Propostasfreguesia2018

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Proposta TRANSMISSÃO EM ÁUDIO E VÍDEO DAS SESSÕES DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA Passadas mais de quatro décadas sobre a criação do Poder Local Democrático, observa-se um crescente afastamento dos cidadãos e das cidadãs dos diversos órgãos autárquicos. Esta constatação, claramente vincada na elevada abstenção registada nas mais recentes eleições autárquicas, não é, no entanto, uma inevitabilidade. Exige-se renovação, mudança e busca por novas soluções para um diálogo mais ativo e profícuo entre eleitos e eleitores. Para esse efeito, com a preocupação de contribuir para o fortalecimento da participação cívica nas instituições democráticas do Poder Local, entendemos ser necessário que a Assembleia de Freguesia inove e recorra aos meios disponibilizados pelas novas tecnologias para ampliar a transmissão e divulgação das discussões e decisões tomadas pela Assembleia de Freguesia. Neste sentido, o Núcleo do Bloco de Esquerda de Moscavide e Portela propõe: 1. Transmitir as suas sessões ordinárias e extraordinárias em direto – em streaming - através da Internet, nos formatos de vídeo e áudio acessível a todos os cidadãos; 2. Disponibilizar os registos áudio e vídeo das sessões da Assembleia de Freguesia no sítio da Junta de Freguesia na Internet, ou em outro criado propositadamente para o efeito, e nas suas respetivas redes sociais.

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Proposta Criação de rede wi-fi gratuita na freguesia O acesso à Internet deixou de ser um bem acessório para ser hoje uma necessidade fundamental de todos os cidadãos. É uma potente ferramenta de pesquisa de informação, especialmente vocacionada para o apoio ao estudo dos nossos jovens, e um auxílio precioso no combate ao isolamento dos mais idosos. Nem todos os fregueses de Moscavide e Portela dispõem de dispositivos móveis com tráfego de acesso à Internet. Além disso, nem todos dispõem de ligações dedicadas nas suas habitações. Ao não disporem do mesmo nível de acesso à informação, esses fregueses ver-se-ão privados das enormes potencialidades que o mundo digital proporciona, nomeadamente no acesso à informação, mas também no contacto com amigos, colegas ou familiares. E essa privação é meio caminho andado para a infoexclusão. Por outro lado, a União Europeia tem a decorrer um Programa, destinado a entidades públicas locais, para que estas possam proporcionar o acesso à Internet sem fios gratuita a todos os cidadãos da sua área de responsabilidade. Denominado WiFiEU, o programa financia a instalação do sistema e os respetivos equipamentos, ficando cada entidade apenas responsável pela subscrição do serviço e pela respetiva manutenção. Neste sentido, o Núcleo do Bloco de Esquerda de Moscavide e Portela propõe: 1. O contacto com as instâncias europeias para a elaboração da candidatura ao Programa WiFiEU; 2. A solicitação de orçamentos junto das operadoras para aferição de qual o mais favorável; 2


3. A instalação de uma rede wi-fi gratuita para todos os fregueses em Moscavide e Portela.

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Proposta Medidas de segurança rodoviária Os acidentes rodoviários são uma constante na Av. da República, na Portela, assim como no cruzamento daquela via com a Av. dos Ralis, também conhecido entre os moradores da zona como «cruzamento da morte». São insistentes e semanais os acidentes ocorridos na zona, quer por velocidade excessiva e desleixo dos condutores, quer por falta de medidas de segurança rodoviária no local. Além dos constantes acidentes, o mais grave da situação é que, diariamente centenas de crianças têm de atravessar a Av. da República para chegar à Av. das Escolas, onde frequentam as escolas EB 2,3 Gaspar Correia e a Escola Secundária da Portela. É absolutamente prioritário resolver o problema, com recurso a medidas de segurança rodoviária urgentes. Neste sentido, o Núcleo do Bloco de Esquerda de Moscavide e Portela propõe: 1. A instalação urgente de bandas sonoras ou lombas antes e depois das passadeiras de peões da Av. da República; 2. A proibição urgente de virar à esquerda para a Portela a quem circula na Av. dos Ralis oriundo da rotunda do Lidl, isto é, no sentido LidlEscola de Comércio; 3. A criação de una rotunda no referido cruzamento, que agilize a circulação rodoviária e aumente a segurança de peões e condutores.

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Proposta Criação do Orçamento Participativo

Considerando que: 1. O artigo 2º da Constituição da República Portuguesa prevê, como desígnio do Estado de Direito Democrático, o aprofundamento da democracia participativa como forma de aproximar os cidadãos e as cidadãs do sistema político-institucional; 2. A participação na gestão pública contribui para uma maior eficácia da gestão dos recursos, uma maior transparência e capacidade de fiscalização, um enriquecimento do processo de decisão, o desenvolvimento da cidadania e educação para a gestão pública, um maior conhecimento da realidade dos cidadãos e das cidadãs e um maior ajustamento do investimento às suas necessidades; 3. O Orçamento Participativo constitui uma forma de governação assente na participação direta dos cidadãos e das cidadãs na definição das prioridades de investimentos do orçamento público. Esta participação tem lugar através de amplos processos de consulta e de codecisão, tendo por base a reflexão e o debate sobre os problemas da comunidade da freguesia e do seu território;

Neste sentido, o Núcleo do Bloco de Esquerda de Moscavide e Portela propõe: - Implementar o Orçamento Participativo na Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, - Elaborar uma proposta de calendário e de regulamento do Orçamento Participativo, - Definir os montantes reservados ao Orçamento Participativo em cada orçamento anual até final do presente mandato autárquico.

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Proposta UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE LIVRE NA JUNTA DE FREGUESIA Apesar das alternativas, muitos setores na administração regional e local mantêm-se reféns de relações contratuais que lhe são desfavoráveis com as empresas de software, como é o caso desta Junta de Freguesia. O software não livre utilizado não permite o acesso ao código-fonte, tanto do sistema operativo quanto das aplicações, implicando uma total impossibilidade de controlo sobre a tecnologia usada para gerir a informação disponível em suporte digital. Os riscos de existência, quando se trata de software não livre, de «portas traseiras», no que toca à segurança da informação, são hoje ainda mais evidentes. Assim, não existe qualquer garantia em relação ao possível reencaminhamento da informação para outros. Mais: fica-se dependente do seu fornecedor, num sector cada vez mais monopolizado, para aceder à sua própria informação. As constantes modificações e contratos de upgrade feitas com os fornecedores acentuam e perpetuam a dependência tecnológica em relação ao fabricante. O caminho para o controlo da tecnologia e da informação é o da utilização por parte de todo o Estado, a cada nível de produtos, de sistemas operativos e aplicações que reúnam a possibilidade de o próprio Estado inspecionar detalhadamente o seu funcionamento e que estes possam por si ser modificados e distribuídos. Estes produtos existem há mais de uma década com o nome de software livre.

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O projeto GNU, da Free Software Foundation, criada por Richard Stallman em 1984, marcou o início do Movimento de Software Livre, para mudar a situação de dependência generalizada das empresas e Estados em relação aos grandes produtores de software. O primeiro objetivo deste movimento seria o de desenvolver um sistema operativo compatível com o UNIX, que seria 100% livre, tanto para a sua modificação como para a sua distribuição. O novo software deveria partir das seguintes premissas: — Liberdade para executar o programa, fosse qual fosse o propósito; — Liberdade para modificar o programa com o objetivo de o adaptar à necessidade do utilizador; — Liberdade de redistribuir cópias; — Liberdade de distribuir versões modificadas do programa, de tal forma que a comunidade pudesse beneficiar com as melhorias que vão sendo feitas. Em 1991 um estudante finlandês de 21 anos, Linus Torvalds, deu um passo fundamental neste sentido, com a apresentação do LINUX, que abriu a possibilidade da utilização maciça de software livre em computadores pessoais. Desde então o software livre tem sido desenvolvido e aperfeiçoado constantemente por inúmeros programadores qualificados em todo o mundo, conseguindo soluções estáveis e de qualidade superior aos produtos não livres.

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Hoje várias das principais empresas da indústria informática aderiram aos princípios da Free Software Foundation e estão a ser desenvolvidas muitas soluções para várias aplicações. O sistema operativo LINUX é usado por milhões de pessoas em todo o mundo. Os produtos estão disponíveis no mercado, com diferentes condições para o seu uso. No entanto, é importante recordar que o software livre nem sempre é gratuito. A maioria das empresas e utilizadores individuais aderiu a este tipo de programas porque ele lhes permitia: 1 — A liberdade de criar soluções próprias que muitas vezes estariam comprometidas pela dependência em relação a soluções fechadas de software; — A segurança e estabilidade funcional dos seus sistemas de informação

na

produção,

organização,

gestão

e

distribuição

de

informações; — A possibilidade de reutilizar equipamento informático que estaria obsoleto, graças às menores exigências de capacidade de processamento do software livre baseado no GNU; — A drástica redução de custos. Antes de mais, a experiência mostra que o software livre dá maiores garantias de segurança e de defesa da privacidade dos cidadãos. Diminui, com a utilização deste software, o risco de infiltração nos dados confidenciais, de inacessibilidade dos dados e de manipulação por elementos estranhos aos serviços autorizados.

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Passa-se também a estar mais livre para decidir, a qualquer momento, quem devem ser os seus parceiros e fornecedores e, em muitos casos, ser ele mesmo a controlar, corrigir ou modificar os programas para adequá-los às suas necessidades. O software não livre limita quer o utilizador quer os profissionais a executar os programas e não lhes dá liberdade de o inspecionar e corrigir. Os profissionais locais vêm, assim, as suas potencialidades limitadas e há, neste caso, uma distorção do mercado e uma limitação dos horizontes profissionais dos técnicos nacionais. O software livre é também uma fonte de trabalho para os programadores nacionais. Apesar do investimento inicial no processo migratório e na formação, os custos do software livre são consideravelmente reduzidos, quer em despesas em licenças quer em despesas no hardware, apoio técnico e atualizações. Para além de libertar do pagamento de muitas licenças, o software livre prolonga a vida útil dos computadores em uso e exige menos atualizações (quantas vezes desnecessárias) que, aumentando os custos, raramente correspondem às necessidades específicas dos utilizadores. Quanto à questão da segurança, sabe-se hoje claramente que as falhas são resolvidas mais rapidamente no software livre. Não foi por acaso que quer o Ministério da Defesa Francês quer a NASA e a Armada Norte-Americana optaram, por razões de segurança, pelo software livre, muito mais fiável e controlável pelo próprio Estado. Recentemente, até a própria administração central, salvo exceções específicas, passou a priorizar a utilização de software livre.

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Quanto aos custos, a sua redução verifica-se de várias formas: os serviços de apoio e manutenção são mais competitivos e a escolha mais variada, os custos de instalação são mais baixos, a manutenção, por poder haver intervenção do utilizador e o programa poder ser modificado, pode fazer-se sem recorrer sempre aos serviços de apoio do fornecedor e não existem programas desnecessários instalados, diminuindo custos e problemas. O investimento na migração (mudança de sistema) é o mais significativo. Mas se isto é verdade em relação à mudança para o software livre, é igualmente verdade para mudança de um software não livre para outro. Sabendo-se que quanto mais tarde se faz a migração mais difícil ela será, a questão é saber se para poupar, estamos condenados a nunca mudar de fornecedor. Também em relação à compatibilidade, o problema surge igualmente para sistemas diferentes, e é até mais acentuado do que em relação ao software livre. Ao contrário do que pretendiam as grandes empresas na área do software, existe atualmente um sustentado apoio técnico na área do software livre. Para além de pequenas empresas locais, que também existem em Portugal, as maiores empresas multinacionais que se dedicam à prestação de serviços na área de software têm adotado, em vários casos, soluções de software livre e têm feito importantes investimentos nesta área. As conferências internacionais ligadas ao software livre juntam dezenas de milhares de utilizadores e as maiores empresas da indústria do sector.

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Assim, o Núcleo do Bloco de Esquerda de Moscavide e Portela propõe: 1 - Que todos os serviços da Junta de Freguesia passem a estar obrigados a utilizar software livre nos seus sistemas e equipamentos informáticos. 2 - Que se considere que software livre é aquele cuja licença de uso garanta ao seu utilizador, sem custos adicionais, a possibilidade de executar o programa para qualquer fim, redistribuir cópias, estudar como funciona o programa e adaptá-lo às necessidades do utilizador e, ainda, melhorar o programa e publicar essas melhorias, sendo o acesso ao código-fonte um requisito para estas faculdades. 3 – Que apenas em casos excecionais possa ser utilizado software não livre, desde que devidamente justificado e comunicado previamente à Assembleia de Freguesia. 4 - A Junta de Freguesia tenha um ano, a partir da aprovação da proposta, para implementar a transição completa dos seus sistemas e equipamentos para software livre.

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