Coluna CULTíssimo - Ana Rosenrot - Edição 12

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Varal no. 31 - Setembro de 2014

CULTíssimo Por @n[ Ros_nrot

Guerra, traição, espionagem, passados obscuros, mentiras, personagens inusitados, um bar frequentado pelas melhores e piores pessoas do mundo, uma paixão arrebatadora e impossível; esse é o enredo adaptado de uma peça de teatro não encenada (Everybody Comes To Rick's "Todo mundo vem ao café de Rick", de Murray Burnett e Joan Alison) que se transformou num dos maiores filmes de todos os tempos: Casablanca. Mas engana-se quem pensa que se trata somente de um filme de amor, pois ele foi rodado e lançado durante o auge da Segunda Guerra Mundial (1942), tendo como pano de fundo o conflito sangrento que se desenrolava e a luta dentro e fora dos campos de batalha pela liberdade. Esse é um daqueles filmes que é conhecido e citado até pelos que nunca o viram, conta com atores incríveis, é muito bem dirigido (apesar de algumas trocas na direção) e tem uma trilha sonora encantadora, incluindo, claro, a clássica: “As Time Goes By” escrita por Herman Hupfeld em 1931(ele queria substituir essa canção por outra, mas algumas cenas teriam de ser rodadas novamente, já que o pianista do Café, Sam (Dooley Wilson) toca essa música ao piano, só que Ingrid Bergman já havia cortado e mudado os cabelos para seu próximo filme, o que inviabilizou a troca, ainda bem!) e que até hoje embala pares românticos ao redor do mundo. É considerado um dos maiores filmes da história do cinema, recebendo 8 indicações ao Oscar (1943) e abocanhando três (Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado). Apesar de visto com cautela pela crítica (devido a polêmicas envolvendo órgãos de censura) e de uma estreia bem abaixo do esperado (talvez devido à época do lançamento) foi ganhando popularidade

com o passar do tempo e esteve sempre nas listas dos dez melhores filmes. Mas com certeza o sucesso do filme, que gira entre o clássico e o Cult pode ser explicado pela mistura de romance, intriga, humor, suspense, um leve toque de Noir e seu final surpreendente (com várias teorias sobre “supostos” finais alternativos). Para quem não viu (não sabe o que está perdendo) fica a dica, para os que já viram aproveitem para relembrar e saibam que não importa o que aconteça: “Nós sempre teremos Paris”. Obrigada e até a próxima!

(Segue)

www.varaldobrasil.com

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