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WEBAULA 1 Unidade 1 – Apresentação formal de um trabalho científico Levantamento bibliográfico1 Queridos alunos, nas nossas teleaulas, vamos discutir toda a parte da disciplina referente a tipos de conhecimento, métodos e pesquisa. Vamos também discutir os métodos e as técnicas de pesquisa. Na web aula 1 comentarei sobre o levantamento bibliográfico, a elaboração do resumo e da resenha. São ferramentas de trabalho que auxiliam o pesquisador na elaboração e desenvolvimento do projeto de pesquisa. Vamos começar? Você sabe por que o levantamento bibliográfico é uma fase obrigatória em todas as pesquisas? Como você vai verificar no desenvolvimento desta web aula, o levantamento bibliográfico é a atividade de busca dos trabalhos, sobre diversos formatos (livros, periódicos, CDs, arquivos digitais etc.), sobre determinado assunto, possibilitando ao pesquisador conhecimento sobre o estado da arte do tema a ser pesquisado. Bem, já que você sabe qual é a finalidade do levantamento bibliográfico, podemos avançar e discutir como ele deve ser realizado. O levantamento bibliográfico, ou o levantamento das fontes de informação sobre o assunto, consiste em um procedimento técnico que compreende duas fases: fase preparatória e fase de execução.

• A fase preparatória é dividida nas seguintes etapas: • Estudo do assunto - consiste principalmente na conceituação do assunto, definindo-se nesse momento os termos que o identificam. •

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Para este estudo, deve-se recorrer aos dicionários, enciclopédias especializadas, compêndios e outras fontes de informação que se fizerem necessárias, bem como a pesquisadores da área. Delimitações - podem ser de assunto, do período de tempo a ser levantado, da área geográfica, de idiomas e outras delimitações necessárias, para evitar o acesso a publicações que fujam ao âmbito da pesquisa. Dependendo do tipo de pesquisa que se pretende desenvolver, o período da busca pode ser limitado aos últimos cinco anos ou, no máximo, aos últimos dez anos. Isto porque informações mais antigas constam de compêndios e tratados, de assuntos já consagrados. Estabelecimento das palavras-chave - as palavras-chave são termos pelos quais o assunto pode ser procurado, devendo o pesquisador ter cuidado especial com a terminologia e a sinonímia envolvidas no trabalho, para encontrar facilmente as informações, tanto em vernáculo como em idiomas estrangeiros. Tradução dos termos - para a linguagem documentária e/ou para outros idiomas, de acordo com as fontes de busca utilizadas. É necessário estabelecer a correspondência exata das palavras para a linguagem documentária bem como para outros idiomas, utilizando-se de lista de termos controlados (cabeçalho de assunto); dicionários bilíngues, tratados, compêndios etc. Estudo das fontes - manuais e/ou automatizadas. As fontes arrolam referências bibliográficas do que já foi produzido e publicado sobre determinado assunto. O levantamento das fontes de informação deve ser precedido de um estudo destas fontes, sejam elas manuais ou automatizadas.

© Vilma Gimenes da Cruz, UNOPAR, 2009.

Elas estão disponíveis nos formatos impressos, em CD-ROM, ou ainda em bancos e bases de dados de acesso via Internet. A disponibilização das bases de dados on-line revolucionou e popularizou o acesso à informação contida nos repertórios bibliográficos. As bases de dados estão sempre atualizadas com as últimas publicações, possibilitando que o pesquisador tenha acesso aos artigos científicos, mesmo antes das revistas impressas estarem publicadas. A busca pode ser feita utilizando-se diferentes estratégias: por palavras-chave, frases, autores, instituições, títulos. Você conhece a bases de dados e periódicos científicos disponíveis para os pesquisadores da área da Educação? Estou indicando alguns endereços eletrônicos para você navegar e conhecer as bases de dados da área de educação. ases de dados Base de Dados Eric - ERIC Clearinghouse on Elementary and Early Childhood Education (ERIC/EECE) constitui-se em uma base de dados na área de desenvolvimento infantil, educação e cuidados de crianças, do nascimento à adolescência. Disponibiliza http://www.eric.ed.gov/ Periódicos científicos Portal de acesso livre da CAPES http://www.periodicos.capes.gov.br/


O portal de acesso livre da CAPES disponibiliza periódicos com textos completos, bases de dados referenciais com resumos, patentes, teses e dissertações, estatísticas e outras publicações, de acesso gratuito na Internet, selecionados pelo nível acadêmico, mantidos por importantes instituições científicas e profissionais e por organismos governamentais e internacionais. SCIELO http://www.scielo.br/scielo.php?lng=pt - A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. Open Access Journals in the Field of Education http://www.ergobservatory.info/ejdirectory.html Além das obras que acabamos de citar, existem ainda os portais e vortais públicos e comerciais que disponibilizam texto completo de artigos de periódicos, tais como o Portal Capes e outros diretórios de arquivos abertos, como, por exemplo, o Directory of Open Archives Journal - DOAJ.

“Como trabalhar literatura em sala de aula?” Acesse os sites acima indicados para fazer uma busca sobre o tema Educação Inclusiva no Brasil.

Estratégia de busca - deve ser construída quando o levantamento das publicações é feito, utilizando-se de fontes de informação automatizadas, pois, no entender de Hawkim citado por Kremer (1985, p. 196), a estratégia de busca é "[...] o meio pelo qual o pesquisador se comunica com o sistema, e é muitas vezes a chave para uma busca bem sucedida". Envolve basicamente os seguintes passos:

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Definição clara da necessidade de informação do usuário (Qual é a questão?); Estabelecimento dos parâmetros de busca, considerando as necessidades de informação; Tradução da questão de busca para a linguagem do sistema; Execução da busca; Obtenção da resposta.

Nos sistemas manuais, à medida que se manuseia a fonte para uma análise sobre sua apresentação e arranjo, o pesquisador praticamente constrói sua estratégia de busca, e corrigi-la no decorrer do levantamento, visando adequá-la às suas reais necessidades, é bastante simples. Nos sistemas on-line ela deve ser mais bem estudada e elaborada à luz de cada sistema a ser consultado, pois uma mesma base de dados pode variar quanto ao suporte, seja em CD-ROM, seja na Internet, por exemplo. Ao finalizar essa fase preparatória, o pesquisador pode ter completo conhecimento das publicações que abordam o tema escolhido Então é nesse momento que o pesquisador começa de fato a reunir os documentos de seu interesse. Inicia-se assim a fase de execução, a qual compreende três etapas básicas, a saber: Identificação - considera-se como fase de identificação aquela em que o pesquisador encontra nas fontes manuais e automatizadas referências de documentos, acompanhadas ou não de resumos ou de textos completos. Cada referência deve ser individual e cuidadosamente registrada em fichas contendo todos os seus elementos identificadores, com a indicação da fonte onde foi capturada. Localização - Após a identificação dos documentos nas respectivas fontes, o pesquisador procederá à sua localização. Para facilitar a localização de livros, as fichas devem ser ordenadas pelo sobrenome do autor e, para localização de artigos de periódicos, a ordenação das fichas deve ser por ordem alfabética de título de periódicos. A localização física dos documentos poderá ser feita através de dois instrumentos tradicionais básicos: a. b.

Catálogos da biblioteca da própria instituição ou de outras bibliotecas locais; Catálogos coletivos, os quais reúnem informações das coleções de outras bibliotecas, independente da localização geográfica dessas instituições. Exemplos:

CCN (Catálogo Coletivo Nacional) - engloba as publicações seriadas das bibliotecas brasileiras. Este catálogo está disponível em microficha e na Internet. DEDALUS - Banco de dados bibliográfico das coleções das bibliotecas da USP - disponível na INTERNET.

Nos casos de busca on-line, a etapa de localização é simultânea à de obtenção, uma vez que nas bases de dados e portais que disponibilizam texto completo de artigos de periódicos, o download, quando permitido, é imediato, dependendo apenas do interesse do pesquisador. Obtenção - na última etapa de execução do levantamento bibliográfico, após proceder à localização das publicações, o pesquisador irá obtê-las na própria instituição ou através de outros meios, tais como: o COMUT (Programa de Comutação Bibliográfica), BLDSC (British Library Document Supply Center), empréstimo entre bibliotecas ou solicitação do documento diretamente ao autor.


Em se tratando de busca on-line em portais de acesso aos textos completos dos artigos, a obtenção se dá por meio de download, uma vez que nesses portais, em sua maioria, os documentos disponibilizados são de acesso livre. De posse do material identificado e selecionado no levantamento bibliográfico, o pesquisador vai proceder a leitura dos documentos recuperados Leitura e Documentação Alguns autores consideram a etapa da leitura e documentação como parte da pesquisa bibliográfica, mas, na verdade, ela deve fazer parte de toda pesquisa científica, quaisquer que sejam as abordagens metodológicas adotadas, se considerarmos a necessidade da revisão de literatura que se constitui em um capítulo à parte, de pesquisa bibliográfica. Essa documentação servirá de suporte, ainda, à análise de dados de uma pesquisa, no referencial teórico ou no estado da arte da literatura da área, como já enfatizado. Na pesquisa bibliográfica, propriamente dita, a leitura e documentação deverão ocorrer após a obtenção do documento, na ocasião em que o pesquisador deverá proceder à leitura, seleção e documentação do seu conteúdo, com vistas à retenção do conhecimento obtido e a sua utilização futura. Esta documentação, também denominada fichamento, poderá ser manual ou automatizada, mas basicamente deverá conter:

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Assunto: expresso através de palavras-chave que identifiquem o conteúdo do documento; Referência: A Unopar adota as Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas); Conteúdo: Para descrição do conteúdo, o pesquisador poderá utilizar-se de resumos, de citações ou de outras formas de anotações. Os resumos poderão ser livres ou de acordo com tipos de resumos existentes na literatura. Por exemplo: indicativos, informativos ou críticos, segundo a ABNT; resumos estruturados, segundo modelo proposto por Moraes (1990, p. 92), e constante deste livro, entre outros. Outra forma de descrever o conteúdo do texto lido é citar, podendo as citações ser: textuais ou diretas, copiadas exatamente como aparecem no documento, entre aspas ou em itálico; citações conceituais - indiretas, pois neste caso as ideias do autor são traduzidas pelo pesquisador. Outra forma de anotações do conteúdo é a apresentação dos comentários ou críticas pessoais do pesquisador com relação ao documento lido. Local: anotar o nome da instituição e/ou site onde se obteve o documento, evitando-se o trabalho de localizá-lo novamente, caso necessário.

Exercício - Escolha um dos artigos identificados no exercício anterior e faça o fichamento, seguindo os itens sugeridos acima.

WEBAULA 2 Unidade 1 – Apresentação formal de um trabalho científico Resumo Elaboração de resumos O resumo deve ser redigido pelo autor do trabalho, em linguagem clara, concisa e direta. Deve conter: objetivos do estudo, procedimentos básicos (seleção da amostra ou dos animais de laboratório, métodos e técnicas empregados), principais achados (dados específicos e até mesmo sua significância estatística) e as principais conclusões. O resumo deve, ainda, ressaltar os aspectos novos e mais importantes do estudo. De acordo com França e colaboradores (2004, p. 80) resumo é a apresentação concisa e seletiva de um texto, ressaltando de forma clara e sintética a natureza do trabalho, seus resultados e conclusões mais importantes, seu valor e originalidade. É importante para os investigadores, sobretudo por auxiliar na seleção de leituras. Os resumos têm como funções: a. b. c. d. e. f.

comunicar uma informação; decidir ou não pela leitura do documento original; substituir a informação do texto completo (no caso de resumos informativos); recuperar informações; substituir um idioma ao qual não se tem acesso; e reter informações com vistas a sua utilização futura (revisão de literatura, apoio na análise de dados, etc.).

A última função não requer um resumo de acordo com as normas e padrões vigentes, mas sim, uma síntese das principais partes da publicação lida em consonância com os objetivos da pesquisa que se está realizando. Desse modo, o pesquisador poderá utilizar, para elaboração de um resumo com esta finalidade, um roteiro próprio ou outro, como o proposto por Moraes (1990, p.92), cujo exemplo adaptado é o que se segue:


Para as demais funções, principalmente para a disseminação de informação, recomenda-se que os resumos sejam elaborados de acordo com as normas do canal utilizado (por exemplo: o evento, o artigo, a base de dados etc.), uma vez que são utilizados em: a. b. c.

documentação primária específica (artigos de periódicos, relatórios, teses, monografias, atas de congressos, patentes); documentação secundária (publicações de indexação e análise, prospectos e catálogos de editoras e livrarias); bases de dados (seleção automática da recuperação de informação contida em texto).

Localização dos resumos Em teses, dissertações e monografias, o resumo precede o texto no idioma do documento e em inglês. Em artigos de periódicos, é colocado antes do texto no idioma do periódico e, no final do artigo, em outros idiomas de difusão internacional, geralmente o inglês. Extensão dos resumos Como recomendado nas normas de âmbito nacional, diferentes extensões para o resumo são encontradas, dependendo do tipo de documento resumido, como, por exemplo:

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Até 100 palavras para notas e comunicações breves; Até 250 palavras para monografias e artigos de periódicos; Até 500 palavras para livros, teses e relatórios de pesquisa; Extensão livre para resenhas ou resumos críticos.

Tipos de Resumos Indicativo - indica apenas os pontos principais do texto e não apresenta dados qualitativos e quantitativos. É um resumo sumário e menos profundo. Não apresenta os resultados do trabalho resumido, as suas conclusões, nem tampouco dispensa a leitura do original.


SOUZA, Vera Lucia Trevisan de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O auto-respeito na escola. Cad. Pesqui., v.38, n.135, p. 729-755, 2010. Estudo com objetivo de identificar os valores presentes na escola e verificar quais interações favorecem a construção e ou a manutenção dos valores morais em particular o auto-respeito. Com enfoque teórico da Psicologia Socioistórica, a investigação apoiou-se nos estudos sobre moralidade de Jean Piaget e Yves de la Taille e constatou que coexistem na escola interações favorecedoras e não favorecedoras da construção de valores morais sendo que as últimas são mais freqüentes. Palavras-chave : EDUCAÇÃO; VALORES MORAIS; FORMAÇÃO DO CARÁTER; AUTORIDADE.

Informativo - Inclui os objetivos, o processo metodológico utilizado, o desenvolvimento da pesquisa, os resultados obtidos, as conclusões e as recomendações do texto resumido. Pode dispensar a leitura do original. Exemplo de resumo informativo

GARNICA, Antonio Vicente Marafioti. Um ensaio sobre as concepções de professores de Matemática: possibilidades metodológicas e um exercício de pesquisa. Educ. Pesqui. v.34, n.3, p. 495-510, 2008. Este artigo tem como tema principal as concepções dos professores de Matemática. Considerando o termo "concepção" a partir do pragmatismo de Peirce, elabora-se um conjunto de parâmetros metodológicos - chamado de "método indireto" - a ser aplicado no estudo das concepções de professores de Matemática. Trata-se, em síntese, de investigar as concepções dos professores interpelando-os não sobre suas crenças, mas sobre suas práticas. Fundamentando essa abordagem indireta e explicitando-a em sua natureza qualitativa, o artigo segue apresentando, como exemplo, um exercício desse "método indireto": um estudo sobre os critérios que os professores utilizam quando escolhem livros-texto para sua sala de aula, abordando, conseqüentemente, quais concepções de Matemática e de seu ensino e aprendizagem tais critérios desvendam. Partindo de depoimentos de professores de Matemática, o estudo indica que os professores agem com certa independência quando escolhem os materiais utilizados em suas atividades docentes. Buscam, ao mesmo tempo, apoio em uma vasta gama de livros didáticos, desconsiderando as particularidades de cada obra e as abordagens e perspectivas defendidas por seus autores. Embora submetam-se ao livro didático - considerado uma referência legítima e segura -, os professores o subvertem, buscando adequá-lo ao que consideram correto. Dessa constatação, algumas das concepções dos professores podem ser realçadas: o aluno, via de regra, é avaliado e classificado pelas lacunas que apresenta em relação aos conteúdos. Dessa postura, segue a valorização da precedência lógica dos conteúdos, de sua apresentação linear, e a defesa de "pré-requisitos" que viabilizariam o ensino e, conseqüentemente, implicam a legitimidade de aulas predominantemente expositivas. Palavras-chave : Concepções; Formação de professores; Educação Matemática; Livros didáticos de

Crítico - Formula julgamento sobre o trabalho resumido e, em geral, só é elaborado por especialistas no assunto. Também denominado resenha crítica ou, simplesmente, resenha. Este é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus professores ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sintética a importância de uma obra científica ou literária. Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é chamado de Resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor, você só escreverá uma resenha no dia em que seu resumo crítico for publicado em uma revista. Até lá, o que você faz é um resumo crítico. Antes de começar a escrever seu resumo crítico, você deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando: Qual o tema tratado pelo autor? Qual o problema que ele coloca? Qual a posição defendida pelo autor com relação a este problema? Quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição? Exemplo de Resumo Crítico (Extraído e adaptado de: Saldanha PH. Lições de Biologia, com poesia e humor. Cienc Hoje. 1988; 7(39): 64. Resenha da obra de: Carvalho HC. Fundamentos de genética e evolução. 3a. edição. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987. 574p.).

Trata-se de um manual sem destinação certa, podendo ser útil tanto para universitários de Biologia, em virtude se sua apresentação didática e atualizada, como para consulta em geral, graças à abrangência disciplinar de seus 30 capítulos. Já


no sumário podem ser feitas algumas pequenas correções, tais como: o termo "gen" no lugar de "gene", indicado pela grafia oficial; o título "Genética de Populações I", quando não existe o capítulo Genética de Populações II; no capítulo 26, talvez a expressão clássica "oscilação genética" fosse mais correta do que "deriva genética", que já inclui o efeito o tamanho ou tamanho efetivo da população. A introdução, apesar de breve, consegue levar ao leigo de modo simples, acessível e didático o objetivo da genética em todos os seus níveis de integração metodológica, enfatizando antes as diferenças hereditárias do que as semelhanças inatas, isto é, a diversidade biológica. Cada capítulo vem precedido de epígrafe, muitas delas de natureza filosófico-teórica que sintetizam ou introduzem o tema em questão com propriedade, refletindo a erudição do autor e não impedindo, por outro lado, que citações colhidas na cultura popular sejam também introduzidas com pertinência, por exemplo, uma citação de Caetano Veloso e um poema de Carlos Drummond de Andrade. Outro aspecto positivo é a inserção de questões e problemas para que o leitor possa testar seu grau de aprendizagem. Merece também destaque a preocupação em valorizar o trabalho de pesquisadores brasileiros, amplamente citados, e cuja bibliografia é comentada no final dos capítulos. O livro pode ser situado entre os melhores manuais escritos em português já editados sobre o tema, competindo com traduções de reconhecido valor.

Técnica de Elaboração de Resumos Algumas recomendações que facilitam a elaboração do resumo são: redigir numa sequência de frases concisas e objetivas, sem o uso de parágrafos. Utilizar verbos na terceira pessoa do singular, na voz ativa, de modo a permitir um discurso impessoal e estabelecer uma relação com o texto de forma narrativa. Exemplos: Elaborou-se, constatou-se, avaliou-se, etc. Não incluir no resumo: referências bibliográficas (citações), fórmulas, equações, símbolos, a menos que sejam essenciais para a compreensão do texto. Devem ser evitados ainda: palavras supérfluas, repetições, adjetivos e ideias alheias ao texto. Para a elaboração de um resumo devem ser feitas quantas leituras do texto forem necessárias, procurando responder às seguintes questões: - Qual o plano geral da obra? Como está estruturada? - Do que trata o texto? O que o autor pretende demonstrar? - Quais as ideias, provas, explicações, exemplos que o autor utiliza para sustentar a sua tese? - Quais as suas conclusões? Tendo respondido a essas questões, o autor deverá redigir o resumo, utilizando redação própria, destacando: - objetivos, casuística, métodos, resultados e conclusões (no caso de trabalhos científicos); - objetivos, ideias principais e conclusões (no caso de outros trabalhos). Dicas para elaboração do resumo

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Leitura atenta inicial para entender o assunto em questão; Leitura subsequente para selecionar as ideias principais do texto, pontuando o que for mais relevante; Grifar as palavras-chave que envolvem as ideias fundamentais; Resumir cada parágrafo; Verificar se está havendo coerência e sequência lógica entre os parágrafos resumidos, para fazer os ajustes necessários.

Para exercitar os conhecimentos adquiridos sobre resumo, nesta web aula faça o resumo da obra referenciada abaixo:


FREIRE, Paulo. Alfabetização como elemento de formação da cidadania. In: ______. Política e educação. 5.ed. São Paulo: Cortez,2001. p.25-30. Disponível em: http://www.forumeja.org.br/livrospaulofreire. Acesso em: 02 abr.2009

RESENHA Resenha é um tipo de trabalho que exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor. Para Andrade (1995, p.60), resenha é um tipo de trabalho que "exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer avaliação e emitir juízo de valor". A mesma autora (1995, p.61) define resenha como "tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero". Por isso, afirma ser resenha a tarefa de professores e especialistas no assunto da obra que costuma ser pedida em cursos de pós-graduação, como exercício para a realização de trabalhos complexos (monografia). Resenha é, portanto, um relato minucioso das propriedades de um objetivo, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de texto: descrição, narração e dissertação. Estruturalmente, descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, bem como expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina (dissertação). Fundamentos para a prática de resenhas científicas:

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Referência Bibliográfica: o Autor. o Título da Obra. o Elementos de imprensa (local de edição, editora, data). o Número de Páginas. o Formato. Credenciais do Autor: o Informações sobre o autor, nacionalidade, formação universitária, títulos, livro ou artigo publicado. Resumo da Obra (digesto): o Resumo das ideias principais da obra. De que trata o texto? Qual sua característica principal? Exige algum conhecimento prévio para entendê-lo? Descrição do conteúdo dos capítulos ou partes da obra. Conclusões da Autoria: o Quais as conclusões a que o autor chegou? Metodologia da Autoria: o Que métodos utilizou? Dedutivo? Indutivo? Histórico? Comparativo? Estatístico? Quadro de referência do autor: o Que teoria serve de apoio ao estudo apresentado? Qual o modelo teórico utilizado? Crítica do Resenhista (apreciação): o Julgamento da Obra. Qual a contribuição da obra? As ideias são originais? Como é o estilo do autor: conciso, objetivo, simples? Idealista? Realista? Indicações do resenhista: o A quem é dirigida a obra? A obra é endereçada a que disciplina? Pode ser adotada em algum curso? Qual?


A resenha não é, pois, um resumo. Este é apenas um elemento da estrutura da resenha. Além disso, acrescente-se: se, por um lado, o resumo não admite o juízo valorativo, o comentário, a crítica; a resenha, por outro, exige tais elementos. Em alguns casos, não é possível dar resposta a todas as interrogações feitas; outras vezes, se publicada em jornais ou revistas não especializados, pode-se omitir um ou outro elemento da estrutura da resenha. Numa publicação científica, porém, observar com rigor os pontos salientados. Acrescente-se: se bem redigida, a resenha é um valioso instrumento de pesquisa; se, no entanto, a crítica apresentada é impressionista (gosto/ não gosto), a resenha deixa de ter interesse para o pesquisador. As resenhas não têm limite de palavras. O exemplo abaixo comprova isso.

Pedagogia como ciência da educação Maria Amélia Santoro Franco, Campinas: Papirus, 2003, 144p. O livro é uma contribuição diferenciada entre os estudos epistemológicos da Pedagogia por tratar-se de uma pesquisa de base, de fôlego teórico. O objetivo sistematicamente reafirmado ao longo do texto é a busca de fundamentos para compreender a cientificidade da pedagogia no seu caminho para se constituir ciência em educação. Seu foco não está na visão positivista de ciência, mas na relação entre práxis e epistemologia, uma vez que a especificidade epistemológica da pedagogia encontra seu suporte, na prática educativa, práxis considerada em uma dimensão de intencionalidade. Precisamente porque a pedagogia viabiliza uma práxis educativa, a práxis pedagógica será o exercício do fazer científico da pedagogia sobre a prática educativa. A obra, em três capítulos, mostra no primeiro os caminhos históricos da Pedagogia, no segundo, apresenta as bases teóricas e epistemológicas da pedagogia como ciência da educação e, no terceiro, propõe alternativas da formação profissional do pedagogo como cientista educacional. No capítulo 1, a autora discute o percurso histórico da Pedagogia tratada ora como arte, ora como ciência e até como ciência da arte educativa, mostrando as dificuldades da discussão de sua epistemologia. Na sistematização desse percurso, são caracterizadas três grandes concepções: a Pedagogia filosófica, a Pedagogia técnico-científica e a Pedagogia críticoemancipatória. Na Pedagogia filosófica, a ação pedagógica é voltada para a educação do homem integral, em todas as suas dimensões e assume ora caráter normativo, ora compreensivo, envolvendo diferentes influências teóricas como o humanismo clássico, o iluminismo, o romantismo e o idealismo. A pedagogia técnico-científica, ancorada no método experimental de cunho racional empirista, postula a normatização e a prescrição para a prática educativa voltada para fins de inserção social dos educandos. Com suporte na Filosofia, Psicologia e Sociologia, essa orientação inclui desde Comênio e Herbart a Durkheim e Dewey, mas também as concepções sociocríticas sustentadas na teoria marxista. A Pedagogia crítico-emancipatória propõe uma ação pedagógica para formar indivíduos na e pela práxis, com forte sentido de transformação da realidade socioistórica, que toma o conhecimento em sua ligação com a vida social. Teoricamente associa-se à dialética, à filosofia da práxis, incorporando elementos da teoria crítica da Escola de Frankfurt. No capítulo 2, "A Pedagogia como ciência da educação", o leitor se envolverá com a determinação de Franco de enfatizar sua opção por uma "ciência pedagógica ou pedagogia como ciência", concebida como um instrumento político ede emancipação. A autora apresenta seu entendimento sobre as bases dessa ciência, seu objeto, as relações entre práxis educativa e práxis pedagógica. Assinala o desprezo à Pedagogia, demonstrado nos planos nacionais, estaduais e municipais de educação dos respectivos governos, principalmente na década neoliberal dos anos 90, bem como nas práticas institucionais, que relegam a Pedagogia a aspectos meramente organizativos, o que tem provocado a perda de "sentido", de "identidade", da "razão de ser" da Pedagogia. Segundo a autora, outras ciências como a Psicologia, a Sociologia têm galgado espaços educacionais amplos que deveriam estar ocupados pela Pedagogia. Contudo, nenhuma delas alcançou o posto de ciência da educação que define a especificidade do estudo do fenômeno educativo, sem relegar a importância das ciências auxiliares na educação, entre outras, a Psicologia e a Sociologia. Neste capítulo nuclear de seu livro, Franco afirma que a Pedagogia como ciência deve ter por finalidade "o esclarecimento reflexivo e transformador da práxis educativa, discutindo as mediações possíveis entre teoria e práxis". Cabelhe o papel de ser uma "explícita mediadora da práxis educacional", que conduz o sujeito à humanização, à emancipação, a apreender e reconstruir a cultura, conditio sine qua non da cidadania. Como ciência da educação a Pedagogia precisa passar da racionalidade técnica à racionalidade prática, reflexiva, formativa e emancipatória. A formação de pedagogo deve enfatizar o aspecto crítico-reflexivo, que compreenda a complexa pluralidade do âmbito educacional, a necessidade de mediar um processo de aprendizagem voltado para a formação integral de um sujeito de pensamento fragmentado, acrítico, alienado das questões políticas e socioculturais. Está claro que essa tarefa extrapola os muros escolares. Finalmente, no capítulo 3, a autora formula sua proposta de formação de um pedagogo cientista educacional, e argumenta que, para possibilitar a sobrevivência profissional e valorização da prática do magistério, urgem "reinterpretações de conceitos basilares, ampliando o espaço científico da Pedagogia". Conclui, definindo o pedagogo como o investigador educacional por excelência, com características de profissional crítico e reflexivo, uma vez que a Pedagogia é uma ciência que visa o estudo e a compreensão da práxis educativa em suas intencionalidades. Para isso, a investigação parte da práxis, como ação coletiva, pois as teorias educacionais não determinam práticas educativas, antes, convivem com elas em múltiplas articulações.


O livro apresenta-se, assim, como valioso instrumento de compreensão da Pedagogia como ciência da educação e também como orientação para a formulação do currículo de formação de pedagogos especialistas e professores e para os fundamentos teóricos da pesquisa pedagógica. São contribuições oportunas, significativas e legítimas; nenhuma delas oportunista, mesquinha ou corporativista, como mostram as perguntas da autora: "Se não é a Pedagogia como ciência da educação a condutora e operacionadora desse movimento de formação de professores reflexivos, qual outra ciência pode assumir esse papel? Qual outra alternativa, em relação à formação de professores se não a racionalidade crítico-reflexiva? É possível transformar essas propostas em projeto educacional? Se não os pedagogos, quem deve assumir a condução deste projeto?" (p. 124). Para além do interesse teórico e investigativo, o livro de Maria Amélia Santoro Franco contribui para esclarecer aspectos do debate que se tem travado na área educacional a respeito da formação de educadores, reafirmando atradição teórica em que a Pedagogia, como ciência da educação, formula a partir da práxis educativa os elementos científicos e técnicos da formação humana, constituindo referência para todas as práticas educativas, entre elas o trabalho docente. Ou seja, a docência fundamentase na Pedagogia e não o inverso. José Carlos Libâneo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Goiás libaneojc@uol.com.br Lelis Dias Parreira Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Goiás lelisdp@universiabrasil.net

Você poderá acessar, no link abaixo, o livro Diretrizes básicas para elaboração de Resenha para ampliar os seus conhecimentos sobre o assunto. http://www.scribd.com/doc/6689720/Modelo-de-Resenha Bem... agora que já finalizamos o conteúdo da nossa 1ª web aula, você está habilitado para fazer a web aula 2.

ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos e pós-graduação: noções práticas. São Paulo: Atlas, 1995. FRANÇA, J.L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 7.ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG; 2004. >>MORAES, I. N. Elaboração da pesquisa científica. 3.ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1990 SOUZA, Vera Lucia Trevisan de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O auto-respeito na escola. Cad. Pesqui., v.38, n.135, p. 729-755, 2010 GARNICA, Antonio Vicente Marafioti. Um ensaio sobre as concepções de professores de Matemática: possibilidades metodológicas e um exercício de pesquisa. Educ. Pesqui. v.34, n.3, p. 495-510, 2008

WEBAULA 3 Unidade 1 – O Processo de Comunicação Apresentação formal1 Como vocês viram na web aula 1, o pesquisador precisa buscar na literatura as informações necessárias para desenvolver o conteúdo do trabalho. Mas, além dessa etapa, é necessário também que o pesquisador se preocupe com a apresentação formal. A classificação de um trabalho científico, no meio acadêmico, pode ser expressa através do trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação, tese, artigos científicos, que podem ser relatos do resultado de pesquisa, artigos originais e/ou revisão de literatura, resumos, resenhas.


No caso específico desta web aula, iremos abordar a apresentação formal de um trabalho de conclusão de curso. 1 APRESENTAÇÃO FORMAL DE UM TRABALHO CIENTÍFICO Os trabalhos científicos seguem normas para apresentação. Essas normas são publicadas por instituições. Temos as Normas de Vancouver, voltada para a área da saúde; a APA, adotada pela área da psicologia e a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que publica uma série de normas voltadas para a apresentação de trabalhos científicos e acadêmicos. Na UNOPAR, as normas adotadas como padrão são as da ABNT, e são essas que serão apresentadas neste texto. 1.1 Estrutura do Trabalho 1.1.1 Apresentação gráfica A configuração das margens do trabalho deve obedecer ao seguinte padrão:

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Superior - 3,0cm Inferior - 2,0cm Esquerda - 3,0cm Direita - 2,0cm

1.1.2 Espacejamentos entre linhas O espacejamento entre linhas é de 1,5 cm para o texto, e espaço simples para o resumo e para as citações longas. 1.1.3 Escrita Utilizar margem justificada para o corpo do trabalho e alinhamento esquerdo para as referências. A NBR 14724 (2005, p.7) recomenda: [...] a utilização de fonte tamanho 12 para todo o texto, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e das tabelas que devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme. 1.1.4 Numeração das páginas A NBR 14724 (2005, p.8) indica que: Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas seqüencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da página, a 2 cm da borda direita da folha. 1.2 Elementos do Trabalho Acadêmico O TCC, ou qualquer tipo de trabalho acadêmico e/ou científico, é composto de elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, e esses elementos se classificam em obrigatórios e opcionais.

1

© Vilma Gimenes da Cruz, UNOPAR, 2009.

1.2.1 Elementos pré-textuais São considerados elementos pré-textuais todas as partes do trabalho que antecedem à introdução. São elas:


1.2.1.1 Capa A capa serve para a proteção externa do trabalho e identificação da obra. As informações devem ser descritas na seguinte ordem: nome da instituição, nome do autor, título, subtítulo, quando houver, o local da instituição onde deve ser apresentado e o ano.

1.2.1.2 Folha de rosto É a que contém os elementos essenciais à identificação da obra. A folha de rosto deve conter os dados da capa, mais uma nota explicativa a respeito da natureza do trabalho, seu objetivo acadêmico e a orientação do mesmo.


1.2.1.3 Folha de aprovação A folha de aprovação deve constar nas Teses, Dissertações, Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso. A figura 3 é uma sugestão, porém deve ser seguida a orientação da coordenação do curso.

1.2.1.4 Dedicatória


Apresenta o oferecimento da obra a determinada pessoa ou pessoas.

1.2.1.5 Agradecimentos Contém nome de pessoas e instituições que contribuíram de modo relevante para o autor. Devem ser expressos de maneira simples e sóbria.

1.2.1.6 Resumo em língua vernácula O resumo é a síntese dos pontos relevantes do texto. Deve apresentar uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho.


1.2.1.7 Resumo em língua estrangeira É um elemento obrigatório, onde figura uma versão do resumo, em língua estrangeira, que pode ser em: inglês (ABSTRACT); em espanhol (RESUMEN) ou em francês (RÉSUMÉ), seguido das palavras-chave. 1.2.1.8 Listas de tabelas É a relação das tabelas, na mesma ordem em que aparecem no texto, devendo figurar em página distinta, com apresentação semelhante a do sumário, onde deve constar o número da tabela, seguida do título e da página onde se encontra. A inclusão deste item se faz necessária, desde que se tenha mais do que cinco tabelas a serem relacionadas. O trabalho também pode ter, em páginas separadas, listas de ilustrações e/ou abreviaturas e/ou siglas e/ou símbolos. 1.2.1.9 Sumário É a numeração das principais divisões, seções e outras partes de um trabalho, na mesma ordem e grafia em que está no referido trabalho.


1.3 Elementos Textuais Constituem-se elementos textuais de um trabalho acadêmico a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, variando as partes, dentro de cada um desses itens, de acordo com o tema, com a orientação dada, e mesmo com a literatura da área, visto não haver uma determinação rigorosa quanto às partes que deverão ser tratadas em cada item. A título de sugestão, baseando-se em sua experiência cotidiana em sala de aula, sugiro a vocês as partes descritas a seguir. Os títulos dessas partes devem ser grafados em letra TNR, tamanho 12. Os títulos dos itens principais, em primeiro nível, devem ser numerados consecutivamente e grafados em caixa alta e em negrito. Ex.: 1 INTRODUÇÃO; 2 JUSTIFICATIVA; 3 REVISÃO DE LITERATURA; 4 OBJETIVOS; 5 METODOLOGIA; 6 RESULTADOS; 7 DISCUSSÃO e 8 CONCLUSÕES. Os títulos dos itens secundários ou subitens, em segundo nível, devem ser grafados com as iniciais em letras maiúsculas e em negrito. Ex.: 1.1 Objetivos específicos; 1.2 Coleta de dados. Se houver um subitem em terceiro nível, este será grafado em negrito e com letras minúsculas, com exceção da primeira letra do título e dos nomes próprios. O texto de quaisquer dos níveis (primeiro, segundo, terceiro etc.) deverá ser grafado em igual padrão de tipo e tamanho de letra, porém, sem negritar. Quanto ao espaçamento, recomenda-se que, entre o item e o texto referente a ele, haja um espaço de parágrafo em branco. Esta mesma recomendação aplica-se também ao espaçamento entre o último parágrafo de um item e o(s) seu(s) subitem(ns) subsequente(s), quando houver um espaço de parágrafo em branco. Terminado o item (e seus subitens, se houver), recomendam-se dois parágrafos em branco para separá-lo do item principal seguinte. 1.4 Elementos Pós-textuais Nesta parte, são colocados os seguintes elementos:

• • • •

Referência (obrigatório) Apêndice (opcional) Anexo (opcional) Glossário (opcional)


São elementos que, como o nome informa, aparecem após o texto propriamente dito, ou seja, após as conclusões ou considerações ou recomendações finais. São eles: referências; glossário; apêndice (s) e anexo(s). 1.4.1 Referências É a listagem dos documentos efetivamente citados no texto, ou seja, consiste em um “conjunto de elementos padronizados de elementos descritivos retirados de um documento, que permite sua identificação individual” (NBR 14724, 2005, p.2). Por referência, entende-se um conjunto de informações completas, precisas e suficientes que, dispostas em uma ordem determinada, permitem a identificação da publicação no todo ou em parte. A referência correta deve levar em conta a ordem convencional dos elementos, de acordo com a norma adotada. O conjunto de referências citadas no decorrer do texto constitui a parte intitulada referências. Portanto, as referências são todas as representações de todas as publicações citadas durante o trabalho, em qualquer uma das partes do texto propriamente dito, e que devem, por isso, estar citadas na revisão da literatura. 1.4.2 Apêndice Apêndice refere-se a todo material elaborado pelo próprio autor, como tabelas, gráficos, desenhos, mapas e outras figuras ilustrativas; técnica de pesquisa utilizada (questionário, formulário, entrevista, história de vida e semelhantes); organogramas, fluxogramas e cronogramas. Os mesmos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelo título. Exemplo: APÊNDICE A - Questionário aplicado aos alunos da Escola Aki-Se-Estuda. 1.4.3 Anexo Os anexos são também elementos opcionais de um trabalho acadêmico; são textos ou documentos não elaborados pelo autor e que servirão de complementação ou mesmo de ilustração do seu trabalho. São localizados ao final do trabalho; são elementos que possuem vida própria fora do trabalho e, portanto, podem ter numeração própria. Nesse caso, ao se fazer referência a eles no sumário, deve-se ter o cuidado especial ao contar o número de páginas que eles ocupam e indicá-lo corretamente, ainda que a sequência de suas páginas seja outra. Anexo engloba todo documento auxiliar não elaborado pelo autor, quadro e tabela estatística, legislação, estatutos, regimentos, ilustrações etc. Exemplo: ANEXO A - Formulário de acompanhamento do treinamento do funcionário da empresa A. 1.4.4 Glossário Glossário é um elemento opcional do trabalho acadêmico e consiste em uma relação de palavras ou expressões técnicas que têm sentido específico no corpo do texto e que, portanto, devem ser listadas acompanhadas dos respectivos significados utilizados no trabalho em questão.

WEBAULA 4 Unidade 1 – Texto Normalização 2 NORMAS DA ABNT 2.1 Citações Segundo a ABNT (NBR10520, 2002), citação é a menção, no texto, de uma informação colhida em outra fonte. Citações são informações extraídas das fontes consultadas para a realização de trabalhos científicos e acadêmicos. Tem por objetivo:

• • • •

Dar sustentação ao texto; Apoiar a análise dos dados; Situar o trabalho na respectiva temática; Situar o problema na perspectiva histórica;


• • •

Obter credibilidade na defesa de ideias, demonstração de fatos, etc.; Conferir informações, dados, fatos etc.; Dar sustentação à análise e discussão dos achados.

O uso correto das citações, por parte de pesquisador, garante o respeito aos direitos autorais e de propriedade intelectual dos autores citados. Esse cuidado é muito importante, pois preserva o pesquisador de ser acusado de plágio. A citação pode ser: a) Direta (literal ou textual) - É a transcrição de palavras ou trechos de outro autor e podem ser apresentadas de duas formas;

Até três linhas - Inseridas entre aspas duplas, no meio do texto normal.

Ex: Segundo Freire (2004, p.15) "A educação é indispensável". ou Ex: "A educação é indispensável" (FREIRE, 2004, p.15).

Quando for uma citação longa (acima de três linhas), deve estar em um parágrafo independente, recuado a 4 cm da margem esquerda, grafada com letra menor que a do texto (tamanho 10) e com espacejamento simples entre as linhas e sem aspas (Fierli et al., 2005).

Em uma sociedade de organizações, na qual a complexidade e a interdependência das organizações constituem o aspecto crucial, a Administração é fator-chave pra a melhoria da qualidade de vida e solução dos problemas mais complexos que afligem a humanidade hoje (CHIAVENATO, 2004, p.15). b) Indireta - Consiste na reprodução das ideias de outro autor, sem transcrição literal. c) Citação de citação Quando se transcreve palavras textuais ou conceitos de um autor ditos por um segundo autor, utiliza-se a expressão latina apud, que significa citado por. Ex: Segundo Nascimento (apud COSTA, 2005, p. 30) "a mente tem poder total sobre o comportamento do indivíduo". Ou Ex: De acordo com Nascimento "a mente tem poder total sobre o comportamento do indivíduo" (apud COSTA, 2005, p.30). Ou Ex: "A mente tem poder total sobre o comportamento do indivíduo." (NASCIMENTO apud COSTA, 2005, p.30). 2.1.1 Citações com dois autores Nas citações onde são mencionados dois autores, separar por ponto e vírgula quando estiverem citados dentro dos parênteses. Ex: (SAVIANI; SILVA, 2000, p.102). Quando os autores estiverem incluídos na sentença, utilizar o (e) Ex: Saviane e Silva (2000 p.102). 2.1.2 Citações com três autores Dentro dos parênteses, separar por ponto e vírgula. Ex: (MENDES; SILVA; CRUZ, 2000, p.2). Incluídos na sentença, utilizar vírgula para os dois primeiros autores e e para separar o segundo do terceiro.


Ex: Mendes, Silva e Cruz (2000, p.2). 2.1.3 Citações com mais de três autores Indicar o primeiro autor, seguido da expressão et al. Ex: (LIBANEO et al., 2006) Libaneo et al. (2006) Vamos fixar o que aprendemos até aqui? Muito bem, então faça o seguinte exercício:

1)

Identifique as citações que estão inseridas no texto abaixo e faça a classificação das mesmas

Para Jean Teboul (1991) a definição de qualidade está relacionada à capacidade de satisfazer as necessidades do cliente, tanto no momento da compra quanto durante a utilização do produto ou serviço adquirido por ele. Considera ainda que essa qualidade será tanto melhor quanto menor for o custo, e melhor do que os concorrentes. A qualidade também engloba outros aspectos referentes à eficácia relacionada com a lucratividade que são abordados na definição de Feigenabaum (1994: p.15) quando ele afirma que: "Qualidade é a chave para orientar com eficácia qualquer empresa em qualquer empresa, em qualquer parte do mundo, em crescimento do mercado e em lucratividade, por meio de liderança na qualidade," No entendimento de Silva (1992, p.20), [...] o ideal seria que o entendimento da qualidade do agente que fornece o serviço e/ou produto esteja em perfeita harmonia com relação ao que o consumidor entende por qualidade. Isso significa que uma das necessidades explicitadas pelo autor seja promover a associação entre qualidade de fato e qualidade de percepção. Esse entendimento também é explorado por Denton (apud GUALHARDE, 1990). Segundo esse autor, existem 2 tipos de conceitos de qualidade, a de fato e a de percepção. A de fato é aquela que, a partir do seu padrão de referência, e idealizada pela empresa prestadora de serviços, enquanto que a de percepção trabalha com a visão do cliente para desenvolver o padrão de especificações e requisitos do produto ou serviço

2.2 Referências Referências, segundo a ABNT (2002, p.2) são: "conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite a sua identificação individual" (NBR 6023). As referências devem aparecer, sempre, alinhadas somente à margem esquerda e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo. A entrada padrão de uma referência, independente do tipo de documento, é o AUTOR da publicação, seja ele pessoa física ou uma entidade coletiva. Na ausência de autor, a entrada deverá ser o título. Exemplo: podem ser citados os editoriais de revistas científicas; e os autores devem ser listados na ordem em que aparecem na publicação. Existem ainda outras publicações, cuja responsabilidade editorial pode estar a cargo de um organizador, de um compilador, de um coordenador ou de um editor. Neste caso, entra-se com os nomes destes (igualmente até seis; quando mais de seis, citam-se os seis primeiros e o termo latino et al.), seguidos das expressões: organizadores, compiladores, coordenadores, editores, conforme o caso, na língua da publicação. Outra possibilidade de autoria são as coletivas, ou seja, entidades, instituições, organismos nacionais e internacionais, empresas etc., como responsáveis pelo documento, os quais são referidos neste livro, como: organização como autor. Quando não há nem autor físico nem autoria coletiva deve-se entrar pelo título da publicação. 2.2.1 Localização das referências As referências podem estar localizadas em nota de rodapé; em lista de referências, no final do texto ou do capítulo; antecedendo resumos, resenhas e recensões. 2.2.2 Elementos da referência


2.2.2.1 Autoria a) Um Autor BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. b) Dois Autores CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecilia Von. A criança e a mídia: imagem, educação, participação. São Paulo: Cortez, 2002. c) Três Autores ENGEL, J. F.; BLACKWELL, R. D.; MINIARD, P. W. Comportamento do consumidor. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. d) Mais de três Autores Quando houver mais de três autores, indicar apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et al. BORDENAVE, Juan Díaz et al. Estratégias de ensino-aprendizagem. 25. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. 312p. e) Obras com organizador, coordenador, etc... (Org., Coord., Ed., Comp.) Quando houver indicação de responsabilidade por uma coletânea de vários autores, a entrada deve ser feita pelo nome do responsável, (seguida da abreviatura entre parênteses). Ex.: MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa (Org.). Currículo: questões atuais. 9. ed. Campinas: Papirus, 2003. h) Ex:

Sobrenomes acompanhados de palavras que indicam parentesco CARVALHO FILHO, Antonio. AMATO NETO, Vicente.

CARVALHO FILHO, Antônio; Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004. i)

Publicações anônimas ou não assinadas

Entrar diretamente pelo título, sendo a primeira palavra impressa em maiúsculo. Ex.: A VIDA como ela é. 2.2.2.2 Título e subtítulo O título deve ser reproduzido tal como aparece na obra, devendo ser destacado dos demais elementos da referência (negrito, itálico ou sublinhado). Indica-se o subtítulo após o título, precedido por dois pontos (:). O subtítulo não deve ser destacado. Ex.: Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações 2.2.2.3 Edição É indicada a partir da segunda edição e deve ser transcrita utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais, na língua do documento. Ex: 3. ed. 2.2.2.4 Local O local deve figurar na referência, tal como aparece na publicação. Quando houver mais de um local, indica-se o que estiver em destaque ou que aparecer em primeiro lugar. Quando não for mencionado, utilizar-se a expressão [S.l.].


2.2.2.5 Editora Deve ser citada tal como aparece na obra. Quando possuir mais de uma editora, indica-se a que aparecer em destaque ou a que estiver em primeiro lugar. Suprimir as palavras Editora, Ltda, Cia. etc. Se a Editora não estiver indicada na obra, utilizar a expressão [s.n.]. 2.2.2.6 Data Quando houver dúvidas quanto à data:

• • • •

[2000?] Data provável. [200 -] Para década certa. [19 --] Para século certo. [18 --?] Para século provável.

2.2.3 Ordem dos elementos na referência 2.2.3.1 Livros considerados no todo AUTOR DA OBRA. Título da obra: subtítulo. Número da edição. Local de Publicação: Editor, ano de publicação. Número de páginas ou volume. Ex: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 5.ed. São Paulo: Perspectiva, 2003. 2.2.3.2 Capítulo de livro

Com autoria especial (autor do capítulo diferente do autor do livro)

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome. Título do livro. edição. Local: Editora, ano. p.inicial-final. Ex.: ARCHER, Earnest R. Mito da motivação. In: BERGAMINI, Cecília; CODA, Roberto (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. p.23-46.

Sem autoria especial (quando o autor do livro for o mesmo do capítulo).

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: ______.Título do livro. edição.Local: Editora, ano.p.inicial-final. Ex:

FOUCAULT, Michel. A prosa do mundo. In: ______. As palavras e as coisas.

São Paulo: Martins Fontes, 2000. p.23-58. 2.2.3.3 Artigo de periódico AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título da Revista, (abreviado ou não) Local de Publicação, Número do Volume, Número do Fascículo, Páginas inicial-final, mês e ano BASSO, Leonardo Fernando Cruz; SILVA, Roseli da. O valor da educação fundamental. Revista Brasileira de Educação, ano 3, n.2, p. 99-116, 2005. 2.2.3.4 Artigo de jornal AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do Jornal, Local de Publicação, dia, mês e ano. Número ou Título do Caderno, seção ou suplemento e, páginas inicial e final do artigo. OLIVEIRA, W. P. de. A ética na educação. Folha de São Paulo, São Paulo, 26 maio 2005. Caderno Cotidiano, p. 4. MICROCOMPUTADORES populares. Folha de Londrina, Londrina, 17 ago. 2006. 2. Caderno de Informática. p. 9. 2.2.3.5 Documentos extraídos em meio eletrônico


Páginas da Internet

AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em:. . Acesso em: data. Ex: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Biblioteca Universitária. Serviço de Referência. Catálogos de Universidades. Apresenta endereços de Universidades nacionais e estrangeiras. Disponível em: . Acesso em: 19 maio 1998

Artigos de periódicos (Internet)

SOBRENOME, Nome.Título do artigo. Nome da Revista, Local, v., n. , mês ano. Disponível em: <http:/www.editora.com.br> . Acesso em: 23 maio 2001. Ex: PATRIOTA, Lucia Maria. Assistentes Sociais e Aids: um estudo de suas representações sociais. Serviço Social em Revista, v.8, n.1, jul./dez. 2005. Disponível em: http://www.ssrevista.uel.br/ Acesso em: 10 dez. 2006.

E-mail

SOBRENOME, Nome (autor da mensagem). Título da mensagem. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por data. Ex: CRUZ, Ana. Envio de prova [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por em 12 maio 1998.

Cd-rom

AUTOR. Título. Local: Editora, data. Tipo de suporte. Notas. Ex: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Bases de dados em estatística populacional. Brasília, n. 6, 2003. CD-ROM. Antes de finalizarmos essa unidade, vamos fazer mais um exercício?

Selecione um trabalho que você já elaborou no decorrer do curso e faça uma revisão no mesmo para identificar se ele está formato de acordo com a NBR14724 e se as referências estão seguindo a NBR 6023. Faça uma análise crítica e veja o quanto você aprendeu nesta unidade. Visão geral Apresentação da disciplina:

Vamos estudar na disciplina Leitura e Produção de Texto em Língua Portuguesa I sobre o processo de comunicação, o conceitos de linguagem, texto, significação, leitura, escrita e a formação do sujeito-leitor.

Objetivos:

O objetivo desta disciplina é reconhecer os itens linguísticos necessários à análise de textos, bem como apontar a importância da leitura e explicitar os mecanismos de produção de sentidos do texto.

Conteúdo Programático:


O conteúdo programático versa sobre o processo de comunicação; as diferentes concepções de linguagem; linguagem verbal e não-verbal; noção de texto. Veremos, ainda, as propriedades do texto, relações textuais, contextuais e intertextuais, noção de leitura e compreensão de textos.

Metodologia: Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das Tele-Aulas de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação emFórum, atividades práticas e estudos independentes (auto estudo) além do Material do Impresso por disciplina. Avaliação Prevista:

O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir a tele-aula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial embasada em todo o material didático, tele-aula e webaula da disciplina.

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

WEBAULA 1 Unidade 2 – O Processo de Comunicação1

Introdução O objetivo desta web aula é refletir sobre questões relevantes para o ensino de língua portuguesa, dentre essas questões destacamos a importância da interação, de lermos, produzirmos e compreendermos os diversificados gêneros discursivos (ou, segundo alguns autores, gêneros textuais). Para atingirmos nosso objetivo, refletiremos sobre o processo de comunicação, a linguagem verbal e não-verbal, as concepções de linguagem, o texto, a coesão, a coerência, a intertextualidade e a importância de desvendarmos os efeitos de sentidos presentes no texto. Nosso intuito é oferecer a você subsídios teóricos, metodológicos e didáticos que venham a fortalecer a sua formação. Para que seu aproveitamento seja pleno, é indispensável que você proceda as leituras indicadas, faça os exercícios propostos e acesse o fórum, pois é nele que você terá oportunidade de se expressar e trocar experiências sobre os assuntos abordados. Nossa web aula estará dividida em duas unidades. Na primeira unidade de estudo dialogaremos sobre o processo de comunicação. Veremos como se estabelece a interação e quais são os elementos necessários para que tenhamos uma comunicação adequada. Outro enfoque diz respeito às concepções de linguagem, que são de suma importância para nossa área. Na segunda unidade, ancorados nos pressupostos teóricos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, estudaremos sobre o texto, as suas propriedades, a questão do espaço e do tempo nas nossas enunciações. Por fim, finalizaremos versando sobre a intertextualiade, visto que todo texto é oriundo de outro, mesmo que de forma inconsciente. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO "A primeira função da linguagem não é ser representação do pensamento ou instrumento de comunicação, mas expressão da vida real."


Prof. José Luiz Fiorin Você já parou para refletir sobre a importância da comunicação? Imagine como seria o processo de socialização ou de transmissão de cultura, por exemplo, se nós não nos comunicássemos. Então, como você já deve ter percebido, a comunicação é essencial à vida humana, tanto que se trata de uma capacidade inerente ao ser humano e desde que nascemos nos comunicamos, inicialmente, através do choro e, paulatinamente, à medida que vamos adquirindo proficiência na linguagem a usamos com desenvoltura. Nesse momento, nós, eu e você, por exemplo, estamos nos comunicando. À medida que você está lendo estas linhas já está havendo interação, ente o autor(eu) com o leitor(você) usando como canal a aula e o suporte dessa comunicação o computador. No entanto, o ato de comunicação é bastante complexo e exige organização para que seja eficiente. Observe os quadrinhos abaixo: 1)

http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira10.htm 2)

http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira18.htm 3)


http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira26.htm

[1] Eliza Adriana Sheuer Nantes Como você deve ter observado, as tirinhas que selecionamos não foram aleatórias, dizemos isso nos referindo tanto à ordem em que elas se apresentam como ao conteúdo interacional de cada uma delas. Observe que nosso intuito foi chamar sua atenção para as diversificadas formas de comunicação. No primeiro quadrinho não temos balões com a fala dos personagens, cabendo ao leitor compreender as imagens para, então, construir os sentidos do texto. Nesse caso, os desenhos são de suma importância, pois não temos a presença do narrador pormenorizando os detalhes de cada quadro, então o leitor, por associação lógica e coerente, procede a leitura. Nos quadrinhos é comum a exploração dos diversos signos nãoverbais, como gestos faciais, corporais e desenhos. Outro fator importante é a sequência apresentada, pois para que haja essa compreensão é necessário que a leitura siga a sequência apresentada, e que essa seqüência seja lógica e coerente, caso contrário poderá ser difícil a construção dos sentidos. No segundo quadrinho, temos um exemplo de monólogo, a personagem Mônica dialoga com ela mesma, tanto que é ela quem indaga e responde as suas próprias questões. Por fim, no último quadrinho, já temos um exemplo de comunicação que envolve a interação, ou seja, a presença do outro, e dependendo da resposta do outro é que os sentidos do texto vão sendo construídos. Como você pode observar, ao se comunicar, o homem transmite a sua visão de mundo, tanto que o Cascão apresentou a dele. Investigue, pois essa forma de pensar pode não estar explícita, mas sim implícita, tanto que o Cascão deixou claro que o dia dele tomar banho demorará muito e quando essa data, finalmente chegasse, ela já estaria velha e feia. Dessa forma, vimos que na comunicação podemos ver como o homem pensa, visto que suas crenças interiores se manifestam no seu disurso. Então, como podemos observar, a necessidade de comunicação é intrínseca ao ser humano, pois vivemos em permanente interação com a realidade que nos cerca e com as outras pessoas. A essa troca de mensagens ou informações denominamos de COMUNICAÇÃO.


Diante do que dialogamos até aqui, temos uma pergunta para você:

Quais formas usamos para nos comunicar?

Bom, para nos comunicarmos podemos usar várias formas, tais como: sons, cores, formas, gestos, palavras, etc. Então, se essas formas de nos comunicarmos possui uma organização eficiente, devidamente sistematizada, temos uma LINGUAGUEM. CONCLUSÃO: Entendemos por LINGUAGEM o meio de comunicação e de interação entre as pessoas. Elementos básicos da comunicação Como você deve já deve ter percebido, diariamente, participamos de numerosos atos de comunicação. Esses atos podem ser representados pelos componentes do ato de comunicação. Vamos conhecer esses elementos?

Fonte: INFANTE, 2001, p. 16. Como você está vendo, alguns desses elementos podem ser facilmente entendidos; enquanto outros é interessante que vejamos, ao menos brevemente, suas definições: 1. Emissor: é aquele que envia a mensagem. 2. Receptor: é aquele a quem a mensagem se destina ATENÇÃO: Observe que num diálogo o emissor e o receptor alternam constantemente os papéis. 3. Mensagem: trata-se da informação transmitida. 4. Código: é o sistema organizado de sinais utilizado pelo emissor e de conhecimento do receptor. 5. Canal: permite que a mensagem parta do emissor e chegue ao receptor. Pode ser dividido em canal físico e canal psicológico. 5.1 Canal físico - em uma situação de diálogo, a presença do ar que transmite as ondas sonoras da boca do emissor até as orelhas do receptor.


5.2 Canal psicológico: trata-se da atenção que o receptor deve manter para que consiga receber a mensagem. 6. Referente: é o assunto a que a mensagem se refere. Algumas considerações: No tocante ao emissor - naturalmente que ao proceder uma enunciação, o emissor fará toda uma adaptação do seu enunciado considerando o seu destinatário, desde sua faixa etária, o grau de intimidade, de forma a proceder uma adequação no discurso, de acordo com o públicoalvo. Quanto ao código - observe que, se o receptor desconhecê-lo, como poderá haver interação? A interação se manifesta, justamente, através da compreensão do texto, do contexto, logo da mensagem. Quanto ao canal psicológico - muitas vezes é muito comum essa falta de atenção do receptor prejudicar o entendimento, havendo necessidade de chamarmos sua atenção. As formas de linguagem que usamos para nos comunicarmos Caro aluno, como você sabe, a língua é o principal instrumento de comunicação entre as pessoas. Ela é usada por uma sociedade com desenvoltura, prazer, segurança e isso é possível com a prática da leitura e da escrita. Com essas asserções não estamos dizendo que as línguas não mudam, ao contrário, elas sofrem alterações, pois constantemente também a sociedade está mudando. Então, as línguas não são uniformes, tanto que elas refletem as diferenças ente os grupos de falantes e as diversas situações em que a fala e a escrita ocorrem. Após o que estudamos até aqui, podemos dizer que ao conhecermos a língua somos capazes de: - Dintinguirmos as variantes que a língua apresenta; - Somos capazes de identificar as pessoas com as quais falamos; - Somos capazes de adaptar nosso discurso de acordo com o outro; CONCLUSÃO: Para que ocorra a comunicação devemos usar a linguagem adequada, ou seja, de acordo com a situação na qual nos encontramos vamos proceder nossas escolhas linguísticas responsáveis pela produção de sentido no texto.

WEBAULA 2 Unidade 2 – O Processo de Comunicação

A Língua É importante lembrarmos que quando falamos de língua estamos nos referindo à língua falada ou escrita, língua culta ou formal, língua popular ou informal. Vejamos, brevemente, cada uma delas. Língua falada e língua escrita Observe que temos muitas diferenças entre a língua falada e a língua escrita, dentre essas diferenças destacamos:


FALA

ESCRITA

não-planejada

planejada

fragmentária

não-fragmentária

incompleta

completa

pouco elaborada

elaborada

predominância de frases simples

predominância de frase complexas

pouco uso de passivas

emprego frequente de passivas

Língua culta ou formal É justamente essa linguagem que é nossa responsabilidade ensinarmos na escola. Ela é mais usada na forma escrita, requer frases mais elaboradas, atenção na regência e concordância nominal e verbal e é a cobrada em vestibulares, concursos, textos acadêmicos. Logo, se ela é cobrada nada mais justo que a escola possibilite o acesso a ela. Então, é responsabilidade da escola ensinar a norma padrão. Língua popular ou informal Você já deve ter notado que a linguagem popular ou informal nem sempre obedece aos padrões cultos da língua. Podemos exemplificar de uma forma muito fácil, pois se trata da linguagem que utilizamos no nosso dia a dia. Diariamente, falamos de forma informal. Ao estudarmos essa forma, encontramos o predomínio de expressões populares, tais como a gíria, e vemos que não há a preocupação em seguirmos as regras da gramática normativa. Caro aluno, preste atenção na imagem abaixo, pois ela exemplifica o que estamos enunciando.


Fonte: http://santiagoferreira.files.wordpress.com/2008/08/guarda-roupa.jpg A imagem acima é exatamente o que você está vendo: um guarda-roupa. Metaforicamente, queremos dizer que, dependendo do lugar onde você vai, você procederá a escolha da roupa. Não é diferente com a linguagem, nós a adaptamos, dependendo da situação interativa na qual nos encontramos. Bom, como já falamos sobre os elementos da comunicação, sobre as diversas formas que usamos a linguagem, agora versaremos sobre as concepções de linguagem. Preste muita atenção, pois essas concepções devem ser muito claras para o professor em formação da área de Letras, pois de acordo com a concepção adotada haverá reflexo na prática pedagógica do docente. Observe as imagens abaixo:


Fonte: INFANTE, 2001 Como você pode observar, as imagens acima representam as três concepções de linguagem. Vamos falar mais sobre elas? Autores renomados, da nossa área, como Travaglia (1997), Cardoso (1999) e Matêncio (1994), postulam que a concepção de linguagem pode ser sintetizada em três perspectivas distintas, dentro do ensino de Língua Portuguesa: "a linguagem como expressão do pensamento, passando pela visão de língua como instrumento de comunicação, até chegar-se a uma concepção da linguagem como interação" (MATÊNCIO, 1994, p. 70). Então, a primeira concepção de linguagem concebe a língua como representação do mundo e expressão do pensamento e apregoa que as pessoas que não conseguem se expressar, possivelmente, não são capazes de articular o pensamento de forma adequada, logo, não falavam/escreviam bem porque não pensavam logicamente. Seguidores dessa linha presumiram que era necessário criar regras, com o objetivo de "ditar" as normas de como falar "adequadamente", e a escola devia auxiliar nesse processo. Nessa concepção, o fato de as pessoas não serem capazes de ler/escrever pressupõe que também não pensam. Partindo desse pressuposto, então se um analfabeto "não pensa" como explicar termos muitos, ainda hoje, conseguindo sobreviver em nossa sociedade? Com o passar do tempo, notou-se que essa concepção de linguagem não contribuía para que houvesse um entendimento real dos conteúdos, pois os alunos decoravam as regras mesmo sem compreendê-las e depois as esqueciam em um curto espaço de tempo, além disso, o contexto de enunciação e a presença do outro eram desconsiderados.


A segunda concepção de linguagem, de acordo com Travaglia (1997), considera a linguagem como um instrumento de comunicação: "Para essa concepção o falante tem em mente uma mensagem a transmitir a um ouvinte, ou seja, informações que quer que cheguem ao outro. Para isso ele a coloca em código (codificação) e a remete para o outro através de um canal (ondas sonoras ou luminosas). O outro recebe os sinais codificados e os transforma de novo em mensagem (informações). É a decodificação. " (Travaglia, 1997, p. 22) Caro aluno, como você sabe, apesar de a língua ser um instrumento de comunicação, não podemos reduzi-la a somente isso, pois vai muito além, conforme veremos na terceira concepção, que por nós está sendo adotada. A terceira concepção de linguagem vê a língua como interação e é a concepção interacionista de linguagem que defendemos, justamente por crermos que ela auxiliará o professor na sua prática pedagógica. Segundo Suassuna (1995, p. 129), o prefixo "inter" supõe social, histórico, dialógico, já "ação" induz a uma postura inquieta diante do mundo.

Você deve estar se perguntando:

O que muda ao adotarmos a concepção interacionista?

Ora, muda simplesmente TUDO! Se você adotar a concepção interacionista, estará considerando o contexto histórico e social no qual estamos inseridos, notará que ele influencia, inclusive, nos discursos que enunciamos. Dito de outra forma, você estará admitindo que o sujeito é o enunciador do seu discurso, porém este é influenciado pelo outro. Sabe por que dizemos isso? Justamente porque a concepção interacionista de linguagem se preocupa com o uso da língua considerando a circunstância e a finalidade. Então a linguagem não é mais mera expressão do pensamento, tampouco apenas um código, mas sim interação, na qual o outro exerce um papel fundamental, isso quer dizer que à proporção que vamos aprendendo a língua estamos interagindo e participando das mais diversas situações comunicativas. Gostou? Diante do exposto, podemos concluir, nesta unidade, que a linguagem não se limita a um amontoado de frases soltas ou palavras desconexas, de acordo com Suassuna (1995, p.118), ela deve ser entendida na sua relação dialética com o saber: ela é saber, é produzida com/pelo saber, produz o saber e me faz recriar o saber, e assim por diante, numa cadeia ininterrupta. E para conhecermos mais sobre essa "cadeia ininterrupta", a seguir, na unidade 2, abordaremos a questão do texto. Agora é sua vez! Para finalizar essa unidade proceda a leitura da entrevista do Prof. Luiz Carlos Travaglia e poste no fórum a sua opinião sobre o que mais chamou a sua atenção. Acesse a entrevista! http://www.letramagna.com/travagliaentre.htm


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense, 1981. BEAUGRANDE, Robert de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication and freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, 1997. Cap. 1, p.23. CARDOSO, S. H. B. Discurso e ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo : T.A. Queiroz, 1984. p.4. FERNANDES, Millôr. Millôr Fernandes: literatura comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980. FERNANDES,

Millôr.

Lições

de

Um

Ignorante.

José

Álvaro

Editor

-

Rio

de

Janeiro,

1967,

pág.3.

Fonte:

http://www.releituras.com/millor_chapeuzinho.asp GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Curso prático de leitura e redação. Editora Scipione. São Paulo. 1991, p. 28. _________. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2001. KOCH, I.V. & TRAVAGLIA L. C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1995. p.45. KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989. p. 11. MARCUSCHI, L.A. "Lingüística de texto: retrospectiva e prospectiva." Palestra proferida na FALE/UFMG. 28 out. 1998. MATÊNCIO, M. L. M. Leitura, produção de textos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1994. MELO, Luiz Roberto Dias; PAGNAN, Celso Leopoldo. Prática de texto: leitura e redação. 3. ed. São Paulo: W3, 2001. SUASSUNA, L. Ensino de língua portuguesa - uma abordagem pragmática. Campinas: Papirus, 1995. TRAVAGLIA, Luiz Carlos.Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1997.p.67.

WEBAULA 3 Unidade 2 – O Texto1

Caro aluno, observe, com atenção, a imagem abaixo, pois ela representa um texto.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teia Você deve estar se perguntando o motivo de termos seleciono a imagem acima para representar um texto. Bom, inicialmente, para dialogarmos sobre texto, é interessante ressaltarmos que o texto é um todo de sentido, para a construção desse sentido é necessário uma teia de elementos que asseguram o seu significado. Daí, a justificativa para a imagem selecionada. E quanto à definição do que vem a ser texto? Qual será a origem dessa palavra? Observe que nossa primeira definição de texto fala sobre a origem da palavra. Vejamos: A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. (...) O texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado. Daí poder falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade". INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Curso prático de leitura e redação. Editora Scipione. São Paulo. 1991, p. 28. Ocorre, ainda, que temos outras definições muito interessantes que objetivam esclarecer o que vem a ser um texto. Vamos conhecê-las? "...em um sistema semiótico bem organizado, um signo já é um texto virtual, e, num processo de comunicação, um texto nada mais é que a expansão

da

virtualidade

de

um

sistema

de

signo."

ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo : T.A. Queiroz, 1984. p.4. É a coerência que faz com que uma seqüência lingüística qualquer seja vista como um texto, porque é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticas) entre os elementos da seqüência (morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significativa global. Portanto é a coerência que dá textura e textualidade à seqüência lingüística, entendendo-se por textura ou textualidade aquilo que converte uma seqüência lingüística em texto. Assim sendo, podemos dizer que a coerência dá início à textualidade." KOCH, I.V. & TRAVAGLIA L. C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1995. p.45. Um texto não é simplesmente uma seqüência de frases isoladas, mas uma unidade lingüística com propriedades estruturais específicas". (KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989. p. 11.


"O texto é um evento comunicativo em que convergem as ações linguísticas, cognitivas e sociais, e não apenas a sequência de palavras que são

faladas

ou

escritas".

BEAUGRANDE, Robert de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication and freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, 1997. Cap. 1. "Texto não é apenas uma unidade lingüística ou uma unidade contida em si mesma, mas um evento (algo que acontece quando é processado); não é um artefato lingüístico pronto que se mede com os critérios da textualidade; é constituído quando está sendo processado; não possui regras

de

boa

formação;

é

a

convergência

de

3

ações:

lingüísticas,

cognitivas

e

sociais."

MARCUSCHI, L.A. "Lingüística de texto: retrospectiva e prospectiva." Palestra proferida na FALE/UFMG. 28 out. 1998. "O texto será entendido como uma unidade lingüística concreta (pesceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão." TRAVAGLIA, Luiz Carlos.Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1997.p.67. E aí, caro aluno, precisa mais? Acreditamos que não. Então, agora é sua vez! Diante dessas concepções, elabore a sua própria concepção de texto e a compartilhe acessando o fórum. Você já percebeu que temos uma concepção de texto no sentido amplo, sendo o texto uma produção das mais diversificadas formas de linguagem. Em outras palavras, temos o texto como qualquer manifestação da capacidade de produção de texto do homem, seja relacionada à música, ao teatro, à pintura, à arquitetura, ao filme, a um poema, dentre outros. Nessa concepção ampla o ser humano é capaz de produzir sentidos, ser lido, compreendido pelo outro. Para tanto, faz uso da linguagem verbal e da não-verbal. Na outra concepção, mais restrita, temos somente como texto a linguagem verbal. Para esclarecer essa concepção, retomamos as palavras de Geraldi (1997, p. 101) "um texto é uma seqüência verbal escrita coerente formando um todo acabado, definitivo e publicado".

[1] Eliza Adriana Sheuer Nantes SINTETIZANDO: Diante das explanações acima, podemos afirmar que o

Texto é uma produção verbal (oral ou escrita) dotada de unidade temática - desenvolvimento de um assunto ou tema, com o uso de uma espécie de "fio condutor" - coerência argumentativa - ligação entre as idéias presentes no texto - e coesão interna - ligação entre as palavras. O texto é construído por quem o produz - o seu autor/falante - e por quem o recebe - o seu leitor/ouvinte; por isso, é construído de forma solidária, daí o sentido de interação.

O texto possui suas Propriedades


Então, como você já deve estar notando, um texto não se limita a um amontoado de frases aleatórias, ao contrário, elas se encontram relacionadas entre si. A COESÃO E A COERÊNCIA Você já parou para refletir sobre a função da coesão e da coerência em um texto? A função da coerência é, justamente, manter a lógica do texto e a coesão é responsável pela ligação entre as palavras do texto, é uma conexão que ocorre através de elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes. Observe as frases abaixo: 1. Ana é uma pessoa muito estudiosa, quanto prestar o concurso possivelmente não será aprovada. 2. João vestiu a camisa de torcedor do Brasil, levou a bandeira, torceu durante todo o jogo, quando seu time perdeu voltou feliz para casa. 3. Claudia correu muito, porém estava cansada. Na frase 1 e 2 o que torna o sentido da frase incoerente? Naturalmente que a opção escolha de "não" e "feliz", pois vai ao contrário do que está sendo afirmado anteriormente. Na frase 3 o que torna "truncado" o sentido do texto é a escolha do conectivo, elemento de ligação "porém", visto não ser o correto. Vale lembrar que a gramática normativa classifica "porém" como conjunção coordenada sindética adversativa, estamos denominando de "conectivo" devido à função que exerce na frase, uma ligação de um termo ao outro. Se fosse usado o "por isso" a coesão estaria adequada. OS ESPAÇOS DE NÃO- SENTIDO E quanto aos espaços de não-sentido? Você sabia que eles estão presentes no texto? Veja a tirinha abaixo:


Fonte: http://www.turmadamonica.com.br/comics/tirinhas/tira9.htm Observe que o os dois espaços de não-sentido: na linguagem verbal escrita, é o branco que aparece antes de começar o texto e o branco que ocorre depois do fim do texto; ou seja, antes de iniciar o quadrinho havia um contexto, há o corte e temos o que o autor do quadrinho nos apresenta, mas, depois, há uma seqüência, porém ela não é apresentada ao leitor. O SUJEITO, O TEMPO E O ESPAÇO Nunca se esqueça, caro professor/aluno em formação, que todo texto está inserido dentro de um contexto, que se encontra inserido dentro de um momento sócio-histórico-cultural. Podemos representar por essa imagem:

Com essa imagem queremos ressaltar que o texto possui um caráter histórico-social, e por isso ao procedermos a leitura notaremos que nele estão explícitas e implícitas ideias de certa época e de determinado lugar da humanidade. Denominamos essa característica do texto, segunto Melo e Pagnan (2001) como dialogicidade. Então, a dialogicidade existente no texto permite que vejamos a visão de mundo que o autor possui e coloca em seu texto. Essa visão de mundo pertence a uma ideologia, que são signos e valores de nossa vida social - as idéias veiculadas pela sociedade e inseridas no texto. Além disso, por ser produto de tempo e espaço, aparecem no texto, também, como marcas de diálogo com outros textos, o que denominamos de intertextualidade.

WEBAULA 4


Unidade 2 – O Texto

A intertextualidade Nos textos encontramos relações que ele constrói com outros textos. A isso denominados de intertextualidade. Então, o que é uma intertextualidade? A intertextualidade são os diálogos com outros textos. No nosso cotidiano usamos, com desenvoltura, textos orais e escrito e estes fazem fazem uma ponte com outros textos, mesmo que não tenhamos consciência disso. Com isso queremos dizer que, segundo Bakhtin (1981), todo texto é um intertexto, então não há uma só voz por trás de um discurso, há várias vozes. E como denominamos, na nossa área, a presença dessas várias vozes, ou seja, dessa pluralidade de vozes num discurso? Denominamos de POLIFONIA. No tocante à intertextualidade, ela pode aparecer de forma implícita ou explítica. Denominamos de intertextualidade implícita quando não colocamos o autor original em nosso texto; já na explícita, há a referência ao texto e seu autor. Vejamos alguns exemplos de intertextualidade.

Fonte: http://ftp.lemon.com.br/images/collection/softimages/inpro.jpg Você reconheceu essa imagem? Naturalmente que sim, pois bem, trata-se de um exemplo de intertextualidade com a qual lidamos diariamente: os sites da internet. Basta que demos um click em cima de link para que "naveguemos" para outros lugares que nos remetem a outras informações, a outros textos. Se você prestar atenção, verá que são muitos textos que se entrecruzam e muitos autores manifestando seus pontos de vista por meio das diversas vozes sociais. Essas vozes podem aparecer como: O próprio autor, às vezes usa um discurso explícito, mas também há muitos fatos nas entrelinhas, outros assuntos implícitos, cabendo ao leitor, com seu conhecimento de mundo e sua perspicácia, entender o sentido real.

Ditos populares

Provérbios

Frases feitas

Imagens da mídia

Política - são exemplos os discursos produzidos por enunciadores com seu sentido literal alterado a fim de produzir um 'novo' efeito no leitor.


Vejamos alguns exemplos:

Texto 1

Façamos, juntos, uma leitura da imagem acima. Como você pode observar, o Greenpeace, visando sensibilizar o leitor, usa a frase

"Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?". Note que alguns recursos foram utilizados, com o intuito de persuadir o outro (nós, leitores), tais como o uso do discurso direto, havendo a interpelação direta ao leitor, com o uso da interrogação. Ao vermos o quadrinho nossa memória nos remete a outra história infantil, a imagem é mundialmente conhecida "Chapeuzinho Vermelho", que também é de nosso conhecimento partilhado. Vejamos agora o mesmo texto apresentado de outra forma.

Texto 2

Chapeuzinho

Vermelho

Millôr

Fernandes

Era uma vez (admitindo-se aqui o tempo como uma realidade palpável, estranho, portanto, à fantasia da história) uma menina, linda e um pouco tola, que se chamava Chapeuzinho Vermelho. (Esses nomes que se usam em substituição do nome próprio chamam-se alcunha ou vulgo). Chapeuzinho Vermelho costumava passear no bosque, colhendo Sinantias, monstruosidade botânica que consiste na soldadura anômala de duas flores vizinhas pelos invólucros ou pelos pecíolos, Mucambés ou Muçambas, planta medicinal da família das Caparidáceas, e brincando aqui e ali com uma Jurueba, da família dos Psitacídeos, que vivem em regiões justafluviais, ou seja, à margem dos rios. Chapeuzinho Vermelho andava, pois, na Floresta, quando lhe aparece um lobo, animal selvagem carnívoro do gênero cão e... (Um parêntesis para os nossos pequenos leitores - o lobo era, presumivelmente, uma figura inexistente criada pelo cérebro superexcitado de Chapeuzinho Vermelho. Tendo que andar na floresta sozinha, - natural seria que, volta e meia, sentindo-se indefesa, tivesse alucinações semelhantes.).

Chapeuzinho Vermelho foi detida pelo lobo que lhe disse: (Outro parêntesis; os animais jamais falaram. Fica explicado aqui que isso é um recurso de fantasia do autor e que o Lobo encarna os sentimentos cruéis do Homem. Esse princípio animista é ascentralíssimo e está em todo o folclore universal.) Disse o Lobo: "Onde vais, linda menina?" Respondeu Chapeuzinho Vermelho: "Vou levar estes doces à minha avozinha que está doente. Atravessarei dunas, montes, cabos, istmos e outros acidentes geográficos e deverei chegar lá às treze e trinta e cinco, ou seja, a uma hora e trinta e cinco minutos da tarde".

Ouvindo isso o Lobo saiu correndo, estimulado por desejos reprimidos (Freud: "Psychopathology Of Everiday Life", The Modern Library Inc. N.Y.). Chegando na casa da avozinha ele engoliu-a de uma vez - o que, segundo o conceito materialista de Marx indica uma intenção crítica do autor, estando oculta aí a idéia do capitalismo devorando o proletariado - e ficou esperando, deitado na cama, fantasiado

com

a

roupa

da

avó.

Passaram-se quinze minutos (diagrama explicando o funcionamento do relógio e seu processo evolutivo através da História). Chapeuzinho Vermelho chegou e não percebeu que o lobo não era sua avó, porque sofria de astigmatismo convergente, que é uma perturbação visual oriunda da curvatura da córnea. Nem percebeu que a voz não era a da avó, porque sofria de Otite, inflamação do


ouvido, nem reconheceu nas suas palavras, palavras cheias de má-fé masculina, porque afinal, eis o que ela era mesmo: esquizofrênica, débil mental e paranóica pequenas doenças que dão no cérebro, parte-súpero-anterior do encéfalo. (A tentativa muito comum da mulher ignorar a transformação do Homem é profusamente estudada por Kinsey em "Sexual Behavior in the Human Female". W. B. Saunders Company, Publishers.) Mas, para salvação de Chapeuzinho Vermelho, apareceram os lenhadores, mataram cuidadosamente o Lobo, depois de verificar a localização da avó através da Roentgenfotografia. E Chapeuzinho Vermelho viveu tranqüila 57 anos, que é a média da vida humana segundo Maltus, Thomas Robert, economista inglês nascido em 1766, em Rookew, pequena

propriedade

de

seu

pai,

que

foi

grande

amigo

de

Rousseau.

Extraído do livro "Lições de Um Ignorante", José Álvaro Editor - Rio de Janeiro, 1967, pág.31

• •

AGORA Acesse

Fonte: http://www.releituras.com/millor_chapeuzinho.asp

É o

endereço

abaixo

SUA e

veja

outra

VEZ! versão

dessa

história.

.

Você observou que narração interessante? Notou a forma que o narrador dialoga com o leitor? Observe no final do primeiro quadro o corte "E foi assim...." e inicia o outro quadro "Ou quase" , retomando o diálogo com o leitor. É justamente dessa trama que estamos falando, da teia discursiva que envolve o texto. E quanto a questão da intertextualidade? Ela se manifesta, justamente, nesse diálogo que o autor faz de um texto com o outro, é a dialogicidade que nos fala Bakthin.

Você sabia que na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade se faz presente? Com isso queremos dizer que a intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:

• •

Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.

• •

Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919.


• •

Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.

Mona Lisa, propaganda publicitária.

• •

Vocês viram que interessante? Como já enfatizamos, todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos são exemplos de intertextualização. A intertextualidade é, então, esse diálogo que se estabelece entre os textos e nós, na qualidade de professores em formação podemos apontar esse caminho para o aluno. Então, é só colocar em prática!

Síntese

Nessa web aula iniciamos discutindo o processo de comunicação, estudamos os elementos desse processo e, sobretudo, a importância da interação para que o outro possa compreender nossas enunciações. Dialogamos, ainda, sobre as concepções de linguagem, pois somos professores em constante formação e é necessário que tenhamos clareza sobre a importância da concepção interacionista para que nossa prática pedagógica contemple a teoria abordada.

Ao versarmos sobre texto, ressaltamos a relevância do mesmo ser lido considerando alguns fatores, como o contexto no qual ele está inserido, o momento sócio-histórico-cultural que o mesmo foi produzido, pois esses elementos influenciam na produção de sentidos do texto

Outro enfoque dado diz respeito às relações intertextuais, ou seja, o diálogo que o texto faz com outros textos, bem como admitimos a presença da polifonia, isto é, em nossas enunciações estão presentes outras vozes o que comprova que o discurso não é neutro, tampouco somos seus autores, no sentido literal, pois em nosso discurso ressoam outras vozes, ditas em outro tempo e espaço, lembrando que apesar de não ser uma enunciação inédita, pois alguém já enunciou antes, por um lado é única, pois nunca um enunciado será dito no mesmo momento, no mesmo tempo e no mesmo espaço, mesmo quando enunciado pela mesma pessoa o contexto será outro, e isso deve ser observado.

Assista o video para responder as questões da avaliação.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense, 1981.

BEAUGRANDE, Robert de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication and freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, 1997. Cap. 1, p.23.

CARDOSO, S. H. B. Discurso e ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo : T.A. Queiroz, 1984. p.4.

FERNANDES, Millôr. Millôr Fernandes: literatura comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980.

FERNANDES,

Millôr.

Lições

de

Um

Ignorante.

José

Álvaro

Editor

-

Rio

de

Janeiro,

1967,

pág.3.

Fonte:

http://www.releituras.com/millor_chapeuzinho.asp

GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Curso prático de leitura e redação. Editora Scipione. São Paulo. 1991, p. 28.

_________. Curso de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2001.

KOCH, I.V. & TRAVAGLIA L. C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1995. p.45.

KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989. p. 11.

MARCUSCHI, L.A. "Lingüística de texto: retrospectiva e prospectiva." Palestra proferida na FALE/UFMG. 28 out. 1998.

MATÊNCIO, M. L. M. Leitura, produção de textos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1994.

MELO, Luiz Roberto Dias; PAGNAN, Celso Leopoldo. Prática de texto: leitura e redação. 3. ed. São Paulo: W3, 2001.

SUASSUNA, L. Ensino de língua portuguesa - uma abordagem pragmática. Campinas: Papirus, 1995.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos.Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1997.p.67.


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