E MISSÁRIO
DA
N OITE
Alguns jornalistas escolhem a prossão por amor ao mercado da comunicação. Outros se identicam com os ideias. Daniela Albuquerque descobriu o jornalismo numa caixa de Toddynho. Segundo ela “tem tudo a ver com ser modelo”... Realmente, podemos testemunhar em suas aparições no canal de seu marido (Rede TV!) ela “deslar” uma innidade de “pérolas”.
Ainda nessa edição: A história do Jornalismo no brasil e a opinião da cantora Anitta sobre a prossão.
Qualquer um pode ser jornalista!
Mas... o que diz a lei? - O Decreto- Lei que tornou obrigatório o diploma emergiu na era do regime ditatorial, e calou vozes de inúmeros jornalistas, não diplomados, recaindo como verdadeiro opressor da classe. - Ocorre que desde 2009, o STF decidiu pela não exigência do diploma para o profissional do jornalismo, lançando mão do fundamento de que tal norma era incompatível com o princípio da liberdade de expressão. - Em 2012, foi aprovada pela comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados a Proposta a Emenda à Constituição (PEC 386/2009), a qual traz em seu texto que o diploma é obrigatório. Ademais, dispõe que o diploma não é exigido para quem comprovar o efetivo exercício do ofício de jornalista antes da data da promulgação da futura emenda constitucional nem para o jornalista provisionado que já tenha obtido registro profissional. Acrescenta ainda que, a formação na academia de Jornalismo é dispensável para o colaborador, aquele que, sem relação de emprego, produz material – de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado à sua especialização – para o veículo de comunicação em que trabalha. A PEC aguarda para entrar na ordem do dia desde agosto de 2010. Chegaram a ser feitas mais de 15 solicitações de inserção na pauta, mas falta motivação política para a inclusão. Autor da matéria, o deputado Paulo Pimenta (PTRS) assinala já ter adotado várias medidas e promovido diversas conversações com os parlamentares, mas sem o retorno almejado.
Jornalismo é para qualquer um?
Qualquer um pode ser jornalista, a frase dita pela funkeira Anitta causou repercussão no programa Chega Mais, veiculado na Record. Apesar de ser difícil de engolir para muitos acadêmicos e recém-formados na faculdade de Jornalismo, a declaração da funkeira Anitta, em rede televisiva nacional, não passa de uma realidade escancarada. “Qualquer um pode ser Jornalista”, a frase foi dita durante uma entrevista em que a cantora falava da impossibilidade de acreditar em tudo que se lê, hoje em dia. É inegável que na era da sociedade da informação, um clique na rede pode revelar mais dados do que se imagina, assim muitos entendem que basta postar algumas palavras e imagens para se dizer profissional da informação. Porém, o que poucos percebem é que a liberdade de expressão não se confunde com a atividade profissional do jornalismo. O texto constitucional é claro, todos são l i v r e s p a r a s e e x p r e s s a r, independentemente de censura ou licença, o que não dá a qualquer pessoa o aval para ser um jornalista. A situação se agrava, ainda mais, com a não exigência
A triste constatação de que muitos jovens chegam à faculdade ainda com essa visão do que seria atuar no mundo jornalístico, chega logo em seguida. Não se quer dizer aqui, que só é Jornalista quem possui diploma! Nomes importantes na história do jornalismo brasileiro, como Samuel Wainer, Tarso de Castro e Vladimir Herzog , vem à mente, quando o assunto são jornalistas icónicos, que nunca pisaram em uma faculdade de jornalismo.
do diploma para a profissão, tema objeto de tantas polêmicas e controvérsias. Se por um lado a não exigência, abre espaço para comunicadores comunitários com suas Tvs e rádios, contadores de causos e para que profissionais especializados em quaisquer áreas transmitam informações sob uma perspectiva mais aprofundada, por outro, deixa a entrada livre para que ratos e baratas roam a imagem de tão importante profissão.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o diploma não é obrigatório, basta uma especialização. Lá os estudantes que tem vontade de seguir carreira no ramo jornalístico, trabalham nos meios de comunicação das universidades, enquanto se formam em economia, ciências políticas, moda, história... Assim, saem da faculdade com uma grande carga de conhecimentos, e prontos para atuarem em redações do jornalismo especializado, por exemplo.
Como prova disso, traz se a tona, outra declaração interessante, de repercussão midiática, que demonstra a clara banalização do Jornalismo. Daniela Albuquerque, casada com o presidente da RedeTV, declara que descobriu que queria ser jornalista lendo uma caixinha de Toddynho. A embalagem da bebida láctea trazia informações sobre as mais diversas profissões, em linguagem própria para criança. E para arrematar, a apresentadora, completa dizendo que a profissão tem tudo a ver com ser modelo.
Infelizmente, não se encontra apenas sujeitos éticos, conhecedores das técnicas jornalísticas, com conteúdo e
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comprometidos com a verdade, se auto intitulando, jornalistas. Por isso, é certo que apesar de ser uma área de livre acesso, ser jornalista não é para qualquer um, não tem nada a ver com ser modelo, ou ter um rosto bonito e os três ou quatro anos que os acadêmicos passam sentados em uma cadeira de faculdade, fazem diferença sim. É importante frisar, que mesmo que com certa carência e com tantos pontos que podem ser melhorados nas faculdades da comunicação, o tempo na academia possibilita troca de conhecimentos e aprendizagem teórica e prática necessária, como ocorre em qualquer outro curso ou profissão. Entretanto, enquanto o Legislativo não se decide sobre a exigência ou não do diploma, e os pseudojornalistas não se tocam de que não sabem nem por onde passou o jornalismo, resta para os receptores de uma enxurrada diária de informações, alcançarem o ponto chave, que é saber “separar o joio do trigo” e a exemplo da funkeira não sair acreditando em tudo o que se vê por aí. Por Laryssa Caixeta
A história do jornalismo no Brasil e os vários ângulos da notícia
A imprensa brasileira pode ser divida em três períodos, o início, a ditadura e a pós-ditadura. A mídia alternativa abriu um espaço para uma maior democratização da informação, mas alguns veículos de comunicação expõem claramente seus interesses envolvidos atrás de cada informação.
O primeiro jornal brasileiro, Correio Braziliense, foi criado com bases oposicionistas. Tendo sido editado na Europa durante 14 anos, por Hipólito José da Costa, o jornal fazia críticas ao governo de D. João VI. Como retaliação aos planos do republicano, foi criada a Imprensa Régia no mesmo ano (1808),responsável por editar o jornal monarquista Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso produzido no país.
Confira abaixo o seguinte fato “Casal é preso por andar nu na cidade” e as diferentes abordagens adotadas de acordo com o interesse de cada veículo de comunicação.
Segundo Richard Romanici e Cláudia Lago, a imprensa só não foi instaurada no país devido a fatores da própria realidade brasileira como, por exemplo, o processo de colonização voltado para a produção de bens para serem exportados, responsável por impedir o desenvolvimento interno; a predominância do analfabetismo e o atraso indígena em relação ao aprendizado da língua portuguesa; a falta de urbanização; a posição periférica do Brasil diante do capitalismo mundial, já que sua economia girava em torno da produção de bens agrícolas e, ainda, a rigorosa censura que Portugal estabelecia em relação à imprensa.
Jornal Nacional (Willian Bonner): Boa noite. Um casal foi preso na noite de ontem, em São Paulo, andando sem roupas pelas ruas da cidade. (Renata Vasconcelos): A polícia da localidade foi acionada. O casal foi preso e liberado após pagamento de fiança. Cidade Alerta (Marcelo Resende): Meu senhor, minha senhora, mas isso é um absurdo! As pessoas perderam a dignidade, um casal pelado, é isso mesmo Percival! Pelado andando pela cidade. Cadê a vergonha na cara? E as crianças? Elas não são obrigadas a ver isso não. Isso é exclusivo, põe no Cidade.
A partir da revolução de 1930 e a ocupação da presidência por Getúlio Vargas, inicia-se um controle mais severo da imprensa, ao mesmo tempo em que ela adquire mais força graças à industrialização e a melhoria das condições sociais, que aumentaram o mercado consumidor.
Revista Veja Dilma sabia de tudo. Segundo fontes próximas à presidente, ela sabia o que o casal estava planejando fazer naquela noite.
O Golpe de 1964 e o regime militar trouxeram o controle dos meios de comunicação. Surge uma imprensa alternativa, porém, reprimida. A imprensa apoia o golpe de 64 devido a preocupação com os rumos esquerdizantes do governo de João Goulart. No entanto, os rumos se cruzaram com uma ditadura militar, que em 1968, instaurou o AI -5, o ato institucional mais rígido da história. Em 1970, o autoritarismo tentava censurar a imprensa e os meios alternativos jornalísticos que forneciam a população o que não podia ser publicado. Após o término da ditadura militar em 1985, a influência dos meios de comunicação na sociedade, tornou-se mais evidente. Segundo o jornalista, Venício Lima, “A estrutura oligopolizada da imprensa é controlada por poucos grupos que restringem a liberdade de expressão afetando a população. Como diria Paulo Freire, 'nós praticamos a cultura do silêncio, o povo sofre uma censura disfarçada e é excluído da esfera pública devido aos interesses privados de poucos' ," afi rma o jornalista.
Revista Ana Maria Saiba tudo sobre a dieta que o casal encontrado nu na semana passada realiza. Eles dão dicas sobre sua alimentação e afirmam que o chocolate não é um bom aliado. Revista Caras (Ensaio Fotográfico na casa do casal): Casal que passeava sem roupas pelas ruas da capital paulista afirma a CARAS “Não estávamos dando valor um no corpo do outro, então decidimos apimentar a nossa relação. Agora estamos muito felizes e vamos viajar para uma praia de nudismo na Austrália”. SuperInteressante Locais por onde você pode andar nu existem? Mito ou verdade?
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Por Guilherme Camargos e Sarah Dieine