FILOSOFIA – 11º ano Bom e mau uso da retórica
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MANIPULAÇÃO
Manipulação
• Mau uso da retórica • Fala-se de mau uso da retórica, ou de retórica negra, quando a argumentação degenera uma forma de ludibriar o auditório, em função dos interesses do orador. A este respeito fala-se de abuso da retórica ou manipulação.
Manipulação • Quando na argumentação predominam, por exemplo, os elementos afetivos, as pessoas são movidas por impulsos irracionais
Manipulação ou mau uso da retórica
Mau uso da retórica • Manipulação Uso indevido da argumentação com o intuito de levar os interlocutores a aderirem acriticamente e involuntariamente às propostas do orador
Ponto de vista filosófico • A manipulação corresponde ao uso abusivo da retórica
• Orador
Previamente munido de ideias que não apresentam discussão
Orador • Concentra os seus esforços no desenvolvimento de técnicas adequadas à imposição Faz do seu ponto de vista autênticos dogmas Assume o papel de vencedor, atribuindo aos interlocutores o papel de vencidos Não existe uma relação entre iguais, mas uma relação de domínio por parte do orador À partida propõe-se enganar intencional e voluntariamente o auditório
Engano, Erro e Mentira Afirmaçþes falsas (algo de comum)
• Errar Não é mentir aquele que erra faz uma afirmação falsa mas está convencido que é verdadeiro
Pode errar por:
Desconhecimento Incapacidade Mas nunca por má fé
• Mentir Ter consciência de que aquilo que afirma não corresponde ao que na realidade se passa A mentira é sempre forjada no interior de um sujeito mal intencionado
• Estamos perante uma pessoa mentirosa quando nela se verificam as seguintes condições: Conhecer a verdade e saber que o que está a dizer é falso Ter a intenção de enganar alguém e querer dar a imagem de que é uma pessoa credível
• Engano
Pressupõe a mentira, mas nem toda a mentira engana, dizendo-se mesmo de determinadas pessoas apanhadas a mentir “ aquele já não engana ninguém”
• Não bastam as intenções do mentiroso para que ocorra o engano, este pressupõe: Que o interlocutor acredite no que lhe foi dito que se deixe enganar
• Só se fala de engano quando: A mentira produz no ouvinte as consequências desejadas Ludibriar Manipular
Conseguir adesão relativamente a uma coisa que é falsa
• A propósito de erro, não se pode falar de manipulação • A mentira é uma tentativa de manipulação
• Se ocorre a manipulação fala-se de engano
• Engano
manipulação intencional
Ocorre em muitas situações da vida quotidiana Mas, ocupa um lugar privilegiado nas área das técnicas demagógicas e agressivas de venda e de propaganda eleitoral.
Discurso publicitรกrio โ ข O discurso publicitรกrio visa influenciar as pessoas induzindo ao consumo de produtos caรงa ao dinheiro dos consumidores
Discurso político • O discurso político induz as pessoas ao consumo de ideologias caça ao voto dos eleitores
A sedução • Mau uso da retórica Influenciar as pessoas com argumentos não racionais Fenómeno psicológico inerente à adesão dos discursos publicitário e político
• Marketing e publicidade Peritos a construir discursos que nos envolvem e embalam Exercem uma influência sobre nós a que é praticamente impossível resistir
Discurso Publicitário • Linguagem de sedução • Formula uma promessa endereçada ao encantamento e ao prazer dos espetadores
“A publicidade é talvez uma das linguagens de
sedução mais ativas e eficazes dos nossos dias. Rendemo-nos a ela mais vezes do que provavelmente suspeitamos. Ela seduz os nossos sentidos e a nossa mente “ acariciando” com as suas mensagens os nossos mais secretos desejos: no ecrã da televisão, nas páginas das revistas, nos cartazes de rua que revemos a toda a hora, somos nós e os nossos devaneios que vemos espelhados.” A. Guedes Pinto
• A sedução
desvio da decisão da esfera crítica da razão, para as áreas acríticas da afetividade
• O resultado final Ê o consumidor comportarse de acordo com os peritos
RazĂŁo ĂŠ posta de lado e age-se apenas movido pelo desejo
• Os anúncios não possuem capacidades hipnóticas Técnicas eficazes no estabelecimento de uma relação imaginária e mágica, entre o consumidor e o produto anunciado
• A aquisição de um produto faz-se não apenas por ele satisfazer necessidades básicas, mas especialmente porque ele é apresentado como uma mais valia que vai de encontro aos desejos e valores de cada uma das pessoas. Valor simbólico das coisas
Marcas é a marca que se pretende adquirir independentemente do produto Prazer provocado pela visão do anúncio
Carácter subliminar da mensagem • Mensagem subliminar Informações propagada por estímulos não percecionados pelo consciente, mas que o inconsciente capta e armazena.
Algumas situações em que ocorre 1. O emissor mascarar ou camuflar intencionalmente a mensagem. 2. O recetor encontra-se em estado de grande tensão emocional. 3. O recetor encontra-se em estado de saturação de informações. 4. A mensagem não se dirige diretamente à pessoa, sendo captada inadvertida e inconscientemente
A estrutura da mensagem O SLOGAN
Discurso publicitรกrio endereรงado ao pathos e ao logos abusa
usa
• Slogan Expressão ou frase curta muitas vezes com rima ou com ritmo. Soa bem, perceciona-se bem, facilmente memorizável. Imprime-se facilmente no sujeito, ganha força de prova sem qualquer argumentação.
O discurso Político • A política Desencadeia um conjunto de situações que conduzem ao enraizamento da retórica de vida, na medida em que se refletem as expectativas gerais em relação a um mundo que se deseja melhor para todos.
Pessoas que detêm o poder e que lutam para o conservar • Vida Política
Pessoas que não têm o poder, mas lutam para o conquistar
• PolĂticos Apresentam-se como Ăşnicos agentes aptos a organizar formas sociais, de modo a que os anseios de todos se possam concretizar
Arte de bem persuadir para bem mobilizar
Lançar mão da retórica, conferindo-lhe por vezes, um uso estratégico que a desqualifica
Isto acontece quando os oradores ou políticos:
1.
Não olham a meios para fazer acreditar na sua mensagem
2.
Ridicularizam e discordam infundadamente de opiniões que receiam ser tanto ou mais credíveis que as suas
1.
Insistem na otimização dos seus pontos de vista, silenciando a todo o custo propostas válidas dos seus adversários ou interlocutores
A desqualificação é ainda reforçada quando o auditório ou eleitores • Avaliam a qualidade das propostas apenas em função da cor partidária daqueles que a subscrevem • Manifestam ignorância e impreparação técnica quanto à participação em debates públicos
• Se deixam aprisionar pela comodidade fácil de atitudes, de passividade e de laxismo
Contrariam as regras do discurso argumentativo
• Autênticos atentados à ética, cujas responsabilidades não podem der imputadas à retórica enquanto técnica persuasiva, mas às qualidades humanas daqueles que a usam em favor dos seus interesses.
• O confronto de opiniões faz parte integrante do processo argumentativo, mas os sujeitos que participam na discussão podem assumir duas (posições) atitudes Mau uso da retórica disputa Bom uso da retórica
controvérsia
• Disputa O objetivo é vencer, derrotando o adversário. Para isso recorre-se a vários estratagemas, nomeadamente ao uso de falácias, que convençam o auditório do aniquilamento das opiniões e dos argumentos do adversário.
• Controvérsia O objectivo não é vencer, mas convencer. O convencimento do auditório advém do uso legítimo de argumentos racionais. A controvérsia respeita, em tudo, os ditames éticos que presidem à retórica branca.
• Deste modo, a retórica sai-se mal quando confundem intencionalmente controvérsia ou debate com disputa polémica.
O papel dos media no discurso político • Formação da opinião pública e da consciência política dos cidadãos • Media veículo mais eficaz no transporte das mensagens emanadas dos políticos até ao grande público
Manipulação • Uso ilegítimo da retórica por parte do manipulador Intenção prévia de enganar alguém acerca de alguma coisa
• Não existe apenas o manipulador, mas também o manipulado
Responsabilidade de se ter deixado iludir, seduzir ou enganar
Argumentação • Relação simétrica entre os participantes Auditório Papel ativo e não passivo
• Qualquer membro do auditório deve: Suspeitar do que lhe é dito Pedir esclarecimentos Refutar os argumentos • Só dando a sua concordância quando livre e racionalmente, estiver convencido que os argumentos lha merecem.