Mídias Digitais Como Forma de Representação na Arquitetura Um Aplicativo Sobre o Centro Cultural São Paulo
Trabalho Final de Graduação Andre Hiroyuki Yoshioka Orientador: Professor Doutor Sílvio Soares Macedo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo 2013
Agredecimentos Aos meus pais pela paciência, dedicação e amor incondicional. Ao prof. Silvio Soares Macedo pela orientação e ensinamentos que vão muito além do trabalho apresentado, com lições que com certeza carregarei para toda a vida. Aos demais membros da banca: prof.a Daniela Hanns e prof. Gil Barros por aceitarem o convite e cedido parte seu tempo para tal. À arquiteta Zilah Florence do Centro Cultural São Paulo pela cordialidade e por todo material disponibilizado para a feitura do Tfg. A todos os amigos e colegas, com quem compartilhei grandes momentos nestes anos na faculdade, pelo apoio, ideias, referências e incentivo nesta fase final. Em especial à Andressa Bassani e ao Victor (Tchaba) Silva pela ajuda na finalização deste material.
Resumo. O objetivo deste trabalho é transmitir as informações referentes ao projeto arquitetônico de maneira palpável a pessoas que não dominam a linguagem da profissão, fazendo uso das novas mídias digitais existentes, criando uma forma interativa de aproximação com a arquitetura.
Introdução Considerações Sobre a Representação Tradicional Análises de Publicações Publicações Considerações sobre as Publicações O Processo Centro Cultural São Paulo Histórico e Concepção Contexto Urbano Espaços e Usos Depoimentos Desenvolvimento Realidade Aumentada Livro Virtual O Aplicativo Referências de Interface Fluxograma Estudos de interface Considerações Finais Bibliografia
Ă?ndice 8 10 15 16 36 39 45 50 52 96 100 102 108 116 124 132 136 178 180
introdução O processo de concepção de arquitetura costuma tomar forma no rascunho, nas linhas simples que tentam traduzir espaços e ideias, seguido de todo aparato possível para dar forma ao projeto, indo para os desenhos conceituais, ante projeto, projeto arquitetônico, desenhos técnicos, modelagem em escala e mais recentemente para as simulações virtuais. Todas essas formas de representação possuem códigos próprios dentro do desenvolvimento do projeto, tendo cada etapa sua própria linguagem, sendo a grande maioria para o entendimento de quem está imerso no universo da construção. Assim, portanto, de difícil compreensão a quem se encontra fora das áreas onde esses jargões são empregados. A existente lacuna entre a representação do espaço e o seu entendimento real, segundo Bruno Zevi, está no fato de que plantas, cortes e elevações correspondem a projeções abstratas para medir distâncias de referências entre os elementos da construção (ZEVI, 1996). Estes parâmetros são para orientar os técnicos que irão executar a obra, mas para o cliente que contratou o arquiteto, os eixos no desenho nada mostram em como o espaço se constituirá. A motivação para o seguinte trabalho foi a de como colocar estas informações, representadas de maneira tão específicas, numa linguagem simplificada que pudesse conter meios para que uma pessoa, sem a formação específica, conseguisse compreender o espaço ali representado. Dificuldades estas que tive no início da minha formação e que 8
ficaram mais evidentes quando comecei a trabalhar com publicações sobre arquitetura, pois constantemente eu via a defasagem entre o que era o projeto e o que estava ali representado, tanto nas imagens quanto na escrita. O trabalho começa com uma abordagem sobre os modos tradicionais de representação e, principalmente, como normalmente a questão de projeto é passada ao público em geral, através de mídias como livros, revistas, sites, jornais, vídeos, etc. A busca de novas tecnologias para auxiliar o entendimento do que está ali representado veio logo em seguida, e foi se desenvolvendo entre diversas técnicas e plataformas com o passar do processo. Foi escolhido o Centro Cultural São Paulo para servir de objeto de estudo e base para a feitura do produto final devido à minha vontade de querer conhecer melhor este edifício, o qual sempre tive grande admiração, mas que havia sido pouco explorado dentro dos grandes projetos estudados durante a minha formação. Fora a grande diversidade de espaços e usos que o fazem um lugar único dentro da cidade, com grande possibilidade de discussão sobre a relação entre edifício e usuário. O aplicativo para iPad é o resultado de diversas tentativas e erros dentro do mundo das mídias digitais, o qual começou com ideias em realidade aumentada, passando depois para formato de livro digital até se configurar num aplicativo específico sobre o edifício, onde o leitor vai navegando através do modelo 3d e vai descobrindo os espaços com alguns cliques e gestos provenientes desta plataforma, destrinchando este marco da arquitetura paulista. 9
Considerações sobre a representação tradicional A arquitetura é uma das atividades que possui caráter global, pois foi desenvolvida em todas as comunidades, e não estranhamente criando uma linguagem universal, mas ao mesmo tempo compõe diferentes formas e estilos de acordo com época, finalidade e grupos sociais. “Assim, a arquitetura apresenta uma maneira própria de expressão e de representação, que é vivida e interpretada pelas pessoas diante das obras. Além disso, é com base no desenvolvimento de um tipo de escritura projectual que ela é decodificada e entendida por profissionais da área” (MATOS Luana, pág. 121, 2010).
E qual é essa linguagem e porque ela é tão específica a uma disciplina? São convenções e abstrações de referências de distâncias entre pontos que se quer construir, criando uma dimensão de planos sem distorção. É onde surgem as plantas, cortes e elevações que são as referências de distâncias na horizontal e vertical respectivamente. Abstrações de medidas onde as cotas referentes apresentam tal dimensão e no papel a medida absoluta dele é menor, ou convenção de materiais onde alvenaria pode ser descrito como duas linhas de 0.1mm e uma janela com duas linhas de 0,05mm. “Na verdade, a planta de um edifício nada mais é do que uma projeção abstrata no plano horizontal de todas as suas paredes, uma realidade que ninguém vê a não ser no papel, cuja única justificativa depende da necessidade de medir as distâncias entre os vários elementos da construção, para os operários que devem executar materialmente o trabalho. As fachadas e as seções longitudinais, interiores e exteriores, servem para medir as alturas.” (ZEVI pág. 18, 1996) 10
Todas essas abstrações possuem regras dentro do campo da construção civil, podendo variar de acordo com país e ou região. Há vários órgãos reguladores pelo mundo como a ISO (international Standarts Organizations), DIN (Deustche industrie Normen), ASA (American Standard Associations). No Brasil quem rege essas normas é a ABNT (associação Brasileira de Normas Técnicas) que instituiu normas como as: ABNT NBR 6492 – representação de projetos de Arquitetura, NBR 135332 – norma técnica para a elaboração de Projetos de Arquitetura. Isto sem contar outros documentos que regem a representação de outras áreas da construção como a ISO 1219 – Fluid power systems and components , que possuem códigos ainda mais específicos.
Isométrica utilizada em projetos de hidraulica predial.
Planta utilizada em projetos de hidraulica predial. 11
Pena Pena= =0.10 0.70
Pena = 0.05 Pena = 0.35
a = 0.35
Alvenaria com janela Alvenaria Pilar simples de concreto = 0.35 Escala Pena 1:100
Alvenaria simples - 15 cm Alvenaria com janela Escala 1:200 Pena==0.10 0.35 Pena Pena = 0.70
Pena = 0.05 Pena = 0.35
a = 0.35
Alvenaria com janela Alvenaria Pilar simples de concreto Pena = 0.05
Pena = 0.05 Exemplo de convenções de material por expessura de linha ou com porta Alvenaria a / peitoril Alvenaria com abertura / peitoril hachuras específicas.
0
Pena = 0.20
Pena = 0.20
Pena = 0.05
PenaPena = 0.35 = 0.05 Pena = 0.05
Alvenaria com abertura / peitoril Alvenaria com porta Alvenaria simples - 25 cm
Pena = 0.05
0
Pilar de concreto Pena = 0.35
Alvenaria com janela Alvenaria simples -- 25 15 cm cm Alvenaria simples
Pena = 0.35
Pena = 0.20
Pilar de concreto Pena = 0.35
Pena = 0.20
Pena = 0.05 Pena = 0.05
A planta Alvenaria com porta e corte ao lado apresentam Alvenaria com abertura / peitoril
alguns códigos báAlvenaria com abertura / peitoril Alvenaria com porta sicos como as linhas de corte ou os eixos, que sem o conhecimento prévio são apenas símbolos sem grandes = 0.05 significados, podendo em certos casos Pena atrapalhar na legiPena = 0.10 Pilar de concreto Pilar de concreto bilidade dos espaços. Pena = 0.35
a / peitoril
5
Alvenaria com janela
Pilar de concreto Pena = 0.35
5
Pilar de concreto Pena = 0.35
= 0.05
janela OAlvenaria corte écom talvez a forma de representação mais complePenaplantas = 0.05 xa de se entender, já que o contato com na vida Pena = 0.10 Pilar de concreto Pilar de concreto cotidiana é mais evidente. Basta lembrar que panfletos Pena = 0.35 de propaganda de imóveis, as quais possuem em alguns Alvenaria com janela Alvenaria janela com desenho do apartamento mobicasos umacom planta = 0.05 liado, mapasPenade ruas são desenhados tendo como Pena base = 0.05 Pena = 0.20 o mesmo princípio de feitura de plantas, ou seja a vista Pena = 0.20 “de cima” é de mais fácil assimilação em comparação à Alvenaria com porta Alvenaria com porta representação chapada lateral.
= 0.05
Pena = 0.05
Pena = 0.05
Tudo isso leva a crer que quanto mais especializado é o Pena = 0.20 molde da representação menos pessoas são hábeis de Alvenaria com porta Alvenaria com porta compreender tais desenhos, pois o dito espaço que ele representa ganha uma séries de informações não digeríveis a um leitor “leigo” e não mais mostra as características, que para ele, seriam mais relevantes.
Pena = 0.20
Então a questão é como uma linguagem de cunho tão específico chega às pessoas fora da área? É importante pois esta profissão lida, antes de tudo, com pessoas e se constrói para pessoas.
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8.2. Corte em 1:200 Longitudinal BB Indicações gráficas no Corte CC
8
7
6
5
4
3
2
1
2,5
3
9
0,7 0,5
12.60
Granilite
2,1
3,5
10.50
Tacos de peroba
4.20
Tacos de peroba
0,7
8.40
Granilite
0,7
2,1
3,5
6.30
Granilite
2,1
1,5
0.00
Tacos de peroba
1
0,7
2,2
3,5
2
2.10
3,82
Granilite
2,82
-2.10
-4.52
Cerâmica esmaltada
Granilite
Corte BB esc. 1:200
13
14
análises de publicações
O trabalho começou com a busca de referências de material nas mais diversas formas de divulgação da produção arquitetônica, na forma de livros, planfletos, revistas, jornais, etc; alguns com direcionamento a públicos com conhecimento prévio sobre o assunto e outros não. Nessa fase nota-se a maior presença de material gráfico impresso, pois, naquele momento, era este tipo de produto que se esperava como resultado final, com exceção de alguns exemplos provenientes de site e vídeo. Os exemplos de publicações foram escolhidos tentando contemplar desde os tipos mais comuns até experimentações no modo como a informação se posta. Obviamente é impossível cobrir todo o leque de tipos de exemplos possíveis, mas o objetivo era criar um repertório abrangente. A análise de cada exemplo posto não deixa também de considerar o público a que ele se destina e prováveis limitações que podem ocorrer na elaboração desses materiais. As análises apresentadas foram feitas a partir da minha própria leitura e também de opiniões de colegas de curso, os quais possuem formação sobre arquitetura e design, e de familiares e amigos com pouco ou quase nenhum conhecimento sobre as disciplinas aqui discutidas. Os exemplos foram mostrados para ambos os grupos e pedi para que me descrevessem o que haviam absorvido sobre o conteúdo e se eles achavam satisfatória a maneira como a informação era posta. 15
eLcroquis
ARCE, Espanha. 2012
As versões digitais que compõe este capítulo estão disponíveis em: http://www.elcroquis. es/Shop
Esta revista produzida e publicada na Espanha tem como uma das principais características a qualidade gráfica. Com um projeto gráfico limpo se baseia em fotos, renders e croquis como principal meio de informação, deixando o escrito como meramente um resumo da obra apresentada, com praticamente nenhum aprofundamento. Há a presença de desenhos técnicos bem detalhados e percebe-se, inclusive, que em muitos casos são apenas a mera reprodução do feito em escritório. Como se trata de uma revista especializada não há grandes problemas em colocar informações desse cunho específico, mas há casos em que, por causa dos limites de espaço da própria revista, esses desenhos que originalmente são feitos para serem impressos em grandes folhas, perdem informação ou tem parte delas posta de maneira ilegível, atrapalhando em certos casos o restante da planta ou do corte. Apesar de seu público distinto a revista não se mostra “hostil” ao leitor não familiarizado, o qual ainda consegue desprender algum aprendizado sobre os projetos alí mostrados graças, principalmente, a boa qualidade das fotos.
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La masía y sus cuadras. Las cuadras para los caballos y, junto a ellos, las unidades de descanso para las personas. Unas unidades
Farmhouse and stables. Stables for horses and rest units for people beside them. Units or bodies where visitors can 'feel' the horse's proximity.
o entidades donde ‘sentir’ la proximidad del caballo.
The existing farmhouse is stripped bare to become an exploration of the senses, in stark contact with the outside.
La masía existente se desnuda para convertirse en exploración de los sentidos, en acentuada relación con el exterior. El aire está
The air is present in the bathroom, in the living room with its open fireplace, in the kitchen, in the workshop, in the art room... and it becomes the
presente en el baño, en la sala —con su chimenea abierta al cielo—, en la cocina, en el obrador, en la sala de arte… y se convierte en
feature of the common spaces, linked by a thread to five rest units where visitors can sleep beside their horses.
protagonista de los espacios comunes, ligados por un hilo a las cinco unidades de descanso donde es posible dormir junto al caballo.
The stables are therefore elongated rooms that gradually emerge from the ground, respecting the topography, underscored by slits of light that
Las cuadras son estancias alargadas que emergen paulatinamente del suelo respetando la topografía. Están acentuadas por rendijas
punctuate the succession of spaces.
de luz que puntúan la sucesión de los espacios.
This is a place where horse lovers can live and feel their relationship with the animal.
Los amantes de los caballos encuentran aquí un lugar donde poder vivir y sentir una relación cercana con el animal.
The water troughs are set in the final row that concludes the series.
Los abrevaderos se disponen en la última fila que cierra la serie de unidades.
Mas Salvá Cuadras para personas y Caballos
mas salvá stables for people and Horses
palamós, girona, españa 2007-
160
palamós, girona, spain 2007-
162
Sección longitudinal por piscina / Longitudinal section thorugh swimming pool
1 Tierra campo 2 Losa hormigón armado 30 cm, acabado inferior 3 Losa cimentación 4 Piscina 5 Remate con tabique revocado con mortero de arena y cal corten amarillo 6 Campo 7 Muro hormigón acabado superficie con mortero de arena y cal color amarillo 8 Rampa 9 Patio de luz 10 Cerramiento de cristal 8x8mm con puerta practicable 11 Forjado flotante de conformado por plancas de acero corten 12 Llaga de luz 13 Escalera interior de piedra 1 Earth 2 30 cm reinforced concrete slab, lower finish 3 Footing slab 4 Pool 5 Finish with partition rendered in sand+lime mortar. Cor-ten yellow 6 Field 7 Concrete wall. Yellow sand+lime mortar finish 8 Ramp 9 Lightwell 10 8x8mm glass enclosure, with door 11 Floor slab in cor-ten steel sheets 12 Light slit 13 Interior stone staircase
1 Baño 2 Piscina 3 Rampa 4 Pasillo de acceso 5 Cuadra 1 Bathroom 2 Swimming pool 3 Ramp 4 Entrance corridor 5 Stable
Detalle en planta y sección de una de las unidades / Plan and section detail of one of the rest units
113
Alzado Suroeste / South-West elevation
167
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alvar aalto
LATHI Louna, Taschen. 2007
O livro é uma compilação de alguns dos trabalhos realizados pelo arquiteto finlandês Alvar Aalto (1898 - 1976). O capítulo em questão é sobre a casa que Aalto projetou para si em meados dos anos 1930, em Noormarkku, Finlândia. O texto fala da concepção do projeto e da maneira de pensar do arquiteto no momento descrito, mas sem grande aprofundamento teórico. Descreve também algumas características do terreno, e do local onde a construção se encontra. No caso das informações apresentadas as fotos são o grande recurso gráfico complementados com pequenas plantas e croquis, mas muitas vezes falta a correlação entre tais informações. Como por exemplo quando é descrito o programa da casa e sua disposição dentro do projeto as imagens que mostram isso estão em outra dupla de páginas, não que isto seja um grande empecilho para o entendimento, mas gera uma pequena desconecção entre as partes se forem postas muito longe uma da outra. O projeto gráfico em si é limpo e coeso com boa distribuição dos elementos gráficos e o texto, com um bom fluxo de leitura . 18
19
Apesar da qualidade vista no caso anterior, é possível ver no mesmo livro um capítulo referente a um edifício localizado em Helsink que fora encomendado à Aalto, pela cidade, para a realização de um complexo de concertos e congressos. Tratando-se de um edifício público e de grande porte se esperaria um leque de informações talvez maior que o visto no capítulo da casa, mas o que se encontra é o oposto. Apenas duas fotos e um corte que é de difícil compreenção, ainda mais sem uma planta para localizá-lo no todo. Inclusive a noção do todo, neste caso, nem se faz presente. O texto apenas descreve o programa e faz um pequeno resumo do processo de construção e nada mais, tendo ainda a falta de correlação entre imagens que poderiam explicar melhor o que está descrito, como por exemplo, quando cita a ligação da escadaria principal com o foyer e outros espaços que pelo texto se faz parecer uma característica muito importante do projeto. Neste caso para um entendimento maior seria necessário a procura de uma bibliografia complementar. Talvez, para a autora ou para a crítica em geral, este projeto não represente muito na obra de Alvar Aalto, não necessitando tanto destaque com mostra mais relevante dos seus espaços, ou há a dificuldade de obtenção de dados referente a este projeto em específico, ou até mesmo algum problema relacionado à restrições da editora. Seja qual for o motivo é certo que dentro de um mesmo livro, que se constitui em um apanhado das obras mais importantes do arquiteto, possui tanto um capítulo bem estruturado e ilustrado sobre o arquiteto e outro com informações gráficas e de texto incipientes 20
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série estádios da Copa
Jornal O Estado de São Paulo, 2012
As figuras aqui colocadas foram retiradas do portal do Jornal Estado de São Paulo, Publicados no caderno de esportes no dia 01/12/2012
A série fala sobre os estádios brasileiros para a copa de 2014 feita pelo jornal O Estado de São Paulo. De todas as publicações mostradas é a que possui o maior apelo popular e de maior alcance, pois além de ser um assunto que é de grande interesse do brasileiro em geral, está vinculado ao meio de comunicação das grandes massas: o jornal. Os infográficos que compõe a reportagem mostram características do projeto como localização dos principais locais como a sala de imprensa, área vip, áreas de circulação e pequenas descrições sobre a iluminação e acabamento, como os vidros presentes na face oeste e o painel de leds na face leste. Infográficos se constituem em um recurso muito utilizado em revistas e jornais para transmissão rápida e dinâmica de informações. “The first goal of an infographic is not to be beautiful just for thte sake of eye appeal, but, above all, to be understanble first, and beautiful after that; or to be beaultiful thanks to its exquisite functionality (CAIRO Alberto, pag.16).
Este exemplo é bem sucedido quanto ao tipo de informação quer passar, independente do público, já que num jornal o objetivo é atingir as massas. 22
23
pompei
Mymax productions, Archeolibri. 2011
Este vídeo sobre pompéia mostra como a cidade se constituía antes da erupção do monte Vesúvio em 79 d.c., mostrando as estruturas tanto dos edifícios públicos quanto das moradias e estabelecimentos diversos. O grande diferencial dessa produção, além da grande qualidade gráfica de modelagem 3d e animação, é a forma como ele coloca o espectador num nível próximo ao que um morador da época teria, tentando chegar numa experiência visual próxima ao que se poderia chegar estando na cidade Alguns prédios são retratados com percursos internos, mostrando uma sequência de espaços nítida dando a entender a dinâmica da organização espacial conforme usos e características. Outro recurso muito utilizado é o contraste das imagens das ruínas hoje em dia com a modelagem digital, criando uma sobreposição. O último método usado é do edifício seccionado para mostrar características internas sem perder o referencial externo, sendo uma fusão do que seria a visão de um corte com o de uma planta. Tratando-se de um video de cunho educativo que não se dirige a uma público específico. O uso de simulações se mostra muito satisfatório pois mostra ao espectador relações de espaços e organização da cidade de maneira muito visual e auto explicativa. Para um panorama geral da cidade se coloca como uma forma eficiente. 24
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paisagismo Brasileiro na Virada do século 1990-2010 MACEDO Silvio Soares, Edusp. 2012
Este livro mostra o desenvolvimento do paisagismo nacional durante o período de 1990 a 2010, indo dos espaços públicos aos particulares, discutindo as vertentes projectuais tomadas em todo o território nacional. Há uma enorme quantidade de fotos e desenhos que tentam ao máximo ilustrar o descrito dentro da mesma página. Se o texto faz a descrição de uma praça em específico, há a preocupação de se colocar uma planta e fotos (se possível em mais de um ângulo) do local. Tive participação no desenvolvimento deste livro como designer gráfico e posso dizer das dificuldades em se manter a coesão descrita anteriormente, tão pregada e posta como objetivo final. Listo algumas como: a falta de fotos e de desenhos de determinados lugares, a quantidade de texto que limitava o número de imagens numa página, a necessidade de sintetizar todo um trecho em apenas uma imagem por falta de espaço físico do papel, entre outros. 26
rogerio akamine 2008
áreaS CentraiS
as áreas centrais das cidades brasileiras passam por alterações expressivas na sua configuração e função, demandando ações de adequação de seus espaços livres as novas necessidades que se construíram durante todo o século XX. este fato ocorre em especial naquelas cidades que tiveram alguma importância no início dos anos de 1900, e cujas artérias tornam-se inviáveis para o trânsito conjunto de pedestres e veículos, calçadas e vias totalmente congestionadas e intensamente utilizadas com dificuldades extremas de deslocamento de seus usuários. Funcionalmente, a maioria dessas áreas sofre alterações expressivas com o deslocamento parcial, mas intenso, das atividades consideradas centrais para o todo urbano, como a dos os órgãos de estado, sedes de empresas e o comércio e serviços das elites e classe média. isto implica no quase abandono de extensas áreas e edifícios,
que passam a ser considerados oficialmente áreas degradadas, em função da nova especialização funcional vigente para o local, sendo consideradas pelo estado como áreas prioritárias para recuperação. o fato é que tais áreas antes ocupadas por atividades administrativas públicas e privadas tornam-se obsoletas para tais finalidades, pois as antigas construções não mais comportam readequações inviáveis por seus altos custos. Por outro lado, vias apertadas, dificuldades relativas de acesso e estacionamento de automóveis e congestionamentos constantes, fatos associados a vantagens locacionais que surgem por diversas partes das cidades, induzem a mudança para outros locais de muitas atividades, como as administrativas e bancárias. Durante o período dos governos militares (1964 - 1985) inicia-se o processo de migração das atividades centrais
área central, rio de Janeiro – rJ.
para subúrbios e áreas distantes dos centros, com a transferência de inúmeros complexos administrativos estaduais, das áreas centrais, mais vulneráveis a manifestações populares e extremamente congestionadas, para centros administrativos, situados em bairros mais afastados. estes estão situados, em geral, ao longo de vias de boa acessibilidade por veículos e sempre relativamente distantes da antiga área central. são criados centros seguindo esse modelo em natal, salvador, Curitiba, Porto alegre, Cuiabá, e em outras cidades em um processo constante de saída de instalações administrativas das áreas centrais tradicionais, processo este que se dá de modo similar com o comércio de alto luxo e de produtos de classe média, que migra para bairros periféricos e para shopping centers ou áreas e ruas especializadas nas quais o estacionamento é mais fácil. esta mudança implica na saída paralela de muitos
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o PoDer PÚBliCo e a ProDUÇÃo De esPaÇos liVres na CiDaDe
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18/06/2012 22:18:56
silvio macedo 2007
aS novaS eStruturaS de Produção do Projeto PaiSagíStiCo – doS PequenoS eSCritórioS àS grandeS emPreSaS de Projeto
acima e página anterior: Jardins da residência de nininha magalhães, rio de Janeiro – rJ. autoria de roberto Burle marx.
Durante a primeira metade do século XX, somente o escritório de roberto Burle marx teve um fluxo significativo de trabalhos que justificasse a existência de uma equipe, mesmo que pequena, para o desenvolvimento de projetos, visto atender a um público diversificado, tanto no âmbito público como privado, tendo um fluxo constante de solicitações de jardins, praças e parques. esta demanda de projetos e seu alto grau de sofisticação implicou na exigência de desenhos precisos e elaborados para sua execução e apresentação. Projetos como os do parque do aterro do Flamengo, no rio de Janeiro, demandaram a feitura de pranchas de desenhos técnicos e de apresentação, de modo a deixar claro ao corpo técnico executor e ao cliente, no caso o governo do então estado da guanabara, território do atual município do rio de Janeiro, o que seria necessário fazer e implantar para a execução do parque.
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Paisagismo Brasileiro na ViraDa Do séCUlo
paisagismo brasileiro 2011.indb 44
a estrutura do escritório, apesar de significativa, não teve, durante a primeira metade do século, até os anos de 1960, um grande porte, e somente por volta dos anos de 1980, a partir da sua sociedade com Haruyoshi ono, constitui-se na primeira grande empresa de projetos paisagísticos brasileira, com uma equipe fixa de algum porte. a partir deste momento, torna-se uma prática constante o desenvolvimento de projetos simultâneos por equipes diversas, constantemente supervisionadas pelos dois sócios, que reservam para si a concepção de todos os projetos. o próprio Burle marx desenvolve inúmeros projetos in loco como, por exemplo, os jardins do parque da residência de nininha magalhães. este era um hábito frequente, como de outros paisagistas, de desenvolver projetos sem desenhos imediatos de apoio, muitas vezes feitos posteriormente, de modo a documentar e facilitar a manutenção do jardim. Paisagismo ContemPorâneo no Brasil
18/06/2012 22:14:08
paisagismo brasileiro 2011.indb 45
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18/06/2012 22:14:18
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Isto leva a crer que nos outros exemplos analisados, os pontos de falta de coesão e ritmo mencionados podem ter sido também consequências das mesmas dificuldades que presenciei no desenvolvimento deste livro. Indo desde falta de imagens, limites do projeto gráfico ou mesmo limitações impostas pelo autor ou pela editora (limite este que felizmente não tive durante a feitura do livro). Outra facilidade foi que tanto as fotos quanto as plantas e croquis, em sua maioria, foram produzidas pelo próprio autor ou pela equipe de pesquisa vinculada, ou seja: não houve problemas com direitos autorais e com mudanças e montagens feitas em cima dessas imagens, o que facilitou na hora de criar material específico para o capítulo, como por exemplo plantas sem especificações técnicas, mas com massas vegetais e diferenciação de material, o que de certa forma ajuda na compreensão do espaço . O material é vasto para o público familiarizado com o assunto, mas a maneira como é apresentada não se mostra como um grande desafio de compreensão para um leitor leigo. 28
se uma tendência de, juntamente com os jardins, ou “ao lado” ou no lugar destes, instalarem-se uma série de equipamentos de lazer ao ar livre, que passam a ser frequentemente inseridos no espaço do lote. são introduzidos inicialmente os brinquedos infantis, formando pequenos playgrounds32, que rapidamente se popularizam e logo após são introduzidas piscinas – este equipamento considerado praticamente “indispensável” para as classes médias cariocas e paulistanas habitantes ou candidata a habitante de um prédio de apartamentos (encontram-se piscinas em quase 50% dos novos empreendimentos imobiliários lançados em são Paulo nos primeiros anos da década de 1980 e em quase todos aqueles lançados para as camadas médias e altas na primeira década do século seguinte).
helena degreas 2008
gradativamente, durante os anos de 1990 é introduzido o uso de uma plêiade de outros equipamentos, como quadras poliesportivas, de tênis, pistas de cooper, 32 os playgrounds são estruturas urbanas importadas dos estados unidos de onde são originários, sendo adaptados no Brasil às necessidades locais. no país são primeiro instalados nos espaços públicos, como praças e parques e também em escolas e posteriormente são internalizados aos espaços privados. sobre sua origem nos estados unidos, durante os anos 1900 a 1930, extraímos este trecho de miranda magnoli : “dois são os aspectos que fundamentam na necessidade de mudanças: playgrounds e espaços locais. Passam a internalizar-se no urbano, construindo áreas para as crianças. em pouco tempo a aspiração é estendida e implantada para todas as faixas etárias em organizações programadas para todas as idades e sexos. é decorrência óbvia, que os espaços sejam reduzidos, já que próximos às habitações e aos locais de trabalho. também, totalmente ocupados em caixas de areia para brinquedos e exercícios físicos [...]“ em miranda martinelli magnoli, o Parque no desenho urbano, Paisagem e ambiente: ensaios, n. 22, p. 208.
Prédios em Belém – Pa cinco tipos do lote vertical, do jardim tradicional e garagem à diversidade de equipamentos.
Jardim e garagem coberta.
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Jardins e garagem no subsolo.
Jardins, playground e garagem no subsolo.
Jardins, piscina e garagem no subsolo.
Esquema para explicar diferentes tipologias de ocupação no lote por prédios residenciais.
Jardins, piscina, quadra, playground e garem no subsolo.
Paisagismo Brasileiro na ViraDa Do séCUlo
18/06/2012 22:28:59
arQuivo sidneY sinhares
paisagismo brasileiro 2011.indb 280
esses fatos resultam no surgimento de novos escritórios e paisagistas, no eixo rio-são Paulo, e na formação das primeiras empresas de porte nacional, dedicadas ao ramo, voltadas especialmente ao atendimento do mercado imobiliário, em especial, a empreendimentos empresariais e residenciais, para as classes mais altas da sociedade.
residência de eduardo tess, são Paulo – sP. Projeto de sidney linares.
no caso, entende-se como de grande porte escritórios contando com mais de duas dezenas de profissionais exclusivamente dedicados ao paisagismo, divididos em equipes de projeto e trabalhando em parceria com empreendedores, empresas de arquitetura e engenharia, assessorias de meio ambiente e outras.
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no início do século XXi, as grandes e médias companhias privadas dedicadas a produção de habitação em larga escala aumentam significadamente a procura por projetos paisagísticos para valorizar e qualificar os espaços livres de seus produtos como conjuntos habitacionais e condomínios horizontais de todos os portes. Com o aumento da demanda, torna-se possível o surgimento de empresas de porte dedicadas ao projeto paisagístico, como aquelas de propriedade dos paisagistas Benedito abbud e gilberto elkis, ambas contando com um corpo expressivo de profissionais, cerca de três dezenas ou mais, que se destacam em um mercado de trabalho em constante expansão.
Paisagismo ContemPorâneo no Brasil
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Exemplo de planta e foto posta na mesma pégina.. 29
Yes is More: an archicomic Architectural Evolution INGELS Bjark, Taschen. 2009
1 - BIG é um grupo fundado pelo arquiteto Dinamarquês Bjark Ingels em 2006
Este livro é uma experiência de transferência da linguagem arquitetônica para a cultura de massas, apresentando métodos, conceitos e processos na concepção dos projetos ali representados, utilizando como ferramenta o formato de história em quadrinhos. As HQs, por si só, já se constituem numa linguagem praticamente universal, com uma dinâmica de leitura rápida e de fácil assimilação. Os projetos colocados são do escritório BIG (Bjark Ingels Group)1 e não possuem desenhos ditos “técnicos” como plantas e cortes, mas sim utilizando 3d e maquetes como as principais fontes gráficas para discussão. Ainda possuem esquemas e croquis para a apresentação de alguma linha de pensamento dentro da concepção do edifício em questão. O fundo preto e o excessivo uso de balões tornam algumas páginas pesadas e podem chegar a ocultar alguma informação. A reflexão e aprofundamento em cada projeto é muito superficial, mas mostra de modo simples conceitos básicos e as linhas de pensamento dos autores. Talvez para o público mais entendido possa parecer pouco aprofundado ou até mesmo, de certo modo, infantilizado, mas a experiência em tentar transparecer o discurso arquitetônico de forma mais digerível e conseguir instigar o usuário a fazer uma reflexão sobre sua própria cidade é um dos grandes méritos dessa publicação.
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the Versailles 3d project http://www.versailles3d.com
Este site é sobre o palácio de Versailles e tenta mostrar a história e as transformações que o complexo teve ao longo dos seus séculos de existência. Para contar essa trajetória fez-se o uso da modelagem 3D para tentar inserir o usuário dentro dessas modificações. Após escolher o período desejado, há um texto introdutório sobre as características da construção e as mudanças da época. No meio da página há um quadro com o modelo do edifício onde é possível rotacionar dentro do espaço e clicando em áreas demarcadas a imagem se desloca para outra região do palácio, podendo fazer as mesmas ações de rotação e zoom. A visualização põe a pessoa dentro dos pátios e a riqueza de detalhes proporciona possibilita a compreensão da magnitude do projeto e como as alterações foram tornando o palácio cada vez mais imponente. Com atenção é possível notar as diferenças de estilos entre as épocas, já que, além do texto explicativo, o 3d possui detalhamento suficiente para tal distinção. Apenas a escala acaba não ficando muito clara pois além de não ter outro referencial humano para servir de base, o “olho” nesta visualização está acima do que estaria a vista de uma pessoa no chão. No site não é possível transitar por espaços internos, o que torna a experiência um tanto limitada, mas se mostra como uma grande ferramenta de aprendizado e que possui uma dinâmica divertida e de fácil assimilação a uma grande gama da população. 32
Pรกgina do site com o modelo 3d interativo em meio ao texto.
Sequencial de imagens mostrando a troca de espaรงo quando se clica na รกrea em destaque. 33
No site há também um jogo onde o objetivo é montar o palácio de acordo com a época, seguindo os estilos correspondentes com dicas passadas por personagens como o rei Luiz XIV. O jogo funciona em esquema de quebra cabeças onde o jogador deve encaixar as partes certas do edifício numa dinâmica parecida com o cubo mágico, porém bem mais simples. Cada fase é um período da construção, a isto também se incluem os jardim que possuem um sistema mais parecido com quebra-cabeças. Em termos de aprendizado o principal que se pode absorver das informações do jogo são as modificações que ocorreram em cada período e a magnitude de cada uma em relação ao todo e os estilos da época, que apesar das texturas estarem estilizadas, é possível perceber as nuances dos detalhamentos e, de acordo com as dicas dada pelo personagem, é possível perceber uma ou outra característica. 34
Imagem com uma das fases do jogo onde é necessário montar o edifício de acordo com o período do nível. Para montar é necessário clicar nas faces giratórias para que mudem de posição. Mostra geral da fase onde mostram os espaços ainda a serem montados. Completando-os abrem-se novas áreas.
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Considerações sobre as publicações
Ao final dessa etapa, vendo as limitações principalmente dos recursos da mídia impressa, surgiu a busca por recursos digitais que pudessem auxiliar a criação de uma linguagem mais próxima ao leitor leigo. Não que a mídia impressa não tenha, por si só, um grande potencial, mas havia a vontade de extrapolar os limites impostos pelo papel. Há de se notar que o 3d faz parte de praticamente todas as obras analisadas, e em alguns casos, como no vídeo de Pompéia, não se atém em ser mais um recurso, e sim a principal plataforma. No livro Yes is More, no site 3dVersailles e infográficos do Jornal O Estado de São Paulo também é massificado o uso da modelagem virtual na representação, o que poderia confirmar que esse é um dos meios mais fáceis de se passar a informação sobre espaços para um público maior, pois são materiais, a princípio, sem público alvo específico. Tirando o exemplo do site e vídeo, os 3d vistos são imagens estáticas que em muito tentam simular uma fotografia, mas com a vantagem que há a possibilidade de se seccionar o modelo pra mostrar algo a mais, fazer uso de transparências, separar níveis, fazer um esquema só da estrutura, outro só com os espaços, ou seja, muito mais possibilidades do que a fotografia apenas. Mas um aspecto que o 3d nem sempre é capaz de demonstrar é a relação do homem com o espaço, muito por causa da falta do fator humano dentro desses modelos. A fotografia e vídeo em si podem tentar recriar essa relação (apesar de serem a evidência da memória de apenas um 36
momento), mas nos exemplos listados a grande maioria Exemplo de planta não possui esse caráter, principalmente as publicações de “humanizada”. Mobiliário e materiais cunho específico, pois o foco, neste caso, é o edifício em ajudam na compresi. ensão de organização Nisto entramos em um aspecto que se mostrou eficaz para a leitura das pessoas sem conhecimentos dos jargões da arquitetura: a “humanização” do material, recurso este visto em vários casos, no livro de Alvar Aalto há alguns rascunhos desse tipo de representação, há casos também em Yes is More e no livro Paisagismo 1990 – 2010. Plantas vistas em panfletos de propaganda de apartamentos são um bom exemplo dessa representação, onde além dos limites dos espaços definidos pela construção há a adição de elementos do dia a dia do espaço. Sofás no espaço da sala, mesa na sala de jantar, camas e armários, quando ali colocados facilitaram muito a visão de organização do espaço. A noção de proporção e escala neste caso pode ser prejudicada pelo fato de que em algumas dessas publicidades há a distorção de algumas imagens para dar a impressão de um espaço maior e ter mais impacto visual na venda.
do espaço.
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o processo
Os primeiros rascunhos foram pensados para a feitura de material gráfico impresso, sendo primeiramente uma releitura e reorganização dos exemplos vistos antes. A princípio o máximo que se buscou com mídia digital foi um auxílio de conteúdo, onde o impresso ainda seria a plataforma primária. Tal opção se deu pela minha formação e afinidade com esse tipo de representação. Concomitantemente aos primeiros rascunhos foi realizado o levantamento do centro cultural com seus espaços, histórico, usos e entrevistas com frequentadores e funcionários. A feitura do modelo 3d do CCSP se deu como uma forma de aprendizagem para aprender mais sobre aspectos construtivos, relações de espaços, e características que, numa análise se utilizando apenas de plantas e cortes, seriam muito difíceis de entender. Outra razão é que ele seria muito importante para criar material para o produto final, embora em um primeiro momento não sabia ainda o que se tornaria o trabalho. Basicamente houveram 3 grandes tentativas: a utilização de realidade aumentada, o formato de livro digital e finalmente um aplicativo para Ipad propriamente dito. 39
Início do processo de modelagem.
Wireframe
Imagens da feitura do 3d.
Próxima página: testes de renderização. 40
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Centro Cultural s達o paulo
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Histórico e Concepção O Centro Cultural São Paulo (CCSP) foi concebido pelos arquitetos Luiz Benedito Castro Telles e Eurico Prado Lopes durante a década de 1970, sendo inaugurada em 1982 na gestão do então prefeito Reynaldo de Barros. O barranco, onde futuramente iria se instalar o CCSP, era uma ribanceira onde na parte mais baixa corria o córrego Itororó, e na parte mais alta seguia um caminho que as carroças utilizavam para ir em direção as águas do mar2 . Córrego este que se tornaria a av. 23 de Maio na década de 1960, e a parte alta que viria ser a rua Vergueiro. A Gleba resultante, com seus 400 metros de comprimento, 70 metros de largura e com um desnível de aproximadamente 10 metros, ficou isolada do restante da cidade.
2 – SARAPIÃO, pág. 16, 2002. 3 – A “Nova Vergueiro” foi iniciada pelo prefeito Miguel Colassuono e dirigida pelo arquiteto Alberto Botti.
Com a chegada do metrô, que viria utilizar uma pequena parcela deste terreno, a prefeitura imaginou transformar aquela região em um novo centro empresarial na cidade, já que em pouco tempo a área estaria provida de grande infra estrutura urbana. O plano batizado de “Nova Vergueiro”3 teve as bases definidas pela Emurb (Empresa Municipal de Obras e Urbanização), onde colocava térreo no nível da Vergueiro, estacionamentos usando o desnível, com grandes torres de escritórios. Grandes questões foram colocadas acerca deste plano que culminou em basicamente duas frentes: os progressistas que argumentavam que o espaço público acabaria privatizado, e os conservadores que defendiam esse tipo de construção como um instrumento para melhora da cidade. Como resultado da controvérsia, o plano foi arquivado.
Página anterior: Terreno entre a av. 23 de Maio e a rua Vergueiro, década de 1960. Arquivo Centro Cultural. 45
4 – 50% do acervo da época, cerca de 400.000 livros estavam estocados de maneira inadequada. 5 – Este tipo de programa exige uma complexidade de fluxo de informações e atividades a serem traduzidas no espaço.
Desenho Jardim central. Arquivo Luiz Telles
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Em meio a essa polêmica, a então diretora do Departamento de Bibliotecas Públicas da Cidade, Noemi do Val Penteado, reivindicou parte da gleba para a ampliação da biblioteca Mario de Andrade, que na época estava com um acervo muito maior que seu espaço físico permitia4. Com a demanda iminente e grande influência política de Noemi a nova biblioteca viria a sair do papel. Então em 1975 criou-se uma comissão para estudo e definição do programa do novo edifício, com visitas a bibliotecas de outros cidades como Helsink, Londres e Paris. Devido a complexidade que o novo espaço estava exigindo a Emurb contrata uma empresa com experiência em planejamento de escritórios5 , a Plae Arquitetura e Engenharia, dirigida pelos arquitetos Luiz B. C. Telles e Eurico P. Lopes. Com as diretrizes estabelecidas, em 1975, a Emurb abre a concorrência para o projeto de arquitetura. A própria Plae entrou e venceu a concorrência, embora não houvesse nenhum impedimento legal, esse fato gerou certo descontentamento e acusações de fraude e falta de ética dentro do Iab (instituto de Arquitetos do Brasil).
O projeto buscava o contato efetivo do usuário com os livros (uma das diretrizes do estabelecidas pela comissão) utilizando-se da horizontalidade, fazendo um contraponto à Mario de Andrade com seu acervo colocado numa torre. A memória do local deveria ser mantida, então parte da massa arbórea seria incorporada. O talude seria evidenciado com um volume que pareceria flutuar sobre o terreno. O programa da biblioteca tradicional ia se esvaindo para dar lugar a um local de interação cultural ímpar, nos moldes vistos no exterior.
A ideia de rua interna veio após os primeiros desenhos serem rejeitados pelo então prefeito Olavo Setúbal. Com duas “ruas” que cortariam todo o edifício, e passagens transversais as ligariam entre si e as diversas entradas e saídas, a pessoa que adentrar o espaço teria inúmeras formas de percorrer os espaços, e nos meandros desse percurso encontraria os locais de interesse como os pátios, o teatro, o acervo, etc, e espaços de circulação, estar e lazer se mesclariam. Tudo como uma extensão da rua, onde calçada e edifício se integrariam.
Croqui de Luiz Telles para demonstrar a rua interna. O amarelo representa a circulação
“Censuraram o teatro, a música e a literatura. Mas ninguém conseguiu censurar a arquitetura, pois é difícil entender as intensões dos desenhos. Fizemos um espaço para reunir pessoas, um edifício democrático, elaborado em plena ditadura militar.” (SARAPIÃO, pág 62, 2012) 47
Croqui de estudo da estrutura. Arquivo Luiz Telles 6 – TELLES, pág. 303, 2002.
Fotos da construção. Arquivo Centro Cultural. 48
A estrutura seria composta basicamente de pilares de aço e vigas de concreto. Na época o uso do metal na construção era raro, e utiliza-lo com formas curvas, como planejavam os arquitetos, era uma ousadia ainda maior. Junte-se a isso ainda o fato de mescla de materiais proposta. As grandes rampas, aberturas zenitais, horizontalidade entre outros foram dos muitos aspectos da escola paulista utilizados no projeto. Referências claras à obra de Villanova Artigas se fazem presente na estrutura6, travando ainda um diálogo com a arquitetura brasileira, indo de Oscar
Niemeyer a Paulo Mendes da Rocha, com temas como a mimetização do construído na paisagem e o espaço interno em ligação com a rua/cidade7. Em 1979 Reynaldo de Barros assume a prefeitura da cidade e nomeou Mario Chamie para comandar a Secretaria Municipal da Cultura. Este acreditava que as dimensões da nova construção eram faraônicas demais para abrigar apenas uma biblioteca, e que muito do seu espaço ficaria ocioso com essa função única. Foi então que surgiu a proposta de mudança do programa: um centro cultural, com multiplicidade de usos e de democratização da cultura, já que, segundo o secretário, a erudição e o elitismo estavam muito atrelados, e constantemente confundidas, aos movimentos culturais8. Aspectos como a proximidade com as massas, a informalidade e espontaneidade de suas atividades, programação interativa, um local de encontro da população, iriam fazer parte desse novo conceito de cultura, até então inédito na América Latina. Em 13 de maio de 1982 o edifício foi então inaugurado, com cerca de 70% do trabalho concluído devido a pressão política em entregar logo a obra, já que Reynaldo iria deixar o cargo para concorrer ao governo do Estado.
7 – SARAPIÃO, pág. 69, 2012. 8 – TELLES, pág. 253, 2002.
Panorâmica da construção. Arquivo Centro Cultural.
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2 Rua João Júlio
2
1
2 Av. 23 de Maio
Rua Vergueiro
1
1
C A Rua
2
1
1 3
do P araí
so
B 2 Linha 1 - azul Linha 2 - verde Estações do Metrô
A B C
50
Controle Operacional Metrô PMSP SEBRAE
1 Instituições de ensino 2 Hospitais 3 Clubes
Contexto urbano
O edifício se encontra entre as vias rua Vergueiro, av. 23 de Maio e rua João Julião. O restante do terreno que faz esquina com a rua do Paraíso pertence ao Centro de Controle Operacional do metrô. Existem 2 estação de metrô próximas que são a estação Paraíso e a estação Vergueiro, ou seja bem entre a conexão entre as linhas 1– azul e a linha 2 – verde. A área está próxima à av. Paulista, grande eixo empresarial da cidade, há também a proximidade com a região central da cidade, margeando bairros como a Liberdade, Aclimação, Bela Vista e Jardim Paulista. O Centro Cultural se encontra numa área de fácil acesso e repleta de serviços diversos em suas proximidades, como faculdades, hospitais, escolas, clubes, estando próximo ainda a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (PMSP) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). O terreno possui cerca de 22.750m2.
Foto aérea. Arquivo Centro Cultural.
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espaços e usos
O CCSP possui 5 pavimentos onde os 4 principais são nomeados pelas suas respectivas cotas e um piso denominado técnico. Os níveis são 796, piso técnico, 801, 806 e 810. É comum notar os espaços de maior importância na programação são denominadas por nomes de pessoas importantes ou influentes da cultura brasileira como a gibiteca Henfil em homenagem ao cartunista e jornalista mineiro Henrique de Souza Filho, ou a sala Adoniran Barbosa em referência ao famoso sambista paulista9.
9 – Adorinan Barbosa era o pseudônimo de João Rubinato
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piso 769 Este pavimento concentra todas as atividades referentes à manutenção e funcionamento geral do complexo, com espaços de almoxarifado, zeladoria, sala de segurança, depósitos, oficina elétrica, serralheria, marcenaria, refeitório e vestiários de funcionários. Há espaços de apoio às atividades dos teatros, oficinas e exposições, com camarins, sala cenotécnica, sala de ensaio, suporte técnico, sonoplastia; e alguns acervos também se encontram neste pavimento como parte da gibiteca e o acervo discoteca. É o único piso que possui uma saída direta para a av. 23 de Maio, esta utilizada principalmente para a entrada e saída de material diverso. Há uma segunda entrada pela rua João Júlio quase em nível com a rua Vergueiro.
Av. 23 de Maio
11 13 16
15 13
14 13
10
12 5
7
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rua Vergueiro 54
Entradas/ acessos Espaço Ademar Guerra Sala cenotécnica Camarim Sala de ensaio Depósito Reserva técnica Refeitório Folheteria Gráfica Cozinha
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3
4 5
2
5
3
1
11 12 13 14 15 16
Estacionamento Empresas tercerizadas Acervos Marcenaria Sala segurança Laboratório de restauro
rua João Júlio
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
o 55
Espaço Cênico Ademar Guerra: Capacidade: 200 lugares Este é o único espaço neste pavimento que recebe parte da programação cultural que consistem em apresentações de teatro e dança. O grande diferencial deste espaço é a flexibilidade de arranjo da plateia, podendo o público ser colocado como for melhor para uma melhor experiência da performance que estiver ocorrendo. Por essa liberdade o espaço é muito utilizado também como centro de experimentação, como por exemplo, o projeto “Zona de Risco” que entre 2009 e 2010 criou um grupo interdisciplinar com dança, música, teatro e artes visuais .
Planta Espaço Ademar Guerra. Desenho sem escala.
Espetáculo realizado na sala. Foto João Mussolin 56
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Laboratório de Restauro: Um espaço a se destacar é o laboratório de restauro iniciado em 2004 pelo projeto Centro de Salvaguarda e Documentação, que visa manter, restaurar e acondicionar importantes documentos e coleções da Secretaria Municipal da Cultura. Em 2008 foi entregue a primeira parte que constitui o laboratório de conservação e restauro de papel. A segunda parte, ainda a construir, deverá abrigar sala específicas para o armazenamentos de outros materiais como fotografias, telas e esculturas. Este espaço não é aberto ao público.
Planta com áreas pretendidas pelo projeto. Arquivo Centro Cultural
Arquivo Centro Cultural 59
Vista geral do piso 796
Vista geral do piso 796
Estacionamento 60
Saída para a av. 23 de Maio.
Gráfica
Folheteria: laboratório gráfico, recebe oficinas diversas algumas abertas ao público, outras apenas para funcionários. Atualmente não possui uma programação. 61
piso 801 Toda a área de bibliotecas, teatros e cinema se concentra neste nível, agrupando também boa parte da administração, tanto dos espaços em específico, quanto a administração geral.
Vista do jardim
14 15
14
14 14
Planta sem escala 62
13
9
16 12
10
Visão geral da área de escritórios da administração
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
8 7
9
0
Administração das salas Arquivo multimeios Biblioteca Braille Biblioteca Sérgio Millet Estúdio Jardim central
1
4 6
11 12 13 14 15 16
Área administrativa Diretoria/reuniões Sub-estação elétrica Refeitório/cozinha Depósito Sala Jardel Filho Teatro Lima Barreto Teatro Paulo Emílio Sala Adorinan Barbosa Espaço oficinas
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2
3
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Sala Adoniram Barbosa: Capacidade: 622 lugares Este espaço é um teatro tipo arena, onde o palco se posiciona no centro e o público se coloca em volta do mesmo. O grande diferencial deste espaço é a abertura em cima do palco onde se posta uma segunda plateia, acessada do piso 806, criando dois níveis para o espectador. O público se posta bem próxima ao espetáculo, e com os dois níveis não há lugar que seja extremamente longe da ação, e com isso o usuário pode escolher o tipo de interação que quer ter com o evento que estiver acontecendo: primeiro como um espectador que vai realmente ver a obra, pegando as escadas até o acesso, escolhendo um lugar e ficando lá até o fim, ou no nível superior, como quem vê uma apresentação na rua, parando pra ver o que está acontecendo e com total liberdade de sair quando desejar, sem atrapalhar o andamento. Esse mesmo pensamento vale para o usuário pego de surpresa, que andando pelo centro cultural se depara com uma intervenção nesse espaço. Vista do espectador na parte inferior. Piso 801
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A agenda deste espaço é a mais abrangente comtemplando poesia, dança, música, teatro, debates, palestras e oficinas.
Planta sem escala Vista do espectador na parte superior. Piso 806
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Salas Paulo Emílio Salles Gomes e Lima Barreto: Capacidade de cada sala: 99 lugares Estas duas salas gêmeas compõe os mini auditórios do complexo, com forma de um pequeno teatro tradicional, se prestando, principalmente, à programação cinematográfica, mas com suporte suficiente para receber pequenas performances, debates e palestras. Já passaram por sua programação desde filmes da mostra internacional de cinema, até palestras sobre jogos do estilo RPG. Ambas as salas sofreram uma reforma em 2012 para adequar os equipamentos e o espaço às novas tecnologias de cinema e sanar os problemas de acústica. Reabertas em 2013 já havia uma programação prevista para ambas, mas a sala Emílio Salles teve de esperar mais tempo para exibir filmes, pois o projetor vindo da Bélgica ficou preso na alfândega.
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Planta sem escala
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10 – No espaço Adorinan Barbosa consta 622 lugares, mas se leva em consideração o espaço superior com a possibilidade de muitas pessoas assistirem em pé as apresentações. Se formos considerar a quantidade de lugares fixos, este é o espaço com maior capacidade.
Sala Jardel Filho: Capacidade: 321 lugares É o maior espaço tanto em termos de estrutura (luzes, áudio-visual, palco, etc), quanto de público10. É muito utilizado em shows musicais, do popular ao erudito, principalmente devido à acústica da sala que com a reforma feita em 2012 sanou os problemas de barulho externo que vazava para dentro da sala, principalmente o proveniente do metrô. Houve melhorias nos equipamentos de som e luzes, e ainda houve a vinda de dois novos pianos de calda para as apresentações de música. “Além da Sala São Paulo, seremos a única sala de espetáculos da cidade equipada para uma performance perfeita de duos” (Ricardo Rezende, 2013)
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Planta sem escala
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Biblioteca Sérgio Millet A biblioteca do centro cultural, possui um acervo vasto em áreas que como filosofia, religião, ciências sociais, história, literatura, artes, etc, onde grande parte veio da biblioteca Mario de Andrade, principalmente as publicações pós década de 1960. Seu acervo hoje gira em torno dos 110 mil títulos que podem ser acessados livremente dentro do espaço. O interessante é ver que praticamente não há barreiras físicas entre as seções, onde a arquitetura e a disposição do mobiliário cria a hierarquia. Apenas alguns usos mais restritivos possuem áreas isoladas de alguma maneira, mas mantendo a transparência quase que total das zonas. A divisão é feita da seguinte forma:
Área branca Área azul Área vermelha Área verde Área amarela Área roxa Área laranja
Planta sem escala
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conhecimentos gerais, jornais e periódicos filosofia, psicologia e religião história, geografia, ciências sociais ciências e tecnologia literatura e teatro áudio-visual, línguas balcão de empréstimo, setor circulante
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Biblioteca Alfredo Volpi Seção da biblioteca Sergio Millet que abriga temas como artes plásticas, fotografia, arquitetura, moda, com um acervo que possui desde catálogos de exposições, periódicos diversos a arquivos digitais. A coleção é proveniente da biblioteca Mario de Andrade e do IDART (Departamento de Informação e Documentação Artística).
Planta sem escala
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Gibiteca Henfil Inicialmente alojada na biblioteca infanto-juvenil Viriato Corrêa, a gibiteca foi para o CCSP em 1999 e hoje conta com um acervo cerca de 119 mil exemplares, com publicações do Brasil e do mundo que conta com nomes como Bill watterson, Quino, Frank Miller, Katsuhiro Otomo, Stan Lee no âmbito internacional e brasileiros como Maurício de Souza, Laerte, Henfil entre muitos outros.
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Biblioteca Louis Braille Formada para atender usuários com deficiência visual através de livros em braile, conteúdo em audiobooks e programas de computador específicos para o auxílio de leitura dessas pessoas. Foi idealizada por Dorina Nowill e Lenyra Fraccarolli. Inicialmente instalada na biblioteca Monteiro Lobato, atendendo principalmente ao público infantil. Com o tempo a demanda foi aumentando e em 1986 o acervo foi transferido ao CCSP, devido à disponibilidade de espaço e localização mais acessível. É uma das áreas que se encontra isolada do resto da biblioteca com divisórias de vidro, devido as necessidades especiais que este material e público demandam, necessitando um certo nível de isolamento acústico. Há atividades desenvolvidas para as crianças com dança, música e teatro.
Planta sem escala
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Sala de Leitura Infanto Juvenil Criada em 2007 é um espaço dedicado ao desenvolvimento e aprendizado da leitura com acervo e mobiliário próprio para receber este tipo de público. Contação de histórias, leituras em grupo e pequenas dinâmicas fazem parte da agenda deste espaço.
Planta sem escala
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Recursos Audiovisuais Concentra todo o acervo e recursos de som e vídeo do centro, com possibilidade de acesso à filmes, documentários, palestras, séries diversas, de maneira livre. Faz parte também deste espaço o acervo discoteca Oneyda Alvarenga que contêm uma vasta coleção de cds, discos, livros e partituras referentes à musica erudita, popular e folclórica nacional e internacional. O projeto Paradas Sonoras criou plataformas no centro cultural para a consulta e acesso de materiais digitalizados do acervo.
Projeto Paradas Sonoras, estação montada na biblioteca.
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Planta sem escala
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piso 806 Pavimento onde a “rua” idealizada pelos arquitetos toma forma, com grandes espaços de circulação, conectando as diversas áreas de interesse do usuário, seja fisicamente ou com as visuais criadas. É o pavimento que possui acesso 4 acessos, com 3 entradas voltadas para a rua Vergueiro onde uma chega direto ao jardim central e duas outras que dão acesso à circulação em frente ao foyer. A última entrada é uma passagem em nível rodeada de vegetação a partir da rua João Júlio, ao lado da estação de metrô Vergueiro, e que se liga direto à circulação horizontal principal. Neste nível se encontram a bilheteria, livraria, recepção, áreas de estar e circulação, lanchonete, restaurante, áreas de exposição e a parte superior do espaço Adorinan Barbosa.
Av. 23 de Maio
8 9
8
6 7
8
Planta sem escala 80
rua Ver
Jardim central. Há de se notar o desnível à direita que vai até o piso 801.
Entradas/ acessos Estação Vergueiro Foyer Centro de informações Bilheteria Sala Adorinan Barbosa Lanchonete Jardim central
4
3
8 9
Espaços Expositivos Jardim sul
2 1
rua João Júlio
5
1 2 3 4 5 6 7
rgueiro 81
Entrada cujo passeio se extende até as portas da estação Vergueiro do metrô.
Entrada em nível pela rua Vergueiro.
Foyer. 82
Existem 3 áreas expositivas que na verdade são todo o espaço ao redor das rampas de acesso à biblioteca e ao pavimento 810. São elas: área fundos, lateral 23 de Maio e lateral Vergueiro, o conjunto delas é denominado piso Flavio de Carvalho. Nestas áreas as mostras são dos mais variados tipos, indo de Will Eisner (2011) a recebimento de parte da 10º Bienal de Arquitetura (2013). Neste espaços costumam ter mostras interativas, ou que não necessitem de condicionamento especial, já que não são herméticos e não possuem barreiras físicas entre si. O Foyer também pode receber algumas pequenas exposições se necessário.
Áreas expositivas piso Flávio de Carvalho Área fundos Lateral 23 de Maio Lateral Vergueiro
Planta sem escala 83
Piso expositivo, área fundos, sem exposições.
Mostras da 10º Bienal de Arquitetura.
Mostras da 10º Bienal de Arquitetura. 84
Outro aspecto expositivo interessante neste nível é que o caminho é todo organizado pelas paredes de vidro onde algumas separam locais em específico como circulações de acesso restrito, a livraria, o foyer, ou simplesmente se tem uma vista dos andares inferiores. Mas em alguns seguimentos existem uma espécie de “vitrine” onde são colocadas esculturas ou outras intervenções, algumas onde se pode entrar e em outras não. É neste nível que as atividades espontâneas mais ocorrem, com grupos de danças nos corredores, pessoas jogando xadrez, tocando instrumentos ou realizando intervenções. Juntando isto às exposições colocadas em meio aos percursos, mesas e cadeiras espalhadas por quase todo o piso, e o restaurante, tornam este piso o mais vivo de todos.
“Vitrine”onde se encontra uma intervenção com video.
No case neste espaço é possível adentrar para se ver o video. 85
Intervenção artística em meio ao pátio.
Partida de xadrez 86
Senhor tocando intrumento musical próximo à área da lanchonete.
Área com mesas de estudo.
Jovens dançando na área de circulação. Foto: Sossô Parma 87
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piso 810 É a continuação do piso 806, como uma rua superior, mantendo vários aspectos vistos no tópico anterior como as áreas expositivas completamente abertas, integradas e rodeando as grandes rampas. Este nível possui ainda outra sala expositiva denominada Tarsilla do Amaral, a única que está fechada por vidro, e por essa razão pode ser utilizada em mostras que precisem de um acondicionamento especial, ou um controle de público maior, mas é sabido que todas essas áreas expositivas, mesmo a sala Tarsila, possuem problemas que as diferem do ideial de espaços apropriado para tal, o “cubo branco” como denomina o jargão de espaço neutro e apto a receber qualquer tipo de mostra. Este piso é denominado de Caio Graco.
Av. 23 de Maio
3 6
4 5
2
3
rua Verguei
Planta sem escala 90
Entradas/ acessos
1
Jardins superiores Horta comunitária Áreas expositivas Apoio montagem
5 6
Sala de debates Sala Tarsila do Amaral
rua João Júlio
1 2 3 4
1
iro
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Possui um único acesso pela rua Vergueiro, e dentre os 3 acessos por essa via, é a que mais um caráter de “entrada”, simbolicamente falando, reforçada pela presença da porta de vidro automática. A sala de debates também fica neste piso com capacidade de 60 lugares Os jardins susperiores podem ser acessados por esse piso, são grandes áreas forradas de grama onde os usuários podem relaxar, ler, e observar a cidade, já que conta com grande vista do lado da av. 23 de Maio. O lado voltado para essa avenida possui uma horta coletiva que foi iniciada em 2011 e é mantida por voluntários e colaboradores. Há também uma escada que liga o jardim voltado para a rua Vergueiro ao piso 806, caindo bem no pátio central do complexo.
Horta comunitária no jardim voltado para a av. 23 de Maio.
Sala Tarsila do Amaral. 92
Ă rea expositiva, piso Caio Graco.
Jardim voltado para a rua Vergueiro.
Entrada pela rua Vergueiro.. 93
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depoimentos Para compreender o lado “humano” do local foram feitas visitas, participações em algumas atividades da programação, e conversas com usuários e funcionários. Usou-se também depoimentos obtidos em vídeos e entrevistas do próprio acervo do centro cultural. As perguntas feitas foram o do porque a pessoa estava no Centro Cultural, as atividades que comumente realiza ou estava realizando naquele dia, e o que mais gostava ou chamava a atenção no edifício, não houve necessariamente um questionário fixo. O perfil dos usuários é bastante variado seja em classe social, faixa etária ou escolaridade. Como nem todos os entrevistados autorizaram o uso da imagem e/ou dos nomes, todos serão colocados de forma anônima, apenas com profissão e idade para identifica-los. Abaixo estão os trechos mais relevantes das conversas registradas: 11 –Curso pré-vestibular tradicional da cidade que possui uma unidade próxima ao Centro Cultural
Estudante, 18 anos: “Eu costumo vir aqui pra estudar mesmo. No Anglo11 a sala de estudo fica muito cheia, nem sempre consigo lugar, então veio aqui estudar. É do lado mesmo.” “O bom é que se a gente fica estressado com a matéria dá pra ir no jardim pra dar uma relaxada, respirar um pouco pra depois voltar a estudar.” Funcionário de escritório, 37 anos: “Eu trabalho aqui perto e depois do almoço as vezes dou uma passadinha aqui, até dar o tempo de voltar. Fico mais ali na parte do gramado.” “É legal quando chego quase sempre me deparo com alguma coisa nova. Já vi gente dançando, banda tocando; hoje mesmo, você viu o cara na escada do pátio, com
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uma vara12? Não sei o que era, mas parecia estar pintando alguma coisa no chão.” “O lugar que mais gosto mesmo é o jardim lá de cima, e onde tem as exposições em cima da biblioteca.”
12 – Foto desta intervenção na página 86.
Estudante, 15 anos: “Aqui dá pra dançar sem ninguém encher o saco, tem bastante espaço então acho que não atrapalha ninguém, né?!. O lugar é limpo e a gente sempre fica depois do ensaio conversando.” “Usamos o vidro daqui tipo como espelho na real.” Funcionário da biblioteca, 48 anos: “Eu trabalho aqui, por isso estou aqui.” (diz sorrindo) “Eu gosto do contato com as pessoas, ... claro que nem todas ne?! Mas a grande maioria é bastante educada e dá gosto de ajudar elas” “O interessante é olhar pra todos os lados e ver essa gente fazendo de tudo, cada dia que venho trabalhar dá pra ver alguma coisa diferente, e olha (apontando o dedo para outro nível), daqui posso ver as exposições lá em cima, o lado de fora, o céu, gosto como o sol entra aqui.” Aposentada, 76 anos: “Comecei a vir aqui quando uma amiga me chamou para uma aula de dança para terceira idade que acontece aqui, gostei muito e passei a vir toda semana. Isso acho que faz uns 2 anos talvez.” “Meu marido e eu gostamos muito do cinema e do teatro, esse que parece uma arena sabe? Que inclusive é lá que a gente faz as aulas.” Fotógrafa, 27 anos: “É um espaço muito bonito, com luz, sombras, volumes bem diferentes.” “Hoje só vim pra abertura13, alguns amigos me chamaram, e como eu gosto de arquitetura vim também né. Gosto muito do vão central com vista de vários níveis, dá umas fotos ótimas”
13 – Abertura da 10º Bienal de Arquitetura realizada no dia 12/10/2013.
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Segurança interna, 41 anos: “É um espaço legal, grande ne?! Quanto será que custou?” “Pode até ser bonito mas tá cheio de problema, já reparou naquele corrimão? (da escada localizada no pátio) Aquilo é perigoso, já vi umas 3 pessoas caírem lá, e se uma criança vem correndo? Você disse que faz arquitetura ne? Que arquiteto pensa naquilo? Ah e tem um monte de goteira por aí, só procurar.”
Depoimentos retirados do acervo do centro cultural: Yara Maria funcionaria da Gibiteca: trecho de depoimento disponível em: http://www.centrocultural.sp.gov.br/gibiteca/depoimentos “Em meio a tantas lembranças me lembro de algumas em especial. Me recordo de um menino que estava na Gibiteca todo dia, ele lia muito, chegava na parte da manhã e ia embora somente à noite, ele vivia na rua, tinha abandonado a família. Acabamos por nos afeiçoar ao garoto e “adotamos” o menino, um dava uma maça, outro uma bolacha. Ele, por sua vez, também nos adotou como sua família. A relação se fortaleceu, conselhos foram dados e nosso garoto decidiu, depois de um ano, voltar a sua família. Muitos anos se passaram e um dia estava a trabalhar normalmente na Gibiteca quando ouvi: “Tia Yara! Tudo bem?” Quando olhei vi aquele garoto, o mesmo de muitos anos atrás, hoje um homem barbudo, casado, com filho e esposa, com sua própria família. Assim como eu, ele jamais esqueceu daquela época. É muito gratificante ter essas passagens na vida profissional.” 98
Thales, frequentador: trecho do depoimento disponível em: http://www.centrocultural.sp.gov.br/comoondeporque “Eu continuo estando aqui porque, na realidade, São Paulo... uma vez que... aconteceu várias coisas na minha vida, como desemprego desde 2000, o Centro Cultural numa acolhida, com acesso, com essa acessibilidade todinha... você se sente muito mais do que atraído por estar aqui. É o único local, uma vez que você não tem dinheiro, que te dá condições para um mínimo de conforto possível. Você tem internet, tem música, você interage com pessoas, com um grupo social. E no meu caso são outras razões que me levaram a conhecer o Centro Cultural... provavelmente outras pessoas passaram por aqui. E eu me dou por satisfeito. Estou praticamente todos os dias. Conheci pessoas, fui conhecido... e gosto de um certo relacionamento... é a sociedade, o mundo. Paul, organizador do projeto “O Alma de Batera” que dá aulas de bateria no Centro Cultural: Trecho do depoimento disponível em: http://www.centrocultural.sp.gov.br/comoondeporque “Olha, quando eu tô dando aula aqui, às vezes a gente vai para a Sala de Ensaio 1, às vezes a gente vai pra Adorinan Barbosa. Eu me sinto mais à vontade realmente na Adorinan ... essa sala valoriza o projeto, é a principal sala do Centro Cultural, então eu gosto muito de tá ali na Adorinan Barbosa.” “Eu continuo aqui eu acredito que, em primeiro lugar, porque o centro Cultural acredita no meu projeto, me dá toda a possibilidade, todo o suporte possível pras aulas, por ser bem estruturado, por ser bem acessível, fica perto do metrô, fica num local conhecido... muito pela estrutura, me dá toda condição de dar minhas aulas, assim, euu vejo que os funcionários me atendem prontamente e muito bem e acho que é isso.” 99
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desenvolvimento 101
realidade aumentada A realidade aumentada (RA) se mostrou muito promissora como a ferramenta de auxílio procurada em um primeiro instante, pois era a que mais se interligava com o impresso. Essa tecnologia consiste na “adição de elementos virtuais ao ambiente real em tempo real, num mesmo meio”(ROSA Amim, pág.14). Ou seja, uma interação entre o mundo real e virtual afim de colocar o usuário em uma nova experiência dentro do universo na qual ele RA aplica a jogos: já está inserido. Características estas que a diferem da já os cartões da mesa difundida realidade virtual (RV) onde um computador sidão ao aparelho as informações quando mula um universo e insere o usuário isolando-o do munà distancia e inclina- do externo, através de aparatos como capacetes virtuais, ção que culminam fones de ouvido, monitores retinianos entre outros. A RA na visualização do coloca no plano físico informações virtuais, então a assi“campo”como se milação pode ser facilitada, já que a pessoa tem o mundo estivesse realmente real como plano de fundo. em cima da mesa.
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Das ferramentas de RA pesquisadas e que tiveram resultado satisfatório para o trabalho destacam-se a Aumentaty, a ARmedia e Metaio devido as facilidades de programação e compatibilidade com os programas e formatos usados no 3d (arquivos .skp, .obj, 3ds, etc). Desses três a que possui mais recursos de uso e visualização na versão gratuita é a ARmedia.
RA aplicada a exposições: Agmented, by Metropolis Magazine. Nova york, galeria R’pure, 2012. Todas as obras só são vistas a partir da RA.
Essas ferramentas trabalham basicamente da seguinte maneira: o modelo 3d criado em outro programa (3dmax, Sketchup, Maya, Cinema4D, Blender, etc) é transferido de um software para o outro normalmente no formato .Obj, que é um arquivo 3d simplificado, com informações dos polígonos, coordenadas de mapeamento de texturas e arestas, não usando as codificações únicas de cada programa, sendo considerado um arquivo universal de leitura de modelagem digital. Mas há também a compatibilidade com outros formatos como o FXB, DaeCollada (ambos também arquivos de formato universal mas desenvolvidos por outros grupos), 3ds (formato específico da Autodesk), entre outros. 103
14 - Componente de um software que adiciona uma função específica no mesmo. No caso conectando dois programas diferentes.
Para visualizar o modelo é preciso um aparelho com câmera (tablet, celular ou uma webcam e um computador, os quais possuam o programa de leitura) e uma imagem de rastreamento impressa que dará a rotação, posicionamento e escala que a imagem terá na tela. No caso dos programas Aumentaty e Metaio se ficava a mercê de como o arquivo era lido (graças as restrições das versões gratuitas), sem a possibilidade de edita-lo para deixa-lo na escala correta e nem modificar texturas. Fora o fato da versão de Aumentaty que se teve acesso é uma beta, já que a versão completa deste software, além de paga, exige um computador com requisitos mínimos acima do equipamento que possuo atualmente.
Com a ARmedia foi onde surgiram os melhores resultados, principalmente devido ao plugin14 que liga o programa direto com o Sketchup, software de modelagem utilizado, que ao contrário das outras duas ferramentas citadas, a não necessidade de conversão para o formato .obj manteve as informações do modelo relativamente intactas, sem distorção. Com isso o escalonamento em relação à imagem de rastreamento fica mais simples pois ele usa as referencias do próprio Sketchup, fora que linhas de Visualização do modelo utilizando a corte também podem ir programadas direto, bem como ARmedia todas as texturas.
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No lugar da imagem de rastreamento padrão é possível colocar qualquer outra imagem que se queira, então uma planta pode vir a fazer esse papel e quando visualizado no aparelho aparece, por exemplo, o modelo do andar exposto.
Rascunho de material da parte impressa. No caso esquemas para explicar o conceito da rua interna.
A base pensada era um livro com informações mais dinâmicas, tal qual um infográfico, com textos rápidos e peças gráficas para explicar alguns aspectos do projeto, do edifício em si, usos, etc. A realidade aumentada entraria como uma ferramenta que, partir dessa base, puxaria pelo dispositivo digital informações adicionais, textos complementares, modelos, vídeos, etc. Ou seja, um aprofundamento do ali representado no papel, onde o usuário poderia decidir o nível de informação que desejaria alcançar. O problema visto com essa tecnologia foi que todos os rascunhos que se pensava acabavam por ter o mesmo padrão onde todo o conteúdo pensando em realidade aumentada era basicamente o modelo 3d da planta posta 105
no impresso, ou a tridimensionalização de alguma perspectiva usada. Com isso o que estava tomando forma era um livro/infográfico sobre o CCSP, com uma abordagem igual ou parecida as publicações de arquitetura convencionais, mas com a adição de alguns modelos tridimensionais com a ajuda da RA.
Rascunhos de modelos a serem colocados em RA. Respectivamente para visualização de um pavimento e estrutura.
106
Outro aspecto era o manuseio do dispositivo (celular, tablet, computador) para visualização da realidade aumentada que numa leitura longa poderia ser cansativa, ou poderia quebrar o ritmo de leitura do usuário caso tivesse que alternar muito entre o “livro” e o “dispositivo”. Neste ponto do trabalho foi questionado do porque não se tentar desenvolver direto na plataforma digital, utilizando mais recursos dentro dessa tecnologia. .
Rascunhos de estruturação da parte impressa. 107
Livro Virtual O formato escolhido foi para a plataforma Ipod/Iphone, apesar de já saber das limitações impostas pelas dimensões do aparelho. Essa escolha, na época, se deu por eu possuir o dispositivo e queria testar, na medida do possível, as funcionalidades e aspectos gráficos diretamente no formato final. Com base nos levantamentos e depoimentos foi criado uma rede de informações e sua hierarquia baseada em três grandes blocos: o Centro cultural, o edifício e atividades, e a partir deles sairiam os diversos assuntos sobre o projeto e usos, e como eles se ligariam entre si, formando uma rede. Esta rede não estava totalmente pensada enquanto se utilizava a realidade aumentada, pois o levantamento estava sendo feito simultaneamente, então na época ainda não se tinha todas informações necessárias, fato este que pode ter prejudicado em muito o resultado visto no capítulo anterior. Devido aos vários caminhos possíveis e conexões entre assuntos e possibilidade de uso do 3d, veio a ideia de uma espécie de livro digital Do bloco do “centro cultural” viriam as informações relevantes ao histórico de concepção e construção, o bloco “edifício” traria as informações sobre a arquitetura construída como estrutura, iluminação, circulação, etc; e o ultimo bloco de “atividades” descreveria os espaços e seus usos. A ligação entre estes blocos seria a partir de links dentro do livro e conectariam assuntos que se complementariam. Por exemplo: toda a conceituação da construção é pauta108
Rascunho do diagrama de informações
Centro C.
Localização
Edifício
Atividades
Histórico
Conceito
Biblioteca
Concepção
Estrutura
Teatro
Contexto
Iluminação
Ação educativa
Oficinas Construção
Circulação Espaços
Exposições
Uso espontâneo
Diagrama de informações e sua correlações com outros assuntos. 109
Mockup rascunhado no Fieldtestapp.
da no uso democrático que se queria dar ao espaço, então circulação, estrutura e organização do programa estão muito atrelados a esse conceito, que ainda trás junto o “uso espontâneo” do espaço.
Houve uma pesquisa para descobrir que tipo de ferramentas poderiam ser usadas para transpor esta ideia para dentro do iPhone/iPod. O Xcode é um software de desenvolvimento de aplicações e programas da Apple para os sistemas operacionais desta mesma empresa e o Mag+, software associado ao Indesign da Adobe para programar principalmente revistas digitais. Mesmo estando com estas duas ferramentas em mãos e com alguns rascunhos pensados, optou-se por usar o Fieldtestapp para testar as telas e algumas funcionalidades por se tratar de um modo muito fácil de se rascunhar aplicativos usando ferramentas diretamente pelo navegador de internet, conseguindo 15 - protótipo de uso resultados que no Xcode ou Mag+ demandariam muito para teste de funcio- mais tempo de programação propriamente dita. nalidade da interface em programas, sites, Com a base do mockup15 pronta e as primeiras páginas aplicativos, etc… diagramadas percebi que o formato tentado não estava 110
satisfatório. Da mesma maneira da realidade aumentada, onde o resultado estava sendo um livro com a adição de alguns modelos tridimensionais, agora parecia o mesmo livro diagramado dentro do formato de iPod, mas agora com adição de alguns recursos de vídeos, links com os modelos 3d escondidos no meio da hierarquia de informações. O grande ponto neste momento era que mesmo mudando os meios, a abordagem não havia efetivamente sido alterada (culpa disto acredito ser pela minha própria formação) e mesmo com a disposição a mudar alguns paradigmas ainda estava encarando muitas das questões como uma pessoa que tem conhecimento sobre arquitetura e não como alguém sem tal aprendizado. Utilizando-se de uma organização metódica relativamente similar a outros trabalhos de publicações de arquitetura nos quais eu já havia trabalhado. Ou seja, neste ponto e sob esta ótica, o trabalho estava, de certa maneira, se auto negando.
protótipo feito no fieldtestapp colocado dentro do iPod, com algumas funções de navegação e cliques.
111
Tela titulo
Histórico
Localização
Centro Cultural
Conceito
Estrutura
Atividades
Espaços/usos
EDIFICIO
ATIVIDADES
Fluxograma 112
A estrutura é um sequencial de artigos com a divisão baseada no diagrama de informações visto anteriormente, onde para passar de um assunto a outro é preciso deslizar o dedo para o próximo artigo. Alguns assuntos teriam conexão com o modelo 3d e algumas telas teriam funções específicas. Modelo tridimensional
Iluminação
Oficinas
Circulação
Biblioteca
Conexão entre artigos Conexão com 3d Conexão início 113
Rascunhos de tela e funcionalidades pensadas para alguns casos dentro do livro digital.
Ícone para adicionar ao texto alguma informação a mais como uma nota explicando aquele tópico, imagem ou vídeo sobre o que está descrito.
A barra inferior traria algumas opções dependendo do assunto abordado no artigo, como ter acesso as plantas ou ao modelo tridimensional. 114
Para mostrar as grandes áreas de circulação uma panorâmica 360º do espaço se faz presente, com pontos clicáveis que indicam zonas de interesse podendo mostrar detalhes sobre exposições ou outras intervenções no espaço.
Modelo tridimensional com algumas funções como mostrar cortes e pavimentos. O 3d ainda não estava finalizado nesta fase.
Alguns artigos poderiam vir com videos explicativos sobre o assunto relacionado. 115
116
O Aplicativo 117
O livro digital descrito anteriormente na realidade também se constitui em um aplicativo, já que é uma funcionalidade programada para cumprir uma ação específica dentro de um sistema operacional, no caso sistemas IOS mobile ou Android mobile já que se pensava o livro digital para uso em celulares e tablets. Então para diferenciar ambos os produtos no desenvolvimento, o resultado final será o único denominado de “aplicativo”. A mudança primordial foi a da inversão de abordagem e hierarquia de algumas das informações. O modelo 3d que antes estava escondido, agora será um dos principais meio de navegação, de onde o leitor iria destrinchar o projeto, buscando as informações que lhe interessam. Com isso também ocorreu a mudança da base iPod/iPhone para o tablet iPad pois sua tela maior traria mais possibilidades de ferramentas e comandos para o modelo, além de facilitar sua visualização. Primeiramente houve uma reorganização do diagrama visto anteriormente, ficando desta maneira: O bloco “CCSP” – equivaleria ao bloco “centro cultural” descrito no capítulo anterior – trará informações como o histórico do centro cultural, informações sobre sua localização, seus idealizadores, histórico em geral, curiosidades. O bloco edifício trará as especificações da construção em si, com modelos e textos remetentes à estrutura, iluminação, circulação, etc, não tendo este e nem o bloco anterior grandes mudanças em relação à versão prévia. O bloco “tour” que é a grande mudança em relação ao visto no capitulo anterior: dele sairá um modelo do edifício com possibilidade de rotacionar, dar zoom e clicar em áreas de interesse. 118
CCSP
Edifício
Tour
Histórico
Estrutura
MODELO
Localização
Iluminação
Pavimentos
Autores
Circulação
Espaços
Institucional
Conceito
Usos
Disto saíram os rascunhos como seria a navegação dentro aplicativo e as funções tela por tela, além das conexões entre as mesmas. Neste ponto que surgiram as diferenciações dos modelos tridimensionais e como seria a interação que se teria com eles, com adicionamento de botões para controlar as vistas que se queira ter e os pontos clicáveis. Os menus começaram a tomar forma e começou-se a propor vistas em primeira pessoa e que aspectos do edifício seriam interessantes nesta visada.
Diagrama simplificado onde a partir do modelo é que vai se destrinchar a maior parte da arquitetura
Rascunhos de tela ícones
119
120
Rascunhos do wireframe de cada tela e suas conexĂľes com outras, bem como algumas funcionalidades especĂficas de cada uma.
121
Tela geral do Unity3d.
A ferramenta utilizada para tentar programar as funcionalidades do modelo 3d dentro do aplicativo é o Unity3d (Unity Technologies). Este programa foi originalmente concebido para a feitura e programação de jogos tridimensionais, mas vem sendo amplamente utilizado para visualização de arquitetura, já que possui ferramentas de modelagem de ambientes diversos que um jogo pode vir a necessitar, fora sua compatibilidade com programas 3d já existentes na linguagem de programação Windows e Mac Os, ou seja, há a possibilidade de compatibilidade com o iPad. É a engine16 de programação que, dentre as disponíveis para o grande público, hoje, é a que menos exige um maquinário potente.
16 – sistema para a criação de vídeo games, o qual possui informações quanto à física aplicada no jogo, gráficos, sons, inteligência artificial, etc.
O modelo feito em sketchup, após ser convertido para o formato .Obj, foi introduzido no Unity3d onde seriam postas as informações quanto à iluminação, texturas, e o gestual necessário para o funcionamento com a tela de toque do iPad. Apesar de se ter conseguido um resultado minimamente funcional dentro do computador, não obtive êxito em coloca-lo no tablet, por falta de tempo hábil em aprender a finalizar um “jogo” dentro do Unity3d.
17 – Jargão do meio para indicar uma falha na programação.
Como o modelo não foi feito se pensando nos aspectos técnicos do Unity3d, muitos bugs17 apareceram como lu-
122
zes atravessando materiais opacos, texturas que sumiram e locais onde paredes se tornavam atravessáveis. Ao contrário do Sketchup onde uma face já indicaria ao programa que ali existe uma superfície sólida, no Unity é necessário um bloco para dizer esta mesma informação, ou uma mudança na programação da textura, o que acarretava o problema de materiais atravessáveis dito anteriormente. Não são problemas que tornariam impossível a finalização do aplicativo, onde essas falhas poderiam ser corrigidas dentro do próprio Unity, mas mostrou certas diferenças no tipo de modelagem que cada programa exige. Como não haveria como programar o aplicativo no tempo disponibilizado o que se seguiu foi a definição dos aspectos de todas as telas e suas funções, bem como todo o fluxograma.
Bug de materiais atravessáveis: plataforma parece sólida como o restante da escada, mas ao passar por ela o personagem caía no andar inferior. E de beixo é possível ver o erro da textura. 123
referências de interface
Expo 2005 por Conrinth (2012) Este aplicativo mostra o projeto do pavilhão da República Tcheca para a Expo 2005 em Aichi (Japão), de autoria de Jan Zeman. O projeto é apresentado desde o seu começo com os rascunhos e imagens conceito, passando pelo desenvolvimento e culminando num modelo 3d interativo denominado de dreamview 360º, onde é possível ver o edifício adentrando em alguns ambientes internos e com a possibilidade de controle de luz natural passando de dia pra noite com um simples arrastar de dedos.
124
125
Frank Lloyd Wright – Faalingwater por Planet Architecture (2012) Aplicativo que mostra em detalhes esse projeto emblemático de Wright possui uma navegação simples e mostra desde a história do próprio arquiteto até o processo de projeto desta casa com croquis, fotos e vídeos. Há um tour interativo onde o usuário escolhe pela planta onde quer começar o tour e de lá consegue ver a casa numa visão de 360º do ponto escolhido, com possibilidade de ir andando por pontos pré-estabelecidos, passando por todos os espaços da casa.
126
127
Call of Duty: Zombies – Activision (2011) Este jogo é um porte do game de console de mesa e pc que usa de maneira satisfatória o recurso de toque de tela nessa conversão. A navegação do jogador usando as duas áreas destacadas, onde a esquerda faz o ato de andar e o da direita faz rotacionar a visão, se assemelhando muito ao sistema usado atualmente pelos vídeo games com controles que possuem duas alavancas analógicas. Os outros ícones na tela indicam outras ações como atirar, jogar granada, trocar de arma, recarregar e utilizar a faca. O modo como se segura o iPad para jogar este jogo é confortável se assemelhando muito com o modo que se seguraria também para realizar a leitura de uma revista eletronica por exemplo.
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Netzero Home by Panoptic Group – Arch Visual (2013) http://www.archvirtual.com/Panoptic/2013-08-19-arch-virtual-panoptic.html Projeto do escritório americano Panoptic transformado num tour 3d interativo pela Arch Visual usando o Unity3d, podendo ser aberto diretamente no navegador de internet. Possui a visão tanto interna quanto externa da casa e usando o mouse e teclado é possível andar pelos cômodos internos. Há elementos dinâmicos como portas e ventiladores de teto. Os controles são os básicos de um jogo com visão em 1º pessoa com o mouse controlando a câmera e os botões A,S,W, D usados como direcionais para mover o personagem.
130
131
Fluxograma
CCSP
Edifício
Tour
132
Histórico
Autores
Localização
Institucional
Video
fotos
fotos
Conceito
Estrutura
Circulação
3d estrutura
3d circulação
pav 796
Espaços
pav. 801
Espaços
pav. 806
Espaços
pav. 810
Espaços
3d geral
Pelo bloco Tour (cinza) que se acessa o modelo 3d do Centro Cultural, onde dele pode-se: visualizar pavimento por pavimento, ou buscar um espaço em específico e ter detalhes sobre a programação ou outras informações de cada uma, tendo links para fotos e videos, no caso dos teatros. A visão de 1º pessoa pode ser acessada em qualquer nível e de lá também é possível acessar os espaços e visualizar as atividades espontâneas do edificio. Os modelos do bloco edifício são ferramentas que estarão no 3d geral, mas que podem ser acessados especificamente a partir dos artigos que explicam essas características no bloco Edifício (Azul).
fotos
O bloco CCSP (vermelho) apenas trará informações adicionais de históricos, curiosidades sobre os arquitetos e sobre a instituição em si.
Iluminação
detalhamento deste bloco na página 134
3d iluminação
detalhes espaços detalhes espaços
Uso espontâneo
1º pessoa
Intervenções
detalhes espaços Exposições detalhes espaços 133
Espaço Ademar Guerra pav 796
Gráfica Folheteria Laboratório de Restauro Biblioteca Sala Adorinan Barbosa
pav. 801
Sala Paulo Emílio Sala Lima Barreto Sala Jardel Filho Áreas Expositivas pav. 806 Sala Adoniran Barbosa
Áreas Expositivas
pav. 810
Sala Tarsila do Amaral Jardins
134
Todas as salas listadas terão o modelo de onde se poderá adentrar para uma visão em primeira pessoa no espaço e ter acesso a informações, fotos, videos e o que for necessário para explicar aquele espaço em específico. O uso espontâneo será representado pelos próprios modelos humanos que estiverem pelo modelo 3d, vistos na visão em primeira pessoa, enquanto se caminha pelas áreas de circulação.
Exposição
Intervenções Uso espontâneo
Dança no corredor Pessoas estudando
Exposição
Música
135
estudos de interface
Tela padrão de seleção de aplicativo do iPad.
136
Ícones legenda:
Textos
“Olho”: visualização em visão de 1º pessoa Fotos Internet: link para algum site relacionado ao assunto Ponto clicável. Abre mais informações sobre o espaço visualizado
Abre o modelo 3d relacionado ao assunto Video
Home: volta para a página inicial Ajuda: mostra as funções de navegação e interação com os modelos 3d
Funções gestuais possíveis dentro do aplicativo.
“Orbit”: rotacionar o modelo 3d. Referência utilizada sempre o centro da tela
Zoom.
Função “pan”: arrastar o modelo ou imagem lateralmente ou para cima e para baixo
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Tela inicial do aplicativo (Home).
138
Tela histórico: Breve texto sobre a concepção e construção do Centro Cultural. 139
Para mudar de foto basta arrastar o dedo para o lado e duplo clique na imagem coloca-o em tela cheia (exemplo de visualização em tela cheia ver pág. 151).
Clicando no ícone da câmera abre-se uma janela com diversas fotos sobre o assunto abordado. 140
Mapa com informação sobre a localização e contexto urbano do Centro Cultural. 141
Breve biografia e curiosidades sobre os dois arquitetos responsáveis pela criação do Centro Cultural. 142
Dados sobre a instituição.
143
Texto que fala da concepção do projeto e os conceitos pensados pelos autores.
144
Video do próprio autor contando a concepção do edificio.
Tela de exibição de video.
145
Estrutura. Texto de como foi pensada a estrutura e como ela se comporta. 146
Aba de fotos sobre estrutura.
147
Dois cliques no modelo gera uma perspectiva explodida.
Visão sem estar explodida, com visão de pesdestre.
Modelo tridimensional da estrutura: quando a ferramenta “estrutura” está acionada o modelo se isola apenas com os elementos estruturais (vigas, pilares, pisos). 148
Outro ponto importante do projeto é a circulação com seu conceito de “rua interna”.
149
Com dois toques sobre a foto, abra-se o modo de visualização em tela cheia.
150
Exemplo de visualização em tela cheia. As setas laterais indicam que se pode passar entre as fotos também neste modo de visualização. 151
Modelo circulação. O amarelo representa a circulação horisontal enquanto que o vermelho mostra a vertical, numa tentativa de mostrar a fluidez dos pisos do projeto. 152
Outro fator importante no projeto Ê a iluminação, principalmente a natural. 153
Controle do sol, arrasta o botão para modificar o horário
mudança na insolação
A ferramenta iluminação liga o “sol” do modelo e permite controlar o horário do dia e assim ver como a luz natural adentra pelas aberturas do edifício. Esta ferramenta pode ser ligada a qualquer hora enquanto se usa o modelo 3d. 154
Aba de fotos estrutura.
155
Abre barra de ferramentas
Visão geral do 3d quando acessado pelo botão “Tour”da tela incial.
156
Pavimentos
Espaços importantes.
Texto: pág. 159 Fotos: pág 160 “Olho”: pág. 157
Visualização ferramentas espefícicas, páginas 148, 152 e 154
Na barra de ferramentas da direita se seleciona o pavimento que deseja visualizar, textos, fotos, e abre ferramentas específicas. As áreas em destaque que surgem são os espaços importantes do pavimento. 157
Para se selecionar um espaço de interesse é possível de duas maneiras: através do próprio modelo ou direto pela lista.
A barra “espaços” mostra a lista de espaços que se pode conhecer no nível selecionado. Exemplo de espaço selecionado na pág. 161. 158
Pág. 160
Pág. 164
Quando acionado o “olho” mostra os pontos pré-determinados que se pode começar a visão em primeira pessoa.
159
Ponto de interesse: neste caso mostra um espaço em específico, ao clicar se entra no espaço. Pág 164.
Controles
Visão em 1º pessoa. É possível caminhar por todo o pavimento usando os controles direcionais na tela. A esquerda controla o caminhar e a direita a direção que se olha. 160
Ampliação da planta ao clicar sobre ela. Ampliação pág. 165.
Aba de texto.
161
Aba de fotos sobre o pavimento 1 - piso 796.
162
Nesta tela a barra de ferramentas da direita vai ocultar algumas funções, e a parte habilidata com textos e fotos serão referentes ao espaço destacado.
Espaço selecionado se destaca na tela. Neste modo só é possível rotacionar o modelo em volta deste local.
163
Vista de dentro do espaรงo. Pessoas vermelhas indicam pontos interessantes do espaรงo do ponto de vista de um espectador. (exemplos na pรกgs. 170 e 177) 164
11 13 15 13
14 13
10
12 5
7
8
3
rua Vergueiro
Entradas/ acessos
1 2 3 4 5 6
Espaço Ademar Guerra Sala cenotécnica Camarim Sala de ensaio Depósito Reserva técnica Refeitório
11 12 13 14 15 16
Estacionamento Empresas tercerizadas Acervos Marcenaria Sala segurança Laboratório de restauro
Planta ampliada. Uso do zoom e pan.
165
Vista geral do modelo do pavimento 2 – 801 com suas åreas de destaque.
166
Vista geral do pavimento 3 –806 com apenas o nĂvel selecionado, sem estar com as zonas de interesse ativadas, para uma vista mais limpa do modelo. 167
Sala Adorinan Barbosa vista pelo pavimento 3 – piso 806. Na imagem de baixo a visão da mesma sala mas visto pelo pavimento 2 – piso 801. 168
Visualização no andar inferior do mesmo espaço.
Clicando no olho da tela anterior se entra neste modo de visão em primeira pessoa da sala Adorinan. A pessoa em vermelho ao ser clicada trará mais informações sobre o espaço. Ver página 169
No caso de se clicar numa pessoa no andar inferior deste espaço, o video poderia mostrar a mesma apresentação mas pela visão do espectador que se encontra em baixo.
Ao clicar na pessoa em vermelho abrem-se novas informações. No caso da sala pode se abrir um video ou fotos de alguma apresentação e depoimentos de usuários sobre os espaços em questão. 170
Clicando neste ícone se vai para a visão em primeira pessoa. pág 172.
Clicando nesta área se vai direto aos detalhes da exposição.Pág 173.
Visão do pavimento 4 – piso 810, com área em destaque uma exposição.
171
Ao clicar se entra tela da exposição. pág. 173
Visão em primeira pessoa de uma das área de exposição
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Abre os detalhes e pranchas aumentadas. Pág. 174
Com o arrastar do dedo a panorâmica se move mostrando outras partes da exposição.
As exposições são grandes panorâmicas das exposições com pontos para clicar e ver detalhes e descrições da exposição escolhida. 173
Ao se clicar em “Exposições” pode-se alternar entre outras mostras disponíveis.
Imagens das pranchas, fotos, video, ou qualquer outro material exposto com explicação da mesma na lateral.
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O ícone internet pode levar ao hotsite da exposição se houver, ir à página de programação caso a exposição ainda esteja em andamento ou página do artista em questão.
Aba texto coloca informações gerais da exposição, no caso falando sobre a X bienal de Arquitetura.
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Enquanto se anda pelas áreas de circulação pode-se encontrar pessoas vermelhas que dirão sobre as atividades que acontecem espontâneamente pelo centro cultural, como as danças, intervenções artísticas, pessoas jogando xadrez,etc... 176
Informações sobre a dança feita nos corredores do Centro Cultural, com videos e depoimentos.
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Considerações Finais Como foi mostrado, a leitura da representação arquitetônica é um desafio para quem não é familiarizado com os códigos, e até mesmo quem está inserido nesse universo pode ter suas dificuldades, como em qualquer outra linguagem. Mas há cada vez mais recursos para tentar suprir esta defasagem, e quanto mais fácil for a assimilação, mais pessoas poderão vir a se interessar pelo assunto, o que poderia enriquecer ainda mais a discussão sobre a arquitetura e a cidade. A feitura do aplicativo não descarta de maneira nenhuma os outros formatos tentados durante o processo, os quais possuem grande potencial se bem trabalhados, mas que infelizmente não obtive resultados satisfatórios, seja por falta de conhecimento técnico, seja pelas mudanças de abordagem do tema, ou simples escolhas de gosto pessoal. O aplicativo está incompleto e ainda não possuo o respaldo técnico suficiente para programar um modelo para testes dentro da plataforma iPad. Futuramente pretendo conseguir desenvolver uma versão beta e, posteriormente, com um produto final em mãos, disponibilizar este material para o próprio Centro Cultural. Fora que ainda são necessárias claras melhorias quanto à interface gráfica em geral, não se pensou em um layout para a posição vertical do aparelho, faltam telas a serem produzidas, os gestos de uso precisariam ser devidamente testados na plataforma, os modelos 3d precisam de refinamento e os textos ainda precisariam de uma revisão mais detalhada. A incerteza pairou durante quase todo o tempo do TFG. Não sabia o que almejar quanto ao produto final, o que pode ser evidenciado nas mudanças de abordagens e tipos de plataformas tentados, saindo do gráfico impresso para concluir num formato digital por excelência. 178
A quantidade de ferramentas e possibilidades que conheci durante o processo, mesmo as que não foram usadas no produto final, aumentaram consideravelmente meu repertório e mostraram as inúmeras possibilidades que as mídias digitais estão oferecendo, e como elas podem servir de suporte em muitas outras áreas do conhecimento. Esse foi um dos motivos pelo qual acredito não ter conseguido finalizar nenhum dos rascunhos em sua totalidade, pois a cada etapa novas ferramentas e técnicas precisavam ser estudadas, e muito do tempo teve de ser disponibilizado para conhecer cada uma delas. Outro fator a se considerar foi a demora em se ter um modelo 3d do Centro Cultural minimamente usável nos rascunhos, o que pode ter prejudicado os resultados nas experimentações nas primeiras plataformas, já que apenas quando se iniciou o desenvolvimento do aplicativo é que se tinha o modelo pronto, com toda estrutura e espaços. Esta experiência me mostrou também um mercado com o qual eu não estava familiarizado, mas que pode vir a se tornar uma opção profissional: o desenvolvimento de aplicativos e outros materiais digitais, necessitando para tal o aprimoramento do meu conhecimento técnico e teórico. Saio satisfeito acreditando ter conseguido colocar de maneira ampla a linguagem arquitetônica e como tentar repensar essa representação para uma maior aproximação com público leigo. Com certeza faltariam muitos outros aspectos a serem desenvolvidos e discutidos quanto a este tema, e confirmar se realmente o material aqui produzido se portaria de maneira satisfatória, o que só poderia ser testado, em sua plenitude, com o aplicativo terminado.
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