São Paulo Outlook 2012 - Cidade Criativa

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São Paulo anuário 2012

Outlook

cidade

CRIATIVA

uma análise detalhada do crescente RAMo da economia que vai impulsionar são paulo

Retrato paulistano

A terceira edição da publicação traz o raio X da metrópole com a décima maior economia do mundo Transformações

31 projetos e obras em curso que vão mudar a cidade Os paulistanos

avaliam os negócios no município e seu potencial criativo 500 indicadores

econômicos e sociais mostram como a cidade de São Paulo funciona Distribuição Dirigida

Edição nº 35 ISSN 1808-9240

www.analise.com

Fachada do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo


ÍNDICE

São Paulo

Outl o ok

cidade CRIATIVA

10 apresentação Chegou a vez da criatividade no processo histórico de transformação da metrópole

06 EDITORIAL A força criativa que move a metrópole desmonta o conceito monolítico de ricos e pobres

19 são paulo em números Mais de 500 indicadores para explicar o tamanho e a relevância da metrópole

32 São Paulo em MOVIMENTO Os projetos e as iniciativas que estão impulsionando o crescimento da cidade

40 Sistema viário 42 Urbanização 48 Esporte e lazer 50 Ensino e segurança 56 Iniciativas sustentáveis

66 A Opinião De Quem Vive em São Paulo Levantamento com mais de 50 profissionais mostra como eles avaliam a economia criativa

74 Áreas mais relevantes hoje 76 O cenário na próxima década 78 Criatividade global 81 Panorama para os negócios

4

São Paulo OUTLOOK

90 o perfil dos visitantes Os turistas que visitam São Paulo também procuram a cidade para o lazer

112 Economia Criativa em são Paulo Entenda como surgiu o conceito e como ele se transformou em uma tendência mundial

93 O perfil do turismo

120 A opinião dos especialistas

96 A estrutura para

124 As iniciativas criativas

em São Paulo megaeventos

100 A agenda da cidade

brasileiros e estrangeiros que despontam

132 Os setores criativos www.analise.com


Paulo Whitaker/Reuters

Desfile de moda no Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo: setor emprega 500 mil pessoas

144 Referências em Criatividade Conheça os principais centros em economia criativa espalhados pelo mundo

Colaboradores

16

Metodologia

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www.analise.com

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Expediente

156 os criativos paulistanos Os profissionais que transformaram a criatividade em empresas bem-sucedidas www.analise.com

web

facebook.com/AnaliseEditorial linkedin.com/company/analise-editorial twitter.com/analise_edit foto da capa: Edson Grandisoli/Pulsar Imagens

São Paulo OUTLOOK

5


apresentação

Metalúrgico trabalha em fábrica em São Paulo: cidade é responsável por 12% do PIB do país

lalo de almeida/folhapress

apresentação


apresentação

de potência industrial... São Paulo, que costumava ser o coração da indústria nacional, é um centro financeiro global e de serviços. Agora, a metrópole se prepara para agregar uma nova camada criativa ao avanço econômico

A

cidade de São Paulo já foi a capital da indústria brasileira. A partir dos anos 1930, a metrópole viu a criação de impérios industriais, como o dos Matarazzo, e ganhou impulso com a necessidade de substituição de importações em razão da Segunda Guerra Mundial. O coração da produção nacional estava no município, mas o avanço da economia global a partir da década 1950 – com o início da formação do polo automobilístico do ABC paulista –, processo que se acelerou nas décadas seguintes, mudou o perfil da capital. São Paulo perdeu as fábricas e os galpões, mas manteve as sedes e os centros de inteligência das empresas. Enquanto a produção industrial se espalhava pelo Brasil em busca da proximidade de insumos, portos e mão de obra, a cidade concentrou o poder decisório e consolidou a sua vocação de centro financeiro e de servi-

ços. Em 2011, a metrópole concentrava mais de 60% das sedes de companhias multinacionais com atuação no Brasil, a BM&FBovespa – a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado –, além dos principais escritórios de advocacia, agências de publicidade e propaganda, hospitais e instituições de ensino superior da América Latina. A mudança foi radical: em quatro décadas, São Paulo passou de uma cidade em que a atividade industrial correspondia à metade do PIB para uma metrópole que concentra 80% da sua receita nos setores de serviços e comércio. A evolução da economia paulistana seguiu o caminho dos maiores centros financeiros do mundo, como Nova York, Londres e Berlim. Agora, a cidade dá mais um passo em direção ao avanço econômico baseado na expansão da prestação de serviços, concentração de atividades intelectuais de alto valor agregado, que privilegiam o uso intensivo de tecnologia, arte e integração cultural.


metodologia

os Critérios adotados Fontes de informação – As fontes utilizadas para dados referentes ao PIB, população, serviços públicos e outras informações relacionadas a indicadores oficiais do município, região metropolitana, estado de São Paulo, além do Brasil, são os órgãos oficiais ligados às respectivas esferas governamentais. Os principais consultados estão listados a seguir: Municipais – Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo (SPTuris), São Paulo Convention & Visitors Bureau, São Paulo Transportes (SPTrans), além das secretarias municipais. Estaduais – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), além das secretarias estaduais. Federais, autarquias e empresas estatais – Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Banco Central (BC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além dos ministérios. Levantamento de dados – Em relação ao retrato da economia criativa na capital, o anuário SÃO PAULO OUTLOOK teve como principal parâmetro o estudo “Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade”, lançado em 2011. O levantamento foi coordenado pela Secretaria do Governo Municipal em parceria com a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap). O documento traz, também, uma análise completa sobre o papel dos criativos no município de São Paulo, geração de empregos e os segmentos mais inovadores da cidade. Também foram consultados o “The Creative Economy Report 2008” e “The Creative Economy Report 2010”, elaborados por meio de uma parceria entre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e o Pro-

18

São Paulo OUTLOOK

grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Os relatórios trazem dados sobre o desenvolvimento da economia criativa no mundo, entre 2000/2005 e 2002/2008, e citam, dentre outros temas, o papel dos criativos na economia global, as principais atividades criativas e casos de sucesso de cidades inovadoras. O Banco Mundial, International Data Corporation (IDC) e o International Congress & Convention Association (ICCA) também foram utilizados como fontes de informação. Pesquisas, relatórios e profissionais de instituições de ensino e governamentais também foram consultados, como a Faculdade de Economia (Faap), a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os dados referentes a setores específicos da economia foram apurados com entidades de classe e empresas privadas. Os principais consultados foram a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), BM&FBovespa, Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon), Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP). Pesquisa de opinião – A pesquisa de opinião, cujos resultados estão apresentados na seção “A Cidade Segundo os Paulistanos” (pág. 66) foi realizada com 57 entrevistados entre os principais empresários, empreendedores e personalidades que vivem em São Paulo. Os entrevistados foram procurados pela equipe de SÃO PAULO OUTLOOK entre 16 e 30 de abril de 2012 e responderam a um questionário por telefone ou e-mail. Os nomes de todas as fontes entrevistadas na pesquisa podem ser consultados na página 16.  0

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Conselho editorial Eduardo Oinegue, Silvana Quaglio e Alexandre Secco

Diretora-presidente Silvana Quaglio

Diretor de conteúdo Alexandre Secco

Diretor comercial Alexandre Raciskas Rua Major Quedinho, 111, 16° andar CEP 01050-904, São Paulo-SP Tel. (55 11) 3201-2300 Fax (55 11) 3201-2310 contato@analisecom

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São Paulo Outlook PUBLISHER Silvana Quaglio EDITOR Alexandre Secco Editor executivo: Gabriel Attuy Gerente de pesquisa e distribuição: Ligia Donatelli Coordenadores de conteúdo: Irene Ruberti, Vinicius Cherobino e Vivian Stychnicki Coordenadora de pesquisa: Valquíria Oliveira Coordenadora de distribuição: Juliane Almeida Coordenador de arte: Cesar Habert Paciornik Equipe de conteúdo: Abrahão de Oliveira, Bruna Abjon, Patrícia Silva e Sumaya Oliveira Equipe de pesquisa: Adrieli Garzim, Alberto Barbosa, Ana Carolina Marquez, Ana Claudia Coelho, Anna Carolina Romano, Bianca Barros, Claudia Barbosa, Daniela Trindade, Danilo Souza, Fernanda Chiarato, Iuri Salles, Jessica Cidrao, Juliana Colognesi, Lucas Rodrigues, Paula Moreira, Raquel Aderne, Ricardo Borges, Taiane Silva, Tais Souza, Thaís Bueno, Vinícius Oliveira, Yasmin Gomes e Yuri Damacena Designers: Bruna Pais, Danilo Pasa e Régis Schwert Coordenador de TI: Cristiano Carlos da Silva Equipe de TI: Felipe Cavalieri e Leandro Akira Colaboradores: Alex Argozino, Ana Cláudia Marques, Claudio Rossi e Guilherme Gomes Revisão: Mary Ferrarini Tradução: Sogl Traduções Publicidade/Gerentes de negócios: Alessandra Soares e Márcia Pires Assistente: Felipe Ricelle Atendimento e apoio administrativo: Fábio Lopes e Giseli Monteiro São Paulo Outlook é uma publicação independente, desenvolvida pela Análise Editorial com apoio da Prefeitura de São Paulo e SPTuris

Auditoria

ISSN 1808-9240

Tiragem: 15.000 Impressão: IBEP Gráfica Impresso em maio de 2012 Operação em Bancas: Assessoria: EdiCase www.edicase.com.br Distribuição Exclusiva em Bancas: FC Comercial e Distribuidora S/A Manuseio: FG Press www.fgpress. com.br Distribuição Dirigida: Door to Door www.d2d.com.br

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SÃO PAULO EM NÚMEROS OS PRINCIPAIS INDICADORES PARA ENTENDER OS PRINCIPAIS INDICADORES PARACOMO FUNCIONA A SÉTIMA MAIOR METRÓPOLE DO MUNDO ENTENDER COMO FUNCIONA A SÉTIMA

1 2

> Comércio > Imobiliário DO MUNDO > Eventos MAIOR METRÓPOLE > Comunicação > População > Saneamento > Gastronomia > Cultura e lazer > Saúde 13 Saúde pág. 23 25 Transporte pág. 26 População página 20 > Habitação > Economia > Segurança > Hotelaria > Educação > Transporte 14 Educação pág. 23 26 SP entre as maiores pág.20 Emissão de CO pág. 27 > Infraestrutura > Emissão de CO2 > Turismo 2

Pirâmide etária pág. 20

15

Crimes pág. 23

27

Inspeção veicular pág. 27

4

Quanto custa pág. 20

16

Áreas verdes pág. 23

28

Infraestrutura pág. 27

5

Economia pág. 21

17

Segurança pág. 23

29

Mortes no trânsito pág. 27

6

Distribuição de renda pág. 21

18

Turismo pág. 24

30

Táxis pág. 27

7

PEA pág. 21

19

Hotelaria pág. 24

31

EMPRESAS CRIATIVAS pág. 28

8

SP entre as mais ricas pág. 21

20

os maiores eventos pág. 24

32

SETORES DA ECONOMIA pág. 28

9

Comércio pág. 22

21

Eventos pág. 24

33

FUNÇÕES CRIATIVAS pág. 28

10

Saneamento pág. 22

22

Gastronomia pág. 25

34

EMPREGOS NO SETOR pág. 28

11

Mercado imobiliário pág. 22

23

Lazer e cultura pág. 25

35

POLOS DE PRODUÇÃO pág. 28

12

Habitação pág. 22

24

Comunicação pág. 25

36

MEGAEVENTOS DA CIDADE pág. 29

4


SÃO PAULO EM NÚMEROS 31

EMPRESAS CRIATIVAS

8.438

São Paulo

Brasil

63.633 60.707

7.863 7.094 7.276 2006

2007

58.663

58.458 2008

2009

2006

32

2007

2008

2009

SETORES DA ECONOMIA

34

EMPREGOS NO SETOR Cidade de SP, em mil

Informática 2.496 Edição e Impressão 1.344 Publicidade e Propaganda 1.266 Arquitetura e Design 803 Audiovisual 723 Ensino e Cultura 662 Artes Visuais, 540 Plásticas e Escrita Artes Performáticas 466 Pesquisa e Desenvolvimento 102 Patrimônio 36

134,5 109,8

114,9

2006 35

140,5

2007

2008

2009

POLOS DE PRODUÇÃO Concentração de empregados por setor

33

FUNÇÕES CRIATIVAS Informática Publicidade Audiovisual Arquitetura e Design Edição e Impressão Ensino e Cultura Pesquisa e Desenvolvimento Moda Patrimônio Artesanato Artes Visuais, Plásticas e Escrita Artes Performáticas

28

São Paulo OUTLOOK

Itaim 91,9 mil

19,6 mil 16,2 mil 15,9 mil 14,9 mil 14,9 mil 10,4 mil

Arquitetura e Design 19,6% Informática 24% Publicidade e Propaganda 39,3%

Bela Vista

Artes Performáticas 11,4%

Vila Leopoldina

Artes Plásticas, 7% Visuais e Escrita

Jaguaré

Audiovisual 35,4% Edição e Impressão 11,3% Patrimônio 35,4%

8,4 mil 8 mil 4,3 mil 2,8 mil

República

Ensino e Cultura 9,3%

1,7 mil

Cambuci

Pesquisa e 31,2% Desenvolvimento

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Economia criativa

36

MEGAEVENTOS DA CIDADE VIRADA CULTURAL 24 horas de atividades 4 milhões de participantes 1 mil atrações gratuitas 13 palcos 45% do público com idade entre 18 e 24 anos

384 mil pessoas de fora da capital 3 pernoites é a permanência média dos turistas 1.088 reais é quanto os visitantes gastam na cidade 158 milhões de reais movimentados com o evento em 2011 3,4 mil seguranças

VIRADA SUSTENTÁVEL

CAMPUS PARTY

VIRADA ESPORTIVA

500 mil participantes 482 atividades culturais e educativas 78 espaços com programação 27 mil quilos de lixo eletrônico coletados

7.500 participantes 160 mil visitantes 500 horas de atividades 64 mil metros quadrados de área do evento

3,5 milhões de participantes 2,5 mil atividades esportivas 1 mil locais com atrações 18 opções para crianças na Viradinha Esportiva

Edição 2012 foi a

maior do mundo

5ª maior semana

FASHION WEEK Edições por ano Desfiles por evento Turistas Público desde a criação em 1996 Mídia espontânea no Brasil Negócios Profissionais envolvidos

de moda do mundo

2 50 38 mil 3,5 mi 350 mi/ano 1,5 bi 3 mil

CARNAVAL Escolas de samba e blocos Escolas do Grupo Especial Empregados Investimento das escolas Integrantes dos desfiles Turistas

78 14 5,4 mil 48 mi 106 mil 23 mil

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São Paulo OUTLOOK

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alexandre rezende/folhapress

SP EM MOVIMENTO

Passageiros na linha amarela do Metrô: mais de 4 milhões de pessoas usam o meio de transporte diariamente na cidade

34

São Paulo OUTLOOK

www.analise.com


sp em movimento

A CIDADE QUE

SE renova A capital paulista está em constante transformação e crescimento. Nesta seção, SÃO PAULO OUTLOOK destaca as maiores obras, ações e projetos em andamento e como eles vão mudar a cara da cidade

S

étima maior cidade do mundo, com mais de 11,2 milhões de habitantes, São Paulo enfrenta desafios e desenvolve projetos proporcionais ao seu tamanho. A metrópole tornou-se a décima mais rica do planeta em 2009, com PIB de quase 400 bilhões de reais – se fosse um país, seria a 40ª maior economia do planeta, à frente de Israel, Egito e Chile. É o município com a maior área do Hemisfério Sul, 1,5 mil quilômetros quadrados, conta com frota de sete milhões de automóveis, a maior frota de helicópteros da América Latina e tem a maior bolsa de valores da América do Sul. Simplesmente por sua magnitude, São Paulo é uma cidade em constante movimento: reformas no sistema viário, obras para a construção de novos edifícios e complexos imobiliários, a ampliação das linhas de metrô, reformas de aeroportos e os preparativos para receber a próxima edição da Copa do Mundo ocorrem siwww.analise.com

multaneamente. Nas próximas páginas, é possível conferir 31 dos principais projetos, obras e programas que vão contribuir para o desenvolvimento da cidade e ajudar a construir o futuro da metrópole. Uma das mais recentes e importantes conquistas ocorreu na área da segurança pública, com a obtenção de um reconhecido indicador de redução da violência. Pela primeira vez, o número de assassinatos na cidade ficou abaixo de dez por 100 mil habitantes, patamar considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A taxa vinha em queda acentuada desde o início da década passada. Caiu de 51 homicídios, em 2000, para nove por 100 mil habitantes em 2011, resultado atribuído ao policiamento preventivo e a políticas de combate à criminalidade. A média brasileira é de 22,3 por 100 mil habitantes. Assim como reverteu sua imagem no setor de segurança, a capital persegue outros indicadores de qualidade de vida. Um dos grandes desafios é melhorar a mobilidade urbana. A cidade é conhecida por seu sistema de tráfego complexo e sobrecarregado. Nesse sentido, um dos investimentos

10ª

é a posição de São Paulo entre as cidades mais ricas do mundo

São Paulo OUTLOOK

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SÃO PAULO EM MOVIMENTO

Paulista

Berrini

MUSEU, SHOPPING E TORRES REVITALIZAM cartão-postal

área da zona sul DESPONTA COMO NOVO CENTRO ECONÔMICO

A

U

venida símbolo de São Paulo, a Paulista passa por um processo de revitalização com o anúncio de novos empreendimentos. Em um dos últimos grandes terrenos disponíveis na região, serão construídos a Torre Matarazzo e o Shopping Cidade São Paulo. As obras começaram em 2011. A torre de escritórios, com 13 pavimentos, será integrada ao shopping, que terá 142 lojas distribuídas por cinco pisos. A conclusão da obra está prevista para 2015. No terreno está planejada uma área verde, aberta ao público, de 2,3 mil metros quadrados. O estacionamento contará com sete subsolos e terá 1,5 mil vagas. Próximas da avenida, as instalações do Hospital Umberto Primo serão transformadas em um hotel de luxo com complexo cultural integrado por cinemas, teatros, lojas e restaurantes. A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) vendeu a área por 117 milhões de reais à holding WWI e ao grupo francês Allard, em 2011. O designer francês Philippe Starck fará o projeto. O imóvel é tombado e estava abandonado havia 18 anos. A avenida vai ganhar mais um centro cultural. O museu do Instituto Moreira Salles (IMS) será aberto entre as ruas Bela Cintra e Consolação, em um terreno onde havia um estacionamento. O prédio terá três andares só para exposições, cinema e auditório para 200 pessoas, biblioteca de fotografia e salas para cursos. O antigo prédio da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), sobre o Shopping Center 3, dará lugar a duas torres de 20 e 21 andares, no primeiro semestre de 2012. O Paulista Corporate, com 19 andares, foi inaugurado em 2012.

m novo polo de expansão está se desenvolvendo na zona sul e já é apontado como futuro centro financeiro e econômico da capital. Com a consolidação da região da Avenida Luís Carlos Berrini, no Brooklin, como centro de negócios, o crescimento está se encaminhando em direção ao bairro do Morumbi, às margens da Marginal do Pinheiros. A região da Berrini concentra a maior parte dos imóveis comerciais de luxo de São Paulo, e as estimativas são de que será a campeã em lançamentos comerciais de alto padrão até 2013. O trecho de prolongamento da Berrini deve ganhar, entre 2012 e 2013, mais de 100 mil metros quadrados de escritórios dos tipos A e AA. A região passou a chamar a atenção das construtoras pela disponibilidade de áreas livres ou ocupadas por galpões e fábricas antigas. O novo polo marca mais uma fase da migração da concentração financeira na cidade. Com a saturação do centro nos anos 1970, as empresas se mudaram para a Avenida Paulista. O movimento seguinte foi a transferência para a região da Faria Lima, e depois Berrini. Com a taxa de vacância de salas comerciais baixa e demanda forte, o potencial construtivo às margens da Marginal chamou a atenção das construtoras. As projeções são de que a região pode se tornar, em 2016, o maior polo de escritórios da cidade. No antigo terreno de uma empresa será erguido o complexo Brookfield Towers, com duas torres corporativas. O projeto tem valor total de 703 milhões de reais. Em outro terreno, que costumava ser um galpão de fábrica, será erguido um complexo de uso misto.

Faria Lima

ESCRITÓRIOS, COMPRAS E VIDA NOTURNA EM UM COMPLEXO único

U

m conjunto de empreendimentos mudará, em breve, o perfil da região compreendida entre a Marginal do Pinheiros, Avenida Juscelino Kubitschek e Faria Lima, no Itaim-Bibi. Com inspiração no Rockfeller Center de Nova York, um complexo imobiliário reunirá em uma área de 60 mil metros quadrados shopping center, torres comerciais, teatro e restaurantes badalados. O bairro, na zona sul, tem o metro quadrado para comercialização mais valorizado de São Paulo. Um dos destaques do projeto WTorre JK é a transformação do edifício da grife de luxo Daslu em um moderno prédio de escritórios. O estilo neoclássico da fachada será substituído por vidros espelhados e revestimento branco. Mais seis andares serão erguidos, totalizando 11 pavimentos, que serão ocupados por escritórios. No térreo, funcionarão quatro restaurantes, que, juntamente com o teatro que está sendo construído, devem

46

São Paulo OUTLOOK

intensificar a vida noturna da região. O teatro com 1,2 mil lugares será voltado, principalmente, para a exibição de musicais. A obra toda está avaliada em 125 milhões de reais e tem previsão para ser concluída em 2013. O Shopping JK Iguatemi tinha inauguração prevista para o primeiro semestre de 2012. O projeto do centro de compras investiu em átrios suspensos, iluminação natural e paredes de vidro com vista para o Parque do Povo, área verde municipal com mais de 30 mil metros quadrados vizinha ao empreendimento. Serão 230 lojas, com destaque para as grifes internacionais. Também estão sendo erguidos dois edifícios empresariais. Na região, fica ainda a Torre Santander, um prédio inacabado que ficou abandonado durante anos até ser vendido e reformado em 2009. O complexo inclui seis mil vagas de estacionamento e uma ciclovia de 4,8 quilômetros às margens do Rio Pinheiros. www.analise.com


A CIDADE SE REINVENTA COMPLEXO NO ITAIM

EXPANSÃO NA ZONA SUL

Hípica Paulista

Margina l Pinhe Av. Lu iros is Car los Be rrini

Av. J Mar ornalis inho ta R o

MORUMBI

ber

ITAIM BIBI

Parque do Povo

MORUMBI

SShopping JK

Rio P inhei ros

de escritórios A e AA até 2013

TTorres comerciais

Prédio da Daslu

to

60 mil m2– terá

teatro, restaurantes e shopping center

Av.

do sB an

SANTO AMARO

Lima Faria

ITAIM BIBI

100 mil m2

ig. Av. Br

A Berrini vai ganhar

dei ran tes

Aeroporto Internacional de Guarulhos

4 3

ela

CENTRO

R. B

SÃO PAULO

Trianon

ZONA OESTE

6 2

JARDIM PAULISTA

BELA VISTA Av .P au lis ta

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ZONA SUL

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Represa Guarapiranga

1

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ZONA LESTE

Av. No

5

Marginal Tietê

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Campo de Marte

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ZONA NORTE

Represa Billings

NOVIDADES NA REGIÃO DA PAULISTA 1 2 3 4 5 6

Empreendimentos E P Paulista Tower Torre T Matarazzo e Shopping Cidade São Paulo Paulista P Corporate W Wtorre Paulista Museu M do Instituto Moreira Salles (IMS) Hotel H e complexo cultural

www.analise.com

Localização Paulista, 91 Paulista, 1230 Paulista x Rua Plínio Figueiredo (ao lado do Masp) Paulista, 2064 Paulista, entre Bela Cintra e Consolação Quadrilátero da rua Itapeva com Alameda Rio Claro

Fase Inauguração em 2012 Obras iniciadas Concluído em 2012 Inauguração em 2012 Em projeto Em projeto

São Paulo OUTLOOK

47


opinião | São Paulo O ut l o o k

Em relação às cidades emergentes, São Paulo tem a melhor prestação de serviços

C

omparada com as cidades emergentes, São Paulo se destaca pela gastronomia e pela prestação de serviços jurídicos, médicos e de publicidade. A rede hoteleira, que apareceu nos levantamentos de 2010 e 2011, não entrou na lista dos cinco serviços mais relevantes neste ano. Quem ganhou notoriedade foi o item infraestrutura para eventos, citado por 49% dos entrevistados, como ponto positivo da cidade. Segundo os executivos consultados, entre as principais questões que desfavorecem a metrópole paulista em com-

paração com outras de países em desenvolvimento estão os altos custos em relação à mão de obra, à compra e ao aluguel de imóveis. Vale destacar que as três principais preocupações mencionadas também foram apontadas na pesquisa anterior. Apenas suas posições foram trocadas, a exemplo do custo de mão de obra, que trocou de lugar com o custo de aluguel de imóveis, que subiu da terceira para a primeira posição. A preocupação com segurança e transporte se manteve, respectivamente, em quarto e quinto lugares na lista das desvantagens. 0

A cidade tem uma enorme vocação para comércio e serviços. As ruas temáticas deveriam ser ampliadas e mais bem planejadas

Roberto Duailibi, sócio-fundador da DPZ Propaganda

Como a cidade se compara

a metrópoles

de países em 17

Vantagens

18

71%

Restaurantes

Desvantagens Custo de mão de obra

71%

Serviços advocatícios

55%

Custo de aquisição de imóveis

66%

Agências de publicidade

54%

Custo de aluguel de imóveis

66%

Serviços médicos Infraestrutura para eventos

86

desenvolvimento?

São Paulo OUTLOOK

52%

49%

Segurança

Transporte

64%

61%

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divulgação

São Paulo está no caminho certo, mas precisa de mais iniciativas para disseminar a questão da economia criativa Antonio Ferraiuolo CEO da De’Longhi

Eventos como o São Paulo Fashion Week, SPA Week e Restaurante Week são grandes destaques de economia criativa na cidade de São Paulo

divulgação

Mari Gradilone sócia-diretora do Grupo Virtual Office www.analise.com

São Paulo OUTLOOK

87


turismo

Hospedagem

OCUPAÇÃO DOS HOTÉIS É DE 69%

REDE HOTELEIRA REGISTRA TAXA DE OCUPAÇÃO RECORDE

Em % 80

70

O

setor hoteleiro de São Paulo atingiu 69% de taxa de ocupação em 2011, índice 1,4% acima da média registrada em 2010, e que também foi recorde da série histórica registrada desde 2005, quando era de 58%. A cidade de São Paulo possui mais de 410 hotéis, sendo que 68% deles são midscale, 24% econômicos e 8% se enquadram na categoria luxo. O valor médio da diária nos hotéis paulistanos em 2011 foi de 319 reais. Na cidade, grandes cadeias internacionais, como Hyatt, Sheraton e Hilton, disputam a clientela com opções exclusivas e de luxo, como Fasano, Emiliano e Unique. Além de oferecer cerca de 42 mil unidades para hospedagem, a hotelaria paulistana dispõe de eficiente estrutura para abrigar convenções. De um total de 390 hotéis e flats, 194 dos estabelecimentos têm espaços para realização de eventos, totalizando 939 salas. Um indicador importante para demonstrar o crescimento do setor de turismo é a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), tributo municipal sobre atividades de empresas e profissionais autônomos. O total arrecadado pelo grupo que engloba as áreas turísticas em 2011 foi de 199,6 milhões de reais, acréscimo de 25,7% em relação a 2010. O valor correspondeu a 2,5% do total de ISS arrecadado no ano pela administração municipal. Outra opção de hospedagem na cidade são os hostels, que registraram taxa média de ocupação de 64% em 2011. A cidade possui 23 albergues, que cobram diária média de 41 reais. Pesquisa realizada nas Centrais de Informações Turísticas (CITs) traçou o perfil dos turistas que optam por ficar na casa de amigos e parentes. A maioria é formada por mulheres, com menos de 40 anos, procedentes de diversas cidades brasileiras, principalmente de São Paulo.

64,7

67

68,3

67,3

69,3

60

61,4

58,7 50

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

Valores médios das diárias em 2011 Em reais Econômico Midscale Luxo Superluxo

103 163 244 535

Entretenimento

viagens de lazer na cidade aumentam 40% em dois anos

S

ão Paulo é conhecida como destino de negócios e eventos, mas o perfil do turista tem mudado. No primeiro semestre de 2009, 9% dos visitantes estavam em São Paulo em viagem de lazer. Dois anos depois, o índice subiu para 12,5%, um aumento de 40%. Mais de 30% dos turistas que se programam para passar mais tempo em São Paulo decidem ficar por motivos de lazer. Em 2012, estava sendo preparado um city tour oficial da cidade. O trajeto terá nove pontos de destaque: Luz, Mercado Municipal, República, estádio do Pacaembu, Avenida Paulista, Ibirapuera, Liberdade, Pátio do Colégio e Theatro Municipal.

AEROPORTOS RECEBEM 50 MILHÕES DE PASSAGEIROS Em milhões de passageiros

Aeroportos

Terminais rodoviários

Cumbica, Congonhas e Viracopos 16,0

60

54,2 15,8 50

33,7

15,6

35,0

35,0

2006

2007

35,1

96

15,5 15,4

15,2

30

2005

15,6

15,4

38,7

40

15,7 15,6

47,7

15,3

15,2

15,0

2008

São Paulo OUTLOOK

2009

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2005

2006

2007

2008

2009

www.analise.com

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ludovic maisant/corbis

Instalação em loja na rua Oscar Freire, na zona oeste da cidade: São Paulo possui 59 ruas de comércio especializado

O que leva os turistas a SP

NEGÓCIOS E EVENTOS são a razão de 70% Das VISITAS à capital

S

ão Paulo é o principal destino de turismo no Brasil. Os negócios aparecem em primeiro lugar, com 45%, entre os motivos da viagem para a capital paulista. Em segundo lugar, estão as feiras e eventos, com 24,4%. Além de concentrar as maiores empresas do Brasil, a capital conta com ampla rede hoteleira em várias faixas de preços, bons bares e restaurantes, além de estrutura para a realização de grandes eventos corporativos. A cidade possui 2,5 milhões de metros quadrados de área de exposição para a locação e conta com uma infinidade de prestadores de serviços para a organização de convenções. São Paulo concentra 75% do mercado brasileiro de feiras. A capital registra a realização de 90 mil eventos por ano, que geram quase 4 bilhões de reais de receita. Em São Paulo é realizado um evento a cada seis minutos, o que torna o município o 12º destino do mundo para eventos internacionais. A cidade ganhou, em 2012, o site Mice São Paulo – Meetings, Incentives, Conventions and Exhibition (www. cidadedesaopaulo.com/mice), que reúne mais de 200 espaços para eventos na capital. O objetivo é ajudar empresas a encontrar locais para convenções e feiras. Em 2012, foi sancionada a lei que institui o Parque de Eventos Expo-SP, um complexo para eventos de grande porte no bairro de Pirituba, na zona oeste da capital. A área será dotada de pavilhões de feiras e exposições, centro de convenções, shopping center, centro empresarial, hotéis www.analise.com

e salas comerciais. A criação do polo é estratégica para a candidatura de São Paulo como cidade-sede da Exposição Universal de 2020, a Expo 2020. Se a cidade for a escolhida, será a primeira vez que o evento vai ser realizado na América Latina. O complexo compreende uma área de 5 milhões de metros quadrados, quatro vezes maior que o Parque Anhembi, atualmente o maior da América Latina. 0

RECUPERAÇÃO DE EMPREGOS NO TURISMO Em mil 600

526 500

448

427 400

396 399

412

396

419

300

2005

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São Paulo OUTLOOK

2011

2020

97


para entender são paulo

CONSUMO E LUXO EM SP

de reais foi o custo da ampliação do shopping de luxo Cidade Jardim em 2012

grifes internacionais de luxo têm previsão para abrir as portas no Shopping JK em 2012

9,4bi

de reais são gastos anualmente pelos paulistanos em produtos de luxo

luludi/luz

160mi 9


O

mercado de luxo no Brasil movimentou 15,7 bilhões de reais em 2010, alta de 28% ante ao ano anterior. Desse total, quase 60% foi comercializado na capital paulista. A cidade é o endereço preferido das grifes internacionais para abrir suas filiais brasileiras.

Com a inauguração do novo Shopping JK Iguatemi, prevista para 2012, e a ampliação do Shopping Cidade Jardim, o mercado de luxo paulistano vai atrair quase 500 milhões de reais em investimentos. São Paulo segue sendo o principal motor do luxo no Brasil que deve crescer 15% ao ano nos próximos cinco anos.

Rua Oscar Freire, nos Jardins, zona oeste da cidade: destino das principais lojas de grife


agenda

AGENDA

Cidade ĂŠ

palco

joel silva/folhapress

de megaeventos


agenda

S

ão Paulo tem caJaneiro lendário concorriCampus Party do. A cada seis minu- www.campus-party.com.br Reúne usuários, empresas e membros tos, um evento é realizado da administração pública para a troca de conhecimentos e atividades relacionadas na capital, que concentra a novas tecnologias. Em 2013, terá sua 75% das feiras de negócios sexta edição. do país. Mas a cidade tam- Público 160 mil bém tem espaço na agenda Periodicidade Anual para megaeventos de esSÃO PAULO Fashion Week www.ffw.com.br portes, como as corridas A semana de moda está entre as mais de Fórmula 1 e Fórmuimportantes do mundo, ao lado de la Indy; e de cultura, como Londres, Milão, Nova York e Paris. Ocorre duas vezes por ano, em janeiro e junho. a Bienal de Arte. A seguir, Em 2013, será realizada a 33ª edição. confira os principais acon- Público 100 mil Periodicidade Duas vezes por ano tecimentos da capital.

Couromoda

www.couromoda.com Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro. Conta com mais de mil expositores e importadores de 64 países.

Público 85 mil Periodicidade Anual

WORLD BIKE TOUR

www.worldbiketour.net Desde 2009, o evento reúne, nos aniversários da cidade, cerca de 7 mil ciclistas, que percorrem um trajeto de 10 quilômetros pelos principais pontos turísticos e históricos da capital paulista.

Público 7 mil Periodicidade Anual

Fevereiro

Carnaval

www.spturis.com/carnaval A maior festa popular paulistana acontece desde 1935 na cidade. Mais de 30 escolas de samba desfilam e disputam o prêmio que avalia diversos pontos da apresentação.

Público 110 mil Periodicidade Anual

Osesp

www.osesp.art.br Desde 2000, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo realiza temporadas entre março e dezembro, com concertos a preços populares e ensaios abertos.

Público 120 mil Periodicidade Anual Data Março

São Paulo OUTLOOK

101


PAULO GUERETA/FUTURAPRESS

Pianista suspenso na Virada Cultural: evento atrai, durante as suas 24 horas, mais de 4 milh천es de pessoas


os

caminhos

CRIATIVos

de são paulo A economia criativa será um dos motores do crescimento econômico global na próxima década. Entenda o que ela é e como pode alavancar o desenvolvimento da metrópole

Conceito

Promissoras

Modelo

O que é a economia criativa e a posição da cidade de São Paulo  página 114

Novas áreas criativas ganham espaço na capital paulista  página 124

As cidades e as estratégias que são referência pelo mundo  página 144


ECONOMIA CRIATIVA

A

criatividade impulsiona o pib O conceito da economia criativa, que nasceu na Austrália e foi popularizado no Reino Unido, ganhou o mundo e chegou a São Paulo. Entenda o que é e como esse segmento pode contribuir para o avanço da economia paulistana

Mural na Vinte e Três de Maio, na zona sul, feito por OsGemeos, entre outros grafiteiros: irmãos já expuseram no MoMA de Nova York


Economia criativa

D

“O setor das indústrias criativas está no cruzamento entre artes, negócios e tecnologia, em um relacionamento próximo que se reforça mutuamente”, diz o documento na edição de 2010. De maneira geral, a economia criativa envolve atividades econômicas focadas na geração de conhecimento que nasce da criatividade e do talento individual, com potencial de produzir riqueza e criar empregos ao explorar a propriedade intelectual produzida. São vários os nichos associados: arquitetura e design; artes performáticas, plásticas e visuais; artesanato; edição e impressão; moda; multimídia (cinema, vídeo, televisão e rádio); música; patrimônio cultural; pesquisa e desenvolvimento; publicidade e propaganda; e tecnologia e games. Para alguns

ricardo nogueira/folhapress

efinir o que é economia criativa não é tarefa das mais simples. Há um grande debate nas universidades e nos vários governos do mundo sobre o que, de fato, constitui o setor. Aliás, o próprio nome do conceito – às vezes definido como economia criativa, indústrias criativas ou indústrias culturais – é motivo de discussão. A definição que chegou mais próxima do consenso foi a da Unctad, agência da ONU focada no Comércio e Desenvolvimento entre países, que realizou dois levantamentos mundiais sobre o tema.

países, como o Brasil, os setores de gastronomia e de brinquedos também compõem as listas. Para cada um desses segmentos, há atividades relacionadas ou de apoio, formando a cadeia do setor que amplifica o seu potencial. “Pode haver a impressão que as atividades de economia criativa são ‘apenas’ arte, algo leve. Isso é completamente errado, é um trabalho duro”, disse John Howkins, criador do termo ‘economia criativa’ e autor do livro Creative Economy (sem edição em português), lançado em 2001. Um dos primeiros acadêmicos a tratar do tema, Howkins ressalta: “Não é simples conseguir ganhar dinheiro com base em ideias”. Ideias que já geram bastante dinheiro pelo mundo. Estimativa da Unctad dá conta que o setor globalmente, aumentou de 831 bilhões de dólares para 1.3 trilhão de dólares, entre 2000 e 2005, com uma taxa média de crescimento de 7% ao ano. Dados mais recentes são escassos, mas estimativas de especialistas dão conta que as criativas foram responsáveis por 9% do produto interno bruto mundial em 2009 e a previsão é que o setor dobre sua participação no PIB mundial nos próximos dez anos. Criatividade no Brasil – Com menos de 20 anos em discussão, a economia criativa já está consolidada em vários países pioneiros pelo mundo. Quando se fala no tema no Brasil, o cenário é diferente. O governo brasileiro está dando os primeiros passos institucionais no tema. A Secretaria Nacional de Economia Criativa foi criada em dezembro de 2011. O primeiro desafio, de acordo com Cláudia Leitão, secretária de Economia Criativa do governo federal, está em mapear o setor em todo o país. Para isso, a entidade promete criar, em junho de 2012, o Observatório Nacional de Economia Criativa em parceria com o IBGE. A ideia inicial é unificar a metodologia de avaliação e as áreas da economia criativa no país e definir com mais eficácia sua contribuição para o PIB no país. Está prevista, também, a criação de unidades estaduais dos observatórios que serão responsáveis pelo fomento dos setores de criatividade pelo país. Ainda não há prazos para o lançamento do plano

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São Paulo OUTLOOK

115


Economia criativa

os criativos precisam reconstruir as suas cidades Estrangeiros falam à Análise Editorial sobre a atual fase da economia criativa em São Paulo

DIVULGAÇÃO

Até hoje, os governantes de São Paulo não viam criatividade como uma grande prioridade. Mas isso começa a mudar, e São Paulo tem potencial.

John Howkins

O inglês John Howkins é um dos acadêmicos mais importantes do mundo em economia criativa. Ele cunhou o termo ao lançar, em 2001, o livro Creative Economy (sem edição em português), discutindo o tema e mostrando as vantagens da criatividade e a inovação para a

sociedade da informação. Ele participa de eventos e seminários ao redor do mundo e esteve no Brasil, em 2012, ministrando palestra. Howkins é professor visitante da Universidade de Lincoln, Inglaterra, e vice-reitor da Escola de Criatividade de Xangai, na China.

A indústria da construção está determinando como São Paulo funciona; os engenheiros não podem criar a cidade sozinhos.

Charles Landry

O arquiteto e urbanista inglês Charles Landry é uma referência mundial em economia criativa. Ele é o autor do livro The Creative City: A Toolkit for Urban Innovators (ainda sem edição em português), lançado em 2000, que virou um best-seller mundial e fomentou o debate

sobre a necessidade das cidades buscarem a criatividade. Laundry esteve em São Paulo, pela primeira vez, em 2012, para ministrar palestras. Na capital paulista, ele destacou o grande potencial da Rua Augusta, e disse que é um exemplo a ser seguido por toda a cidade.

Os resultados da economia criativa só acontecem se for política de estado, não algo meramente partidário. E, na América Latina, isso é um grande desafio.

Enrique Avogadro 120

São Paulo OUTLOOK

Enrique Avogadro é diretor-geral de comércio exterior e de indústrias criativas do governo da cidade de Buenos Aires. Palestrante recorrente em eventos de economia criativa pelo mundo, entre eles o TED brasileiro, Avogadro acumula, também, o cargo de diretor

do Centro Metropolitano de Design – base para a criação da bem-sucedida política criativa da capital portenha. Ele atuou, também, como jurado em vários prêmios de design pelo mundo, como o Idea/Brasil, em 2010 e o Observeur French Design Award, em 2011. www.analise.com


Economia criativa

o desafio de desenvolver o talento paulistano Especialistas brasileiros destacam os pontos positivos e obstáculos que a cidade enfrenta

Na economia criativa, o talento humano é o grande diferencial. Mas, para ele se desenvolver, é necessária a participação dos setores privados, públicos e da sociedade civil.

Ana Carla Fonseca

Ana Carla Fonseca é professora convidada da Fundação Getulio Vargas/SP, da Universidade Candido Mendes/RJ, da Universidad Nacional de Córdoba (Argentina), da Universidad Rey Juan Carlos (Espanha) e membro de várias associações mundiais, incluindo o La-

boratório Iberoamericano para Pesquisa e Inovação em Cultura e Desenvolvimento (Unesco). É conferencista internacional em cinco idiomas, tendo palestrado em todos os estados brasileiros e em 22 países, além de ser autora de livros sobre cultura e economia criativa.

São Paulo tem pontos fortes para a economia criativa. Um deles é a diversidade cultural. Ter mais gente produzindo arte, cultura, trabalhando com criatividade, é algo que faz muita diferença.

Leonardo Brant

Leonardo Brant é consultor estratégico em economia criativa e empreendedor criativo. É profissional reconhecido em planejamento cultural e em consultoria para empresas tradicionais, empresas de mídia e organizações culturais. É autor do livro O Poder da Cultura, lan-

çado em 2010, e dirigiu o documentário Ctrl-V. Brant é editor do site Cultura e Mercado e idealizador do Cemec – centro de formação especializado em negócios criativos no Brasil. Ele atua como palestrante e conferencista em eventos sobre empreendedorismo criativo.

Fotos: claudio rossi

Em 2011, empresas estrangeiras de games acordaram para o Brasil, principalmente por causa da crise. Três grandes vieram para São Paulo e isso ajuda a cidade a ser o grande hub de jogos do país.

Emiliano Castro www.analise.com

Emiliano Castro é uma das maiores referências do segmento de games no Brasil. Fundador da produtora de jogos 2Mundos, Castro é vice-presidente de relações institucionais da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), entidade

de classe que representa o setor. Apenas em 2011, o segmento brasileiro de games movimentou 300 milhões de reais. Entre as principais bandeiras da entidade está a redução dos impostos para os games, que, atualmente, está em 80%, um dos mais altos do mundo.

São Paulo OUTLOOK

121


OS SETORES DA ECONOMIA CRIATIVA Saiba quantos funcionários cada um dos principais segmentos da economia criativa em São Paulo possui, quantas empresas atuam e os bairros em que eles estão inseridos

PERCENTUAL DE VAGAS CRIATIVAS EM SÃO PAULO TECNOLOGIA

EDIÇÃO E IMPRESSÃO

35 35

18

EMPREGOS FORMAIS CRIATIVOS

49.985

26.425

23.730

17.463

8.424

EMPRESAS

2.496

1.344

1.266

723

8.700

EMPRESAS CRIATIVAS NA CIDADE

29,6%

15,9%

15%

8,6%

29%

FUNÇÕES DO SETOR

Desenvolvimento de software; consultoria; provedores de serviços de software e serviços de hospedagem na internet; portais; provedores de conteúdo e outros.

Edição de livros, jornais e revistas; edição integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos gráficos; agências de notícias.

BAIRROS QUE MAIS EMPREGAM

Jardim Paulista

Sé Liberdade

Santa Cecília Jaguaré

Agências de publicidade

Fabricação de instrumentos musicais; produção, pós-produção e exibição cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão; atividades de gravação de som e de edição de música; atividades de rádio; atividades de televisão aberta e por assinatura; aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares.

Alto de Pinheiros

Mandaqui Perdizes Barra Funda

Pinheiros

Jardim Helena

Itaim Bibi

Morumbi

Itaim Bibi

Morumbi

Cidade Dutra

122

São Paulo OUTLOOK

www.analise.com

Estilistas; técnicos; modelos; alfaiates e costureiros.

Barra Funda Bom Retiro Itaim Bibi

Brás


PUBLICIDADE

14

ARTES PERFORMÁTICAS

ARQUITETURA E DESIGN

CULTURA E ENSINO

ARTESANATO

MODA

ARTES VISUAIS, PLÁSTICAS E ESCRITA

AUDIOVISUAL

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

12

4 4 4

3 2 2 11

PATRIMÔNIO

6.161

5.198

4.701

4.348

2.832

2.579

1.425

662

466

803

Não divulgados

540

102

36

7,8%

5,5%

9,5%

Não divulgados

6,4%

1,2%

0,4%

Ensino de idiomas; ensino de arte e cultura.

Artes cênicas, espetáculos e atividades complementares; gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas; atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte.

República

Santa Cecília Vila Mariana

Santo Amaro

Bela Vista Itaim Bibi

Serviços de arquitetura, design e decoração de interiores; lapidação de gemas e fabricação de ourivesaria e joalheira; fabricação de bijuterias e artefatos semelhante.

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Bom Retiro

Pinheiros Sé

Ipiranga

Campo Limpo

Atividades artesanais; atividades de construção de mosaicos; atividades de tecelagem; atividades de criação de jóias.

Itaim Bibi

Atividades fotográficas e similares; criação artística.

Vila Leopoldina Santana

Pesquisa e desenvolvimento em ciências físicas e naturais; pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências sociais e humanas.

Atividades de bibliotecas e arquivos, atividades de museus e de exploração, restauração artística e conservação de lugares e prédios históricos e atrações similares, atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental.

Cambuci

Freguesia do Ó

Sé Campo Belo

Saúde Santo Amaro

Itaim Bibi

Parque do Carmo

Itaim Bibi

São Paulo OUTLOOK

Jaguaré

123


iniciativas

LABORATÓRIO DE

novas ideias

e NEGoCIOS São Paulo está na vanguarda da economia criativa e surpreende com novos produtos e serviços; iniciativas bem-sucedidas movimentam a economia, atraem turistas e renovam bairros

Feira de games E3, em Los Angeles: os jogos foram reconhecidos como ramo cultural em 2011 e podem obter patrocínio pela lei Rouanet

124

São Paulo OUTLOOK

www.analise.com


iniciativas

C

entros de produção de conhecimento e referência em várias áreas da cadeia criativa, São Paulo é um laboratório a plena carga, sempre testando novas fórmulas. A capital se mantém atenta às novas tendências e mostra que ideias criativas podem virar grandes negócios. Um dos nichos em ebulição é o de jogos eletrônicos e aplicativos móveis. Empresas paulistanas oferecem soluções para as novas demandas do munMARIO ANZUONI/REUTERS

do digital, criadas pelo uso cada vez mais constante de tablets e celulares. Os jogos não são mais apenas para diversão, também treinam funcionários de empresas e são usados pela publicidade para vender produtos. Da cidade saem exemplos bem-acabados da importância que a economia criativa conquistou. Uma vez por ano, a cidade é tomada por atrações artísticas, simultâneas e gratuitas, que mobilizam quatro milhões de espectadores. É a Virada Cultural, megaevento que promove a cultura e azeita as engrenagens da cadeia criativa, atraindo turistas e gerando receita. Outro case de sucesso é o centro cultural aberto na zona norte da capital,

em bairro populoso e carente de lazer, que dá aos jovens a oportunidade de entrar em contato com os setores criativos. Mais do que educação e cultura, o Centro Cultural Ruth Cardoso é a porta de entrada para a qualificação em ocupações criativas. Antigos bairros industriais renascem com a ocupação de galpões por empresas de setores criativos. Ateliês e galerias dão novo colorido à Barra Funda, na zona oeste. Cluster de empresas de audiovisual garantiram à Vila Leopoldina, também na região oeste, o apelido de Sampaullywood. Na região central, rodas de samba e teatro alternativo animam a região da República e atraem moradores de volta.

índice 125 CRIATIVIDADE EM ALTA

138 Gastronomia

Novos negócios mostram o potencial criativo

139 Informática

126 Games

139 Moda

126 Centro cultural

140 Patrimônio

128 Virada Cultural

140 Pesquisa e desenvolvimento

129 Clusters criativos

141 Publicidade e propaganda

132 SETORES DA ECONOMIA CRIATIVA Papel das atividades criativas e seus indicadores

144 referências globais Grandes metrópoles apostam na criatividade para crescer

132 Arquitetura e design

146 Berlim

133 Artes performáticas

148 Buenos Aires

134 Artes visuais, plásticas e escrita

150 Londres

135 Artesanato

151 Amsterdã

135 Audiovisual

152 Montreal

136 Edição e impressão

153 Barcelona

137 Ensino e cultura www.analise.com

São Paulo OUTLOOK

125


CRIATIVOS

As histórias de profissionais de destaque que usaram a criatividade para construir carreiras e empresas de sucesso em São Paulo

O CARTUNISTA O cartunista Mauricio de Sousa começou sua carreira em 1954, como repórter policial da então Folha da Manhã. No centro de São Paulo, onde ficava a segunda maior redação de jornal do país, ele criou o bairro fictício do Limoeiro e a Turma da Mônica, grupo de personagens que pavimentaram o caminho para a criação do quarto maior estúdio de histórias em quadrinhos do mundo e o maior do Brasil. Em 1959, quando decidiu iniciar sua carreira como cartunista, participou da criação do suplemento in-

fantil da Folha de S. Paulo, a Folhinha, e do Estado de S. Paulo, os dois maiores jornais de circulação nacional. A Mauricio de Sousa Produções conta com cerca de 200 desenhistas, mais de 400 personagens, produção de desenhos animados para redes nacionais e internacionais, além do licenciamento de produtos. O estúdio também já abarcou parques temáticos e filmes de longa-metragem. Aos 76 anos e pai de dez filhos, Mauricio já viu suas criações ser traduzidas para mais de 50 idiomas.


Guilherme Gomes/Anรกlise Editorial


São Paulo

O u t lo o k

Rua Major Quedinho, 111, 16° andar - CEP 01050-904, São Paulo-SP Tel. (55 11) 3201-2300 - Fax (55 11) 3201-2310 www.analise.com • contato@analise.com


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