Artigo publicado na edição 04
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maio e junho de 2008
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: : Caso de Sucesso
GestĂŁo de Estoques MRO Otimizando a LogĂstica de Peças de Reposição Determinar o nĂvel Ăłtimo de estoque de cada item, levando em conta os custos, incertezas e restriçþes do ambiente logĂstico, nĂŁo ĂŠ em geral uma tarefa simples. A complexidade aumenta ainda mais quando se trata de itens MRO (Manutenção, Reparo e Operação), especialmente no caso de peças de reposição de equipamentos, devido a caracterĂsticas particulares, como baixo giro, imprevisibilidade da demanda e criticidade para operação. A proposta deste artigo ĂŠ apresentar aspectos teĂłricos e prĂĄticos para otimização de estoques MRO, alĂŠm de um case de sucesso na Vale.
Eduardo Saggioro (eduardo.saggioro@visagio.com): Engenheiro de Produção pela UFRJ e possui Laurea Specialistica em Engenharia de GestĂŁo pelo PolitĂŠcnico de Turim, ItĂĄlia. SĂłcio-diretor da VISAGIO Consultoria, possui vasta experiĂŞncia em projetos de gestĂŁo de operaçþes e logĂstica, tendo prestado serviços para empresas como Vale, Petrobras, Oi-Telemar, PetrĂłleo Ipiranga, Knoll, Glaxo SmithKline, AEFFE Fashion Group (ItĂĄlia), D3 (ItĂĄlia), Comau Service (Fiat Group – ItĂĄlia), BR Distribuidora, Ultragaz e Wilson, Sons, dentre outras. É professor e palestrante de LogĂstica Empresarial e autor do livro “GestĂŁo de Estoques – Otimizando a LogĂstica e a Cadeia de Suprimentosâ€?.
objetivo da gestĂŁo de estoques ĂŠ garantir o nĂvel de serviço desejado ao menor custo logĂstico possĂvel, buscando otimizar o somatĂłrio dos custos de manutenção de estoques, colocação de pedidos e falta (ruptura de estoque). A figura 1 apresenta os custos envolvidos na gestĂŁo de estoques e seus principais componentes. Custo de Colocação de Pedidos
Custo de Manutenção de Estoque r $VTUP EF PQPSUVOJEBEF DBQJUBM r 6UJMJ[BĂ‰ĂˆP EP FTQBÉP F NBOVTFJP r 4FHVSPT r 0CTPMFTDĂ‹ODJB F QFSFDJCJMJEBEF
Antonio Martin (antonio.martin@vale.com): Engenheiro de Produção pela UFRJ e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral. Gerente Sênior de Gestão de Estoques e ArmazÊns MRO da Vale, onde trabalha hå 3 anos. Possui vasta experiência na årea de Supply Chain Management, com passagens pelas empresas Lafarge – divisão Cimento, Unilever – divisão de Alimento e Shell – divisão de Lubrificantes.
Marcelo Lara (marcelo.lara@vale.com): Engenheiro de Produção pela UFRJ e possui mestrado em gestĂŁo de operaçþes pelo COPPEAD/UFRJ. É gerente de GestĂŁo de Estoques de itens MRO da Vale, onde trabalha hĂĄ 4 anos. Atuou tambĂŠm durante 3 anos na ĂĄrea de LogĂstica da Ambev.
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Custo de Falta
r 'SFUF r &NJTTĂˆP EF QFEJEPT r 3FDFCJNFOUPT F JOTQFĂ‰ĂˆP r 1SFQBSBĂ‰ĂˆP EF NĂƒRVJOBT
r 1FSEB EF WFOEBT F .BSLFU 4IBSF r 1BSBEB EF QSPEVĂ‰ĂˆP r %FUFSJPSBĂ‰ĂˆP EF JNBHFN r 1BHBNFOUPT EF NVMUBT DPOUSBUVBJT r 3FQSPHSBNBĂ‰ĂˆP EF BUJWJEBEFT F VTP de planos de contingĂŞncia
Figura 1. Custos envolvidos na gestĂŁo de estoques.
Para otimização destes custos, ĂŠ necessĂĄrio determinar para cada SKU1 (Stock Keeping Units) seu nĂvel ideal de estoque, a partir do dimensionamento de seus 1
Um SKU representa um produto com alguma diferenciação, mesmo que mĂnima, como cor, embalagem, peso, etc.
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parâmetros de estoque, como lote de ressuprimento, ponto de pedido e estoques de segurança. Se por um lado, baixos níveis de estoque podem levar a perdas de economias de escala e altos custos de falta, por outro, o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado. Dimensionar os parâmetros de estoque com base neste trade-off não é uma tarefa simples, tendo em vista as diversas incertezas e restrições do ambiente logístico. O aumento da competição global e da diferenciação de produtos, caracterizada pela proliferação do número de SKUs, têm feito com que esta tarefa se torne ainda mais árdua. Neste contexto, dentre os diversos tipos de estoques (produtos acabados, semi-acabados, matérias-primas/insumos e MRO), os itens MRO (Manutenção, Reparo e Operação) merecem um capítulo à parte, tendo em vista suas características peculiares e complexidade de gestão. Este grupo de itens – composto por materiais não-produtivos, como materiais de escritório e peças de reposição de equipamentos – constitui parte relevante do estoque de indústrias intensivas em capital, como Siderúrgicas, Mineradoras, Usinas Elétricas e Petroquímicas, dentre outras. Apesar de existirem itens MRO de alto consumo e giro (como, por exemplo, materiais de escritório, materiais de limpeza e itens de manutenção corrente), a maior parte do valor do estoque MRO das empresas é composto por peças de reposição com características de baixo/baixíssimo consumo, demanda intermitente e não previsível, alto custo unitário, alto tempo de reposição e alta criticidade para a operação (custo da falta), como mostra a figura 2. Baixo/baxíssimo consumo Demanda intermitente e não-previsível ~90%-95% do Valor do estoque MRO*
Alto custo unitário Alto tempo de reposição Alta criticidade para a operação
*Moncrief et al., Production Spare Parts: Optimizing the MRO Inventory Asset Figura 2. Principais características do estoque MRO.
Com base nas características apresentadas, o comportamento-padrão dos estoques MRO se diferencia de forma relevante do comportamento-padrão dos estoques de produtos acabados e matérias-primas/insumos (normalmente de maior giro), conforme mostrado na figura 3. Estoque Comportamento Padrão de Estoques de Produtos Acabados
Tempo Estoque
Comportamento Padrão de estoques MRO
Tempo
Figura 3. Comparação do comportamento-padrão de estoques de produtos acabados com o comportamento-padrão de estoques MRO.
Os principais livros e cursos de logística e supply chain focam em métodos de otimização de estoques para o caso do comportamento-padrão de produtos acabados e matérias-primas/insumos, representado pelo gráfico dente-de-serra na figura 3. Sistemas ERP (Enterprise Resources Planning) e seus módulos de gestão de materiais também costumam possuir lógicas de gestão de estoques aderentes apenas a este caso. A proposta deste artigo é apresentar uma metodologia de análise e modelos de otimização de estoques aderentes às características dos itens MRO, além de um case real de sucesso de otimização de estoques MRO na Vale.
Metodologia de análise e modelos de otimização de estoques MRO Para otimização dos estoques MRO, é proposta uma metodologia baseada em cinco macroetapas, iniciada pelo mapeamento dos processos de negócios relacionados à gestão de estoques da organização. r &UBQB m .BQFBNFOUP EF QSPcessos e coleta de dados: mapeamento dos processos de negócios relacionados à gestão de estoques da organização, como, por exemplo, previsão de demanda, cadastramento de itens, emissão de requisições, compras, transporte, recebimento físico/fiscal, armazenagem e atendimento às áreas de manutenção, dentre outros. São mapeados aspectos como estrutura organizacional, procedimentos/ métodos de trabalho, sistemas/ tecnologias, indicadores de desempenho e metas. Também são coletados dados relacionados aos processos para análise na etapa seguinte. r &UBQB m "OÃMJTF TJTUFNÃUJDB F diagnóstico: análise dos processos mapeados e dos dados coletados,
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visando identificar pontos crĂticos e gargalos que afetem a otimização de estoques. Os processos de gestĂŁo de estoques e caracterĂsticas dos SKUs sĂŁo analisados em detalhes, com base em critĂŠrios como valor unitĂĄrio, freqßência de consumo, volume consumido, criticidade do ressuprimento, criticidade da falta e nĂvel de serviço, dentre outros, para mapeamento de gaps entre a situação vigente e a ideal. O diagnĂłstico ĂŠ formulado com base em anĂĄlises de causaefeito e correlaçþes que identifiquem as causas-raiz dos pontos crĂticos e gaps mapeados. r &UBQB m 3FEFTFOIP EF QSPDFTTPT F FTQFDJĂąDBĂ‰ĂˆP EF NPEFMPT EF otimização: com base nas anĂĄlises e diagnĂłstico da etapa anterior, os processos sĂŁo redesenhados, sendo propostas melhorias em aspectos como organização, mĂŠtodos/procedimentos, sistemas/tecnologias e indicadores de desempenho. Nesta etapa, sĂŁo especificados os modelos de otimização de estoques MRO, customizados para o contexto da organização. Estes modelos, normalmente fundamentados em bases matemĂĄtico-estatĂsticas avançadas, serĂŁo posteriormente descritos em mais detalhes. r &UBQB m %FTFOWPMWJNFOUP EBT TPMVÉ×FT FTQFDJĂąDBEBT as soluçþes especificadas sĂŁo desenvolvidas, tanto em termos de implementação de sistemas/tecnologias quanto na geração de documentação referente a regulamentos/procedimentos de trabalho e manuais de treinamento. A capacitação das equipes envolvidas tambĂŠm ocorre nesta etapa. r &UBQB m *NQMBOUBĂ‰ĂˆP F PQFSBção assistida: as soluçþes desenvolvidas sĂŁo implantadas, com a entrada em operação dos novos
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sistemas/tecnologias, procedimentos e equipes capacitadas. HĂĄ acompanhamento inicial da operação pela equipe de projeto atĂŠ que o novo processo esteja estĂĄvel. Conforme colocado na descrição da etapa 3, os modelos de otimização de estoques MRO sĂŁo normalmente fundamentados em bases matemĂĄtico-estatĂsticas avançadas, o que torna complexa sua especificação e implantação. Dentre estes modelos, destacaremos dois casos especĂficos: Modelo Poisson e Modelo Composto.
Modelo Poisson O Modelo Poisson ĂŠ o modelo matemĂĄtico-estatĂstico mais difundido na literatura para otimização de estoques MRO. Tem como premissa a modelagem do comportamento da demanda pelo item por uma distribuição de probabilidades Poisson, que ĂŠ muito utilizada para descrever eventos aleatĂłrios raros, como, por exemplo, a falha nĂŁo prevista de certos tipos de equipamentos (daĂ sua aderĂŞncia na representação da demanda para alguns casos de peças de reposição). A figura 4 mostra a distribuição de probabilidades Poisson aplicada a decisĂľes de gestĂŁo de estoques. No exemplo, a partir de um lead time (tempo de ressuprimento) do item igual a 3 meses e de um consumo mĂŠdio igual a 2 unidades por ano, ĂŠ determinado o comportamento esperado da demanda pelo item durante o lead time. Probabilidade da demanda no lead time assumir um valor x Probabilidade 70,0% 60,0%
59,5% Taxa de consumo por unidade de tempo
50,0% 40,0% 30,0%
30,9%
Lead Time de ressuprimento
20,0% 10,0%
8,0% 1,4%
0%
0,2%
Demanda no Lead Time
Figura 4. Exemplo do Modelo Poisson aplicado a item com lead time igual a 3 meses e taxa de consumo mĂŠdia igual a 2 unidades por ano.
Neste exemplo, caso seja determinado um ponto de pedido igual a zero (ou seja, ĂŠ colocado o pedido de um lote ao fornecedor somente no momento em que o estoque acaba), o nĂvel de serviço esperado serĂĄ de 59,5%, ou seja, a probabilidade de falta do item ĂŠ de 40,5%. Utilizando o mesmo racional, caso o ponto de pedido seja igual a 1 unidade, o nĂvel de serviço subirĂĄ para 90,4% (soma da probabilidade da demanda no lead time ser igual a zero com a probabilidade da demanda no lead time ser igual a 1). Este racional ĂŠ a base do Modelo Poisson para otimização dos parâmetros de estoque, sendo o nĂvel Ăłtimo escolhido a partir do somatĂłrio dos custos de estoque, pedido e falta obtidos em cada cenĂĄrio. O Modelo Poisson ĂŠ simples de ser implementado, porĂŠm apresenta uma sĂŠrie de limitaçþes. A distribuição de probabilidades de Poisson sĂł ĂŠ Ăştil na descrição de eventos de consumo raros e de baixo volume, como o apresentado no exemplo. Caso o consumo do item tenha baixa freqßência com picos de con-
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sumo (volumes maiores que 3 unidades), dificilmente a distribuição de Poisson descreverá a demanda pelo item de forma fidedigna, o que levaria a decisões errôneas no dimensionamento do estoque. Outra limitação do Modelo Poisson é no caso de existirem planos de consumo pré-programados (exemplo de planos de manutenção preventiva), tendo em vista que este considera qualquer ocorrência de demanda como aleatória e não-previsível.
Modelo Composto O Modelo Composto representa uma evolução matemático-estatística para otimização de estoques MRO. Este utiliza duas distribuições de probabilidades para modelar o comportamento da demanda por um item: uma distribuição para modelar a ocorrência de consumo e outra distribuição para modelar o montante consumido dado que há consumo. A figura 5 ilustra esta idéia. Montante Consumido
Ocorrência de Consumo
Probabilidade
Probabilidade
0
1
Ocorrência de Consumo
Montante Consumido
Figura 5. Modelagem do comportamento da demanda por um item MRO no modelo composto com a utilização de duas distribuições de probabilidades.
Várias distribuições de probabilidades podem ser utilizadas para modelar a ocorrência de consumo e o montante consumido (como, por exemplo, as distribuições Bernoulli, Normal, Exponencial e Gamma, dentre outras), tornando o Modelo Composto altamente flexível para diversos ambientes logístico-operacionais. A flexibilidade do Modelo Composto faz com que a aderência do mesmo na descrição do comportamento de consumo de um item MRO seja sempre melhor ou igual ao Modelo Poisson, superando suas limitações. No caso da existência de programações de consumo para o item, advindas de planos de manutenção preventiva, o Modelo Composto pode tornar os parâmetros de estoque variáveis no tempo, garantindo o nível ótimo de estoque para cada momento, conforme ilustrado na figura 6. Parâmetro de Estoque
Parâmetro de estoque fixo abaixo do ótimo (excesso de falta)
Parâmetro de estoque fixo acima do ótimo (excesso de estoque) Parâmetro de estoque variável (modelo composto)
Parâmetro de estoque fixo
Tempo
Figura 6. Ilustração da flexibilidade do Modelo Composto para definição dinâmica dos níveis ótimos de estoque de itens MRO.
Apesar de mais flexível e robusto, o Modelo Composto poder ser preterido em relação a modelos mais simples (como o Poisson) em algumas situações, tendo em vista sua maior complexidade de implementação.
$BTF m 0UJNJ[BÉÈP EF &TUPRVFT .30 OB 7BMF A Vale é a segunda maior mineradora diversificada do mundo em valor de mercado, possuindo escritórios e operações em mais de 30 países nos cinco continentes. Maior produtora mundial de minério de ferro e pelotas, a Vale se destaca no Brasil como maior empresa e exportador privado do País. Para suportar suas operações de extração de minério, pelotização e logística no Brasil, a Vale conta com um footprint de mais de 50 armazéns MRO espalhados por diversas localidades, com destaque para os Estados de Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Maranhão. Em 2005, foi criado o Departamento de Serviços Compartilhados da empresa, no qual foi centralizada a gestão de todos os armazéns MRO, bem como o planejamento de estoques de seus SKUs. Sob a gestão deste departamento, foram iniciados vários projetos de melhoria de infra-estrutura e processos da cadeia de suprimentos MRO da Vale, dentre os quais se destaca o projeto de otimização de estoques. Este projeto seguiu as macroetapas apresentadas no tópico 2. Primeiramente, foram mapeados os processos e coletados dados afetos à gestão de estoques MRO nas principais localidades. Os mesmos foram analisados para elaboração do diagnóstico, no qual identificouse os gaps e oportunidades de melhoria.
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Em seguida, teve-se a especificação de novos procedimentos e tecnologias para a gestĂŁo de estoques MRO da empresa, do qual fez parte a implementação do Modelo Composto para otimização dos parâmetros de estoque. Este modelo, assim como outros mais simples, foi especificado e testado para o contexto da empresa, para avaliação de seus ganhos antes de implantĂĄ-lo. Uma regra de decisĂŁo foi desenhada para definição do melhor modelo a ser utilizado para cada item em função de suas caracterĂsticas de consumo, lead time, custos e criticidade. Esta regra de decisĂŁo foi automatizada, como ilustra a figura 7, permitindo sua aplicação para todos os SKUs da empresa.
ção do projeto trouxe ganhos relevantes para a Vale, tanto em redução de custos quanto em melhoria de nĂvel de serviço e racionalização/padronização dos procedimentos de planejamento de estoques e aprovisionamento. A figura 8 ilustra um exemplo de ganhos do projeto para um armazĂŠm especĂfico. Com os novos modelos, seria possĂvel aumentar o nĂvel de serviço de 73% para 93% e ainda reduzir o estoque total em 15%.
$POTJEFSBÉ×FT ùOBJT
Figura 7. Exemplo de aplicação de modelos de otimização de estoques MRO na Vale.
Os modelos de otimização tambĂŠm incorporaram casos nos quais nĂŁo havia dados histĂłricos de consumo e/ou lead time suficientes. Os mesmos foram estimados por tĂŠcnicas de mapeamento cognitivo junto Ă s principais ĂĄreas usuĂĄrias dos itens e/ou por regras de previsĂŁo estatĂstica. AlĂŠm da otimização dos parâmetros de estoque, foram implementados modelos e procedimentos para monitoramento e controle operacional atravĂŠs de cartas de controle estatĂstico de processos, visando identificar com maior eficiĂŞncia itens cujo comportamento de consumo ou lead time estivesse fora do padrĂŁo previsto. A implanta
R$
93%
90% 83%
100% 90% 80%
73%
70% 60% 50% 40%
30% 20% 10%
Parâmetros vigentes Valor em estoque
Parâmetros otimizados Cenårio 1
Parâmetros otimizados Cenårio 2
Custo de Pedido+Manutenção de Estoque
Parâmetros otimizados Cenårio 3
0%
NĂvel de Serviço
Figura 8. Exemplo de ganhos do projeto para um armazĂŠm especĂfico.
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A gestĂŁo de estoques MRO deve ser tratada como um capĂtulo Ă parte dentro da teoria e prĂĄtica de logĂstica e supply chain management. As caracterĂsticas desse tipo de item demandam metodologias e tĂŠcnicas especĂficas para o adequado dimensionamento de estoques e otimização dos custos logĂsticos. É recomendado aos gestores de suprimentos MRO que, previamente Ă especificação e implantação de soluçþes, haja dispĂŞndio de tempo e recursos no mapeamento e anĂĄlise dos processos de negĂłcios afetos Ă gestĂŁo de estoques de suas organizaçþes. Somente assim poder-se-ĂĄ garantir que as soluçþes sĂŁo aderentes a seus contextos e trarĂŁo ganhos efetivos. Outro fator importante ĂŠ a possibilidade de se simular situaçþes distintas de nĂvel de serviço e estoque, considerando as necessidades especĂficas de cada item e cada negĂłcio. Isso deixa mais transparente para o acionista as regras usadas para aplicação de capital em estoque e serve de apoio Ă tomada de decisĂŁo entre o portfĂłlio de investimentos da empresa. O case apresentado neste artigo mostra que, apesar da complexidade, ĂŠ possĂvel implantar novos procedimentos e tecnologias para a otimização de estoques MRO a partir de projetos estruturados, que garantam que as soluçþes especificadas levem em consideração as particularidades do ambiente de negĂłcios existente.