RACIONALISMO E EMPIRISMO Andrei Vanderlei de Siqueira Alves Dentro dos múltiplos campos de estudo da filosofia, a dedicação à origem, natureza, limites, fonte e outros aspectos que envolvem o conhecimento são sine qua non para o desenvolvimento filosófico, uma vez que o objetivo precípuo e teleológico da filosofia é conhecer. Faz-se mister destacar que o conhecimento filosófico precisa ser mais que doxológico, na perspectiva platônica, ultrapassando, portanto, a crença efêmera e superficial e se propondo a buscar a episteme, como uma crença que se demonstra verdadeira e justificada. É importante compreender neste ínterim, que o próprio conceito de conhecimento como assaz expendido (crença verdadeira justificada), também passou por processos de transformação e modificação; entretanto, este não é o foco deste trabalho. Uma vez destacada a relevância da temática, este opúsculo ensaio acadêmico se dedica a demonstrar en passant a celeuma filosófica que se revela na busca pela origem do conhecimento, formando duas linhas de pensamento, a saber, o racionalismo e o empirismo. Destas, muitas outras estruturas filosóficas surgem em busca de respostas para a pergunta: “qual é o papel da razão e dos sentidos na construção e no desenvolvimento do conhecimento?”. De forma vestibular, o desenvolvimento conceitual a respeito das duas linhas de pensamento é bem demonstrado por Moser, Mulder e Trout (2004, p. 112): O empirismo básico assevera que não é possível adquirir conhecimento da realidade através do uso não empírico da razão. Afirma, por exemplo, que não podemos ter conhecimento algum acerca da realidade ou irrealidade dos unicórnios pelo puro e simples exame do conceito ou idéia de unicórnio. O mesmo vale, digamos, para a questão da realidade dos elefantes: não podemos saber se eles são reais ou não pelo mero uso não empírico da razão. O racionalismo básico, por outro lado, afirma que temos acesso a alguns conhecimentos por essa via. Não podemos determinar se os elefantes existem pelo simples uso não empírico da razão, mas, segundo o racionalismo básico, podemos determinar, por exemplo, que todo acontecimento tem uma causa.
Diante de tal argumentação, o desafio lógico e racional da filosofia está concentrado em descobrir qual linha de pensamento está mais próxima da realidade e