Boletim 27/07/2014

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RESPLENDOR, 27/07/2014

O CRISTÃO E AS FESTAS RURAIS Rev. Ângelo Vieira da Silva Segundo informações da Prefeitura de Resplendor (MG) em seu site, acontece entre os dias 25 e 27 de Julho a Festa Rural da cidade. Com a realização de rodeio profissional todos os dias, shows e grande cavalgada, espera-se um grande ajuntamento de pessoas no Parque de Exposições. No interior, é natural que um pastor seja procurado por muitos cristãos desejosos por uma uma opinião, uma palavra, uma posição, que os ajudem a entender se devem ou não participar de uma festa rural. O motivo, via de regra, envolve práticas religiosas, consumo de bebidas alcoólicas e músicas seculares. Antes de qualquer coisa, creio que esta reflexão valha para esclarecer como se dá o envolvimento do cristão no mundo à qual está inserido. Por "cristão", refiro-me àqueles homens e mulheres que recebem as Escrituras Sagradas como Palavra de Deus, como norma de fé e prática. Por "festas rurais" exponho aqueles ajuntamentos sociais onde é possível assistir rodeios, cavalgadas, exposição de animais, bebidas e comidas em fartura, parque de diversões, shows, boates, etc. O cristão que medita, porque crer também é pensar, não é alienado. Diante de uma festa como esta, ele facilmente reconhece aspectos positivos e negativos. Sim, é possível. Para uma cidade como a nossa, de interior, uma festa sempre é oportunidade para ganhos econômicos e contentamento da população. Obviamente, os comerciantes venderão mais nos dias da festa. O povo, sofrido e aguerrido, vê nesse momento uma oportunidade de descanso "d'alma", de aliviar sua dor, de cantar, de curtir, de "afogar as mágoas", enfim. Para estes, isto é muito bom, é positivo. Por outro lado, a festa chega ao fim e, com ele, permanecerão os dias de um comércio em baixa, amornecido. Restará a ressaca, a indisposição e o cansaço, pois os problemas não sumiram com o apagar das luzes. Muitos beberam e gastaram mais do que deviam. Talvez brigaram com outrem. Por sorte, não sobrecarregarão o hospital e a polícia com situações que poderiam ter sido evitadas. Eis o lado negativo de uma festa. Dito isto, fica a grande pergunta: "e o cristão? Pode participar?". Acho que a pergunta certa seria: o que a Bíblia ensina sobre o comportamento do cristão no mundo? Permitam-me sistematizar parte de seu precioso ensino em duas declarações que, mesmo que aparentem, não são excludentes. São os dois lados de uma mesma moeda. 1) O CRISTÃO NÃO FAZ PARTE DESTE MUNDO. É bem possível que já tenha ouvido que a Igreja não pertence a este mundo (Jo 15.18-19), que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19) e que não devemos amar as coisas que há no mundo (1 Jo 2.15). "Por isso, não se deve participar de festas rurais", afirmam alguns. O textos são de Deus, são bons. Contudo, é triste observar que muitos cristãos são manipulados por suas lideranças com simples proibições pautadas em falta de exegese, hermenêutica e bom senso. Se o cristão não pode participar de eventos comunitários (que, não por nossa escolha, envolvem questões religiosas, bebidas alcoólicas e músicas seculares) a partir desses textos, como ficam os casamentos, as formaturas, os passeios turísticos, os aniversários e muitos outros eventos sociais que contemplam a mesma realidade? Nos ausentaremos desses também? Entenda: a Igreja não faz parte deste mundo, isto é, sua esperança está no mundo porvir. O mundo é a humanidade transviada dos padrões divinos, conduzido e cegado pela antiga serpente. A Igreja deseja andar pelo Caminho aplanado da graça, pastoreada e esclarecida pelo Senhor Jesus. O cristão amadurecido fala de Deus no meio de outros deuses (At 17.23), sabe comer, beber e ouvir músicas para a glória de Deus (1 Co 10.31). Continua dentro do boletim....


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