A acupunctura na disfunção fisiológica da asma
The acupuncture in physiological dysfunction of asthma Andrea Leite Barretto Domingues1; Andreia Vitorino Revez2
As frequentes mudanças climáticas, o pólen, a poluição, entre outros factores, atingem um grupo específico de pessoas susceptíveis a este tipo de factores, os asmáticos. A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que entre 100 a 150 milhões de pessoas sofram desta patologia, entre eles um milhão de Portugueses 1. A asma, na Medicina Ocidental, é definida como uma doença inflamatória crónica, provocada por um estreitamento das vias aéreas que obstrui o fluxo de ar. Esta incapacidade resulta da broncoconstrição e excesso de secreção, dificultando o trabalho respiratório. A sua fisiopatologia está relacionada com a interacção entre factores genéticos e ambientais, podendo surgir quando entra em contacto com algum factor desencadeante, entre os quais alergénicos (pó, bolores, pêlos de animais, pólen), irritantes (fumos, perfumes), condições climáticas desfavoráveis (frio, ar seco), esforço físico, factores emocionais, entre outros. Os sintomas são a pieira (sibilos), tosse, falta de ar (dispneia) e opressão torácica 2,3. A acupunctura é referida pela OMS, como tratamento eficaz para cerca de 40 tipos de patologias, entre elas a asma 1. A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) actua holisticamente, tratando o paciente como um todo (corpo, mente e espírito), afirmando que no nosso organismo, a energia circula por canais com pontos específicos que ao serem punturados reorganizam a circulação energética por todo o corpo
4,5
. Assim, a acupunctura e a
moxabustão (tratamento com planta de artemisia) são métodos eficazes para combater a asma e uma alternativa aos medicamentos convencionais, como os broncodilatadores 6. Na Medicina Oriental, a asma é considerada uma síndrome e não uma patologia, considerando que há um desequilíbrio a nível do Pulmão, Rim e Baço 4,5,6. O Pulmão é responsável por extrair o Qi do ar (energia do ar respirado) e junto com o Qi da 1
ESA (energia dos alimentos) enviado pelo Baço, formar o Qi defensivo (que protegenos de factores patogénicos), dispersando-o em conjunto com os líquidos orgânicos para a pele e músculos, humedecendo-os e protegendo-os de agentes patogénicos externos. A deficiência do Pulmão facilita a invasão de vento frio e não consegue dispersar a fleuma (muco), acumulando-a. O Baço não transforma a humidade e esta acumula-se obstruindo as vias aéreas. O Rim em deficiência não aceita o Qi do Pulmão, este é reenviado novamente para o mesmo, obstruindo-o. A fraqueza do Qi defensivo provoca infecções respiratórias, dispneia e asma. Se o Qi do Pulmão encontrar-se também em deficiência, não vai encaminhar o Qi para o Rim, logo não conseguirá realizar as suas funções de difusão, descida e purificação. A asma também pode agravar por factores emocionais, tal como o medo do Rim, ansiedade do Baço ou entusiasmo em excesso do Coração 4,5. Utilizando pontos como Pu1, Pu7, E40, Ren17, B12, B13, B23, IG11 e ExC1 (os últimos dois pontos com moxa se for por frio, ou seja, a asma dá-se quando está tempo frio) 6, vão reduzir a frequência da sintomatologia, prevenindo exacerbações da asma, melhorando a qualidade de vida e diminuindo o risco de crises asmáticas, proporcionando bem-estar físico e mental, para além de não ocorrer riscos adversos ao tratamento. Referência Bibliográfica 1- www.who.int/en/
(World Health Organization)
2- www.ginasthma.com 3- www.paraquenaolhefalteoar.com/asma.php 4- MARIÉ, E. – Tratado de Medicina China – Fundamentos, teoria e prática. Madrid: EDAF. 2007. 5- YAMAMURA, Y. - Acupunctura Tradicional: A Arte de Inserir. 2º Edição. Editora: Roca Ltda. São Paulo. 2001 6- LIAN, Y., CHEN, C., HAMMES, M., KOLSTER, C. - Atlas Gráfico de Acupunctura. Editora: H.f.ullmann. Alemanha. 2006
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