Meu Livro-Caderno-Diário de Permacultura

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Cascata Realiza Utilização de instrumento de gestão da microbacia hidrográfica do Córrego da Cascata Equipe Técnica André Santachiara Fossaluza Felipe Fornazari Gabriel Campos Volpi Heloíza Cassola Letícia Esvícero Garavelo Marcio Piedade Vieira Maria Rita Silva Gilli Martins Rafael Guerreiro Seraphim

Textos André Santachiara Fossaluza

Projeto gráfico e Capa WP Comunicação

Coordenação geral Nelita Maria Corrêa

Diagramação e Ilustrações Guilherme Castellari Maia Parrillo

Patrocínio Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental

Revisão Fernanda Helena Palermo Impressão e acabamento Grafilar Fotografias André Santachiara Fossaluza Fernanda Helena Palermo

Realização SOS Cuesta

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)

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Meu livro-caderno-diário de permacultura: atividades de educação ambiental do projeto Cascata Realiza / Coordenação geral: Nelita Maria Corrêa ; textos: André Santachiara Fossaluza ; revisão: Fernanda Helena Palermo. – Botucatu : SOS Cuesta de Botucatu, 2014 99 p. : il. (algumas color.), tabs. Inclui bibliografia ISBN 978-85-68514-00-9 1. Educação ambiental. 2. Permacultura. 3. Sustentabilidade. I. Corrêa, Nelita Maria. II. Fossaluza, André Santachiara. III. Palermo, Fernanda Helena. IV. SOS Cuesta de Botucatu. CDD 23.ed. (372.357)


Programa Petrobras Socioambiental O Programa apoia iniciativas que contribuem para criar soluções e oferecer alternativas com potencial transformador e em sinergia com políticas públicas, incentivando práticas voltadas para um ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente equitativo. Com o conceito Desenvolvimento Sustentável e Promoção dos Direitos, o Programa Petrobras Socioambiental apoia projetos com foco nas seguintes linhas de atuação: Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte. Seus públicos prioritários são: Mulheres, Negros, Pessoas com Deficiência, Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas, Crianças e Adolescentes e Jovens. Para ampliar o alcance e o potencial de transformação dos projetos, foram definidos três temas transversais, relacionados às ações afirmativas ligadas à Equidade de Gênero, Igualdade Racial e Inclusão de Pessoas com Deficiência.

SOS Cuesta de Botucatu Fundada em 2001, por um grupo de cidadãos botucatuenses, com o objetivo de regulamentar a Área de Proteção Ambiental Corumbataí-Botucatu-Tejupá, perímetro Botucatu, a SOS Cuesta tem como missão: conhecer, proteger, defender e recuperar os bens naturais relacionados com a Cuesta Basáltica, por meio de ações educativas e socioambientais, para difundir a consciência ecológica e buscar o desenvolvimento sustentável. Com uma equipe de voluntários, desenvolve projetos e programas voltados à educação ambiental, à recuperação de matas ciliares e ao apoio à gestão de unidades de conservação, além de reportar aos órgãos competentes as agressões ao meio ambiente em sua área de atuação. Educação Ambiental – desenvolve campanhas e projetos que visam à sensibilização, à mobilização e à conscientização das pessoas para as causas ecológicas ao incentivar a adoção de boas práticas e a mudança de hábitos do cotidiano; Recuperação de Áreas Degradadas – promove a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs), principalmente de matas ciliares de rios urbanos do município de Botucatu; Áreas Naturais Protegidas – participa da gestão de duas unidades de conservação (Parque Natural Municipal Cachoeira da Marta e APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá) e desenvolve um programa voltado para a fauna silvestre em Botucatu; Políticas Públicas – articula ações que envolvem as políticas públicas, o setor produtivo e a sociedade, visando ao uso racional e sustentável dos recursos da natureza, abrangendo atividades e procedimentos de planejamento, monitoramento e fiscalização, de caráter político, legal e de geração de informação.


Agradecimentos A ideia e a vontade de trabalhar com Educação Ambiental na forma de um projeto contínuo, e não somente em ações pontuais, não surgiram do nada. Muitas pessoas contribuíram para que chegássemos à decisão de trabalhar durante oito meses com crianças e adolescentes da Microbacia do Córrego da Cascata, decisão essa que nos levou a elaborar este material. Mas, como tudo tem um começo, agradeço ao coletivo que criou a concepção que norteia este projeto. Fica meu imenso muito obrigado a Fernanda Helena Palermo, Enio Yoshinori Hayasaka, Vivian Tiemi Hamamoto Cypriano, Fernanda Andreoli Rolim e Filipe Araújo Santos, ao Prof. Dr. Francisco Luiz Araújo Câmara e à Prof.ª Dr.ª Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis, com quem, ainda durante a Graduação na UNESP de Botucatu/SP, desenvolvi o projeto “Ecologia Viva”, em parceria com a Moradia Estudantil e a Escola Estadual “Prof. Euclides de Carvalho Campos”. Toda a vivência que tivemos naquelas oportunidades foi essencial para a elaboração deste material. Não poderia deixar de agradecer também à ONG SOS Cuesta e à Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, pela oportunidade em atuar como colaborador deste belo trabalho, o qual, espero, trará bons frutos à comunidade da Microbacia do Córrego da Cascata. André Santachiara Fossaluza Biólogo e Mestrando em Educação para a Ciência, pela Unesp


Epígrafe “Não te acanhes de perguntar, companheiro! Não deixes que te metam patranhas na c abeça: Vê c’os teus próprios olhos!”

Bertold Brecht, em “Lendas, Parábolas, Crônicas, Sátiras e outros Poemas” (tradução de Paulo Quintela), [s/d]


Prefácio O processo educativo complexo que exige a educação ambiental está voltado para instrumentalizar os sujeitos educandos e, ao mesmo tempo os educadores, para o enfrentamento da crise socioambiental que vivemos em nossas sociedades. A complexidade deste particular processo educativo é resultante da necessidade de sentir, pensar e agir ambientalmente de forma coerente e consequente. Esse sentir, pensar e agir exige que nós, educadores ambientais, busquemos as origens econômicas, sociais, políticas, culturais, históricas e técnicas que fizeram com que a organização das sociedades levasse a ações tão destruidoras do ambiente em que vivemos. Isso caracteriza a educação ambiental como um desafio para o enfrentamento da realidade no mundo contemporâneo, por si mesmo já tão complexo. Assim, entendemos que a educação ambiental cumpre diversas funções nas sociedades atuais, funções essas contraditórias, pois os diferentes grupos sociais, assim como as pessoas individual e coletivamente, têm diferentes e conflitantes formas de sentir, pensar e agir ambientalmente. Essas diferentes formas estão fortemente relacionadas a suas contraditórias concepções políticas e ideológicas que interessam a diferentes instituições políticas, comerciais, industriais, escolares, culturais. Isso leva a compreendermos que as abordagens filosóficas e políticas que fundamentam os projetos educativos ambientais desenvolvidos pelos educadores ambientais são muitas e diferentes entre si. Compreendendo estas diferenças, encontramos vários projetos: dos mais pontuais e ingênuos, aos com maior continuidade e complexidade. É entre esses projetos mais complexos, mais elaborados, mais conscientes e consequentes que está alinhada a proposta educativa ambiental que vamos conhecer neste livro. Seu autor, André, tem sido um dos mais sérios, competentes e compromissados membros do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental que coordeno junto ao Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência da UNESP no campus de Bauru. Esta seriedade, competência e compromisso se revela também com a construção de sociedades sustentáveis, social e ambientalmente. Em cada parte do livro vamos encontrá-las: nas epígrafes escolhidas, nos parágrafos escritos, na forma como ele se dirige aos educandos, assim como nas atividades que propõe. Vemos neste livro que a aprendizagem das relações mais conscientes com o ambiente em que vivemos é, para ele, um processo que deve ser cuidado durante todo tempo.


Consegui perceber na agradável leitura do livro que o processo educativo ambiental que André, com ajuda de toda equipe, propõe nos capítulos do livro é tão delicado quanto complexo, tão original quanto estudado e tão diretivo quanto democrático. Podemos perceber que, mais do que ensinar comportamentos adequados ambientalmente, o livro se preocupa em construir, não para os educandos, mas com aqueles que participam e participaram do Projeto Cascata Realiza o processo educativo ambiental proposto. Assim chegamos, em minha avaliação, naquilo que o livro tem de mais original. André conseguiu construir com muita competência uma proposta que desafia o leitor a participar de seu próprio processo de transformação para sentir, pensar e agir de forma ambientalmente consciente e responsável. Venham para a leitura que vocês vão vivenciar uma experiência apaixonada e apaixonante! Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis

Professora-Pesquisadora em educação ambiental do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu e do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Unesp, campus de Bauru.


Apresentação aos pais ou responsáveis Apresentamos a você o material didático que utilizaremos durante as atividades do projeto Cascata Realiza, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Para realizar as atividades contamos como parceiros o Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp, através do projeto de extensão “Realizando o Futuro: Educação Ambiental na microbacia do Córrego da Cascata” e a Ação da Cidadania de Botucatu, através do projeto “Preservando o Futuro”. Este material foi elaborado para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, moradores da região de Rubião Júnior, subdistrito de Botucatu/SP, e tem como base a Permacultura, que pode ser definida como um conjunto de ideias e técnicas que visam construir uma sociedade mais harmônica e estabelecer relações benéficas entre os seres humanos e entre nós e o ambiente em que vivemos. Nosso objetivo é oferecer ideias para ações em prol de melhorias das condições de vida na microbacia do Córrego da Cascata. Além disso, esperamos que todos os temas discutidos nos encontros sirvam para formar pessoas conscientes de seu papel transformador e dispostas a atuar para melhorar sua comunidade, bairro, cidade, estado, país, mundo! Enfim, é esse pensamento de mudança que nos motivou a trabalhar aqui, com essas pessoas. Esperamos que goste do material e acompanhe o desenvolvimento das atividades! Após cada encontro, as crianças e adolescentes participantes terão a oportunidade de preencher o livro da forma que achar mais interessante. Algumas das atividades, inclusive, serão feitas em casa. Por isso, pedimos a sua colaboração no acompanhamento e estímulo à realização das atividades. Será muito mais interessante se você acompanhar de perto o que faremos. Se você não está envolvido com as atividades deste projeto e que teve acesso a este material, fique à vontade para utilizá-lo como ferramenta em outras ações de Educação Ambiental e Permacultura. Lembre-se, apenas, que ele foi pensado no contexto da Microbacia do Córrego da Cascata e, por isso, não recomendamos uma replicação exata das atividades: reflita se elas são adequadas à sua situação antes de fazê-las. Do mais, esperamos que os princípios que norteiam as páginas a seguir lhe sirvam de inspiração e fomentem novos movimentos em prol de uma sociedade mais equilibrada ecologicamente e socialmente justa. Uma boa leitura a você! Equipe do projeto Cascata Realiza


Apresentação ao responsável por este “livro-caderno-diário” Olá, _______________________________________________________________________________________________, (marque aqui seu nome) É com muita alegria que apresentamos a você o “livro-caderno-diário” que será nosso companheiro durante os próximos meses. Ele foi escrito com muito carinho para nos ajudar em todas as atividades que vamos fazer juntos! Como você vai notar, ele é um pouco diferente dos livros que estamos acostumados a ver na escola, parece até que ele não está pronto! Mas, é essa a ideia: que ele seja montado por nós mesmos... No fim dos nossos encontros, cada pessoa terá um material seu, com a sua cara, e que pode ser usado da forma que quiser no futuro. Aqui, você vai encontrar ideias, práticas e dicas em vários temas, todos eles relacionados à construção de uma comunidade melhor. Nesses capítulos, conversaremos sobre os temas água, alimentos, construções, lixo e muitas outras questões bastante relacionadas à nossa vida. Bom, já é hora de parar de escrever e dar uma olhada no livro! Esperamos que goste! Equipe do projeto Cascata Realiza


Como este “livro-caderno-diário” foi pensado e organizado Pensar este material foi um desafio enorme para nossa equipe. Organizar algo que pudesse ser utilizado por crianças e adolescentes de idades tão diferentes não foi algo fácil. Mesmo assim, acreditamos que ele possa ser bem utilizado coletivamente, com uma pessoa ajudando a outra em suas dificuldades. Ele é “livro” porque traz uma série de informações sobre as atividades teóricas e práticas que realizaremos. Mas, vai além disso: nossa ideia não foi elaborar um livro de receitas ou de práticas, mas sim um material que auxiliasse a realização dos encontros. Por isso, ele é também “caderno”, pois é o local onde cada um pode fazer suas próprias anotações e desenhos num contínuo processo de reflexão. E, por fim, é ainda “diário” por permitir o registro dos sentimentos, devaneios, ideias e, após o término dos encontros, sua utilização como um registro pessoal e único de tudo que aconteceu. Para facilitar a organização das ideias, o material foi dividido em 6 capítulos: Capítulo 1: Conhecendo o ambiente onde eu vivo (Mapeamento Ambiental); Capítulo 2: Mão na massa e pé na terra (Bioconstrução); Capítulo 3: Comendo com qualidade (Produção sustentável de alimentos); Capítulo 4: Nem tudo o que parece lixo é lixo (Manejo de resíduos); Capítulo 5: O líquido mais importante (Água); Capítulo 6: É hora de transformar (Ideias para uma sociedade transformada)


Em cada capítulo, há uma série de encontros, os quais englobam atividades teóricas, práticas, visitas didáticas e rodas de conversa. Cada encontro, por sua vez, é dividido em: “O que você quer dizer com isso?”: apresentação dos objetivos do encontro. “Qual o caminho que vamos percorrer?”: demonstração de como será a atividade prática, visita didática ou roda de conversa. “Para não esquecer tudo o que fizemos”: a ideia nessa parte é registrar, com desenhos, textos, fotos, colagens, poemas, etc., o que aconteceu durante o dia. “E como trazer tudo isso pra minha realidade?”: assim como no item anterior, esse espaço é bem aberto e tem como objetivo promover a reflexão sobre a realidade, ao pensar em soluções para os problemas que você enfrenta em casa, no projeto, na escola, na comunidade... Ao fim de cada capítulo, há um espaço chamado “Organizando as ideias” onde buscamos relacionar todas as atividades realizadas no capítulo e pensar em como elas afetam nosso projeto, casa, escola e comunidade. Em alguns momentos, você notará algumas “Notas de rodapé”, onde encontrará definições sobre alguns termos importantes do encontro. Esperamos que este material seja muito bem utilizado por você e que ele te ajude nas mais diversas atividades que você possa realizar.



Sumário Capítulo 1 - Conhecendo o ambiente onde eu vivo

14 Encontro 01 - Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós? 16 Encontro 02 - Onde eu estou? 20 Encontro 03 - Vivendo de uma forma diferente 23 Encontro 04 - Organizando as ideias I: Ambiente 26 Capítulo 2 - Mão na massa e pé na terra 28 Encontro 05 - Pintando sem se contaminar 30 Encontro 06 - Pé no barro! 33 Encontro 07 - Pizza de terra 36 Encontro 08 - Organizando as ideias II: Bioconstruções 38 Capítulo 3 - Comendo com qualidade 40 Encontro 09 - Comida boa é comida sem veneno 42 Encontro 10 - Para garantir o que vamos comer 45 Encontro 11 - Criando nosso próprio jardim 48 Encontro 12 - Temperos espiralados 51 Encontro 13 - Fruta passa 54

57 59 Capítulo 4 - Nem tudo o que parece lixo é lixo 62 Encontro 16 - Tão longe de mim que eu nem percebo o problema 64 Encontro 17 - Comida pra mim, é também comida pra minhoca! 67

Encontro 14 - Organizando as ideias III: Alimentos

Encontro 15 - Mutirão I: coletivamente é mais gostoso!

Encontro 18 - Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra escrever

Encontro 19 - Organizando as ideias IV: Lixo Capítulo 5 - O líquido mais importante Encontro 20 - Água que cai do céu

Encontro 21 - Organizando as ideias V: Água

Encontro 22 - Campanha “Chega de lixo fora do lixo”

Encontro 23 - Mutirão II: coletivamente é mais gostoso! Capítulo 6 - É hora de transformar

Encontro 24 - Encerramento com pizza

70 73 76 78 81 83 86 88 89


Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu. E o peixe que é do mar? Poluição comeu E o verde onde é que está? Poluição comeu Nem o Chico Mendes sobreviveu Luiz Gonzaga, em Xote Ecológico, [1989]


Capítulo 1: Conhecendo o ambiente onde eu vivo Mapeamento Ambiental

O que você pensa quando escuta uma conversa sobre “meio ambiente”? Aposto que, na maioria das vezes, pensamos na natureza, numa floresta distante ou num rio, não é? A partir de hoje, vamos ver que não é só isso que ambiente significa! A ideia do primeiro capítulo do nosso livro-caderno-diário é conhecer e pensar sobre o nosso ambiente, o nosso meio: o lugar onde a gente vive! Mas, como podemos conhecer nosso ambiente se nem nos conhecemos direito? Por isso, nosso primeiro encontro (Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?) vai nos ajudar a nos conhecermos mais. Depois, no segundo encontro, vamos observar e pensar sobre nosso ambiente de vida (Onde eu estou?). O terceiro encontro vai nos levar a um lugar novo para termos uma visão maior de mundo e começar a entender que as coisas podem funcionar de uma forma diferente (Vivendo de uma forma diferente). Depois desses encontros, vamos sentar todos juntos para conversar e avaliar esse primeiro capítulo (Organizando as ideias I: Ambiente)!

Vamos lá!

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Encontro 1 - Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós? Apresentação

1) O que você quer dizer com isso? Não dá pra conviver durante quase um ano todo sem nos conhecermos direito! Pior ainda é não saber bem quem a gente é e como nosso grupo é. Por isso, a ideia do nosso primeiro encontro é conhecer a si, conhecer um pouco a outra pessoa e conhecer um pouco como nosso grupo vai funcionar. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Nosso primeiro encontro tem quatro partes: - Parte 1 – Apresentação pessoal: num pedaço de cartolina, vamos escrever nosso nome de um lado e, do outro, como gostamos de ser chamados (um apelido ou o próprio nome mesmo). - Parte 2 – Apresentação em duplas: vamos nos dividir em duplas e cada pessoa apresenta a outra, invertendo os papeis. - Parte 3 – Construção dos grupos dos encontros: como nosso grupo é bem grande e diverso, vamos trabalhar em grupos nos quais nos quais nos ajudaremos em nossas dificuldades. Cada grupo será acompanhado de perto por uma pessoa que ajudará nas atividades. - Parte 4 – Construção dos acordos de convivência: a ideia é que, juntos, pensemos como nosso grupo vai funcionar (o que deve ou não ser feito, como vamos nos comportar, o que nos faz bem/mal, etc.). 3) Para não esquecer tudo o que fizemos Com ajuda de alguém de seu grupo preencha os quadros da próxima página com as informações que conseguiu na atividade de apresentação.

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Vamos pensar um pouco no local que vivemos também? Como são as pessoas que moram com você? Aproveite o espaço abaixo para desenhar ou escrever algo sobre elas.

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Cole aqui a foto do nosso grupo todo

Cole Aqui Suas Fotos

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Encontro 2 - Onde eu estou? Mapeamento da região

1) O que você quer dizer com isso? Como assim? Onde eu estou? Oras, estou aqui, em Rubião Júnior, no Preservando o Futuro! Nosso encontro de hoje tem como objetivo nos fazer entender que ambiente é o local onde vivemos, e não só uma área natural bem afastada da nossa casa. Assim como um ambiente natural, nosso ambiente também tem pontos bons e ruins, só temos que aprender a observar. Mas, será que observamos com atenção como é nosso ambiente: o que ele tem de bom/ruim, bonito/feio, algo que podia melhorar... Como seria a comunidade ideal? 2) Qual o caminho que vamos percorrer? A ideia da aula de hoje é praticar nosso olhar! Vamos caminhar pela sede do nosso projeto e, também, por algumas quadras perto dele para conhecer um pouco melhor a Microbacia do Córrego da Cascata. Durante a caminhada, observe tudo que puder: casas, ruas, árvores, postes de luz, pessoas, animais. Aproveite para registrar o máximo possível, na forma de fotos, desenhos, anotações ou até coletando algo aqui ou ali. Na volta, vamos sentar todos juntos para conversar sobre o que vimos e entender mais como nosso ambiente é.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Aproveite o espaço abaixo para, logo depois da caminhada, desenhar ou escrever o que você pode observar. Tente por o máximo de detalhes possíveis!

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Agora, é hora de pensar um pouco no local que você vive: como é sua casa? Use o espaço abaixo para registrar o que vem à sua mente agora: formas, cores, cheiros, pessoas, coisas boas e ruins, bonitas e feias.

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Encontro 3 - Vivendo de uma forma diferente Turismo pedagógico: Sítio Beira Serra

1) O que você quer dizer com isso? Estamos tão acostumados com nosso ambiente, com o lugar onde vivemos, que fica até difícil imaginar alternativas... Muitas pessoas ao redor do mundo têm buscado alternativas aos bairros e cidades onde vivemos, assim como outros tipos de sociedades, mais justas, solidárias, colaborativas. A ideia de hoje é conhecer uma dessas propostas e discutir se é possível ou não viver de uma forma diferente. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Hoje, vamos conhecer o Sítio Beira Serra, um sítio familiar que tem se tornado uma estação de Permacultura. Lá vamos conhecer suas construções alternativas, plantações orgânicas e um modo muito gostoso de nos relacionarmos um com o outro. Aproveite a visita para treinar a observação (como fizemos no encontro anterior) e perceber o que há de bom e ruim, o que é possível ou não de ser feito na cidade... Sinta também a diferença nos cheiros, sons e texturas, que ficam cada vez mais escondidos na cidade.

PERMACULTURA: movimento criado na década de 1970, na Austrália, por Bill Mollison e David Holmgreen, e que visa à construção de assentamentos humanos sustentáveis, ou seja, uma maior harmonia na relação entre os seres humanos e o ambiente, e entre os humanos entre si. ORGÂNICO: sistema de produção de alimentos que não utiliza produtos químicos industrializados, como fertilizantes, inseticidas e outros agrotóxicos prejudiciais à nossa saúde e ao ambiente.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Complete o mapa abaixo com desenhos ou textos do que mais chamou sua atenção no Sítio Beira Serra.

Sítio Beira Serra

Casa de Cupinzeiro Horta Quiosque

Casa de argamassa Armada

Banheiro Seco

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Tratamento de Água

Animais

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Será que as alternativas que observamos no Sítio têm como ser utilizadas no nosso dia-a-dia? Pense se algumas das coisas vistas por lá poderia ser feita na sua casa e as represente abaixo:

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Encontro 4 - Organizando as ideias I: Ambiente Análise comparativa: Sítio x Microbacia x Minha casa

Depois de tantas andanças, é hora de organizar tudo o que vimos de uma forma que faça sentido para nós mesmos. Para isso, ponha a cabeça pra funcionar e pense sobre algumas questões: 1) O que há de bom no Sítio Beira Serra que poderia ser feito na minha casa, no projeto, na escola ou na minha comunidade? Por que essas mudanças não ocorrem? 2) Se você pudesse escolher, o que seria diferente no bairro? 3) O que mais chamou sua atenção quando caminhamos pelo nosso ambiente? Você conseguiu perceber alguns pontos positivos e negativos dele? 4) Você gostou de trabalhar em grupo? Se sim ou se não, por quê? 5) Preencha, na página seguinte, como você gostaria que fosse a sede do nosso projeto. Use sua imaginação para pensar o que e onde cada item novo deveria ser feito e como isso ajudaria a melhorar o lugar onde passamos boa parte dos nossos dias.

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“Pisa ligeiro, Pisa ligeiro Quem não pode com formiga Não atiça o formigueiro” Cântico quilombola. Autoria desconhecida


Capítulo 2: Mão na massa e pé na terra Bioconstruções

Depois de conhecer um pouco mais o ambiente em que vivemos e conversar sobre semelhanças e diferenças entre os locais que visitamos, vamos, agora, entrar no mundo das construções. Todos nós sabemos como é importante ter uma casa onde possamos viver, não é verdade? Afinal, toda pessoa precisa de um lugar para se proteger do frio ou do calor, da chuva e dos ventos, para dormir bem, comer e receber pessoas amigas. Mas, como veremos durante esse capítulo, as construções podem trazer vários problemas para o ambiente, para nós e para as pessoas que produzem todo o material de construção que usamos. Por isso, vamos começar nosso segundo capítulo com uma atividade prática sobre uma tinta natural (Pintando sem se contaminar) que pode ser usada sem medo nenhum. Depois, vamos por a mão na massa (e os pés também) para aprender a usar terra nas construções de uma forma boa pra gente e para o ambiente (Pé no barro e Pizza de terra), com práticas sobre tijolos naturais e forninho de pizza. No fim, sentaremos de novo para colocar nossa imaginação para funcionar e produzir um material artístico bem bonito para guardar nossas ideias (Organizando as ideias II: Bioconstruções)!

Mãos, pés e cabeças à obra!

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Encontro 5 - Pintando sem se contaminar Atividade prática: Tinta Natural

1) O que você quer dizer com isso? Sabe aquele cheiro forte que você sente quando sua casa acaba de ser pintada? Ou você já viu como é difícil tirar um pouco de tinta que caiu na sua mão ou no chão depois da pintura? Pois é, as tintas que usamos podem trazer uma série de problemas para nossa saúde e para o ambiente. Por isso, achamos que seria uma boa ideia aprender como fazer uma tinta que não traga problemas a nós e ao meio e que possa ser utilizada sem preocupações. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Na prática de hoje, vai parecer que estamos fazendo uma receita de bolo! Vamos aprender dois tipos de tintas alternativas, que são nada ou bem menos tóxicas que aquelas que geralmente usamos: uma que pode ser usada dentro de casa e outra fora. Essa diferença existe porque a tinta para ambientes externos vai ter mais contato com a água e, por isso, precisa resistir à ação dela – fato que não ocorre com tanta frequência dentro de casa.

As tintas convencionais possuem os chamados COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COVs), substâncias tóxicas que se espalham pelo ar e que fazem muito mal à saúde. O “cheirinho de casa pintada” que sentimos vem daí... Se ficarmos muito tempo em contato com eles, podemôes ter problemas como cansaço, dor de cabeça, irritação ´ nos pulmôes e pele e até câncer.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Agora que já vimos na prática como fazer tinta natural, é hora de registrar nossa experiência. Aproveite o espaço abaixo para registrar, com um desenho ou texto, como foi a prática e o que você mais gostou. Se quiser, também, anote quais ingredientes foram utilizados em cada uma das receitas e os cuidados que temos que ter no preparo.

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Onde que poderíamos usar a tinta natural no dia-a-dia? Será que vale a pena? Use o espaço abaixo para mostrar onde a tinta natural poderia ser usada. Aproveite o material de apoio para descobrir como conseguir outras cores naturais e marque ou desenhe esses materiais.

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Encontro 6 - Pé no barro! Atividade prática: tijolo de adobe

1) O que você quer dizer com isso? Pouca gente sabe, mas a produção dos tijolos que usamos para construir nossas casas é uma atividade com grandes impactos ambientais e sociais, assim como a produção de cimento, tão comum em qualquer tipo de construção. Por isso, várias pessoas começaram a resgatar técnicas de construção de casas tradicionais, que não precisam de tijolos e outros materiais convencionais. Boa parte delas, como a taipa de pilão, pau-a-pique, Cob, superadobe e adobe, usa uma matéria-prima de muito fácil acesso, o barro, e pode ser feita por qualquer pessoa! 2) Qual o caminho que vamos percorrer? No encontro de hoje, vamos aprender como fazer tijolos de adobe. Como você vai ver, eles são bem fáceis de serem feitos e não utilizam nenhum ingrediente difícil de conseguir: para produzirmos um tijolo de adobe, vamos precisar somente de terra arenosa, alguma fibra vegetal (grama seca ou palha de arroz, por exemplo), água e um molde. Ah! Quase me esqueci dos ingredientes mais importantes da receita: pés e muita disposição!

OLARIA: Local onde são produzidos de objetos de barro ou argila, onde geralmente encontramos fornos a altíssimas temperaturas.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Para que você não se esqueça dessa valiosa receita, aproveite o espaço abaixo para desenhar ou escrever como fazer um tijolo de adobe:

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Como será que minha casa foi feita? Marque, em vermelho, quais materiais foram utilizados na construção da sua casa. Depois, descubra, com seu grupo, quais materiais também podem ser usados em construções.

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Encontro 7 - Pizza de terra Atividade prática: forno de pizza de Cob

1) O que você quer dizer com isso? Hoje a ideia é conhecer mais uma técnica de construção de baixo impacto ambiental e social. Ela usa os mesmos materiais que o adobe, mas pode ser usada de forma mais livre: seu nome é Cob. Segundo pesquisas, essa técnica foi muito usada na Inglaterra, na idade média; esquecida por um bom tempo, só foi ser redescoberta na década de 1970 (LEGAN, 2009)! 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Para aprender como usar o Cob, vamos construir algo que agrada quase todo mundo: um forninho de pizza! O mais interessante é que, com essa técnica, podemos dar a forma que quisermos a ele: existem fornos de Cob em formato de tartaruga, lagarto, dragão, vulcão, etc., é só por a cabeça pra funcionar. Como você vai perceber, fazer Cob é muito parecido (e tão divertido quanto) fazer tijolos de adobe, mas é muito mais fácil quando feito em grupo.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Aproveite o espaço abaixo para desenhar como ficou nosso forninho:

4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Em quais outras situações podemos utilizar o Cob? Pense em alguma estrutura na sua escola ou casa que poderia ser feita dessa forma.

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Encontro 8 - Organizando as ideias II: Bioconstruções Sistematização de atividades sobre bioconstrução

Neste capítulo colocamos muito a mão na massa! Pelo nosso contexto, aprendemos como utilizar terra para fazer um tipo mais sustentável de construção, que não causa grandes impactos ao ambiente e não oferece perigos a quem trabalha com ela. Agora, vamos refletir sobre isso para darmos um passo adiante: 1) Quais outros materiais (além da terra) podem ser utilizados para construir de forma mais sustentável. Quais deles você encontra na região? 2) Qual dos encontros você mais gostou? Gostaria de ter alguma das coisas que fizemos na sua casa, escola ou comunidade? Por quê? 3) Preencha, na página seguinte, como você ficou a sede do nosso projeto depois das nossas obras.

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MĂŁo na massa e pĂŠ na terra

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“Quando o último rio secar, a última árvore for cortada e o último peixe pescado, eles vão entender que dinheiro não se come.” Carta do cacique Seattle, da tribo Suquamish (EUA), ao presidente da época (1855).


Capítulo 3: Comendo com qualidade Produção sustentável de alimentos

Neste ponto da caminhada, já conhecemos mais nosso ambiente e aprendemos como as construções podem ser feitas de forma sustentável. Agora, a ideia é termos várias atividades para discutir algo que todas as pessoas gostam muito de fazer: comer! No nosso Capítulo 3, vamos conversar sobre como nossa comida é produzida, comprada e desperdiçada. Para isso, vamos começar as atividades com uma visita a uma horta orgânica da região (Comida boa é comida sem veneno) e conhecer como alimentos saudáveis são feitos. Depois, vamos conversar sobre como garantir alimentos de qualidade e aproveitar comidas que quase nem notamos (Para garantir o que vamos comer). Na última parte desse capítulo, vamos ter várias práticas: em “Criando nosso próprio jardim”, “Ervas espiraladas” e “Fruta passa”, vamos aprender como produzir alimentos de diferentes formas, além de uma forma não muito comum de preservá-la. Claro que não vamos desperdiçar tantas ideias e práticas boas! Por isso, depois dessas atividades, vamos por a mente e o corpo pra funcionar e pensar num modo bem legal de registrar essas memórias (Organizando as ideias III: Alimentos)!

Mãos à horta!

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Encontro 9 - Comida boa é comida sem veneno Turismo pedagógico: Horta orgânica comunitária

1) O que você quer dizer com isso? Você sabia que o Brasil é o campeão mundial no consumo de agrotóxicos? Mesmo se você não sabe o que são agrotóxicos, já dá pra perceber, só pelo nome, que eles não são algo bom para a saúde. Quase todos os alimentos que comemos vêm cheios de resíduos químicos que não trazem bem algum para o nosso corpo: são inseticidas, fungicidas, herbicidas e muitos outros “Cidas” que deveríamos ter mais cuidado na hora de escolher o que comer. Como alternativa a essa forma de produção de alimentos, existe a produção orgânica (e outras formas parecidas e ainda melhores, como a agroecológica, a natural, a biodinâmica), que não utiliza esses produtos e resgata conhecimentos tradicionais para produzir uma comida de qualidade, limpa, em harmonia com o ambiente e mais justa socialmente. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Por isso, no encontro de hoje, vamos fazer uma visita a uma das várias hortas orgânicas comunitárias de Botucatu e conhecer um pouco esse tipo de produção que só traz coisas boas para nosso corpo e para o ambiente.

AGROTÓXICOS: são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, utilizados nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, [201-]), com o intuito de aumentar a produção, diminuir seu custo e ter produtos aparentemente mais bonitos.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Registre, abaixo, na forma de desenhos ou anotações, suas observações sobre a horta orgânica que conhecemos e da conversa que tivemos por lá:

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Vamos descobrir de onde vêm os alimentos que consumimos em nossas casas? Escolha 5 deles e marque se eles são orgânicos ou convencionais:

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Encontro 10 - Para garantir o que vamos comer Roda de conversa: Segurança alimentar e alimentos não convencionais

1) O que você quer dizer com isso? Um dos direitos básicos de todos é ter acesso a alimentos de qualidade e em boa quantidade. Passar fome é algo muito difícil, mas que acontece com muita gente ao redor do mundo... Para evitar que isso aconteça, precisamos pensar em formas de garantir comida para todas as pessoas. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? No nosso encontro de hoje, vamos conversar sobre como melhorar essa situação. Vamos, também, aprender sobre plantas que nem imaginamos ser comida e como ter uma alimentação mais saudável (e gostosa também!).

SEGURANÇA ALIMENTAR: Realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (REDE SANS, [201-]).

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos? Vamos aproveitar o espaço abaixo para anotar ou desenhar algumas das novas plantas que conhecemos na roda de conversa de hoje. Quais delas você já viu por aí?

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4) Como trazer tudo isso pra minha realidade Depois de todo esse papo, vamos aproveitar para comparar um sistema de produção de alimentos agroecológicos e um sistema de monocultura. Escreva ou desenhe quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles:

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Encontro 11 - Criando nosso próprio jardim Atividade prática: hortas não-convencionais

1) O que você quer dizer com isso? Não é só na horta ou no supermercado que podemos conseguir nossos alimentos. Qualquer espaço livre em nossas casas, escolas, praças públicas ou terrenos baldios pode ser um canteiro em potencial e receber uma planta, desde que escolhamos bem quais delas vamos cultivar e preparemos bem o lugar onde elas vão ficar. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? No encontro de hoje, vamos precisar usar bastante nossa imaginação para criar canteiros dos mais diferentes materiais e formas. Observe bem nosso ambiente e busque locais que poderiam abrigar tipos diferentes de plantas, especialmente aquelas que podem servir de alimentos. Vamos, também, aproveitar o espaço gramado do projeto para construir uma horta em mandala, um sistema de produção que, além de muito bonito, facilita muito nosso trabalho.

MANDALA significa sagrado, ou círculo mágico e simboliza o todo, os ciclos coordenados de tempo e espaço (LEGAN, 2009). Na Permacultura, as hortas em mandala favorecem o aproveitamento do espaço e recursos, facilitam o plantio e a colheita e tornam o ambiente mais agradável.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Aproveite o espaço abaixo para representar como ficaram nossos canteiros e as informações que mais lhe chamaram a atenção.

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Quais outros materiais e formas podem ter um canteiro? Pense nas possibilidades na sua casa, escola ou na praça mais perto e desenhe como você faria canteiros nelas.

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Encontro 12 - Temperos espiralados Atividade prática: Espiral de ervas

1) O que você quer dizer com isso? Vocês já puderam perceber, no encontro anterior, que plantar só exige nossa imaginação: é ela que nos diz onde e qual forma nosso canteiro vai ter! Uma das ideias que surgiram da imaginação e observação de pessoas foi a Espiral de Ervas, um canteiro que, além de ser bonito, permite ter várias plantas num local bem pequeno. Pela sua estrutura, vamos também perceber que cada ponto da espiral funciona de um jeito diferente, permitindo colocar plantas bem diversas. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? A ideia da Espiral de Ervas é bem simples: aproveitar qualquer material (tijolos velhos, pedras, caixinhas de leite com terra, tijolos de adobe) que possa moldar uma parede em forma de espiral e encher essa estrutura com solo e várias plantas. Aqui, pelo espaço reduzido para o plantio, damos preferência a plantas de pequeno porte e que são usadas quase todo dia: cebolinha, salsinha, babosa, hortelã, orégano, manjericão, alecrim, camomila, poejo e muitas outras.

MICROCLIMA é uma área relativamente pequena cujas condições atmosféricas diferem da zona exterior. Os microclimas geralmente formam-se quando há barreiras geomorfológicas, ou elementos como corpos de água ou vegetação (WIKIPEDIA, [201-?]).

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos No esquema abaixo, marque quais são os pontos da Espiral de Ervas onde o microclima será ensolarado e seco; ensolarado e úmido; e sombreado e úmido. Aproveite para desenhar quais plantas gostam mais de cada local.

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Se você fosse fazer uma espiral de ervas na sua casa, onde você a colocaria e quais plantas utilizaria? Mostre, no espaço abaixo, como seria sua experiência:

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Encontro 13 - Fruta passa Atividade prática: Secador solar de frutas

1) O que você quer dizer com isso? Tudo bem, tudo bem... Sabemos que é difícil resistir a uma bolacha recheada ou a um achocolatado pronto para nos acompanhar nas nossas aventuras. Mas, você já pesquisou para saber quais são os ingredientes desses produtos e como eles são produzidos? Hoje vamos ver que esses e outros alimentos que comemos quase todos os dias não fazem muito bem à nossa saúde e ao ambiente. Mas, vamos, também, conversar sobre boas alternativas para nossa alimentação e descobrir um novo lanche para o recreio. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Por isso, no encontro de hoje, teremos duas atividades: na primeira delas, vamos tentar descobrir quais são os ingredientes das nossas guloseimas favoritas (e nos surpreender com eles). Preste atenção ao símbolo “T” em algumas embalagens: ele representa a presença de organismos transgênicos. Depois, vamos aprender como fazer um secador solar de frutas, um sistema que permite conservar as frutas que mais gostamos por mais tempo (além deixá-las bem gostosas para um lanche).

TRANSGÊNICO é o termo utilizado para designar organismos que foram submetidos a técnicas de engenharia genética para inserção de uma parte do genoma de outra espécie em seu genoma (CENTRO DE GENÉTICA MOLECULAR DA UFMG, [201-]). Os impactos da sua utilização na saúde humana e no ambiente são ainda pouco conhecidos.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Agora que você já aprendeu como preparar frutas passas, vamos pensar do que pode ser feito nosso secador. Aproveite o esquema abaixo e marque ou desenhe quais outros materiais podem ser usados para montá-lo:

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Vamos pensar um pouco sobre nossa alimentação? No espaço abaixo, desenhe ou anote quais os alimentos que você mais gosta de comer. Depois, com base na nossa conversa de hoje, marque aqueles que nos fazem bem e algumas alternativas para aqueles que nos fazem mal.

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Encontro 14 - Organizando as ideias III: Alimentos Sistematização das atividades sobre produção de alimentos

E lá se foi mais um de nossos capítulos, talvez o mais saboroso deles! É uma boa hora para conversarmos e avaliarmos tudo que aprendemos, não acha? Para isso, vamos refletir sobre as perguntas a seguir e, depois, aproveitar para adicionar ao nosso mapa do projeto como ele ficou depois de tantas atividades! 1) Qual tipo de produção de alimentos é melhor para o ambiente e para nossa saúde? Por que será que não conseguimos ter sempre alimentos de boa qualidade em casa? 2) Como vimos no começo deste capítulo, muita gente passa fome no mundo. Como será que essa situação poderia ser melhorada? Será que há falta de alimentos? 3) Você acha que vai ser fácil ou difícil mudar o que você come?

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Encontro 15 - Mutirão I: coletivamente é mais gostoso! Atividade de campo: revitalização de um espaço público O dia de hoje é de trabalho coletivo! Você percebeu que, apesar de fazermos várias atividades práticas na sede do projeto, ainda há várias coisas que poderiam ser feitas para torná-la um lugar mais agradável? Também pensamos assim e achamos que é uma ótima ideia compartilhar o trabalho para conseguir fazer mais coisas em menos tempo! É essa a ideia de um mutirão: um momento em que juntamos várias pessoas para realizar ações que não conseguiríamos fazer sozinhos. Claro que o trabalho fica muito mais gostoso e fácil, pois dividimos as tarefas e podemos aprender coisas novas com outras pessoas. No nosso primeiro mutirão, vamos receber algumas pessoas que auxiliarão as atividades. Aproveite o tempo com elas para aprender ainda mais sobre tudo que temos conversado nos nossos encontros. Ah! E para não se esquecer de tudo o que viu hoje, use a página seguinte para desenhar ou escrever um texto ou poema sobre a atividade que mais gostou de participar. Depois, cole também a foto que mais gostou no seu livro-caderno-diário.

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“Sentimento agora é lixo? Pureza e honestidade, amizade e caridade, Vão servir para se transformar em embalagem de produto?” Lixo, de Erivelto Reis, em Poemas e Crônicas (2012)


Capítulo 4: Nem tudo o que parece lixo é lixo Manejo de resíduos

Lixo: é esse mesmo tema do nosso próximo capítulo. Você já deve ter percebido que nem notamos para onde vão as coisas depois que não as usamos mais? Mas, nos nossos encontros pudemos perceber que, desde as construções até a produção de alimentos, o lixo é algo bem comum na nossa comunidade. A ideia aqui é entender que muito do que chamamos de lixo, não é bem lixo. Ainda, ele pode ter muitas utilidades pra gente e evitar uma série de problemas que, querendo ou não, vão acabar voltando. Vamos começar nossas atividades com uma visita a um dos lugares mais difíceis da nossa sociedade, o Aterro Sanitário (“Tão longe de mim que eu nem percebo o problema...”). Lá, vamos ver o que acontece com o lixo nosso de cada dia e conhecer pessoas que dão duro para solucionar esse problema. Depois, vamos aprender como aproveitar nossos restos de alimentos, papéis e óleo de cozinha, que sempre jogamos longe da gente (“Comida pra mim é também comida pra minhoca!” e “Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra escrever”). E você não pensou que íamos deixar todas essas atividades passarem em branco, pensou? Pois é, depois dos encontros, vamos sentar juntos para organizar bem todas nossas ideias (Organizando as ideias IV: Lixo)!

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Encontro 16 - Tão longe de mim que eu nem percebo o problema... Turismo pedagógico: Aterro sanitário

1) O que você quer dizer com isso? Você já percebeu que temos a mania de colocar longe da gente tudo aquilo que não gostamos ou que não tem mais utilidade? Pois é... O “lixo” é um dos maiores problemas da humanidade, pois nunca paramos de consumir. Ao longo da história da humanidade e, principalmente, com o surgimento das cidades, a quantidade de lixo produzida por uma pessoa só aumentou e mudou suas características: o lixo, que antes era composto de materiais orgânicos e podia ser reutilizado pela própria natureza, passou a ter muito materiais industrializados, os quais não são naturalmente reciclados. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? A ideia de hoje é conhecer o local que recebe todo o lixo produzido em nossa cidade: o Aterro Sanitário. Lá, vamos conhecer, também, a Cooperativa de Agentes Ambientais, que faz a coleta de materiais recicláveis. Aproveite a visita para observar tudo que é transformado em lixo no nosso dia-a-dia. Por que será que produzimos tanto lixo assim? Será que todas as pessoas produzem o mesmo tipo de lixo? Há outra forma de lidar com isso? O que acontece quando um Aterro Sanitário enche?

ATERRO SANITÁRIO é um local que tem como objetivo acomodar no solo resíduos no menor espaço prático possível, causando o menor dano possível ao meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo, na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte (CETESB, [20--]).

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Aproveite o espaço abaixo para desenhar e escrever o que viu no Aterro Sanitário. Como você se sentiu durante a visita e nas conversas com as pessoas que trabalham lá?

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Vamos descobrir a quantidade de lixo que produzimos aqui no projeto? Para isso, entreviste as pessoas que nos trabalham aqui e preencha a tabela abaixo.

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Encontro 17 - Comida pra mim, é também comida pra minhoca! Atividade prática: Compostagem

1) O que você quer dizer com isso? Você já notou a quantidade de restos de comida que jogamos no lixo todos os dias? Se não, é hora de começar a prestar um pouco de atenção, garanto que você vai ficar bem surpreso! No Brasil, mais da metade do que jogamos fora é matéria orgânica, ou seja, pode ser decomposto e reaproveitado no próprio ambiente. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Hoje, a ideia é conhecer diferentes formas de reaproveitar as sobras de alimentos que produzimos em casa. Há várias formas diferentes de fazer a compostagem, de acordo com cada contexto. Por isso, vamos aprender como montar uma composteira externa (pra quem tem quintal em casa) e outras duas pra usar dentro de casa: um vaso-composteira (que ainda pode abrigar algumas plantas pequenas!) e uma minhocasa, ambos mantidos pelas brilhantes e muito eficientes minhocas.

COMPOSTAGEM é um processo biológico de decomposição e reciclagem da matéria orgânica de forma controlada. A d i eia é transformar os restos de origem animal ou vegetal para formar um composto, material rico em nutrientes e que pode ser utilizado como fertilizante

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Aproveite o espaço abaixo para desenhar a composteira que mais gostou e marcar os materiais que são necessários para fazê-la em casa:

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Com base em tudo o que discutimos hoje, como você solucionaria o problema dos restos de comida na sua casa? No espaço abaixo, represente com um desenho ou esquema, qual tipo de composteira você usaria e onde ele ficaria na sua casa.

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Encontro 18 - Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra escrever Atividade prática: Sabão e reciclagem de papel

1) O que você quer dizer com isso? No nosso dia-a-dia, nem percebemos que geramos uma quantidade imensa de dois resíduos: óleo de cozinha usado e restos de papel. Como já vimos nos encontros anteriores, temos a tendência a jogar esse “lixo” para bem longe de nós. O óleo, quando jogado direto no ralo ou na terra, pode contaminar imensas quantidades de água. Já o papel, além de todos os problemas gerados pelo acúmulo de lixo nos aterros sanitários, traz outra questão: para produzir papel, atualmente, são usadas fibras de eucalipto, uma árvore exótica que é plantada em sistema de monocultura; como você já viu, esse sistema traz uma série de problemas, como concentração de terras, expulsão de famílias do campo, diminuição da biodiversidade, consumo intenso de água e nutrientes do solo e utilização de agrotóxicos. 2) Qual o caminho que vamos percorrer? No encontro de hoje, vamos aprender como aproveitar esses materiais em casa! O óleo usado é perfeito para produzirmos sabão, que pode ser usado na cozinha ou para lavar roupas. Já o papel, pode ser reciclado de uma forma bem simples e utilizado de várias formas.

MONOCULTURA sistema de plantio que utiliza somente uma espécie de planta, bem comum no Brasil (as mais comuns: cana-de-açúcar, eucalipto, soja, algodão, milho), e em grandes propriedades.

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ESPÉCIE INTRODUZIDA OU EXÓTICA espécie de organismo que vive fora da sua área de distribuição nativa que tenha sido acidental ou intencionalmente para aí levada pela atividade humana, podendo ou não ser prejudicial para o ecossistema em que é introduzido (WIKIPEDIA, [201-?])

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Represente com desenhos, no espaço abaixo, como é o processo de produção de sabão e papel reciclado caseiros. Não se esqueça de marcar os ingredientes necessários e os cuidados que temos que tomar!

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? É hora de pesquisar: vamos descobrir quanto de papel e óleo de cozinha usado é produzido no nosso dia-a-dia. Para isso, escolha um desses três lugares (casa, escola ou projeto) e complete a tabela abaixo:

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Encontro 19 - Organizando as ideias IV: Lixo Sistematização das atividades sobre lixo

Chegamos, enfim, ao fim de mais um capítulo do nosso projeto! O que você achou dele? As práticas e visitas valeram a pena? Hoje, vamos organizar tudo que fizemos nos últimos encontros e refletir sobre algumas das questões relacionadas ao tema. Responda, no grupo, as perguntas abaixo e, depois, desenhe as mudanças que apareceram no terreno do projeto: 1) O que nos leva a produzir tanto lixo? Será que conseguimos mudar essa situação? 2) O que você sente quando alguma pessoa joga lixo no lugar errado? 3) Como poderíamos melhorar a situação de trabalho das pessoas do Aterro Sanitário e de outras pessoas que trabalham com a coleta, separação e venda de materiais recicláveis? O que você pensa quando vê pessoas carregando carrinhos pesados e cheios de materiais pela cidade?

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“Ó chuva vem me dizer Se posso ir lá em cima prá derramar você Ó chuva preste atenção Se o povo lá de cima vive na solidão” Segue o seco, de Carlinhos Brown, cantado por Marisa Monte (1996)


Capítulo 5: O líquido mais importante Água

Você não vai acreditar, mas já estamos chegando ao fim dos nossos encontros. Esse é nosso penúltimo capítulo, que é tão importante quanto todos os outros que estudamos até agora. Já conhecemos nosso ambiente, aprendemos como construir de uma forma melhor, vimos como solucionar o problema do lixo e produzir bons alimentos. Agora, vamos conversar sobre algo que está ligado a tudo isso: a água. Dessa vez, não vamos por tanto a mão na massa, mas vamos aprender como aproveitar fontes de água que quase nunca usamos e aprender a armazená-la (“Água que cai do céu”) e conversar bastante sobre como evitar desperdícios e usar a água de forma sábia. Assim como tudo que já estudamos até agora, a água é essencial para nossa sobrevivência, e numa sociedade em que o acesso a ela também depende de quanto dinheiro uma pessoa tem, temos que buscar formas alternativas de obtê-la, armazená-la e tratá-la. Após nossas atividades de observação, prática e conversa, vamos organizar nossas ideias (Organizando as ideias V: Água) e pensar em como criar boas soluções para termos água de qualidade e em boa quantidade no nosso ambiente.

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Encontro 20 - Água que cai do céu Atividade prática: Construção de cisterna

1) O que você quer dizer com isso? Você percebeu que é cada vez mais comum sofrermos com a falta de água? Os níveis dos reservatórios parecem estar cada vez mais baixos e sofremos com corte do fornecimento da água encanada. Para melhorar essa situação, várias ações podem ser tomadas... Uma das mais fáceis e interessantes está bem ao nosso alcance: a água da chuva! Já parou pra notar que não aproveitamos toda aquela quantidade de água limpa que cai do céu? 2) Qual o caminho que vamos percorrer? Por isso, no encontro de hoje vamos acompanhar a instalação de calhas e de uma cisterna para a coleta de água de chuva na sede do projeto. Infelizmente, não vamos conseguir colocar a mão na massa como nos encontros anteriores, mas vamos aproveitar para entender como o sistema funciona e pensar em outras formas para construir cisternas.

CISTERNA: nada mais é do que um reservatório para armazenar a água da chuva.

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3) Para não esquecer tudo o que fizemos Vamos calcular a quantidade de água de chuva que pode ser coletada aqui, na sede do projeto? Depois, vamos pensar onde poderíamos usar toda essa água coletada: aproveite para desenhar essas ideias abaixo!

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4) E como trazer tudo isso pra minha realidade? Aproveite o esquema a seguir para pensar em outros materiais que poderiam ser utilizados para construir uma cisterna. Pense em algum destes lugares: sua casa, sua escola ou na sede do projeto.

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Encontro 21 - Organizando as ideias V: Água Sistematização das atividades sobre água

Você percebeu que, apesar de nosso capítulo sobre água ter sido bem curto, já havíamos falado várias vezes sobre ela nos encontros anteriores? A água é algo muito precioso para todas as pessoas e para o ambiente, mas percebemos que o cuidado com ela deixa muito a desejar. Por isso, vamos fechar mais este ciclo com uma reflexão sobre tudo que conversamos e observamos. Depois dessa roda de conversa, complete o mapa do nosso projeto com as novas instalações que fizemos. 1) Como podemos melhorar nossas ações com relação ao uso e descarte de água? 2) Após assistirmos a animação “Abuela Grillo”, expresse, no grupo, qual sua opinião sobre o pagamento pela água. Você acha isso justo? 3) Botucatu está numa importante área de recarga do Aquífero Guarani e deveria preservar suas matas e rios. Como eles estão na sua região? O que podemos fazer para melhorar a situação?

AQUÍFERO GUARANI: imenso reservatório de água doce subterrânea, que se estende por Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Botucatu está na área de recarga deste aquífero, uma região muito importante para sua conservação (SOS CUESTA, 2013).

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Encontro 22 - Campanha “Chega de lixo fora do lixo”

Atividade de campo: participação em mutirão de coleta de lixo na Microbacia do Córrego da Cascata Em setembro 2012, quando acontecia o projeto “Córrego da Cascata”, a ONG SOS Cuesta organizou a campanha “Chega de lixo fora do lixo”. Essa campanha é um movimento que convida as pessoas para, durante um dia, recolher o lixo que foi depositado de forma errada numa região. Aqui em Botucatu, foram percorridos os 554 hectares (mais ou menos 1300 campos de futebol!) da Microbacia do Córrego da Cascata e muito lixo foi encontrado. Enchemos dezenas de caminhões com todo tipo de material, dando um destino adequado a eles. Nosso encontro de hoje é a participação nessa grande ação coletiva! Vamos ajudar a tornar nossa região um lugar mais bonito e saudável! Para que lembremos como nossa ajuda é importante e como temos que ter cuidado com o lixo que produzimos, aproveite o espaço na página seguinte para marcar quais materiais você mais encontrou na sua caminhada e, depois, colar uma foto do grupo que de você participou para melhorar a qualidade ambiental da região!

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Encontro 23: Mutirão II: coletivamente é mais gostoso! Atividade de campo: revitalização de um espaço público O dia hoje é de mutirão novamente! Estamos na reta final dos nossos encontros, e nada melhor que uma ajuda extra para dar aquela arrumada final na sede do nosso projeto. Assim como no primeiro mutirão que tivemos, aproveite a presença de outras pessoas facilitadoras para aprender bastante sobre construções sustentáveis, produção de alimentos e muito sobre arte! Depois desse gostoso domingo, aproveite a próxima página para colar a foto que mais gostou do nosso mutirão e deixar o seu livro-caderno-diário ainda mais com a sua cara.

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“Você pode dizer que eu sou um sonhador Mas eu não sou o único Espero que um dia você se junte a nós E o mundo será como um só” Imagine, de John Lennon (1971), em tradução livre


Capítulo de conclusão: É hora de transformar! Encontro 24: Encerramento com pizza Ideias para uma sociedade transformada

Infelizmente, depois de um período com encontros muito bons, várias atividades realizadas, muitas conversas, risadas, reflexões, visitas e observações, chegamos ao fim das nossas atividades. Para comemorar toda essa nossa caminhada, vamos inaugurar uma de nossas criações: o forninho de pizza! Vamos, de novo, por a mão na massa (de pizza, desta vez) e celebrar! Claro que, também, vamos aproveitar um pouco do nosso tempo para fazer aquela foto da turma toda e preencher aquele mapa que nos acompanhou durante o ano todo e que agora, com certeza, está bem diferente. Foi um grande prazer estar com vocês! Esperamos que este seu livro-cadernodiário seja guardado e utilizado com muito carinho no futuro! Temos a certeza de que ele será muito útil na sua vida! Agora, é hora de pensar em como tudo isso que vimos pode ser usado para construirmos uma sociedade melhor, mais justa e equilibrada. O mundo está aí para ser mudado, e cada vez mais você é uma pessoa que, junto a outras, pode fazer muitas coisas boas!

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Referências bibliográficas, sítios eletrônicos consultados e outros materiais interessantes: ABUELA Grillo. Direção de Denis Chapon. Produção de Israel Hernández; Hanna Habermann. Viborg (Dinamarca): The Animation Workshop e Comunidad de Animadores Bolivianos, 2011. (13 min.), son., color. Disponível em: <http:// vimeo.com/11429985>. Acesso em: 9 mar. 2014. CARVALHO, Anôr Fiorini de et al. Cores da Terra: Fazendo tinta com terra. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2007. 14 p. Disponível em: <http://www.a-ponte.org.br/modulos/publicacoes/arquivos/cores.da.terra.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014. CENTRO DE GENÉTICA MOLECULAR DA UFMG. O que são transgênicos. Minas Gerais, [201-]. Disponível em: <http://www.cgm.icb.ufmg.br/oquesao.php>. Acesso em: 12 mar. 2014. CETESB. Aterro Sanitário: Definições. [20--] Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/mudancas-climaticas/ biogas/Aterro Sanitário/21-Aterro Sanitário>. Acesso em: 9 mar. 2014. CINTRA, Lydia. Vai pintar a casa? O que você deve saber sobre as substâncias tóxicas das tintas. 2013. Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/tag/compostos-organicos-volateis/>. Acesso em: 17 fev. 2014. COMISSÃO PASTORAL DA TERRA; SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO (Xinguara, PA); ONG REPÓRTER BRASIL (São Paulo, SP) (Org.). Cartilha Trabalho Escravo hoje no Brasil: Coletânea de paródias, textos dissertativos, poesias e desenhos sobre trabalho escravo. Xinguara, PA: Repórter Brasil, 2007. 32 p. Disponível em: <http:// www.escravonempensar.org.br/wp-content/uploads/2013/07/upfilesfolder_materiais_arquivos_cartilha_2007.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014. FERREIRA, Eber Lopes. Tingimento Vegetal: Teoria e Prática sobre tingimento com corantes naturais. São Paulo, SP: Comissão Pró-Índio de São Paulo, 2005. 36 p. Disponível em: <http://www.cpisp.org.br/etnodesenvolvimento/ img/futuros/cartilha_corante.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014. FUNDAÇÃO HEINRICH BÖLL (Rio de Janeiro, RJ); ONG REPÓRTER BRASIL (São Paulo, SP). O Lado B da Economia Verde: Roteiro para uma cobertura jornalística crítica da RIO+20. Rio de Janeiro, RJ: Repórter Brasil, 2012. 24 p. Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/documentos/oladobdaeconomiaverde.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014. GRUPO DE AGROECOLOGIA TIMBÓ (Botucatu, SP). Manual Agroecológico: resultado das oficinas realizadas na Escola Popular Rosa Luxemburgo. Botucatu, SP: Unesp - FCA, 2013. 68 p. Disponível em: <https://docs.com/VV6V>.


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Apêndice - Um pouco sobre Permacultura A Permacultura é um movimento que surgiu na Austrália, na década de 1970, após os estudos e práticas de Bill Mollison e David Holmgreen. Ela tem como grande objetivo o planejamento e construção de assentamentos humanos permanentemente sustentáveis, que promovam harmonia entre a humanidade e o ambiente. O termo surgiu após a junção das palavras “Permanent” (Permanente) e “Agriculture” (Agricultura). Seus grandes pilares são a ética, a ecologia e sua metodologia de design. Os princípios éticos defendidos pela Permacultura e que a norteiam foram pensados após intensas vivências com comunidades tradicionais e buscam compor um pensamento ético universal. Eles são: • Cuidado com a Terra: devemos assegurar o futuro de todos os sistemas vivos, para que possam perseverar e se multiplicar. • Cuidado com as pessoas: assegurar às pessoas o acesso aos recursos necessários a sua existência. • Partilha dos excedentes: através do controle das nossas próprias necessidades, nós podemos disponibilizar recursos para além delas. A Ecologia traz sua grande contribuição a partir da observação dos sistemas naturais. Somente através da compreensão do funcionamento dos sistemas naturais, os quais permanecem em equilíbrio continuamente, podemos planejar de forma correta a sociedade humana. Com base na ecologia e nos princípios éticos, foi criada uma metodologia, uma série de procedimentos necessários para a elaboração de um design de uma propriedade. Aqui, a Permacultura busca considerar as características intrínsecas e relações de cada elemento vivo e não vivo, zonas (de acordo com sua função e gasto energético), setores (água, luz, vento, etc.) e as relações invisíveis entre as pessoas e o meio. A Permacultura, assim como a Agroecologia e outros movimentos ambientais e sociais, tem crescido bastante no Brasil nos últimos anos. O trabalho do Instituto de Permacultura do Cerrado (IPEC), em Pirenópolis/ GO, por exemplo, é uma grande referência e nos ajudou muito a elaborar este projeto (em especial as publicações em educação de Lúcia Legan). Em Botucatu, além das iniciativas da SOS Cuesta, encontramos os grupos Timbó de Agroecologia e Curare de Permacultura e o Sítio Beira Serra, além de outras ONGs e iniciativas autônomas. Texto baseado em MOLLISON, B. (2009)


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