COMISSÕES COMISSÃO ORGANIZADORA
• André Leclerc • Kleber Cecon • Maria Eunice Quilici Gonzalez • Mariana Claudia Broens (Coordenadora)
COMISSÃO DE TRABALHO
• Ana Maria Nogueira • Edna Alves de Souza • João Antonio de Moraes • Marcos Antonio Alves
COMISSÃO CIENTÍFICA André Leclerc (UFC) Claus Emmeche (Niels Bohr Institute/Univ. of copenhagen)
Ettore Bresciani Filho (CLE-UNICAMP) Frederick Adams (University of Delaware) Gustavo Maia Souza (UNOESTE) Ítala Loffredo D Ottaviano (UNICAMP) Ivo A. Ibri (PUC-SP) João de Fernandes Teixeira (UFSCar) Jonas Gonçalves Coelho (UNESP/Bauru) Karla Chediak (UERJ) Lauro Frederico Barbosa da Silveira (UNESP/Marília) Maria Eunice Quilici Gonzalez (UNESP/Marília) Mariana Claudia Broens (UNESP/Marilia) Osvaldo Pessoa Jr. (USP) Ricardo Gudwin (UNICAMP) Sophia Miguens (Universidade do Porto) Susan Haack (University of Miami - EUA)
COMISSÃO DE APOIO Amanda Veloso Garcia - UNESP/Marília Ana Luísa Constantino dos Santos UNESP/Marília
Bruno Cardoso de Melo - UNESP/Marília Jéssica Amorim do Nascimento UNESP/Marília
Joana Gusmão Lemos - UNESP/Marilia João Antônio de Moraes - UNICAMP/FAJOPA João Augusto Dias Barreira e Oliveira UNESP/Marília
Laura Azevedo - UNESP/Marília
Natália Nakano - UNESP/Marília Natalia Pantaleão - UNESP/Marília Paulo Henrique Pereira - UNESP/Marília Pedro Lallo - UNESP/Marília Renata Silva - UNESP/Marília
Talita Cristina da Silva - UNESP/Marília Vinícius Aguiar - UNESP/Marília
CIFM O Colóquio Internacional de Filosofia da Mente (CIFM) tem como objetivo central discutir novas abordagens do estudo dos processos
e
estados
mentais,
atualmente propostas em decorrência do esgotamento enfrentado por concepções tradicionais de mente de inspiração mecanicista
e
abordagens
têm
funcionalista. em
comum
Tais o
reconhecimento da natureza complexa dos processos mentais, cujo estudo requer
recursos
explanatórios
contemplem tal complexidade.
que
Programação 07 de Dezembro (sábado) 16h30 – 18h
Mini-Curso: Complexidade e Informação: aspectos epistemológicos
Paul Bourgine (Ecole Polytechnique/ Paris)
Anfiteatro I
09 de Dezembro (segunda-feira) Mini-Curso: Complexidade e Informação: aspectos epistemológicos
Paul Bourgine (Ecole Polytechnique/ Paris)
12h-14h - Almoço Mini-Curso – 14h30Complexidade e 17h30 Informação: aspectos epistemológicos
Paul Bourgine (Ecole Polytechnique/ Paris)
9h-12h
Anfiteatro I
Anfiteatro I
Programação 10 de Dezembro de 2013 (terça-feira) Mini-Curso – 9hComplexidade e 10h30 Informação: aspectos epistemológicos 12h-14h – Almoço
14h16h
Workshop 2: Percepção e Cognição
Paul Bourgine (Ecole Polytechnique/Paris)
Anfiteatro I
Hamilton Haddad Junior (USP) João Kogler (USP) Mediadora: Mariana Claudia Broens UNESP/Marília)
Anfiteatro I
16h-16h30 – Coffee Break
16h3018h
Workshop 3: Complexidade e Semiótica
Carlos Candido Almeida (UNESP/Marília) Ramon Capelle de Souza Andrade (UNILab) Mediadoras: Maria Eunice Quilici Gonzalez e Maria José Vicentini Jorente (UNESP/Marília)
Anfiteatro I
Programação
19h3020h
Mesa de Abertura
20h22h30
Conferências de Abertura: É possível uma ética para o transhumanismo? Paradigm of Complexity and models of embodied intelligence
José Carlos Miguel; Reinaldo Sampaio Pereira; Pedro Ap. Novelli; Mariana Anfiteatro I Claudia Broens; Maria Claudia Cabrini; Edberto Ferneda; Maria José Vicentini Jorente. João de Fernandes Teixeira (UFSCar) Paul Bourgine (Ecole Polytechnique – Paris) Mediadora: Mariana Claudia Broens (UNESP/Marília)
Anfiteatro I
Programação 11 de Dezembro
8h3010h
Conferências Palestra: Belief in Naturalism: An Epistemologist’s Philosophy of Mind
Susan Haack (University of Anfiteatro I Miami)Mediador: Maria José Vicentini Jorente (UNESP/Marília)
10h-10h30 – Coffee Break
14h16h
Pablo Rúben Mesa Redonda: Mariconda (USP) Informação e ação : o Jelson Roberto de impacto das novas Oliveira (PUC/PR) tecnologias Alfredo Pereira Jr. informacionais (UNESP/Marília) Mediador: Edna Alves de Souza
16h-16h30 – Coffee Break
Anfiteatro I
Programação 19h30 20h30
20h30 22h30
Coordenadores: Sala 64 Marcos Antonio Alves, João Antonio de Moraes André Leclerc (UFC) Mesa Redonda: Cristina Gonzales Informação e ação: (Universidad de Buenos novos paradigmas Anfiteatro I Aires) na Filosofia da Mediador: Marcos Mente Antonio Alves (UENP) SESSÃO DE PÔSTER I
Programação 12 de dezembro 14h16h Mesa Redonda: Contribuições da Semiótica para o estudo da informação, mente e ação
Ivo A. Ibri (PUC/SP) Ricardo Gudwin (UNICAMP) Max R. Vicentini (UEM) Mediador: Ramon Capelle de Andrade (UniLab)
Sala 1 (prédio novo)
16h-16h30 – Coffee Break 16h30Sala 64 SESSÃO DE PÔSTER II 17h30 Reunião da Coordenador: Anfiteatro I 19h30Sociedade Marcos Antonio Alves 20h30 Brasileira de Ciência Cognitiva 20h30 Conferências: Alexander Gerner Anfiteatro I 22h30 Podemos melhorar (Universidade de a atenção? Rumo a Lisboa) uma (neuro)ética e Osvaldo Pessoa Jr. uma semiótica da (USP) atenção Mediador: Kleber E a Percepção e Cecon ação: a cor está na (UNESP/Marília) cabeça?
Programação 13 de Dezembro 16h3017h30
19h3020h30
SESSÃO DE COMUNICAÇÕES – Coordenador: João CIFM Antonio de Moraes
Anfiteatro I
SESSÃO DE POSTER III
Sala 64
Mesa Redonda: Informação, Complexidade e Ação: novos paradigmas no estudo da mente 20h3022h30 Encerramento e Premiação
Ivan Domingues (UFMG) Antonio Trajano Menezes Arruda (UNESP/Marília) Maria Eunice Quilici Gonzalez (UNESP/Marília) Mediador: Pedro Ap. Novelli (UNESP/Marília) Mariana Claudia Broens
Apresentação: Orquestra OUT
Anfiteatro I
Anfiteatro I
PALESTRANTES
PAUL BOURGINE
Paul Bourgine é Pesquisador Sênior no CREA-Ecole Polytechnique (Laboratório deTeórica Ciência Cognitiva), chefe do Instituto de Sistemas Complexo de Paris. PhD
em Economia (1983), PhD em Ciência Cognitiva (1989). Área de Interesse Científico: sistemas adaptativos complexos. Campos atuais de pesquisa: redes genéticas, redes neurais, redes sociais e cognição social, aprendizagem e dinâmicas co-evolutivas. Copresidente das duas primeiras conferências em Economia e Inteligência Artificial (1986,1990), da primeira Conferência Europeia de vida artificial (1990), da primeira Conferência Europeia em Economia Cognitiva (2004). Presidente do Conferência Europeia sobre Sistemas Complexos (ECCS'05). Co-Presidente do Jurix 2006.
HAMILTON HADDAD JUNIOR
Doutorado(2008) em Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de Fisiologia; Neurociência Cognitiva; EnsinoAprendizagem; História e Filosofia das Neurociências.
JOテグ EDUARDO KOGLER JUNIOR
Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (1998), com pesquisa desenvolvida na divisão de processamento de imagens da Siemens Corporate Research em Princeton, Estados Unidos, em 199192, versando sobre estudo de modelagem de imagens em multiresolução aplicando o grupo de renormalização a campos markovianos, com aplicações a imagens médicas. Atualmente é pesquisador doutor da Universidade de São Paulo, atuando nas áreas de visão computacional, processamento de imagens, inteligência computacional e ciência da cognição
JOテグ DE FERNANDES TEIXEIRA
Doutorado (PhD) em filosofia pela University of Essex (Inglaterra). Fez pós-doutorado nos Estados Unidos em 1998, no Center for Cognitiver Studies, na Tufts University, sob a supervisão do Prof. Daniel Dennett. Participou do grupo de ciência cognitiva do Instituto de Estudos Avançados da USP. Foi professor na UNESP (campus-Marília) de 1982 a 1991. Em 1992 ingressou na UFSCar, e, atualmente é professor titular nessa universidade. Em 1993 criou, junto ao curso de pósgraduação em Filosofia da UFSCar, a linha de pesquisa em Filosofia da Mente e Ciência Cognitiva, pioneira no Brasil.
SUSAN HAACK
Haack é graduada pela University of Oxford e pela University of Cambridge. Em Oxford, ela estudou na St. Hilda's College, onde teve como seu primeiro professor de filosofia Jean Austin. Comos pós-graduação, ela teve aulas de Politica, Filosofia e Economia e assim, seu gosto por Filosofia aumentou. Ela estudou Platão com Gilbert Ryle e lógica com Michael Dummett. Em Cambridge, ela escreveu seu Ph.D. com a supervisão de Timothy Smiley. Ela ocupou sua posição Fellow no New Hall, tornou-se professora de Filosofia em Cambridge antes de ocupar seu cargo na University of Miami.
PABLO RUBÉN MARICONDA
Doutorado em Filosofia da Ciência pela USP (1986). A partir de 2005, é Professor Titular de Teoria do
Conhecimento e Filosofia da Ciência do Departamento de Filosofia da USP.
Fundou
em
2003 a revista Scientiae Studia Revista LatinoAmericana de Filosofia e História da Ciência, da qual é o editor chefe desde o início. É atualmente coordenador do Projeto Temático Fapesp Gênese e
significado da Tecnociência. Das relações entre ciência, tecnologia e sociedade
JELSON ROBERTO DE OLIVEIRA
Professor do programa de pósgraduação em filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, do qual é o atual coordenador, doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos, com pesquisa sobre a Amizade
em Nietzsche. É atual coordenador do GT Hans Jonas, da ANPOF. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ética e História da Filosofia Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: ética, moral, Nietzsche, Schopenhauer, Hans Jonas.
ALFREDO PEREIRA JUNIOR
Doutorado em Lógica e Filosofia da Ciência pela Universidade Estadual de Campinas (1994). Realizou PósDoutorado em Ciências do Cérebro e da Cognição no Massachusetts Institute of Technology (1996-98). Livre-Docente, Profesor Adjunto da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Docente credenciado e orientador de mestrado e doutorado nos programas de Saúde Coletiva (Faculdade de Medicina, UNESP-Botucatu) e Filosofia (Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP-Marília).
ANDRÉ LECLERC
Concluiu o doutorado em Filosofia - Universite Du Quebec , em 1990. Atualmente é professor associado da
Universidade Federal do Ceará. Publicou 28 artigos em periodicos especializados E 16 trabalhos em anais de eventos. Possui 19 capitulos de livros E tem 3 livros publicados. Possui 55 itens de producao tecnica. Participou de 36 eventos no brasil. Recebeu 2 premios e/ou homenagens. Entre 1999 E 2003 coordenou 3 projetos de pesquisa. Atualmente participa de 2 projetos de pesquisa, sendo que coordena 1 destes. Atua na area de filosofia, com enfase em filosofias da linguagem e da mente. Os termos mais frequentes na contextualizacao da producao cientifica, tecnologica E artistico-cultural sao: filosofia da mente, filosofia analitica, filosofia da linguagem, conteudo mental, epistemologia, externalismo, contextualismo, intencionalidade, anti-individualismo, semantica E naturalismo biologico. Presidente
Sociedade Brasileira De Filosofia Analítica (2012-2014), e Tesoureiro da Associação Latinoamericana De Filosofia Analítica (2012-2014).
Da
IVO ASSAD IBRI
Doutorado em Filosofia pela USP (1994). Realizou pesquisa de pósdoutorado nos anos de 2004 e 2005 na Universidade de Indiana, Estados Unidos, com bolsa tipo fellowship concedida pelo Institute for Advanced Study daquela universidade. Atualmente é professor titular da PUC/SP, e doutor da Faculdade de São Bento. Possui experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Moderna e Contemporânea. É fundador do Centro de Estudos do Pragmatismo do Programa de Estudos Pós-graduados em Filosofia da PUC-SP e editor responsável das revistas Cognitio -
Revista de Filosofia e CognitioEstudos.
RICARDO RIBEIRO GUDWIN
Doutorado em Engenharia Elétrica pela UNICAMP (1996) e livre-docência em Engenharia Elétrica pela UNICAMP (2003). Atualmente é professor associado da UNICAMP, junto à FEEC-DCA e membro do board of governors do SEE –
Semiotics – Evolution - Energy Virtual Institute; em Toronto, Canadá e membro do comitê editorial da revista: On Line Journal
for Semiotics, Evolution, Energy Development - publicado pelo SEE Virtual Institute.
MAX ROGÉRIO VICENTINI
Doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (2012), com estágio junto à equipe SPHERE do CNRS e à Université Paris VII Denis Diderot, sob a orientação do Prof. Dr. Michel Paty. Atualmente é professor assistente da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em filosofia da ciência, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, Peirce, ciência cognitiva, qualia e evolução.
ALEXANDER GERNER
PhD em Hist贸ria e Filosofia da Ci锚ncia pela Universidade de Lisboa.
P贸s Doutorado e Membro completo do Centro de Filosofia da Ci锚ncia pela Universidade de Lisboa (CFCUL). Membro do Projeto de Pesquisa "Cognitive Foundation of the Self" na IFL, UNL.
OSVALDO PESSOA JUNIOR
Doutorado em História e Filosofia da Ciência na Indiana University, EUA (1990). Trabalhou na Universidade Federal da Bahia, e atualmente é professor livre-docente do Depto. de Filosofia, FFLCH, USP. Tem experiência na área de Filosofia da Ciência, atuando principalmente em filosofia da física, modelos causais na história da ciência, e filosofia da mente.
IVAN DOMINGUES
Doutorado em Filosofia - Université de Paris I (Panthéon - Sorbonne) (1989). Atualmente é professor titular da UFMG. Tem experiência em várias áreas da Filosofia, com ênfase em filosofia contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas ou disciplinas: teoria do conhecimento, epistemologia das ciências humanas, filosofia da técnica, ética e conhecimento, filosofia francesa e hermenêutica do texto filosófico.
ANTONIO TRAJANO MENEZES ARRUDA
Doutorado em Filosofia - University of Oxford (1985). Atualmente é professor aposentado de Filosofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ética, atuando principalmente nos seguintes temas: auto-engano, ética, filosofia da mente, ciências cognitivas, educação e filosofia, e epistemologia.
MARIA EUNICE QUILICI GONZALEZ
Doutorado em Cognitive Science, Language And Linguistics Phd University of Essex (1989) Inglaterra. Atualmente é professora adjunta (livre docente) da UNESP. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia, Ciência Cognitiva e Filosofia da Mente, atuando principalmente nos seguintes temas: auto-organização, cognição situada e incorporada, teoria da informação e inteligência artificial.
MEDIADORES
MARIANA CLAUDIA BROENS
Doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1996). Atualmente é professora adjunta (Livre Docente) da FFC da UNESP. Desenvolve pesquisas na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia, Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas, atuando principalmente nos seguintes temas: Abordagem mecanicista da mente, Naturalismo, Auto-Organização, Pragmatismo, Conhecimento Comum, Cognição Incorporada e Situada, Ética naturalizada, Filosofia da Ação, Informação Ecológica.
MARIA JOSÉ VICENTINI JORENTE
Doutora pelo Programa de PósGraduação em Ciência da Informação da Universidade Unesp.
Professora do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Unesp, câmpus de Marília.
Investigadora nas áreas de Informação e Tecnologia, Tecnologias de Informação e Comunicação, Mídias, Intersemiótica, Genética de Produtos de Criação, Hipertextualidade, Webdesign.
EDNA ALVES DE SOUZA
Possui graduação e mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Marília) e é doutoranda em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência na área de Filosofia, ministrando disciplinas em cursos de Filosofia, Pedagogia e História. Atua principalmente nos seguintes temas:
conhecimento, verdade, realismo, aceitabilidade racional, empirismo, filosofia da educação e filosofia da história.
MARCOS ANTテ年IO ALVES
Doutorado em Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência - CLE - UNICAMP (2012). Professor Adjunto na UENP/Jacarezinho, das disciplinas de Lógica, Filosofia da Ciência e da Mente, tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, lógica, mente e conhecimento. Presidente da Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva - SBCC - no período de 2012-2015.
JOテグ ANTテ年IO DE MORAES
Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP (2012). Atualmente é Professor de Lógica da Faculdade João Paulo II (FAJOPA). É membro do Grupo Acadêmico de Estudos Cognitivos GAEC (UNESP), do Grupo Interdisciplinar CLE Auto-Organização (UNICAMP). Pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos em Lógica e Epistemologia (UENP) e Secretário - Geral da Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva SBCC (2013-2015).
RAMON DE SOUZA CAPELLE ANDRADE
Doutorado em Filosofia pela UNICAMP. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Lógica, atuando principalmente nos seguintes temas: lógica condicional, contrafactuais,
categorias de Charles Peirce e auto-organização.
KLEBER CECON
Doutorado em filosofia (2010), graduação. Desde agosto de 2012 é Professor Assistente Doutor na UNESP, Campus de Marília. Foi professor na Universidade Federal de Campina Grande e na Universidade Estadual do Maranhão. Tem experiência no campo de filosofia e história da ciência (especialmente história da química), área em que realizou um estágio de doutorado no Birkbeck College (Universidade de Londres) na Inglaterrra e na qual também ministra aulas e palestras.
RESUMOS
CADERNO DE RESUMOS
SUSAN HAACK
Belief in naturalism: an epistemologist’s philosophy of mind. My title, “Belief in Naturalism,” signals, not that I adopt naturalism as an article of faith, but that my purpose is to shed some light on what belief is, on why the concept of belief is needed in epistemology, and how all this relates to debates about epistemological naturalism. After clarifying the many varieties of naturalism, philosophical and other (§1), and then the various forms of epistemological naturalism specifically (§2), I offer a theory of belief in which three elements—the behavioral, the neurophysiological, and the socio-historical—interlock (§section 3). I can then apply this theory to resolve some contested questions: about the relation of belief and truth; about whether animals and pre-linguistic infants have beliefs; about the fallibility of introspection; and about selfdeception (§4).
DIANA PEREZ
LA SEGUNDA PERSONA Y LAS 4E É o En los últimos 10 años se ha venido desarrollando lo que podría genéricamente denominarse la “perspectiva de segunda persona” de la atribución psicológica (Gomila 2002, Gallagher 2001, Reddy 2008). Esta perspectiva, adoptando un marco no-cartesiano, se promociona como alternativa a los modelos tradicionales de atribución psicológica, es decir tanto a la teoría de la teoría como a la teoría de la simulación. Por su parte también desde hace más de 10 años las ciencias cognitivas clásicas se han visto desafiadas por los desarrollos provenientes del modelo de las 4e, que conciben a la mente como extendida, corporizada (embodied), incrustada (embedded) y enactiva (enacted). No es claro, sin embargo, si la perspectiva de segunda persona debe enmarcarse en alguna (en cuál o en todas) las 4e de las nuevas ciencias cognitivas, ni tampoco está claro si esta perspectiva tan sólo resulta ser la aplicación de (alguna de) estas ideas generales al caso específico de la cognición intersubjetiva social, o si hay algo más. En este trabajo me propongo clarificar la naturaleza de la propuesta conocida bajo el rótulo genérico de “perspectiva de segunda persona”. Para ello me detendré en establecer cuál/es de las 4e se aplican a este caso, y qué 5 elemento adicional más específico se agrega al adoptar esta perspectiva de atribución psicológica.
HAMILTON HADDAD JUNIOR
Workshop 1 – Cognição e Percepção: Informação e ação na percepção e cognição – Aspectos neurofisiológicos e evolutivos É conjunto de transformações sensoriais operadas em nossos cérebros que nos coloca em contato com o mundo. É, no entanto, o conjunto de nossas ações que decide entre nossa permanência ou deleção desse mesmo mundo. Nos primatas, em particular nos seres humanos, a percepção visual constitui-se na principal fonte de informações sobre o ambiente. Portanto, dada sua importância na aquisição de conhecimento e emissão de respostas comportamentais, a dicotomia percepção-ação tem sido extensamente investigada nos últimos anos. Apresentaremos evidências neurofisiológicas, evolutivas e psicofísicas para a existência de dois sistemas corticais visuais bastante distintos, denominados ventral e dorsal. Essas duas vias de processamento da informação visual diferem em suas funções: enquanto o sistema ventral – filogeneticamente mais recente – está envolvido primordialmente na identificação consciente de objetos no mundo, isto é, na construção de representações do mundo exterior, o sistema dorsal seria responsável pelo controle visual inconsciente do comportamento motor, participando assim do planejamento e execução de ações visualmente guiadas. Concluiremos abordaremos as semelhanças entre abordagens ecológicas da percepção visual e o funcionamento do sistema dorsal, bem como entre abordagens construtivistas e o funcionamento do sistema ventral.
JOテグ EDUARDO KOGLER JUNIOR
INFORMAÇÃO E AÇÃO NA PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO ASPECTOS COMPUTACIONAIS E DINÂMICOS Esta seção partirá dos fatos e concepções abordados pela neurociência e discutirá a percepção e a cognição quanto às suas relações com informação e ação. Em linhas gerais, as ideias a serem abordadas serão: 1. O tratamento da informação dos primeiros estágios do sistema visual até o córtex visual primário. 2. O reconhecimento de padrões e a via ventral. 3. Ação, atenção e a percepção na via dorsal. Faremos considerações quanto à natureza da percepção visual face ao comportamento do observador e sua relação com a cena e o ambiente, sob o ponto de vista da informação visual. Compararemos alguns modelos originais, particularmente o de Gibson e o de Marr, segundo uma releitura atualizada em face às descobertas da neurociência, confrontando a reconstrução perceptual versus a percepção para ação. Consideraremos tópicos de percepção direta versus indireta, codificação, filtragem e predição com um tratamento conceitual. Abordaremos os conceitos de affordances e array ótico de Gibson e faremos considerações sobre sua teoria ecológica da visão, comparando-a com a teoria computacional de Marr. Discutiremos a natureza da representação em visão, à luz das concepções das vias ventral e dorsal, apoiando-se nos aspectos de neurociência discutidos na 1a parte. Faremos algumas considerações sobre aprendizagem neuro-computacional e estatística e seu uso em modelagem na percepção visual. Finalmente, ensejaremos uma discussão sobre as relações entre esses princípios da percepção e os componentes cognitivos.
PABLO RUBÉN MARICONDA
SOBRE A INVISIBILIDADE DA TECNOLOGIA REVISITANDO “TEN PARADOXES OF TECHNOLOGY” DE FEENBERG No texto “Dez paradoxos da tecnologia”, dentre as aporias/dificuldades consideradas por Feenberg, analiso principalmente quatro delas, a saber, o paradoxo das partes e do todo; o paradoxo do óbvio (que eu estendo de modo a abarcar a categoria do “habitual”, do costumeiro, o paradoxo da origem e o paradoxo da ação, com o fim de refletir sobre uma família de ilusões, erros comuns ou habituais, ligadas à tecnologia. Entendendo “paradoxo”, em sentido compatível com a perspectiva aristotélica, como uma inadequação do sistema de referência categorial e linguístico comumente empregado. Geralmente essa inadequação pode ser resolvida por meio de uma análise conceitual, que põe o foco nas diferenças de significação, de modo a chegar a definições ou a caracterizações que esclarecem os contrassensos envolvidos nos paradoxos. Pode-se mostrar, por meio de tal análise dos quatro paradoxos acima, no que consiste, para as pessoas comuns, a invisibilidade da tecnologia. Ela é uma espécie de ilusão sistêmica, que se liga a uma lei geral de invariância, segundo a qual o que é universal em um sistema é invariante para as partes do sistema e para as relações que essas partes têm entre si e com o todo, de modo que aquilo que é compartilhado por todas as relações resulta imperceptível. A tecnologia, enquanto sistema tecnológico/meio ambiente artificial, está sujeita ao mesmo tipo de invariância que o movimento de rotação da Terra. Trata-se assim de discutir a fonte dos erros e confusões conceituais feitos pelo senso comum, muitos deles apontados por Feenberg, procurando avançar no sentido de entender a tecnologia como sistema de complexidade crescente, cada vez mais propício a gerar ilusões.
JELSON ROBERTO DE OLIVEIRA
HANS JONAS E O PROGRAMA ÉTICO DE HUMANIZAÇÃO DA TÉCNICA
O diagnóstico realizado por Hans Jonas a respeito do cenário tecnológico moderno parte de duas constatações: [1] a técnica é expressão ontológica da liberdade que marca a vida do ponto de vista evolutiva e [2] ela é um poder que adquiriu, na modernidade, um poder de crescente magnitude e ambiguidade para o qual as éticas tradicionais não seriam suficientes. Jonas propõe uma análise da dinâmica formal e do conteúdo substancial da técnica a partir de uma distinção entre a técnica pré-moderna e a moderna. Esta última seria marcada por seis estágios, marcados por um otimismo de cunho utópico e ao mesmo tempo apocalíptico: mecânica (tida pelo autor como o primeiro estágio do desenvolvimento tecnológico), química (que ofereceu a possibilidade de interferir, alterar e redesenhar os próprios padrões naturais, gerando um novo âmbito de artificialidade), tecnologia elétrica (que ampliou o âmbito da artificialidade, já que a eletricidade é uma força manipulável criada pelo homem), eletrônica (que descarta definitivamente a ideia de uma imitação da natureza, para inventar objetos, objetivos e necessidades próprias), até a biológica (tida como a última fase e a mais poderosa e perigosa de todas). Dado que os antigos valores não são mais suficientes para enfrentar os novos desafios, Jonas afirma que é preciso que seja desenvolvido uma qualificada capacidade preventiva e a admissão da austeridade como valor primeiro. A isso o autor chama de “humanização da técnica”.
IVO ASSAD IBRI
UMA ONTOLOGIA DO CONCEITO DE AÇÃO EM PEIRCE O conceito de ação é central em várias correntes do pragmatismo, notadamente aquelas que o tomam como um fim que se justifica por produzir efeitos práticos, a saber, efeitos que, ao fim e ao cabo, importam para o significado das teorias, cujo universo semântico volta-se para a solução de problemas humanos ou, em outros termos, vitais. Peirce, em diversas ocasiões, fez restrições a esta concepção de ação que, originária de seus contemporâneos James e Dewey, e sabemos hoje extensível ao neopragmatismo rortyano, a tomava como um fim em si mesmo, num errôneo e nominalista entendimento do conceito de efeitos práticos. Tal concepção, segundo Peirce, deixava à margem a generalização necessária e constitutiva do crescimento conceitual que o agir proporcionava, ou seja, desconsiderando-se o cerne semântico do pragmatismo, em seu aspecto reflexivo afeito ao diálogo semiótico entre o particular da ação com o geral do pensamento. De outro lado, tomando-se como eixo de reflexão na filosofia de Peirce suas categorias, o conceito de ação assume um aspecto ontológico, ligado às idéias metafísicas de existência e mundo exterior. Tal abordagem proporciona um conceito diferenciado de significação que se amplia e se harmoniza com uma filosofia realista, não antropocêntrica, como é a de Peirce. Este trabalho buscará mostrar, assim, a crítica de Peirce às visões reducionistas do conceito de ação e, sequencialmente, uma abordagem ontológica do conceito à luz das categorias do autor.
RICARDO RIBEIRO GUDWIN
A INTERAÇÃO ENTRE PROCESSOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES NA GERAÇÃO DE COMPORTAMENTO EM UMA CRIATURA ARTIFICIAL O desenvolvimento de arquiteturas cognitivas cada vez mais sofisticadas fez crescer a diversidade de propostas de modelos cognitivos para os processos de percepção, memória, motivação, atenção, emoções, raciocínio, aprendizagem, planejamento, seleção de ação e execução de comportamentos, chegando até aos fenômenos de consciência, linguagem e meta-cognição. Um modelo bastante popular para o fenômeno da consciência é a Teoria do Workspace Global, de Bernard Baars, que já envidou o desenvolvimento de diversas propostas de implementação computacional em arquiteturas cognitivas. Segundo esse modelo, a consciência é a emergência de um stream serial sobre um sistema paralelo de agentes autônomos interagindo entre si, utilizando para isso uma competição entre os agentes para ganhar esse acesso privilegiado e o posterior broadcast da informação desses agentes ganhadores da competição para todos os outros agentes. Essa junção de competição mais broadcast permite o surgimento desse stream serial, a consciência, que passa a coordenar funções executivas de alto nível, ao mesmo tempo que leva à formação de novas coalizões de agentes, especializadas em executar tarefas inconscientes, em um aprendizado cumulativo de novas habilidades para o sistema. Um fenômeno entretanto ainda pouco estudado é como se dá em detalhes essa interação entre processos conscientes e inconscientes na geração de novos comportamentos.
No caso do comportamento humano, grande parte de nossas ações de baixo nível são completamente inconscientes, as vezes até mesmo reflexos reativos, sendo coordenados de tempos em tempos por ações e decisões conscientes. Neste trabalho, propomos um modelo de geração de comportamento com múltiplas camadas, sendo que nas camadas mais baixas o comportamento é gerado por mecanismos automáticos, reativos ou motivacionais (inconscientes). Esses comportamentos, entretanto, possuem um mecanismo de extensão, por meio do qual mecanismos deliberativos (conscientes) podem interferir nesse comportamento mais automático, resultando uma geração complexa de comportamentos em que processos conscientes e inconscientes interagem para controlar as ações de uma criatura artificial. Parte desse comportamento inclui a realização de "experimentos" no ambiente, por parte da criatura artificial, de forma a desenvolver novas habilidades, em um processo de automatização cumulativa do comportamento especializado, característico da espécie humana, e que pretendemos também desenvolver em criaturas artificiais.
ALEXANDER GERNER
PODEMOS MELHORAR A ATENÇÃO? RUMO A UMA (NEURO)ÉTICA E UMA SEMIÓTICA DE ATENÇÃO. O aprimoramento das funções cognitivas como a atenção que é proposto por recente abordagens (neuro-) farmacológica (neuroenhancement) para seres humanos, muitas vezes é falho com os conceitos reducionistas da entidade cognitiva que é dito ser "melhorada" como comparando a cognição como um "cérebro" ou "capacidade interna" de "organização da informação" do ser humano e reduzindo respectivamente a atenção para uma "seleção de informação" mecânica (ver, por exemplo, Sandberg 2011). Pesquisas sobre Modafinil como potenciador de atenção e vigilância/alerta é um dos produtos farmacêuticos que serão examinados em relação à atenção nesta primeira parte . Foi encontrado que a atenção nos estudos Modafinil é muitas vezes concebida como " a alocação adequada de recursos para o processamento de estímulos relevantes" (Repantis 2010) (atenção seletiva) e pela qual a atenção é supostamente medida ou melhorada em sua rapidez no tempo de reação (TR) em "reconhecimento" e "reação motora" ou "manutenção" temporal voluntária de uma vigilância prolongada, numa abordagem de desempenho funcional de atenção, chegando, por exemplo, a partir de estudos militares e de aviação, de atenção sustentada de aumento da capacidade de atenção, com o foco na exclusão de "fatores disfuncionais", tais como ruído. Tais "melhorias" no desempenho/comunicação/canal das funções cognitivas redutivas em nível de chão de fábrica de informações ou funções cerebrais (I) deve ser criticamente examinado do ponto de vista de uma abordagem de sistema cognitivo complexo de atenção que nós vamos olhar a partir do nível de atenção conjunta/compartilhada na interação social e cognição. Para responder à pergunta sobre qual o nível faz sentido falar realmente de atenção, sua potencialização e, geralmente, de tomar conhecimento (ver: Janich 2006) e que modos de atenção são importantes para ser olhadas, vou apresentar uma crítica à impulsividade do estímulo mecânico de atenção "seletiva" dentro da abordagem ortodoxa redutora de redução de informação que muitas vezes prevalece em aplicações da teoria de comunicação de Shannon / Weaver para pesquisa de atenção cognitiva e suas subjacentes de semiótica de Morris (ver: Janich 2006). Além disso, tem de ser esclarecido epistemologicamente que a entidade chamada "atenção" na verdade é o que se diz ser "melhorada", o que, por exemplo, significa a selectividade/foco no sentido de um sistema complexo. Como consequência, a questão, se podemos melhorar a atenção será transformada em uma mudança de perspectiva se desviando de uma abordagem de desempenho interno funcional, para "atenção estética" seletiva para uma abordagem de exteriorização de atenção intersocial intersubjetiva como por gestos comuns. Na segunda parte vou desenvolver alguns pensamentos sobre 1) diagramatologia e 2) metáforologia de atenção relacionada ao gesto. Defendo que, a fim de explicar a atenção, precisamos levar em conta a) um conceito de "eu" encorpado empírico-transcendental e b) modos compartilhados de atenção constituídos relacional e socialmente. Vou considerar modos de atenção conjuntos e compartilhados, especialmente a importância de apontar gestos (básicos / simbólicos) (ver, por exemplo, Cappuccio 2013; Cappuccio e Shepherd 2013; Tomasello, 1999; 2005) e os gestos comuns e perguntar como uma conta dinâmica de um corpo que inclui não só modos de atenção conjunto ou coordenado, mas também disfuncional e de distração, pode ser útil para esclarecer a relação entre atenção e gesto em relação ao que significa constituição, e assim, traçar um primeiro esboço de um intra - e inter-personificação da semiótica de atenção baseada em gestos e como o novo entra na nossa mente em ciclos de ação-percepção baseado em gestos e atenções.
OSVALDO PESSOA JUNIOR
PERCEPÇÃO E AÇÃO: A COR ESTÁ NA CABEÇA? A que o mundo físico consiste de coisas possuidoras de qualidades primárias, como forma, tamanho, número, arranjo, movimento e solidez. Certas estruturas primárias (chamadas por ele de qualidades secundárias) teriam a potência de gerar em nós as qualidades subjetivas sensoriais, como cores, sons e cheiros. O termo “cor” poderia, assim, ser associado à qualidade secundária existente no mundo externo, como em uma flor violeta, ou à qualidade subjetiva (qualia) em nós gerada, a “violeteza” a que temos acesso de maneira fenomênica. Neste trabalho, investiga-se o aspecto subjetivo das cores, que chamarei de “coloridão”, por analogia às adjetivações usadas para exprimir os qualia das cores (azulidão, verdura, marronzice, etc.). A tese a ser defendida é que a coloridão localiza-se no cérebro dos animais que a vivenciam. Um argumento preliminar chama atenção para as faixas que são visíveis em um arco-íris: em termos físicos e objetivos, tais faixas discretas não existem, pois todas as propriedades físicas do arco-íris variam continuamente ao longo do raio do arco. Assim, fica patente que as faixas são criações de nosso aparelho perceptivo e cérebro, sugerindo fortemente que as cores também sejam criadas no cérebro. A concepção sendo sugerida é chamada de “subjetivismo das cores”, e foi defendida explicitamente por Demócrito, Galileo, boa parte da tradição científica e, mais recentemente, no contexto da filosofia, por Hardin (1988). Uma tradição oposta, chamada de “objetivismo (ou realismo) das cores”, mas que denotarei por “externismo das cores”, afirma que as cores (ou melhor, a coloridão) são propriedades reais das coisas externas ao ser humano (como fazem Byrne & Hilbert, 1987). Dadas as dificuldades de sustentar esta concepção, mas mantendo a oposição à visão dominante entre cientistas das cores (o subjetivismo), muitos filósofos têm aderido a concepções relacionistas. Antes de explorar três destas concepções, vale mencionar a existência de uma outra posição, o “primitivismo”, que considera a coloridão um primitivo, irredutível a outros conceitos. O “disposicionalismo” é a clássica tese relacionista de que as cores são disposições (qualidades secundárias) para produzir em nós uma certa sensação.
. A concepção de Locke oscila entre um subjetivismo, quando salienta que os qualia das cores (a coloridão) são produzidos em nós, e um disposicionalismo, quando sugere que a coloridão são as disposições. Note que dizer que “as cores são disposições” nada mais é do que uma versão do subjetivismo, se por “cores” se entende algo distinto da coloridão; em outras palavras, o disposicionalismo defende que a coloridão é uma disposição das coisas reais externas em relação à presença de um observador apropriado. Outra visão relacionista é a concepção ecológica de Thompson (1995), inspirada nas ideias de J.J. Gibson. O observador é considerado um animal ativo, não um espectador passivo como na visão subjetivista, e o mundo externo é um “ambiente”, inseparável do animal. Em termos evolutivos, a visão dos primatas teria se adaptado às cores das frutas maduras, mas, de maneira inversa, as cores das frutas também coevoluiram em função das capacidades de percepção cromáticas dos primatas e outros animais. Uma terceira visão relacionista proposta no meio filosófico é o “perspectivismo de cores” de Giere (2006, p. 32), a concepção segundo a qual os seres humanos (e uma classe de animais) vivenciam o mundo a partir de uma perspectiva colorida. Diferentes seres humanos (por exemplo, um daltônico e um tricromata) veem a mesma realidade externa de diferentes perspectivas. O arcabouço explicativo do relacionismo é mais amplo do que o subjetivismo, simplesmente porque ele inclui duas variáveis para a explicação (o externo e o sujeito), ao passo que o subjetivismo só dispõe de uma variável. Por exemplo, esta posição poderia defender que toda vivência cromática envolve necessariamente estímulo da área cortical já que a lesão a esta área envolve a acromatopsia cerebral (ou seja, a ausência de percepção de cores). Um estímulo artificial à área, feito diretamente sobre o cérebro aberto (por exemplo, em uma cirurgia), levaria à vivência de cores. Diante deste dado, uma posição relacionista poderia ressaltar que a visão normal envolve a relação entre uma cena externa e atividade do observador que inclua a área V4, e o estímulo artificial de cores envolveria a relação entre o bisturi e a área V4, etc. No entanto, se houver uma única causa em comum a todas essas explicações relacionistas, estamos justificados (pelo método indutivo da concordância, de Mill) em considerar que a causa em comum (ativação da área V4) é causa necessária e suficiente para a geração de cores, mantidas as condições basais de funcionamento do cérebro. Nesta defesa do subjetivismo, porém, sugeriremos que a coloridão não é gerada na área V4, mas sim em áreas corticais superiores que mantenham circuitos reverberativos (ou seja, com feedback).
JOテグ DE FERNANDES TEIXEIRA
É POSSÍVEL UMA ÉTICA PARA O TRANSHUMANISMO? O objetivo da palestra é apresentar os principais contornos do programa de aperfeiçoamento humano do projeto transhumanista para, em seguida, questionar suas implicações éticas. Na primeira parte do trabalho apresentaremos os principais tópicos da agenda transhumanista, como, por exemplo: a) a modificação da morfologia do corpo humano através de expansões cognitivas que potencializam o raciocínio, a memória e outros aspectos do corpo humano, b) a expansão cognitiva através de drogas potencializadoras da cognição como, por exemplo, o Aderall e Modafinil, além dos estabilizadores de humor e c) o programa de aperfeiçoamento genético humano e sua plausibilidade. Após essa breve apresentação dos principais delineamentos da agenda transhumanista discutiremos os dilemas éticos que ela implica e mostraremos que a ideia de fundar uma ética para o transhumanismo pode ser um projeto fracassado desde seu início.
MARIA EUNICE QUILICI GONZALEZ
INFORMAÇÃO, COMPLEXIDADE E AÇÃO: NOVOS PARADIGMAS NO ESTUDO DA MENTE
Neste trabalho, analisaremos o alcance de hipóteses fundamentais da Teoria dos Sistemas Complexos, tais como a suposta existência de causalidade circular e de propriedades emergentes em processos autoorganizados, para o estudo de problemas contemporâneos da Filosofia da Mente e da Filosofia da Informação. Tal análise será guiada por dois objetivos: (1) Delimitar os pressupostos filosóficos subjacentes às hipóteses centrais das Teorias dos Sistemas Complexos (TSC), da Auto-Organização (TAO) e da Informação (TI), no contexto da Filosofia da Mente e, (2) explicitar o suposto papel das propriedades informacionais emergentes da interação entre organismo e ambiente no desenvolvimento de hábitos e crenças direcionadoras da ação intencional. Argumentaremos que a TSC, a TAO e a TI constituem, em conjunto, um novo paradigma no estudo filosófico interdisciplinar da ação intencional, caracterizada como hábito situado e incorporado emergente de uma rede informacional dinâmica, própria de sistemas complexos autoorganizados
RAMON DE SOUZA CAPELLE ANDRADE
SEMIÓTICA ECOMPLEXIDADE INFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO: UMA APROXIMAÇÃO ENTRE A [META]FÍSICA DE TOM STONIER E A HIPÓTESE SEMIÓTICA DE CHARLES SANDERS PEIRCE De acordo com o filósofo-biólogo Tom Stonier (1997), as regularidades/complexidades naturais constituem expressão da informação concebida como um componente organizacional do universo. De modo similar, as regularidades, na concepção do filósofo americano Charles Sanders Peirce (1958), provêm de uma tendência geral, operativa na natureza, à aquisição de hábitos e à geração de complexidade em diversos domínios (físico/biológico e mental) da realidade. Essa hipótese metafísica de Peirce parece implicar que não apenas os seres humanos, e outros sistemas complexos, mas, também, e sobretudo, a própria natureza possui uma substância última, ou estofo último, que é, por excelência, e ontologicamente, de matiz mental (eidética). O que o presente trabalho objetiva apresentar e defender é que há uma quase-equivalência funcional entre o conceito de terceiridade/hábito em Peirce e o conceito de informação estrutural em Stonier. Mais ainda, as regularidades encontradas na natureza (do plano subatômico à consciência), por Stonier atribuídas ao papel organizador desempenhado pela informação, podem ser legitimamente concebidas como instâncias da terceiridade, hábito ou signos gerais concebidas por Peirce.
Considerando que Stonier foi leitor de Peirce, e talvez como influência do primeiro autor no segundo, a concepção de realidade de Stonier (realidade composta pelos componentes matéria, energia e informação), e o papel organizador do fluxo de eventos naturais desempenhado pela informação, é muito próxima, ou similar, à concepção triádica de realidade de Peirce (realidade composta, ontologicamente, pelos elementos primeiro, segundo e terceiro), e o papel da terceiridade no estabelecimento da organização da natureza via aquisição de hábitos (ou via crescimento dos signos gerais que estruturam, semioticamente, o universo, produzindo, ou fomentando, a complexidade como integração entre os múltiplos entes da natureza).