52+1: crianças no espaço público é sinal de um mundo mais humano

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52+1 espaços públicos 52+1 crianças 52+1 ensaios


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Este projeto foi idealizado na última semana de 2013 e só foi possível de ser realizado com o patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco, através do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - FUNCULTURA 2014. Agradeço imensamente e convido a todos a prestigiarem a exposição que ficará aberta do dia 27 de Novembro a 11 de Dezembro de 2016. ANDRÉ MORAES andremoraeslab.tumblr.com +INFO: https://www.facebook.com/52mais1 Compartilhe fotos de crianças nos espaços públicos usando: #52mais1


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ÀS CRIANÇAS 06 A POESIA DOS 52+1 08 OS REGISTROS 10 fotografias dos espaços públicos fotografias das crianças ensaios textuais CARTOGRAFIA AFETIVA 167 SEJA+1 168


ÀS CRIANÇAS

Francisco e Juca. A eles que vivem tanto a criança que existe em mim dedico esse pequeno gesto como um pingo do meu grande amor.


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A POESIA DOS 52+1

A Exposição 52 + 1 – crianças no espaço público é sinal de um mundo mais humano – parte da crença de que o uso de espaços públicos é papel fundamental na formação do ser humano, sobretudo das crianças quanto a seu desenvolvimento e aprendizado, bem como essencial na construção de uma sociedade. As 52 semanas mais 1 dia do ano de 2014 surgiram como o mote inicial para inspirar a exposição coletiva que traz 53 olhares sensíveis de jovens que emprestam suas lentes afetivas para mostrar diferentes modos de enxergar as relações entre as pessoas e os lugares. Cada uma das pessoas ficou responsável por registrar uma semana do ano de três maneiras: primeiro, por meio de uma fotografia de um espaço público em qualquer lugar do mundo, depois por uma fotografia de uma criança que tenha vivenciado o espaço público escolhido, e por último através da palavra para expressar a sensibilidade do ser humano perante seus espaços públicos coletivos. O espaço público urbano, de acordo com seu conceito jurídico, é o conjunto de lugares de domínio do coletivo em que a responsabilidade pela sua manutenção é também coletiva, contudo, gerida pelas instituições governamentais.


Assim, o espaço público é importante na caracterização da dimensão social de uma cidade, ou seja, a vida em público, as diversas práticas exercidas no dia a dia ou eventualmente. As ruas, pontes, praças, parques, margem de rio, dentre outros, são espaços da cena pública, onde ocorrem acontecimentos e manifestações que variam de acordo com o tempo. Na atualidade, a cultura do movimento e da velocidade, aplicada à técnica urbanística, molda e organiza a cidade de acordo com o princípio geral de que os sujeitos se encontram em contínuo trânsito entre lugares. Porém hoje já se busca resgatar práticas cotidianas realizadas no espaço público, restaurar ações no meio urbano que interfiram de maneira a despertar reflexões, opiniões e soluções para a melhoria do espaço e a criação de novas relações com o meio. A Praça dos Milagres, localizada em Olinda/PE, logo surge como local principal para acolher a exposição e sua escolha é motivada pelo apelo poético de seu próprio nome: um mundo mais humano como o milagre que resgata as relações de cuidado entre os indivíduos e os meios em que vivemos. O transbordamento dessa exposição central invade as ruas através de exposições efêmeras e de menor porte que acontecem em 8 diferentes locais da Região Metropolitana do Recife/PE. Vale destacar que a criança surge nesse contexto com um papel imprescindível: quebrar as barreiras criadas pelos valores atuais da sociedade, liberando assim o poder do imaginário, da inocência e da liberdade de ação. As crianças, ao interagirem com outras e também com adultos de diferentes crenças, etnias e classes sociais, aprendem a se relacionar e a respeitar as regras de convivência, são estimuladas a serem solidárias, exercitam a cidadania, além de enriquecerem a percepção, a sensibilidade, a coordenação motora, a imaginação e a criatividade através das brincadeiras de rua. E é justamente no sentido de reestimular o uso dos espaços públicos que a Exposição 52 + 1 – crianças no espaço público é sinal de um mundo mais humano – ativa a relação das pessoas com seus espaços de convívio comum, recuperando vivências urbanas que se encontram em constante processo de desvalorização através da reinserção das crianças nesses espaços públicos.

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ANDRÉ MORAES

SEMANA 0

ITAMARACÁ/PE/BRASIL


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a origem


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Nem era criança nem era criado Tudo era sonho Apenas um regalo Era ano novo É ano velho É dia É sol Nem precisa saber se era Diferente ou igual Sinuosamente brilhava O vento sopra suave E aí o silenciar Minha voz pergunta: - O que te passa esperança? Criança, espaço público e amor Fortalecer Vibrar energias Do juntar Arriscar Desenho Dar origem a algo já existente.


MARINA MOURA

SEMANA

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HOUSTON/MINNESOTA/EUA


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CALMA


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Houston é uma cidade linda! É pequena com ruas praticamente sem muro, casas pequenas e charmosas. A vida parece passar mais calmamente naquelas ruas que, apesar de não mudarem muito (no sentido da construção de novos prédios), oferecem paisagens dinâmicas que mudam com a passagem das estações. O outono e o inverno, para mim, são especialmente belos. Uma das coisas que eu mais gosto em Houston é que as crianças brincam bastante nas ruas, se compararmos com cidades maiores, mesmo em dias frios elas brincam com a neve, enquanto não ficam com tanto frio, e depois correm para dentro de casa para se aquecer tomando um chocolate quente ou algo assim. Essa oportunidade que essas crianças têm de brincar na rua parece conferi-las um olhar, uma postura diferente, elas parecem ser crianças por mais tempo, parecem aproveitar mais. Talvez a vida em Houston passe realmente mais devagar, o fato é que as coisas parecem acontecer na hora que deveriam. O meio influencia as pessoas mais do que elas imaginam. Marina Freitas, 15 anos


THAÍS TOLENTINO

SEMANA

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POUSO ALEGRE/MG/BRASIL



“Tia, vamos na praça pra eu andar de bicicleta?”


Então, fomos à Praça João Pinheiro, na tarde de sábado, após uma garoa. Depois do divórcio dos pais e a mudança de casa, a praça é agora vizinha e o local de lazer do Henrique. ... Poucos minutos e algumas voltas na praça depois, dois meninos se aproximaram: “Tia, posso dar uma volta na bicicleta?”. “Henrique, você é quem sabe; a bicicleta é sua!”, respondi. “Pode sim!”, me olhando com aquela carinha de desconfiado e buscando algum consentimento meu. E lá foram eles, cada um na sua vez, dando várias voltas. E enquanto um andava, o outro se dependurava nas barras de ferro que estavam ao lado. Ficamos conversando por quase uma hora: - Moramos ali, virando a esquina. - Ele é meio louquinho. - Ele não sabe andar de bicicleta. - Cuidado, vai bater! - Tia, posso dar mais uma volta? Depois brincaram de futebol no coreto que existe ali, junto com um quarto menino que chegava com a bola debaixo do braço e a mãe, segurando a mão do outro lado.. Logo depois fomos embora e chegando em casa o Henrique conta sua experiência: “Mamãe, emprestei minha bicicleta pros meus dois amiguinhos que estavam na praça”.


DIMITRI BITU FORTALEZA/CE/BRASIL

“ SEMANA

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Fortaleza é, como muitas no Brasil, uma cidade carente de espaços públicos mas aos poucos essa área da cidade está sendo recuperada a praia de Iracema foi perdida na década de 90 como diria Luiz Assunção na sua música Adeus, praia de Iracema.

Adeus, Adeus Só o nome ficou Adeus Praia de Iracema Praia dos amores que o mar carregou Quando a lua te procura Também sente saudade De tudo que passou Dos casais apaixonados Entre beijos abraçados Que tanta coisa jurou Mas a causa do fracasso Foi o mar enciumado Que da praia se vingou


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mas felizmente hoje se vê crianças, famílias atividades esportivas, de lazer e contemplativas se não há mais a significância de outrora que agora se busque uma nova


BEATRIZ MELLO

SEMANA

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RECIFE/PE/BRASIL


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A escolha desse lugar se deve ao impacto da autoconservação que um (micro) espaço público pode provocar no desenvolvimento de uma criança. Não se trata de um ambiente culturalmente relevante, mas do ponto de vista das primeiras socializações entre ela e “o mundo real”. Quando se sai do ambiente protetor, o que se aprende é a explorar e testar os limites do lugar e do próprio corpo.


MARÍLIA CIRENO

SEMANA

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RECIFE/PE/BRASIL


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O sítio é, assim como a cidade, cheio de contradições. Diz-se parque, mas, próximo ao casarão, lê-se a placa, feita à mão: “proibido animais e futebol”. Também não pode bicicleta nem skate. A própria sobriedade dos paralelepípedos bem assentados e alinhados é quebrada pela rebeldia das raízes das grandes e velhas árvores que mostram sua força e sacodem todas as pedras que estiverem pelo caminho. O sítio é assim: organizado e selvagem, arrumado e bagunçado, pacato e hostil. As poucas vezes em que vi alguma atividade no anfiteatro que lá existe eram meninos jogando bola, aprendendo desde cedo que algumas regras não são tão absolutas assim. Quando chega o São João, meio que pode tudo. Pode cama elástica, cidadezinha cenográfica, show de forró, espetinho, traque de massa... Mas continuam proibidos animais e futebol, com exceção dos pobres pôneis que ficam o dia dando voltas num curralzinho improvisado com crianças na garupa. Na parte dos fundos do sítio, que revela seu lado mais selvagem, estão as lindas escadarias à la Potemkin. É por ali que muitos casais namoram, jovens dividem cigarrinhos, sabiás deleitam-se comendo azeitonas no chão, todos sem se importar muito com quem passa, e tem também os tapetes rosa “choque” que os jambeiros nos proporcionam a cada florada. Logo ao lado está a sementeira da cidade, separada do sítio por uma cerquinha onde guaimbês fazem a festa, e eles estão também subindo vertiginosamente nas enormes árvores. Os guaimbês sulcados às vezes são considerados falsas costelas-de-adão, o que eu acho uma injustiça, cada um tem sua beleza, e a modéstia quase silenciosa dos guaimbês do sítio são um espetáculo a parte.


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Assim o Sítio da Trindade vai levando sua vidinha, meio esquecido, guardando surpresas pra talvez um dia serem descobertas por quem passa ali tão apressado ou mesmo dentro dos carros no trânsito louco do bairro. É como uma minifloresta de bolso que pode ser adentrada e nos fazer esquecer por uns momentos que estamos no meio da cidade, permitindo uma pausa, um momento de solidão, contemplação e silêncio.


LUANDA ANDRADE SALVADOR/BA/BRASIL

SEMANA

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Brincadeira: Processo de mediação entre o homem e o que existe ao redor de si, linguagem-ponte que permite a construção do mundo pelo indivíduo.

Não me refiro aqui à brincadeira que se apropria do lúdico como forma de controle e normalização do ser humano, mas sim à brincadeira como experimentação, como forma de autoconhecimento e resistência a agentes controladores externos, possibilitando a criação de novas formas de pensar e agir.


Os espaços públicos são uma via para a apropriação do mundo pela criança através do lúdico. Deixar que elas explorem, corram, subam, rolem, inventem histórias nestes espaços é uma maneira de permitir que elas criem consciência da importância de vivenciá-los. Daí se abrem brechas para o surgimento de outras maneiras de viver que se estendam em horizontes mais amplos, além da realidade que nos aprisiona.

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Infância (também) é tempo de brincar.


SÉRGIO FONTES FORTALEZA/CE/BRASIL

SEMANA

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... Efetivamente democrático, multifacetado, colorido e integrado ...


... Socialmente Diversificado ... Esse é o espaço urbano desejado ...


BERNARDO LOPES

SEMANA

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CARUARU/PE/BRASIL


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“Meu nome: Kayo Eduardo Tenório de Souza. Tenho 8 anos, eu gostaria de receber material escolar de presente do menino Jesus. Obrigado: menino Jesus. Sou da Oficina de Circo. Feliz Natal!!! Kayo Eduardo Tenório” Uma cartinha recolhida no Natal. Sem pedidos mirabolantes. Um pedido singelo e urgente. Estudar. Poder estudar. Poder crescer. Poder sonhar com um futuro melhor. As demais cartas só pediam PlayStations, tablets, laptops ou bicicletas. Cartas que sobraram pois estavam caras demais. Mas não havia nenhuma pista do endereço de casa. No verso, “Drielly Ferraz – 9133-4253”. Tentativas de comunicação em vão, o telefone sempre desligado. Como encontrar essa criança ou essa mãe? Angústia por ter assumido uma responsabilidade (mesmo que íntima) e não poder cumpri-la. Tristeza por pensar que Kayo passaria o Natal sem seu presente do menino Jesus. Qual a crença no Natal ele teria a partir dali? E a Teoria dos Seis Graus de Separação? - alguém lembrou. Um psicólogo americano, de nome Stanley Milgram, fez um experimento nos anos 1960 com 160 voluntários dos estados norte-americanos de Kansas e Nebraska, onde pedia que cada participante enviasse uma carta a uma determinada pessoa de outro estado, desconhecida do voluntário, através de amigos com maior probabilidade de conhecê-la ou de conhecer alguém que a conhecesse. Milgram percebeu que, em média, as pessoas precisavam de mais seis pessoas para atingir o objetivo da experiência, que ficou conhecida como Small World (mundo pequeno).


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A tal teoria é a base para as ferramentas de interação social, como o Facebook ou o Twitter. Era uma chance. Talvez a única. “Alguém sabe onde acontece essa Oficina de Circo aqui em Caruaru?”, foi o post de 11 de janeiro de 2014. Auxílio. Mensagem respondida por vários amigos, que deram endereço, telefones e nomes de pessoas que ajudariam a encontrar o garoto. A Oficina acontece no Centro Social São José do Monte, mantido pela Irmã Werburga, famosa em Caruaru por suas ações em favor da comunidade. Mas era período de férias, e três idas até lá foram inúteis. Havia que se aguardar o retorno às aulas. A secretaria não tinha arquivo dos dados das crianças. Fim de janeiro, volta às aulas e, finalmente, o encontro com Kayo. Finalmente, saber suas necessidades, pois não havia lista formal e prévia de material. Descobri que o tal telefone no verso não era de sua mãe. De quem era, então? A funcionária da secretaria não sabe. Telefone da mãe em mãos e corrida às lojas de material escolar. Reencontro marcado e felicidade pelo presente entregue. Sorrisos nos rostos. Na Praça do Centenário. Antes, a praça de desenho mais bonito de Caruaru, com seus patamares em forma de gota, para vencer o forte desnível entre suas pontas. Kayo mora nas proximidades da praça e do Monte Bom Jesus, lugar tido por muitos na cidade como pobre. Lugar rico. Vida e alegria pelas ruas. Pobre, mas pobre mesmo é o espírito de quem ordenou a pintura das pedras da praça, antes grafitadas, em tons gritantes de vermelho e verde.


DANIELA VILELA

SEMANA

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CARNEIROS/PE/BRASIL


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Esse é um filho de um casal amigo meu, Pablo Nóbrega e Marílha Assis, o nome dele é Bento, tem 3 anos de idade. Tínhamos acabado de chegar na praia dos Carneiros, onde o avô dele tem uma casa e ele estava delirando de felicidade e chupando um gelo pra aliviar no calorão que estava fazendo. A outra foto é da mesma praia. A capela ao fundo é a de São Benedito, construída no século XVIII e que deu origem ao nome de Bento, a criança da outra foto. Eu tinha tirado umas no parquinho da Rua Aurora, perto da barraca de Dona Anita, mas não curti tanto... Essas tem um carinho maior.


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Esse é um filho de um casal amigo meu, Pablo Nóbrega e Marílha Assis, o nome dele é Bento, tem 3 anos de idade. Tínhamos acabado de chegar na praia dos Carneiros, onde o avô dele tem uma casa e ele estava delirando de felicidade e chupando um gelo pra aliviar no calorão que estava fazendo. A outra foto é da mesma praia. A capela ao fundo é a de São Benedito, construída no século XVIII e que deu origem ao nome de Bento, a criança da outra foto. Eu tinha tirado umas no parquinho da Rua Aurora, perto da barraca de Dona Anita, mas não curti tanto... Essas tem um carinho maior.


LAURA SOBRAL SÃO PAULO/SP/BRASIL

“ SEMANA

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Fantasiamos vida em um deserto, somos todos crianças. Então ela se faz e existe.


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SOFIA GALVÃO

SEMANA

11

PRAIA DA REDONDA/CE/BRASIL


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Era fim de tarde na Redonda. Redonda é uma praia que se forma entre as falésias e as dunas, entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. Pra nós, uma linda descoberta. Nós tínhamos chegado no dia anterior e no próximo já íamos partir. Éramos mambembes, viajantes de terras distantes, o que gerava curiosidade. Todos na cidade já sabiam que estávamos lá e se interessavam pelas histórias que nem sequer tínhamos pra contar. De qualquer maneira, partilhávamos de um desejo pelo desconhecido. Nessa tarde, andamos até as falésias pra fumar um e descobrimos que aquelas pedras vermelhas na verdade formam pequenas cidades, então criamos histórias pra nós mesmos e rimos disso. Na volta, encontramos uma água-viva, um mar seco, um sol se pondo, e algumas traves de gol. A maré baixa tirou adultos e crianças de suas casas pra uma pelada de fim de tarde. A sombra que se formava pelo sol baixo na areia molhada me deu vontade de registrar aquele momento, então peguei a câmera. Uma das crianças que jogava bola se aproximou muito curiosa sobre quem eu era, de onde eu vinha, até quando eu ficaria e sobre como funcionava aquela máquina de capturar sonhos que eu tinha em mãos. Perguntou também se eu não sentia medo de dormir “no meio da rua” - achei engraçada aquela pergunta. O menino deu um riso tímido ao notar que seria fotografado e logo voltou ao futebol.



NARA UCHOA

SEMANA

12

RECIFE/PE/BRASIL


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Torne público a criança que existe dentro de você.


ALESSANDRA GAMA

SEMANA

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QUIXADÁ/CE/BRASIL


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As diferenรงas do igual


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O tamanho A escala A criança A muralha O peixe O cardume O ser O mundo Conturbar Um território a maravilhar Crescer? Pra onde? Por que? Grandes somos É só questão de ver.


LAURA MELO

SEMANA

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RECIFE/PE/BRASIL


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Azuh da cor do mar


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Quando Azuh nasceu, nós morávamos no centro da cidade... agito, buzina, pouco espaço. Faltava mais contato com a terra, um ar limpinho e água distante dos canos. A correria da rotina diária nem permitia muito uma fuga disso tudo, mas, perto de Azuh completar seis meses resolvemos fazer uma viagem pra ele conhecer o mar. Ele nem engatinhava; lembro que ele já interagia bastante, mas não tanto quanto agora. Agora, nós moramos bem longe do centro da cidade, num sítio compartilhado com mais duas famílias. Muito contato com a natureza, com a natureza e com água – muita água, de uma piscina semi-olímpica. Foi aí que percebemos como a água fascinava Azuh, como ele se sentia à vontade e tranquilo, numa piscina ou numa bacia... a necessidade era de se sentir imerso. Dia 11/04 ele fez um ano. Um monte de coisa passou por nossa memória, pequenos instantes que transformavam nosso menino e nossa família. Quase seis meses depois daquela viagem, resolvemos voltar com Azuh à praia. Não sei exatamente o que se passou na cabeça dele, mas a alegria se mostrou logo que ele viu aquela imensidão de água. Não tinha mais o receio da primeira visita, ele queria se jogar naquele azul! E vendo nosso filho assim, bateu uma vontade de aproveitar mais essa proximidade com as praias, que a gente tem aqui no Nordeste. Essa mistura de areia, água e vento, está aqui bem pertinho e a gente coloca mil preguiças na frente, criando uma distância enorme. Azuh sorriu e mostrou que vale à pena parar um pouco essa rotina maluca e dar um pulinho no mar.


AMANDA FLORÊNCIO

SEMANA

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CAMPO GRANDE/MS/BRASIL


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“ COM_VIDA Muito preenchedor ver que as crianças fazem valer o conceito de espaço público. Espaço do coletivo, do compartilhar. Por ser público é de destino e de uso comum de todos. Por ser espaço promove o encontro, as sensações, o aprender. A convivência de crianças nos espaços públicos reluz a liberdade, o movimento; o que traduz a dinamicidade da vida e das relações. A Imaginação, a alegria tornam a liberdade um momento real.


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espaço + público + brincadeiras + família + todos + compartilhar + pessoas + passeios + capins + capivaras + o outro + ar + água + amor + conhecimento + respeito + alegria + vida


ELSA WOMACK

SEMANA

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MARSELHA/FRANÇA


Cada ser humano está num processo de socialização permanente. A socialização é o processo pelo qual um indivíduo aprende e interna todas as normas e valores ao longo de sua vida, na sociedade a que pertence, e constrói uma identidade social. É o resultado de uma interação entre o indivíduo e o seu ambiente. Vários agentes são envolvidos nas diferentes etapas desses processos, como a família, a escola, grupos de amigos, organizações profissionais, instituições, igrejas, etc. E o espaço público é um dos agentes que contribui também para a aprendizagem dos valores, normas e papéis sociais. Assim, esses pedaços de cidade desempenham um grande papel na aprendizagem de uma criança. São nesses lugares que ela pode interagir com o mundo exterior, aprender mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro. Assim, os espaços públicos oferecem um lugar ótimo para brincar. Brincar constitui-se em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata. Por todas essas razões, nunca temos que parar de usar os espaços públicos para seguir desenvolvendo nossa imaginação, e nossos sonhos.


BIA MEUNIER

SEMANA

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RECIFE/PE/BRASIL


de pequena ela já dizia vou pra rua, mãe que ela também é minha.


ANA CLÁUDIA BRISBANE/AUSTRÁLIA

SEMANA

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Nos parques infantis, sempre na atenção dos adultos, as crianças devem ter espaço para explorar, falhar, cair, chorar, se magoar e se levantar, crescer é assim. Tudo a bem do desenvolvimento


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ISADORA FREIRE

SEMANA

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LA PLATA/ARGENTINA


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Eu sou uma pessoa bastante urbana. Começo com essa afirmação que vai contradizer todo o meu sentimento acerca do espaço urbano que fotografei. Fotografei a praça principal de uma cidade de interior e sua Igreja. Aliás, sua Catedral. La Plata, na Argentina, é uma cidade de interior um pouco diferente das nossas, brasileiras. É uma cidade nova, com 130 e poucos anos de idade, que possui alguns edifícios considerados importantes para arquitetura e foi justamente por conta de um desses edifícios que eu resolvi visitá-la. Não, não era a Catedral. Era uma casinha construída no final da década de 40 por um arquiteto revolucionário chamado Le Corbusier. Entretanto, Le Corbu e o universo resolveram que ainda não era hora da gente bater um papo arquitetônico e a casa estava fechada para visitas: em reforma. Depois de engolir a frustração pela viagem “perdida”, resolvemos, eu e minhas amigas, darmos uma volta pela cidade. Aí eu descobri um super teatro brutalista, vários exemplares de colunas greco-romanas espalhadas pelos edifícios públicos e, claro a Plaza Moreno. La Plata, em sua forma, é um quadrado perfeito. E a Plaza Moreno é o centro desse quadrado. É dela que parte toda a cidade, e nela que se encontra a Catedral de La Plata. A praça por si só não representa nenhuma grandiosidade do paisagismo, porém eu me senti estranhamente confortável naquele lugar. Uma praça que, em dias de evento, agrega todo o povo da cidade, mas, que em dias normais é mais um local de passagem. Pra mim, entretanto, foi o lugar mais acolhedor que me sentei em muitos dias. Apesar da minha vontade de entrar logo na Catedral, alguma coisa nessa praça me fez não ter pressa. E é nesses espaços em que não existe a menor necessidade de pressa que acontecem as maiores trocas. Foi num desses espaços também, numa pracinha de uma galeria em um bairro de subúrbio argentino, que registrei o olhar curioso da mini-torcedora do Boca Juniors.


Eu estava procurando algo do time para dar de presente, e ela estava entretida em si mesma, curtindo a praça como ninguém: deitada no banco, correndo pros pais e de volta pro banco. Numa dessas corridas nossos olhares se bateram, eu ri e a fotografei, e o momento captado foi justamente o de timidez misturada com curiosidade que toda criança tem, ou deveria ter. Não nos falamos, apenas trocamos olhares e sorrisos tímidos, mas eu registrei internamente mais um momento de troca que, acredito eu, só estar na rua oferece pra gente. Espaços públicos como esse que, sem a menor pretensão, tomam conta de você, lhe abraçam, e um deles no meio da agitação de cidades grandes, lhe pedem “fica mais um pouco” ou “conversa comigo” são os meus tipos de espaços.

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MARÍLIA CHAVES

SEMANA

20

RECIFE/PE/BRASIL


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O contato Com o céu, o ar, O espaço aberto E a alegria Da descoberta São partes criadoras Da liberdade de ser Que transforma o mundo Em cada detalhe. (Até mesmo nos passos mais desconjuntados) Ser livre Ao ser alguém Que experimenta e vive E questiona sem medo E regenera Ao ser uma presença que transforma tudo ao redor Por ver o redor transformado Liberdade de ser Que cria o lugar e a hora É liberdade de pensar como uma criança: Este ser Que ao mundo se lança.


77


NATHÁLIA PEREIRA

SEMANA

21

RECIFE/PE/BRASIL



Bom dia! Começo com um despertar, na cidade que gosto do amanhecer e o reflexo dos primeiros raios do sol nas pessoas e do rio. São idas e vindas, olhares, pessoas e ver a cidade acordar. Um bom dia e despertar para as diferenças que nos unem e nos mostram tão iguais. Estranho?! Sim, a estranheza que tira do conforto, provoca, que faz aprender. Às vezes o cansaço faz não enxergar, ouvir e falar, mas as coisas estão caminhando. Coisas de Drummond no poema Nosso Tempo: “[...] Calo-me, espero, decifro. As coisas talvez melhorem. São tão fortes as coisas! Mas eu não sou as coisas e me revolto. Tenho palavras em mim buscando canal, são roucas e duras, irritadas, enérgicas, comprimidas há tanto tempo, perderam o sentido, apenas querem explodir. [...]”


81

Aí acontece um momento, um encontro, o novo (não, espera), um grito, uma voz, o corpo fala, o parado se move...manifestação (palavra da moda). A igualdade de expressar, sim, encanta e arrepia, e se mostra: Ei eu estou aqui e faço. Faço da minha forma. Minha vontade é muito maior e vou além. E sinceramente nem precisa...lembro de Gilberto Gil “sons diferentes, sim, para sonhos iguais” e penso sobre a diferença, é que somos todos iguais. Iguais de acesso, de expressar, de saber, de encantar, de brigar, ocupar e resistir... Na busca pelo bem, pela fé, pelo reconhecimento de sua arte, pelo direito, direito à cidade, cidade à cultura... somos todos iguais... igualmente diferentes. E quem somos?! Somos a cidade, quem acorda todo dia para trabalhar, quem diz bom dia, oferece um sorriso, dá um beijo, abraça.


MARINA MAHMOOD

SEMANA

22

RECIFE/PE/BRASIL


Contra tudo o que me desvia da minha criança. Contra o concreto que endurece as caras. Contra todo o chumbo. Me recrio enganando o tempo.

83


NATÁLIA DE’CARLI

SEMANA

23

LONDRES/INGLATERRA



O desconhecido passeante, estranho, alheio, indiferente. O transeunte passageiro, flaneur, desenham as sombras do anonimato. Rostos do bem e do mal que caminham em um ir e vir desatento. Rostos desconhecidos se cruzam, se miram, seguem seu caminho, sua direção, seu destino. O não-lugar de fluxos que se converteu nossas cidades se apresenta como pontos isolados da individualidade. Em outra perspectiva, cada indivíduo ajuda a configurar a unidade de um coletivo, um grupo uma massa caminhante de pontos que se atraem e/ ou se repelam no uso coletivo do espaço urbano.



BÁRBARA AGUIAR E MARINE MORAES

SEMANA

24

OSLO/NORUEGA


Ei, menino. Ei, menina. Sai daí, corre, vem! Levanta dessa cadeira, desliga essa TV. Hoje não precisa fazer tarefa de geografia. Pode vim devagar também. Hoje não precisa ter pressa. Não, não temos hora marcada. Menino, menina? Espia só como o mundo é grande. Espia bem quanta coisa legal, legal e diferente. É tudo teu, menino. É tudo teu, menina. Levanta e vem desvendar cada mistério, ocupar cada espaço e colorir tanto concreto. Vermelho, verde, azul, amarelo, rosa... Esse mundo preto e branco quer tuas cores, flores e gargalhadas. Desce daí, abre a porta. Olha a rua! É tua. Olha a praça! É tua. Olha o futuro! É teu. Sem culpa, sem cobrança. Conquista, menino. Desbrava, menina! Ocupa. Ocupa. Ocupa. Chega de tanto preto e branco. Chega de tanta falta de vida. Vem, criança. Cria!

89


VÍTOR MACIEL

SEMANA

25

MORENO/PE/BRASIL


entre o céu e a terra


URSULA TRONCOSO

SEMANA

26

LONDRES/INGLATERRA


O presente dura exatamente três segundos. Enquanto a criança se movimenta, fluida, a água dança. O bem urbano e o bem natural em sua essência. Depois que essa música toca, o espaço começa a existir, E a memória dela cria os laços que vão tecendo a cidade.

93


KARINA NOBRE

SEMANA

27

RECIFE/PE/BRASIL


Espaço público é um pedaço de terra cercado de contexto por todos os lados.


THAIRO PANDOLFI

SEMANA

28

SALVADOR/BA/BRASIL

Uma escadaria. Palco na terça santa, futebol da mulecada de dia, lugar de passagem o tempo todo. Cada qual se faz no mesmo lugar de diversas formas. As crianças ocupam a maior parte do tempo. No futebol, na parte baixa e larga da escada, só vale gol se a bola pegar na parede lateral sem bater na grade ou nos degraus. O minino grita “tabela!”, e o gol não vale mais. Mas quando consegue, cada comemoração ganha uma dança, um pulo, uma olhada pra “câmera” que registra a felicidade do minino. A vitória no jogo que ele mesmo inventou. A felicidade criada ali, no patamar mais largo da Escadaria do Paço.


97


BERNARDO TESHIMA

SEMANA

29

RECIFE/PE/BRASIL

O Entre

Um dia escutei: toque, toque, toque... Um grito: - Entre!!! Gesto de permissão concedida para transpor um obstáculo físico que separa dos seres Mas e quando o obstáculo não é físico? Entra em cena o subjetivo, o intocável, o imaterial... Quando entre as águas do rio e uma pessoa o ar as crianças o sorriso as crianças e a terra o brinquedo o homem e a mulher o respeito os seres humanos o campo da intimidade por mais qualidade dos entres



NATHÁLIA MACHADO

SEMANA

30

RECIFE/PE/BRASIL



Agosto, o mês do cachorro louco. Adoro cachorros. Queria ser louco. Esse mês vou ser o mais o mais louco que eu puder. Vou comer bolo de banana no almoço e desejar bom dia às quatro da tarde. Vou ensaboar antes de lavar o cabelo, vou deitar na grama e sorrir. E quando me perguntarem o porquê de tanta loucura, sem pensar responderei: Ah, gosto! Artur Machado, frequentador do Parque da Jaqueira.


103


KAMILLA SOUZA

31

MACEIÓ/AL/BRASIL

“ SEMANA

chuva da minha infância



SOFIA MAHMOOD

SEMANA

32

ITAMARACÁ/PE/BRASIL

Onde um olhar encontra o infinito, um sorriso perpassa os dentes e torna-se som, a criança expande sua expressão livremente aos ventos, onde a vida é mais viva e o espaço é público.


107


GABRIEL LAVINSKY

33

BELO HORIZONTE/MG/BRASIL

por trás de um sorriso uma luz dourada por trás das palavras, um ruído incandescente por trás de olhares, uma alma que voa

SEMANA

Fotografias tiradas no dia 13/08 // Praça da Liberdade, BH, utilizando uma HOLGA 120 adaptada para receber filme 35mm Kodak , ISO 200.


por trás dos gestos e da casca, que insiste em envelhecer, repousa atenta curiosa e desperta a essência, expressão íntima e humana: uma criança!

109


FLORA OLIVEIRA

SEMANA

34

NITERÓI/RJ/BRASIL


111


“ -

Me dê a mãozinha, não saia correndo, cuidado minha linda... Nãaa... Olha o carro, correr aqui é perigoso! Hunf!

E passa pela cabeça um primeiro pensamento sobre calçada, rua, praça, cidade... Como pode tanto espaço de correr, tanta coisa pra mexer, tanta luz, cor e forma, e eu não posso por quê? O tempo passa, e as barreiras diminuem e o espaço de brincar aumenta. Mas quando enfim conquistamos o direito de ir e vir sozinhos, como indivíduos independentes e donos de nossos caminhos, esquecemos o quanto a cidade nos era misteriosa e fascinante. Parece até que as cidades são projetadas ao contrário, que a escala está errada. Será? E se ao invés de dimensionarmos as ruas pelos carros, usássemos o carrinho de bebê, ou melhor, ainda, o triciclo; se ao pensarmos em pavimento para calçadas, abusássemos de texturas, cores e formas; se além de ondas, a famosa calçada de Copacabana tivesse uns peixinhos coloridos? Ok, não é pra tanto, mas como seria bom deixar correr, deixar viver, deixar apenas ser quem ainda vai crescer.


113


SABRINA MACHRY

SEMANA

35

NOVA IORQUE/EUA

Sobre crianças e o espaço público Se uma criança fechar os olhos ela é capaz de imaginar tudo que um espaço público deveria ter.


Ela vai falar de pássaros, de árvores, de grama, de água, de balanço e escorregador. Provavelmente vai falar de bons esconderijos para brincar com os amigos, e vai lembrar que um bom lugar é aquele que pode ser um navio de pirata, uma casa na floresta, uma nave espacial, um tapete voador ou um buraco da lua. É possível que fale de estrelas e então lembre de lunetas para vê-las mais de perto. Algodão doce, arco íris e balão. Certamente vai falar de cores vivas e cheiros frescos de fruta. E se ela não falar disso ela vai, no mínimo, pensar e sorrir. O espaço público deveria ser como o imaginário de uma criança feliz. Leve, lugar no qual é fácil tomar decisões e fazer escolhas - onde andar, sentar, pular... Um espaço onde a criança sinta-se segura para ser livre, fantasiar, amar a diversidade, descobrir-se parte do todo e inventar seu próprio mundo.

115


GABRIELA VASCONCELLOS

SEMANA

36

RECIFE/PE/BRASIL


Sorrisos, risadas, brinquedos espalhados, brincadeiras, descobrimento, pertencimento, novas formas de olhar, novas palavras a aprender. A rua. O novo! A imaginação. O lúdico. O velho que fica novo de novo. O encantar-se. O olhar que deixa tudo encantado, o reencantar-se! A criança e a cidade!

117


PC LOPES E SOFIA GALVÃO

SEMANA

37

BRASÍLIA/DF/BRASIL



Ouviram do outro lado da rua Às margens do passeio público Um povo que resiste O grito de “chega!” E o sol da liberdade de um entardecer Brilhou bem forte aos olhos de uma criança Se somos todos iguais Conseguimos dia a dia nos compreender Em teu colo de mãe e pai Ó liberdade gostosa Desafia a própria gravidade Ó grama verde da saudade Salve-nos do tédio dos dias que não passam, salve Um sonho de derrubar os muros De amor e de esperança encher o peito Se em teu céu que vê o chão A imagem da sombra que reflete Gigante é a própria natureza És bela ó flor da gentileza E o teu futuro espelha a grandeza do espírito de criança que resiste Terra fértil, mãe, gentil Entre as árvores da floresta És tu que nos alimenta Dos filhos a esperança de um mundo melhor


121


MAG GOMES

SEMANA

38

PAULISTA/PE/BRASIL

Laila e o rio

Encontrou o rio Timbó Entrou e se banhou Admirou o sol se pôr E não quis mais sair Porém já era noite E teve que partir.



ESTÊVÃO MACHADO

SEMANA

39

RECIFE/PE/BRASIL


Quimera vira sempre estrada pra menino em tempo claro d’alvorada ladrilhada por sementes que destinam felizes os homens-meninos que primaveram... as ruas: Essas bocas tantas que não se calam. Essas veias muitas que nos impulsam.

125


SEMANA

40

ANTOINE HUSSER E RAISSA MONTEIRO INDONÉSIA


brincar é fazer da cidade um terreno de possibilidades brincar é arte moléculas em (cri)atividade brincar é transformar imaginários em possíveis cenários brincar é tocar o espaço como instrumento mudar seu ritmo, métrica e tempo brincar é o livre existir contato coletivo e imediato improviso, instinto e tato brincar é (re)significar fazer da pipa um passarinho do corpo uma canção da cabeça um ninho

127


ANDRÉ MIYASAKI

SEMANA

41

FORTALEZA/CE/BRASIL


129

Descoberta

A vida pedia mais sol, A casa pedia mais vida. E ela, pediu uma chance. Aprendeu muito naquele domingo: Pipoca é melhor com manteiga, Bicicleta é melhor sem rodinha, Brincadeira é melhor com mais gente. Correu, sorriu, caiu, dançou, jurou que não passaria mais nem um fim de semana dentro de casa, como foram, até aqui, seus 32 anos. Já tem programação para o próximo domingo: Levar sua filha pra conhecer a praça.


DANIEL GUIMARÃES 42

RECIFE/PE/BRASIL

SEMANA

Essa noite ele brilhou, fazendo seu show, Batoré apareceu uma noite durante o Ocupe Estelita onde se sentiu aceito e acolhido, numa luta por uma cidade mais inclusiva para as pessoas, na qual se possa ser quem você é em espaços públicos de qualidade que provoquem a interação entre as pessoas.


Enquanto essa forma de vida hegemônica capitalista, que ainda coloniza a nossa mente traz o individualismo a partir do consumismo e da comparação, esse garoto, negro, pobre, em situação de rua é um educador, pois trouxe a filosofia das ruas, “A ideia é uma só! ”, se referindo a ele e aos seus colegas, que isolados eram fracos e aprenderam que juntos eram fortes e poderiam sobreviver nas violentas ruas do Recife.


MANOELA BRAGA

SEMANA

43

RECIFE/PE/BRASIL


133


Eu vi um menino correndo Eu vi o tempo brincando ao redor Do caminho daquele menino”

Eu via sorrisos, ouvia gargalhadas, gritos. Havia alegria! Que nostalgia… Era a rua. Sem calçada, com poeira. Crianças para todos os lados! Uma zoeira!

Ainda há tudo isso. Passou o tempo. Mudou a rua. Entraram os parques. Fecho os olhos e escuto o mesmo. Vejo o mesmo. Sinto o mesmo. Que maravilha! Ainda há alegria.


135


44

WALKYRIA TSUTSUMI YOKOHAMA+HIROSHIMA/JAPÃO

SEMANA

Criança não deveria se resumir a uma fase da vida, o bom seria que “criança” fosse levado como um estado de espirito, tanto quanto o estar feliz ou estar triste. Queria poder dizer: eu estou criança. E por assim subentender-se estou inocente, inspirada, livre de preconceitos, liberta da idade que da mesma forma


que amadurece, tolhe e molda o pensamento e a criatividade. A maioria das cidades japonesas são acessíveis, repletas de calçadas em perfeito estado, espaços públicos de qualidade, transporte eficaz e com lugares reservados para prioridades, inclusive para mães com crianças de colo e carrinhos de bebê; tudo isso e muito amor faz com que as mesmas sejam repletas de crianças, difícil sair um dia e não se deparar com uma carinha nipônica cheia de encanto.

137


45 SEMANA

ALEXANDRE CAMPELLO BARCELONA/ESPANHA


Trata-se de um sistema de marcaçao diferenciado das faixas de travessias de ruas que a prefeitura realizou a pedido dos professores e pais de alunos de 4 escolas próximas do mesmo bairro. São estas barras verdes com a frase que diz: caminho escolar, espaço amigo. Esta sinalização serve tanto como mais um alerta para os condutores, como a valorização do caminho escolar para as crianças.

139


46

ANDRÉ ARRUDA MEDELLÍN/COLOMBIA

SEMANA

Águas urbanas: o poder que a água tem ao tornar-se um bem acessível, fluido, resiliente, moldável, consegue transformar o imaginário social de qualquer mente criativa, através de um simples artefato urbano.



47

ARTUR MAIA

SEMANA

JOÃO PESSOA/PB/BRASIL



Cem Réis*, Sem Reis Do alto, faço imagens. Múltiplos fluxos, diver-gentes. Instante-fico um mar agitado. Concreto, pontos, linhas, corações, corações bombeados sob o sol escaldante. Não alcanço pensamentos, mas me deleito a imaginá-los. Atento, paciente, contemplativo. Me satisfaço, mesmo sem estar satisfeito. O caos não se ordenou como eu pré-via, queria. Nível do chão. Vertigem do baixo, do olho no olho. Estará alguém a compor com a minha sombra? Encontro com o pequeno, um pequeno vital. Brincadeiras concentradas, abertas ao público. O contato, quase sem palavras, só poderia ser aqui, talvez para nunca mais.

* Ponto de Cem Réis é o nome popular da Praça Vidal de Negreiros, localizada no bairro do Centro de João Pessoa. Esta denominação tem a ver com o fato de que, em determinado período de sua história, as passagens dos bondes que circulavam pelo local custavam 100 réis.


145


48

MAFALDA CARMONA

SEMANA

LISBOA/PORTUGAL


147


Grito para a cidade! Chega de pensar e não agir Espaço Público onde cabe Criança, Não é estacionamento Nem moldura de monumento Criança conta e é o futuro, Desta Arquitetura que é o Mundo; Vamos agitar esse lugar público, Abre espaço para a criançada Ter espaço para pular, brincar, Interagir nessa selva de cidade. Chega de pensar e não agir Essa selva fria de betão, Não tem sentimento de salvação Se você não contribuir Com sua acção e reacção Você aí, não espera não Faça a solução para ela, Para mi, para nós, para ti, Dá esperança à criança que tem aí!


149


49

PATRÍCIA MARTINS

SEMANA

SALVADOR/BA/BRASIL



O uso de uma criança do espaço público não é tão fácil dentro da cidade; precisam estar sempre acompanhadas, vigiadas, num espaço adequado. Em Salvador, como em muitas outras cidades a coisa se complica nesse sentido: não há bons parques, áreas verdes e nem bons espaços construídos para tal. Só o concreto. O que se tem é tão plástico e cinza que não me parece muito acolhedor. Mas aí vem o contra-ponto: a praia, as ruelas, os labirintos tão presentes em Salvador. Essa foto foi tirada no Alto da Sereia, um corredor vertical no meio da cidade mas que abriga um mundo. Labirinto, praia, corredores, ladeiras.


153


50

CAIO RIHAN

SEMANA

RECIFE/PE/BRASIL



- Me tirem daqui! Não consigo ver! Sussurrava numa voz, quase que sem força. - O que há de mal? Você gostava tanto de estar aqui... - Tenho pressa agora e essa caixa já não me cabe mais! - Tudo bem. Você deve ter crescido... - Acho que sim. Aqui é apertado e quente. Preciso de um pouco de ar fresco para pensar na minha vida daqui pra frente. - Você está triste? - Não. Estou só sem paciência para essas bobagens. - Mas você... O menino deu as costas e saiu para tomar um pouco de ar fresco. - É. Você tinha razão. Acho que cresci. Aquela caixa estava me deixando angustiado. Antes, até que me divertia, era meu lugar preferido. Havia muitas coisas lá, que hoje, já não existem mais. - Precisa de ajuda? Estarei ao seu lado para o que precisar, você sabe disso. - Sim. Você muito já me ajudou. E, se não consigo mais achar graça numa caixa vazia, muito terá sido por sua causa. Você me mostrou o mundo, me mostrou a realidade das coisas como devem ser. E aquela caixa, já não me cabe mais. - São 19:30. Já jantou? - Estou sem fome. Prefiro assistir TV. - Poderá ficar até às 21:00. Depois é bom que vá dormir. Amanhã te acordarei cedo para irmos ao aeroporto buscar sua avó. Me parece que ela não está bem. - Que legal! Adoro o aeroporto!O que vovó tem? - Anda meio esquecida. Dia desses perdeu-se na cidade. Outra vez, esqueceu o prazo de pagamento do plano de saúde e pagou juros. Como se não bastasse, agora deu pra colecionar flores caídas do jardim do quintal do vizinho. - Bem que eu vi! Vovó está mesmo diferente. Da última vez que estivemos lá ela contava formigas e acabou seguindo uma para ver aonde escondia suas migalhas... Deve ser por isso que se perdeu na cidade. Vovó está mesmo esquecida. Até juros pagou... (sic). - Pois é filho. É a idade...(suspiro)


- Vou dormir... - Boa noite. Não esqueça de escovar os dentes... - Tá bom. Boa noite. Ás 02:47 da madrugada o garoto acorda suado, com olhos arregalados e chorosos. 157 - Pai! Pai! Acorda! - O que aconteceu? - Sonhei com a cidade. E ela já não era parecida com a cidade da caixa. Ela era úmida, suja, perigosa. Suas ruas pareciam rios atolados de lixo. As garças, que antes alegres, andavam cabisbaixas e deselegantes. Há pessoas estranhas, de olhares abandonados e uma multidão que grita para vender suas bugigangas. Não há espaço para respirar e tudo é tão alto que me dá vertigem. Tenho medo. Mas apesar de tudo, essa cidade não me é estranha. Parece próxima. - Fica calmo. Deve ter sido só um sonho ruim. Volte a dormir que vai ficar tudo bem. Abra a janela para entrar um pouco de ar e me chame caso precisar... - Tudo bem. O homem abriu a janela e respirou fundo por 3 vezes. Ali, naquele ato, sentiu a sensação de já ter visto essa cidade, mas não reconheceu: nem a cidade, nem o sentimento que lhe invadiu. Aquela, já não era mais seu lugar. Era uma cidade qualquer, sem aptidões para saudades. E ele, um homem qualquer, sem aptidões para sonhos.


Do que se fala, quando se fala da relação entre criança e cidade? O que essa relação permite vislumbrar? Creio que o principal ponto seria uma forma de afetação que o par em questão possibilita pensar, e provoca. Sabemos, no entanto, que há formas hegemônicas do pensar cidade, bem como do fazer cidade. Porém, o que se quer levar em consideração aqui são as possibilidades que um sujeito menor, molecular e inobjetivável, como é a criança, estabelece trocas com a complexidade de um conjunto de relações que é a cidade. Não em seu sentido hegemônico, mas no sentido das fissuras, das táticas, do jogo que foge e do fora, que permite estar entre e não ser alvo fácil de capturas. Seja pelo sistema, seja pelos ideais que permeiam o discurso molar de cidade. Nesse sentido, podemos falar em devir-criança, que pode ser colocado como a tentativa constante da criança, como indivíduo, em buscar desterritórios, ou seja, são as linhas de fuga acionadas a todo tempo para criar, para suscitar acontecimentos e assim escapar das conformidades atuantes. Esse devir, que é natural na criança, é uma maneira astuta de transgredir, de estabelecer rupturas, porque a criança é sujeito da experiência e faz um exercício, a todo tempo, de abertura, de disponibilidade, de ex-posição e disposição ao que lhe afeta. Então, pensar a cidade a partir do devir-criança, é assumir uma postura que vai de encontro não só ao conservadorismo do pensamento urbano, mas principalmente, ao modelo de cidade sugerido e imposto pelos vários agentes que fazem a cidade. Portanto, dar voz a esses sujeitos é uma tentativa e uma possibilidade de pensar outras formas de experiência na cidade, atualmente tão adormentada pela vida cotidiana, espetacularizada e impositiva que grande parte da população urbana vive. Já não cabe mais, pensar a cidade como pano de fundo de ações e reações molares, que julgam ser a cidade um receptáculo neutro, onde se podem implantar modelos que só reforçam os modos de vida impostos. A cidade é produto da subjetividade do indivíduo, bem como é produtora dessa subjetividade.


A foto em questão foi tirada na Praça do Arraial Novo do Bom Jesus, conhecida como Praça do 15, no bairro do Cordeiro e me interessou notar que as crianças provavelmente tinham acabado de sair da escola – podemos pensar na escola como instituição de controle, molar – e que houve, notadamente, ao chegar na praça, um transbordamento dessa ruptura. Uma vontade contida em extravasar ganhou sentido naquele espaço público. Elas deitavam, corriam, rolavam e faziam um corpo-a-corpo com o outro e com o espaço, tirando proveito do relevo acidentado que a praça apresenta. Talvez ali não houvesse espaço para pensar em nada, apenas ser. Coisa que, apesar de simples, é tão difícil em tempos atuais. Foi puro devir. E, ao meu ver, esse fato coloca uma questão na imensidão do pensar a cidade. Quais as dimensões do ser/Ser urbano?


51

RAQUEL OLIVEIRA

SEMANA

RECIFE/PE/BRASIL


A descrição foi: Uma febre incurável, essa espontaneidade que escorre pela infância. Eles gozam dos sintomas. Viram passarinhos e colocam o céu de cabeça pra baixo. E o resumo: despejar-se.

161


52

BERNARDO JUREMA

SEMANA

MUNIQUE/ALEMANHA



Na relação entre pais e o recém-nascido, é possível encontrar o embrião de todo o subseqüente desenvolvimento das relações sociais da mais alta ordem. As bases das futuras relações sociais do bebê em certa medida se definem ali nos seus primeiros contatos com os seus pais. De modo análogo, são nesses primeiros meses que se estabelecem as bases da relação da criança com o seu meio de forma mais ampla. Como ela irá se inserir na sua cidade depende em boa medida da forma como os seus pais se locomovem na cidade. As lembranças mais longínquas, aquelas que ficam no subconsciente e que para sempre vão vir à tona diante de algum estímulo, começam a ser criadas a partir das primeiras saídas. Saímos com o nosso filho de cinco meses a pé ou de transporte público, carregando-o no canguru ou no carrinho. Assim que ele puder sentar-se, também o levaremos na bicicleta. Apenas ocasionalmente nos locomovemos de carro. Assim, desde o princípio, a norma, para ele, será o multi-modal. Multi-modal é vivenciar a cidade nos seus muitos aspectos e possibilidades. Ensinando-o desde cedo a usufruir esses diferentes modais, estamos munindo-o da capacidade de ele mesmo eventualmente explorar e descobrir o seu meio. Essa liberdade de ser e estar no seu meio tem efeitos bem mais profundos do que possa parecer à primeira vista; trata-se de liberdade não apenas para descobrir o seu entorno, mas, ao fazê-lo, descobrir-se a si mesmo, nele.


165


CARTOGRAFIA AFETIVA

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BRISBANE / AUSTRALIA

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SEJA +1

“Ser mais um”, expressão que inicialmente pode parecer uma ação de movimentação de massa. Hoje, ela me representa a força da coletividade. A magia que sinto ao estar junto e contribuindo com meus conhecimentos em prol de sonhos para o coletivo. Este ciclo, que se iniciou em dezembro de 2013 e que culminou com a abertura dessa exposição, me fez percorrer muitas vivências, espaços e olhar cada vez mais para a criança como um caminho de esperança. Convido cada um e todos a ampliarem as presenças nos espaços públicos e, com esse fluxo, proporcionarem o sonhar juntos. Seja +1 pode ser uma ação, uma cooperação, um olhar e contar com o outro. Vamos juntos nessa aventura que é a vida.

Compartilhe crianças nos espaços públicos usando: #52mais1


curadoria BRUNA PEDROSA e ANDRÉ MORAES produção BRUNA PEDROSA e SOFIA GALVÃO assistente de produção CAROL CORREIA expografia ANDRÉ MORAES montagem e desmontagem RAPHAEL FRANCO, RÔMULO NASCIMENTO e AMANDA FLORÊNCIO design gráfico R2BM e ANDRÉ MORAES desenhos FRANCISCO e JUCA assessoria de imprensa TEMPUS e MARINE MORAES mídia digital MARINE MORAES arte educadores FERNANDA SIMIONATO, SOFIA GALVÃO e LINDEZA libras e áudio descrição COM ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL fotógrafos SOFIA GALVÃO e TALITA PAES locação de container AGEMAR elaborador e administrador SANDRO LINS. obras ANDRÉ MORAES, MARINA MOURA, THAÍS TOLENTINO, DIMITRI BITU, BEATRIZ MELLO, MARÍLIA CIRENO, LUANDA ANDRADE, SÉRGIO FONTES, BERNARDO LOPES, DANIELA VILELA, LAURA SOBRAL, SOFIA GALVÃO, NARA UCHÔA, ALESSANDRA GAMA, LAURA MELO, AMANDA FLORÊNCIO, ELSA WOMACK, BIA MEUNIER, ANA CLÁUDIA LIMA, ISADORA FREIRE, MARÍLIA CHAVES, NATHÁLIA PEREIRA, MARINA MAHMOOD, NATÁLIA DE’CARLI, BARBARA AGUIAR, MARINE MORAES, VÍTOR MACIEL, URSULA TRONCOSO, KARINA NOBRE, THAIRO PANDOLFI, BERNARDO TESHIMA, NATHÁLIA MACHADO, KAMILLA SOUZA, SOFIA MAHMOOD, GABRIEL LAVINSKY, FLORA OLIVEIRA, SABRINA MACHRY, GABRIELA VASCONCELLOS, PAULO CÉSAR LOPES, MAG GOMES, ESTÊVÃO MACHADO, ANTOINE HUSSER, RAISSA MONTEIRO, ANDRÉ MIYASAKI, DANIEL GUIMARÃES, MANOELA BRAGA, WALKYRIA TSUTSUMI, ALEXANDRE CAMPELLO, ANDRÉ ARRUDA, ARTUR MAIA, MAFALDA CARMONA, PATRÍCIA MARTINS, CAIO RIHAN, RAQUEL OLIVEIRA e BERNARDO JUREMA. catálogo NOVEMBRO 2016 tiragem 1000 EXEMPLARES impressão FACFORM capa CARTÃO DUO DESIGN 250G. miolo OFF-SET 120G. Este catálogo foi realizado com recursos do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura - FUNCULTURA 2014. +INFO: https://www.facebook.com/52mais1


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