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outono 2015
VIAGEM
CHARCUTARIA
Extremadura O legado da História
Queijo curado de ovelha Chusco O sabor da tradição
ÉPOCA ALTA
GARRAFEIRA
N. 23 - outono 2015
Molho Francesinha Hot À moda do Porto!
Rum Zacapa XO Puro ou ‘on the rocks’
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A gama completa de electrodomésticos encastráveis da Miele Combinação perfeita, materiais de elevada qualidade e comandos intuitivos, definem a nova geração de encastráveis da Miele. Seja qual for a sua selecção de aparelhos, ela estará sempre em total harmonia com o ambiente da sua cozinha. A isto chamamos Design for life.
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EDITORIAL
Novos
sabores!
n
esta rentrée delicie-se com as novidades e os produtos verdadeiramente surpreendentes, disponíveis no seu Club del Gourmet, que lhe apresentamos nesta edição. Apesar de ainda faltar algum tempo para o Natal, não é cedo demais para começar a pensar nos presentes que vai oferecer a quem lhe é mais querido. Nas primeiras páginas deixamos-lhe algumas ideias de cabazes de Natal personalizados, bastante originais, e que são garantia de sucesso! Desta vez, a nossa já habitual viagem convida a um passeio pela Comunidade Autónoma da Extremadura. Seguem-se alguns produtos que merecem um destaque especial, como o Molho Francesinha Hot, as Batatas Fritas com Sal Marinho Yorkshire, as Bolachas Triple Chocolate Chunk Farmhouse e o Azeite Virgem Extra Chousas Nostras. A entrevista desta edição é com o chef António Nobre, que dá cartas na cozinha dos M’Ar de Ar Hotels, em Évora, e nos apresenta receitas de fazer crescer água na boca. O Queijo Curado de Ovelha com Leite Cru Chusco, o Bloc de Foie Gras de Ganso Trufado Club del Gourmet e o Queijo Brie Royal Truffes Fromi são os produtos que lhe apresentamos na nossa secção de Charcutaria. Já na Garrafeira, fique a conhecer os vinhos Quinta do Grifo Grande Reserva Tinto 2009, Companhia das Lezírias ‘1836’ Grande Reserva Tinto 2012 e os Vinhos Bairrada Aequinoctium. Destacamos, ainda, o Rum Zacapa e o Whisky Rye Bulleit. Terminamos em grande com a crónica da enóloga da Quinta da Alorna, Martta Reis Simões.
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ÍNDICE
14 PROPRIEDADE:
Extremadura
El Corte Inglés - Grandes Armazéns, S.A. Avenida António Augusto de Aguiar, n.º 31
Entre o curso de dois grandes rios, o Tejo e o Guadiana, estende-se a Extremadura, uma Comunidade Autónoma que soube gerir magistralmente História, natureza e gastronomia.
1050-012 Lisboa NIPC/NIF: 501 810 285 Coordenador de Projeto: José Barbosa Comercialização de Publicidade: in-Store Media Telefone: 210 115 182
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Editor: MASEMBA, LDA.
Batatas fritas Yorkshire
Rua da Fraternidade Operária, nº 4 2794-024 Carnaxide Tel.: +351 214 369 500 – Fax: +351 214 369 633 NIPC/NIF: 510 647 421
Estas batatas fritas usam, em exclusivo, variedades de batata e mandioca cultivadas por agricultores locais.
Direção Geral: Nuno Santiago Direcção Financeira: Ana Ruivo Direção Editorial: Rita Machado Editora Executiva: Ana Cáceres Monteiro Editora: Sandra Cáceres Monteiro
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Assistente Editorial: Ana Paula Pires Revisão: Adriana Silva Diretor de Produção e Paginação: Ramiro Agapito
Azeite Virgem Extra Chousas Nostras
Assistente de Produção: Inês Pereira Paginação: Paulo Franco, Pedro Martins e Sofia Duarte Tratamento de Imagem: Diogo Sargento,
Este azeite nasceu da paixão de dois jovens descendentes de famílias transmontanas que criaram o projeto Gerações de Xisto.
Frederico Queirós e Pedro Figueiredo Fotografia: Lemonnierfoto Receitas: Giovanni de Biasio Telefone: 214 349 157 Tipografia: Lisgráfica - Impressão e Artes
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Gráficas, S.A. Tiragem: 8.000 Periodicidade: Trimestral
António Nobre
Nº de Inscrição na ERC: 126442 Depósito Legal: 267918/07
Com um estilo criativo, de inspiração mediterrânica mas com respeito pelos sabores tradicionais portugueses, o chef António Nobre dá cartas na cozinha dos M’Ar de Ar Hotels, em Évora.
NO
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ÍNDICE
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P. 6 NOTÍCIAS
Conheça as novidades gastronómicas desta rentrée.
Queijo curado de ovelha com leite cru Chusco
P. 8 CABAZES DE NATAL
Nunca é cedo demais para começar a ter ideias para os seus presentes de Natal.
Conheça esta especialidade da Cooperativa Cerrato.
P. 34 MOLHO FRANCESINHA HOT
O maior segredo da francesinha está no molho com que é regada.
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P. 40 BOLACHAS FARMHOUSE
Bloc de foie gras de ganso trufado Club del Gourmet
A Farmhouse é uma conhecida marca britânica, cujas bolachas e biscoitos já ganharam fama em todo o mundo. P. 82 QUINTA DO GRIFO GRANDE RESERVA TINTO 2009
O foie gras é uma luxuosa iguaria francesa cuja origem remonta aos antigos egípcios.
A Rozès tem uma história secular ligada à região do Douro. P. 86 COMPANHIA DAS LEZÍRIAS ‘1836’ GRANDE RESERVA TINTO 2012
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Este vinho pretende homenagear todos os que ao longo da história fizeram da Companhia das Lezírias uma referência.
Queijo Brie com Trufas Fromi
P. 90 RUM ZACAPA XO
Os verdadeiros apreciadores dizem que esta variedade é considerada a crème de la crème dos queijos.
Conheça este rum premium produzido na Guatemala. P. 94 WHISKY BULLEIT RYE
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Um clássico é sempre um clássico. Por isso, exija sempre o melhor como é o caso deste whisky.
Vinhos Bairrada Aequinoctium
P. 98 CRÓNICA
A enóloga Martta Reis Simões, da Quinta da Alorna, sugere-lhe o prato adequado a cada vinho.
É na Carvalheira que se produzem estes vinhos de elevada qualidade e distinção.
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ATUALIDADE
NOTÍCIAS CONHEÇA AS MARAVILHOSAS NOVIDADES GASTRONÓMICAS DESTA RENTRÉE QUE PODE ENCONTRAR NO CLUB DEL GOURMET.
ESPUMANTE BLANC DE NOIRS 2011 RIBEIRO SANTO PÉROLA DO DÃO
o AÇORDA RÁPIDA E CHUTNEYS COMPOTAS & CHUTNEYS
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QUE DELÍCIA!
Compotas & Chutneys é uma empresa de origem portuguesa, sediada em Estremoz, que produz compotas e chutneys que impressionam pela sua extrema qualidade e paladar únicos. Estas preciosidades são produzidas por Maria João Cortes, de forma totalmente artesanal, sem qualquer adição de corantes ou conservantes, com matéria-prima de elevada qualidade adquirida nos produtores locais. A açorda rápida de coentros ou poejos e os chutneys de cogumelos, de cenoura com noz, verde ou de tomate seco são apenas alguns dos exemplos destas verdadeiras relíquias gourmet 100% naturais, vegetais e artesanais.
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Espumante Blanc de Noirs 2011 é uma verdadeira pérola da Região Demarcada do Dão, uma das mais antigas regiões vitivinícolas de Portugal. As características dos seus vinhos são fortemente marcadas pelo terreno granítico e pelo facto de as vinhas se encontrarem inseridas em florestas de pinheiros e eucaliptos. De cor ligeiramente salmonada, aromático, com notas minerais, frutos secos e citrinos, este é um espumante de boa acidez, bolha fina e delicada e cremosidade no final longo. Ideal para ser servido num momento especial!
ATUALIDADE
AZEITE VIRGEM EXTRA DOMNA IN S DO ALENTEJO PARA A SUA MESA
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nspirado na tradição e na sabedoria de quem conhece a sua terra e dela retira o melhor, o Azeite Virgem Extra Domna Inês é um azeite de excelência, com carácter intenso e frutado, proveniente de uma cuidadosa seleção de azeitonas frescas e verdes, que lhe conferem um toque picante e aveludado, surpreendentemente agradável, ideal para degustação, entradas e temperos. Deixe-se envolver pelos seus encantos inebriantes!
KOPKE VINHAS VELHAS DOURO TINTO 2010 QUALIDADE E PRESTÍGIO
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stabelecida em 1638 pela família alemã Kopke, a Casa Kopke é a mais antiga marca no sector de vinhos do Porto. Tendo tido ao leme diversos representantes da família Kopke, ao longo de quatro séculos, a qualidade e a fama dos seus vinhos foram ganhando cada vez maior reputação. Em 2006, a C.N. Kopke é adquirida pelo grupo Sogevinus, mantendo a marca de vinho do Porto Kopke enquanto símbolo de qualidade e prestígio no sector, comprovados por inúmeros prémios detidos pela marca em variados concursos internacionais. O Kopke Vinhas Velhas Tinto 2010 é um dos vinhos surpreendentes que ali se produzem.
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PAT +
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SURPREENDA-SE!
Patê + está no mercado desde novembro de 2013 com patês deliciosos, quer de origem animal quer de origem vegetal. Assente no conceito de dieta mediterrânica, a partir de matérias-primas nacionais, este projeto do Alto Alentejo, mais precisamente de Vaiamonte no concelho de Monforte, disponibiliza no mercado, além deste delicioso patê de pato aromatizado a lima, mais seis variedades de patê que são um sucesso: porco preto duas pimentas, amêndoa torrada, castanha, dois espargos, três cogumelos e alcachofra. De forma a garantir a máxima satisfação dos seus consumidores, esta marca tem desenvolvido parcerias com produtores portugueses em diferentes sectores tais como agrícola, pecuária e pescas, onde encontra os produtos de melhor qualidade. Um produto gourmet que não desilude!
SHOPPING
CABAZES
DE NATAL
Bandeja de vime com tela
Um presente personalizado
Bandeja pe pequena
o
Cesto de piquenique médio
Club del Gourmet dá-lhe a oportunidade de oferecer um presente personalizado que vá ao encontro dos gostos de cada familiar ou amigo. Escolha os seus produtos preferidos, a forma original como os vai apresentar e terá um resultado que poderá apreciar de imediato. Pode fazer diferentes combinações com as sugestões que lhe deixamos…
Cesto de piquenique grande
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CABAZES DE NATAL
Estojo para garrafas
Caixa para garrafas
Caixa redonda pequena
Caixa de cocktail
Caixa oval mĂŠdia
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SHOPPING
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AS NOSSAS SUGESTÕES PARA PRESENTES CABAZES DE NATAL
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MUNDO GASTRONÓMICO
MUNDO GASTRONÓMICO EXTREMADURA 12
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EXTREMADURA
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MUNDO GASTRONÓMICO
EXTREMADURA
O legado da História Entre o curso de dois grandes rios, o Tejo e o Guadiana, estende-se a Extremadura, uma Comunidade Autónoma que soube gerir magistralmente História, natureza e gastronomia para vislumbrar um futuro promissor. Uma região que esconde as melhores tradições de Espanha. Texto: Pau Salvà
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inda que possa parecer estranho aos que não conhecem a história da Extremadura, o seu passado foi de um esplendor tal que, no tempo dos romanos era considerada uma das províncias mais importantes do Império. O seu nome, Lusitânia, compreendia parte da atual Comunidade Autónoma e de Portugal. O centro de operações, Emerita Augusta (atualmente Mérida), foi fundado no ano 25 a.C. e foi considerada uma das dez cidades mais importantes de todo o Mediterrâneo. Mérida, atual capital da Comunidade Autónoma, conserva um dos conjuntos arqueológicos desta época mais importantes e extensos de Espanha. Na verdade, em 1993 entrou na lista do seleto grupo das cidades Património da Humanidade da UNESCO.
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As suas famosas antiguidades estão localizadas, na grande maioria, no centro histórico: o teatro, o anfiteatro, o circo romano, o Aqueduto dos Milagres, o Templo de Diana, o Pórtico do Foro, o Arco de Trajano ou a Casa de Mitreo. Toda uma viagem à época do Império Romano dentro das suas muralhas. Mais além do muro defensivo da cidade, também se encontra outros vestígios do passado: as represas de Cornalvo e Prosepina, o aqueduto de São Lázaro, a ponte sobre o rio Guadiana ou as termas de Alenge, situadas a 18 quilómetros de Mérida. O CAMINHO DA PROSPERIDADE Outro dos sinais da identidade romana ficou gravado na Via da Prata, uma calçada que liga Mérida a Astorga, ao longo de 470 km, e que continua a estruturar a parte ocidental de Espanha. A sua im-
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EXTREMADURA LEÓN
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Ru nas do teatro romano de Mérida. Na p gina de abertura, vista de Trujillo.
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OUTRA DAS VISITAS OBRIGATÓRIAS: AS RUÍNAS ROMANAS DE CÁPARRA
Em cima, vista de Hervas (Cáceres). Sobre estas linhas, ruínas romanas de Cáparra.
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portância foi crucial ao longo da História, principalmente para o desenvolvimento socioeconómico das comunidades da Extremadura e de Castela e Leão. Neste caminho milenar destacam-se duas localidades: Plasencia e Hervás. A primeira foi habitada por romanos e árabes antes da sua fundação, em 1186. A importância histórica de Plasencia reside no facto de ser uma cidade que permitiu a convivência entre árabes, cristãos e judeus, o que promoveu o seu desenvolvimento. Inclusivamente, D. Fernando, o Católico escolheu esta cidade como residência. Para a descobrir, é preciso passear pelas suas ruas antigas e bonitas, até chegar à Plaza Mayor, a Catedral Velha e a Nova. A partir daqui pode-se continuar a percorrer a História através do Convento Las Claras, a Casa Palácio dos Monroy ou o próprio Hotel Nacional. Mas se a natureza é outro passatempo, nada melhor que desfrutar dos parques verdes de Plasencia - Los Pinos, La Coronación, Los Caídos, La Isla, El Cachón y San Antón -, além de fazer canoagem ou caminhadas no seu variado património natural. As ruínas romanas de Cáparra são outra das visitas obrigatórias de Plasencia, a capital do Vale de Jerte. Nelas encontra-se o monumento mais importante e mais bem conservado da Via da Prata: o Arco de Cáparra. E, claro, não é permitido deixar a zona sem provar a maior delícia deste vale: as cerejas, com denominação de origem, uma delícia para paladares exigentes. A localidade de Hervás é um conjunto Histórico-Artístico, com um bairro judeu que deixou uma marca permanente. É um
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EXTREMADURA
Os campos da Extremadura são o habitat mais importante do porco ibérico.
dos mais bem conservados do país e conta com a rua mais estreita de Espanha: a Travesía del Moral, com apenas metro e meio de largura. UM CULTO AO PALADAR Em qualquer cidade ou vila da Comunidade podem ser degustados os pratos típicos de uma gastronomia que tem como bandeira o presunto ibérico. A sua denominação de origem Dehesa de Extremadura e os seus porcos alimentados a bolota enchem a sua cozinha de sabores, texturas e fragrâncias particulares. A sua cozinha é simples, mas delicio-
sa: guisados, migas, chanfainas, zorogollos, leitão, cuchifrito... Ou as sobremesas: técula mécula, arrope, perrunillas, bollos de chicharrones, hornazos, sapillos, repápalos de leche... E não podemos esquecer o mel de Villuercas-Ibores, também com Denominação de Origem. Para os amantes de queijo, a Extremadura é um altar: Torta del Casar, queijos de La Serena e Los Ibores (todos com Denominação de Origem), quesaíllas das cabras de La Raya, queijo de cabra de Gata, de Las Hurdes, Castiblanco, de La Vera… Mas a extraordinária qualidade não se esgota aqui:
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MUNDO GASTRONÓMICO
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A ZONA ANTIGA DE CÁCERES É UMA DAS MAIS BEM CONSERVADAS DA EUROPA
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EXTREMADURA DURA
Na p gina à esquerda, a Plaza Mayor de C ceres. Ao lado, em cima, o restaurante Atrio (duas estrelas Michelin). Em baixo, o Mosteiro de Guadalupe e enchidos t picos da Extremadura.
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CÁCERES, HISTÓRIA EM CADA ESQUINA Entre tanta beleza natural e histórica, o viajante tropeça, quase sem querer, numa imponente cidade, declarada Património Mundial pela UNESCO em 1986: Cáceres. A zona antiga é uma das mais bem conservadas da Europa. Nela erguem-se edifícios da Idade Média e do Renascimento, sobretudo. Dentro das suas muralhas encontra-se a maior parte da sua história: a Catedral de Santa Maria, o Palácio das Veletas, os palácios dos Golfines, a Casa do Sol ou a Torre de Bujaco. Esta febre monumental começou a 23 de abril de 1229, o dia em que a cidade foi reconquistada por Alfonso IX, e atingiu o seu esplendor máximo no reinado dos Reis Católicos. A localidade remonta ao ano 34 a.C., quando Cayo Norbano Flaco fundou a Norba Caesarina, antigo nome de Cáceres. A qualidade dos seus restaurantes também está presente na cidade. Deles destacam-se: Atrio (duas estrelas Michelin), Torre de Sande & Castillo de La Arguijuela, La Minerva, Madruelo, Tapería Yuste ou Bouquet Tapería Restaurante. Cozinhas diferentes para paladares e carteiras diferentes. Sem esquecer, claro, a quantidade de restaurantes com comida
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o azeite de Monterrubio de la Serena, o pimentão de Vera ou os vinhos da Ribeira do Guadiana são alguns dos muitos exemplos de como a tradição e a História estão no ADN da sua própria gastronomia.
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na autóctone, como o grifo, o falcão-peregrino, a águia-de-Bonelli e o bufo-real. No entanto, o que torna a paisagem idílica é o rio Tejo e o seu afluente Tiétar: nas suas margens, todo um leque de aves, como o rouxinol, o martim-pescador e o corvo-marinho, entre outros. A pé ou de carro, as suas rotas oferecem uma área onde se pode desfrutar de um simples passeio ou de uma caminhada mais técnica. Depende do nível do caminhante.
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A famosa Torta del Casar.
tradicional, de uma qualidade ímpar, que se pode encontrar em cada esquina. A beleza da província de Cáceres não se espalha apenas da capital. Nos arredores, pequenas localidades e espaços naturais oferecem um leque de rotas interessantes. Um destes destinos é Trujillo, famosa pelo castelo, situado na parte mais alta da cidade, e por ser berço dos grandes conquistadores: Francisco Pizarro (descoberta do Peru) e Francisco de Orellana (rio Amazonas). A Semana Santa do município é famosa em toda a Espanha, sobretudo o Domingo de Ressurreição, conhecido como a festa de Chíviri, na qual o povo de Trujillo canta e dança canções típicas, envergando o traje tradicional. Para completar a visita, nada melhor que aproximar-se de Alcántara, com uma ponte romana magnífica sobre o rio Tejo, e Guadalupe, com o Real Mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe, declarado Património da Humanidade pela UNESCO. Outra opção interessante: o Parque Nacional de Monfragüe, no qual se pode desfrutar da sua fau-
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BADAJOZ, O ENCLAVE ÁRABE Passear pelas ruas da capital é como mergulhar na história da cidade, fundada no ano 892 por Ibn Marwan: Casas Mudéjares, Casas Coloradas, Alcabaza... Mas o passar do tempo foi generoso com as construções, e os monumentos de Badajoz são incontáveis: Catedral de São João Batista, Ermida da Soledad, Giralda, Plaza Mayor, Plaza de Cervantes ou casas senhoriais. Aliás, a cultura contemporânea também está presente no Palácio de Congressos e no MEIAC (Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo). A cidade está pensada para ser apreciada a pé, caminhar entre os seus numerosos parques (La Galera, La Legión, ou Alcabaza) ou contemplá-la desde as suas muralhas. Ainda que a cozinha de Badajoz não seja muito conhecida, pertence ao seleto grupo de Saborea España, juntamente com San Sebastián, Valladolid, Zaragoza, Santiago e Gijón, entre outras. A sua variedade gastronómica vai desde a singularidade gastronómica dos seus pequenos-almoços até à riqueza das suas tapas ou dos pratos dos seus restaurantes mais finos. Alderabán, Lugaris, Marchivirito, El Sigar, Dosca II, Lex, El Horno, Los Monjes, Mirador del Guadiana ou Azcona são lugares para saborear as especialidades culinárias locais. A natureza em estado puro pode ser encontrada
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EXTREMADURA
Pal cio de Congressos de Badajoz.
BADAJOZ É UMA CIDADE PENSADA PARA SER VISITADA A PÉ 21
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MUNDO GASTRONÓMICO
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EXTREMADURA
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muito perto de Badajoz, nos Parques Naturais de Cornalvo e Alqueva, banhados pelo rio Guadiana. O primeiro deve o seu nome à forma de corno do seu reservatório, construído para abastecer a Emerita Augusta, e as águas do rio Albarregas. Mas os restos romanos de Cornalvo vão mais além: canais subterrâneos de água, fontes, calçadas, pontes e até postos de vigilância. O rio Aljucén e os ribeiros de Muelas e Fresnada hidratam o bosque e ajudaram à proliferação de peixes endémicos, como o verdemã, a boga-de-rio, a boga-de-boca-arqueada ou o saramugo. E na fauna, o lince, as cegonhas, brancas ou negras, o peneireiro-cinzento ou o falcão-abelheiro são algumas das espécies que se podem avistar num passeio lento. Alqueva é o eixo do Parque Temático Natural do Alqueva, fundamental para todos os que gostem de atividades ao ar livre. Tem uma Zona de Especial Proteção para as Aves (ZEPA) na qual se pode contemplar numerosas espécies, além de corredores ecofluviais. O parque rodeia o Alqueva, e dele formam parte as localidades de Olivenza, Alconchel, Cheles, Táliga e Villanueva del Fresno. No total, 1200 quilómetros de costa interior, formando o maior lago artificial da Europa ocidental. E aqui as atividades são muitas: pescar, explorar castelos e vilas medievais, fazer parapente, ir num safari e fotografar a natureza, desfrutar da gastronomia. Um lugar para viver uma experiência inesquecível, como em qualquer ponto da Extremadura.
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NO PARQUE NATURAL DO ALQUEVA PODE-SE DESENVOLVER INÚMERAS ATIVIDADES
Natureza em estado puro: na outra p gina, Alqueva. Em cima, Parque de Monfragüe.
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EXTREMADURA
ASSADOS OS PIMENTOS, PELE-OS E TEMPERE COM AZEITE E PAPRICA
APERITIVO
Zorongollo (salada de pimentos assados) e presunto INGREDIENTES 1 PIMENTO VERMELHO • FATIAS DE PRESUNTO • 1 CEBOLA • 1 CEBOLO • SAL • AZEITE • PIMENTA
PREPARAÇÃO DIFICULDADE:
Baixa TEMPO:
40 minutos SERVIR:
À temperatura ambiente
Asse o pimento no forno a 200ºC, até que esteja tenro. Deixe arrefecer e limpe-o de pele e sementes. Corte em 4 fatias muito finas. Corte a cebola em tiras muito finas e o cebolo em rodelas. Frite-os até que
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fiquem crocantes. Sobre uma fatia de pão – ou numa colher de aperitivo – enrole umas quantas tiras de pimento com um garfo, tempere com azeite, pimenta e sal. Ponha por cima a cebola e o cebolo fritos. Servir com algumas fatias de presunto.
ALPES
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TEMPORADA ALTA PARA FAZÊ-LO DE FORMA ARTESANAL, ESMAGUE NUM ALMOFARIZ OS ESPARGOS COM OS ALHOS E AS GEMAS
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EXTREMADURA
SOPA
Gaspacho de espargos INGREDIENTES 1 MOLHO DE ESPARGOS • 2 OVOS COZIDOS • 2 FATIAS DE PÃO • 2 DENTES DE ALHO • 1 LITRO DE ÁGUA • SAL, PIMENTA, VINAGRE • AZEITE
PREPARAÇÃO
DIFICULDADE:
Baixa TEMPO:
20 minutos SERVIR:
À temperatura ambiente ou frio
Lave os espargos e corte-os em bocados. Pele os alhos. Aqueça 50 ml de azeite e frite nele os alhos inteiros até ficarem dourados. Retire os alhos e coloque os espargos. Deixe fritar 5 minutos, retire e escorra-os sobre papel absorvente. Corte o pão em dados e frite-os no azeite que resta. Quando estiverem dourados, retire-os e escorra em papel de cozinha. Descasque os ovos e separe as gemas das
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claras. Reserve umas pontas de espargos e coloque o resto num robot de cozinha juntamente com os alhos fritos e as gemas, tempere de sal e pimenta e triture grosseiramente. Coloque num recipiente e vá juntando água a pouco e pouco, à medida que vai misturando. Junte o vinagre no fim e retifique o sal. Ao servir, decore com as pontas dos espargos reservadas, as claras picadas e o pão frito desfeito.
EXTREMADURA
PRATO PRINCIPAL
Escabeche de truta do Jerte INGREDIENTES 4 TRUTAS SEM PELE NEM ESPINHAS • SAL • 1 OVO • 100 G DE FARINHA • 250 ML DE AZEITE • 1 CEBOLA • 2 CENOURAS • 1 CURGETE • 2 FOLHAS DE LOURO • 1 COLHER DE CHÁ DE BAGAS DE ZIMBRO (OU GRÃOS DE PIMENTA) • 3 DENTES DE ALHO • 150 ML DE VINAGRE BRANCO • 100 ML DE ÁGUA • 4 RAMINHOS DE ERVAS FRESCAS (TOMILHO, ALECRIM…)
PREPARAÇÃO
DIFICULDADE:
Baixa TEMPO:
30 minutos SERVIR:
À temperatura ambiente, ou fresco
Tempere as trutas com um pouco de sal. Passe-as ligeiramente pelo ovo batido, de seguida pela farinha e frite-as numa frigideira com óleo. Quando estiverem douradas de ambos os lados escorra-as sobre papel absorvente. Reserve. Descasque as cebolas e os alhos e corte em rodelas. Corte as cenouras em rode-
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las e a curgete em forma de palitos. Ponha o azeite num tacho e refogue a cebola, os alhos e a cenoura. Quando estiverem tenros (aprox. 8-10 minutos), junte a curgete, o vinagre, a água, o zimbro ou pimenta, o louro e as ervas: deixe cozer mais cerca de 4 minutos. Deite, ainda quente, sobre as trutas e deixe arrefecer. Sirva com batatas ao vapor.
ALPES
TEMPORADA ALTA PARA QUE TENHA UM SABOR MEMORÁVEL, PREPARE-O DE VÉSPERA
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ALPES
EXTREMADURA O CREME PODE SER DE COMPRA E ACOMPANHAR COM MOLHO DE CHOCOLATE, NATAS OU GELADO
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EXTREMADURA
SOBREMESA
Sonhos com creme INGREDIENTES 200 G DE ÁGUA • 80 G DE MANTEIGA • 1 PITADA DE SAL • 120 G DE FARINHA • 4 OVOS PARA O CREME • 500 ML DE LEITE • 1 PAU FINO DE CANELA • 4 GEMAS DE OVO • 60 G DE AÇÚCAR • 45 G DE MAIZENA
PREPARAÇÃO
DIFICULDADE:
Média TEMPO:
30 minutos SERVIR:
Acabado de fazer
Para os sonhos, ponha numa tigela a água, a manteiga cortada em bocados e o sal. Leve ao fogo e quando começar a ferver deite a farinha de uma vez só e vá mexendo até que a massa deixe de colar às paredes do tacho. Retire e deixe arrefecer. Junte os ovos, um a um, batendo antes de cada incorporação. Deixe a massa arrefecer. Para fazer o creme, leve ao lume o leite com a canela. Ao mesmo tempo, bata as gemas com o açúcar e a Maizena. Quando o leite estiver quase a ferver, deite metade nas gemas, usando um coador. Mexa muito bem
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para homogeneizar e verta o resto do leite. Leve ao fogo e continue a mexer até que o creme fique espesso. Retire do lume, cubra com película aderente e deixe arrefecer por completo. Quando a massa dos sonhos estiver fria, leve ao lume uma frigideira com óleo abundante, ponha a massa num saco de pasteleiro e deite porções de massa no óleo quente. À medida que vão ficando dourados, retire e escorra sobre papel absorvente. Ponha o creme num saco de pasteleiro, faça um pequeno corte nos sonhos e recheie-os. Polvilhe com açúcar e sirva.
ÉPOCA ALTA
ÉPOCA ALTA
MOLHO FRANCESINHA HOT
À moda do Porto!
Molho Francesinha Hot, 360 ml
É difícil resistir a uma boa francesinha, uma premiada iguaria do Norte agora enriquecida com o nosso delicioso Molho Francesinha Hot.
Fotografia: Lemonnierfoto
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r ao Porto e não comer uma francesinha é como ir a Roma e não ver o Papa. Esta verdadeira iguaria gourmet tem conquistado adeptos por toda a parte e até já foi eleita por um site internacional como uma das melhores sanduíches do mundo! Mas, afinal, o que é que a francesinha tem? Uma das principais teorias sobre a origem deste prato remonta ao contexto da Guerra Peninsular, em que era usual entre as tropas napoleónicas regalarem-se com uma sandes de pão de forma enriquecida com toda a espécie de carnes e muito queijo. De qualquer forma, na altura, esta especialidade não incluía,
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ainda, o maravilhoso molho que a tornou única. Hoje em dia, existe um consenso na atribuição dos créditos da criação da francesinha a Daniel David Silva, empregado do restaurante A Regaleira na década de 50, que ao regressar de França, onde tinha trabalhado toda a vida na área da restauração, nos trouxe este prato típico do Porto, uma inovação da conhecida croque-monsieur. A francesinha é, normalmente, composta por linguiça, salsicha fresca, fiambre, carnes frias, bife de vaca ou lombo de porco e coberta com queijo derretido. Depois, o seu maior segredo, está no molho com que é regada, uma tarefa facilitada com o Molho Francesinha Hot.
ESPECIARIAS REGIONAL CO.
A FRANCESINHA É UMA IGUARIA QUE DERIVA DA CONHECIDA CROQUE-MONSIEUR 35
MERCEARIA
MERCEARIA
BATATAS FRITAS COM SAL MARINHO YORKSHIRE
Cá vai uma, cá vão duas… As batatas fritas são um snack de presença obrigatória em qualquer convívio entre amigos. Delicie-se sem culpas!
Fotografia: Lemonnierfoto
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Batatas fritas com sal marinho Yorkshire, 100 g
s batatas fritas são um snack ao qual é muito difícil resistir e quase impossível comer só uma! Quando começamos, só nos damos por satisfeitos quando chegamos ao fim do pacote. Ainda mais difícil é resistir às maravilhosas batatas fritas com sal marinho Yorkshire, a desculpa perfeita para nos deliciarmos num convívio entre amigos.
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Produzidas por uma família de agricultores com base em Sheffield, estas batatas fritas usam variedades de batata e mandioca cultivadas por agricultores locais. Na sua confeção, são fritas em óleo de girassol puro e aromatizado com apenas ingredientes 100% naturais - sem MSG, conservantes, corantes ou aromas artificiais. O mais difícil, como já dissemos anteriormente, vai ser mesmo comer só uma!
ESTAS BATATAS SÃO FRITAS EM ÓLEO DE GIRASSOL PURO E AROMATIZADO APENAS COM INGREDIENTES 100% NATURAIS 39
MERCEARIA
AS BOLACHAS FARMHOUSE SÃO CONFECIONADAS SEGUNDO OS MÉTODOS TRADICIONAIS E COM OS MELHORES INGREDIENTES
Bolachas Farmhouse Triple Chocolate Chunk, 150 g
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BOLACHAS FARMHOUSE TRIPLE CHOCOLATE CHUNK
Quem lhes resiste? Do tradicional ritual britânico do Chá das Cinco nasceram as bolachas Farmhouse, que são absolutamente deliciosas!
Fotografia: Lemonnierfoto
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Farmhouse é uma conhecida marca britânica, cujos bolachas e biscoitos já ganharam fama em todo o mundo. No caso concreto das bolachas Triple Chocolate Chunk apenas lhe podemos dizer que o melhor vai ser pôr a dieta de lado e deliciar-se sem culpas. Estas bolachas, tal como todos os
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produtos da marca Farmhouse, são fabricadas segundo os método tradicionais e apenas são utilizados na sua confeção ingredientes da melhor qualidade que provêm de diversas partes do mundo. As receitas ancestrais são mantidas no segredo dos deuses e esta marca familiar nasceu da paixão de uma família pela doçaria britânica que acompanha e protagoniza o tradicional ritual do Chá da Cinco.
MERCEARIA
AZEITE VIRGEM EXTRA CHOUSAS NOSTRAS
Por um fio O azeite é uma verdadeira relíquia da gastronomia mediterrânica que enriquece saberes e sabores.
Fotografia: Lemonnierfoto
e
ste azeite de sabor fino e delicado nasceu a partir do projeto Gerações de Xisto, um conceito criado pela vontade imensa de jovens descendentes de duas famílias transmontanas – a família Sousa Grandão e a família Lobão - , apaixonados pela sua terra e apostados em preservar o património rural familiar e as tradições herdadas das anteriores gerações. No seio de uma aldeia tipicamente portuguesa, parada no tempo mas
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Azeite Virgem Extra Chousas Nostras, 500 ml
que preserva todos os seus valores arquitetónicos, tradições e modos de vida fortemente ligados à agricultura, decidem, em parceria, juntar forças e ideias e, assim, gerir as casas agrícolas de família que herdaram e dar uma renovada continuidade ao seu património. Desta moderna visão de restaurar tradições nasceu a marca Chousas Nostras, com âncora na produção de azeites, tirando o melhor partido de olivais centenários, agora convertidos em espaços de ensaio na busca de novos sabores e aromas.
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MERCEARIA
O AZEITE VIRGEM EXTRA CHOUSAS NOSTRAS FAZ PARTE DO PROJETO TRANSMONTANO GERAÇÕES DE XISTO
PARA 4 PESSOAS
Sopa fria de beterraba e toranja INGREDIENTES 2 CEBOLAS FRESCAS • 1 TALO DE AIPO • 1 COLHER DE SOPA DE MANTEIGA • 400 G DE BETERRABA COZIDA • 1 TORANJA • ÁGUA • AZEITE • SAL E PIMENTA • CEBOLINHO • CROUTONS
PREPARAÇÃO
Coloque ao lume uma panela com as cebolas picadas, o aipo cortado em lâminas, a manteiga, tempere com sal e pimenta e refogue até a cebola estar tenra. Junte a beterraba em cubos, cerca de 1/5 litro de água, o sumo da beterraba e triture com a varinha mágica ou no copo liquidificador e deixe arrefecer. Distribua a sopa pelos pratos, regue com azeite, salpique com cebolinho e sirva com croutons.
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GRANDES CHEFS
ANTÓNIO NOBRE
A tradição ainda é o que era Com um estilo criativo, de inspiração mediterrânica mas com respeito pelos sabores tradicionais portugueses, o chef António Nobre dá cartas na cozinha dos M’Ar de Ar Hotels, em Évora Texto: Sandra Cáceres Monteiro
t
al como a maior parte das crianças do seu tempo, o chef António Nobre também sonhou ser polícia ou bombeiro, mas o destino ditou que enveredasse pelo mundo da gastronomia, uma arte que tem praticado com muita sabedoria e dedicação pela planície alentejana. Como é que começou o seu fascínio por este mundo da gastronomia? Tudo começou quando fui para a Marinha de Guerra Portuguesa, para cumprir o serviço militar obrigatório. Para não ficar básico (a limpar a parada e as beatas dos colegas), fui quase obrigado a tirar um curso. Havia vários cursos, de diversas áreas, mas eu candidatei-me em primeiro lugar a empregado de mesa, em segundo a padeiro e, por último, a cozinheiro. E foi assim que ganhei o gosto… Lembra-se do primeiro prato que aprendeu a fazer? Sim, lembro-me perfeitamente… Omeletas! (risos)
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Ser chef de cozinha era um sonho de infância? Que outras profissões quis ser? Nunca me passou pela cabeça ser cozinheiro e muito menos chef de cozinha. Lembro-me de querer ser polícia e bombeiro, como a maioria das crianças do meu tempo. Como tem sido o seu percurso até aqui? Tem sido um percurso muito pelo Alentejo, sempre trabalhei nesta região. De qualquer forma, fiz também algumas formações no estrangeiro, o que é muito importante, e aconselho mesmo todos os jovens que querem enveredar por esta área a fazê-lo. Onde é que vai buscar inspiração para os seus pratos? Inspiro-me numa ida a uma horta, ao talho, à peixaria, ao mercado… E nas conversas que tenho com quem produz as maravilhas da nossa terra. Às vezes basta-me cheirar e mastigar um ramo de ervas aromáticas e a cabeça começa logo a idealizar pratos, a juntar sabores… Trocar experiências com outros colegas também ajuda, assim como discutir os menus dos
RECEITAS
restaurantes com a minha equipa de cozinha e sala. A inspiração é infinita! E quem é que têm sido as suas grandes referências? Uma grande referência para mim foi e continua a ser o Santi Santamaria, um famoso chef espanhol, falecido em 2011. Tenho todas as obras dele! Como é que definiria o seu estilo de cozinha? É uma cozinha criativa, de inspiração mediterrânica, com respeito pelos sabores tradicionais portugueses. Gosta de improvisar ou prefere seguir as receitas à risca? Há receitas que não dá para improvisar, como por exemplo as receitas de doçaria conventual. Já nos pratos salgados, por vezes gosto de improvisar e posso dizer que tenho tido agradáveis surpresas. A gastronomia está na moda. Acha que, tal como a moda, também é feita de tendências e de ciclos? Sem dúvida que está na moda, e ainda bem, mas o que nunca vai sair de moda é a nossa gastronomia portuguesa. É esta que é a mais recordada, principalmente pelos portugueses que por diversas razões têm de sair do nosso país. Quando não está na cozinha como é que passa os seus tempos livres? Gosto de passear, de ir a outros restaurantes… Mas não me recordo de nenhum dia que tenha passado sem folhear um livro ou uma revista de gastronomia. É o meu maior vício! Considera-se um bom garfo? Considero-me um garfo que gosta de provar tudo. Não há nada de que não goste! Qual é a sua opinião sobre os programas de televisão como o Masterchef, por exemplo, que dão a conhecer novos talentos da gastronomia?
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GRANDES CHEFS
60 SEGUNDOS Prato favorito… Cozido à portuguesa. Três ingredientes indispensáveis na sua despensa… Azeite, alhos e coentros. Doces ou salgados? Salgados. Música para ouvir enquanto confeciona um prato especial… Música calma e portuguesa. O prato que os amigos mais lhe pedem para fazer… Bacalhau com natas e espinafres. Um país que o inspira a nível gastronómico… Itália. A coisa mais estranha que comeu até hoje…. Escaravelho (risos). E a mais agradavelmente surpreendente? Foie gras.
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ANTÓNIO NOBRE
“ÀS VEZES BASTA-ME CHEIRAR E MASTIGAR UM RAMO DE ERVAS AROMÁTICAS E A CABEÇA COMEÇA LOGO A IDEALIZAR PRATOS, A JUNTAR SABORES…”
Acho esse tipo de programas muito importante pois ensinam as pessoas que estão a participar, e também a quem eles assiste, a cozinhar e a aprender truques de cozinha. Hoje em dia há muita concorrência nesta área. Quais são as qualidades essenciais para se ser um bom chef? Existem tantas, mas vou citar apenas algumas: ter paixão pela profissão; fazer sempre, e cada vez melhor, o nosso trabalho aprendendo com os erros; consultar muitos artigos de gastronomia, sejam livros, revistas, ou artigos online; saber dialogar com os colegas, respeitando-os para que eles também nos possam respeitar e o trabalho correr bem.
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GRANDES CHEFS DELICATESSEN
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ANTÓNIO NOBRE
RECEITA PARA 4 PESSOAS
DICA PARA KG DE SAPATEIRA SÃO NECESSÁRIAS G DE SAL GROSSO, POR CADA LITRO DE ÁGUA, E MAIS OU MENOS MINUTOS DE COZEDURA
Folhado de sapateira com sementes de sésamo, salada de rúcula selvagem, rabanetes e pistachos INGREDIENTES MASSA FOLHADA: 160 G DE MASSA FOLHADA (CONGELADA) • 1 OVO • Q.B. DE ÁGUA • 8 G DE SEMENTES DE SÉSAMO. RECHEIO DE SAPATEIRA: 320 G DE CARNE DE SAPATEIRA (COZIDA) • 1 OVO COZIDO • 10 G DE PICKLES • 2 G DE SALSA PICADA • 2 G DE CEBOLINHO PICADO • Q.B DE CERVEJA NACIONAL • 40 G DE MAIONESE DE AZEITE • 10 G DE MOLHO KETCHUP • Q.B DE SAL FINO • Q.B DE PIMENTA BRANCA MOÍDA NO MOMENTO. SALADA DE R CULA SELVAGEM: 120 G DE RÚCULA SELVAGEM • 80 G DE RABANETES • 20 G DE MIOLO DE PISTACHOS.
PREPARAÇÃO
QUANDO
Todo o ano. DIFICULDADE
Baixa. TEMPO
45 minutos (caso a sapateira já esteja cozida). SERVIR
Frio.
Da massa folhada: Com a ajuda de um corta-massas, corte a massa folhada da forma que desejar. Pique a massa com um garfo e pincele com gema de ovo diluída num pouco de água. Polvilhe com as sementes de sésamo. Coloque num tapete de silicone e leve ao forno a 175ºC durante mais ou menos 12 minutos e reserve.
Do recheio de sapateira: Coloque todos os ingredientes numa tigela e misture tudo com a ajuda de uma colher. Retifique o tempero e reserve no frigorífico. Da salada de rúcula selvagem: Misture todos os ingredientes numa tigela.
EMPRATAMENTO
Abra o folhado ao meio, recheie com a pasta de sapateira e acompanhe com a salada.
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GRANDES CHEFS
RECEITA PARA 4 PESSOAS
Lombinho de porco de raça alentejana recheado com camarão, migas de espargos verdes e pérolas de pera com pó de laranja INGREDIENTES LOMBINHOS: 800 G DE LOMBINHO DE PORCO DE RAÇA ALENTEJANA • 120 G MASSA DE PIMENTÃO DA HORTA • SAL FINO • 400 G DE CAMARÃO (CALIBRE 30/40) • 2 DL DE AZEITE • 4 DENTES DE ALHO. MIGAS DE ESPARGOS VERDES: 320 G DE ESPARGOS VERDES • 600 G DE MIOLO DE PÃO ALENTEJANO DE VÉSPERA • 1 DL DE AZEITE • 2 OVOS • 1 FOLHA DE LOURO • 2 DENTES DE ALHO • SAL. PARA AS PÉROLAS DE PERA: 2 PERAS • 250 ML DE ÁGUA • 40 G DE AÇÚCAR. P
DE LARANJA: 1 LARANJA
PREPARAÇÃO
QUANDO
Todo o ano. DIFICULDADE
Média. TEMPO
1 hora e 15 minutos. SERVIR
Quente.
Dos lombinhos: Corte os lombinhos de porco em pequenos bifes e bata com o martelo. Tempere-os com massa de pimentão de ambos os lados. Entretanto, descasque o camarão, deixe o rabo, retire a tripa e tempere com sal fino. Enrole o camarão no bife e prenda com 2 palitos. Leve uma frigideira ao lume com azeite e os alhos esmagados. Quando estiverem dourados core os lombinhos de todos os lados. Leve ao forno a 170ºC durante mais ou menos 6 minutos e reserve em local quente. Das migas de espargos verdes: Com a ajuda de um descascador de espargos, raspe-os e lave-os em água corrente. Coza os espargos em água, com um pouco de sal. Reserve a água da cozedura. Pique os espargos com uma faca. Faça um refogado com azeite, alho picado e louro, e quando o alho estiver dourado junte os espargos e o sal. Deixe refogar.
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Adicione um pouco da gordura proveniente da carne. Corte o pão em fatias finas e coloque no tacho onde refogou os espargos e adicione um pouco de água quente da cozedura. Tape o tacho durante 4 minutos. Destape o tacho e com uma colher de pau bata a mistura e junte os ovos. Envolva tudo formando uma bola. Quando estas descolarem do tacho estão prontas. Das pérolas de pera: Leve um tacho ao lume com a água e o açúcar. Deixe ferver e brinja as pérolas de pera (feitas com a ajuda de um utensílio próprio). Retire e deixe arrefecer à temperatura ambiente. Do pó de laranja: Descasque a casca da laranja muito fininha e coloque numa travessa perto da zona quente da sua cozinha (perto do fogão ou em cima do forno, por exemplo). Quando estiver seca triture, reserve num frasco e feche hermeticamente. Guarde em local seco e utilize quando necessitar.
RECEITAS
DICA CONGELE AS CASCAS E AS CABEÇAS DO CAMARÃO PARA, MAIS TARDE, AROMATIZAR CALDOS, MOLHOS OU PARA DAR MAIS SABOR A UM ARROZ DE TOMATE, POR EXEMPLO
EMPRATAMENTO
Polvilhe as pérolas de peras com o pó de laranja, decorando com germinados e regue com o molho obtido da carne ou demi-glace de porco.
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GRANDES CHEFS DELICATESSEN
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ANTÓNIO NOBRE
RECEITA PARA 4 PESSOAS
DICA O SEGREDO DE QUALQUER PEIXE É NÃO COZINHÁ-LO EM DEMASIA
Robalo do mar corado na frigideira, creme de batata com nabo, estaladiço de legumes aromatizados com hortelã e manteiga de cabra INGREDIENTES ROBALO: 800 G DE LOMBOS DE ROBALO DO MAR • 1 DL DE AZEITE • 2 DENTES DE ALHO • Q.B DE SAL FINO. PUR DE BATATA COM NABO: 800 G DE BATATAS BEM LAVADAS • 200 G DE NABO • 1 DL DE LEITE GORDO • Q.B DE SAL FINO • Q.B DE PIMENTA BRANCA MOÍDA NO MOMENTO • 140 G DE MANTEIGA SEM SAL. ESTALADIÇO DE LEGUMES: 8 FOLHAS DE MASSA BRICK • Q.B DE MANTEIGA CLARIFICADA • 400 G DE LEGUMES VARIADOS (PIMENTOS, CURGETE, COGUMELOS, CENOURA, ETC.).
PREPARAÇÃO
QUANDO
Todo o ano. DIFICULDADE
Fácil. TEMPO
1 hora.
Do robalo: Com um papel absorvente, seque bem os lombos do peixe e tempere com sal fino. Reserve no frigorífico 30 minutos. Coloque uma frigideira antiaderente ao lume com azeite e alhos esborrachados. Quando os alhos estiverem dourados, retire-os e core de todos os lados o peixe. Leve ao forno aquecido a 180ºC durante 12 a 15 minutos e reserve em local quente. Do puré de batata com nabo: Numa panela com água e sal coza as batatas com pele. A meio da cozedura, junte os nabos com a casca também. Quando tudo estiver cozido retire e reserve alguma água da cozedura. Deixe arrefecer, pele as batatas e retire as cascas dos nabos. Coloque as batatas e os nabos numa tigela e com um
garfo esmague. Ao mesmo tempo vá juntando a manteiga derretida. Coloque a mistura num copo misturador com o leite quente, alguma água que reservou da cozedura, pimenta e sal se necessário (tenha cuidado pois as batatas e os nabos já foram cozidos com água e sal). Triture até obter um creme homogéneo e reserve. Do estaladiço de legumes: Pincele as folhas de massa brick com a manteiga clarificada e forre um recipiente (tipo um copo ou uma chávena) com 2 folhas cada e leve ao forno a 160ºC durante 4 a 5 minutos até estar dourada. Num tacho com água, sal, louro e alho com casca e ramos de hortelã coza os legumes e corte-os em tiras. No final recheie a massa com os legumes.
SERVIR
Quente.
EMPRATAMENTO
Coloque as nozes de manteiga de cabra sobre o peixe e as folhas de Sorel.
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GRANDES CHEFS RECEITA PARA 4 PESSOAS
Carré de borrego do nordeste alentejano com crosta de alecrim, gratinado de batata com cogumelos e chalotas em vinagre de vinho tinto DICA NUNCA COZINHE DEMASIADO UM CARRÉ DE BORREGO POIS PODE FICAR SECO E RIJO
INGREDIENTES CARR
DE BORREGO: 800 G DE VÃO DE BORREGO (LIMPO) • Q. B DE SAL • Q.B DE PIMENTA BRANCA
MOÍDA NO MOMENTO • Q.B DE AZEITE • 2 DENTES DE ALHO. CROSTA DE ALECRIM: 2 G DE ALECRIM FRESCO PICADO • 2 DENTES DE ALHO PICADO • 80 G DE PÃO RALADO • 20 G DE MOSTARDA À MODA ANTIGA • 5 G DE ALCAPARRAS PICADAS • Q.B DE AZEITE • Q.B DE MANTEIGA SEM SAL. GRATINADO DE BATATA COM COGUMELOS: 400 G DE BATATA DESCASCADA E LAMINADA • 4 DL DE NATAS • Q.B DE PIMENTA BRANCA MOÍDA NO MOMENTO • Q.B DE SAL FINO • 4 DENTES DE ALHO PICADO • 100 G DE COGUMELOS FRESCOS LAMINADOS • 2 CEBOLAS MÉDIAS LAMINADAS • Q.B DE MANTEIGA. CHALOTAS: 12 CHALOTAS • 200 ML DE ÁGUA • 200 ML DE VINAGRE DE VINHO TINTO • 80 G DE AÇÚCAR • 2 DL DE VINHO TINTO ALENTEJANO.
PREPARAÇÃO
QUANDO
Todo o ano. DIFICULDADE
Baixa. TEMPO
45 minutos.
Do carré de borrego: Tempere a carne com sal e pimenta. Numa frigideira com um pouco de azeite e alhos esborrachados, core a carne de todos os lados. Depois barre o carré com o preparado feito (crosta de alecrim) e leve ao forno a 200ºC durante mais ou menos 8 minutos e reserve. Da crosta de alecrim: Triture tudo até obter uma pasta moldável. Do gratinado de batata com cogumelos: Unte um tabuleiro com manteiga, forre com papel vegetal, unte novamente com manteiga e
reserve. Coloque um tacho ao lume com natas, sal, pimenta, alho picado para fazer o molho. Retifique o tempero. Para fazer o gratinado coloque camadas alternadas de batata, molho, cogumelos e cebola, sendo a última camada de batata. Leve ao forno a 150º durante mais ou menos 1h30m. Das chalotas: Leve ao lume um tacho com a água, vinagre, açúcar e o vinho tinto. Deixe ferver, junte as chalotas descascadas e deixe cozinhar por 7 minutos. Reserve num frasco e feche hermeticamente.
SERVIR
Quente.
EMPRATAMENTO
Regue o preparado com demi-glace de borrego e alguns vegetais crus.
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GRANDES CHEFS
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ANTÓNIO NOBRE
DICA NO MOMENTO DE SERVIR, CASO NÃO TENHA SALAMANDRA, POLVILHE SÓ COM CANELA EM PÓ
RECEITA PARA 8 A 10 PESSOAS
Encharcada do Convento de Santa Clara com sorbet de limão INGREDIENTES 22 OVOS (18 GEMAS DE OVO + 4 OVOS INTEIROS) • 750 G DE AÇÚCAR • 2 DL DE ÁGUA • CANELA EM PÓ Q.B • SORBET DE LIMÃO • FRUTOS VERMELHOS • PHYSALIS. QUANDO
Todo o ano. DIFICULDADE
PREPARAÇÃO
Média.
Leve o açúcar ao lume com a água e deixe ferver até atingir os 108ºC. (utilize um termómetro). Entretanto, bata os ovos numa tigela. Estando a calda no ponto, coloque dentro os ovos, através de um passador de rede e em movimentos circulares. Deixe cozer
TEMPO
1 hora. SERVIR
Acompanhe com sorbet de limão e algumas frutas.
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a encharcada, mexendo com uma espátula com muito cuidado e retire do lume para um prato (o aspeto é muito parecido às trouxas de ovos). Leve a tostar na salamandra, retire e no momento de servir polvilhe com canela em pó.
CHARCUTARIA
CHARCUTARIA
QUEIJO CURADO DE OVELHA COM LEITE CRU CHUSCO
O sabor da tradição Este queijo de sabor único é fabricado a partir de um rigoroso processo de produção. O resultado? Só poderia ser o melhor!
Fotografia: Lemonnierfoto
o
queijo curado de ovelha com leite cru Chusco é uma especialidade da Cooperativa Cerrato, uma das maiores de Espanha, a funcionar desde 1968. Produzir queijos de qualidade, fabricados a partir das mais avançadas tecnologias, não descurando, no entanto, os métodos artesanais, tem sido a filosofia desta empresa familiar de enorme sucesso.
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Desde 2005 que os Queijos Cerrato integram o Grupo Alimentário Agropal, a sexta maior cooperativa de Espanha. Fabricado com leite cru de ovelha, sal e fermentos lácteos, este queijo é um verdadeiro petisco, indo bem com um bom copo de vinho tinto e uma fatia de pão saloio. Tem um sabor pouco ácido, ligeiramente salgado, com uma elevada persistência de boca.
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CHARCUTARIA
Queijo curado de ovelha com leite cru Chusco, 250 g
ESTE QUEIJO FABRICADO COM LEITE CRU DE OVELHA, LIGEIRAMENTE SALGADO, VAI BEM COM UM COPO DE VINHO TINTO E UMA FATIA DE Pテグ SALOIO 66
CHARCUTARIA
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BLOC DE FOIE GRAS DE GANSO TRUFADO CLUB DEL GOURMET
Sublime tentação
Bloc de foie gras de ganso trufado Club del Gourmet, 80 g
O foie gras é uma iguaria francesa cuja origem remonta aos antigos egípcios. Uma verdadeira experiência gourmet!
Fotografia: Lemonnierfoto
a
par das trufas, o foie gras é uma das mais luxuosas iguarias francesas. Melhor ainda, se as pudermos ter às duas num produto único, como é o caso deste bloc de foie gras de ganso trufado Club del Gourmet. Foie gras é um termo francês que significa ‘fígado gordo’. Ou seja, consiste, nada mais nada menos, no fígado de um pato ou de um ganso que foi supera-
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limentado. Possui uma consistência amanteigada e um sabor mais suave do que o fígado normal. A degustação desta magnífica iguaria remonta ao século XXV a.C. com os antigos egípcios a regalarem-se com os fígados engordados das aves migratórias. Mais tarde, aplicaram essa prática aos gansos e eis a origem do foie gras que, hoje em dia, é uma iguaria gourmet adequada às ocasiões mais especiais.
CHARCUTARIA
O FOIE GRAS É UMA VERDADEIRA IGUARIA GOURMET DE CONSISTÊNCIA AMANTEIGADA E SABOR MAIS SUAVE DO QUE O FÍGADO NORMAL
PARA 4 PESSOAS
Cubos de polenta e foie gras INGREDIENTES 1 EMBALAGEM DE PREPARADO PARA POLENTA • 1 CEBOLA ROXA • AZEITE • REBENTOS • 4 FATIAS DE FOIE GRAS • SAL E PIMENTA
PREPARAÇÃO
Prepare a polenta como descrito na embalagem, deite numa forma retangular e deixe arrefecer. Depois de fria corte 4 cubos. Aqueça uma frigideira antiaderente com um pouco de azeite e refogue a cebola, tempere com sal e pimenta e reserve. Na mesma frigideira salteie os cubos de polenta e o foie gras. Coloque um cubo de polenta em cada prato, ponha por cima o foie gras, as cebolas refogadas, salpique com rebentos e sirva.
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CHARCUTARIA
QUEIJO BRIE COM TRUFAS FROMI
La crème de la crème Para uma ocasião especial, este maravilhoso queijo gourmet não deixa os seus créditos por mãos alheias. Comprove-o!
Fotografia: Lemonnierfoto
o
s queijos franceses são conhecidos pela sua superior qualidade e sabor único. O queijo brie com trufas da Fromi não é exceção! Os verdadeiros apreciadores dizem que esta variedade é considerada a crème de la crème dos queijos e quem ainda não conhece rapidamente se torna fã! Originário da região de Brie, em França, este queijo é um queijo de pasta mole, que conquista pelo seu sabor subtil mas muito harmonioso. É
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fabricado com leite de vaca, sendo a sua crosta branca e extremamente macia, o que faz com que este queijo quase se derreta na boca. De qualquer forma, tanto o seu sabor como a própria textura se alteram consoante o seu estado de maturação. Para uma degustação perfeita, o Brie deve ser retirado da refrigeração 30 minutos antes de ser consumido e deixado de molho no leite cerca de 90 minutos, maturando assim ainda melhor o seu revestimento e conferindo um toque suave ao paladar.
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CHARCUTARIA
Queijo Brie com Trufas Fromi, ao quilo
PARA UMA DEGUSTAÇÃO PERFEITA, ESTE QUEIJO DEVE SER RETIRADO DO FRIGORÍFICO 30 MINUTOS ANTES DE SER SERVIDO 74
O rei dos queijos O queijo Brie tem sido fabricado desde o séc. VIII sendo um dos mais antigos queijos franceses. Antes de se tornar amado pelo povo já era popular e muito apreciado pela nobreza. Há várias centenas de anos, o Brie era um dos tributos que tinha de ser pago aos reis. Segundo reza a lenda, um dos seus mais notáveis apreciadores era o Imperador Carlos Magno (séc. VIII-IX). Depois de ter provado este queijo, elegeu-o como o seu prato favorito e nunca mais faltou na sua mesa. Em 1814, no Congresso de Viena, foi consagrado como o ‘Rei dos Queijos’. Este é um queijo feito a partir do leite de vaca e a sua crosta é formada pelo fungo penicillium candida. É também conhecido como um queijo de mofo branco. As duas variedades mais emblemáticas, ambas com denominação de origem, são o Brie de Meaux e o Brie de Melun. O Brie de Meaux tem uma textura macia, mas firme (sem derreter), com crosta branca e macia. Quando está bem curado o sabor é forte, mas não picante. O Brie de Melun, por sua vez, tem um sabor mais pronunciado sendo um pouco mais salgado. Quando curado tem aroma penetrante, sabor forte e a textura quase derrete. A crosta torna-se mais rala e a casca adquire tons avermelhados e odor amoniacal. Numa tábua de queijos, em saladas, como sobremesa ou acompanhado de pão ou tostas, o queijo Brie com trufas da Fromi vai deixar uma boa impressão nos seus convidados.
Quais as vantagens de um
Personal Shopper? Definir o seu estilo e escolher as cores, as peças e a maquilhagem mais favorecedoras para si. Para fazer a sua marcação informe-se no Piso de Moda Senhora ou contacte-nos para os seguintes números:
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GARRAFEIRA
GARRAFEIRA
VINHOS BAIRRADA AEQUINOCTIUM
A alta-costura do vinho Os vinhos Bairrada Aequinoctium são vinhos de qualidade superior, fruto de uma região vitivinícola de excelência.
Fotografia: Lemonnierfoto
é
na Carvalheira, um projeto vinícola familiar da responsabilidade do enólogo José Carvalheira, na região da Bairrada, que se produzem vinhos de elevada qualidade e distinção. Ali criam-se vinhos únicos, numa região vitivinícola de excelência, possuidora de um cli-
ma atlântico fresco e excelentes solos argilo-calcários, características que igualam aquele território nacional às grandes regiões vinícolas mundiais. Os vinhos Bairrada Ante Aequinoctium Veranum Grande Reserva Branco 2011 e Bairrada Aequinoctium Autumnus Grande Reserva Tinto 2010 são o melhor exemplo dos vinhos superiores que ali se produzem.
ESTES VINHOS DA BAIRRADA SÃO FRUTO DE UM PROJETO VINÍCOLA FAMILIAR DO ENÓLOGO JOSÉ CARVALHEIRA 78
CHAMPANHE JACQUESSON
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GARRAFEIRA
Vinho Bairrada Ante Aequinoctium Veranum Grande Reserva Branco 2011
Vinho Bairrada Aequinoctium Autumnus Grande Reserva Tinto 2010
De cor amarelo-palha pálido. Aroma muito fino e complexo, com notas dominantes de cascas de citrinos, frutos de polpa branca, flor de tília e barrica. Na boca é fresco, estruturado, volumoso, equilibrado e longo.
Cor retinta profunda. Aroma muito intenso e complexo, com notas dominantes de frutos negros silvestres, violetas, abaunilhados e tostados da barrica. Na boca é opulento, estruturado, fresco, equilibrado e longo.
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GARRAFEIRA
ESTE VINHO DEVE SER SERVIDO ENTRE OS 14ยบC E OS 16ยบC 82
QUINTA DO GRIFO GRANDE RESERVA TINTO 2009
A história de um vinho O Quinta do Grifo Grande Reserva Tinto 2009 é um vinho de personalidade marcada, produzido pela Rozès, que vai bem com pratos de carnes vermelhas ou queijos ricos e complexos.
Fotografia: Lemonnierfoto
a
Rozès, uma empresa do Grupo Vranken Pommery Monopole, tem uma história secular ligada à Região do Douro, sendo a responsável por este vinho de qualidade superior. Tem solidificado de forma sábia a sua presença nos mercados nacionais e internacionais, impondo os seus vinhos com verdadeira mestria, de onde se realça o íntegro controlo das diversas fases da vitivinicultura, no Douro, desde a plantação das vinhas ao envelhecimento e engarrafamento dos vinhos.
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Fundada em Bordéus em 1855 por Ostende Rozès, um negociante de vinhos finos daquela cidade, a Rozès começou por importar e comercializar vinho do Porto. Mais tarde, por volta dos anos 30, Edmond Rozès, filho do fundador, criou a marca ‘Porto Rozès’ e escolheu uma forma de garrafa que permitia a marca com o vinho do Porto: uma garrafa revista ‘à antiga portuguesa’ com o gargalo envolto em papel sulfuroso e uma rolha selada com cera. Quatro gerações depois, em 1977, a Casa Rozès deixa de pertencer à família que lhe deu. Atualmente, a marca exporta para mais de 40 países em todo o mundo.
GARRAFEIRA
Quinta do Grifo Grande Reserva Tinto 2009, 75 cl
DO DOURO PARA O MUNDO… A missão da Rozès é sustentada em três pilares: Produzir vinhos do Douro e do Porto de excelência, através de um processo harmonioso que combina as mais avançadas tecnologias com as técnicas ancestrais da produção de vinho; garantir um produto de elevadíssima qualidade, investindo em iguais proporções quer no mercado nacional quer no mercado internacional; inovar, ousar e investir em novas abordagens que garantam uma constante adequação ao perfil do seu público-alvo. Atualmente, a marca exporta para mais de 40 países em todo o mundo. A título de curiosidade, é importante referir o facto de a Rozès se ter associado à iniciativa Wine in Moderation, por um consumo saudável de vinho. Este programa, uma iniciativa do setor europeu vitivinícola, tem por objetivo promover a responsabilidade no consumo de vinho e produtos vínicos, apoiar a mensagem do vinho como um produto de excelência para ser apreciado de forma calma e moderada e educar os stakeholders e o público em geral sobre os riscos de um consumo excessivo.
Quinta do Grifo Grande Reserva Tinto 2009
Vinho de cor rubi intensa com boa frescura aromática, com predominância para os frutos pretos bem maduros. Apresenta taninos densos muito redondos, acidez equilibrada, madeira bem integrada, revelando grande potencial de guarda, num conjunto com boa estrutura e consistência, mantendo todo o seu carácter aromático num final persistente e muito longo.
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GARRAFEIRA
COMPANHIA DAS LEZÍRIAS ‘1836’ GRANDE RESERVA TINTO 2012
Homenagem merecida Não deixe de experimentar este vinho premiado que é uma homenagem a todos os que ao longo da história fizeram da Companhia das Lezírias uma referência.
Fotografia: Lemonnierfoto
e
m 1836, em pleno reinado de Dona Maria II, era fundada a Companhia das Lezírias, de cujos limites faziam parte os extensos territórios da Coroa, Casa do Infantado e da Casa da Rainha. Este vinho pretende homenagear os homens e mulheres que ao longo da história fizeram da Companhia das Lezírias uma referência. É
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um vinho produzido a partir de uma vinha muito velha de Alicante Bouschet, com baixa capacidade de produção e envolvida na extensa floresta da Companhia das Lezírias. Neste ambiente, no qual se encontra um interessante equilíbrio ecológico, as intervenções humanas são reduzidas ao mínimo e os vinhos produzidos expressam muito bem o “terroir” de onde provêm. As melhores uvas, vindimadas manualmente, fermentaram de forma espontânea num
VINHO REGIONAL ALENTEJANO MONTE BRANCO 2010 TINTO
RECENTEMENTE ESTE VINHO FOI DISTINGUIDO COM O PRÉMIO EXCELÊNCIA PELA REVISTA DE VINHOS
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GARRAFEIRA
pequeno lagar onde a pisa foi feita pelo método tradicional. De seguida, o vinho estagiou em barricas novas de carvalho francês durante 14 meses, a partir do qual não teve qualquer outra intervenção. ERA UMA VEZ UM VINHO… O início da atividade vitícola da Companhia das Lezírias remonta ao ano de 1881, altura em que se instalou a vinha na charneca de Catapereiro. Essa área foi crescendo até 1934, ano em que a vinha atingiu o seu máximo expoente, cerca de 400 hectares. As castas dominantes na altura eram o Periquita (Castelão) e o Bastardo. Com o passar dos anos, a vinha foi sendo reestruturada, tendo a Companhia das Lezírias atualmente cerca de 130 hectares de vinha, dos quais 65% da área é composta por castas tintas e os restantes 35% por castas brancas. Entre as castas tintas, a variedade Alicante-Bouschet é maioritária, seguida pelas castas Castelão, Trincadeira, Aragonez, Touriga-Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Touriga-Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão. As castas brancas instaladas são o Fernão Pires, Trincadeira das Pratas, Arinto, Roupeiro, Tália, Verdelho e Vital. O vinho Companhia das Lezírias ‘1836’ Grande Reserva Tinto 2012 é um dos nossos vinhos que não vai querer deixar de experimentar!
Companhia das Lezírias ‘1836’ Grande Reserva Tinto 2012 Vinho de cor rubi intensa com boa frescura aromática, com predominância para os frutos pretos bem maduros. Apresenta taninos densos muito redondos, acidez equilibrada, madeira bem integrada, revelando grande potencial de guarda, num conjunto com boa estrutura e consistência, mantendo todo o seu carácter aromático num final persistente e muito longo.
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GARRAFEIRA
ESTE RUM DEVE SER SERVIDO PURO OU ‘ON THE ROCKS’
Rum Zacapa XO
Destilado com mel tirado de canas-de-açúcar virgens, este rum passa por um processo de fermentação lento. Possui um equilíbrio perfeito entre a sua complexidade de aromas e sabores. Nariz expressivo e profundo, completamente balanceado. Amadeirado, com notas doces e apimentadas, toque de baunilha, amêndoas e chocolate. Paladar denso e profundo.
RUM ZACAPA XO
A bebida dos piratas Não deixe de experimentar este rum, originário das montanhas da Guatemala, que é uma verdadeira preciosidade.
Fotografia: Lemonnierfoto
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Rum Zacapa XO, 70 cl
riginário das montanhas da Guatemala, este rum resulta de uma homenagem realizada em 1976 ao Centenário da Cidade da Guatemala, capital do país. O que distingue o rum Zacapa XO da concorrência, entre outros aspetos, é, principalmente, o facto de ser fabricado com mel virgem de cana-de-açúcar, em vez de melaço, e ser sujeito a um processo de fabrico muito meticuloso até ao engarrafamento do produto.
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Sendo conhecida como a bebida dos piratas, é importante recuarmos no tempo e tentarmos perceber a origem do rum. A cana-de-açúcar começou a ser cultivada nas Caraíbas, em 1433, no tempo de Cristóvão Colombo. Era transportada pelas esquadras de Colombo a partir das Ilhas Canárias. Nos princípios do século XVI surgiu o primeiro rum destilado a partir da cana-de-açúcar. Existem, de qualquer forma, várias histórias e lendas sobre o rum que envolvem os piratas da época. Alguns entendidos na matéria defendem que a palavra rum deriva de Rumbullion
GARRAFEIRA
O QUE DISTINGUE O ZACAPA XO DA CONCORRÊNCIA É O FACTO DE SER FABRICADO COM MEL VIRGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR EM VEZ DE MELAÇO PARA 6 PESSOAS
Baba ao rum ou Rumbustion. Expressões usadas na gíria inglesa para descrever os excessos provocados pelos bêbados. Outros afirmam que a palavra rum tem origem latina: saccharum (açúcar). No século XVII o rum era já muito conhecido, sendo considerado uma bebida medicinal que curava todas as doenças e expulsava os ‘demónios’ do corpo. Em 1775 o rum era a bebida mais vendida na América, o consumo anual per capita era de aproximadamente 18 litros. George Washington, na sua campanha eleitoral, distribuía rum grátis por todos aqueles que o ouviam e apoiavam. Atualmente o rum é produzido em muitos países: Índias ocidentais francesas (Martinica e Guadalupe); Índias ocidentais britânicas (Jamaica, Barbados, Guiana, Trinidad); Brasil; Venezuela; Austrália; Cuba; Porto Rico; México; Bolívia; Rússia e Espanha. Esta bebida alcoólica obtém-se por destilação, após a fermentação do sumo fermentado de cana-de-açúcar, xarope de cana ou melaço. Quando se produz à base de sumo de cana, como é o caso do Zacapa XO, considera-se que o processo é agrícola. Sempre que são usados o xarope de açúcar e o melaço, o processo é considerado industrial.
INGREDIENTES 300 G DE FARINHA • 1 PACOTE DE FERMENTO DE PADEIRO DESIDRATADO • 1 LIMÃO • 100 G DE MANTEIGA DERRETIDA • 5 OVOS • 1/2 DL DE LEITE • 40 G DE AÇÚCAR • 4 DL DE ÁGUA • 1 LIMÃO (CASCA) • 1 DL + 1/2 DL DE RUM
PREPARAÇÃO
Coloque a farinha numa tigela com o fermento, a raspa da casca do limão, a manteiga derretida, os ovos batidos, o leite morno, 20 g de açúcar e mexa até obter uma massa homogénea. Divida a massa pelas formas untadas e deixe levedar até dobrar o volume. Ligue o forno aos 180ºC e coza os babas cerca de 30 minutos. Entretanto prepare a calda. Coloque ao lume um tacho pequeno com a água, a casca do limão, o restante açúcar, 1 dl de rum e deixe ferver até ficar um xarope, retire do lume e acrescente o restante rum. Depois de prontos desenforme os babas e regue-os, ainda quentes, com a calda.
GIN FERDINAND’S
GARRAFEIRA
WHISKY BULLEIT RYE
Um verdadeiro ícone americano! Este bourbon diferente, fruto de uma receita ancestral, representa o sonho americano. Desfrute-o com alma!
Fotografia: Lemonnierfoto
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uando Tom Bulleit decidiu criar um bourbon diferente da concorrência, precisou de viajar no tempo para recuperar a receita do seu trisavô Augusto Bulleit. O resultado disso é um bourbon diferente, mais seco e com um teor de centeio mais elevado. É mais picante, mais atrevido e menos doce que qualquer outro bourbon.
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Esta preciosa receita tem passado de geração em geração desde 1830. Tom Bulleit, na altura, colocou em risco o seu escritório de advogados e a sua casa para ir atrás do sonho, que acabou por se realizar, e fez do Bulleit um verdadeiro ícone americano. A garrafa e a apresentação do Buillet representam a independência, o espírito e a cultura americana, uma cultura que incentiva o assumir de riscos e o empreendedorismo.
WHISKY BULLEIT RYE
ESTE WHISKY CONTÉM MAIS CENTEIO, O QUE LHE PROPORCIONA UM CARÁCTER MAIS ACENTUADO E PICANTE E UM ACABAMENTO MAIS SUAVE Whisky Bulleit Rye, 70 cl
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3,99 €
4,59 €
(7,98 €/Kg)
(7,34 €/Kg)
4,85 € (12,12 €/Kg)
2,99 € (9,97 €/Kg)
1,59 €
3,29 €
2 99€ 2,99 9,97 € / Kg
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(6,38€/Kg)
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2,79 € (7,44 €/Kg)
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CRÓNICA
Que prato para este vinho?
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Martta Reis Simões Enóloga da Quinta da Alorna
e a gastronomia é um dos maiores prazeres que temos, o vinho é o seu companheiro insubstituível. A combinação entre vinhos e gastronomia é infinita e as harmonizações vão do mais óbvio ao mais inusitado, com o espaço entre uma coisa e outra a ser preenchido pela criatividade de cada um. Na generalidade, pensamos primeiro no menu e depois no vinho para acompanhar cada um dos pratos. E por que não o contrário? Hoje vou levar para o jantar um vinho branco fresco e intenso, o que é que vou cozinhar? De uma maneira ou de outra, deve ter-se em conta o princípio do equilíbrio. O sabor do prato não deve sobrepor-se ao vinho, nem o inverso deve acontecer, prevalecendo a harmonia entre os dois. É deste equilíbrio que resultam as melhores harmonizações. Neste jogo de sabores não há regras básicas. Não é verdade que os queijos e carnes se devem fazer acompanhar sempre de vinhos tintos e os peixes de vinhos brancos. É muito mais divertido do que isso! Deixe-se de preconceitos e experimente um queijo de pasta mole, amanteigado, com um vinho branco com madeira. Se pensarmos na constituição deste tipo de queijo, que possui cerca de 30% de matéria gorda, e que esta gordura pode ser equilibrada no palato pela acidez, um vinho branco adequa-se melhor pois a acidez é mais elevada e a sensação final na boca será mais leve e não tão
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pesada. Contudo este vinho branco terá de ter uma boa estrutura e volume para combinar com um produto deste tipo. Para pratos muito condimentados e com sabores intensos, opte por vinhos mais encorpados e densos. Os taninos de um tinto intenso são suavizados por pratos de carnes vermelhas, por exemplo. Geralmente, os melhores vinhos para acompanhar as sobremesas são os vinhos doces, mas cuidado, não vá o açúcar da sobremesa com o açúcar do vinho acabar por ser demasiado. São muitíssimas as combinações possíveis, desde colheitas tardias, ice wine, moscatéis ou vinhos do Porto. Contudo, tintos também protagonizam excelentes pairings com diversas sobremesas. Dou o exemplo de um bolo de especiarias com uma calda de chocolate branco e queijo de pasta mole. Divinal! Para além de apostarmos nas combinações menos arriscadas, só criamos espaço para as melhores surpresas quando experimentamos, fugimos ao mais comum e vamos pelo menos vulgar, ou até improvável. Já pensou que uma sopa da pedra pode ficar excelente com um branco encorpado com madeira? E o rosé, se lhe disser que é o melhor companheiro para o sushi e pastas italianas? O que acha de equilibrar a intensidade aromática de um caril com um branco intenso? Aqui ficam algumas sugestões e, em caso de dúvida, a melhor maneira de escolher será, sempre, experimentar!