Revista anfarlog

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ANO I - Nº 01 Dezembro 2013

Medicamentos é a Quarta carga mais roubada em São Paulo

A primeira revista eletrônica de logística farmacêutica e cadeia de frio



SUMÁRIO

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Associado Anfarlog A Gelotech foi a primeira empresa a se associar à Anfarlog. Ela produz gelos reutilizáveis rígidos e flexíveis, visando à climatização e manutenção de produtos farmacêuticos durante o processo de transporte e armazenamento.

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As operações logísticas em cadeia de frio envolvem os requisitos e procedimentos necessários a fim de armazenar, conservar, manipular, distribuir e transportar os produtos farmacêuticos sensíveis à temperatura (termolábeis).

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Logística Reversa

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Artigo

O descarte correto dos medicamentos vencidos é um desafio para representantes da cadeia logística farmacêutica e sociedade em geral. É preciso considerar a complexidade dos canais logísticos no Brasil, a extensão territorial, infraestrutura, entre outras coisas.

Legislação A Anvisa tem colocado os holofotes sobre o risco sanitário e editado diversas normas com o firme propósito de mitigar os danos à saúde da população, melhor controlar a comercialização e a prescrição e fortalecer o combate à falsificação.

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Cadeia Fria

Entrevista O transporte de medicamentos ganhou tecnologia e proteção diferenciada. A cobertura especial é para cargas diferenciadas durante o transporte aéreo e terrestre, controlando a temperatura, protegendo contra os raios ultravioletas e inibindo a umidade.

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A importância da qualificação de prestadores de serviços logísticos. De forma sequencial, as fases envolvidas devem ser executadas com excelência e sem prejuízo de qualquer uma delas, para que se possa obter sucesso nesta terceirização.

Boas Práticas Quando se fala em boas práticas farmacêuticas estão englobadas atitudes que envolvem toda a cadeia logística, com o objetivo de garantir que os serviços e produtos disponibilizados pelo setor mantenham qualidade até o consumidor final.

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Multimodalidade Conheça as principais características da logística aeroportuária de cargas. Em especial quanto à velocidade de processamento necessária para acompanhar a agilidade inerente ao transporte aéreo e ao tratamento a produtos sensíveis.

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Embalagens e Equipamentos Especiais O transporte de medicamentos ganhou tecnologia e proteção diferenciada.

A primeira revista eletrônica de logística farmacêutica e cadeia de frio

A cobertura especial é para cargas diferenciadas durante o transporte aéreo e terrestre, controlando a temperatura, protegendo contra os raios ultravioletas e inibindo a umidade. Divulgação


EDITORIAL

Quando falamos em logística farmacêutica, Ano I - Nº01 - Dezembro 2013 www.anfarlog.org.br Rua Vergueiro, 2087 14º A - Cj 1405. Bairro: Vila Mariana CEP: 04101-000 - São Paulo - SP Central de Atendimento Fone: 11 50878861 Fax: 11 50878810 Assinatura revista@anfarlog.org.br Diretores Saulo de Carvalho Junior Presidente

Sonja Helena Madeira Macedo Vice-Presidente

Elaine Cristina Izzo Manzano Jonia de Araujo Gurgel Moraes Renata Carolina Formoso Renata Dibernardo Consultor jurídico da Anfarlog Gil Meizler Editores Saulo de Carvalho Junior Sonja Helena Madeira Macedo Renata Carolina Formoso Jornalista Responsável Cris Oliveira – Mtb 35.158 Diagramação Maltus Arantes contato@sailorweb.com.br ‘‘A Anfarlog em Revista é uma propriedade exclusiva da Associação Nacional de Farmacêuticos Atuantes em Logística. A reprodução de suas matérias, fotos e anúncios, sem a devida autorização, estará sujeita às penalidades previstas por lei. As matérias e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião desta publicação.’’

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logo pensamos na entrega de medicamentos e produtos para a saúde em hospitais e drogarias.

Ocorre que a logística farmacêutica é algo muito mais amplo, pois envolve toda a cadeia de distribuição, desde a sua fabricação até a entrega ao consumidor nal, passando por vários centros de distribuição em todas as regiões do país. A ideia de criarmos esta revista, focada exclusivamente na cadeia logística farmacêutica, de produtos para a saúde e cadeia fria, é justamente atender a demanda por informações neste campo, altamente complexo e especializado. Em um país como o nosso, com toda a sua extensão geográ ca, diferenças climáticas e particularidades regionais, as informações precisam alcançar todas as regiões brasileiras, de maneira a contribuir com o desenvolvimento técnico e mercadológico no âmbito nacional. Nesta revista, o leitor vai encontrar reportagens especiais, artigos, entrevistas, divulgação de produtos e serviços, voltados às principais soluções em logística da saúde, de modo a garantir a entrega de medicamentos e seus correlatos necessários a promoção e recuperação da saúde da população brasileira. Este espaço é seu, leitor que atua na área de logística farmacêutica, ou que quer conhecer melhor este campo de atuação. Tenham uma ótima leitura. Saulo de Carvalho Junior, Sonja Helena Madeira Macedo e Renata Carolina Formoso Editores



CONHECENDO A ANFARLOG

Saiba quem é a Anfarlog e o que ela pode fazer por você

A Anfarlog (Associação Nacional de Farmacêuticos

Atuantes em Logística) é uma associação que congrega pro ssionais e empresas atuantes na área de logística de produtos farmacêuticos e a ns. Desta integração surgem parcerias com entidades e órgãos resultando em projetos, seguem alguns: * Boas Práticas de Armazenagem, Distribuição e Transporte - A Anfarlog promove a difusão da legislação, regulamentação e implantação das Boas Práticas na cadeia logística farmacêutica, bem como o processo de auditoria do cumprimento da legislação sanitária em vigor; * Economia e Comércio Exterior A Anfarlog promove a intermediação e indicação para empresas estrangeiras que procuram parceiros dentro do território brasileiro, parceiros estes que integram a cadeia logística farmacêutica, bem como indicação de parceiros e prestadores de serviço entre seus associados, quando solicitados. Realiza a quali cação de fornecedores de serviços de transporte e armazenagem; * Legislação, Boas Práticas e Auditorias na Cadeia logística farmacêutica e Produtos para Saúde Participação em reuniões na Anvisa, CVS-SP e com pro ssionais e empresas do corpo associativo para análise, interpretação e assessoria sobre legislação e regulamentação sanitária da cadeia logística farmacêutica; * Relacionamento com entidades de pro ssionais e empresas que integram o segmento de Logística e Farmacêutica - Possui permanente agenda de trabalho junto às entidades pro ssionais e empresariais da cadeia logística farmacêutica, para atualização e geração de novos negócios para seus associados; * Indicação de pro ssionais - A Anfarlog, quando solicitada, indica pro ssionais disponíveis no mercado nacional para as empresas associadas; * Apresentação de Parceiros Comerciais - A Anfarlog, quando solicitada, poderá fazer a apresentação de parceiros comerciais; * Representatividade - A Anfarlog está inserida em diversos órgãos como: Anvisa, Setcesp, Infraero, Conselho Federal de Farmácia, Conselho Regional de Farmácia, e Sindusfarma. Desta forma a Associação pode representar as empresas associadas junto a estes órgãos e entidades. Convênios Realizados A Anfarlog formalizou recentemente, um convenio com o Hotel Fazenda Foz do Marinheiro, situado no município de Cardoso, no interior do estado de São Paulo. Serão concedidos os seguintes descontos sobre valores de tabela: associados, dependentes e convidados da Anfarlog terão um desconto correspondente a 20%, sobre os preços normais das diárias no pagamento a vista, de 10% nas férias e alta temporada e 5% para feriados prolongados como: Natal, Reveillon, Carnaval e outros. Outras vantagens são: criança de até 05 anos não pagam; e acima de 05 anos pagam como camas extras. A hospedagem dá-se com pensão completa, e recreação durante os nais de semana e feriados.

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ASSOCIADO ANFARLOG

GELOTECH A primeira associada da Anfarlog

A Gelotech foi a primeira empresa a se associar à Anfarlog, isso aconteceu

há aproximadamente um ano. Ela produz gelos reutilizáveis rígidos e exíveis, sendo uma solução tecnológica de baixo custo, visando à climatização e manutenção de produtos farmacêuticos durante o processo de transporte e armazenamento. Como associados da Anfarlog temos acesso direto aos maiores clientes do segmento farmacêutico, através dos eventos promovidos pela associação. Depois que nos associamos, sentimos uma resposta imediata e positiva do mercado, com uma maior valorização de nossa marca , explica Divulgação Ernesto Souza, diretor comercial da Gelotech SoluçõesTérmicas. Um dos destaques dos produtos oferecidos pela Gelotech é dispor de boas práticas de fabricação, garantindo a e cácia dos produtos termoinstáveis, que necessitam de temperatura controlada, garantindo a qualidade e e cácia dos mesmos ao chegarem até o consumidor nal. A melhoria contínua faz parte de nossa política de trabalho. Somos uma empresa jovem e dinâmica procurando, cada vez mais, nos adequarmos as necessidades dos clientes. Por isso atuamos em todo o território nacional, primando sempre pela e ciência , pontua Ernesto.

Os produtos A Gelotech disponibiliza: gelos rígidos - fabricado em diversas medidas para melhor adaptar-se as embalagens; e gelo exível indicado para pequenas embalagens, é acondicionado em saches. Ambos têm o objetivo de cumprir seu papel de e ciência para transporte em baixas temperaturas. Mais do que gelo para transporte de medicamentos, oferecemos a solução térmica mais adequada para o per l dos Divulgação clientes , ressalta o diretor comercial da empresa. Entre os destaques que con rmam a qualidade dos produtos está o processo de quali cação de embalagem térmica, que visa padronizar e otimizar o acondicionamento de produtos termoinstáveis em embalagens apropriadas. Para quali car uma caixa e ela executar os parâmetros necessários, é importante que haja conformidade entre quantidade de gelo e disposição do mesmo. A Gelotech conta com laboratório projetado exclusivamente para realizar testes, submetendo às embalagens as condições extremas de temperatura. Além disso, o processo de quali cação térmica também acontece em condições reais, onde monitora-se a temperatura da caixa desde o inicio do processo de logística até o destino nal. Con rmamos a e ciência de nossos produtos através de testes comparativos entre as principais marcas de gelos do mercado, em testes efetuados no Cetea - Centro deTecnologia de Embalagem , naliza Ernesto Souza.

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ENTREVISTA

Medicamentos é a quarta carga mais roubada em São Paulo Por Cris Oliveira

A Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da

Segurança Pública do Estado de São Paulo divulgou que nas estradas brasileiras circulam, aproximadamente, 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, sendo 70% somente no estado de São Paulo. E com tanto produto em trânsito pelas estradas, uma das consequências negativas é o roubo de cargas. Pesquisas junto à Fetcesp (Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo), analisando o 1º semestre de 2013, apontam um aumento de 1,96% nas ocorrências, ou seja, uma média de registro mensal em torno de 623 ocorrências. Literaturas especializadas apontam os medicamentos como sendo o quarto tipo de carga mais visada Arquivo pessoal para roubo no Brasil, sendo que a região Sudeste apresenta maior destaque negativo nesse cenário. Sobre esse assunto e outros tópicos que envolvem segurança, a Anfarlog Em Revista conversou com o tenente coronel Marco Antonio Melli Bellagamba, mestre e doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública no Centro de Aperfeiçoamento de Estudos Superiores da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que atua na área de Segurança Pública na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Apaixonado pela pro ssão, ele declara que escolheu atuar na área por idealismo. Como especialista na área de segurança, como avalia os serviços prestados hoje para garantir a segurança do cidadão? Tem algo que precisa ser mudado? A Polícia Militar do Estado de São Paulo trabalha 24 horas por dia em todos os municípios. Estatísticas revelam que são geradas mais de um milhão de ocorrências com envio de viatura, sendo passadas mais de três milhões de orientações ao público. Estou certo que a Polícia é a instituição mais importante no Estado de Direito, por ser a guardiã da lei e dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Mudanças devem ser feitas, alterações legais visando à impunidade devem ser propostas. O Estado tem que modernizar o sistema criminal e prisional. Se a falta de educação é a causa da violência, a impunidade serve de combustível para esse m. Temos outros fatores estimuladores da violência que devem ser avaliados com critério, vejamos: - incapacidade do Estado em recuperar seus presos; - trá co de drogas (intimamente ligados à violência); - trá co e excesso de armas junto à população; - morosidade da Justiça no julgamento dos processos, aplicação imediata e maior rigor na dosimetria das penas impostas; - desmoralização da polícia; - não reconhecimento do bom trabalho da polícia ou de seus integrantes; - enfraquecimento ou cerceamento do trabalho da polícia; - omissão da população no auxílio à polícia (incentivando-a através de campanhas); - desejo de consumo, dentre outros. Falando em roubo de cargas, no nal de ano há um aumento desse tipo de crime? Não existe período para a incidência do crime de roubo de carga, pois ele ocorre de 8 - Anfarlog em Revista - Dezembro de 2013


ENTREVISTA forma diferenciada, dependendo da localização geográ ca, do grau de organização da quadrilha e da carga a ser roubada. O crime organizado é responsável pelo maior impacto gerado por esse tipo de delito. Além dos prejuízos causados às empresas pela perda das cargas, esse tipo de roubo envolve outras ações criminosas, como lavagem de dinheiro, sonegação scal e desmanche de caminhões. Além disso, não podemos esquecer os danos gerados ao patrimônio humano, ou seja, o medo dos motoristas e ajudantes que transportam as cargas. Diante disso e da alta impunidade e rentabilidade, esse tipo de crime tende a continuar aumentando e, paralelamente, a organização desses marginais tende a se aperfeiçoar cada vez mais. Que tipo de medicamento costuma ser alvo preferido dos assaltantes? Ressalto que pesquisas indicam que há ao menos 50 grupos especializados em roubo de medicamentos no país, cada grupo com seu interesse e esse fator faz com que tenhamos especialistas em produtos especí cos. Como a carga levada é, geralmente, revertida em dinheiro para os bandidos? A carga roubada é facilmente reintroduzida no mercado, a receptação é evidente. O fator preocupante do remédio roubado é o risco que ele representa à saúde do consumidor. Ao entrar no mercado informal, ele perde a segurança quanto às condições de armazenamento. Como o assaltante sabe o tipo de medicamento que está sendo transportado? O crime organizado está presente nesse tipo de delito, portanto temos algumas possibilidades que devem ser abordadas. A primeira delas é quando a carga deixa seu destino, já monitorada pelos marginais. Tal situação acontece com o aliciamento de funcionários da própria fábrica ou participantes do ciclo logístico. Podemos também ter a participação do próprio motorista, que de forma consciente ou inconsciente passa informações aos marginais da carga que está transportando e até mesmo o trajeto que irá percorrer. O que fazer para aumentar a segurança no transporte desse tipo de carga? Destaco que o roubo de medicamentos acontece, na maioria das vezes, durante o trajeto ao seu destinatário. Assim, algumas providências devem ser priorizadas e vão desde a contratação do motorista, através de processo rígido e mediante consultas aos mais diversos órgãos, além de: - avaliação de risco das áreas onde a carga será distribuída ou movimentada; - diminuição ao máximo de distribuição/coletas de remédios não rastreados; - avaliação da utilização de segurança patrimonial armada; - avaliação de viagens onde existe a necessidade de escolta armada; - limite máximo de valor de mercadoria por carregamento por cliente; e - relacionamento com o comando da polícia local. Na empresa deve ser avaliada e instalada sala blindada com circuito interno de monitoramento. Invista em gerenciamento de risco nos seguintes aspectos: - combinação de dispositivos de rastreamento; - utilização rotineira de contato com o motorista durante os deslocamentos; - cargas rastreadas; - observação e diminuição do intervalo de rastreamento (minutos);

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ENTREVISTA

- avaliação da necessidade de deslocamento de cargas em comboio; - entregas rastreadas; - atualização de tecnologia de rastreamento, dentre outros. Quando a carga de medicamento é roubada, qual o procedimento a ser seguido? Contato com a polícia local o mais rápido possível, passando as informações disponíveis no momento, colhidas junto ao sistema de gerenciamento de risco. Qual o trabalho da Policia Militar para coibir esse crime? A Policia Militar desenvolve ações em três esferas: - Ações de Inteligência através de levantamento de informações de Áreas de Interesse de Segurança Pública, ou seja, onde acontecem os roubos. Cadastramento de chapas identi cando-os, avaliando-os criminalmente e posicionando-os nas áreas de interesse. Avaliando o per l dos caminhoneiros, aproveitando campanhas feitas em parceria com outros órgãos ou empresas. Coletando informações com os motoristas após a ocorrência do crime, sendo tal ferramenta muito importante a m de identi car a participação deste no roubo e outras relevantes, respeitando a peculiaridade da área; - Ações relativas aos problemas constatados nas áreas de interesse de segurança pública, propondo soluções e auxiliando correções que inibirão a atuação da marginalidade. Existe a participação na orientação junto aos motoristas a respeito dos perigos existentes em determinada região, bem como o modus operandi utilizado pelos marginais no momento do crime, fazendo distribuição de folhetos com dicas importantes; e - Ações que possibilitam que a polícia responda prontamente aos anseios da população. Os objetivos da polícia com essa ação é buscar um criterioso levantamento visando à identi cação dos pontos sensíveis da área da Organização Policial Militar e analisar os aspectos positivos e negativos, bem como dar um direcionamento às ações a serem desenvolvidas. Por m, gostaria de destacar que as organizações e a sociedade estão em constante evolução e submetidas a mudanças comportamentais e de ideias. Dentro dessa evolução, algumas informações são de difíceis mensurações, entre elas a medição da e cácia policial quanto à prevenção. Sabemos que é difícil essa medição porque não temos como identi car quantos e quais crimes não foram perpetrados em consequência da ostensividade policial. Deduzimos, porém, que a ação mais efetiva da polícia evitou o delito e, consequentemente, impediu o registro de índices ainda maiores. Diante disso, a prática da intensi cação do policiamento deve ser incentivada e orientações junto às empresas devem ser estabelecidas no sentido de inibir eventos dessa natureza. A Polícia está mais do que disposta a aumentar o ritmo da experimentação, com táticas especí cas contra problemas criminais especí cos. O importante é a imaginação. Sem ideias criativas para diagnosticar e tratar um problema criminal com o policiamento, não haverá nada para avaliar e reverter os resultados que forem necessários.

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LEGISLAÇÃO

Novas normas e os riscos na cadeia logística

A

Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem colocado os holofotes sobre o risco sanitário e editado diversas normas (RDC's - Resoluções da Diretoria Colegiada -, Portarias e outras) com o rme propósito de mitigar os danos à saúde da população, melhor controlar a comercialização e a prescrição e fortalecer o combate à falsi cação. Aqueles que militam na área regulatória sanitária têm conseguido visualizar tal fato de forma cristalina ao receberem em seus escritórios consultas sobre rastreabilidade e infrações sanitárias, e se depararem com uma avalanche de recursos e mandados de segurança contra autos de infrações e novas exigências insculpidas em recentes resoluções.

Arquivo pessoal

Tenho observado inclusive que a Anvisa, de forma muito acertada, tem se espelhado em diversas outras agências sanitárias, de outros países, para lapidar e enrijecer sua estrutura, bem como tentado se pautar em diretrizes internacionais já reconhecidas para editar as mencionadas RDC's. De se ressaltar, porém, que na seara regulatória sanitária de logística alguns conselhos como o Conselho Regional de Farmácia e Conselho Federal de Farmácia e outras associações como a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) merecem especial destaque, notadamente por serem detentoras de informações fundamentais, que dão embasamento para a edição de normas especí cas que tem por escopo regulamentar a atividade de empresas voltadas sobretudo para a distribuição, importação e transporte de produtos regulados pela Anvisa. Exemplo disso é o louvável Projeto de Lei 542/2013 do deputado estadual José Zico Prado aprovado em 18 de outubro pela Assembléia Legislativa que, ao obrigar a presença de farmacêutico nas transportadoras de medicamentos do estado de São Paulo, chancela a importância de pro ssionais da saúde e busca reduzir problemas gerados pela alteração de temperatura e pelo incorreto manuseio. Frente a esse panorama, estou certo de que embora tenhamos muito trabalho pela frente, tais Agências e Conselhos têm contribuído fortemente para a promoção da garantia da integridade dos produtos, da redução de riscos sanitários, e, consecutivamente, do atendimento à saúde da população.

Gil Meizler Consultor jurídico da Anfarlog, especialista em regulamentação sanitária e sócio-fundador da Meizler Consultoria Estratégica em Vigilância Sanitária.

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BOAS PRÁTICAS

Boas Práticas garantem qualidade e deve ser compromisso de todos

Q uando se fala em boas práticas farmacêuticas estão englobadas atitudes que envolvem toda a

cadeia logística, com o objetivo de garantir que os serviços e produtos disponibilizados pelo setor mantenham qualidade até o consumidor nal, e assim possam cumprir sua função. As boas práticas envolvem um conjunto de ações e inclui procedimentos necessários para garantir qualidade dos produtos farmacêuticos, desde a escolha de fornecedores, passando pela fabricação e produção, transporte, armazenagem, distribuição até o consumidor nal. É de essencial importância que todos estejam envolvidos nas boas práticas, pois é isso que garante a qualidade do produto ao consumidor nal , explica a farmacêutica Renata Carolina Formoso responsável técnica na empresa de logística e transporte CNLOG Central Nacional de Negócios Logísticos, e na Indústria de Alimentos Cogumelo do Sol. Uma novidade é o Projeto de Lei 542/2013 do deputado estadual José Zico Prado, que foi aprovado no dia 18 de outubro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Através dele se torna obrigatória a presença do farmacêutico nas transportadoras de medicamentos do Estado. O projeto foi elaborado pela Comissão Assessora de Distribuição e Transporte pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP). Atualmente a presença do farmacêutico já é determinada em portaria da Anvisa e Vigilância Sanitária, mas nem todas as transportadoras contam com o pro ssional. Estima-se que das 495 transportadoras, 438 contam com farmacêutico. O PL seguiu para a sanção do governador Geraldo Alckmin. A atitude de apenas um envolvido na cadeia logística em não 'praticar' as boas práticas podem acarretar desde insatisfação com a marca do produto, con abilidade nesta marca e no produto oferecido, até o mais agravante e perigoso: colocar em risco a saúde do consumidor , ensina a farmacêutica. Para cada seguimento farmacêutico existe uma série de requisitos a serem atendidos, que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos.

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CADEIA FRIA

Operações Logísticas em Cadeia de Frio s Operações Logísticas em Cadeia de Frio envolvem os requisitos e A procedimentos necessários a m de armazenar, conservar, manipular, distribuir e transportar os produtos farmacêuticos sensíveis à temperatura (termolábeis). As empresas que atuam no setor devem cumprir as exigências sanitárias e atos normativos que norteiam as práticas em toda a cadeia de frio. Para isso, devem possuir responsável técnico, alvará sanitário, autorização da Anvisa para a atividade e o manual de boas práticas instituído pelo setor de Garantia da Qualidade. No caso de produtos sensíveis à temperatura, entre os quais se destacam os medicamentos biológicos, a aplicação das diretrizes da gestão da qualidade durante todas as etapas do transporte, armazenamento e distribuição é determinante para garantir que tais produtos cheguem ao seu destino sem perder a e cácia e estabilidade. O processo de recebimento e conferência deve estar em consonância Arquivo pessoal com o manual de Boas Práticas de Transporte, Armazenagem e Distribuição, que recomenda o recebimento em câmaras climáticas ou áreas climatizadas. Aparelhos dataloggers devem acompanhar os paletes por amostragem, pois esses dispositivos de gravação de dados de temperatura irão determinar se foram obedecidos os limites de conservação estabelecidos. A veri cação das características físicas das embalagens e temperatura deve ser supervisionada pelo farmacêutico responsável e caso seja veri cado algum dado fora da especi cação, recomenda-se entrar em contato com o detentor do registro que possui todas as informações para eventuais esclarecimentos. Durante a etapa de armazenagem, a câmara fria deve estar em bom estado de conservação, ser equipada com alarme e sistema de supervisão que permita a correção de eventuais panes ou falhas mecânicas, além disso, deve ser previamente quali cada e os sensores controladores e de monitoramento da temperatura deverão ser calibrados por laboratório rastreável pela Rede Brasileira de Calibração. A separação e a conferência dos produtos termolábeis devem ser feitas em ambiente de temperatura controlada e de forma que o produto que o menor tempo possível exposto. Após a separação do pedido, conferência e duplo check, inicia-se o processo de acondicionamento em embalagem isotérmica quali cada e com a adição de componentes auxiliares de embalagem, úteis na preservação da identidade dos medicamentos, manutenção da qualidade, segurança e e cácia do produto. A validação do transporte é fundamental para garantir a qualidade, por isso é imprescindível que as transportadoras calibrem os sensores dos equipamentos de refrigeração dos veículos e quali quem os baús refrigerados periodicamente. Além disso, o processo de sanitização deve ser realizado periodicamente nos veículos e é exigência legal que a empresa prestadora de serviço de dedetização possua Alvará Sanitário, Regularidade Técnica e os produtos usados tenham registro no Ministério da Saúde. O uso do moderno dispositivo de monitoramento de temperatura via satélite é recomendado para operações com cargas críticas. As empresas devem ainda ter procedimentos que garantam o controle da movimentação, lote, validade, origem e destinatário, acompanhamento das ocorrências operacionais, incluindo responsabilidades e prazos para a resolução e retorno para o cliente garantindo assim a rastreabilidade dos produtos. As medidas descritas devem ser validadas e todo o processo documentado, sendo este um desa o que requer aperfeiçoamento contínuo dos pro ssionais envolvidos nas operações em cadeia de frio. Bruna Gitirana Guerra, Farmacêutica Responsável EMF Logística.

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LOGÍSTICA REVERSA

Logística reversa de medicamentos vencidos

O

descarte correto dos medicamentos vencidos é um desa o para representantes da cadeia logística farmacêutica e sociedade em geral. Primeiramente devemos considerar a complexidade dos canais logísticos no Brasil e suas diversas etapas incluindo fabricação, armazenagem, distribuição, transporte entre os canais de coleta/entrega e comercialização. Além disso, a extensão territorial do país, infraestrutura logística, variações climáticas, aspectos regionais e culturais fazem com que a aplicabilidade das boas práticas farmacêuticas seja um grande desa o. O produto percorre um longo caminho até chegar ao consumidor nal, e isso interfere grandemente no controle do processo em toda a cadeia logística. Arquivo pessoal

Assim como o caminho de ida, o caminho de retorno dos medicamentos vencidos necessita de controle, a m de preservar o meio ambiente e proteger a saúde da população. Nesta etapa o produto não é mais apropriado para o consumo, tornando-se resíduo. A responsabilidade de evitar o consumo inapropriado destes resíduos é das empresas, e de todos os pro ssionais envolvidos na promoção da saúde pública. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010 traz a base de regulamentação quanto à geração, manejo e descarte correto dos resíduos gerados pela população, e chama a atenção no aspecto da responsabilidade compartilhada de todos geradores de resíduos, sejam industriais ou não. De acordo com esta norma, Logística Reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e sócia, caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação nal ambientalmente adequada. Devemos partir desta de nição ao desenvolver qualquer projeto voltado ao descarte correto dos medicamentos vencidos e demais resíduos incluídos na Lei. No caso dos resíduos de medicamentos não há a possibilidade de seu reaproveitamento, sendo assim estes devem ser obrigatoriamente descartados de acordo com normas ambientais vigentes. É de extrema importância entendermos que, cada etapa no canal logístico in uencia, grandemente, nos aspectos de geração ou não geração dos resíduos. Daí a necessidade de cada empresa envolvida possuir programas internos voltados à preservação do meio ambiente, cuja base faz parte da Responsabilidade Compartilhada de nida em Lei. Ou seja, todos são igualmente responsáveis, juntamente com o fabricante, por medidas ambientalmente adequadas relacionadas à cadeia de logística reversa do resíduo de medicamentos. O gerenciamento dos medicamentos vencidos, até a disposição nal, deve ser realizado por equipe devidamente treinada e possuir infraestrutura logística necessária para uma operação ambientalmente correta. A quali cação pro ssional é essencial nos aspectos técnico e regulatório e de disseminação do conhecimento ao usuário do medicamento. O cuidado que a população deve possuir é de não jogar estes resíduos em lixo comum, porém devem existir ações educativas para a prática efetiva do descarte correto, juntamente com a viabilização desta prática. Campanhas de combate ao uso irracional de medicamentos, também poderiam contribuir na diminuição da geração dos resíduos de medicamentos vencidos. Além disso, diante da complexidade da cadeia logística, devem existir mecanismos em todas as regiões do país que sigam as diretrizes preconizadas pelas normas, até a disposição nal destes resíduos. O Ministério do Meio Ambiente publicou no último dia 10 de outubro o Edital de Chamamento 02/2013 para elaboração de acordo setorial para a implementação de sistema de logística reversa de medicamentos. Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes tem 120 dias para submeter seus acordos para aprovação. Sonja Helena Madeira Macedo, farmacêutica-bioquímica e mestre em Ciência de Alimentos. Gerente farmacêutica da Ativa Distribuição e Logística Ltda e vice-presidente da Anfarlog. Dezembro de 2013 - Anfarlog em Revista - 14


ARTIGOS

A importância da quali cação de prestadores de serviços logísticos

Para realizarmos a estruturação de um processo para Quali cação de

Prestadores de Serviços Logísticos é importante compreendemos que este faz parte de uma contratação, ou terceirização, e para a qual é necessário saber o que é esperado. De forma sequencial, as fases envolvidas devem ser executadas com excelência e sem prejuízo de qualquer uma delas, para que se possa obter sucesso nesta terceirização. 1 - De nir operação ou processo a ser terceirizado qual o serviço a ser contratado; 2 - Identi car e eleger companhias participantes quem executa este tipo de serviço; 3 - Quali car companhias participantes (RFI) quem poderia realizar este serviço; 4 - Analisar propostas (RFQ) quanto irá custar este serviço e qual o SLA; 5 - Contratar podermos re etir todo processo em um documento contratual; 6 - Implementar provedor logístico como realizar a gestão destes serviços; e 7 - Gerenciar avaliar os resultados destes serviços.

Arquivo pessoal

O processo de quali cação de fornecedores tem se mostrado um dos fatores chaves de sucesso nas corporações, podendo resultar na criação de parcerias, integração das cadeias de fornecimento, redução de prazos e estoques, e aumento de con abilidade. Após cumprir as etapas acima, execute uma rigorosa gestão dos indicadores, de forma a assegurar melhora contínua de performance, atualização e introdução de novas tecnologias, identi car oportunidades de adicionar valor e expansão de negócios. Para quali car seus fornecedores, as empresas adotam procedimentos semelhantes, fazendo uso dos RFIs (Request For Information), apresentação de certi cados, e auditorias realizadas pelos próprios contratantes ou entidades especializadas, colocando foco nos requisitos relevantes para cada negócio, com o objetivo de estabelecer um relacionamento duradouro. Antes de iniciar um processo de quali cação, tenha claro o que se espera desta terceirização. Clientes diferentes podem ter resultados diferentes. Isso devido às estratégias adotadas por cada um. O nível de exigência para quali cação dos fornecedores deve acompanhar esta estratégia e ainda a similaridade quanto ao comportamento gerencial das empresas contratada e contratante, estabelecendo padrões para gestão, alinhamento de valores corporativos e estruturas organizacionais. Alguns exemplos de estratégias tais como redução da base de Cias contratadas, nível de outsourcing e exigências para quali car, podem signi car a adequação a um determinado modelo e mercado ao qual estará servindo, que combinado à taxa de retorno esperado, resultam em expectativa de sucesso ou fracasso. Com o passar do tempo, quando situações de crises forem conduzidas conjuntamente e de forma satisfatória para contratante e contratada, certamente irá resultar em um relacionamento de maior cumplicidade e con ança, o que por um lado tem aspecto positivo, mas por outro pode gerar excesso de con ança e até acomodação de ambos, mas que seguramente poderá ser desa ado com a realização de um novo bid, onde certamente a contratada deverá ser convidada a participar, quando terá a oportunidade, frente ao mercado, de rea rmar sua condição de melhor alternativa. O processo de gestão de fornecedores é contínuo e, se bem executado, resultará na de nição do sucesso, não permitindo negligenciar recursos. Bruno G. Silva, Gerente de Contratação e Gestão de Serviços Logísticos na J&J., e professor da FAAP no curso de pósgraduação em Supply Chain e Lean Manufacturing. Dezembro de 2013 - Anfarlog em Revista - 15


MULTIMODALIDADE

Logística aeroportuária para produtos farmacêuticos Logística Aeroportuária de Cargas, por si só, já tem incorporada em seu A conceito algumas características muito próprias, em especial quanto à velocidade de processamento necessária para acompanhar a agilidade inerente ao transporte aéreo e ao tratamento a produtos sensíveis, como no caso dos produtos farmacêuticos, muitas vezes sujeitos a controles especí cos para manter sua integridade. Tendo em mente estas características, a infraestrutura aeroportuária e a equipe de colaboradores do aeroporto, devem estar preparadas para receber mercadorias desta natureza de forma ágil e especí ca, atendendo aos padrões internacionais de Arquivo pessoal manuseio e armazenamento das cargas, enquanto aguardam o processo de desembaraço dentro dos recintos aeroportuários. Hoje o Aeroporto Internacional de Viracopos conta com nove câmaras frigorí cas com capacidade de 13.000m³, operando cargas em faixas de temperatura de -18°C a 22°C, e estamos investindo em adequações de melhoria e ampliação, o que resultará em aumento de 60% em sua capacidade, disponibilizando aos seus clientes cerca de 21.000m³ de área frigori cada, oferecendo área segregada para cada classe de produtos, controle de umidade e temperatura que podem ser acessados remotamente, área climatizada de recebimento e equipe técnica treinada e dedicada, consolidando-se como maior complexo aeroportuário refrigerado de importação do Brasil.aeroportuário refrigerado de importação do Brasil. Contudo, é importante salientar que não basta o aeroporto oferecer infraestrutura e equipe treinada para este atendimento, é necessário também uma completa integração de toda cadeia logística envolvida no processo, trabalhando na tramitação tempestiva da informação das mercadorias transportadas, de modo a possibilitar maior previsibilidade e e cácia no atendimento às cargas farmacêuticas. Para um correto recebimento,armazenamento e entrega das cargas dentro do recinto aeroportuário, é necessário informar ao depositário, antes da chegada das mercadorias, pelo menos os seguintes dados: - data e hora de chegada das mercadorias - a m de preparar a infraestrutura e equipe para recepção imediata dos produtos; - quantidade de volumes e peso; - número do equipamento aeronáutico - somente através desta informação poderemos disponibilizar os produtos para equipe de recebimento em ambiente adequado, no mínimo tempo, após a chegada do voo; - natureza da mercadoria - possibilita a segregação das diversas famílias de produtos, evitando a contaminação cruzada; e - temperatura de armazenamento - necessário para guarda da carga dentro da faixa ideal de temperatura. De posse destas informações, a equipe poderá dar o tratamento ágil e seguro às cargas, garantindo rastreamento aos órgãos de scalização, o que pode proporcionar, inclusive, mais agilidade nos processos de liberação. Em função da particularidade e especi cidade de cada caso, o aeroporto de Viracopos conta com equipe especializada para fornecer informações detalhadas sobre o processo da linha saúde, de modo que camos a disposição para agendarmos uma visita em nossoTerminal de Cargas. ConheçaViracopos! Ricardo Augusto Luize Gerente de Operações de Carga

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EMBALAGENS E EQUIPAMENTOS ESPECIAIS

Transporte de medicamentos ganha tecnologia e proteção diferenciada

Para atender a demanda da indústria farmacêutica, que necessita de equipamentos especiais para proteger cargas diferenciadas durante o transporte aéreo e terrestre, controlando a temperatura, protegendo contra os raios ultravioletas e inibindo a umidade durante o trajeto, chega ao mercado o Tyvek® Air Cargo. Trata-se de uma cobertura especial, que oferece tecnologia diferenciada e inédita para o transporte de medicamentos. O produto é disponibilizado pela DuPont do Brasil.

Divulgação

Por se tratar de uma mercadoria sensível, a grande maioria dos medicamentos precisa ser armazenada em um ambiente cuja temperatura permaneça entre 15oC e 30oC, inibindo eventuais prejuízos na e cácia.

Este é um grande desa o para a indústria farmacêutica, que demanda tecnologias que viabilizem o transporte mais seguro da carga , declara Marina Valente, responsável de marketing do produto na América Latina. A capa é e caz na proteção de altas e baixas temperaturas e, de acordo com o fabricante, ela é fácil de armazenar e pode ser reciclada.Também é resistente a perfurações e à abrasão. A DuPontTyvek® Air Cargo oferece proteção superior contra os raios ultravioletas da luz solar direta, o que ajuda a controlar melhor a temperatura interna da carga durante o transporte. Isso signi ca que quando exposto ao ambiente externo, o produto reduz a variação da temperatura interna da carga, protegendo-a contra os danos causados por quebras na cadeia de fria , destaca Marina. Outro diferencial está na composição de suas bras, que são entrelaçadas de uma forma única para inibir a passagem de líquidos, mas permitir a circulação do ar. Dessa forma, a cobertura reduz eventuais riscos de umidade no interior dos paletes. No mercado brasileiro o produto está disponível em dois formatos: peça dupla (tampa de cobertura e base) e peça única (tampa de cobertura). Outro diferencial destacado pela DuPont é a facilidade de aplicar e não possuir costuras expostas. O que se busca é reduzir a deterioração de carga sensível à temperatura. Por ser uma capa única, reduz a complexidade logística para transporte, armazenamento e aplicação. Além disso, o Tyvek® Air Cargo tem composição isenta de aditivos, corantes ou resinas. Composto por 100% de polietileno, o produto pode ser reciclado junto com outros polímeros ou reutilizado para outras nalidades. É a solução mais competitiva do mercado, uma vez que reúne em um único produto benefícios relacionados à proteção física da mercadoria, controle de temperatura e da umidade , completa MarinaValente.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Esse espaço é seu canal de comunicação com a Anfarlog. Através dele podemos esclarecer suas

dúvidas, independente de você ser associação ou não. Esperamos seu contato. Fale conosco através do e-mail secretaria1@anfarlog.org.br Seguem as questões que selecionamos para esta edição.

Dúvida - Sou farmacêutico e trabalho em uma transportadora. Meu diretor me disse para escolher entre tirar a licença de funcionamento ou a autorização de funcionamento. Por qual devo optar? Anfarlog - Licença de funcionamento é dada para o estabelecimento e a autorização (AFE) é dada para a empresa. Portanto, você precisa ter os dois: licença municipal e autorização emitida pela Anvisa. Dúvida - Em caso de roubo de cargas de medicamentos durante o transporte, qual a função do farmacêutico? Anfarlog - Quando houver um roubo de cargas, a pessoa que estava no local (motorista) deve se dirigir a delegacia da área e Dúvida - Trabalho em elaborar o boletim de ocorrência uma distribuidora de (BO). Em seguida, deve enviar este medicamentos e estamos BO para o farmacêutico da c o m e ç a n d o a transportadora que vai reenviar comprar veículos para fazer o para os farmacêuticos das transpor te dos mesmos. distribuidoras e laboratórios, para Preciso tirar a autorização de quem estava fazendo a entrega. Os funcionamento (AFE) para farmacêuticos dos laboratórios e fazer esse transporte? das distribuidoras informarão a Vigilância Sanitária, bem como Anfarlog - Sim, Banco de Imagens usarão este BO para dar baixa em precisa, visto que a atividade seu estoque. principal da distribuidora não é o transporte. Então você terá que adequar seus veículos, bem como tirar a AFE necessária para os transportes. D úvida - I niciei o trabalho como farmacêutico responsável técnico ( R T ) de t r a n s p o r t a d o r a d e m e d i c a m e n to s e i n s u m o s. M e f a l a r a m q u e a e m p re s a n e ce s s i t a obter AFE (autorização de funcionamento) e AE (autorização especial). É isso mesmo, são duas autorizações? Anfarlog - Sim são necessárias duas autorizações. A AFE - Autorização de Funcionamento deve ser obtida, neste caso, para o transporte de medicamentos e insumos farmacêuticos. Ela é valida para a Empresa e se estende por todas as liais. A AE - Autorização Especial, deve ser obtida para todo CNPJ da empresa transportadora, que realizar expedição e recebimento de medicamento e insumos farmacêuticos, sujeitos a controle especial pela Portaria 344/98 ou seja, cada lial que trabalhar com medicamentos controlados deverão ter a Autorização Especial.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livro - Boas práticas de armazenagem e distribuição na indústria farmacêutica Autores - Jair Calixto e Lauro Moretto Editora Sindusfarma Descrição - Tendo em vista que as normativas técnicas, a evolução das boas práticas de fabricação e a importância do controle de toda cadeia de suprimento e, visando à segurança e a e cácia do produto farmacêutico, este guia traz as diretrizes recomendáveis para as práticas utilizadas, bem como regulamentações nacionais, sobre as atividades de transporte e armazenagem de produtos farmacêuticos. Onde encontrar h p://www.sindusfarma.org.br/manual_6.html

Livro - Logística farmacêutica geral Autores - Saulo de Carvalho Junior, Sonja Helena M. Macedo e colaboradores Editora - Contento Descrição - As vezes surgem questionamentos a respeito das diferentes tratativas da vigilância sanitária local, no que tange às atividades de armazenagem, distribuição e transporte de itens de saúde. A obra faz uma análise dos processos de logística dentro do setor farmacêutico, avalia os desa os na cadeia de transporte no Brasil, apresenta novas tendências de logística e analisa as boas práticas dentro do universo em questão. Onde encontrar http://contento.com.br/logistica-farmaceutica-geral

Livro - Direito aplicado na logística de carga aérea internacional sujeita a controle sanitário Comentado Autores Mariza Gomes da Silva Editora - Barauna Descrição Trata da tramitação de carga aérea importada, sujeita ao controle sanitário no território nacional, uma vez que a movimentação e o monitoramento do produto se molda na assistência farmacêutica, justi cando a exigência da presença do farmacêutico para atuar no âmbito de aeroportos e recintos alfandegados e a capacitação dos demais pro ssionais que atuam na cadeia logística de carga aérea. Onde encontrar http://www.editorabarauna.com.br/direito-aplicado-na-logistica-de-cargaaerea-internacional-sujeita-a-controle-sanitario-comentado.html

Livro Logística Farmacêutica - Comentada Autores - Saulo de Carvalho Junior, Sonja Helena M. Macedo Editora Medfarma Descrição O livro trata dos principais temas relativos à Logística Farmacêutica, abordando desde a legislação sanitária às boas práticas de transporte, boas práticas de armazenagem e de distribuição. Traz também um capítulo de casos práticos, enriquecido com perguntas. Onde encontrar h p://www.ciadoslivros.com.br/logis ca‐farmaceu ca‐comentada‐p283257/

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AGENDA

Agende-se para os eventos de 2014

M Entre os objetivos da Anfarlog está o de levar conhecimento e

capacitação aos pro ssionais que atuam na área de logística farmacêutica, em todo o território nacional. Debater os temas que envolvem o setor, esclarecer dúvidas e fomentar o mercado estará novamente em pauta em 2014.

Banco de Imagens

Para tanto, a Anfarlog prepara uma série de eventos, e o calendário o cial será aberto em março. Nos próximos meses, as atividades serão divulgadas com maiores informações, através dos nossos canais de comunicação. Esteja atento para o que acontece na sua região, agende-se e participe.

Março Seminário de Logística Farmacêutica, em Anápolis Seminário de Rastreabilidade na Cadeia Logística Farmacêutica, em São Paulo Abril Almoço de Negócios, em São Paulo Seminário de Logística Farmacêutica, em Curitiba Seminário de Logística Farmacêutica, em Itajaí Maio Seminário de Logística Reversa e Resíduos de Medicamentos na Cadeia Logística Farmacêutica, em São Paulo Seminário de Cadeia Fria e Assuntos Regulatórios na Cadeia Logística Farmacêutica, em Goiania Agosto Seminário de Logística Farmacêutica, em Recife Setembro Seminário de Roubo de Cargas e Rastreabilidade na Cadeia Logística Farmacêutica, em Goiania Seminário de Transporte Aéreo, Transporte Aquáviário, e Agenciamento de Cargas Farmacêuticas, em São Paulo Outubro Almoço de Negócios, em São Paulo Seminário de Logística Farmacêutica, no Rio de Janeiro Setembro Seminário de Transporte Aéreo, Transporte Aquaviário, e Agenciamento de Cargas Farmacêuticas, em Belo Horizonte

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