RECIBO 33 COM RUÍDO,

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edições traplev orçamentos ano 9 número 9 2011

com ruído,

0min33seg



Esta publicação foi selecionada entre os projetos que se inscreveram no Programa Cultura e Pensamento – Seleção Pública e Distribuição de Revistas Culturais. Foram escolhidos quatro projetos, e desta forma contemplamos quatro revistas culturais bimestrais cujas tiragens, somadas, chegam a 240 mil exemplares. O objetivo desta iniciativa é estimular a criação de publicações culturais permanentes, e de alcance nacional – não apenas em sua distribuição, mas também em seu conteúdo. Ao patrocinar este projeto, a Petrobras reafirma, uma vez mais, seu profundo e sólido compromisso com as artes e a cultura em nosso país – confirmando, ao mesmo tempo, seu decisivo papel de maior patrocinadora cultural do Brasil. Desde a sua criação, há pouco mais de meio século, a Petrobras mantém uma trajetória de crescente importância para o país. Foi decisiva no aprimoramento da nossa indústria pesada, no desenvolvimento de tecnologia de ponta para prospecção, exploração e produção de petróleo em águas ultra-profundas, no esforço para alcançar a auto-suficiência. Maior empresa brasileira e uma das líderes no setor em todo o mundo, a cada passo dado, a cada desafio superado, a Petrobras não fez mais do que reafirmar seu compromisso primordial, que é o de contribuir para o desenvolvimento do Brasil. Patrocinar as artes e a cultura, através de um programa sólido e transparente, é parte desse compromisso. CULTURA E PENSAMENTO é um programa nacional de estímulo à reflexão e à crítica cultural. Desde sua primeira edição em 2005, seleciona e apoia projetos de debates presenciais e publicações. O objetivo do programa é dar suporte institucional e financeiro a iniciativas que fortaleçam a esfera pública e proponham questões e alternativas para as dinâmicas culturais do país. Em 2009, o Programa abriu a terceira edição dos editais para financiamento de debates e de periódicos impressos de alcance nacional. Os editais são abertos a propostas de intelectuais, pensadores da cultura, artistas, instituições e grupos culturais, pesquisadores, organizações da sociedade civil e outros agentes, visando à promoção do diálogo sobre temas da agenda contemporânea. O projeto de revistas do Programa Cultura e Pensamento busca ofertar gratuitamente conteúdos de elevada qualidade a um público amplo e diversificado de leitores, através de uma rede de circulação formada por 200 pontos de distribuição em todo território nacional, entre eles instituições culturais, universidades e pontos de cultura. Ao longo dos 24 meses

o projeto prevê o lançamento de 20 títulos, cada um com 6 edições bimestrais, totalizando a circulação gratuita de 1.200.000 exemplares de revistas com discussões sobre arte e cultura, oriundas de diversos estados do país. A rede abrangerá mais de 200 colaboradores editoriais de cinco regiões e 19 estados brasileiros. A edição 2009-2010 do Edital de Revistas do PROGRAMA CULTURA E PENSAMENTO tem patrocínio da Petrobras e é realizada pela Associação dos Amigos da Casa de Rui Barbosa. Este projeto foi contemplado pela seleção pública de revistas culturais do programa CULTURA E PENSAMENTO 2009/2010.


PLAY GERAL http://soundcloud.com/recibo33

Paulo Bruscky Julia Amaral Aline Dias Brígida Baltar Ricardo Aleixo Ricardo Corona Ricardo Carioba Franz Manata e Saulo Laudares Peter Gossweiler Hélio Fervenza Arto Lindsay Ricardo Basbaum Eliana Borges Hélio Fervenza, Otacílio Camilo e Ricardo Campos Dennis Radünz Renan Araujo Chelpa Ferro CDM Diego de los Campos Paulo Vivacqua Andrei Thomaz Tiago Franco Ivan Navarro


conta-conjunta/lista-partitura raquel stolf + traplev

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ranhura______________da unha do olho à ilha do disco, circulante, rodante rasura___________________________apagar, empilhar ou intersectar sons e sentidos rotação_____________com 33 cruzamentos e/ou trânsitos: do texto como partitura, do projeto como translação partitura_________________aqui, escrever em voz alta, ou: toda escrita é partitura. de mallarmé + john cage em diante delay____________retardo de 3 minutos entre aqui e acolá jingle_________________ válido para dispersão (recibo-sonoro) íngua_____________________ isca________________língua solta fresta__________________pausa entre uma faixa e outra, silêncio sonoro fade_________________gradação para o fim. gradação do começo. ou sem sampler________________3x3=9 rumor_________________________ruído ambulante risco____________________ cisco______________________muito pouco ou apenas um pulso, uma pista/track, traço de onda cusco___orelha pequena, guaipeca, ordinária, que escuta mais do que ouve e/ou que ouve mais do que escuta escuta_______________________crua refrão ______________________se não virar sampler alto________________________ mínimo______________nebuloso remix____________________entre outras coisas juntas quando grave______________quanto mais melhor trilha_____________________________sonora de um passeio de carro ou a pé set-list______________________de ouvir por horas a fio entre períodos de concentração play____________________________pause. rec. loop_______________________volta e meia volta rpm___________________________________________trinta e três sonoro_________________________________impresso


guia

REC33

O guia33 funciona como um “encarte” proposto ao leitorouvinte para acompanhar as intervenções dos convidados nas páginas impressas e na parte sonora da publicação. A parte sonora desse recibo consiste em áudios armazenados na plataforma on-line http://soundcloud. com/recibo33

texto e explorando a re-significação de uma experiência supostamente passiva como assistir novela. essas frases são editadas em pequenas publicações que por sua vez são inseridas em bancas junto a revistas de fofocas e programação de novelas.

Sugerimos que o leitor-ouvinte recorte o guia33 e acompanhe a duração e o folhear das páginas junto com a duração e a escuta dos áudios, para se orientar em relação aos autores e demais especificações dos trabalhos aqui reunidos.

Sem título, 2001 5min52seg >>>ÁUDIO 1

Paulo Bruscky

BORRACHAS PARA APAGAR PALAVRAS, 1984 Anúncio em jornal, Arquivo Paulo Bruscky, Recife.

Julia Amaral Olvidar, 2001

Orelhas feitas de cerâmica modeladas a mão são colocadas e deixadas pelo espaço, em paredes, muros, janelas, portas, etc.

Aline Dias

frases de vizinhos, 2011 (versão impressa para recibo 33 com ruído) o trabalho é formada por um conjunto de frases, abreviadíssimas, que traçam um retrato de dois vizinhos da artista, partindo da observação e escuta (na maioria das vezes involuntária) de fragmentos de diálogos, conversas e pequenos acontecimentos.

Aline Dias frases de novela, 2008-11 (versão impressa para recibo 33 com ruído) trechos do processo de escuta e coleta de frases de novelas, registradas a partir da experiência de assistir novelas. o trabalho é compreendido como um dispositivo para dar forma e inteligibilidade a uma ‘escuta/leitura‘ irônica das novelas: a escuta é transformada em escrita e, depois, em leitura, assimilando as lacunas e desvios da transcrição, edição, montagem e deslocamento de con-

http://soundcloud.com/recibo33

Brígida Baltar

Ricardo Aleixo Silêncio preparado 4min33seg >>>ÁUDIO 2

Ricardo Aleixo Ratos podem pensar como os humanos 3min57seg >>>ÁUDIO 3

Ricardo Corona

Ja ma la, 2007 54seg >>>ÁUDIO 4

Poema sonoro do livro-disco Sonorizador, Curitiba, Editora Iluminuras, 2007. Ja ma la consiste num canto sem significado dos índios Yamanes (ou Yaghanes) da Terra do Fogo (do lado chileno) que usam apenas a voz como instrumento musical.

Ricardo Corona

Tungu Ball, 2007 2min32seg >>>ÁUDIO 5 Poema sonoro do livro-disco Sonorizador, Curitiba, Editora Iluminuras, 2007. Tungu Ball contém a citação “Gadgi beri bimba” (1916), do poema de Hugo Ball.

Ricardo Corona Nanobô Ragnarok, 2007 33seg >>>ÁUDIO 6 Poema sonoro do livro-disco Sonorizador, Curitiba, Editora Iluminuras, 2007.

Paulo Bruscky Partituras, 1982


Ricardo Carioba

NO IS E, 2011

Franz Manata e Saulo Laudares

Por via das dúvidas, 2011 1min02seg >>>ÁUDIO 7

Peter Gossweiler

2011 2min48seg >>>ÁUDIO 8

Hélio Fervenza

Telefone sem fim, 2006 Proposição

Julia Amaral Olvidar, 2001

Arto Lindsay Sem título, 2011 Desenhos, Los Angeles.

Ricardo Basbaum

vibrosidades&vibrolução, 2011 4min19seg >>>ÁUDIO 9

Eliana Borges jardim cmyk, 2011 26seg, 28seg, 31seg, 26seg >>>ÁUDIOS 10, 11, 12, 13

Ricardo Carioba NO IS E, 2011 4min >>>ÁUDIO 14

Hélio Fervenza Pontos de escuta: as ruas têm ouvidos (Proposta de uma audição em deslocamento), 2005 7min33seg >>>ÁUDIO 15 A proposta foi realizada nos dias 30 e 31 de maio de 2005, durante a série de atividades, encontros e apresentações que constituíram a Plataforma Perdidos no Espaço,

ocorrida na Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre. Naquela ocasião, convidava os participantes a colocarem fones de ouvido conectados a um mini aparelho digital de áudio, e a realizarem um percurso fazendo a volta na quadra onde se localiza o Instituto de Artes. A caminhada iniciava na entrada do prédio do Instituto, e avançava no sentido horário (Rua Senhor dos Passos, Avenida Alberto Bins, Rua Pinto Bandeira, Praça Dom Feliciano), retornando ao seu ponto de partida. Ao iniciarem, os participantes acionavam o aparelho que reproduzia sons gravados ao longo do mesmo percurso alguns dias antes, durante o horário de funcionamento habitual do comércio e dos serviços existentes nesse perímetro. Ocorria então um atravessamento, uma fusão ou alternância entre os dois espaços sonoros, quer dizer, entre aquele que o participante escutava diretamente vindo das ruas, e aquele outro, proveniente da gravação. A Plataforma Perdidos no Espaço reuniu atividades artísticas, palestras, discussões, mostra de vídeo e da documentação das intervenções e ações dispersas que foram realizadas pelo projeto FPES - Perdidos no Espaço durante o V Fórum Social Mundial de 2005, bem como disponibilizou diversas publicações para consulta, buscando articular a produção de artistas, de grupos de artistas e de pesquisa dores de diferentes horizontes que trabalham com questões do espaço na sua dimensão poética e social.

Hélio Fervenza, Otacílio Camilo e Ricardo Campos Terrreno de Circo, 1985 8min19seg >>>ÁUDIO 16 Livro, edição dos autores, tiragem de 27 exemplares (xerox 9500 - reticulado, gravura em metal, serigrafia, carimbo, spray, tecido, recorte, plástico, cartão, papel, papel artesanal com serragem, fita cassete). “Agradecimentos especiais a Eloi Fernando Fritsch, coordenador do CME - Centro de Música Eletrônica do Instituto de Artes da UFRGS, bem como ao técnico Alexandre da Silva Alves, o qual digitalizou e realizou os ajustes no áudio de Terreno de Circo.”

Dennis Radünz (com Julia Muniz e Samuel Scaini)

Cultivos do acaso 3min >>>ÁUDIO 17


Ricardo Aleixo

Paulo Vivacqua

Falhe comigo (Corpografia) 4min12seg >>>ÁUDIO 18

FEITIÇO REMIX 6min39seg >>>ÁUDIO 27

Ricardo Aleixo Glotesque 1min32seg >>>ÁUDIO 19

Ricardo Aleixo

Rondó da ronda noturna 43seg >>>ÁUDIO 20

Renan Araujo Himno de la revolución latina, 2010 4min30seg >>>ÁUDIO 21 Quando todos os países se juntam, as forças contrárias aparecem. “Himno de la revolución latina” questiona a condição do território e suas políticas. O trabalho sonoro é formado pela junção [sobreposição] de todos os hinos dos países que formam a América Latina. Os hinos terminam em tempos diferentes: no início, o som é apenas um ruído que mal se identifica a origem, mas a medida que o tempo passa a separação aumenta e é claramente percebida.

Chelpa Ferro

Batalha Pocket, 2010 11min33seg >>>ÁUDIO 22

Ricardo Carioba

NO IS E, 2011

CDM

6min17seg >>>ÁUDIO 23 www.grupocdm.org

Diego de los Campos Trempotrempo (do CD Magnéticos), 2008 1min32seg >>>ÁUDIO 24

Diego de los Campos Cartão telefônico (do CD Magnéticos), 2008 1min32seg >>>ÁUDIO 25

Diego de los Campos Meninas (do CD Magnéticos), 2008 1min45seg >>>ÁUDIO 26

Uma novela imaginária feita partir de retalhos desencontrados, derivados de novelas brasileiras da TV aberta, re-ordenadas de modo aleatório e contraposto a uma sonoridade dramática que sugere a iminência constante de ações que jamais se concretizam, por pertencerem a outra dimensão, paralela e fantasmática, como uma certa paródia da realidade. Os diálogos são entrecruzados, gerando essa flutuação sobre o sentido do que está sendo dito. Essa versão é um remix foto-novela-absurda feita a partir de trechos da instalação que foi apresentada em 2005 na Galeria do IBEU em Copacabana (Rio de Janeiro) em sua primeira versão. O áudio corresponde aos diálogos transcritos e ambos se relacionam em livre associação com a seqüência de imagens impressa.

Andrei Thomaz

PacMan Sounds 2011

concepção e desenvolvimento web: Andrei Thomaz ilustrações: Rafael Nascimento

>>>ÁUDIO 28: www.andreithomaz.com/pacman_sounds/

Arto Lindsay

Sem título, 2011 >>>ÁUDIO 29

Desenhos, Los Angeles.

Tiago Franco

o castelo de otranto mixtape #3, 2011 45min01seg >>>ÁUDIO 30: http://soundcloud.com/ studiostudiobr/o-castelo-de-otranto-3

Ivan Navarro Intervenção sobre fotocópia do cartaz da banda de Martin Kippenberger no Brasil (1985-86), 2011 >>>ÁUDIO 31: http://www.ubu.com/sound/kippenberger.html

impresso áudio áudio+impresso



Seu D. sabe quando vai chover. Seu D. xinga cantando. Seu D. ensinou o neto a dizer que a vida é boa pra caralho. Seu D. tem uma roupa de borracha. Seu D. puxa de uma perna. Seu D. disse que homem que não se pisa não é homem. Seu D. disse que merda quando mexe mais merda vem. Seu D. pisou na merda de cachorro e depois botou a mão na merda de galinha. Seu D. disse que cu cheio é uma merda mesmo. Seu D. disse que depois de velho não é hora de cortar lenha. Seu D. se veste de mulher no carnaval. Seu D. já teve doença do rato. Seu D. pinta a casa todo ano. Seu D. já viajou para Aparecida e Piratuba. Seu D. queria bater no genro. Seu D. disse que o camarão tava tão pequeno que se descasca não dá nem um botão.


Dona B. disse que todo mundo vai virar sapo se não parar de chover. Dona B. aprendeu a desenhar o nome. Dona B. disse que na Barra só tem gente feia. Dona B. não gosta de ir à praia e dorme vendo televisão. Dona B. dá gargalhada. Dona B. colocou meia dúzia de ovos pela janela da minha casa sem ninguém ver. Dona B. me chama de querida. Dona B. chorou quando as galinhas morreram. Dona B. ficou brava quando a mãe dela caiu por causa do seu. D. Dona B. disse que a gente gosta muito de filho mas não pode dar confiança. Dona B. lava roupa pra fora. Dona B. tem vergonha de pegar as latinhas de cerveja no lixo pra vender. Dona B. nunca viaja. Dona B. não usa casaco nem calça e fica de braço cruzado, toda encolhida de frio. Dona B. disse que ia fazer peixe mesmo já tendo carne pronta e que ia comer tudo. Dona B. tem diabete e come muito bolo nas festas da igreja.


A verdade 茅 que havia um abismo entre n贸s.


As coisas n達o s達o assim na vida real.


Eu preferia que você não falasse comigo em público.


VocĂŞ nunca me fez feliz.


Eu vou lutar com todas as forรงas contra esse sentimento.


É sempre bom fazer uma auto-anålise.


7min528seg










26min1043seg






26min1175seg






30min1353seg


vibrosidades&vibrolução há entre nós os espasmos da vibrolução: recuar ou avançar são trajetórias laterais na área das considerações que interessam; sob a articulação das visões parciais um recorte inquieto se impõe entre nós: o olhar direto não consegue caminhar – há algo que corta o caminho. Acidentes são mais que obstáculos – todo sombreamento (sombreamento, sombreamentos) é desigual, felizmente. trazer para a arena modalidades amplas de articulação dos refrões frutos da inqueitude calma: sopros e resopros. repetir de acordo com o movimento quebrado, a cada vez novamente arrancar: 1, 2, 3, 4 – sem arrependimento; distraidamente deixar-se tomar pela vibrosidade das camadas ou estratos ou limiares ou mesmo pelas sensações ponteagudas cuja temperatura varia muito – sem regularidade; ajustes imprevisíveis foram deixados de lado: não será preciso fazer questão de apontar ou definir alvos: não interessa capturas gratuitas nem interessa associações quaisquer: nada é impulso, quando; Oh! figura de espanto e assombro. Ah! número de alívio e preguiça. Ou: os estratos possíveis em revezamento último. Coisas intensas? Tal qual... à beira do abismo truncado, ao lado do assoalho: as vozes são do que se fala aqui, multiplicadamente – pequenos sopros incessantes – deitados no chão: vamos aos exercícios coletivos – corpos multiplicados! falar em três, os três, a três, costurando ângulos perfurantes: de hora em hora até o esquecimento completo. Não nos conhecemos e confessamos em público o total desencontro. eu lhe disse: “repetições”; você insistiu: “percursos”; eles gritaram: “espanto e alívio”; nós sussurramos: “oh! ah!”; ele: “intrigas”; ela: “soluções e saltos”. Em coro: “ruído de fundo revela maquinações”.



36min1438seg









62min1917seg


ESCALA DE CORES EM CMYK COM BASE NAS BANDEIRAS DA AMÉRICA LATINA ENCONTRADAS NO WIKIMEDIA COMMONS. ESCALONADO NO SISTEMA DE CORES MUNSELL.




82min2079seg



- Meu Deus do céu, dizer que eu ia viajar sem me despedir de você Danilo nossa a gente só se fala por telefone.. - E com a Clara assim sem poder fazer quase nada tenho me virado em dois, cuida da nina vou ao supermercado, vou ao banco, até almoço e jantar tenho preparado pra nós três.. - É… mas a Clara machucou foi as pernas NÃO AS MÃOS (risos) - Ah !.. a Clara te mandou um beijo (Danilo) - (interpelando) Mentiroso.. Lógico que a Clara não ia mandar um beijo pra mim….imagina..(risos) - Deixa pra lá mãe, o importante é que eu tô aqui, a sua neta tá também..não vamos esquentar com isso..vamos ? - Não (condescendente) ..ao invés de eu ficar aqui reclamando, ..eu vou me despedir de você…aahhh (beijo).. meu filho querido vou sentir saudades.. __________________________________________ (Noticiário, incêndio TV) – Foi perda total.. (simulando desolação) perda total, não sobrou nada, nós dependemos agora exclusivamente da BONDADE DOS PARENTES. [Familiares vendo TV:] - Ai.. isso é demais espero que eles não queiram contar com a nossa bondade.. - Ué ? (bradando) Nós somos os parentes, não somos ? voce não escutou o Armando dizer “a bondade dos parentes”, pois somos nós ! - e alguém aqui engoliu essa história de vela, fala sério minha gente, essa mulher reza ela reza ?!!!! __________________________________________ - alguém que conta pra alguém que conta pra alguém que conta pra alguém, todo mundo fica sabendo.. - esse problema foi superado - não foi superado não Pedro que eu te conheço muito bem ! ..eu tô começando a conhecer a Cíntia também..o Alex não se fala que ele é um rapaz pacífico que não gosta de briga. Mas vocês dois .. meu Deus do céu cada vez que vocês se encontram parece que vai sair faísca..que vai dar um curto-circuito ! - não há mais nenhum risco, nem nos cumprimentamos - melhor !..




[muito, muito lento] - ah ele disse pra falar com você, quer resolver logo isso tudo, que tá cansado, que desistiu e que quer resolver logo essas coisas da separação com você. - ele disse isso ? - ué por que essa cara você deveria tá comemorando, não era isso que você mais queria ? - quando o Jorge aceita assim com facilidade as coisas, ... eu sinto cheiro de golpe no ar. - bom.. golpe ou não só vai saber quando chegar em Florianópolis .. - você tem razão, é melhor pensar que ele tá sendo sincero, que é verdade essa história de divórcio.. __________________________________________ - Você que saber se eu e a Helena brigamos, não é isso ? - Eu ? mas de jeito nenhum, não quero saber nada, eu já entreguei pra Deus, como se costuma dizer.. - Conversamos.. Ela tá chateada .. quer conversar sozinha com a filha sem a interferência de ninguém, .. eu vou depois,15, 20 dias, daqui a um mês no máximo - ALELUIA ! então você vai viajar e não vai com ela..?

- é mas Naíde tem razão viu ? porque com esse apelido cachorrão polaco.. inspira baixeza moral..!

- Claro quando elas voltarem eu vou

__________________________________________

- Ai que bom,.. achei que você tinha desistido..Edu você voltou a pensar !! [categórica] você re-ingressou no grupo das pessoas lúcidas e conscientes do qual você tinha saído ! (risos)

- Ah, não se lembra Silvia ? - Não mãe eu não fui a Tokio com você..

- (…) Voce é uma mulher muito debochada tia [pausa] eu acho mesmo que você matou 3 maridos de tanto atormentar os pobres coitados

- mas é.. olha aqui, hoje você chora uma lágrima, tá ? Amanhã você vai chorar um rio inteiro ! [enérgico]

__________________________________________

__________________________________________ - Haha !!.. você ainda não viu nada.. ah vai dormir agora e dorme um bom sono que hoje você merece! [barulho] __________________________________________ - você de olho na mesa ! - acho bom..! Porque com esse nome cachorrão polaco.. ué ?! - ele é bibliotecário.., gosta de livros..de palavras !

- o fato é que eu preciso falar muito baixinho com o cahorrão polaco, sabe por quê ? - por quê ? - porque eu tô matando cachorro a grito !! [risada histérica e risos] __________________________________________ - Hmmmmm.. tá uma delícia Anselmo, ah..que saudade de Tokio lembra Silvia.. ???????????





155min2545seg





Pausa semibreve

glossário33 anna paula stolf

Instante tracejado

Semibreve Duração: R

Nota pontuada Duração prolongada: 1/2

Marca de respiração

Silenciar completamente

Ruído crescendo

Ruído diminuendo

editorial33 recibo 33 com ruído, parte de uma conta-conjunta/lista-

Breve silêncio destacado

Nota mais curta

Descompasso entre ruídos e durações prolongadas

partitura, indicando partículas possíveis para tentar pensar alguns dos múltiplos usos do som nas artes visuais, na poesia sonora, na música (experimental e etc.) e/ou nos musgos entre áreas, entre escutas ou nas intersecções de platôs, planaltos, campos e campinas, barulhos e embrulhos. Esta edição de recibo propõe transitar do ruído impresso ao texto como partitura, da imagem sonora ao registro que pode se desdobrar como projeto, entre som e texto, entre ruído e imagem, entre o sonoro (o que soa, o que produz som) e o acústico (o que atravessa ou se refere à audição e à escuta). Uma edição impressa que tanto poderá ser lida-vista em voz alta, como poderá ser o play para escutar o 33, ou qualquer silêncio (traduzido ou intraduzível).

Traplev e Raquel Stolf editores de recibo 33 com ruído,


expediente33 - recibo33 - ano nove - número nove - produção: Julia Amaral (Florianópolis) e Edições Traplev Orçamentos (outras regiões) - administração: Fundação Hassis - editor geral de recibo: Traplev - projeto editorial 33: Raquel Stolf e Traplev - projeto gráfico 33: Anna Paula Stolf - Recibo agradece em especial a todos os colaboradores por cederem seus trabalhos impressos e sonoros para a publicação deste número. - Agradecimentos gerais: Raíza Bruscky, Claudia Zimmer, Gabriel Cianeto, Regina Melim, Vanessa Damasco, Isabel Ferreira Zarzuela, Eduardo Bonito, Icaro dos Santos, Helmut Batista, Amilcar Packer, Julia Amaral, Francini Barros e às nossas famílias. - impressão 4\4 - 64 páginas - tiragem de 10 mil exemplares - periodicidade: bimestral - produzido entre agosto e setembro de 2011 - impresso no Brasil - impressão: Gráfica Ediouro - RJ - distribuição nacional gratuita: Programa Cultura e Pensamento/MINC - contato: recibo0@gmail.com - http://issuu.com/recibo

MINISTÉRIO DA CULTURA Ana de Hollanda - Ministra SECRETARIA DE POLÍTICAS CULTURAIS Sérgio Duarte Mamberti - Secretário ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA CASA DE RUI BARBOSA João Maurício de Araújo Pinho - Presidente REDE DE REVISTAS PROGRAMA CULTURA E PENSAMENTO Sergio Cohn e Elisa Ventura - Coordenadores Tatiana Louzada - Produtora Luana Villutis - Coordenadora de Rede Filipe Gonçalves e Elisa Ramone - Assistentes de Produção

- nota do editor 1: John Cage (Augusto de Campos), da “Conferência sobre nada”, 3min >>>ÁUDIO 32-33: http://www.erratica.com.br/opus/110/nada.html - nota do editor 2: no verso da contracapa, anotações de George Brecht em Notebooks III (1959), publicação organizada por Dieter Daniels, Verlag der Buchhandlung Walther König, Köln, 1991. Fotografia por Raquel Stolf. - ERRATA: na edição anterior de recibo chamada recibo23, na página 38 da artista Laura Lima, onde lê-se “Tatuagem bidimensional”, o correto é TATUAGEM DIMENSIONAL. E por problemas técnicos da gráfica, a imagem estampada nesta mesma página dupla de Laura Lima foi prejudicada. Neste sentido, sugerimos aos leitores que visualizem a versão on-line para ter a idéia original do trabalho.

courier, adobe caslon pro, colaborate-thin, aller preto 66% preto 88% preto 99% amarelo 100% ISSN 22363138



apresentam

Esta publicação foi contemplada pela seleção pública de revistas culturais do Programa Cultura e Pensamento 2009/2010.

Distribuição Gratuita ISSN 22363138

233min2733seg

parceria

apoio Ministério da Educação

realização Secretaria de Políticas Culturais


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