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Belo Horizonrte - 1 de maio 2014

EDU GARCIA/AE - 28.3.1993

Ayrton Senna comemora sua última vitória em Interlagos, no GP do Brasil de 1993

20 anos de saudade

Hojecompletaduasdécadasdemortedopilotomaisqueridodetodosostempos f1960 1960 † 1994


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|Especial

O TEMPO Belo Horizonte QUINTA-FEIRA, 1 DE MAIO DE 2014

De herói a mito de uma nação Comfãsespalhados pelomundointeiro, Sennaestáentreos esportistasmais amadosdomundo ¬ ANA PAULA MOREIRA ¬ Ídolo nacional

com suas vitórias e demonstrações de patriotismo na pista, Ayrton Senna se transformou em mártir de uma nação após sua morte. Tanta devoção se deve ao comportamento do piloto brasileiro dentro do esporte e fora dele. Senna transmitia esperança e determinação para seus fãs. Sua gana de vitória, o desejo de ser sempre melhor e a busca pela excelência inspiram as pessoas até hoje, 20 anos depois de sua morte. O Brasil chorou com a perda do herói das pistas. Mesmo com outros dois campeões mundiais – Emerson Fittipaldi (1972 e 1974) e Nelson Piquet (1981, 1982 e 1987) –, nenhum piloto brasileiro foi tão idolatrado quanto Ayrton Senna. Tanto que, se procurar pelo Brasil afora, é possível encontrar um Ayrton Senna em cada canto do país. O empresário catarinense Altair Kadiz dos Santos, 48, é tão fã de Ayrton Senna que bati-

APAIXONADOS.

FOTOS ALTAIR KADIZ/DIVULGAÇÃO

zou o filho mais velho com o nome do piloto: Ayrton Senna Kadiz dos Santos, 16. As homenagens para o ídolo brasileiro não param por aí. Altair, que sempre colecionou recortes de jornais e revistas sobre o piloto, criou um memorial com um acervo de mais de 2.000 peças chamado “Tributo a um Campeão”, em Camboriú, Santa Catarina. “Sou professor de educação física, formado em 1986, na UFSC. Sempre fui atleta de futsal e participei de várias competições no Estado catarinense. Não gosto de automobilismo, tanto que comecei a acompanhar Fórmula 1 em 1985 e parei em 1994. Só assistia por causa do Senna”, explica Altair Kadiz. A paixão por Ayrton Senna ultrapassou os limites de um país e alcançou contornos mundiais. Além dos admiradores brasileiros, até hoje, existem vários fãs-clubes do piloto brasileiro em países como Bélgica, Japão, Itália, Austrália, Alemanha, Suíça e França. Além da exposição no Sul do país, outros fãs criaram a Torcida Ayrton Senna (TAS), com sede em São Paulo, onde era o antigo escritório do piloto. A TAS organiza exposições itinerantes por todo o Brasil com um rico acervo de fotos, objetos pessoais e vídeos sobre a carreira de Ayrton Senna.

Exposição. Acervo organizado pelo empresário Altair Kadiz conta com capacetes, macacão, réplicas de carros e outros objetos pessoais

Saiba mais Acervo com peças do piloto brasileiro Ayrton Senna: Tributo a um Campeão Local: Kadiz Esporte e Lazer Endereço: Rua Coqueiros, 145, no bairro Taboleiro, em Camboriú (SC).

Horário de funcionamento: De segunda a sexta, das 8h até as 12h. Sábado de 14h até a meia noite, e domingo das 16h até as 22h. Contato: (47) 3363-7700 kadiz@kadiz.com.br A entrada é franca.

Miniaturas. O acervo da exposição traz réplicas dos carros em que Senna correu pela McLaren e pela Lotus.

Minientrevista Como teve início a paixão pelo Senna? Você já acompanhava Fórmula 1? Não gosto de automobilismo, tanto que comecei a acompanhar Fórmula 1 em 1985 e parei em 1994. Em 1986, Ayrton teve aquele ato de pegar a bandeira do Brasil. Aí eu vi que estava acompanhando e colecionando algo de alguém especial. Me emocionei com seu carisma e patriotismo, que também encantaram o mundo. O país passando por problemas sociais, de inflação, e ele não teve vergonha de mostrar pro mundo que era brasileiro. Como surgiu a ideia da homenagem para o Senna? Quando começou? O Senna começou a me despertar em 1985. Eu, com apenas 19 anos, via naquele menino franzino algo diferente. Foi aí que comecei a colecionar recortes de jornais, revistas, pôsteres, coisas simples, mas que hoje se

transformaram numa coleção de mais de 2.000 itens. Em 2004, construí um complexo esportivo, mas, somente em dezembro de 2006, trouxe as peças da minha casa e inaugurei a exposição denominada “Tributo a um Campeão”. Quantas peças e de quais tipos você tem no museu Tributo a um Campeão? Tenho mais de 2.000 peças. São 500 quadros, pôsteres, pinturas, macacão, camisetas, bonés, miniaturas de carrinhos, esculturas, estatuetas, medalhas, capacetes, livros, álbuns, revistas, entre outros. No mês de maio, por meio da Fundação Cultural de Camboriú e de Santa Catarina, vamos iniciar o processo de catalogar todas as peças, para fazer parte do Patrimônio Cultural catarinense e brasileiro. Só depois desse processo é que vou ter exatamente a quantidade de peças. Como você consegue as pe-

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Altair Kadiz Empresário CRIADOR DO EXPOSIÇÃO “TRIBUTO A UM CAMPEÃO”

ças do museu? Qual o preço mais alto que já pagou por uma peça? As peças são de compra, leilão, doação. Devo ter aproximadamente 200 peças doadas pelo Instituto Ayrton Senna. As duas últimas foram doadas no mês passado, um quebra-cabeça de 2.000 peças, e um capacete de bronze de aproximadamente 23 kg. Os preços são os mais variados possíveis. Tem um carinho por alguma peça em especial? Qual e por quê? Acho que a peça mais importante para um colecionador é aquela que estar por vir. Assim como dizia o Senna, que a melhor vitória sempre é a próxima (risos). O que o Ayrton Senna repre-

senta na sua vida? Minha paixão pelo Senna e o início da coleção vão completar 30 anos em 2015. Mas, como pessoa, a determinação, garra, vontade de vencer, de sempre acreditar que é possível melhorar, acreditar sempre, desistir jamais, que o Ayrton Senna demonstrava, isso eu levo como exemplo no meu dia a dia. Vai ter alguma homenagem especial ou algum projeto para este ano? As homenagens vão ficar para depois que catalogarmos todas as peças. Aí, sim, vocês terão muitas surpresas, com peças que jamais foram vistas. Vai ter escultura na entrada da cidade e outras ações que ainda são segredo. (APM)

História. Os vários capacetes usados por Senna durante sua carreira também estão representados na exposição.

Estátua. Escultura de bronze representa o tricampeão mundial e teve aprovação do Instituto Ayrton Senna.


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Os números de um campeão Trêstítulosmundiais efeitosincríveis fizeramdeAyrton umdosmaiores pilotosdahistória ¬ RICARDO CORRÊA ¬ O sonho de se tornar um

piloto vitorioso começou ainda aos 4 anos de idade, quando ganhou um kart de apenas 1 cavalo de potência. Demoraria mais quatro anos até que se sentasse pela primeira vez em um kart profissional e outros dez até conquistar o título paulista e, no ano seguinte, o Brasileiro na categoria Júnior. Em 1979, aos 19 anos, faturou o Sul-Americano

de Kart e foi vice-campeão mundial. O segundo lugar se repetiu no ano seguinte. A carreira promissora, que incluiu testes e vitórias na Fórmula Ford, foi interrompida brevemente para que Ayrton pudesse cuidar dos negócios do pai em São Paulo. Não demoraria, porém, para que a paixão falasse mais alto outra vez. Em 1982, a carreira seria reiniciada no Campeonato Europeu da Fórmula Ford, quando conquistou o título. Naquele mesmo ano, Ayrton migrou para a Fórmula Fiat 2000. Fez 28 corridas, das quais completou 24. Em 21 delas, venceu. Título consagrador. O último degrau antes da F-1 seria a Fórmula 3. E foi o

início avassalador que lhe deu o primeiro teste na categoria máxima do automobilismo mundial. Senna venceu as nove primeiras corridas do campeonato. Terminou o ano tendo cruzado a linha na frente em 12, das 15 provas que completou. Batia todos os recordes e se mostrava pronto para correr entre os maiores. Senna estreou na Fórmula 1 na Toleman, equipe modestíssima em 1984, antes de chegar à Lotus, onde venceu uma

corrida pela primeira vez e ficou de 1985 até 1987. Na McLaren, Senna conquistou o tricampeonato mundial de Fórmula 1 (1988, 1990 e 1991), até terminar a carreira e a vida na Williams, em 1994. Os números falam por si. Uma carreira de 41 vitórias em 161 GPs disputados (eram 158 àquela altura). Em mais de uma em cada quatro provas que correu, Senna terminou na frente. Em metade delas (80), esteve no pódio. Se considerarmos apenas as que ele conseguiu completar (105), os números ficam ain-

da mais impressionantes: venceu quase 40% das corridas e chegou ao pódio em quase 80%. Em dez anos e mais três corridas na Fórmula 1, Senna liderou por quase 3.000 voltas. Por 13,6 mil quilômetros, viu seus adversários pelo retrovisor. A Fórmula 1 teve o prazer de vê-lo dirigir por 37 mil deles e, quase sempre, de forma impecável. Senna brilhava nas corridas, com consistência e concentração, mas fazia valer o status de mais rápido de sua

geração já nos treinos classificatórios. Assim, conquistou 65 pole-positions (em 40% das corridas que disputou). Chegou a fazer 13 em um só ano, em 1988. E repetiu o feito em 1989. Para conquistar 614 pontos na carreira, uma média de 3,81 por corrida, foi preciso completar 8.219 voltas, nas quais fez ultrapassagens históricas e travou duelos incríveis. Mas, em 19 corridas, não foi preciso passar ninguém. É que largou na frente e assim completou a corrida. Em outras dez, embora tendo algum trabalho durante os GPs, também largou na pole, viu-se atrás de alguém, mas cruzou a linha em primeiro. Foi como ele se acostumou.

Senna e Prost Prost certa vez disse que não há como falar de Senna sem citá-lo, nem há como falar de Prost sem se lembrar do brasileiro. Nenhum exagero. Muito mais tarde, já nos dias que antecediam sua morte, Ayrton foi além. Disse em entrevista pela TV que sentia saudades de Prost. Repetiu pessoalmente, enquanto reforçavam os laços da amizade que nunca tiveram. Afinal, nas pistas, a relação foi a pior possível, quase todo o tempo. Em 1988, Ayrton era o promissor piloto que, no ano anterior, vencia com o mediano carro da Lotus. Chegou à McLaren para se

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encontrar com o já bicampeão Alain Prost. Era a hora de mostrar realmente que tinha futuro no pedestal dos grandes da Fórmula 1. Prost sabia disso e, apesar das entrevistas amigáveis no início do ano, a disputa psicológica

Pazes seladas Fim de uma era. O GP da Austrália de 1993, último da temporada, marcou o fim da rivalidade entre Senna e Prost. O brasileiro puxou até o primeiro lugar do pódio o colega, que se despedia da Fórmula 1.

entre os dois já era evidente. Os dois travaram uma das maiores rivalidades da Fórmula 1. Mesmo companheiros de equipe, Senna e Prost disputavam acirradamente cada prova. O brasileiro e o francês decidiram dois campeonatos – um para cada lado – com batidas na primeira volta. Prost foi campeão em 1989, e Senna, em 1990. Alain Prost ainda impediu a contratação de Senna pela Williams em 1993, quando participou de sua última temporada na F-1. Senna não teve tempo de começar uma rivalidade com outro piloto. (Ana Paula Moreira/RC)

AGÊNCIA ESTADO/ARQUIVO

Rivais dentro e fora das pistas

Tricampeão. Foi na McLaren que Senna comemorou suas maiores conquistas na F-1

Ayrton Senna é imortalizado em Interlagos ¬ A taça de 1991 seria a últi-

ma. Os anos de 1992 e 1993 não foram como Senna queria. Ele não tinha carro para brigar pelo título. Mas, no circuito de Interlagos, em 1993, viveu mais um dos momentos mágicos na carreira.

Era a segunda vitória dele em casa, e a torcida fez questão de imortalizá-la também. O povo invadiu a pista, parou os carros na marra, cercou a McLaren de Ayrton, que ficou, literalmente, nos braços do povo. Precisou ser retirado pela

segurança para continuar a volta da vitória, não em seu Fórmula 1, mas no carro de resgate, enquanto acenava para uma multidão ensandecida. Era a última vitória no Brasil e a reverência final de Interlagos ao seu maior ídolo. (RC) EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

CARROS DO SENNA TOLEMAN TG184

Fabricação Fabricante Motor Transmissão Peso Design

1984 Toleman Hart 415T Hewland 5 vel. 540 kg Rory Byrne

LOTUS 98T

Fabricação Fabricante Motor Transmissão Peso Design

1986 Lotus Renault V6 turbo Hewland L 5 vel. 540 kg Gérard Ducarouge/Martin O.

MCLAREN MP4/5

Fabricação Fabricante Motor Transmissão Peso Design

WILLIAMS FW16/FW16B

1989/1990 McLaren Hart 415T Hewland T* 6 vel. 505 kg RNeil Oatley *Transverse

Fabricação Fabricante Motor Transmissão Peso Design

1994 Williams Renault RS6 V10 aspirado XTrac T semi-auto 6 vel. 515 kg Patrick Head/Adrian Newey


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IN FO PÔ ST ER

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UM TRICAMPEÃO O circuito Ayrton Senna mostra sete trechos de pistas importantes na trajetória vitoriosa do piloto brasileiro, relembrando momentos e feitos que o fizeramentrar para a história da Fórmula 1

RAIO X AYRTON SENNA DA SILVA

1960 — 1994 21/03 - BRASIL

01/05 - ITÁLIA

DENTRO DA FÓRMULA 1

65 POLES POSITIONS 19 VOLTAS MAIS RÁPIDAS 41 VITÓRIAS 80 PÓDIOS 162 GPS – 161 LARGADAS 3 TÍTULOS MUNDIAIS (88, 90 E 91) 2 VICE-CAMP. MUNDIAIS (89 E 93) 11 TEMPORADAS (1984 - 1994) 4 EQUIPES

C

(TOLEMAN, LOTUS, MCLAREN E WILLIAMS)

AYRT

RETA DO CIRCUITO ADEL

S DO SENNA, CIRCUITO INTERLAGOS SÃO PAULO

Ayrton Senna, herói do país, dono das mãos que empunhavam

BICAMPEÃO

orgulhosamente a bandeira brasileira a cada fim de semana de vitória, nunca tinha vencido em casa. Em São Paulo, seu lar, na pista que ajudou a reformar, desenhando com as próprias mãos o traçado do S do Senna, seria certamente uma vitória diferente. No GP do Brasil de 19, segunda prova da temporada, disputada no dia 24 de março, passaria por uma prova de fogo. Restando sete ou oito voltas, o câmbio de sua McLaren emperrou. Há ainda hoje quem duvide da versão de que Ayrton dirigiu naquelas voltas finais com o câmbio travado na sexta marcha. Mas parece ter sido mesmo só com essa marcha que ele conduziu o carro até a linha de chegada para o delírio da torcida e seu próprio.

AUSTRÁLIA

CURVA 1 DO CIRCUITO SUZUKA JAPÃO

Ayrton Senna busca a ultrapassagem, atrasa a freada, Alain Prost

tenta contornar a curva, e eles se chocam. Era o fim do Campeonato Mundial, o segundo título do piloto brasileiro na Fórmula 1 e o último grande duelo pelo título entre os dois. Companheiros de equipe na McLaren em 1988 e 1989, Senna e Prost tiveram uma das mais intensas rivalidades da Fórmula 1. Senna foi campeão em 1988 após uma vitória épica no GP de Suzuka, ultrapassando Prost antes de assumir a liderança. Do céu ao inferno, Ayrton viveria, na mesma pista, em 1989, o momento mais difícil de sua carreira. Na última corrida, Prost só precisava vencer para ser campeão. Era isso ou Senna ficar fora da prova. Prost reinou em primeiro até a volta 46, quando os dois bateram. Prost foi o campeão. No ano seguinte, a revanche. Senna tinha a vantagem de, em caso de novo acidente entre eles, ser o campeão. E assim se deu.

No dia 7 de novembro de última vitória na Fórmula cruzaria a linha de chegad como gostava, Senna cons dade naquele ano. A vitó pelas razões que o tempo das comemorações, Senna soubesse ou sem que qual Austrália de 1993, indepe pela despedida da McLare cuja elegância só se quebr inconfundível, que vieram ram três vezes o gosto de s


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FERNANDO CARVALHO - EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

MELBOURNE HAIRPIN, DONNINGTON PARK

CURVA DO 'GRAND HOTEL', MONTECARLO

INGLATERRA

MÔNACO

Era a prova seguinte à consagradora vitória no GP do Brasil, no dia 11 de abril de 1993. Por esse ponto da pista, Ayrton Senna fazia mais uma ultrapassagem sobre o grande rival Alain Prost. Mas essa tinha um gosto especial. Entraria para a história pois, 66 segundos antes, o piloto brasileiro amargava a quinta posição. Foi quando nasceu a expressão volta perfeita na história de Senna. O brasileiro tricampeão caiu para a quinta posição logo na largada. Chovia, claro, e, nessas condições, ele era imbatível. A primeira vítima seria Schumacher. Depois, a Sauber de Karl Wendlinger, que teve a audácia de passá-lo na largada, também já era vista pelo retrovisor. Em poucos metros, Senna já era o terceiro, atrás apenas das Williams. Em seguida, o inglês Damon Hill não resistiu à pressão. O golpe final foi em Prost. Quatro ultrapassagens em meia dúzia de curvas. De quinto para primeiro em uma volta, assombrando o mundo mais uma vez.

Em 23 de maio de 1993, Senna, já naquele momento o maior vencedor na história do circuito, cruza a linha de chegada em primeiro pela sexta vez. Era ele o Rei de Mônaco, como ficou conhecido. Parece incrível, mas foi até pouco pelo que ele fez na pista mais charmosa da temporada da Fórmula 1 desde sempre. Foram cinco vitórias em sequência entre 1989 e 1993. Nenhuma foi tão difícil como a de 1992. Senna passou a Williams de Nigel Mansell quando ele entrou nos boxes. Com o carro superior, o inglês encostou novamente no piloto brasileiro, mas não conseguiu passar. Senna fechou todas as portas. Com um carro muito mais lento, resistiu heroicamente para fazer valer o seu título de rei daquelas terras. E Mansell deixou o carro passando mal. Em 1993, pela última vez, Senna acelerou nas pistas de Mônaco. Venceu, como de costume. Se o destino deixasse, voltaria a estar naquele asfalto no dia 15 de maio de 1994, na quarta etapa do Mundial. Dias antes, no entanto, sua carreira terminou tragicamente.

CURVA TAMBURELLO CIRCUITO DE ÍMOLA A Fórmula 1 nunca mais foi a mesma depois que, na sétima volta, Senna passou reto na curva Tamburello e se chocou contra o muro naquele 1º de maio de 1994. O destino, todos sabem, levou o braço da suspensão dianteira a se chocar contra o capacete do piloto brasileiro, matando o maior nome do automobilismo mundial naquela época. As circunstâncias da morte nunca foram totalmente esclarecidas. Mas o fato é que uma fatalidade fez com que em uma batida forte, mas comum, uma peça voasse não sobre a cabeça, nem ao seu lado, mas exatamente em direção à viseira, matando o piloto que liderava a corrida.

PARABÓLICA, CIRCUITO ESTORIL PORTUGAL Mais ou menos duas horas e 20 segundos depois da largada, Ayrton Senna contornava com cuidado a última curva antes de vencer na Fórmula 1. Era 21 de abril de 1985, quando o Brasil conhecia seu quarto piloto a cruzar a linha de chegada em primeiro na categoria máxima do automobilismo. E as circunstâncias daquela conquista já davam pistas do mito que estava nascendo. Quando Senna completou a última curva, coroava uma atuação impressionante em condições terríveis sob chuva. A bandeirada foi dada no limite do tempo, duas voltas antes do previsto, quando apenas nove carros permaneciam na pista. Senna foi o melhor na sexta e no sábado. Largou na pole, conquistada sob pista seca. No domingo, com chuva, sua especialidade revelada no ano anterior, dominou amplamente. Deu ao menos uma volta em cada um dos adversários. Exceto em um: Michele Alboreto, que terminou mais de um minuto atrás.

CIRCUITO

TON SENNA

LAIDE

e 1993, Ayrton Senna conquistava sua 1. Mais que isso: ali, pela última vez, da de uma corrida. De ponta a ponta, seguiu uma vitória com rara tranquiliória em Adelaide tornou-se histórica apresentou. Sentado no pódio, ao fim a se despedia de tudo aquilo, sem que lquer pessoa suspeitasse. Mas o GP da endentemente disso, já era especial en. Foi com o carro vermelho e branco, rava com o toque amarelo do capacete m as 35 vitórias que lhe proporcionaser o melhor do mundo.

GRANDES VITÓRIAS PRIMEIRO GP ÚLTIMO GP PRIMEIRA VITÓRIA ÚLTIMA VITÓRIA

Brasil 1984

San Marino 1994 Portugal 1985 Austrália 1993

CATEGORIAS PRÉ-FÓRMULA 1 KART 1973 a 1981 FORMULA FORD 1600 1981 FORMULA FORD 2000 1982 CAMP. INGLÊS DE F3 1983


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Os amores de Ayrton Senna

LUIZ BARROS/AE - 8.7.1989

Pilotobrasileiro nuncaescondeuque eramaisapaixonado pelavelocidadedo quepelasmulheres ¬ ANA PAULA MOREIRA ¬ Assim que começou a fa-

zer sucesso nas pistas, a vida pessoal de Ayrton Senna passou a ser foco de interesse de muitas pessoas. O piloto assumiu apenas quatro namoradas oficiais, o que não quer dizer que não tivesse outras mulheres em sua vida. Antes disso, por se envolver demais com a carreira e deixar as namoradas em segundo plano, surgiram boatos de que Senna não se interessava pelo sexo oposto. Em entrevista ao “Jornal do Brasil”, Piquet pediu que a imprensa perguntasse a Senna por que ele não gostava de mulher. Em 1990, numa entrevista à “Playboy”, Senna deu o troco. Revoltado, Ayrton insinuou que conhecia a mulher de Piquet intimamente. Depois disso, Senna passou a andar acompanhado por mulheres bonitas e famosas. A primeira namorada oficial foi Lílian, da época da adolescência, com a qual se casou em 1981. O casamento não durou, e o fim do romance foi justificado por Senna como um erro da juventude. Dois anos depois, Senna assumiu Adriane Yamin, herdeira das Duchas Corona. O namoro começou quando Adriane tinha apenas 15 anos e durou de 1984 até 1988. A terceira namorada de Senna foi a mais famosa de sua vida. A apresentadora Xuxa e o piloto até tentaram esconder o relaciona-

mento, mas duas pessoas famosas e queridas por todo o país juntas não iriam passar despercebidas. As pessoas queriam saber da vida do casal, mas a verdade é que eles não tinham muito tempo para namorar. Preocupados mais com as carreiras do que com a relação, Senna e Xuxa ficaram juntos por um ano e meio, mas os encontros não foram tantos assim. Há quem diga que o relacionamento de Xuxa e Senna serviu mais para valorizar a carreira de ambos. A última namorada foi a modelo Adriane Galisteu, que estava com o piloto no fatídico 1º de maio. Galisteu e Senna ficaram juntos por um ano e meio, mas o piloto já havia declarado a vontade de se casar e ter filhos com a modelo. O relacionamento dos dois não era bem-visto pela família Senna, principalmente pelos irmãos de Ayrton. Ele estava decidido a se mudar para Portugal com Adriane, o que significava visitas menos frequentes ao Brasil para ver a família.

Mais famosa. Xuxa e Senna tiveram uma relação conturbada pela falta de tempo e vida pública de cada um, o que durou um ano e meio MÔNICA ZARATTINI/AE - 4.5.2014

Adriane Galisteu

‘Viúva’ é ignorada pela família A insatisfação da família de Ayrton Senna com a namorada do piloto na época do acidente ficou evidente no velório. Adriane Galisteu não teve acesso à parte em que ficavam a família e os amigos mais próximos do piloto e teve que passar pela fila de pessoas comuns que prestavam a última homenagem a Senna. Já Xuxa, ex-namorada famosa de Senna, fez o papel de viúva durante o velório, ficando ao lado da família e de mãos dadas com a irmã

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Adriane Galisteu ao lado de Paulo Maluf no velório de Ayrton Senna

mais velha do piloto, Viviane Senna. Mais de um ano após a morte do Ayrton, Galisteu deu uma entrevista e comentou sobre a relação complicada com a família do piloto. “Não posso desmentir um acontecimento que todo mundo viu, e não apenas a imprensa. Felizmente, ficou claro que a atitude não partiu de mim, veio do outro lado. Não me perguntem por que eles agiram assim, estranhei tanto quanto vocês”, falou Galisteu, à revista “Ele e

Ela”, em junho de 1995, sobre a forma como foi tratada pela família. Na mesma entrevista, Adriane, que tinha 21 anos quando Senna morreu, conta que o casamento estava nos planos dos dois. “Nós já morávamos juntos havia um ano e meio. A partir do momento em que duas pessoas juntam as escovas de dentes, não falta muito para casar”, declarou Galisteu, que escreveu um livro sobre seu relacionamento com Senna. (APM)

MARIO MATTOSO / DIVULGAÇÃO

Legado

Senninhafoi criadopara passarvalores

Brasileiro mudou segurança Uma das maiores preocupações de Ayrton Senna era com a segurança dos pilotos de Fórmula 1. Antes de morrer, Senna já estava envolvido em reuniões para solicitar mudanças à Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Se, em vida, Ayrton não teve tempo de ver as alterações nas regras, após sua morte muita coisa mudou. “Basicamente, três áreas foram desenvolvidas depois do acidente de Senna: a segurança dos carros de competição propriamente ditos, o equipamento pessoal dos pilotos e a se-

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gurança das pistas”, explica o médico Dino Altmann, há 24 anos na Fórmula 1 e um dos 16 especialistas da comissão médica da FIA. Entre as inovações surgidas após a morte de Senna – e que poderiam ter salvado sua vida –, estão ideias simples como o Hans (suporte de cabeça e pescoço) e um sistema que impede as rodas de se soltarem. “Em função da consequência dos acidentes, há uma proteção maior, evitando aquele tipo de problema. Após 1994, o conceito passou a ser de dentro para fora, ou seja, do piloto para o exterior. O cockpit passou a ser o ponto

mais estratégico, onde aumentou muito mais a resistência aos impactos laterais e frontais”, contou Altmann. Ayrton Senna deixou como herança muito mais do que apenas a preocupação com a segurança na Fórmula 1. “Seu maior legado é o instituto, para levar adiante um grande sonho dele: dar oportunidade às crianças e aos jovens”, afirmou Bruno Senna, sobrinho do piloto, que também destaca as qualidades de Senna como esportista. “Determinação, obstinação, perfeccionismo e patriotismo fizeram do Ayrton alguém muito diferenciado”.

¬ O personagem Senninha

Personagem Senninha foi criado no ano de morte do piloto

foi criado no dia 27 de fevereiro de 1994 pelos desenhistas Rogério Martins e Ridaut Dias Jr. A ideia de Ayrton Senna era se aproximar das crianças e passar valores do piloto como a vontade de vencer, a determinação e o orgulho de ser brasileiro. A marca Senninha é um dos recursos que mantêm o trabalho do Instituto Ayrton Senna em todo o Brasil. O projeto, comandado pela irmã do piloto, Viviane Senna, garante educação pública de qualidade a 2 milhões de alunos a cada ano. (Da redação)


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Tragédia e dor na despedida Apósafatídicacurva emÍmola,milhões debrasileirosse emocionaramno adeusaoídolo

FOTOS AGÊNCIA ESTADO / ARQUIVO EDITORIA DE ARTE / O TEMPO

FIM DE SEMANA TRÁGICO Nos testes livres de sexta-feira, do GP de San Marino, no dia 29 de abril, Rubens Barrichello se chocou violentamente na barreira de pneus na Vaiante Basa, no circuito de Ímola. Senna, no mesmo dia, chegou a pular o muro do hospital em Bolonha, para ver o compatriota depois de ser impedido pelos médicos.

¬ ANA PAULA MOREIRA RICARDO CORRÊA

¬ O dia 1º de maio de 1994

vai ficar na memória de todos os brasileiros com idade suficiente para entender o que tinha acontecido. O maior piloto brasileiro da época, ídolo de uma nação, símbolo de vitória, patriotismo e determinação, havia falecido após bater sua Williams no GP de Ímola. Ayrton Senna representou tudo isso e muito mais para o povo brasileiro. Por causa dele, era rotina assistir às corridas de Fórmula 1 no domingo pela manhã. Ayrton Senna fez o mesmo ritual de todas as corridas. Ficou um tempo concentrado em frente ao carro, com a fisionomia dura e séria. Rígido, sem mexer um músculo sequer, Senna ficou muito pensativo e se demorou um pouco mais naquela manhã. Após largar na pole-position, Senna liderava a prova até a sétima volta, quando bateu violentamente na curva Tamburello. Senna deixou a vida e entrou para a história do esporte brasileiro. O fim de semana já era negro na Itália. Desde sexta-feira, os acidentes assustavam o mundo do automobilismo. Nos treinos livres, Rubens Barrichello decolou sobre os pneus e capotou. Deu sorte de sair com apenas um corte no lábio após ser atendido no hospital do circuito. Seu acidente foi muito mais forte que o de Senna. Roland Ratzenberger não teve a mesma sorte de Rubinho. No sábado, durante os treinos classificatórios, passados 20 minutos de disputa, o piloto austríaco errou o contorno da curva Villeneuve e se chocou contra o muro. Sua Simtek quase se desintegrou, e o braço do piloto chegou a ficar exposto sob a carenagem. O impacto na cabeça e as múltiplas lesões geradas por uma pancada a mais de 300 km/h mataram Ratzenberger, cujo falecimento foi anunciado no hospital, horas mais tarde. O dinheiro que move o circo da Fórmula 1 faz com que o show não possa parar. E nem a primeira morte após 12 anos de F1 foi suficiente para impedir que a corrida acontecesse no doCOMO FOI.

No dia seguinte, o austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, passou direto na curva Villeneuve, morrendo oito minutos depois, quando estava sendo transferido para o hospital.

Tristeza. Senna, que sempre teve orgulho em levar as cores do Brasil em todas as suas vitórias, foi homenageado com a bandeira nacional

Senna, impressionado com o que aconteceu com o colega, convenceu os oficiais da pista a levá-lo ao local do acidente para avaliar o que poderia ter acontecido.

MILTON MICHIDA/AE - 4.5.1994

mingo. Como se sabe, Senna cogitava não correr. Na conversa com o doutor Sid Watkins, após o atendimento a Ratzenberger, ouviu a proposta de se aposentar. Ambos iriam pescar se ele tivesse aceitado. Recusou. Visivelmente tenso, contrariado e insatisfeito, Senna foi para a pista. Havia feito a pole e liderava a corrida. Morreu em primeiro, embora sua morte só tenha sido anunciada mais tarde, por volta das 13h40 daquele domingo. Notícia daquelas de fazer com que todos os brasileiros se lembrem de onde estavam no momento. Por menores que fossem, ou mais desligados da Fórmula 1, todo mundo sabe o que fazia quando Senna morreu. O que se viu nas horas e nos dias seguintes foi um mundo em choque e um Brasil aos prantos. Foram momentos de dor para o país, em luto oficial por três dias. Em 4 de maio, o corpo de Senna chegou ao Brasil. Em São Paulo, foi velado por 240 mil pessoas em mais de 22 horas. Enterrado, mantém-se vivo na história do povo brasileiro. Há 20 anos.

Sem provas Julgamento. O resultado da perícia levou a Justiça italiana a processar por homicídio culposo Patrick Head, então diretor técnico da Williams, Frank Williams, dono da equipe, e outras dez pessoas. Todos foram absolvidos.

No fatídico dia 1º, pilotos tentam reativar a Comissão de Segurança dos Pilotos. Chegou a se cogitar o cancelamento da prova, mas todos concordaram em guiar naquela tarde europeia. Senna entrou na oitava – e sua última volta, tentando abrir vantagem para a então promessa Michael Schumacher, que guiava a Benetton. A volta acabou no fim da curva Tamburello, a uma velocidade de 200km/h.

Luto. Milhares de pessoas pararam as ruas de São Paulo para acompanhar o corpo do piloto brasileiro

Homenagens

Milhões de pessoas dão adeus ao ídolo O corpo de Ayrton Senna chegou a São Paulo no dia 4 de maio. O cortejo até a Assembleia Legislativa, onde foi velado, durou cerca de três horas. A estimativa é que aproximadamente 1 milhão de pessoas tenham ido às ruas da capital paulista para se despedir do piloto brasileiro. Na Marginal Tietê, uma das avenidas mais movimentadas do país, uma corrente humana foi formada para dar passagem ao corpo. Quem não estava em São Paulo acompanhava tudo

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ao vivo por praticamente todas as emissoras de televisão do país. O caixão, coberto com a bandeira do Brasil e o capacete de Senna, foi carregado por pilotos e amigos como Gerhard Berger, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello e Alain Prost. Senna foi enterrado no cemitério do Morumbi, no dia 5. A última homenagem foi feita pela Esquadrilha da Fumaça, que desenhou um coração com o “S” de Senna no céu de São Paulo. A sepultura virou local de visitação. (APM)

“O Ayrton era um espetáculo. Tivemos vários ídolos em todos os esportes. Mas o Ayrton Senna ultrapassou todos os parâmetros estabelecidos para um ídolo esportivo. Ele era mais que um ídolo, era um herói brasileiro. Ele era o Ayrton Senna do Brasil.” Galvão Bueno Narrador

Antes de morrer, Senna chegou a mexer com a cabeça, fazendo todos acreditarem pela TV que ele estivesse bem. No entanto, segundo o médico e neurocirurgião Sid Watkins, ele provavelmente faleceu quando ainda estava em terra, no circuito de Ímola, antes de ser levado de helicóptero à Bolonha. A morte do piloto ainda é motivo de polêmica, já que existem frentes que defendem a tese de que ele foi mantido “vivo” para que a corrida em Ímola não fosse cancelada. Na época, existia uma legislação italiana que suspendia, imediatamente, um evento em caso de morte no local. No carro de Senna, os fiscais encontraram uma bandeira da Áustria. Em caso de vitória, ele faria uma homenagem ao colega Ratzenberger. O jornalista Roberto Cabrini, em plantão extraordinário na TV Globo, foi o responsável por noticiar a morte do então maior ídolo do esporte brasileiro à época.


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e.

|Especial

O TEMPO Belo Horizonte QUINTA-FEIRA, 1 DE MAIO DE 2014

EDU GARCIA/AE - 28.3.1993

“Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.” Ayrton Senna

Supercampeão. Foi com o carro da McLaren, escuderia que defendeu por cinco anos, que o piloto brasileiro Ayrton Senna conquistou os três campeonatos mundiais na Fórmula 1, em 1988, 1990 e 1991 JEAN-MARC FOLLETE/AP - 31.5.1992

GILBERT TOURTE/AP - 7.5.1989

EPITÁCIO PESSOA/AE - 23.6.1989

Senna se preparava para as provas com Nuno Cobra

Senna e Prost foram colegas de equipe e maiores rivais na F-1 SITE OFICIAL/DIVULGAÇÃO

“Quando penso que cheguei num ponto que realmente é o ideal, logo descubro que dá para superá-lo ” Ayrton Senna

Senna comemora mais uma vitória no GP de Mônaco

UDO WEITZ/AP - 13.5.1984

“Vencer é o que importa, o resto é consequência.” Ayrto Senna e o sobrinho Bruno curtem férias em Angra dos Reis

“O Ayrton alçou a popularidade da Fórmula 1 a um outro patamar. As corridas se tornaram um programa obrigatório nas manhãs de domingo.”

“Meu período com Ayrton foi uma grande história de amor. Ayrton tinha três sonhos. O primeiro era encerrar a carreira na Ferrari, o segundo era conhecer a Disney World, e o terceiro era ser pai. Ele era mais do que um campeão. Ele tinha um coração enorme, um modo simples de viver e tinha sonhos simples.”

MARCO ANTONIO REZENDE/AJB - 24.3.1994

Ayrton Senna

Adriane Galisteu

Felipe Massa EXPEDIENTE

Fundador Vittorio Medioli Presidente Laura Medioli Vice-Presidente Luiz Alberto de Castro Tito

Diretor Executivo Heron Guimarães Editora Executiva Lúcia Castro Secretaria de Redação Michele Borges da Costa

Secretaria Adjunta da Redação Murilo Rocha Editor Denner Taylor Chefe de Reportagem

Senna vence corrida das celebridades em 1984 Renata Nunes Textos Ana Paula Moreira Ricardo Corrêa Edição de textos Ana Paula Moreira

Infografia Fernando Carvalho Edição de fotos Rejane Araújo Diagramação Anderson Carvalho


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