Notas: A visão Setenta por cento dos receptores dos sentidos humanos estão localizados nos olhos, e é principalmente por meio da visão do mundo que o podemos julgar e entender. ...O processo da visão começou muito simplesmente. Nos mares antigos, as formas de vida desenvolveram pedaços de pele sensíveis à luz. Foram, então, capazes de distinguir a luz da escuridão e também a direção da fonte luminosa, mas isso era tudo. Essa habilidade passou a ser tão útil que fez com que surgissem os olhos, que podiam julgar o movimento, depois a forma e finalmente a surpreendente quantidade de detalhes e cores. Remanescente de nossa origem oceânica é o fato de nossos olhos precisarem ser constantemente banhados com água salgada. ...Acreditamos que nossos olhos sejam sábios videntes, mas tudo o que ordem fazer é captar a luz. Como sabemos, o olho funciona semelhantemente a uma câmera; ou melhor, inventamos câmeras que funcionam de forma semelhante a nossos olhos. Para focalizar uma câmera, aproximamos ou afastamos a lente de um objeto. A lentes cristalinas de nossos olhos, que apresentaram a forma de um feijão e a textura da borracha, conseguem esse mesmo resultado, mudando sua forma a lente estreita-se para focalizar um objeto distante, que parece pequeno;e espessa-se para focalizar um objeto próximo, que parece grande. A íris dos olhos, que na realidade é um músculo, muda o tamanho de um pequeno orifício, a pupila, através da qual a luz penetra o globo ocular. ...Um filme grava as imagens na parte traseira da câmera. Limitando a parede de trás da parte do globo ocular, existe uma membrana fina, a retina, que possui duas espécies de células fotossensíveis,os bastões e os cones. Necessitamos das duas, porque vivemos nos dois mundos, o das trevas e o da luz. Cento e vinte e cinco milhões de bastões finos e retos analisam a obscuridade, relatando-a em preto e branco.Sete milhões de cones arredondados examinam o dia claro e colorido. Existem três tipos de cones, especializados nas cores azul, vermelha e verde. Funcionando ao mesmo tempo, os bastões e os cones permitem que o olho reaja rapidamente a uma cena que muda. Um local da retina, onde o nervo ótico penetra o cérebro, não possui os bastões e os cones, e como resultado, não percebe a luz, referimo-mos a ele como nosso ponto cego. Mas exatamente no centro da retina existe uma pequena cratera, a fóvea, cheia de cones altamente concentrados, que usamos para focalizar com precisão, quando desejamos examinar algum objeto sob luz brilhante, atraí-lo para visão mais aguçada e captálo com nossos olhos. Como a fóvea é muito pequena, só pode desempenhar sua magia em área também pequena. ... Quase todos os cones de uma fóvea possuem sua própria linha direta, ligada aos centros mais elevados do cérebro; nos outros locais da retina, os bastões e cones podem servir a muitas células e a visão fica mais vaga. O globo ocular move-se ligeira e continuamente, a fim de manter os objetos diante da fóvea. Diante da luz fraca, os cones são quase inúteis; precisamos então, olhar para “fora” do objeto para vê-lo mais claramente com os bastões que estão em torno e não diretamente para o mesmo, pois a fóvea não seria de qualquer utilidade para nós, e o objeto pareceria invisível. Como os bastões não vêem cores, não as percebemos à noite. Quando a retina observa alguma coisa, os neurônios passam a mensagem para o cérebro por meio de uma série de movimentos eletroquímicos. Dentro de aproximadamente um décimo de segundo, a mensagem alcança o córtex visual, que começa a entendê-la. No entanto, a visão, como a imaginamos, não acontece nos olhos, mas no cérebro. ...A maioria das pessoas pode identificar entre 150 e 200 cores. Mas não vemos exatamente as mesmas cores, principalmente se formos, parcial ou completamente, daltônicos. ...nem todas as línguas dão nomes a todas as cores. Os japoneses,por exemplo, só recentemente incorporaram uma palavra para determinar azul. Em eras passadas, aoi era a palavra leque que designava uma gama de cores que ia do azul ao violeta. As línguas primitivas desenvolveram, em primeiro lugar, palavras para designar o branco e o preto, depois acrescentaram o vermelho, depois o amarelo e o verde; muitas juntam o azul e o verde, e outras não se dão ao trabalho de distinguir entre as outras cores do espectro. ... A cor não acontece no mundo, mas na mente. Recordemos a antiga pergunta paradoxal: se uma árvore cair na floresta e ninguém estiver por perto para ouvir, existirá um som ? Poderíamos acrescentar uma pergunta paralela para a visão: se não existir nenhum ser humano para vê-la, uma maçã é mesmo vermelha ? A resposta é não, não é vermelha no sentido de damos ao vermelho. ... O que faz os filmes parecerem contínuos é que se movem à velocidade de 24 quadros por segundo, enquanto processamos as imagens em cerca de 50 a 60 por segundo. Quando assistimos a um filme na realidade, estamos observando uma tela branca durante a metade do tempo. No resto do tempo, várias fotografias imóveis são projetadas uma depois da outra, cada uma ligeiramente diferente, apesar de relacionada com a anterior. Os olhos passam por cada fotografia o tempo suficiente para escorregar para a próxima, o que faz com que a imagem pareça contínua. Os olhos insistem em unir imagens separadas. Por outro lado, as abelhas estão acostumadas à imagens projetas em número de 300 por segundo e, se assistissem ao filme Lawrence da Arábia, veriam somente uma série de fotos paradas. Fragmento extraído do livro “Uma história natural dos sentidos” de Diane Ackerman - Editora Bertrand do Brasil - 2ª edição - 1996 Nota preparada pela Profa. Angela Di Sessa
Notas : Cor-luz A luz ou radiação luminosa é considerada um tipo de energia eletromagnética que viaja através do espaço na forma de ondas, semelhante às do rádio ou televisão. Essa energia tem uma velocidade constante de 300.000 km/seg. no vazio absoluto. Esse movimento de propagação pode ser comparado à forma circular da superfície da água ao cair de um objeto ou simplesmente ao vento. No ar, que não oferece nenhuma resistência e que é uma matéria transparente, ela se propaga igualmente em todas as direções. Dentro do gigantesco sistema de radiações eletromagnéticas provenientes do sol, nossa visão se limita ao espectro visível. Ao contrário, alguns filmes podem registrar muitas radiações que nos são invisíveis como o infravermelho, o ultravioleta e a radiografia. Para finalidades de registro gráfico, se deve considerar três propriedades principais da luz: sua qualidade, sua intensidade e sua cor. A qualidade da luz se define segundo sua forma de propagação, assim como sua intensidade. A qualidade da luz, porém, é entendida como proveniente de qualquer fonte luminosa : o sol, uma lâmpada, uma vela. Independentemente de sua intensidade, a luz pode ser direta e radiante ou refletida e difusa. Como exemplo de luz direta podemos tomar a luz do sol em um dia ensolarado. Esta luz nos dá sombras bem marcadas e escuras. Já, ao contrário, uma luz difusa, oferece uma iluminação suave e com sombras pouco definidas, dependendo do seu grau de difusão. Um exemplo desse tipo de luz é a do dia nublado, onde há um destaque um pouco maior da área na direção do sol e menor nas outras áreas, porém todas as áreas estão iluminadas. A intensidade pode ser verificada na observação do amanhecer ao anoitecer. Há uma variação visível, assim como é possível a verificação das diferenças de intensidade entre uma lâmpada de 60W para 200W. Porém essa quantificação só é possível de ser realizada através de um aparelho: o fotômetro . A observação visual está submetida a uma série de “interpretações e “correções” que não atendem às necessidades fotográficas. O mesmo ocorre com a observação das cores. Aqui cabe ressaltar que não podemos confundir a intensidade da luz com sua temperatura de cor. Esta última refere-se a qualidade do comprimento de onda , ou seja sua cor. Cor é a sensação provocada pela ação da luz sobre a visão. Os estímulos que causam a sensação da cor podem ser divididos em dois grupos : cor-luz e cor-pigmento. Cor luz ou luz colorida, é a radiação luminosa visível, da qual a síntese aditiva de suas cores básicas resulta o branco. O termo cor-pigmento é usado para designar a substância que, conforme sua constituição, absorve, refrata e reflete os raios luminosos componentes da luz que a atinge. As tintas são denominadas cores-pigmento. Porém, deve-se observar que é a luz refletida ou refratada por essas substâncias que chega aos nossos olhos, após ter sido “traduzida”pela matéria da tinta. Toda as cores -luz são sensações provenientes da incidência de três comprimentos de onda no nervo óptico, cuja percepção é a do vermelho, do azul e do verde. A luz branca pode ser produzida pela incidência simultânea das três referidas luzes, que são conhecidas como cores primárias aditivas. Quando a luz branca incide sobre uma superfície colorida, todos os seus raios de cor são refletidos, exceto os das outras cores primárias que lhe correspondem. Por exemplo, o que faz com que percebamos a cor azul de uma superfície iluminada por luz branca, é o fato dessa matéria absorver a luz verde e vermelha e refletir só o azul. As cores verde e vermelho quando atingem nossos olhos simultâneamente provocam a percepção do amarelo, que por isso é considerado então sua cor complementar. Para utilização e compreensão na fotografia, as cores são nomeadas em sua inicial em inglês :
vermelho = red (R) cyan =cyan (C) verde = green (G) magenta = magenta (M) azul = blue (B) amarelo = yellow (Y) branco = white (W),
-daqui provém as siglas RGB e CMY. As primeiras designam as cores primárias aditivas luz e as segundas suas cores secundárias ou também conhecidas como cores primárias subtrativas luz.
Nota preparada pela Profa. Angela Di Sessa
Notas - Princípios básicos de cor luz Red + Green + Blue = White - cores primárias aditivas ( RGB ) Cyan + Magenta + Yellow = Black - cores primárias subtrativas ( CMY )
Nota preparada pela Profa. Angela Di Sessa