RESPLENDOR 24/05/2015
VERDADES SOBRE A ADORAÇÃO Rev. Ângelo Vieira da Silva Adoração é um estilo de vida. A partir da Palavra de Deus podemos fazer associações, mostrar a influência e a organização da música em relação ao ser humano, uma vez que todos os homens ouvem e cantam música. Contudo, a partir do contexto hodierno encontrar-se-ão perigos em relação a adoração, a música como poder de persuasão, por exemplo, “substituindo” a atuação do Espírito Santo e tocando apenas parte das pessoas. O objetivo da pastoral é conclamar os crentes a cuidarem de suas vidas e da música, com suas nuanças, na adoração ao nosso Deus. “Uma igreja consciente sempre procurará selecionar suas canções, canalizando-as sempre à adoração do Senhor”. Segundo o reformador Martinho Lutero a música é um dos mais magníficos e deleitáveis presentes que Deus nos tem dado. João Calvino não ignorava o poder da música; antes compreendia que o cantar tem uma conotação de lembrança e estímulo espiritual para aquele que canta, como o “falar entre vós com salmos” recomendado por Paulo em Efésios 5.19. Calvino seguia o pensamento de Agostinho no tocante a música, que demonstrava de forma tão enfática a preocupação em não se deixar conduzir pela melodia, sem a devida meditação na letra, ou seja, que devemos ter a consciência daquilo que falamos, cantamos e ouvimos, isto é, que “os nossos améns não podem ser transformados em vãs repetições desconexas, antes devem ser fruto da fé e da compreensão do que foi falado e cantado”. É por isso que os cânticos na adoração precisam ter um grande apelo didático, objetivando, inclusive, a fixação das Escrituras. Hoje se fala muito de worship. Este termo vem do anglo-saxão (ainda que tenha sofrido muitas mudanças ao longo dos anos) significando “atribuir valor, mérito a alguém ou alguma coisa”. Espera-se que os crentes possam, verdadeiramente e espiritualmente, atribuir valor e mérito ao único que é digno de receber: o Deus trino. O culto é para ele e deve ser fruto de nossa nova vida, gratidão e louvor, sendo sempre embasado na Palavra do Senhor. Portanto, podemos dizer: o culto e a adoração ao nosso Deus, são caracterizados pela submissão às Escrituras. “...Procurai progredir, para a edificação da igreja. Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” ( I Co 14.12b, 15). Entenda isto: 1) A ADORAÇÃO É UMA DECLARAÇÃO, NÃO UMA SENSAÇÃO: Mas, por quê adoração não é uma sensação? Basicamente por ser a sensação uma grande impressão devido a um acontecimento raro. Seria rara a sensação da presença de Deus quando nós o adoramos? Creio que não, pois é no processo de adoração que Deus comunica sua presença aos homens. É por isso que a adoração é uma declaração, isto é, através dela declaramos que o Senhor reina, sua graça é manifesta e está presente em todos nós, como costumamos cantar. Na adoração declaramos nossa fé, nossas convicções. Na adoração declaramos a Glória de Deus. Pergunta: o que você mais vê hoje na adoração: declaração ou sensação? 2) A ADORAÇÃO É UMA REAÇÃO, NÃO UM CLIMA: Clima pode ser definido como o conjunto de caracteres de um ambiente. Se quisermos, podemos criar uma atmosfera propícia para que as pessoas chorem e lamentem exarcebadamente, sem, contudo, trazerem mudanças genuínas em suas vidas. Na verdade tocamos o coração, mas não a alma; tocamos os sentidos e não a razão. Toca-se apenas parte do ser humano. A adoração é uma reação ao entendimento (razão e emoção juntas) do ser de Deus, isto é, adoramos ao Senhor pelo o que ele é, pelo o que ele fez, faz e fará em nós. Em suma, adoramos a Deus porque entendemos que só ele é digno de ser adorado emocional e racionalmente.