Estação Biblioteca Água Branca | TFG FAU USP | Anna Pancini

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ESTAÇÃO BIBLIOTECA ÁGUA BRANCA


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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

ESTAÇÃO BIBLIOTECA ÁGUA BRANCA ORIENTADOR ANTONIO CARLOS BAROSSI ANNA PANCINI FAUUSP 2016 3


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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, que sobretudo me ensinou que o que realmente importa é a paixão que sentimos pela nossa profissão. Aos meus amigos Marcel, Karina, Heron, Mariana e Rodrigo. Às minhas amigas Lilo, Patty, Meire e Nath. Ao Gabriel, cuja ajuda foi essencial para o desenvolvimento desse trabalho. À minha família, que sempre me apoia e me incentiva, em especial aos meus irmãos Lucas e Laura. À minha mãe, minha fonte de força e inspiração.

Muito obrigada!

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SUMÁRIO

Introdução 11 Motivações 13 Percurso 14 Água Branca 16 Estação Água Branca 25 Programa 31 Considerações sobre o Programa Programa Mínimo de Necessidades

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Lugar 41 Aproximação Situação Atual Operação Urbana Consorciada Água Branca Projeto FUPAM PITU 2020 Implantação

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Projeto da Estação Biblioteca Água Branca 61 Cortes Elevações Plantas

62 66 70

Referências 82 Bibliografia 83

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INTRODUÇÃO

A história das bibliotecas sugere que a importância social da biblioteca sempre esteve intimamente ligada ao valor conceitual do livro: a biblioteca é uma fortaleza e os bibliotecários são os guardiões que protegem seus tesouros. O surgimento de novas mídias e sua adoção unânime parecem ameaças à biblioteca tradicional. A tecnologia e sua acessibilidade parecem representar a perda de ordem, tradição e elitismo da instituição da biblioteca, sentimentos que são resquícios de seu passado de órgão mantenedor monástico e privado. Em resposta, a linguagem da biblioteca se torna moralista e defensiva, sua retórica proclama um senso de superioridade em missão, responsabilidade social, valor, como que em defesa de valores que há muito tempo se tornaram obsoletos. Essa obstinação em reavaliar seus valores e sua importância social causa um senso comum de que as bibliotecas continuarão oferecendo ao público o mesmo que oferecem desde que se estabeleceram as bibliotecas públicas. Essa concepção de biblioteca causa um esvaziamento e desinteresse pelo equipamento. E não é pra menos: se pensarmos que na biblioteca se encontram apenas estantes cheias de livros e algumas mesas, nas quais são apenas permitidas as atividades individuais e em silêncio, não nos sentimos convidados a entrar, muito menos a marcar um encontro ou promover um debate. Esse ponto se torna ainda mais forte quando nos lembramos que hoje não precisamos mais do que alguns cliques para obter informações, tornando desnecessário o deslocamento até a biblioteca mais próxima (considerando-se que nela haja a informação atualizada referente à questão). Então, com isso em mente, muitos se perguntam: a biblioteca tem futuro? A ambição de muitos que ainda não se desapegaram da biblioteca e que querem que ela exista num futuro próximo e também num futuro distante, é revisar os valores e as diretrizes das bibliotecas públicas, de modo a torná-las convidativas e vivas! O intuito é redefinir a biblioteca como uma instituição não mais exclusivamente dedicada ao livro, mas sim torná-la em um armazém de informação onde todas as formas potentes de comunicação - novas e velhas - são disponibilizadas igualitariamente e ao alcance de todos. Na era da informática e da tecnologia, é a simultaneidade de todas as mídias e, mais importante, a curadoria de seus conteúdos que farão as bibliotecas vitais.

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MOTIVAÇÕES

O meu interesse pelo programa de necessidades mínimo de equipamentos públicos surgiu quando dei início a atividades junto ao GEP (Grupo de Equipamentos Públicos da FAUUSP), orientada pelo Prof. Alexandre Delijaicov. Por meio de um projeto do GEP, articulado à Universidade de Siegen, na Alemanha, realizei uma pesquisa de dois anos de duração. O foco da pesquisa eram os espaços de transição nos edifícios de equipamentos públicos alemães. Minha pesquisa envolveu principalmente o estudo in loco de bibliotecas públicas e o método utilizado era a aprendizagem através do redesenho. O estudo do programa de necessidades surgiu como uma conseqüência das muitas bibliotecas visitadas, já que cada objeto de estudo me mostrava qualidades e carências diferentes. Como não era o foco principal da pesquisa, não consegui por fim reunir todas as minhas percepções em diretrizes ou em um programa mais detalhado. Ficou, então, a vontade de terminar um trabalho iniciado. Creio que o estudo do programa de necessidades de uma biblioteca pública atualmente é tão aventuroso quanto é complicado, já que as bibliotecas contemporâneas são bibliotecas de transição, frutos da revolução eletro-eletronica que transformou e transforma todos as esferas da vida do ser humano. Os avanços tecnológicos tem um impacto direto no programa das bibliotecas, já que a pesquisa faz-se hoje em sua maior parte por meio de computadores, tablets e smart phones. Isso gera uma necessidade de reavaliação do metaprojeto da biblioteca pública, que precisa manter as tradições, mas concomitante a isso, precisa se manter atualizada para que seja realmente de usufruto público. O projeto de biblioteca pública deve ter diretrizes claras para que não se torne obsoleto, inviável ou desinteressante para a população. As diretrizes de projeto devem viabilizar as funções essenciais da biblioteca, que são acesso à cultura, educação, lazer e informação. A biblioteca contemporânea não é um depósito de livros, mas sim uma articulação de espaços que inspiram diversas formas de encontro, convívio, conversa, troca de informações, estudo, aprendizado e ensino. É imperativo que a biblioteca viabilize uma articulação qualificada entre leitor e livro, mas a biblioteca pública deve principalmente ser aberta e parte integrante do tecido sócio-cultural de seu entorno.

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PERCURSO

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O processo de escolha do terreno para o projeto da Estação Biblioteca Água Branca foi planejado para durar dois meses, mas na verdade acompanhou todo o meu percurso do TFG1 e parte do TFG2. Com o aprofundamento de saberes do objeto de estudo e da própria Operação Urbana Consorciada, ocorreu naturalmente uma alternância de decisões sobre qual terreno da Água Branca possuía mais argumentos favoráveis para a intervenção projetada. Mas, como ponto de partida, é importante esclarecer: Água Branca por quê? A princípio, me pareceu natural atuar na cidade de São Paulo. Os grandes desafios da cidade me assustam, mas também me instigam a tentar resolvê-los. Acredito que não haja nenhum bairro ou região de São Paulo que esteja saturado de equipamentos públicos, portanto de início não me preocupei com contra argumentações, independentemente da minha escolha. Como ponto de partida, passeei e vasculhei mapas digitais disponibilizados no site da prefeitura de São Paulo que oferecessem informações sobre equipamentos públicos na cidade. Caí, pois, em uma página destinada aos CEUs e os equipamentos que formam suas redes. Abri CEU por CEU e analisei (de modo grosseiro) quantos pontos coloridos formavam a estrutura de cada um. Pois, ao chegar no CEU Água Branca, vi que a previsão de rede de equipamentos públicos era mais escassa do que as outras. A grosso modo, percebi uma escassez de “pontos coloridos”, o que fez eu me aproximar da região.


atordoanInicialmente, fiz estudos de projeto para os terrenos pré-determinados pela OUCAB como áreas para implantação de equipamentos públicos. Os estudos de projeto foram feitos concomitantemente com aprofundamento da pesquisa do lugar. A análise da Operação Urbana eventualmente me levou à aproximação da Av. Santa Marina, na qual percebi que ela apresenta diversos argumentos favoráveis para o projeto de biblioteca pública. Primeiramente, ela é um eixo de fluxo de estudantes que precisam chegar na estação Água Branca, ou atravessar o trilho para chegar nas escolas públicas que ficam do outro lado do obstáculo. Em segundo lugar, a avenida possui um forte elo com a memória do bairro, por causa da fábrica de vidro Santa Marina, que é uma das diretrizes de programa da biblioteca pública. Ademais, a avenida possui diversos patrimônios históricos e realiza uma importante conexão do Rio Tietê à estação Água Branca.

do túnel do metrô, além dos terrenos utilizados. O projeto apresentado foi feito a partir de uma licitação pública, o que significa que os terrenos para o qual foi projetado serão desapropriados. Até esse momento, possuía três fontes diferentes com mapas base distintos: a situação atual, a situação proposta pela Água Branca e a situação proposta pela Secretaria Municipal de Transporte. Em pesquisa sobre a situação proposta no PITU 2020, encontrei um projeto da FUPAM, órgão atrelado à Universidade de São Paulo, de enterramento dos trilhos do trecho Brás-Lapa, que libera o nível da rua, hoje ocupado pelos trilhos. O enterramento possibilita a criação de um parque linear que se estende por todo o percurso das linhas de trem. Os projetos que levantei da OUCAB, STM e FUPAM, apesar de tratarem da mesma área, são compatíveis. Portanto, uni todas as propostas existentes em uma só, que utilizei como base para desenvolvimento do projeto.

A estação Água Branca em si é um foco importante que surgiu nessa etapa de escolha de terreno. Hoje, a estação recebe a linha 7 de trem, mas está prevista pela Secretaria Municipal de Transporte para se tornar um hub de transporte público de grande importância, envolvendo metrô, trens municipais e trens de alta velocidade intermunicipais. Os planos para a estação não condizem com a estrutura física atual da mesma, o que gera uma imediata necessidade de revisão de seu projeto . Com todas essas novas informações, pensei um projeto para a estação atrelado ao projeto de biblioteca, tornando a biblioteca pública em uma Estação Biblioteca Água Branca. A união de uma estação que prevê a chegada de 5 linhas e 400 mil pessoas por dia com uma biblioteca que pretende incentivar a troca de informações, a conversa, o encontro e a leitura me pareceu imediatamente uma ótima idéia. Pesquisando sobre a possibilidade, encontrei o projeto realizado pelo escritório Fernandes Arquitetura para a estação, que usei como referência técnica, como a profundidade

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Complexo industrial Matarazzo com as torres ao fundo (Fonte: Instituto Moreira Salles)

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A região da Água Branca era ocupada por nativos até a chegada dos europeus, no começo do século XVI. Os colonizadores se apropriam dos caminhos indígenas. Entre os séculos XVI e XVII, o córrego da Água Branca era trecho do caminho que interligava os núcleos a oeste da vila de São Paulo. Já no século XVIII, o caminho tornou-se importante para as rotas do açúcar, havendo na região uma pousada para os viajantes conhecida como Pouso da Água Branca (CASTRO, 2006). Entre o século XVI e XVIII muitas sesmarias foram doadas para colonos na vila de São Paulo. Eles praticavam a agricultura, a mineração, a olaria e a pecuária no local, o que expulsou a população nativa. Ao longo do tempo, a sesmaria foi se transformando em fazendas e sítios, por iniciativa dos jesuítas ou de terceiros, a quem arrendavam parte do terreno. Entre 1759 e 1850, o Real Fisco incorporou uma grande parte do antigo terreno jesuíta e as doou. Em 1850, foi instaurada a nova lei de terras, que deu fim às doações de terra pelo poder público, estabelecendo a posse mediante a compra do terreno. Em 1854, havia 14 proprietários que declararam possuir terras na Água Branca, de acordo com os registros da Paróquia de Santa Iphigênia. Dessa maneira, do século XVI ao XIX, a sesmaria jesuíta sofreu um processo de retalhamento, sendo parcelada entre doações, herdeiros e vendas. Contudo, a região manteve o caráter agrícola das explorações avícola, oleira e da extração de areia. No século XIX, a economia açucareira entrou em declínio, e o café passou a ser o produto brasileiro de maior exportação. Além disso, houve drásticas mudanças sociais com a libertação dos escravos e a chegada de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e japoneses. Ademais, no final do século XIX teve início o período da industrialização brasileira. Essas mudanças levaram a um grande aumento populacional. Todos esses fatores levaram à necessidade de implantação de um sistema de transporte, no caso a ferrovia São Paulo Railway, que ligava Jundiaí a Santos. Uma das estações originais da SPR era a Água Branca, que era considerado um ponto estratégico na bifurcação dos caminhos para a Freguesia do Ó, Pinheiros e Campinas. Igualmente importante para a região foi a instalação da Estrada de Ferro Sorocabana, fundada em 1872 e operante em 1875. Embora tivesse como destino um local diferente da São Paulo Railway,


a Sorocabana também atravessava a região da Água Branca, mais precisamente: “(...) a várzea da Água Branca e Lapa”. Até o final do século XIX, a Água Branca era um povoado que se formou nos arredores da estação, sem conversa com os outros povoados do entorno. Esse povoado era predominantemente rural, com pouca população e pouco arruamento. A urbanização da Água Branca se intensifica de maneira diretamente proporcional à primeira fase da industrialização paulistana, que se exprimiu significantemente entre 1880 e 1930. A indústria optou por instalar-se nos subúrbios paulistanos, como na Água Branca, visto à disponibilidade de espaço, o baixo custo dos terrenos, a existência do transporte ferroviário e, em vários casos, a proximidade com o rio. A partir de 1880, a Água Branca abrigou variados tipos de indústrias, desde pequeno porte até grandes multinacionais, de diversos setores, com amplo predomínio indústrias de bens de consumo não-duráveis. A Companhia Antarctica Paulista foi fundada em 1885 por Joaquim Salles e produzia gelo e banha. A partir de 1891, a empresa abandonou a fabricação de banha e deu início à de cerveja. A indústria abrangia uma área de 6000m2, além das casas para operários e superiores, que formavam um conjunto residencial. A empresa construiu o Parque Antarctica, grande espaço de lazer público, dotado de equipamentos de ginástica, campo de futebol, etc. Entre 1903 e 1911 a Companhia Antarctica passou a integrar a Sociedade Anônima da Vidraria Santa Marina, que fornecia a Companhia Antarctica de garrafas. O terreno da Companhia Antarctica foi vendido em 1919 para as Indústrias Matarazzo e a área do parque foi doada para o Clube Palestra Itália, atual Sociedade Esportiva Palmeiras. A Vidraria Santa Marina foi fundada em 1896 pela sociedade Prado & Jordão. A Vidraria se dedicava para a fabricação de garrafas de vidro, atendendo a demanda das cervejarias Antarctica, Bavaria e Teutonica. A indústria se instalou em um terreno de 500.000m2 entre o Rio Tietê e a Estação Água Branca, devido à boa qualidade da areia e à proximidade do trem. Atualmente, a empresa pertence ao grupo francês Saint-Gobain.

Entre 1919 e 1986, o complexo industrial da Água Branca marcou a expansão das Industrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), que diversificou sua produção e atividades industriais. Uma das glebas da IRFM na Água Branca tinha sua frente voltada para a Av. Água Branca, atual Av. Francisco Matarazzo e seu fundo margeado pelas estradas de ferro Sorocabana e SPR. Na outra gleba pertencente às Indústrias Matarazzo foi implantada a Oficina Mecânica e de Fundição, que depois tornou-se o supermercado Superbom. Neste núcleo funcionavam diversas unidades fabris, tais como: refinação de sal, de açúcar e de banha; destilaria de álcool e aguardente; fabricação de velas, glicerina, oleína, óleo de algodão, óleo de linhaça, óleo de rícino, óleo de coco, torta de sementes, sabões, sabonetes, perfumaria, inseticida e pregos. Ali funcionavam também unidades de serraria, fundição, serralheria artística, oficinas mecânicas, laboratório químico e o almoxarifado geral. Os diversos setores do complexo industrial eram interligados por passarelas internas e escoavam sua produção por uma linha de trem própria, ligada à SPR. O núcleo teve Entrada da antiga Vidraria Santa Marina, em foto da primeira metade do século passado.

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seu auge em 1950 e a partir daí foi gradualmente encerrando suas atividades até ser definitivamente fechado em 1986. Na virada do século XIX para o XX, a Água Branca era um local isolado da porção compacta e continua da cidade. Ao longo do tempo, a proliferação das fábricas atraiu pessoas e serviços. Em 1907, a Água Branca ainda possuía poucas edificações e poucas ruas, que se estendiam por quadras muito grandes. À leste houve o arruamento de Perdizes, mas o córrego da Água Branca constituía até o início do século um obstáculo a ser vencido. Na década de 1910 já existia a Vila Pompéia, podendo ser considerada uma longa extensão do bairro de Perdizes. Tal vila ocupava toda a área entre os córregos da Água Branca e da Água Preta, preenchendo parte do vazio de 1907, ao sul da avenida Água Branca. Contudo, eram poucas as edificações existentes, sendo que a maior parte se concentrava em Perdizes, bairro com maior área edificada do que Água Branca e Vila Pompéia. Nesse processo de urbanização, conclui-se que não houve um crescimento horizontal do núcleo da Água Branca, sua “conurbação” com bairros vizinhos deu-se pelo crescimento dos últimos (CASTRO, 2006). Assim, foi o bairro de Perdizes que encontrou o da Água Branca em sua expansão para o sudoeste e a Lapa, em sua expansão para o leste, com a formação da Vila Romana. Desta maneira, o bairro foi se alterando muito mais em função do crescimento da porção central da cidade para oeste e do subúrbio da Lapa para leste, do que por um crescimento a partir do antigo núcleo das fabricas. Em 1930, o arruamento estava quase consolidado, faltando um pequeno trecho nos arredores do leito do córrego da Água Preta, local aonde em poucos anos iriam se juntar os loteamentos da Vila Romana e Vila Pompéia. Também nesse período, o núcleo industrial do bairro já se encontrava bem definido. O crescimento industrial ocorreu de 1880 a 1950. Por volta da década de 1950 iniciou-se na Água Branca um processo de desindustrialização, que pode ser explicado pelas mudanças econômicas do governo JK, seguidas do milagre econômico do regime militar, que desfavoreceram as indústrias nacionais de bens de consumo não duráveis por causa da política econômica nacional. Além disso, houve uma grande mudança no modo de transporte

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Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo - IRFM - Memórias e preservação

de cargas no governo de Kubitschek, com o crescimento do sistema rodoviário que eventualmente suplantou o ferroviário. O eixo industrial então passou do entorno das ferrovias para o entorno das rodovias. Seguindo o curso deste processo, a região da Água Branca enfrentou a progressiva retirada das indústrias. Também houve uma grande valorização imobiliária, tendo em vista a instalação da classe média e média alta nos bairros vizinhos, sobretudo em Perdizes e posteriormente Vila Pompéia. Estes fatores geraram uma crescente demanda de serviços à Água Branca, o que deu a nova cara ao bairro. A paisagem da Água Branca também se modificou, por volta da década 1960, com a construção das vias marginais e com término da retificação do Tietê. Também se construiu dois viadutos sobre a linha férrea, o Pompéia e o Antártica, além da avenida Sumaré, ao fundo do córrego da Água Branca que foi canalizado. Tais obras contribuíram para o aumento no fluxo de veículos, para a valorização imobiliária do local e para atenuar a divisão do bairro dada pelas ferrovias – mais urbanizado e integrado ao sul; e menos ocupado e com grandes vazios ao norte. A Água Branca é um espaço da cidade que apresenta uso do solo muito diversificado – desde casas de alto padrão até cortiços, indústrias e uma grande gama de serviços.

(dir.) Planta da Cidade de São Paulo. Mostrando todos os arrabaldes e terrenos arruados, em 1952. fonte: http:// smdu.prefeitura. sp.gov.br/historico_ demografico/1950.php


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Vista Aérea da Água Branca, fonte http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/ desenvolvimento_urbano/ sp_urbanismo/operacoes_urbanas/ agua_branca/index.php?p=19589

Vista Aérea da Água Branca, fonte http://www. prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ desenvolvimento_urbano/sp_urbanismo/operacoes_ urbanas/agua_branca/index.php?p=19589

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ESTAÇÃO ÁGUA BRANCA 25


A Estação Água Branca foi uma das primeiras estações ferroviárias do estado de São Paulo, tendo sido inaugurada em 16 de fevereiro de 1867, junto com o trecho inicial da São Paulo Railway (SPR), entre as estações do Pari, já desativada, e Água Branca. Em 1947 as linhas da SPR foram absorvidas pelo governo federal, por meio da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que iniciou a eletrificação da linha no fim dos anos 1940. A Estação Água Branca foi reconstruída nos anos 1950, sendo que a passarela de ligação das plataformas (laterais) somente seria construída pela RFFSA em 20 de outubro de 1976. Nos anos 1980 a estação foi repassada à CBTU, que entregaria a administração das linhas e estações do governo federal ao governo do estado de São Paulo uma década depois, quando foi criada a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Entre 1999 e 2002 a estação passou por reformas, executadas pela CPTM. A atual estação deverá ser demolida, para a construção da nova estação de mesmo nome. Para isso, a atual estação será desativada logo após a construção de uma estação provisória, próximo do local da atual estação, para continuar o atendimento à região.

A estação, supostamente em 1867. Foto atribuida a Miltão A. Azevedo

(esq.) A estação em 1967. Acervo Paulo Mendes

(dir.) A ainda pequena estação de Água Branca, parcialmente coberta pelo trem a vapor, nos anos 1940. Acervo Carlos Campanhã

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Planta da Cidade de SĂŁo Paulo. Mostrando todos os arrabaldes e terrenos arruados, em 1924. fonte: http:// smdu.prefeitura. sp.gov.br/historico_ demografico/1920.php

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O principal motivo dessa reconstrução é a futura integração com a Linha 6-Laranja do Metrô; estudos mostram que a atual estação não suportaria a alta demanda de transferência entre as linhas 7-Rubi e 6-Laranja. A nova estação também receberá a Linha 8-Diamante, para, além da transferência com a nova linha, desafogar a Estação PalmeirasBarra Funda. Assim sendo, a nova Estação Água Branca receberá três linhas de transporte público de alto fluxo. A nova estação será construída pela Move-SP, empresa vencedora da PPP (parceria público-privado) responsável pela construção da Linha 6. Segundo o contrato de operação entre a empresa privada e o governo do Estado, a empresa deverá entregar a nova estação integrada com a CPTM junto com o início da operação comercial da Linha 6. Sendo assim, Água Branca é uma estação-chave para dar início à operação da próxima linha do Metrô. A nova estação será totalmente acessível, com elevadores, escadas rolantes e grande mezanino de integração. Projetada para alto fluxo, ela poderá atender intervalos de dois a três minutos nas linhas 7-Rubi e 8-Diamante, além do intervalo projetado baixo da Linha 6-Laranja. O novo prédio será entregue à CPTM quando as obras civis estiverem concluídas. A previsão do governo do Estado é que a nova estação esteja pronta em 2020.

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Nova estação Água Branca (do Metrô). A futura estação será uma das mais movimentadas da Linha 6, com demanda estimada em 75mil passageiros/dia. Terá um acesso principal situado na Avenida Santa Marina e outros dois acessos secundários, um ao lado da atual estação Água Branca e outro na Rua Guaicurus, localizada do outro lado das duas linhas férreas da CPTM. O túnel de interligação entre os acessos será de livre circulação, isto é, em área não-paga

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PROGRAMA 31


«A biblioteca pública — porta de acesso local ao conhecimento — fornece as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais.» (Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, 1994) Entende-se por biblioteca qualquer conjunto organizado de livros, publicações periódicas, gravuras, mapas, gravações sonoras, documentações gráficas e outros materiais bibliográficos, manuscritos, impressos ou reproduzidos em qualquer suporte, que tenha a finalidade de reunir e conservar esses documentos e facilitar seu uso através de meios técnicos e pessoais adequados para a informação, investigação, educação ou ocupação de tempo livre.

“Uma biblioteca pública é uma organização criada, mantida e financiada pela comunidade, quer através da administração local, regional ou central, quer através de outra forma de organização comunitária. Disponibiliza acesso ao conhecimento, à informação, à aprendizagem ao longo da vida e a obras criativas, através de um leque alargado de recursos e serviços, estando disponível a todos os membros da comunidade independentemente de raça, nacionalidade, idade, género, religião, língua, deficiência, condição económica e laboral e nível de escolaridade.” IFLA, 2010

Existem 5 tipos de bibliotecas públicas: a nacional, a universitária, a escolar, a especializada e a pública. A biblioteca nacional é a biblioteca pública oficial que recebe e armazena exemplares de todos os novos livros publicados dentro do âmbito estatal. A biblioteca universitária integra-se aos acervos bibliográficos, documentais e audiovisuais das universidades e garante a informação científica e técnica ao serviço da docência, do estudo, da pesquisa e da extensão universitária. A biblioteca escolar proporciona o material necessário para o cumprimento das funções pedagógicos, facilita o acesso à cultura, educa o aluno quanto à utilização dos fundos de informação e o permite complementar e ampliar sua formação e ocupar seu

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tempo livre. A biblioteca especializada contém um acervo voltado principalmente para um campo específico de conhecimento. A biblioteca pública é a financiada por um organismo público local ou central, ou por alguma instituição atualizada para atuar nesse âmbito, utilizável por qualquer pessoa, sem nenhuma discriminação. Em 1949, a UNESCO publicou o primeiro manifesto sobre a biblioteca pública que serviu para o mundo inteiro por mais de vinte anos para dar diretrizes para a definição e expansão dos serviços bibliotecários. Em 1994, se publicou um novo manifesto, supracitado, com a vontade de incentivar os governos nacionais e locais a apoiar e a se comprometer ativamente no desenvolvimento e manutenção e bibliotecas públicas. As missões-chave da biblioteca pública, de acordo com o manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas de 1994 são: 1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância; 2. Apoiar a educação individual e a auto-formação, assim como a educação formal a todos os níveis; 3. Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa; 4. Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens; 5. Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; 6. Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes do espectáculo; 7. Fomentar o diálogo inter-cultural e a diversidade cultural; 8. Apoiar a tradição oral; 9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local; 10. Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse; 11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática; 12. Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos etários.

Para desenvolver plenamente as missões-chave que a IFLA propõe, a biblioteca pública, como referência cultural, deve oferecer os seguintes serviços, de acordo com Romero: 1. Serviço de informação geral e local formado por acervos próprios e externos, os quais devem ser acessível por meio de catálogos e outros sistemas tecnológicos. 2. Ponto de acolhimento, informação e entrega de material informativo. 3. Consulta e leitura do acervo documental em qualquer suporte, tanto para adultos quanto para crianças, que cubra as necessidades informativas, formativas e de ócio. 4. Empréstimo do material documental da biblioteca. 5. Empréstimo entre bibliotecas, empréstimo a domicílio e também a instituições público e privadas. 6. Serviços móveis e externos para suprir a falta de serviço em núcleos mal comunicado com a rede de bibliotecas públicas. 7. Serviços específicos para crianças e pequenos leitores, para empresas e para coletivos afetados por deficiência. 8. Serviço de informação seletiva, como por exemplo acesso online a base de dados e à internet. 9. Serviço de automação, com instalações informáticas destinadas aos usuários para produção de materiais. 10. Serviço de audiovisual. 11. Formação dos usuários. Que se levem em conta as necessidades específicas das diferentes tipologias de população, dedicando especial interesse aos centros escolares. 12. Apoio ao autoaprendizagem e a grupos de trabalho. 13. Atividades de incentivo à leitura: narração de contos, apresentação de livros, leituras dramatizadas, audições, musicais, etc. 14. Atividades de dinamização culturas: apresentação de discos, colóquios, oficinas, etc. 15. Telefone público, fax, fotocopiadora e outros meios de reprodução. De acordo com o manifesto IFLA/UNESCO 1994, para que todos os serviços e as diretrizes sejam bem aplicados no projeto da

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biblioteca, é importante que o programa mínimo preveja algumas áreas fundamentais de atividade, como: área de convite e acolhimento, que conta com um saguão de entrada e espaços convidativos e instigantes; área geral, na qual se encontram os acervos gerais, especializados, hemerotecas, multimídiáticos, além de pontos de informação, referência e suporte; área infantil, onde se encontram os acervos de conhecimento e imaginação e espaço para os pequenos leitores; área de uso interno, onde os funcionários e bibliotecários têm seu espaço de trabalho, depósito de materiais e espaço de descanso; e área de logística, na qual se armazenam materiais, além do depósito de equipamentos de limpeza, salas técnicas e entrada de serviço e setor de carga e descarga. Todas essas áreas são apenas um primeiro olhar sobre os espaços necessários para formarmos uma biblioteca que condiga com as diretrizes estabelecidas pelo manifesto da IFLA/UNESCO. O que chama imediatamente a atenção é a falta de comentários sobre áreas de múltiplo uso, sobre áreas de estudos de maneiras alternativas, o que dá a entender que o estudo fica à detrimento da área de acervo e depósito dos livros, não se afastando, portanto, do modelo tradicional de bibliotecas. O arquiteto inglês Harry Faulkner-Brown, projetista de bibliotecas e membro influente da IFLA, definiu as dez principais qualidades que todos os edifícios de biblioteca deveriam possuir, conhecidas como “Os Dez Mandamentos de Faulkner-Brown”, que são: flexibilidade, compacidade, acessibilidade, possibilidade de ampliação, variedade, organização, conforto e permanência, sinalização, sustentabilidade e manutenção e segurança. Quanto à flexibilidade, Faulkner-Brown considera que alguns edifícios não conseguiram se adaptar às mudanças que aconteceram relativas às atividades e ao acesso à informação. Tentar projetar um edifício que seja flexível às evoluções da tecnologia é tão difícil quanto prever o futuro. A única saída para manter a flexibilidade de um edifício é, portanto, projeta-lo para que se adapte com o tempo, independentemente das incógnitas do amanhã. O teor de flexibilidade, portanto, pode ser controlado a partir da estrutura e do sistema construtivo escolhidos, a organização da circulação e dos espaços internos, as instalações e os mobiliários.

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O conceito de compacidade de Faulkner-Brown, de acordo com Romero, se refere à concentração dos fluxos no interior da biblioteca, seja ela dos usuários, dos funcionários ou do acervo. Teoricamente, em um edifício compacto, as diferentes partes formam uma unidade suficientemente coordenada e estruturada para otimizar as atividades. Em um edifício com volumetria cúbica, no qual o acesso e as comunicações verticais se encontram no centro de gravidade, as distâncias se reduzem ao mínimo. O edifício compacto com planta quadrada tem como referência o modelo usado por Louis I. Kahn na biblioteca La Philips Exeter. As principais vantagens de se projetar um edifício de biblioteca compacto são: o equilíbrio entre o volume interior e a pele exterior (fachadas e coberturas) o fazem a priori uma construção mais econômica e a poupança de energia correspondente à redução de elementos em contato com o exterior, reduzindo a perda de cargas térmicas. A acessibilidade é uma diretriz que abrange diversos conceitos, como a localização do equipamento, a organização do edifício, a distribuição e escolha do mobiliário, a organização do acervo, adequação do equipamento para o público portador de necessidades especiais, horários de abertura, gratuidade do serviço, entre outros. Apesar das questões de gestão da biblioteca estarem fora das mãos do projetista, muitas outras escolhas e diretrizes de projeto são de responsabilidade do arquiteto, como por exemplo as resoluções de fluxos externos e internos ao edifício, a nivelação da biblioteca ao nível da rua, com acesso relacionado ao eixo de circulação dos usuários, projeto dos vazios da fachada que promovem a conversa do interior ao exterior do edifício, sinalização adequada e evitação de barreiras arquitetônicas. O conceito de possibilidade de ampliação diz que o programa funcional deve indicar as perspectivas da biblioteca no sentido de que ela é um organismo vivo e que, se não cresce, morre. Portanto, deve-se estabelecer a superfície que será construída num primeiro momento e convém também determinar a área de uma possível ampliação. A variedade engloba todas as muitas possibilidades de escolhas que o projeto de uma biblioteca pública sugere: desde seu tipo, se é nacional, universitária, escolar, especializada ou pública, até seu acervo e a própria variedade de ambientes e ocupações que o edifício incita.


Quanto ao conceito de organização, a biblioteca deve facilitar o acesso entre o usuário e o acervo. A multiplicidade de elementos que o programa oferece pode até criar uma certa fatiga visual ao usuário. Portanto, deve-se compensar isso com uma boa organização dos espaços, do mobiliário e da coleção. É interessante que o arquiteto projete uma articulação do edifício que permita a imediata compreensão dos principais espaços a partir do saguão de entrada. Essa unidade visual determina a maioria das circulações e o funcionamento de toda a biblioteca. Além disso, é importante enfatizar o conceito de passeio. O usuário deve passear livremente pela biblioteca e o edifício deve oferecer a possibilidade de circulação de maneira natural. Ademais, a circulação vertical deve ser facilmente distinguida pelo usuário, potencializando a fluidez pelo espaço. Outra medida de organização, é a clara distinção entre espaços públicos e espaços de uso interno, também a distinção dos sanitários. A biblioteca também há de ser um espaço confortável e cômodo, no qual os usuários tenham prazer de se encontrar e que incite neles a vontade de voltar. Além de assegurar diversas formas de convívio que sejam confortáveis e favoráveis para a atividade realizada, algumas constantes são importantes e influenciam no conforto ambiental dos usuários, como o controle da temperatura, da umidade, das iluminações natural e artificial, dos níveis sonoros, entre outros. A sinalização como aspecto importante para assegurar a acessibilidade já fora mencionada. A sinalização é importante para todos os públicos e deve se assegurar da compreensão de todos os usuários quanto ao acervo da biblioteca. Portanto, é necessário estabelecer um sistema de indicadores que faça possível o acesso dos leitores com facilidade a todos os volumes. O conceito de sustentabilidade e manutenção é muito difundido, por ser comum a todos os tipos de edifícios a serem projetados. Eles dizem respeito à duração dos edifícios. Os elementos construtivos sofrem variações de suas características fundamentais, tanto no seu formato quanto em suas estruturas físico-quimicas, perdendo mais cedo ou mais tarde suas propriedades estruturais. É importante criar um plano de manutenção, com base em um cronograma préestabelecido, que visa estender a vida útil do edifício o máximo possível. As bibliotecas, como edifícios públicos que expõem e

guardam materiais de grande valor, devem garantir a segurança de três diferentes fatores: seu acervo, seus usuários e o edifício em si. A segurança dos acervos sempre foi uma grande preocupação das bibliotecas, sendo historicamente seu ponto de partida quanto equipamento. Quanto aos usuários, por ser um edifício público, se torna necessário um controle de público. As atividades de uma biblioteca, com usuários de diferentes idades e condições, não devem ser prejudicadas por vandalismo, de ruído excessivo ou de comportamentos extremos. Já a segurança do edifício é contemplada pelas normas de segurança de edifícios públicos, desde que cumpridas as leis vigentes. Todos as dez diretrizes que Faulkner-Brown sugere podem ser resumidas em uma única diretriz: liberdade. Liberdade de circulação, de leitura, de consulta, independente da atividade que a pessoa deseja fazer. A possibilidade de que o usuário faça o que quer fazer quando quiser, como quiser e todo o tempo que quiser. Os espaços devem prover a fluidez, permitir o passeio sem destino e o descobrimento lento.

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As diretrizes para o programa mínimo de necessidades da Estação Biblioteca Água Branca surgiram aos poucos. Cada diretriz apareceu pelo simples fato de eu ter me aproximado do objeto de estudo, de sua história, de sua inserção e das referências teóricas. De início, pretendia ter como resultado do meu trabalho um programa mínimo de necessidades quantitativo, com precisão de áreas necessárias para o bom funcionamento da biblioteca. Para tal, usei como base as diretrizes da IFLA/UNESCO. Ao me aproximar da escala do local, no entanto, percebi que os estudos da IFLA não contemplam uma cidade da mesma escala que São Paulo. A tabela oferecida pela organização internacional dos bibliotecários indica fatores para cidades de até 100 mil habitantes, o que, aplicado a São Paulo, gera valores extrapolados e inalcançáveis. Me permiti tentar alcançar as expectativas da IFLA e dar início ao meu programa mínimo de necessidades a partir de áreas estimadas de acervo para uma biblioteca pública municipal, que, de acordo com a equação fornecida, deveria possuir 2.380.000 volumes. A biblioteca pública municipal Mário de Andrade possui, atualmente, um acervo de aproximadamente 400.000 volumes, com possibilidade de ampliação, pois há espaço na biblioteca para aumento do acervo. Desse modo, conclui que as tabelas e cálculos existentes não me ajudariam a pensar um programa cabível para a Água Branca. Minha tentativa frustrada com cálculos e números, no entanto, me levou a reconsiderar a necessidade do produto que tentava alcançar. Seria necessário colocar em números e limites quadráticos o que eu imaginava para a biblioteca? Conclui que não, e, portanto, decidi-me por ter como produto um programa mínimo de necessidades qualitativo. A partir de então, comecei a pensar espacialmente nas atividades que gostaria que fossem desenvolvidas na biblioteca. “Por que uma biblioteca?” Me deparei com muitos questionamentos - sempre muito válidos - ao expor meus objetivos no meu trabalho final de graduação. No geral, todos os questionamentos convergiam em uma simples pergunta: biblioteca pra quê? O que me instiga a elaborar e desenvolver o projeto da Estação Biblioteca Água Branca é exatamente o fato de haver um senso comum

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de que talvez não haja mais utilidade para a biblioteca pública. Não porque acredito veementemente que a biblioteca irá sobreviver às radicais transformações de acesso à informação e aos saberes, já que o livro - quanto objeto - é indissociável das práticas de estudo da sociedade contemporânea. Mas sim porque acredito que com a revisão do programa das bibliotecas e com a reformulação dos benefícios que ela oferece ao público, o equipamento se torna indispensável para a rede de equipamentos públicos. As bibliotecas, como vistas pelo senso comum, não são convidativas: de partida há um preconceito - ou talvez um sentimento de despertencimento - anterior à ida, a entrada é sempre intimidante, o acesso é limitado - apesar de ser um equipamento público, são poucas as áreas das bibliotecas pelas quais se passeia livremente - e o processo de entrada é maçante, o acervo é comumente inacessível e as salas de estudo são voltadas apenas para a leitura individual em completo silêncio. Mesmo assim, a biblioteca consegue atrair muitos usuários que buscam um ambiente de tranquilidade e que inspire o estudo concentrado, ou que querem ocupar seu tempo livre com uma leitura prazerosa e gratuita. Essa persistência de atendimento é um dos fatores que me leva a crer que, com algumas modificações e atualizações da oferta de atividades das bibliotecas, o equipamento terá alta procura e será de grande utilidade pública. O sentimento de despertencimento é um fator fundamental para a compreensão dos esvaziamentos das bibliotecas. Como já dito, a biblioteca se apresenta como uma fortaleza a serviço de proteção de seus tesouros, os livros. Além disso, a trajetória histórica das bibliotecas reflete na visão de que pertencem às classes sociais mais altas ou a uma certa estirpe que não engloba a grande maioria da população brasileira e, mais especificamente, paulistana. De modo a reverter esse sentimento, é preciso tornar a biblioteca em um espaço passível de apropriação pelos seus usuários e convidativo, que intrigue os transeuntes e instigue a imaginação dos visitantes, que abra suas portas para a intervenção artística, que seja o epicentro da celebração à cultura local. Para atingir esses objetivos, é preciso enxergar o usuário como produtor, criando um novo leque de possibilidades de ações dentro da biblioteca. O usuário, portanto, não se sentirá um intruso, pois se apropriará do espaço, que será seu e


de todos os seus vizinhos. Na biblioteca, os usuários produzem novos conteúdos para o acervo, pintam as paredes de modo a trazê-la mais próximo da realidade na qual se insere, se encontram para debater os acontecimentos do bairro, se reunam para ouvir um contador de histórias e protegem a memória do lugar aonde vivem. A biblioteca repensada, portanto, ensina e é ensinada. Como atividades previstas para que isso se concretize, a biblioteca pode oferecer espaços de oficinas, exposições, estudos em grupo, núcleo da memória local, entre outros espaços que valorizam o usuário. Com a questão do “pra quê” respondida, surge mais uma questão pertinente: “Isso não é um centro cultural ou uma midiateca?” A biblioteca, quando adota os conceitos supracitados, se aproxima muito de um centro cultural ou talvez uma midiateca por causa do acervo multimídia. Mas não é nem um nem outro, é biblioteca. O que define que é, de fato, uma biblioteca e não um outro equipamento de cultura ou educação, é que as atividades previstas terão sempre um protagonista: o livro. Em um equipamento que a mídia impressa é o foco, não restam dúvidas de que se trata de uma biblioteca, mesmo que seja uma biblioteca que foge demasiadamente do padrão. A intenção é abrir as portas e as mentes para receber informação das maneiras mais diversas, mas ao mesmo tempo, incentivar os usuários a se aproximarem dos livros. As oficinas, por exemplo, devem ser das mais variadas, mas sempre com a aproximação ao livro, por exemplo: oficina de filosofia, oficina de redação, oficina da produção da memória local, oficina do papel, oficina de encadernação, oficina de poesia, entre outras. A questão da memória local é um ponto muito importante de articulação entre usuário e biblioteca e inclusive influenciou na decisão da região de inserção da biblioteca. É interessante que um bairro que passa por muitas transformações recordar as condições passadas. No caso específico da biblioteca da Água Branca, sugeriria a inserção da biblioteca antes mesmo do início das obras, para que de início já se mantivesse um núcleo de proteção à memória do entorno. A questão da memória não somente é o elo entre a biblioteca e o local, mas é também

o que dá o maior sentimento de pertencimento aos moradores em relação ao equipamento. Por fim, minhas diretrizes são: -Oferecer uma grande diversidade de serviços para a comunidade: usos múltiplos que convidam os moradores. -Assegurar diversas formas de convívio, encontro e conversa. -Resgatar, proteger e celebrar a memória local, disponibilizar a memória para ensino. -Cumprir seu dever cívico de ensinar e possibilitar a aprendizagem da comunidade em que se insere. -Atrair público para a região por meio de eventos. -Acessibilidade e fácil acesso. -Possuir acervo diversificado e amplo. -Disponibilizar ambientes propícios para diferentes métodos de estudo, com mobília apropriada. -Incluir e convergir tecnologia à experiência da biblioteca e disponibilizar livre acesso à internet. -Possuir programas de inclusão digital e serviços de auxílio. -Prover áreas para crianças e promover o incentivo à leitura. -Disponibilizar áreas como oficinas para que o usuário possa se exprimir como produtor e não como leitor.

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PROGRAMA MÍNIMO DE NECESSIDADES

Acervo Área Útil Total (em m²): Ambiente Acervo Geral Monografias e Periódicos Acervo de Referência

Área Útil Total (em m²):

Acervo de Materiais Especiais

297

Acervo Infanto Juvenil

176 1210 Estudo e Leitura

Administração Ambiente

18

Acervo Circulante

4445

Área Útil Total (em m²):

Área Útil Total (em m²): 380 Área Útil (em m²)

Sala de Administração

33

Estações de Trabalho

204

Sala de Reuniões

66

Publicações em Análise

39

Digitalização

28

Sanitários

11

1210 28

Acervo de Gibis

Núcleo de Pesquisa/Estudo/Leitura

2938 Área Útil (em m²)

Ambiente

825 Área Útil (em m²)

Estudo Individual

380

Estudo em Grupo

297

Estudo em Grupo Sala Fechada

33

Leitura Livre

66

Leitura de Periódicos e Convivência

50

Setor dos Funcionários Área Útil Total (em m²): Ambiente

88 Área Útil (em m²)

Sala de Descanso

33

Vestiário Funcionários

33

Copa

22

Área Útil Total (em m²):

Atendimento ao Público Área Útil Total (em m²): Ambiente

Transições

215 Área Útil (em m²)

Ambiente

1925 Área Útil (em m²)

Café

330 220

Recepção

44

Eventos

Balcão de Atendimento

22

Guarda Volumes

Terminais de Consulta

33

Auditório

440

Área de Convivência

55

Exposição

440

Apoio da Referência

17

Sanitários

44

Restaurante

330

Livraria

110

Área Útil Total da Biblioteca (em m²):

38

55

8208


Núcleo da Produção e Oficinas

Área Útil Total (em m²):

858

Centro Técnico e de Documentação

Área Útil Total (em m²):

Administração Área Útil Total (em m²): Ambiente

455

Atendimento ao Público 66 Área Útil (em m²)

Área Útil Total (em m²): Ambiente

77 Área Útil (em m²)

Administração

33

Atendimento ao Público

33

Depósitos

22

Consulta

22

Sanitários

11

Sanitários

22

Oficinas Área Útil Total (em m²): Ambiente

Trabalho 440 Área Útil (em m²)

Oficinas

440 Exposição Área Útil Total (em m²):

352

Ambiente

Área Útil (em m²)

Exposição

330

Sanitários

22

Centro da Memória Viva Área Útil Total:

525

Área Útil Total (em m²): Ambiente Tratamento Técnico do Acervo

33

Restauro/Conservação Preventiva do Acervo

33

Laboratório de Digitalização

13

Depósito

11

Sala de Reunião

33

Estações de Trabalho

33

Protocolo

13

Sanitários

11 Arquivo

Administração Área Útil Total (em m²): Ambiente

77 Área Útil (em m²)

Área Útil Total (em m²): Ambiente

Arquivo

33

Administração

33

Sanitários

11

Eventos

Área Útil Total (em m²):

Transições

Área Útil Total (em m²):

Arquivo Ambiente Trabalho Externo Café Guarda Volumes

Espaços 448

Ambiente

Área Útil (em m²)

Exposição

220

Oficina

165

Sala Multimídia

28

Depósito Equipamentos

13

Sanitários

22

180 Área Útil (em m²)

198 Área Útil (em m²)

1925

165 Área Útil (em m²) 33 330 220 55

Auditório

440

Exposição

440

Restaurante

330

Livraria

110

Área Útil Total da Biblioteca (em m²):

8208

39


40


LOCAL

LUGAR 41


42


APROXIMAÇÃO

O levantamento de diferentes projetos de desenhos urbanos que contemplam a região da Água Branca mostra que a análise do local leva a uma constatação universal: os trilhos de trem ao sul e a Marginal Tietê ao norte são obstáculos que prejudicam o acesso ao bairro, o que dificulta a inserção do local na malha urbana do seu entorno. Notase, por exemplo, a baixa densidade demográfica, que não condiz com outros bairros que têm a mesma proximidade ao centro da cidade de São Paulo. Essa análise gera um desejo em todos que projetam ou redesenham a Água Branca de incentivar sua ocupação, seja residencial, de serviços, comércios ou até mesmo a industrial, que cada vez mais se afasta do centro da cidade. A infraestrutura urbana é presente e possui grande potencial de uso, com avenidas largas e acesso direito à Marginal Tietê, além do sistema de transporte público, que contempla corredores de ônibus, estação da CPTM e o grando terminal rodoviário e estação Barra Funda. Com tantas propostas existentes, a escolha de apenas uma para ter como base de desenvolvimento do projeto não seria justa, já que cada proposta possui pontos fortes e focos diferentes. Portanto, para o desenvolvimento do projeto foram unidas quatro situações e propostas diferentes, que compatibilizadas e reajustadas, se conversam e se complementam de maneira a nos permitir ver uma futura Água Branca com grande potencial e de alta qualidade de vida. Nesse capítulo, as propostas são mostradas separadamente, para que o percurso do projeto e as diretrizes adotadas fiquem claras. Trecho em destaque. Imagem de satélite do terreno em sua situação atual. Fonte: Google Earth.

LEGENDA limite da operação urbana marginal tietê avenida marquês de são vicente trilhos da linha 07 localização do trecho em destaque

Imagem de satélite da Água Branca em sua situação atual. Fonte: Google Earth.

43


FAVELA DO SAPO CENTRO DE TREINAMENTO FACULDADE UNIP JARDIM DAS PERDIZES

ATUAL OUCAB

FUPAM PITU

44

SAINT GOBAIN

ESTAÇÃO BIBLIOTECA ÁGUA BRANCA SHOPPING BOURBON

ALLIANZ PARK

CASA DAS CALDEIRAS


FÓRUM CRIMINAL

FÁBRICA DOS SONHOS

ESTAÇÃO BARRA FUNDA MEMORIA DA AMÉRICA LATINA

PARQUE DA ÁGUA BRANCA

45 Imagem de satélite da Água Branca em sua situação atual. Fonte: Google Earth.


ATUAL OUCAB

FUPAM PITU

46


QUÊS

DE SÃO

AD RTIN ALBE

RU

AV MA R

A

OUZ

DE S

RUA

RA A SA

RUA

I

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A

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V

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A

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COM

V

V

V

V

DA S

I AVEN V

ANTA INA

MAR TRAVESSIA DE PEDESTRES EM NÍVEL DOS TRILHOS

ESTAÇÃO ÁGUA BRANCA

PASSARELA PARA TRAVESSIA DE PEDESTRES

PASSAGEM IMPEDIDA V

V

RUA GUAICURUS V

V

V V V

V V

V

RUA

GUAI

CURU

V

S RUA C

ARLOS

RUA FAUSTOLO

VICARI

V V

V

V V V

V V

RUA CLÉLIA

RUA CLÉLIA

(esq.) Travessia de pedestres sobre trilhos do trem. Estação Água Branca ao fundo. Fonte: Arquivo da autora.

V

V

V

V

V

V

V V

(dir.) Planta de situação atual do terreno do projeto.

RUA CORIOLANO V

V

V V

V

V

V

V

1:5000

47


ATUAL OUCAB

FUPAM PITU

48

LEGENDA limite da operação urbana novos alinhamentos propostos área pública: verde ou institucional área pública: empreendimentos conjuntos habitacionais a requalificar perímetros de integração áreas verdes existentes área institucional do loteamento rua de pedestres ferrovia metrô Mapa de Melhoramentos Públicos da OUCAB. Fonte: Gestão Urbana SP


OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA DA ÁGUA BRANCA

Matarazzo, patrimônio histórico de São Paulo.

A primeira Operação Urbana Água Branca foi criada em 1995 pela Lei n.11.774, parte do Plano Diretor de 1985, que deu início ao estudo da região da Barra Funda durante a gestão da Prefeita Luiza Erundina. . O documento que fundamentava a operação, produzido pela SEMPLA e pela EMURB, tratava-se de “promover o desenvolvimento a reestruturação” (EMURB 1991b) da área e justificava a operação pois se tratava de “uma área de baixa densidade de ocupação propícia para a expansão de atividades terciárias na região, como extensão do sub-centro Lapa e da Área Central, (...) apoiado pela acessibilidade proporcionada pela linha Leste-Oeste do metrô” (CASTRO, 2006).

Em 2013, a Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB) foi revisada, como visto na Lei n.15.893. A revisão predefine novas intervenções e mecanismos de gestão e participação pública. Essa operação se distingue das outras operações pelo seu foco mais abrangente, propondo intervenções além de reajustes viários.

“O principal pressuposto na Operação Urbana Água Branca é que os benefícios urbanísticos concedidos em relação às restrições do zoneamento então vigente seriam suficientes para desencadear um amplo conjunto de transformações urbanas, fundado em um conjunto de obras públicas que seriam financiados pelo setor privado.” CASTRO, 2006 As principais pautas da discussão da operação são o aprimoramento do sistema de transporte público e viário e a resolução das deficiências da infraestrutura de macrodrenagem. A inclusão do setor imobiliário foi pensada de maneira a convidar os empreendedores e proprietários a participar da operação, com regalia de aumento do coeficiente de adensamento construtivo em uma área de grande facilidade de acesso. Do período de implantação da primeira lei até 2006, Castro(1) relata que “as transformações urbanísticas provocadas diretamente pela Operação Urbana foram inexpressivas frente às expectativas expressas no projeto de 1991” e que “em segundo lugar, pode ser apontada a desigualdade no processo de renovação das áreas ao sul e ao norte da linha férrea”. Em 2013, eram poucas as mudanças concretas. Uma delas foi a construção do Centro Empresarial Água Branca, complexo de quatro torres comerciais, que gerou a arrecadação suficiente para o prolongamento de uma avenida e a restauração da “Casa das Caldeiras”, parte integrante das Indústrias Reunidas Fábricas

De acordo com a Lei supracitada, o perímetro da operação “inicia-se na confluência da Ponte Freguesia do Ó com a Avenida Presidente Castelo Branco, prossegue pela Avenida Presidente Castelo Branco até a Ponte da Casa Verde, segue pela Avenida Abraão Ribeiro até a Avenida Pacaembu, prossegue pela Avenida Pacaembu até a Rua Paraguassu, segue pela Rua Paraguassu até a Rua Traipu, segue pela Rua Traipu até a Rua Turiassu, segue pela Rua Turiassu até a Rua Ministro Godoi, segue pela Rua Ministro Godoi até a Avenida Francisco Matarazzo, segue pela Avenida Francisco Matarazzo até a Avenida Antártica, segue pela Avenida Antártica até a Rua Turiassu, segue pela Rua Turiassu até a Rua Carlos Vicari, segue pela Rua Carlos Vicari até a Avenida Santa Marina, segue pela Avenida Santa Marina até a Avenida Ermano Marchetti, segue pela Avenida Comendador Martinelli até o ponto inicial.” A OUCAB possibilita a utilização de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs), o que antes do Estatuto da Cidade não era possível. Os CEPACs são títulos que correspondem a uma quantidade de direito de construir. Estes títulos são negociados e são interessantes ao poder público porque geram a arrecadação do recurso para fazer as intervenções previstas no projeto urbano da Operação. “As intervenções previstas na lei são muitas: aquisição de terra e produção de 5 mil unidades habitacionais novas, reurbanização de favelas, implantação de equipamentos sociais – como escolas, creches, unidades básicas de saúde –, melhoramentos viários, obras de drenagem, ampliação do sistema de transporte coletivo com ênfase em modos não poluentes e corredores de ônibus, levantamento do patrimônio cultural no perímetro da Operação, entre outras.” SANTORO, 2015

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AV MA R

ZA

E

ZA

ANTA INA MAR

REDESENHO E CRIAÇÃO DE VIAS

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RUA “01”

RUA

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RUA PROF JOSÉ NELO LORENZO

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ESTAÇÃO ÁGUA BRANCA

FUPAM

VICENT

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V

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RUA

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CONTINUAÇÃO AVENIDA ALDO SOA

TÚNEL DE AUTOMÓVEIS

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V

V

RUA GUAICURUS V

V

V V V

V

V

RUA

V V

PITU

GUAI

CURU

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ARLOS

RUA FAUSTOLO

VICARI

V V

V

V V V

V V

RUA CLÉLIA

RUA CLÉLIA V

V

V

V

V

V

V V

50

RUA CORIOLANO V

V

V V

V

V

V

V

V

1:5000

Planta de situação proposta pela OUCAB no recorte do projeto.


Ademais, a operação revisada inclui seu perímetro expandido, entre os bairros da Barra Funda e Pompéia. No entanto, os Cepacs só podem ser utilizados no perímetro expandido se forem investimentos em habitação e obras de mobilidade. O uso de Cepac no perímetro imediato não tem restrições quanto ao tipo de construção. O primeiro lote de Cepacs foi leiloado em Março de 2015 e, de acordo com a prefeitura, foram negociados mais de 6 mil títulos residenciais. A arrecadação será destinada para a realização dos projetos da Operação Urbana e da reforma dos conjuntos habitacionais da Comunidade Água Branca. Alguns pontos de dicussão já surgiram, como por exemplo o projeto e a execução da Ponte de Pirituba, que causa uma certa polêmica devido à resistência dos moradores da Lapa, que não querem o aumento do fluxo viário que o tráfego pode vir a causar. Pelo estágio de projeto da ponte, estima-se que seja a primeira obra concreta da Operação Urbana Consorciada Água Branca, apesar de estar fora do perímetro da operação e ser de fato uma intervenção no setor viário. A questão da Ponte de Pirituba gera uma certa insegurança nos moradores e nos participantes da gestão da Operação Água Branca, pois vai contra aquilo que foi expresso pela lei. Supostamente, a OUCAB deve se distinguir de todas as outras operações por não focar somente no setor viário e prestar atenção na necessidade dos habitantes da região, que já removidos, aguardam a construção das unidade de habitação, além da implementação de equipamentos públicos educacionais, de saúde, cultura e lazer. Portanto, a OUCAB foi revisada, mas ainda enfrenta desafios e gera polêmicas existentes desde sua proposta em 1995. “Art 3o Com o objetivo de tratar de forma diferenciada as desigualdades existentes na região, privilegiando as funções relacionadas com a paisagem urbana, a distribuição espacial da população, das atividades econômicas e sociais, da oferta de infraestrutura e de serviços urbanos”

51


AV MA R

ZA

QUÊS

RUA

DE SÃO

AD RTIN ALBE

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RUA “01”

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RUA PROF JOSÉ NELO LORENZO

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OUCAB

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FUPAM

CONTINUAÇÃO AVENIDA ALDO SOA

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V

V

RUA GUAICURUS V

V

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V

V

RUA

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PITU

GUAI

CURU

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ARLOS

RUA FAUSTOLO

VICARI

V V

V

V V V

V V

RUA CLÉLIA

RUA CLÉLIA V

V

V

V

V

V

V V

52

RUA CORIOLANO V

V

V V

V

V

V

V

V

1:5000

Planta de situação proposta pela FUPAM no recorte do projeto.


A Fundação para Pesquisa em Arquitetura e Ambiente (FUPAM), entidade atrelada à Universidade de São Paulo, elaborou uma proposta para o trecho Brás-Lapa, chamado de Tronco Metropolitano da Mobilidade Urbana. O Tronco Metropolitano da Mobilidade Urbana compreende o trecho da rede da CPTM que começa nas proximidades da Estação Lapa e segue até a Estação Brás. Tem cerca de 10 quilômetros de extensão, com quatro linhas da CPTM em operação (7, 8, 10 e 11) e seis estações, sendo três na área da subprefeitura da Lapa (Lapa 7, Lapa 8 e Barra Funda), duas na subprefeitura da Sé (Julio Prestes e Luz) e uma na subprefeitura Mooca (Brás). Nessa proposta, a FUPAM estuda a viabilidade de enterramento das linhas de trem no trecho do Tronco Metropolitano, liberando o nível dos trilhos atual para um parque linear que percorra todo o percurso, além de duas grandes vias marginais de automóveis. Caio César, autor do artigo publicado na plataforma digital Commu, considera o enterramento dos trilhos uma intervenção de grande importância devido às seguintes razões: “Facilita o tratamento da questão do Elevado (Minhocão), por propor uma alternativa viária, embora de viés muito rodoviarista para induzir boas práticas urbanas (precisa amadurecer); Permite requalificação de todo o entorno segregado pela ferrovia Permite a requalificação pesada de toda a infraestrutura da CPTM para todas as linhas do eixo a enterrar; Permite a remoção de gargalos históricos da CPTM, como os existentes nas estações Brás, Luz e Palmeiras-Barra Funda; Pode ter custeio por meio de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) e também pode-se pensar em algum tipo de PPP (parceria público-privada), o que aumenta a atratividade da empreitada; Está ligado a operações urbanas de peso, que por sua vez hoje estão ligadas ao Arco Tietê, fortalecendo um plano integrado e contínuo para o desenvolvimento urbano; Aumenta as probabilidades de boa intermodalidade entre o Trem Metropolitano, o Trem Regional e o Metropolitano de São Paulo, sendo os dois primeiros da CPTM e o segundo da Companhia do

Metropolitano-Metrô; Estimula a redução de vazios urbanos, o que se traduz em arrecadação (IPTU, por exemplo), implantação de moradia social (hoje o déficit é imenso), geração de empregos (principalmente caso sejam obedecidas as diretrizes do novo PDE (Plano Diretor Estratégico), que inserem comércio no térreo de edifícios próximos de estações e corredores de transporte coletivo) e provavelmente outros benefícios indiretos; Segrega os trens cargueiros, que hoje causam interferência nos trens metropolitanos e cuja convivência é cada vez mais difícil a medida que o intervalo é reduzido para aumentar a oferta de lugares; Fortalece o eixo leste-oeste e reforça o papel do Centro da capital.” Fonte: https://medium.com/trens-metropolitanos/por-que-o-enterramento-da-cptm-no-eixo-lapabr%C3%A1s-%C3%A9-t%C3%A3o-importante-930230f865b#.4tkat25ua Artigo acessado em Junho de 2016.

53


D

CIO IFÁ ON

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B

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V

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OUCAB

ACESSO 1 LINHA 6 DO METRÔ ACESSO 2 TRENS REGIONAIS, METROPOLITANO E METRÔ

RUA “02”

PASSAGEM SUBTERRÂNEA

FUPAM

CONTINUAÇÃO AVENID A ALDO SOARES V

V

ACESSO 3 TRENS REGIONAIS E METROPOLITANO

RUA GUAICURUS V

V

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V

V

RUA

GU AIC

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PITU

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RUA CLÉLIA

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V

V

V

V

V

V V

54

RUA CORIOLANO V

V

V V

V

V

V

V

1:5000

Planta de situação proposta pela STM no recorte do projeto.


- Trem Regional de Sorocaba

b as linhas ferroviárias. Essa na segunda etapa, quando nterradas. a superfície será construído um a cota 717,2 m (mezanino de ão feitas todas as integrações metropolitanos, trens regionais acesso às cinco linhas e das partir da vala do acesso norte de acesso 2) emboca um túnel tegração com o poço da Linha ira etapa as plataformas dos superfície e, por essa razão, r ao nível do mezanino, para s plataformas. Quando essas essário remover o conjunto de s plataformas e instalar novos mas enterradas. Os acessos mesma forma nas duas etapas.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) propôs no PITU de 2020 a implantação de trens regionais, interligando a rede metro-ferroviária da Região Metropolitana de São Paulo com os principais municípios de grande porte próximos à capital. Entre esses municípios, estão Jundiaí, Campinas, Sorocaba, Santos e São José dos Campos. A proposta dos trens regionais que interligam a RMSP à Jundiaí e Sorocaba têm em comum o ponto de partida e chegada na cidade de São Paulo, mais especificamente a Estação Água Branca. As propostas se somam ao projeto existente de tornar a Estação da Água Branca em um "hub", já que já estão previstas as passagens das Linhas 07, 08 e 08 da CPTM, além da baldeação para a Linha 06 do Metrô, conhecida como "Linha dos Estudantes", também prevista na estação.

A proposta para o Trem Regional de Sorocaba pode ser encontrada na plataforma virtual da Secretaria dos Transportes Metropolitanos e detalha o processo de implantação da linha. O projeto prevê o enterramento dos trilhos, assim como a entidade FUPAM. No entanto, o enterramento e desenho das linhas aconteceria em duas etapas, como mostrado nas imagens retiradas do relatório síntese oferecido pela Secretaria. Para fins do projeto da Estação Biblioteca Água Branca, foi considerada apenas a segunda etapa de implantação, levando em conta um plano de atuação com as modificações de desenho urbano já realizadas. Os cortes e plantas do projeto da STM foram utilizados como base para o desenvolvimento da Estação Biblioteca. 5. As Estações

Figura 37. Estação Agua Branca - Corte A - Etapa 1

Figura 38. Estação Agua Branca - Corte A - Etapa 2

Projeto da STM para Estação da Água Branca. Fonte: http://www.stm. sp.gov.br/index.php/parcerias-publico-privadas-ppp/trens-regionais

55


Figura 39. Estação Agua Branca - Implantação - Etapa 1

ATUAL Projeto Funcional - Trem Regional de Sorocaba

OUCAB

FUPAM PITU

56

Figura 41. Estação Agua Branca - Mezanino - Etapa 1

60

Figura 42. Estação Agua Branca - Térreo - Etapa 1


Figura 40. Estação Agua Branca - Implantação - Etapa 2 Projeto da STM para Estação da Água Branca. Fonte: http://www.stm.sp.gov. br/index.php/parceriaspublico-privadas-ppp/trensregionais

5. As Estações

Figura 43. Estação Agua Branca - Mezanino - Etapa 2

Figura 44. Estação Agua Branca - Diagrama de Circulação

61

57


ATUAL OUCAB

FUPAM PITU

58

Trecho em destaque. Imagem de satélite do terreno em sua situação atual. Fonte: Google Earth.


A

UZ

O ES

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V

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ER ALB RUA

IMPLANTAÇÃO

ATUAL +

E”

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OUCAB RUA “02”

+

CONTINUAÇÃO AVENID A ALDO SOARES

FUPAM

V

V

RUA GUAICURUS

+

V

V

V V V

V

V

RUA

GU AIC

V

URU

V

S RUA

RUA FAUSTOLO

CARL OS V

ICAR

V

I

V

V

PITU

V V V

V V

RUA CLÉLIA

RUA CLÉLIA V

V

V

V

V

V

V V

RUA CORIOLANO V

V

V V

V

V

V

V

1:5000 59


60


PROJETO 61


CORTE A 1:500

745,00m 741,50m 738,00m 734,50m 731,00m 727,50m 724,00m 719,50m 716,00m

708,00m

62


63


CORTE B

745,00m 741,50m 738,00m 734,50m 731,00m 727,50m 724,00m 719,50m 716,00m

708,00m

64

1:500


CORTE C

1:500

745,00m 741,50m 738,00m 734,50m 731,00m 727,50m 724,00m 719,50m 716,00m

708,00m

65


ELEVAÇÃO SUL

66

1:500


ELEVAÇÃO LESTE

1:500

67


ELEVAÇÃO NORTE

68

1:500


ELEVAÇÃO OESTE

1:500

69


B

C

1

2

3

A

A

4

5

B

3° SUBSOLO 70 708,00m

1. Plataforma Trem Jundiaí 2. Plataforma Trem Sorocaba 3. Plataforma Linha 07

4. Plataforma Linha 08 5. Plataforma Linha 09

C

1:1000


B

2 C

7 7

8

5

6 A

A 3 1

4

7

C

B

2° SUBSOLO 716,00m

1.Mezanino de Circulação da Estação 2. Acesso à Linha 06 do Metrô 3. Saída de Emergência

4. Estacionamento 5. Empréstimo de Livros 6. Túnel de Automóveis Santa Marina

7. Catracas 8. Bilheteria

1:1000 71


B

C

7 6 1 5 A

2

8

3 2

1

4

C

B

1° SUBSOLO 72 719,50m

1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência

4. Estacionamento 5. Centro de Documentação Técnica

6. Arquivo 7. Sala, Copa e Vestiário dos Funcionários

8. Administração

1:1000


B ACESSO ESTAÇÃO

RUA 02 RUA 02

C ESPELHO D’ÁGUA

VAZIO PARQUE LINEAR

A

A ESPELHO D’ÁGUA

C

ESTACIONAMENTO

AVENIDA ALDO SOARES

TÚNEL

ACESSO ESTAÇÃO

B

TÉRREO 724,00m

1:1000 73


1° PAVIMENTO 727,50m

B 2

3

2

C 1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Acervo Circulante 5. Foyer 6. Auditório

1

4 7

6

5

A

A 2 8

B

3

2

C

1:500

74 GUARDA VOLUMES

LIVRARIA

PASSARELA

OFICINAS

EXPOSIÇÃO


2° PAVIMENTO 731,00m

B 1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Guardavolumes 5. Livraria 6. Exposição 7. Oficinas 8. Terraço

2

3

2

C

1 6

4

4

5 A

A 2 B

3

2

C

1:500

75 ACERVO CIRCULANTE

ACERVO CIRCULANTE

PASSARELA

AUDITÓRIO

FOYER


3° PAVIMENTO 734,50m

B 2

3

2

C 1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Acervo Geral, Monografias e Periódicos 5. Exposição 6. Centro da Memória Viva

1 5

4

6 A

A 2 B

3

2

C

1:500

76 ACERVO DE MATERIAIS ESPECIAIS

PASSARELA

QUIOSQUES

CAFÉ

AUDITÓRIO


4° PAVIMENTO 738,00m

B 1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Acervo de Materiais Especiais 5. Quiosques 6. Café

2

3

2

C

1 5

4 6

4

5 A

A 2 B

3

2

C

1:500

77 ACERVO GERAL

CENTRO DA

EXPOSIÇÃO


RVO INFANTO-JUVENIL

5° PAVIMENTO 741,50m

B 2

3

2

C 1. Passarela 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Acervo InfantoJuvenil e Gibis 5. Restaurante

1 5

4

A

A 2 B

3

2

C

1:500

78 PASSARELA

RESTAURANTE


6° PAVIMENTO 745,00m

B 1. Cobertura 2. Sanitários 3. Saída de Emergência 4. Eventos e Uso Livre

2

3

C

2

1

4

A

A

B

C

1:500

79 EVENTOS


OBERTURA

COBERTURA 748,50m

B

C

A

A

B

C

1:500

80


81


Sede do SEBRAE

Arquitetos: gruposp + Luciano Margotto Localização: Brasília, Brasília - DF, Brazil Ano do projeto: 2010 Fotografia: Nelson Kon

MAR – Museu de Arte do Rio Arquitetos: Bernardes + Jacobsen Arquitetura Localização: Rio de Janeiro - RJ, Brasil Ano do projeto: 2013 Fotografia: Leonardo Finotti

Raheen Library at Australian Catholic University Arquitetos de interiores: Woods Bagot Localização: Fitzroy, Austrália Ano do projeto: 2013 Fotografia: Shannon McGrath

Biblioteca São Paulo

Longhua Art Museum and Library

Palais des Filateurs

Arquitetos: Mecanoo Architects, HS Arquitetos Localização: Baoan Qu Ano do projeto: 2015 Fotografia: Cortesia de Mecanoo

82

Arquitetos: aflalo/ gasperini arquitetos Localização: São Paulo , Brasil Projeto: 2010 Fotografia: Daniel Ducci

Arquiteto: Le Corbusier Localização: Ahmedabad, India Ano do Projeto: 1954


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ventura, Ana Claudia. Bibliotecas: A Rede Pública em São Paulo. 2001. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Universidade de São Paulo.

OBSERVAsp OUC Água Branca https://observasp.wordpress.com/ouc-agua-branca/ Último acesso: Junho de 2016

Hertzberger, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

FÓRUM com informações sobre projetos da Linha 6 do Metrô http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=841116&page=5 Último acesso: Junho de 2016

IFLA Public Library Service Guidelines. edited by Christie Koontz and Barbara Gubbin. 2nd, completely rev. ed. IFLA Publications 147. Berlin: De Gruyter Saur. ISBN 978-3-11- 023226-4. BATTLES, Matthew. A Conturbada História das Bibliotecas. Tradução de João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.

EIA RIMA: Operação Urbana Consorciada Água Branca. Prefeitura de São Paulo. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/ eia__rimaeva/index.php?p=21045 Último acesso: Junho de 2016

MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed. , il., rev. e atual. São Paulo: Ática, 1998. PREFEITURA DE SÃO PAULO, Lei nº 15.893, de 07 de novembro de 2013. Em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/ uploads/2015/05/Lei-n%C2%BA-15.893_2013.pdf CASTRO, Luiz Guilherme Riviera de. Operações urbanas em São Paulo - interesse público ou construção especulativa do lugar. Tese de doutorado. São Paulo: FAUUSP, 2006. GESTÃO URBANA: Operação Urbana Consorciada Água Branca. Prefeitura de Sâo Paulo. http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/operacao-urbanaconsorciada-agua-branca/ Último acesso: Junho de 2016

83


84

FAU USP 2016


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