudanças evidentes no âmbito urbano, paisagístico e de condições sanitárias

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Contexto Histórico

1950 Ocupação informal e irregular, decorrente da desregrada migração campo-cidade causada pela urbanização e pela violência no campo. O bairro da Morávia se desenvolveu em um terreno estrategicamente localizado em uma área de extração de materiais do rio Medellín e próximo às estações rodoviária e ferroviária.

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1977 A Prefeitura de Medellín tomou a decisão de trazer o lixão municipal a céu aberto para a encosta dessa área. Centenas de famílias deslocadas pelo conflito armado no país ou seduzidas pelo boom econômico da cidade se instalaram em Morávia, fazendo da reciclagem do lixo seu meio de subsistência.

Moravia nos anos 60 Fonte: LA Network

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Primeiros assentamentos no bairro de Morávia, na década de 50.

68

Linha férrea de Morávia fonte: moraviasetransforma


Construções precárias Fonte: moraviasetransforma

O lixão Fonte: moraviasetransforma

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1984 17.000 pessoas já moravam no Morro de Morávia, momento em que a administração municipal decidiu fechar o lixão. Ao redor deste morro de lixo um assentamento de construções irregulares foi configurado por pessoas que faziam da reciclagem do lixo seu meio de subsistência, o que gerou um enorme conflito ambiental e social devido a degradação gerada pelo aterro, superlotação urbana e difícil gestão de chorume, produto do lixo depositado. Lixão de Moravia Fonte: moravia se transforma 70


2004 Ano em que iniciou o Projeto de Intervenção Integral da Morávia e sua área de influência. 2006 O Ministério do Interior e da Justiça declarou calamidade pública, pois 2.224 famílias estavam hospedadas em seus 10 hectares de terreno, em uma montanha de 35 metros de altura composta por 1,5 milhão de toneladas de resíduos, sujeitando os habitantes da Morávia a um elevado risco químico e microbiológico.

Ocupações no lixão de Moravia Fonte: vivire nel poblado

71


O Rio e o Lixão Dimensão técnico-ambiental: O estudo ambiental elaborado em 2005 pela Universidade de Antioquia detectou uma alta de risco devido à toxicidade química para os habitantes do setor devido aos altos níveis de poluição causado pela gestão inadequada de resíduos das áreas urbanas e a precária rede de gestão da água. Imagem antiga das Quebradas Fonte: Arquitectura y empresa

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Para conter os impactos ambientais negativos sobre o rio foram realizadas estratégias de gestão de água vinculando necessariamente estratégias de gestão territorial e social.

Rio Medellín e o lixão Fonte: moravia se transforma

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Relação do rio com o lixão Fonte: arquitecturayempresa

Construções precárias em Moravia Fonte: moravia se transforma 74


A proximidade com o Rio Medellín faz com que as memórias sobre ele sejam muito marcantes, já que se relaciona diretamente com a vivência dos moradores desta região e ainda pelo descaso que impactava na qualidade do rio pelo descarte de lixo sobre ele.

Relação de Moravia com o Rio Medellín Fonte: medellin.gov.co

75


Plano parcial de melhoramento do bairro de Moravia

76

“Desenvolvido pela Prefeitura de Medellín o plano parcial de melhoramento integral do bairro de Morávia, considerada o bairro uma “centralidade popular” de grande relevância por sua localização em torno de lugares, eixos e facilidades de caráter urbano-regional, como o sistema do Metrô, o sistema viário do rio Medellín, a Universidade de Antioquia, o Jardim Botânico, futuro Parque, etc.” Por isso a sua renovação e seu plano de melhoramento foi tão importante.


Relações do bairro com o entorno. Fonte: Alcadía de Medellín, plano parcial de melhoramento. 77


O modelo de ocupação visa contribuir para a consolidação da cidade compacta, diversa e policêntrica.

Projeto da Área Metropolitana do Vale do Aburrá para o parque linear do Morro de Morávia. Fonte: 2010 - Região Metropolitana do Vale do Aburrá

78

Sistema de espaços públicos: constituem-se como principal ordenador da configuração e reconfiguração dos elementos constitutivos naturais, artificiais ou construídos.


Projeto urbano modelo de ocupação territorial Fonte: https://www.medellin.gov.co/

79


“Compreender por padrões de eventos os elementos que definem e dão caráter a um lugar como suas formas de habitar e viver um espaço, os acontecimentos mais representativos do território, a natureza das festas, a confraternização e os encontros no espaço público. Ele entendeu todas as formas de uso, tanto típicas da vida cotidiana, como as eventuais, a efêmero e repetitivo. Lá, foram consideradas as diferentes apropriações do espaço público: passar, vagar, viajar, reunir-se em grupos, na rua, nos cruzamentos, brincar, estar em circunstâncias diferentes, sentado, sozinho, em grupos, em reuniões, tomando bebidas alcoólicas, pegando sol, se divertindo, conversando, assistindo e trabalhando no espaço público, entre outras. Sistematização documental do processo: memória metodológica.”

80

● ● ● ● ● ●

Construção Serviços Comércio Escombros e lixos Mobilidade Domesticação público


PadrĂľes de acontecimento, Moravia 2001

Fonte: https://www.medellin.gov.co/

81


Ciudadela Nuevo Occidente

Mapa de Medellín mostra San Cristóbal na periferia Fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade

Modelo construtivo da Ciudadela Nuevo Occidente fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade 82

População realocada para o distrito de San Cristóbal, periferia de Medellín, através do mega projeto de interesse social e prioritário denominado “Ciudadela Nuevo Occidente’’.


● ●

habitação de interesse social e prioritário na periferia e seu reincidente cenário de exclusão e segregação. maximização nas distâncias das ofertas e dinâmicas que oferecem os centros urbanos ausência ou precariedade de infraestrutura e equipamentos de mobilidade e serviços públicos e diante o déficit de infraestrutura que permita ativação e permanência do comércio local. retrocessos na produção de cidades mais justas. produção de novos espaços na periferia da cidade para sua realocação

Habitação de interesse social fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade

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Falta de conexão do projeto com a cidade fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade. 2011

84

Habitação de interesse social fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade


● ●

O espaço público não é desenhado, é apenas um resíduo entre os edifícios O espaço urbano não tem continuidade nesta região da cidade e os edifícios não se conectam com nada que não seja o metrô, gerando assim entre seus edifícios espaços cegos, perdidos ou mortos, sem continuidade, nem integração. No se assumem compromissos urbanísticos no desenvolvimento dos projetos em Nuevo Occidente, estes processos de expansão vêm se apresentando de forma descontínua, dispersa e difusa dentro da cidade.

Apropriações das habitações às necessidades cotidianas Fonte: Moravia: das lógicas da informalidade às lógicas da formalidade

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Apropriações das habitações às necessidades cotidianas Fonte: Natalia Restrepo, 2012

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Apropriações das habitações às necessidades cotidianas Fonte: Natalia Restrepo, 2012


O novo modelo de habitação não condiz com as necessidades cotidianas de quem mora nesse espaço, sendo necessário se adaptar às situações existentes. Construções compactas que não privilegiam as áreas comuns de convívio social criam grande perda entre as relações de vizinhança. Apropriações das habitações às necessidades cotidianas Fonte: Natalia Restrepo, 2012

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Transformações

Imagem plano de transformação em ação no Morro de Moravia. Fonte: vivire nel poblado

Espaço de 30 mil m², que contribui tanto para formar uma bela paisagem, quanto para descontaminar o solo.

88


2004 - Hortas Comunitárias de Moravia: ●

Funções sociais, paisagísticas, ambientais e educacionais, para a reciclagem de seus resíduos e para valorizar o longo processo de reassentamento que seus moradores passaram. Busca equilibrar o desenvolvimento social e econômico com a manutenção e proteção das bacias hidrográficas O Morro de Moravia será no futuro um dos espaços verdes da cidade de Medellín, integrando-se com o resto dos morros Guardiões da cidade Imagem do antes e do depois Morro de Moravia. Fonte: Ciência e Cultura 89


Propósito das Hortas Comunitárias

De frente ao morro - 2011 Fonte: Arquitectura y Empresa 90

Social: Melhorar a qualidade de vida dos usuários por meio do fortalecimento da relação entre o ambiente em que ele vive, em muitos casos recuperando o contato com o campo perdido após sua chegada a Medellín.

Paisagístico: recuperar o Morro de Moravia através de elementos do local, como a flora e a reciclagem, transformando este espaço degradado em uma referência cultural e paisagística da cidade.


Ambiental: Recuperando este espaço, vítima de forte impacto ambiental, através de ações sustentáveis

Educacional: Transmitindo valores e princípios básicos de igualdade, participação, coletividade e respeito à natureza, capacitando a comunidade por meio de oficinas de compostagem, reaproveitamento, melhoramento de lavouras, segurança, higiene e educação ambiental. Estudos técnicos e projetos de tecnologias apropriadas para a recuperação ambiental.

Horta Comunitária fonte: elmundo

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O Jardim ● ●

● Planta piloto para tratamento de lixiviados. fonte: hemeroteca.unad.edu.co

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Cadeia de tratamento projetada para o manejo da água. A seleção das plantas foi feita com o critério de não gerar material comestível, não estimular a ocupação dos animais e garantir a estabilidade geotécnica do morro. Tratamento dos lixiviados originários do “Morro”.


Imagem Planta piloto para tratamento de lixiviados. Pantanal de uxo vertical ediďŹ cado Fonte: hemeroteca.unad.edu.com 93


Evolução do Morro de Morávia lixão - morro das flores Fonte: 2010 Oihana Cuesta 94


Estufa Localizada no topo do Morro de Morávia com cultivo de plantas e caráter comunitário, o projeto não só conseguiu impactar a paisagem do morro, mas tornou-se também uma proposta produtiva que permitiu que seus membros contassem com fonte de renda, por meio da constituição da Cooperativa Plantadores Comunitários de Morávia (Cojardicom).

Jardim Comunitário Fonte: researchgate

Estufa de Morávia Fonte: Moravia se transforma 95


As hortas comunitárias de Moravia são um mecanismo que liga os moradores do bairro à transformação da paisagem e do meio ambiente por meio de atividades participativas em todo o processo de jardinagem, onde a identidade territorial e a coesão social de seus habitantes é promovida. A organização comunitária do Cojardicom cria uma relação com o comércio local vendendo plantas e arranjos, além de participar de feiras e eventos.

Estufa em Morávia. fonte: researchgate.net 96


Venda de flores do jardim comunitário fonte: Facebook Cojardicom

Venda de flores do jardim comunitário fonte: Facebook Cojardicom 97


Estratégias de Recuperação

Hortas comunitárias fonte: researchgate

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Desenvolvimento de processos de participação e consciência cidadã.

Recuperar e conservar os recursos hídricos e naturais da bacia hidrográfica.

Melhorar a gestão das águas da bacia, evitando danos ao solo.

Converter o espaço intervencionado numa futura zona verde de lazer e entretenimento.


Promover o desenvolvimento econômico e social do sector

Melhorar a qualidade de vida e saúde dos residentes da zona recuperada

Erradicação da violência, autogestão e desenvolvimento da convivência e atividades comunitárias Estufa

● ● ● ●

4.500 milhões / peso (investimento) +200 empregos 30.000m² de recuperação 50.000 plantas ornamentais

Morro de Moravia após transformações fonte: qualviagem

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Dimensão Social Plano de recuperação do Morro: O plano consiste no planejamento de reassentamento das famílias que viviam no Morro e recuperação do tecido social a partir dos estudos de avaliação ambiental da área e definição dos objetivos dos planos de ação, estudos técnicos e projetos de tecnologias apropriadas para o recuperação ambiental e estudos de planejamento urbano e paisagismo.

Treinamento do Grupo Moravian Gardens. fonte: Óscar Flecha 100


As Hortas Comunitárias da Morávia são parte fundamental do projeto de recuperação socioambiental da área.

Os jardins são um mecanismo de articulação dos moradores do bairro com a transformação paisagística e ambiental do “Morro” por meio de atividades participativas em torno da jardinagem

Comunidade envolvida no andamento das atividades e na tomada de decisões.

Execução da primeira horta comunitária, Morávia Medellín. Fonte: Natalia Castro / Óscar Flecha.

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Considerações finais A participação ativa da comunidade é um elemento muito importante que garante o sucesso na gestão e o cuidado dos espaços urbanos regenerados, reforçando a coesão e estabilidade social das áreas marginalizadas. Como toda grande intervenção urbana, a de Moravia traz à tona marcas que trazem processos de ocupação, luta pelo território, falta de planejamento, descaso, mas também um movimento que pode parecer avesso às transformações humanas no ambiente que foi de lixão à área verde.

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A prefeitura pretende desenvolver as habitações em Morávia para que o desenvolvimento do bairro acompanhe o nível de desenvolvimento do morro das flores, isso faz com que exista a possibilidade de ocorrer uma supervalorização turística que suma com as características culturais e históricas referentes ao bairro como por exemplo a questão de resistência e recuperação que o morro e todo o bairro possui.

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