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POLÍTICA21

QUARTA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2011 A GAZETA

EM CASTELO, CASAGRANDE É O PRIMO E O SOBRINHO Nas ruas, cobrança por melhorias na Saúde e na Educação FOTOS: ANA PAULA SANTOS

“Aqui a gente fica no pé dele, pedindo as coisas. Mas sei que ele vai olhar com igualdade para todas cidades” —

CÉSAR CASAGRANDE VEREADOR E IRMÃO DO GOVERNADOR DO ESTADO ANA PAULA SANTOS CACHOEIRO

Na cidade de Castelo, Sul do Estado, há um misto de otimismo e esperança em relação ao primeiro ano de mandato de Renato Casagrande (PSB). Nas ruas, os conterrâneos do governador do Estado se dividem entre críticas, cobranças e elogios. Mas na família, como não poderia deixar de ser, todos são só elogios. Os moradores não escondem que esperam sempre mais do chefe do Executivo, que nasceu e cresceu no município. As expectativas em relação

ao governo são por melhorias em todas as áreas, e o peso dos pedidos nas ruas fica ainda maior, já que ali muitos se consideram amigos do Renato – como o chamam. Entre os temas que aparecem como preocupações da população, saúde e educação se destacam como motivo de cobrança de muita gente. Para a professora Adriana Oliveira, de 25 anos, no segundo item, Casagrande tem deixado a desejar. “Acho que, diferentemente dos últimos oito anos, os investimentos nesse aspecto de-

ram uma desacelerada, o que acaba desestimulando os profissionais da área”, disse. Em saúde, as expectativas também parecem não terem sido atendidas. O aposentado Antônio Fiorez, de 60 anos, credita a precariedade da saúde pública à falta de honestidade de muitos políticos. “A saúde não está bem, mas não dá para colocar a culpa nele. São anos assim. Euacreditoqueelevaitentar investir, sim, mas se o dinheiro vai chegar aqui, aí já são outros quinhentos”, desconfia.

ÉDDIO LIBARDI AGROPECUARISTA

A necessidade de uma política que evite o envolvimento dos jovens com as drogas faz com que algumas mães da cidade peçam uma atenção especial. “Ele precisa pensar na prevenção às drogas. Isso é um problema sério, não só aqui, mas no país todo”, afirmou a doméstica Maria Rosária de Oliveira, de 42 anos, sem deixar de aplaudir as iniciativas já tomadas. RELAÇÃO A longa carreira política do atual governador do Espírito Santo não afetou

a relação dele com a família e amigos. Para os parentes que ficaram em Castelo, cidade onde ele nasceu e morou por anos, ele não é o governador, mas sim o sobrinho, o primo e o amigo. A prima de primeiro grau Luzia Casagrande exalta a relação harmônica que Casagrande mantém com a família. “Ele é muito querido aqui em Castelo. O nosso orgulho é saber que ele está sendo ele mesmo. Chegou ao governo, mas continua sendo ‘peão’ como sempre foi”, contou. Da parte da família da

“Acho que na medida do possível ele está sendo bom administrador. Em Saúde e Segurança, ele vai ter que dar uma atenção especial”

PENHA DORIGO DOMÉSTICA

Tia destaca que governador “veio de baixo” especial por um certo sobrinho, para quem ela deu conselhos preciosos. Ausente da cerimônia de posse, por motivo de saúde, ela contou que conseguiu dar o seu recado

mãe, a sensação é a mesma.Oprimoecomerciante Francisco Ventorim, o Chicão, de 52 anos – filho de Floro Ventorim, irmão da mãe de Casagrande –, conta que na época da escola as duas famílias moraram juntas por um longo período e, mesmo tendo seguido caminhos diferentes, a relação não mudou. “Nós temos um orgulho muito grande dele e ele sempresereúnecomagente.Euconheçomuitobemo Renato, crescemos juntos, e por isso eu posso dizer que ele sempre cumpre o que promete”, assegurou.

“Acho que pela cidade ele não está fazendo nada, não. Não vi nada ser feito e, por aqui, se ele apareceu duas vezes foi muito” ADRIANO FERREIRA AUXILIAR DE OBRAS

Tia Clarinha gosta de exibir a família grande e as fotos de netos, bisnetos, sobrinhos e irmãos que ficam em um mural, já no primeiro cômodo da casa. Ela não esconde o carinho

“Segurança anda em falta, mas acredito que aqui ele vai mudar isso. Eu votei nele e espero o retorno disso. Ele é um rapaz correto” —

para o sobrinho governador. “Eu falei com ele: Olha, meu filho, tudo o que você puder fazer pelos pobres e necessitados, faça. Essas pessoas precisam do seu apoio. Trabalhe

sempre com honestidade. Eu sei que ele vai fazer isso, porque ele veio de baixo”, acredita. Prima de Casagrande, Luzia conta que as drogas são uma das maiores preo-

cupações do governador. Filha de Ângelo Casagrande–tiodeleporpartedepai –, ela diz que uma das poucas coisas que ele comenta do trabalho com os parentes refere-se a essa questão. “Ele está lutando para reverter isso, mas é difícil”. Para a ex-professora de

Casagrande Gislene Ramos Lima, de 65 anos, o ex-aluno está sendo corretonoseugovernoevaiconseguir contornar esses problemas. “Ele não me decepcionou em nada e está satisfazendo as expectativas. Quando criança, já era um menino bom”, disse.


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