As cortadeiras
que se cuidem
editorial
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Trabalho de formiguinhas Durante os últimos anos, temos observado o crescimento contínuo e consistente do número de profissionais registrados no Conselho. Somente entre 2009 e 2013 esse aumento superou os 100%, ultrapassando a marca de 12 mil biólogos. Ao olhar e analisar esses dados, também é possível identificar outro fato interessante: no ano passado, Goiás tornou-se o segundo Estado (considerando-se também o Distrito Federal), na jurisdição do CRBio04, com maior número de registrados. Um crescimento que demonstra a importância da região em termos de formação de profissionais, empregabilidade e produção de conhecimento – sem desmerecer as demais, obviamente. Atento a esse cenário e cumprindo sempre seu objetivo de ampliar sua representatividade e estar mais próximo dos profissionais, o Conselho inaugurou, em 2012, a Delegacia do CRBio04 no Estado de Goiás. No final do ano passado, dando sequência a essas ações de estreitamento de laços, promovemos o I Encontro Goiano de Biólogos, evento cuja cobertura você poderá ler nesta edição. Tudo isso apenas ilustra um pouco do trabalho diário conduzido pela diretoria, conselheiros e funcionários do CRBio04. Para utilizar uma expressão popular, um “trabalho de formiguinha”, baseado em um esforço coletivo, realizado dia a dia, buscando sempre o bem comum e maior.
E já que estamos falando de formigas, são elas que ocupam a capa desta edição do Jornal do Biólogo. Nossa matéria principal explora o trabalho do biólogo Marcos Antonio Lima Bragança, da Universidade Federal do Tocantins. Já há alguns anos ele desenvolve pesquisas que envolvem as formigas cortadeiras, insetos que causam enormes prejuízos em cultivos, especialmente nos de eucalipto. Nesta primeira edição de 2014 você também lerá uma reportagem sobre como a biotecnologia tem auxiliado no desenvolvimento do agronegócio e conhecerá um pouco do trabalho do Departamento de Educação Ambiental da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte e do biólogo Humberto Espírito Santo de Mello. Como sempre, reforçamos que os veículos de comunicação do CRBio04 – jornal, revista, site, blog, newsletter e mídias sociais – têm como objetivo precípuo levar informação relevante e de qualidade para e com os biólogos. Por isso, caso tenha interesse em divulgar seu trabalho, sua pesquisa ou tenha alguma sugestão de tema, entre em contato conosco. Afinal, somos todos membros do mesmo “formigueiro”. Boa leitura!
CRBio04 Av. Amazonas, 298 - 15º andar Belo Horizonte - MG - 30180-001 | Telefone: (31) 3207-5000 www.crbio04.gov.br | crbio04@crbio04.gov.br
Diretoria Executiva Presidente: Gladstone Corrêa de Araújo Vice-Presidente: Jefferson Ribeiro da Silva Tesoureira: Sylvia Therese Meyer Ribeiro Secretária: Norma Dulce de Campos Barbosa
Conselheiros Efetivos: Bruce Amir Dacier Lobato de Almeida, Carlos Frederico Loiola, César Augusto Maximiano Estanislau, Elias Manna Teixeira, Evandro Freitas Bouzada, Mariana Nascimento Siqueira Conselheiros Suplentes: Aneliza de Almeida Miranda Melo, Emilson Miranda, Fábio de Castro Patrício, Helena Lúcia Menezes Ferreira, João Paulo Sotero de Vasconcelos, José Alberto Bastos Portugal, Lucas Soares Vilas Boas Ribeiro, Meriele Cristina Costa Rodrigues
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Gladstone Corrêa de Araújo Conselheiro Presidente
Jornal do Biólogo Ano XVIII - Nº 66 | Março de 2014 Assessor de Comunicação: André Nessim Jornalista Responsável: Vitor Moreira | Registro: 14055/MG Reportagem páginas 8 e 9: Gabriela Vilaça Projeto Gráfico: Rafael Chimicatti Impressão: 1.500 exemplares
conselho
Os símbolos do biólogo Marca, juramento, cor e pedra criam a identidade da profissão O fortalecimento de uma profissão depende de bons cursos de formação, entidades representativas atuantes e, ainda que pareça trivial, de seus símbolos. São eles que traduzem os valores e despertam o espírito de identidade e pertencimento dos profissionais. Mas você conhece os símbolos do biólogo?
A base de sua estrutura forma um espermatozóide, que fecundando o óvulo (círculo azul) dá origem a uma nova vida – essência da profissão. A estrutura de DNA remete a um elemento sempre presente no cotidiano do profissional da área de Biologia. A natureza é representada pelas folhas da base do círculo, enquanto a espiral representa a evolução e o progresso.
Marca Juramento “Juro pela minha fé e pela minha honra e de acordo com os princípios éticos do biólogo, exercer minhas atividades profissionais com honestidade, em defesa da vida, estimulando o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico com justiça e paz”.
Cor Azul (sem tonalidade específica)
Pedra Água marinha
Anuidade 2014: prazo está perto do fim Pagamento com desconto só pode ser feito até dia 31 Profissionais registrados têm até o dia 31 de março para quitarem sua anuidade 2014 com desconto de 15% (R$ 331,96). Após essa data será cobrado o valor integral da anuidade (R$ 390,54), acrescido de multa de 2% e juros de 1% ao mês. A falta do registro e o não pagamento da anuidade torna ilegal o exercício da profissão, cuja pena é o impedimento de exercê-la e sua suspensão em todo o Território Nacional. Graduados que se registrarem em até doze meses da data de sua colação de grau estão isentos da primeira anuidade. No
caso de pessoa jurídica, o valor da anuidade é proporcional ao capital social declarado no contrato social da empresa, variando de R$ 107,12 a R$ 1.109,13.
Guia de pagamento O boleto para pagamento da anuidade 2014 foi enviado pelo correio para todos os registrados, mas também pode ser emitido no site do CRBio04: www.crbio04.gov.br. O biólogo deve acessar o link CRBio04 Online, situado no menu superior.
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educação ambiental
Educar para preservar Na edição passada do Jornal do Biólogo trouxemos uma reportagem que abordou a importância dos jardins zoológicos na preservação de espécies ameaçadas. A criação em ambientes controlados permite estudos sobre características biológicas e comportamentais destes animais, auxiliando em programas de reprodução em cativeiro e de reintrodução na natureza. Porém, uma política de preservação ambiental bem estruturada depende, ainda, de outro trabalho fundamental: a conscientização. É nesse campo que se inserem os esforços de diversas ONGs, profissionais e órgãos, como o Departamento de Educação Ambiental da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte. Por meio de seu Serviço de Educação Ambiental (SEA), que existe desde 1991, o Departamento é responsável por todos os projetos de cunho educacional desenvolvidos no Jardim Zoológico, Jardim Botânico e também no Parque Ecológico da Pampulha. “Nossa principal função é tentar transmitir para o público em geral, com os elementos que temos disponíveis – os animais e plantas – uma mensagem de educação, de informação, de preservação das espécies e conservação ambiental, garantindo a qualidade da vida", explica o biólogo Humberto Espírito Santo de Mello. Humberto, que é mestre em Zoologia, atuou por 20 anos na seção de Répteis e Anfíbios do zoológico da capital mineira e está desde o ano passado no novo setor. “Julguei que era hora de encarar novos desafios, de tentar fazer com que o conhecimento produzido aqui extrapole os muros e chegue à população”, relata. Além dele, outros seis profissionais de Biologia atuam no Departamento de Educação Ambiental, o que, na visão de Humberto, é um grande diferencial. “As Ciências Biológicas têm essa particularidade de trabalhar vários saberes, o que capacita o profissional de forma única”, ressalta.
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Daniel Alves
Biólogo relata desafios de promover a conscientização ambiental
Humberto Mello trabalha no zoológico de Belo Horizonte desde 1993
Ações e atividades Humberto Mello afirma que o principal desafio da educação ambiental reside em conscientizar as pessoas da importância da preservação de espécies da fauna e flora, por exemplo as que podem ser nocivas ao homem, como é o caso das serpentes. O biólogo explica que é preciso um minucioso trabalho que aproxime a população destes animais, revelando sua importância para o equilíbrio ambiental e os problemas decorrentes de sua extinção. Para promover essa mudança de pensamento e comportamento o Departamento de Educação Ambiental da FZB-BH conta com atividades como visitas aos bastidores do zoológico, jogos educativos para o público infantil, exposições, realização de oficinas temáticas, ações pontuais em datas específicas – como o Dia Mundial do Meio Ambiente, por exemplo –, atendimento a grupos escolares e também uma equipe de campo, que presta orientações aos visitantes. Contato O Serviço de Educação Ambiental da Fundação Zoo-Botânica oferece um serviço de visitas guiadas conforme demanda. Para mais informações, entre em contato pelo (31) 3277-7286.
matéria de capa
Cortadeiras vs Forídeos: um duelo de pequeninos
Formigas cortadeiras têm em moscas grande inimigo natural Aos olhos humanos elas são minúsculas, de ar inofensivo. Mas engana-se quem se deixa levar pela aparência frágil das formigas cortadeiras: seus poderes de destruição tornam-nas uma das grandes pragas para plantações, principalmente no Brasil, onde há a maior ocorrência de espécies. Um único formigueiro chega a ter 10 milhões de indivíduos e consome cerca de uma tonelada em folhas por ano, o que representa 86 árvores de eucalipto, por exemplo. Curiosamente, porém, esse “apetite” todo não é pelas folhas em si. O material coletado é levado para dentro do formigueiro e serve de substrato para o cultivo de um fungo, esse sim, do qual as formigas se alimentam. Popularmente conhecidas como saúvas, cabeçudas ou quenquéns, as formigas cortadeiras se dividem em cinco gêneros, sendo os mais comuns o Atta e o Acromyrmex, ambos encontrados no Brasil. Por concentrar um maior número de estudos e também por construir ninhos mais visíveis, ao longo dos anos se desenvolveram métodos mais eficientes de combate às espécies do gênero Atta. A destruição de seus habitats naturais é outro fator, que inclusive pôs em risco de extinção a espécie Atta robusta.
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Na mesma medida em que isso ocorre, entretanto, a interferência humana no meio ambiente também tem levado ao aumento em larga escala de algumas espécies de cortadeiras. Terrenos desnudos em áreas desmatadas favorecem o surgimento de colônias onde elas não ocorreriam de forma natural ou apareceriam em menor intensidade. Posteriormente, as próprias plantações que ocupam essas áreas desmatadas – como eucalipto, cana-de-açúcar e até mesmo pasto para criações – tornam-se alvos das formigas. A solução encontrada por agricultores, então, é recorrer a iscas formicidas químicas, hoje o principal meio utilizado no controle das cortadeiras. Entretanto, a alternativa está longe de ser a ideal, uma vez que esses componentes químicos causam uma série de prejuízos ao ambiente. Uma solução barata e ecologicamente correta seria atuar com inimigos naturais das formigas, como é o caso dos forídeos.
Moscas parasitoides Em 1922, o frei franciscano Tomás Borgmeier – que nasceu na Alemanha mas radicou-se no Brasil – realizou o primeiro registro de parasitismo de formigas cortadeiras por moscas da família Phoridae. Ao longo de sua carreira, Borgmeier descreveu cerca de 20 espécies de forídeos parasitoides associados a espécies dos gêneros Atta e Acromyrmex. Entretanto, apesar da descoberta da interação entre os dois insetos ter mais de 90 anos, a maioria das informações disponíveis hoje são recentes, obtidas nas duas últimas décadas. Atualmente são conhecidas 66 espécies de 11 gêneros de Phoridae que parasitam as formigas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp., sendo a maioria das espécies desses parasitoides pertencente aos gêneros Apocephalus, Myrmosicarius e Eibesfeldtphora. Das 19 espécies de Atta, nove são atacadas por forídeos. Já entre as Acromyrmex são 19 das 62 espécies conhecidas.
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Athayde Tonhasca
matéria de capa
Moscas forídeos depositam seus ovos no corpo das formigas
“As moscas colocam seus ovos na cabeça ou abdômen das formigas, dependendo da espécie, e suas larvas se alimentam do próprio corpo das hospedeiras, matando-as”, explica o biólogo Marcos Antonio Lima Bragança, que dedica-se ao estudo das características biológicas, comportamentais e ecológicas dos forídeos desde 1996. Marcos, que possui pós-doutorado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e trabalha como professor no campus de Porto Nacional da Universidade Federal do Tocantins (UFT), é responsável por registrar diversas formas de ataque das moscas às formigas e listar características da biologia desse inseto, como a forma de desenvolvimento larval, por exemplo. “Buscamos identificar características como formas de reprodução, desenvolvimento da larva na formiga, períodos de incidência, interferências do ambiente, taxas de parasitismo etc. Nosso objetivo final é descobrir uma forma de aumentar a densidade das moscas no campo e promover o controle natural das cortadeiras”, detalha. Para isso, o biólogo vislumbra duas alternativas: a produção de moscas em laboratório ou, o que em sua opinião seria ainda melhor, possibilitar o aumento das populações de forídeos na natureza. A primeira possibilidade ainda esbarra na ausência de metodologia para promoção do acasalamento em cativeiro. Já a segunda parece ainda mais distante, pois implicaria em métodos de preservação ambiental de áreas em que as moscas pudessem encontrar um ambiente ecologicamente equilibrado para se desenvolverem.
matéria de capa
Uma mosca incomoda muita gente Em suas pesquisas, Marcos Bragança identificou – e corroborou análises de outros pesquisadores – que a taxa de parasitismo das cortadeiras por forídeos é relativamente baixa, situando-se entre 1% e 5% da população de um formigueiro. Após a mosca depositar o ovo, a formiga morre em um prazo que varia de quatro a 12 dias, quando se dá a fase final do desenvolvimento larval do parasitoide. Nesse ínterim, porém, a cortadeira continua agindo normalmente, sem sofrer nenhum efeito em seu comportamento. “Ao contrário da maioria dos agentes de controle biológico, o efeito principal dos forídeos parasitoides de formigas não se dá pela mortalidade direta dos hospedeiros”, afirma.
Na verdade a simples presença da mosca nas trilhas já gera um impacto negativo na dinâmica da colônia. O sobrevoo e as tentativas de ataques dos forídeos são suficientes para afetar o comportamento de forrageamento das formigas, uma vez que ocasionam a redução do número e tamanho das operárias que transitam nas trilhas. Além disso, o esforço empregado pelas operárias para se defenderem dos ataques reduz o tempo que elas gastariam na coleta e transporte de material vegetal para o ninho, gera a diminuição das cargas que cada uma leva e o aumento do número de fragmentos vegetais abandonados, resultando em menos comida no formigueiro.
Métodos de ataque Como se comportam os forídeos dos três gêneros que mais parasitam formigas cortadeiras
Myrmosicarius Aproximam-se por trás da formiga e atacam a cabeça do hospedeiro sempre pelo lado direito, pois o ovipositor da mosca é assimétrico e fica voltado para o lado esquerdo.
Eibesfeldtphora A estratégia de ataque típica é perseguir e investir contra as operárias que transitam nas trilhas, intercalando os ataques com pousos acima ou dos lados da trilha.
Apocephalus Ao contrário de outros forídeos que voam em busca do hospedeiro, este se aproxima das formigas caminhando pela superfície das folhas. A oviposição parece ser realizada pela inserção do ovipositor nas partes bucais da formiga.
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biotecnologia
Biologia molecular a serviço do agronegócio Análises de perfil e vínculo genético auxiliam no desenvolvimento de negócios no campo
Em 2013 celebraram-se os 60 anos da descoberta da molécula de DNA pelos pesquisadores James Watson e Francis Crick. A novidade, publicada na edição de 25 de abril de 1953 da revista Nature, abriu as portas para o vertiginoso e constante avanço da genética e biologia molecular, como os testes de paternidade e o mapeamento do genoma humano. As novas técnicas e equipamentos desenvolvidos, porém, não se limitaram às pesquisas voltadas exclusivamente para os seres humanos, mas também possibilitaram transformações no campo da pesquisa com animais, trazendo grandes benefícios ao agronegócio. Graduado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o biólogo Kleber Simônio Parreira percebeu o mercado a ser explorado nessa área e fundou, em 2013, um laboratório especializado em análises genéticas em animais. “Apesar
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de serem conduzidos basicamente da mesma maneira, os exames para humanos e animais possuem algumas particularidades técnicas”, explica. As amostras de origem animal, por exemplo, são tomadas no campo ou criadouro e encaminhadas para o laboratório por via postal. Para isso, o cliente é instruído sobre o modo correto de coletar e enviar as amostras, que são, normalmente, pelos, penas, sangue e fezes. Doutor em Biomedicina pela Université Catholique de Louvain em Bruxelas, na Bélgica, e pós-doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP), Kleber especializou seu laboratório na oferta de três tipos de serviços: sexagem de aves, perfil genético de espécies vegetais e animais e vínculo genético de bovinos, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos. A sexagem de aves, por exemplo, é um diagnóstico precoce que permite, entre outros fins,
biotecnologia
Desafios e avanços Para o biólogo Kleber Parreira, a biotecnologia surgiu com um potencial inestimável para ajudar diversas áreas, como saúde, agricultura, pecuária etc. Porém, os resultados foram decepcionantes. “Passamos o carro na frente dos bois. A experiência brasileira esbarrou na escassez de um mercado nacional capaz de suprir a matéria-prima, componentes e reagentes necessários para a execução dos processos biotecnológicos. Primeiro, deveríamos ter criado um mercado que fosse base para assentarmos a economia biotecnológica no país. Hoje, é exatamente isso que presenciamos: um mercado que evolui para fornecer material e ferramentas. Ainda caminhamos lentamente, mas na direção certa”, defende. Em sua opinião, dois aspectos seriam de suma importância para a melhoria da capacidade de oferta dos serviços na área. Primeiro, a implantação de medidas governamentais que facilitassem a importação de materiais produzidos exclusivamente no exterior. Segundo, o aumento das linhas de crédito para fomentar projetos de criação de indústrias que visam suprir o mercado com produtos indispensáveis à prática da biotecnologia e biologia molecular no país. Arquivo pessoal
evitar gastos com a manutenção de espécies de sexo indesejado em criadouros. “Para aves cujo interesse do criador é o canto, caso do pássaro bicudo, as fêmeas são pouco desejadas, já que apenas os machos cantam. Por outro lado, se o interesse principal é o de reprodução, a sexagem exerce papel importante para o devido acasalamento dos pares, maximizando as chances de reprodução, principalmente para aves que não possuem dimorfismo sexual e estão em risco de extinção”, explica o biólogo. No Brasil, uma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento torna obrigatória a apresentação de um laudo de vínculo genético de todo bezerro originado pelo método de fertilização in vitro. “Sendo estes animais de alto desempenho e/ou consagrados por possuírem características comerciais importantes como alta produção de carne, eles devem ter suas origens confirmadas”, ressalta o biólogo. Assim, a investigação do compartilhamento de alelos entre animais em vários loci microsatélites ao longo dos cromossomos é utilizada para alcançar a probabilidade de paternidade. O mapeamento do perfil genético de animais, por sua vez, é feito de maneira muito semelhante ao teste de paternidade, porém com objetivos e aplicações distintas. Nesse caso, os animais são mapeados para determinar alelos associados à características comerciais, como maior aproveitamento de carcaça para gado de corte, porcentual de gordura intramuscular em suínos, determinação da cor da pelagem em equinos, entre outros. Todas as análises são baseadas na técnica de detecção pela PCR: após o cadastro e identificação das amostras, ocorre a extração dos ácidos nucleicos. Posteriormente há a realização da reação em cadeia da polimerase (PCR). A detecção do material resultante é conduzida com equipamento especializado, como o sequenciador automático. Por fim, os resultados são transmitidos aos computadores e ocorre a emissão dos laudos.
Para Kleber, Brasil ainda tem muito o que evoluir no campo da biotecnologia
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registros Definitivos Bahia Zilma Cardoso de Carvalho Distrito Federal Adriana Soares de Araújo Amanda Galvão André Vitor Fleuri Jardim Andréa Carvalho Tameirão Andrielle Câmara Amaral Armando de Queiroz Teixeira Junior Christiano Pinheiro da Silva Cleber Oliveira de Araújo Cleyton Washington da Silva Oliveira Cristina Maria de Oliveira Daniel Marques Alves Velho Daniel Quintaneiro Abreu Eliane Lopes Borges Evellyn Borges de Freitas Fernanda Keley Silva Pereira Flavia Pereira Alves Francisco Ferreira de Miranda Santos Francys Mara Ferreira Vilella Gabriel Batista de Oliveira Borges Henry-Philippe Ibañez de Novion Janaína Emanuelle Mendes de Oliveira Starling José Carlos Delfino José Eduardo Litran dos Santos Juliana Silvestre Silva Júlio César Montanha da Silveira Soares Leandro Hosken Cunha Lícia Nunes de Oliveira Lívia Luzia do Nascimento Koshino Luciene Mignani Marcos Borzuk da Fonseca Júnior Marcos Takashi Obara Marta Carolina Deusdará Rosa Michael Silva Novais Monique Caroline Rebouças Depireux Paula Durante Tagliari Rafael Rodrigues Alves Dias Renata Peres Martins Sônia Cirqueira Chaves Suelem Muniz Leão Tais Benato Thiago Furtado de Oliveira Goiás Alessandro Dias Pio Aluana Gonçalves de Abreu André Soller Andréia de Sousa Coelho Caio Stuart Amorim Pereira Carla Patrícia Pereira Alves Carlos Pedretti Júnior Daniel David Franczak Drielle Silva Andrade Lopes Fernanda Melo Carneiro Flávia Paulino Crispim Baiocchi Gizelly Mendanha de Oliveira Glaudiene Lima Vieira
Gleidson Nunes Ferreira Guilherme Nunes Ferreira Hélio Pinheiro de Andrade Ilse Franco de Oliveira Isabel Gomes Chrisóstomo Izabella Ferreira Campos Bernardes Jiulliano de Sousa Costa João Luiz Gomides Melo de Sousa Jonathan Vieira Novais Josiel Gonçalves Barbosa Kamilla Chrystine Rolim dos Santos Leandro Juen Leandro Martins Silva Leide Daiana de Fátima Silva Lissandra Luzia Dutra Camilo Lívia do Carmo Silva Lívian Gonçalves Vieira Marcello Borges de Oliveira e Silva Marcos Augusto Schliewe Maria Luzia Borges Valério da Silva Mariana Araguaia de Castro Sá Lima Neilson Nunes Rodrigues Noania Borges Freitas Patrícia Fúlvia de Araújo Paulício Maconi Filho Pedro Vieira de Carvalho Costa Rafael Balestra Marra Rafael Pereira Tokarski Renata de Oliveira Costa Renato Silva Oliveira Rodrigo de Jesus Silva Sandro Batista da Silva Tacyane Fraga de Souza Moraes Tainara Aparecida Ferreira Coutinho Câmara Thais Neres de Souza Paiva Thiago Bernardi Vieira Thiago Ferreira da Silva Vanessa Oliveira Leitão Marinho Vinícius Batista de Morais Walkíria dos Reis Lima Walter Santos de Araújo Wemerson Souza do Nascimento Maranhão Alam Aparecido de Mattos Tombini Natércia Camille Vasconcelos Feitosa Minas Gerais Adriana de Rezende Agdemir Waléria Aleixo Aldes Lamounier Pereira Andrade Alessandro Cândido Lima Alessandro Martini Amaral Alexandre Oliveira Aline Pessoa Martins Allan Pimenta Barros Ana Carolina Resende Maia André Baxter Barreto André da Silva Pimenta André Leonor Rodrigues André Luis Xavier Andréa Cristina de Minas e Souza
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Andrea Juliana Lavrador Andreo Andreísa Aparecida Selvati Aquila Fialho de Oliveira Artur Queiroz Guimarães Atenágoras Café Carvalhais Junior Belchiolina Vitória de Matos Bruno Faria Fernandes Bruno Felipe de Mello Bruno Vancini Tinti Camilla Moreira Ribeiro Carla Clarissa Nobre de Oliveira Carlos Eduardo Borges de Oliveira Carolina Marta de Magalhães Pinto Aun Cassiano Ribeiro da Fonseca Cecília Velasquez Santos de Carvalho Serpa Celso Henrique Varela Rios Cláudio Martins da Rocha Claudiomar Marcelino da Silva Ferreira Cleuza Aparecida da Silva Álvares Clóvis José Soares Cristiane Coscarelli Salum Cristiane Moreira Costa Cristielly Fernandes Duarte Daniel Martinez Marques Lopes de Siqueira Daniela Aparecida de Andrade Daniela Chaves Resende Daniela Munhoz Rossoni Danillo Henrique Lopes David Marques de Aquino Deborah Aparecida Santos Delma Elzane Dutra Diego Santos Oliveira Dimitri Lima Gouvea Disney Tone Luiz Negrão Divina Roselaine da Silva Éder Bedani Ruis Chagas Elisa Lopes e Lages Elisa Paraíso Mesquita Émerson Marcos da Cruz Erica Dutra Albuquerque Erick Almeida Silva Erick Matheus Evangelista Esdra Daiane Frade Felipe Gonçalves dos Santos Cabral Fellipe Pinheiro Chagas Mendonça Fernanda Barbosa Lopes Fernanda Borges Severo Fernanda Cristina Ferreira do Carmo Fernando Aparecido Silva do Nascimento Fernando de Jesus Camacho Fernando de Sá Silva Filipe Palhares Ferreira Flávio Dayrell Gontijo Frances Ley Melo Francisco Eduardo de Carvalho Costa Francisco Luiz Assunção de Sousa Gabriella Elisa da Silva Nogueira Gilberto Gomes Giovana Carine Leite Gisele Queiroz de Oliveira Graziela Ferreira Silva Moreira Guilherme de Castro Lopes
registros Gustavo Augusto Lacorte Harley Leandro Coelho Helena Barbosa Ferraz Henrique Grande Hugo Cardoso de Moura Costa Isabella Elias Morais de Assis Ivan Machado de Vasconcelos Izabella Salles Carvalho Pimenta Guedes Jacqueline Ariadna de Almeida Jamil Tannus Neto Janaína Paula Marques Tanure Janaína Rezende Teixeira Jaqueline Sicupira Rodrigues João Geraldo Ferreira Santos João Paulo Braga João Victor Andrade de Lacerda Josélia Mara da Silva Júlia de Oliveira Torres Juliana Barros Rodrigues Marques Juliana de Oliveira Xavier Junara Viana de Oliveira Karina Alves Breguez Karla Talarico de Araújo Gropo Kátia Aparecida Fonseca Kenya Peixoto e Passos Lenine Alves Fernandes Leonardo Gil de Souza Torres Licléia da Cruz Rodrigues Lilian Cristina Oliveira Dinato Liliane Ferreira dos Santos Liliane Severino do Prado Lorena Torres Oporto Loyane Bertagnolli Coutinho Luciana da Silva Luciana de Rezende Silva Ludmila Von Rondow de Abreu Bastos Pandolpho Luisa Lamar March Luiz Augusto Pinto Marcelo Henrique Aguiar de Freitas Marcelo Júnio de Freitas Marcelo Ribeiro Vasconcelos Diniz Márcia de Abreu Arruda Marcius Augusto Teixeira Zauli Marcus Vinicius Rodrigues Camillo Margarete do Nascimento Bernardes Maria Clara Oliveira Durães Maria da Conceição Carvalho Baeta Neves Maria José Reis da Rocha Maria Natália Costa e Silva Mariana Antunes Pimenta Mariana Pereira Vaz Marília Sales de Andrade Mejia Mário Henrique Sarti Santos Marlon de Melo Monteiro Marta Letícia Herenio Kerkhoff Marta Pinheiro da Silva Michele da Costa Santos Mônica Ester Pinheiro Vieira Naiara do Nascimento Santiago Zanetti Natállia Maria de Freitas Vicente Nayara Cristina de Melo Patrícia Lage
Patrícia Rangel Queiroz Santos Soares Pollyanna Silva Teixeira Nunes Priscila Karla Silva Dias Rafael de Sousa Santos Rafael Martins Rafaela Ribeiro de Oliveira Raphael Silva Caetano Raquel Fernandes Mendonça Raquel Xavier Ligeiro Renata de Souza Marcelino René Henrique Cardoso Renault Ricardo Marcelino Claudino Roberson Cruvinel Roberta Von Dollinger de Melo Carvalho Roberth Fagundes de Souza Rodrigo de Castro Fonseca Rodrigo Miranda Moraes Rodrigo Soares de Castro Rogério Pereira dos Santos Rogério Silveira Vilela Rosana Silveira Schneider Sandra Lauton Santos Séfora Tognolo de Aguilar Shirlei Aparecida de Oliveira Santos Shirley Januário da Silva Silvana Maria Santos Silvia Helena Costa Campos Simon Turola Borges Syomara Ker de Melo Talles Ulhoa Monteiro Tatiane Cristina Reis Barbosa Thaise de Oliveira Bahia Thayse Cristine Barbosa Peres Thiago de Sousa Pereira Thiago Humberto da Silva Pires Tiago de Lima Pereira Tiago Martins Rezende Vanessa de Almeida Duarte Verônica Aline Belchior Silva Victor Hugo Paula Rodrigues Vinicius Cerqueira Rodrigues Wagner Martins Santana Sampaio Walessa Martins de Castro Wallacy Marins da Silva Mato Grosso do Sul Adriano Barros Barata de Oliveira Paraíba Claudia Facini dos Reis Piauí Daniel Barbosa Liarte Rio de Janeiro Amanda Luisa Meireles Teixeira Gláucia Maria Alves de Oliveira Paulo Sérgio da Rocha Vargas São Paulo Ana Carolina Gallate Barbosa Pedro Henrique Bernardo Simone Gonçalves
Tocantins Aneliese Antonia Tomaz Deusiano Florêncio dos Reis Francarlos Pereira dos Santos Inara Brito Tavares Leni Menezes Palharini Marlon Rodrigues Mesquita de Freitas Maurílio Antonio Varavallo Raimundo Ferreira Costa Thatianna de Lira Vanessa Durante Wesley Zago Viana
Provisórios Distrito Federal Leonardo Pereira Fraga Mariana Neri Noronha Luz Goiás Arthur de Lima Morais Dulcianne Soares Camargo Érica Cristina de Oliveira Araújo Hasley Rodrigo Pereira Jessyka Mayara Machado Ribeiro Juliana de Souza Rodrigues Kelly Cristiene de Freitas Borges Lidiane Marceli Dai Prá Ludimilla Milhomens de Paula Marina Aparecida Marques Guerra Paula Carolina Borges de Sousa Breitenbach Renan Góis de Morais Sabrina Delgado Soares Silvana Rodrigues de Sousa Barbosa Tatiana Spigoloni Oliveira Minas Gerais Alice Perácio Monteiro Ana Lúcia do Amaral Pedroso André Jardim Arruda André Nogueira Ferreira da Silva Andresa da Silva Schena Beatriz Cristina Ferreira Machado Bruna Dionísio Gomes Camila Samara Fernandes Naves Carlos Roberto de Souza Castro Carolina Guimarães Ramos Matosinho Cássia Cristina Bachião Miranda Danielly Ferreira Dias Dayana Martins da Rocha Diego Luiz de Holanda Oliveira Eduardo Afonso Carmo Vescovi Francineide Aparecida Neto Gabriel Augusto de Aguiar Umbelino Jaqueline Vilela Custódio Joyce Paola Silva Pereira Kelly Cristina Leonardo Rabelo de Oliveira Keylla Rúbia Teixeira Tocantins Eva Barros Miranda Juliane Gomes da Silva
CRBio04 | Março de 2014 | Jornal do Biólogo
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evento
Goiânia sedia I Encontro de Biólogos O CRBio04 promoveu, nos dias 22 e 23 de novembro de 2013, o I Encontro Goiano de Biólogos, uma iniciativa conjunta com a Delegacia do Conselho em Goiânia que visou estreitar os laços com os estudantes e profissionais do Estado e também fortalecer as ações institucionais do CRBio04 em Goiás. O evento, realizado no auditório do edifício que sedia a Delegacia, contou com boa participação de público, entre biólogos, pesquisadores e estudantes. A abertura foi conduzida pela delegada do CRBio04 Thatianne Dias da Silva e pelo presidente do Conselho, Gladstone Corrêa de Araújo, que falou sobre o Sistema CFBio/ CRBios e sobre a expectativa de criação de um novo regional, que abrangeria Goiás, Tocantins e o Distrito Federal (leia ao lado). A programação do Encontro ainda contou com uma palestra da conselheira secretária Norma Dulce de Campos Barbosa, que tratou das responsabilidades e distinções entre Conselho, Sindicato e Associação, e também com uma mesa redonda que debateu o mercado de trabalho do biólogo. Cada um dos convidados explicou um pouco a atuação dos profissionais de Biologia nos órgãos em que atuam e sua importância dentro destas instituições. O assessor institucional do CRBio04, Igor Noronha, ressalta que a realização do I Encontro Goiano de Biólogos é uma das ações que buscam aproximar a entidade de seus registrados. “Já há um melhor discernimento da importância do Conselho para o fortalecimento da profissão. O CRBio tem a missão de ser um apoio aos biólogos, e iniciativas como o encontro e a própria criação da delegacia são exemplos de como isso tem sido colocado em prática”, afirma.
Arquivo CRBio04
Iniciativa do CRBio04 atraiu bom público
Membros do CRBio04: Alfredo Pena (subdelegado), Gladstone Araújo (presidente), Thatianne Silva (delegada) e Mariana Siqueira (conselheira)
Novo regional Uma enquete realizada no site do Conselho, em 2013, apontou que 89% dos profissionais de Goiás, Tocantins e Distrito Federal são favoráveis à criação de um novo conselho para a região. A iniciativa também é vista com bons olhos pela diretoria do CRBio04. “Nossa extensão territorial, hoje, de certa forma nos impossibilita um atendimento mais eficiente e eficaz aos profissionais daquela região. O desmembramento do CRBio04 otimizaria a qualidade dos serviços prestados aos profissionais e às instituições”, defende Gladstone. Para dar bases à discussão, o Conselho realizou estudos de viabilidade econômica e financeira que sustentam o argumento de que o novo regional teria condições de se estruturar. Os estudos já foram entregues ao CFBio, responsável pela criação de novos conselhos regionais.
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