Revista Varal do Brasil - Edição n0 41 - Maio/2016
Baseado no livro autobiográfico e no roteiro de Herman Raucher, “Houve Uma Vez Um verão” fala sobre o primeiro amor visto através da visão masculina (enredo raro no cinema que insiste sempre em abordar o amor romântico sob o prisma feminino); em forma de flashback, Hermie((Gary Grimes) nos conta os acontecimentos inesquecíveis do verão de 1942, quando tinha somente 15 anos, foi passar as férias numa pequena ilha na Nova Inglaterra e se apaixonou por uma mulher mais velha, Dorothy (Jennifer O'neill), que transformou sua vida completamente. Um filme delicado, onde o arrebatamento e a ansiedade da juventude dão lugar ao sentimento puro e simples, e o “amor de verão”, faz esquecer os obstáculos, os medos, a inquietude e a incerteza trazidas com 2ª Guerra Mundial. A adolescência é um período de mudanças, dúvidas, expectativas; muitas vezes, nessa fase da vida nos confrontamos com situações tão especiais e marcantes, que vão determinar o caminho que seguiremos no futuro. Mas a saudade, a nostalgia daquela época inocente também nos acompanha e a oprimimos em nossas lembranças, tentando guardar esse segredo até de nós mesmos. O filme que trago hoje faz exatamente o oposto: “Houve Uma Vez um Verão” (Sumer of” 42 – E.U.A. -1971), lindamente dirigido por Robert Mulligan, traz a história de um coração que se abre, de uma alma que se desnuda e compartilha com todo o lirismo e poesia o despertar de uma paixão adolescente, num belo verão do conturbado ano de 1942.
Com fotografia (que retrata com perfeição o clima daquela época) e trilha sonora impecáveis (criada por Michael Legrand e vencedora do Oscar de melhor trilha sonora), “Houve Uma Vez um Verão” te convida a viajar nas lembranças de Hermie e suas descobertas, desilusões, esperanças, acabam te transportando junto com ele e de repente você se pega lembrando de suas próprias histórias de amor esquecidas, presas no passado, escondidas embaixo de tantas estações vividas; é difícil não se emocionar. Se ainda não teve a oportunidade de ver esse Cult delicioso não perca mais tempo, se já viu, com certeza vai querer ver de novo.
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