O Sopro do Vento – Confins do desejo
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O sopro do vento Confins do desejo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo
Prefacio Em 1726, o Brasil era uma colônia Portuguesa, governado pelo vice-rei de Portugal, Conde de Sabugosa, Vasco Fernandes César de Menezes. Na fazenda, “O sopro do vento”, no Rio de Janeiro, de propriedade do Barão Rodolfo de Pinheiros, tudo estava por acontecer após a chegada de sua sobrinha, a jovem Vitoria, de vinte anos. A mãe de Vitoria, havia contraído uma doença fatal e morrera, deixando para a filha uma bela herança, que ela só poderia receber, quando completasse 25 anos de idade. Nesse período de espera, quem iria administrar toda sua fortuna, seria seu tio, o Barão de Pinheiros. Tudo se transforma, quando a jovem é violada pelo próprio primo, Felipe. A jovem Vitoria desposa o primo para limpar sua honra, mas se apaixona pelo escravo Tonho, que se Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo torna seu amante, arriscando a própria vida com essa relação. Na senzala, a escrava Moema, se torna Marquesa de Casa Verde e faz escândalos na cidade. A esposa do Barão de Pinheiros, Baronesa Elvira é assassinada no salão da casa grande e os suspeitos são os criados. Ninguém poderia imaginar que o assassino fosse alguém próximo à Baronesa. Na senzala, uma grande revolta dos escravos, faz toda a plantação de canavial ser queimada. O Barão de Pinheiros perde toda fortuna, levando-o ao desespero. Vinganças, paixões, amores perdidos e muitas emoções nesse romance. O sopro do vento – Nos confins do desejo.
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O Sopro do Vento – Confins do desejo
Revisão e colaboração
Rosani Hoelz de Oliveira
rosanihoelz@yahoo.com.br
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O Sopro do Vento – Confins do desejo Moema, com um frio na barriga e sentindo-se uma nova mulher, entra em uma loja de roupas. A dona vendo que se trata de uma negra, diz: _ Onde estão os seus patrões, negra? Moema lembrou-se da frase do Marquês: ”Nunca mais abaixes a cabeça para ninguém e fale sempre olhando nos olhos das pessoas”. A escrava fixa a dona da loja nos olhos e fala: _ Eu quero comprar alguns vestidos e chapéus, os preços não são problema. A dona da loja olha para o marido, que está ao seu lado e resmunga: _ Veja só, essa negra pensando que é gente! Quer brincar de comprar vestidos de pessoas brancas! Diz a dona da loja, dando gargalhadas. O esposo da dona da loja soltou uma grande gargalhada e olhando Moema nos olhos, retruca:
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O Sopro do Vento – Confins do desejo _ A negrinha ainda é abusada! Encara nos nossos olhos, sem nenhum respeito! Teus patrões não te ensinaram que não pode olhar ninguém nos olhos? Naquele momento, o Marquês entra na loja e ouve tudo que os donos fizeram com a sua Moema e pronuncia: _ Senhores, bom dia! Os donos da loja retribuíram o bom dia: _ Bom dia Marquês! É uma honra tê-lo em nossa loja! Sinta-se como se estivesse em sua casa. O Marquês olha para sua protegida, Moema e discorre: _ Minha senhora! Já escolheu os vestidos? Moema responde sorrindo:
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O Sopro do Vento – Confins do desejo _ Estou escolhendo! Estes gentis senhores estão me ajudando a ver o que fica melhor em mim. O Marquês ordena aos donos da loja, a maior atenção possível, para sua protegida: _ Por gentileza! Deem tudo que a minha senhora desejar. Se ela quiser a loja, eu compro! Sirvam minha senhora com muito carinho! Os donos da loja ficam sem graça e humilhados, não esperavam ter que servir uma negra: _ Pois não Marquês! Fique tranquilo! Serviremos sua senhora com muito carinho, fala a dona da loja, gaguejando e sem graça. Dirigese a Moema, dizendo: _ Minha senhora! Se precisar de ajuda, pode pedir que estarei pronta a servi-la! Moema sorrindo, experimentou vários vestidos e comprou dezenas deles e alguns chapéus de senhoras da moda. A dona da loja ficou Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo satisfeita com a soma que o Marquês deixou em sua loja e antes de irem embora, diz aos proprietários: _ Meus senhores! Apresento-vos a Marquesa Moema de Casa Verde!_ Exclama o Marquês, beijando a mão direita de sua protegida. Os donos da loja, boquiabertos, inclinam-se em reverência e respeito à negra Moema, que com um olhar prepotente, olhando os donos da loja de alto a baixo diz: _ Vamos, meu querido marquês! Preciso comprar algumas joias para combinar com os vestidos. O Marquês concorda, abrindo a porta para sua amada: _ Tudo que desejares minha senhora! As joias não serão tão fascinantes quanto a sua beleza, minha Marquesa. Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo O Marquês segue em direção à joalheria e os donos da loja de roupas correm nas outras lojas próximas, para espalhar o ocorrido e dizer que uma negra era Marquesa, coisa difícil de ver-se naquela época. Na joalheria, Moema diz ao joalheiro: _ Senhor! Quero ver este colar como fica em meu pescoço. O dono da joalheria deixa escapar uma gargalhada e fala: _ Negra abusada! Isso não é para o seu bico! Se roubar ou tocar em alguma coisa, mando te dar dez chicotadas e depois peço para prendê-la. Chega para trás e deixe o Marquês entrar e escolher uma joia. O Marquês fixou o dono da joalheria nos olhos e disse, calmamente:
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O Sopro do Vento – Confins do desejo _ Como o senhor pode tratar a Marquesa de Casa Verde dessa maneira? Pois fique sabendo, que quem irá escolher todas as joias que quiser é a senhora que acabaste de chamar de negra abusada! Se a Marquesa quiser, ela compra toda sua loja, seu mal educado! O dono da joalheria, desconcertado, sem saber o que dizer, gaguejou e ofereceu uma cadeira para Moema sentar. Gritou a um de seus empregados para que trouxesse um café: _ Traga um café para madame e seja rápido! Um empregado providenciou o café e Moema iniciou a escolher quantas joias queria. Enquanto experimentava colares, anéis e pulseiras de ouro e brilhantes, Moema beijava a face do Marquês e sorrindo dizia: _ Posso escolher esse, meu senhor Marques? O Marquês sorrindo e contente por ver a felicidade nos olhos de Moema responde: Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo _ Pode comprar tudo o que quiser até mesmo toda a loja! O dono da joalheria, de olhos arregalados e perplexo com o poder que aquele homem estava dando a uma negra, não sabia como se comportar e gaguejando dizia: _ Está do seu gosto o tratamento que estamos lhe oferecendo, Marquesa? Moema sorrindo, com a cabeça erguida e olhando na face do joalheiro, respondeu ironicamente: _ Tens uns docinhos para eu beliscar enquanto escolho algumas joias? O dono da joalheria mandou imediatamente um empregado ir a uma confeitaria ao lado, buscar alguns doces para Moema e depois disse: _ Senhora Marquesa, tudo que desejares. Nós estamos a sua disposição. Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo O Marquês, vendo o tratamento que estavam dispensando a Moema, ficou contente. E para deixar o joalheiro mais confuso ainda, diz: _ Marquesa! Se desejares comprar toda joalheria, não pense duas vezes! Moema provou vários colares e várias pulseiras, alguns anéis e no final reclama: _ Meu senhor Marquês! Não vi nenhuma joia que satisfizesse meus desejos. Não estão na minha categoria, são muito simples! O Marquês surpreso com a atitude de Moema retruca: _ Podemos ir à outra joalheria, minha Marquesa, para ver se encontras as joias que lhe agradam. O joalheiro preocupado em perder a venda milionária de sua vida, interrompe o Marquês: _ Perdoe-me! Talvez eu possa mostrar as joias mais caras e de lapidações especiais que estão Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo no cofre. Tenho certeza que a senhora Marquesa irá adorá-las. Peço, humildemente a senhora, que me deixe mostrá-las. Moema fixa o joalheiro com um olhar sério, imponente e diz: _ Vejamos que qualidade de joias o senhor tem, porque até agora eu vi apenas vidros e ouro de quinta categoria, dignos de uma joalheria de bijuterias baratas. O homem nunca tinha sido tão humilhado, ainda mais por uma negra. O Marquês estava encantado com a atitude de Moema e ficou ainda mais apaixonado pela sua protegida. O joalheiro abriu o cofre e mostrou as joias mais lindas que tinha em seu cofre e Moema ficou em êxtase, numa grande fascinação! Escolheu dez joias. Cada uma mais linda que a outra. O Marquês deixou uma fortuna na joalheria e na hora de ir embora, o proprietário abriu a porta Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo para Moema passar. Mas aconteceu um imprevisto: na calçada, em frente à porta, havia uma poça d’água, devido às chuvas que tinham caído no dia anterior e Moema olha para o joalheiro e diz: _ Senhor! Não quero molhar meus pés. Deite-se na água para que eu possa passar, sem molhar os meus pés. O proprietário, na mesma hora, deitou-se no chão, sobre a água e todos os outros comerciantes da redondeza, viram a cena e ficaram boquiabertos com o que uma negra fez com um joalheiro, humilhado perante todos. O Marquês deu o braço a Moema e seguiram em direção a uma loja de sapatos. Entraram no recinto, que estava repleto de pessoas e Moema dirige-se ao vendedor olhando-o na face, dizendo: _ Gostaria de ver alguns sapatos, por favor! Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo O vendedor olha Moema, da cabeça aos pés e solta uma gargalhada. E na frente de vários fregueses diz: _ Os sapatos não estão aqui para serem vistos por você, negrinha. Vá procurar uma senzala e saia da loja, imediatamente, ou você acabará indo para o tronco. O Marquês ouvindo aquilo pegou o vendedor pela gravata, com força e reclama: _ Seu imbecil! Isso são modos de tratar uma Marquesa? Todos ficaram boquiabertos, vendo o Marquês proteger a negra. O vendedor se defende: _ Meu senhor Marquês! Não falava com as senhoras brancas. Eu estava falando com a negra, que estava pedindo para ver os sapatos. O Marquês dando um soco na face do vendedor diz: Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo _ Chame o dono desse local, imediatamente. O dono se apresenta e pergunta: _ Pois não Marquês, o que desejas? O Marquês olha fixamente o dono da loja e pergunta: _ Quanto custa a sua loja inteira? Eu quero comprá-la! O dono da sapataria, de olhos arregalados, convida o Marquês para ir ao seu escritório e minutos depois saem sorridentes. O Marquês em voz alta e bom tom, diz aos fregueses: _ Por favor, senhores! Queiram perdoar! Deixem todas as mercadorias que vocês adquiriram. Essa loja é da Marquesa e tudo que tem nela é de sua propriedade. Moema dando gargalhadas enxota os fregueses da loja, dizendo: “Xô! Xô!” Vão para outra loja. Andreia Camargo
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O Sopro do Vento – Confins do desejo O Marquês rindo, olha para sua protegida e pergunta: _ Minha Marquesa! E quanto ao vendedor, queres que o mande embora? Moema sorrindo olha para o vendedor que estava caído ao chão, humilhado, com a face machucada, pelo soco que levara. _ Não, caro Marquês! Eu quero que ele seja meu servidor e escravo. Será emocionante ter como empregado alguém que me chamou de negrinha e ameaçou me colocar no tronco. O vendedor de cabeça baixa, diz: _ Perdoe-me senhora! Eu não fiz por mal! Moema coloca a mão no queixo do vendedor e pergunta: _ Como se chama homem?
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O Sopro do Vento – Confins do desejo O vendedor gaguejando, responde com medo de ser agredido pelo Marquês outra vez: _ Meu nome é Augusto, minha senhora! Ficarei honrado em servi-la madame. Moema sorrindo retruca: _ Mas é claro que você ficará honrado, porque te tratarei você como você me tratou quando entrei nessa loja: como um cachorro de rua. Agora vá e me traga todos os sapatos que entrarem em meus pés, seu idiota! Moema beijou o Marquês na face e deixou transparecer um leve sorriso, que o encantou ainda mais, com a sua capacidade de liderança. Continua... O Sopro do vento - Confins do desejo. Breve nas melhores livrarias. 700 Páginas de pura emoção.
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