Liberdade INDIVIDUAL

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Liberdade individual

O dia nasce para todo o ser E de mansinho vem a noite Que escraviza o teu amanhecer.

Liberta é a tarde Que vem depois de tudo acontecer Ou mesmo antes de nada se saber,

O que se passou pela noite, Será que ninguém sabe, Ou esteve lá a morte?

O dia nasce para todo ser E embarca a tarde no seu carrossel Aguardando a noite no sucessivo aparecer Que desvende tudo que é infiel.

O dia nasce para todo ser Dolente é a madrugada calma Que quer ou não, a manhã chama E em gritos fortes pede para nascer.

Daude Amade

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ASSIM É, ASSIM SERÁ. O sol se foi, Caiu a penumbra, e agora… Serve a luz da lua. Estava cheio,

Agora somem, Homem a homem, Cada um se move Norte, outro sul Alguns se acolhem em casas, Outros por baixo de pontes e estradas, Alguns o estômago grita Outros a alegria é indistinta Para crianças a fome irrita Em choros a criança grita Assim é o dia-a-dia, Com paz ou sem paz Entre tristezas e alegrias, Assim é o dia-a-dia.

Daude Amade

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A MIRAGEM Assim és… Meio visto e mirado Imaginário visual Reflexo do desejado Algo sentimental Gira o eixo da imaginação Ele e aquele, querem tanto dizer-te Menina que faz pulsar o meu coração.

Daude Amade- MAPUTO-MOÇAMBIQUE

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Me leva Me leva só wéee Não aguento viver mais aqui Como vento e me empanturro com soluço Ai amor novo vem, escapei De uma trombose Tenho três filhas pago colégio transporte aula de natação As amo tanto Eu único rapaz que tenho e tanto insurreto Que o meti numa escola primária Vai a pé e volta a pé Fiz D.N.A por curiosidade Afinal de conta ele é O único filho que tenho As meninas não são minha ai amor vem vem consigo Me leva ~Me leva só wéee~ Estes inchaços que trago não é por que sou ladrão Foi confundido com ele, em pleno mercado eles tentaram me assaltar Enquanto eu corria para desfazer-se deles

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Liberdade individual Eles gritavam «gatuno, gatuno» As senhoras do mercado são Paulo Deram-me uma surra Quando expliquei já estava inflamado, cheio de hematomas Me leva só Papá Deus O Cota Santana não parece ser nosso irmão mais velho Causa tanta confusão pensado que a herança da terra é só dele. Olha só me leva embora

CARDOSO LOPES, O POETA-ANGOLA-2013

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Quando te vi de longe Cheguei mais perto não identifiqueiMe mais o foco dos meus olhos Preponente identificaram-te foi logo Me apaixonar por ti acaricio a sua Pele lisa, que me deixa louco abro as suas pernas e me Excito com o que vejo. Ouço gritos nulo, Lágrimas secas Vontades desconhecida Para me satisfazer! Penetro mais fundo saboreio-te até Ao último segundo e depois de tanto Prazer saio pelo palco dos poetas Declamando que hoje eu li um livro. Cardoso Lopes

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AMNHÃ COM ONTEM SEM DEPOIS Amanhã incerto com atitude de hoje Crianças mortas em sítios vivos Homens vivos em sítios mortos Amanhã nada em tudo escrito num tudo sem nada inscrito Apenas em tristes baladas de um povo alegre Amanhã que não é ontem nem depois partida regressada com ontem perdido. E apenas se implora pão direito ao trabalho saúde educação um amanhã com ontem Esta alegria é uma espingarda sem flores a juventude um vulcão sem amanhã Amanhã onde aqui? Não saímos de cartolas como coelhos somos gente viva Basta de máscaras de promessas nunca realizadas já tivemos ontem e queremos Muito simplesmente um depois um certamente com duração Sermos menos contas menos números mais multidão viva. Caiam as vestes e fantasias e gestos enfatuados que nada decerto dão Abaixo os produtores destas cenas inúteis Talvez amanhã possa ser um balão colorido solto ao vento Por mãos e mentes calejadas de trabalhar pode ser então Um AMANHÃ com Ontem de Depois.

ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013

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Maria João Brito de Sousa – Poetisa portuguesa-Oeiras-Portugal

POEMA A UMA RESISTÊNCIA PESSOAL … e, às vezes, Tantas vezes de aço vivo, Esta dureza vítrea em que me embrulho, Este trajar de fraga De alto a baixo Este mergulho em mim Negando laços e este dizer que não quase a rugir… Um dia - Um qualquer, eu sei lá quando… -, O bicho em mim acordará estremunhado, Esquecido da espada e da armadura, E refazer-se-á nos sorrisos e abraços Que hoje não toleraria Porque Só assim uma vida se cumpre, O sol brilhará quando for tempo disso e o corpo aprender a tolerar tanta invernia

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Liberdade individual Até lá, porém, A luta continua E, de alguma estranha forma, Os órgãos, um a um, persistem Nesta estranha/inaudível surdina Onde nem um pretenso mago cairia Na absurda tentativa/tentação de adivinhar Que rumo, que áspera textura ou qual a dimensão Da densa/dura crosta que todos os golpes pressupõem

SONETO CON (M) SENTIDO (Em decassílabo Heródico)

A mão morre na praia, o gesto hesita E a voz vai-me cedendo às avarias Que minam quanta carne o estro habita, Um pouco mais e mais, todos os dias, Porém, lembrando as horas mais sadias, Renegando essa dor em si se agita, Tenta o verso ir mantendo as ousadias E canta pá afirmar qu’inda acredita! Saudades? Já vai tendo, o tempo voa E voam, nestas rimas conquistadas Às horas em que a dor a carne arpoa, As palavras que, embora maltratadas, Conseguem, nessa voz que em dor se escoa, Sonhar com quantas mais nasçam cantadas…

Maria João Brito de Sousa – 27.12.2013

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O HOMEM NÃO É MAR NEM OCEANO O homem não é mar nem Oceano pensa e ama nem é flor nem cato Pensa e ama não é terra lavrável Pensa e ama não é Deus pensa e sofre Erra Aprende a corrigir-se dominando seus impulsos raciocina Com lógica ou sem ele O Homem pensa e ama peca ou erra O Homem não pedra tem sangue e inteligência coração Não é vulcão mas lava e reage com violência ou ternura Não é robot nem máquina Ama e Pensa Nem computador mas folha que o vento empurra na onda da vida Com tempo de nascimento e morte bem definidor Por mais incrível apenas não aprendeu a ser humilde Nem humano mas deseja Sempre tornar-se deus mar Oceano Vulcão robot ou computador Excel poder ditador Mas este sabe que os outros humanos “abatem aviões com pedras da calçada” Nesse dia flores cravos ou rosas não haverá nessa pedrada ANTONIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013

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Liberdade individual Nada me alegra mais como a sensual Que ver por baixo da tua blusa transparente Dois peitos jovens danรงando como laranjas maduras num pomar E me sinto ainda mais fascinado pelo esboรงo Da vagina nas calรงas azuis e apertadas oferecendo vida Ao abrires relaxadamente as pernas salta a forรงa interior de um orgasmo ร s rosa brava desabrochando em tecido quente nos olhos do meu Ocaso CARLOS SEMEDO-SINTRA-2013

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REACCIONÁRIO Como escrevo e transmito se meus membros pensantes se atrofiaram Como vou exprimir ou dar-me se minha mãos mirraram de inércia E o cérebro endureceu no cárcere da isenção do conformismo? Como vou renascer tendo um mundo Novo á minha frente E eu sem coragem para o conquistar em mim todos os novos padrões Ouvir escutar participar e absorver? Grito de raiva querendo ser novamente parido (CARÇOS SEMEDO-LISBOA-1974)

AGORA OU NUNCA A” força de vontade” chegou e voarei ao Infinito das impossibilidades Á minha porta mora o Bairro de Alfama de marchas poetas e pintores Bairro Velho arrebitado e barulhento As peixeiras pregam bamboleando as ancas vivendo a mesma vida avoenga proferindo obscenidades aos intrusos ao ritmo de gerações

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Liberdade individual Agora ou Nunca Devo acreditar em mim transformando a moleza intelectual numa forma de vida? Como me olharás neste momento de o meu despertar o idoso sentado Na porta do Carvoeiro? Verá esta transformação? Ou Progresso? Compreenderá esta atitude de Recomeço? Pouco lhe importa certamente pois coça os testículos assando sardinhas E pimentos negociáveis com os beberrões passantes, estivadores Ou operários da Fábrica do fardamento e calçada nossa vizinha Não importa ou talvez nunca importará Nesta hora ou sempre talvez Nada interromperá a rotina o aspeto normal da rua onde habitamos Onde um elétrico tem que parar para ouro passar num tlim-tlim habitual Afinal neste quadro de possíveis mutações em imutações Para quê procurar aí mutabilidade nos costumes de lá vai água Do Bairro de Alfama sobranceiro ao do Castelo E num gesto de recomeço descer as escadas ir ao passeio de punho Erguido como louco de profecias gritar histericamente AGORA OU NUNCA (CARLOS SEMEDO-LISBOA- 1969)

HORA DE BAI Hora de bai Nhá crecheu Melodia Triste toada africana coração solitário Amargura sangue sabendo a mel Hora di bai Nhá crecheu Riso sem base estátua sem pedra Fel ternura tempo perdido Sangue sabendo a mel Hora di bai Nhá crecheu Viola morta mornas sem ritmo Esperança sem retorno fim sem começo nada sem fim Fim sem começo confusa turbulência no nosso chão Fantasia infiel de mudança Sangue sabendo a mel Hora de bai Nhá crecheu Música remota canção viva de saudade ou Sangue sabendo a mel

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Carlos Semedo-Bedanda-Guiné-1962

EM RITMO DE SAMBA Atchimmmmmmmmm o homem espirrou O gato fez chichi no tapete e o cão cagou no chão e logo Naquela casa o Mundo mudou pontapé na bicharada logo o puto chorou E a Avó manhosa não deixa mamã chutar açoite A galinha na capoeira cacareja mas o galo arrasta asa e ela se calou Violão no morro roncando noite inteira sob a noite africana Lua cheia bailando menina doce sua bunda kuduro Remexe remexe enrolando na areia com mulatão Minha Mãe me cantava mornas de Dr. Adriano e o negro Jaime soprava melodia Na flauta de bambu Gostava de mandioca assada apanhar ovo de cobra Correr os montes nas florestas vizinhas jogar à cabra cega ou à mata com o Mamadu! Roubava abacaxi da fazenda do meu papá banana caju e manga na Granja do Governador E matava periquitos e pica-paus com a fisga do meu irmão Rui

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Liberdade individual AI QUEM ME DERA Hoje na chuva tropical do meu bem cimentado quintal Nu despido de preconceitos de prisões falsas atitudes coladas hoje no meu adjacente de adulto Já sem ritmo de morna ou samba ou marimba ou do quiluanje choroso em mão de homem grande envolto no seu pano Mascando cola sorriso sensato de tudo sabe não do mundo louco dos brancos Agarro-me apenas a estes pedaços já mortos em poemas dolentes sem violão Escondendo afinal nestes poemas contados talvez em segredo Que afinal que de branco europeu apenas negro africano sou. (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA)

DO OUTRO LADO DO OCEANO O mar o Sul o Infinito o Atlântico rumo destes olhos aqui desterrados no Pais da Solidão/. /.Num fim de tarde poente alaranjado Mar Morto salgado neste poeta Talvez frustrado ou cavalo enfermo ou vento sem brisa~ Suave morrendo lentamente levado por asas de borboletas de asas coloridas Ou pernas de gafanhoto perdido da praga Numa vertigem que se espraia no Horizonte onde nada alcanço Do outro lado talvez haja Aurora Boreal Aqui o poço é negro sabendo a prisão Talvez lá os pássaros cantem sem alpista Lá no Horizonte que não alcanço os homens não vegetem sejam realizados Livres de repressão talvez sejam livres Talvez País encharcado de hipocrisia Uma lama de peçonha encobre nossos rostos desesperados invisuais De promessas não cumpridas futuros não encontrados tudo em contradição Talvez no após Horizonte haja Poesia 17


Liberdade individual Esperança fértil e confirmada Talvez haja Amor crianças todas Felizes gente sorridente confiante AQUI NÃO A noite é a mesma os poemas dos poetas estão todos rotos de mera Fantasia (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-04/11/2013)

MATEMÁTICA REVOLUCIONÁRIA Entre os homens não haverá sinais matemáticos DECRETO SUA ABOLIÇÃO Nem mais nem menos nem soma só divisão multiplicar com subtração ainda menos Luto sim nestas regras pela existência de um único sinal, o Igual Tão constante como o Sol e nesta lei apenas um novo símbolo inscrito na consciência De cada Homem desde o parto ao cemitério em letras renováveis LIBERDADE FRATERNIDADE IGUALDADE e o produto desta equação semeada no vento germinará Um novo gesto em cada Madrugada do Homem algarismo transformado em Humano Gerido por novo símbolo em pleno usufruto de sua condição humana O HOMEM REVOLUÇÂO (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-NOVEMBRO 2013SINTRA)

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Liberdade individual ANSIEDADE Visto fato de corte moderno Gucci Pierre Cardim Gravata de seda ondulante sapatos de animal mal abatido Na moda mesmo camisa de fibra sintética molda meus músculos perfeitamente MAS Sou apenas uma peça cadente desta Europa agonizante Patética neo liberal ou mesmo fascizante Comandado por Homens de óculos negros Fatos negros ou azuis Camisas brancas Matracas na mão Gestos petulantes matemáticos Robots Humanos MINHA ÁFRICA NASCENTE

A saudade faz-me louco Prefiro ser esborrachado pelas patas de um elefante

CARLOS SEMEDO-2013

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SENTI-TE TÃO FRÁGIL No nosso autocarro diário naquele dia a dia angustiante olhei-te Eras gazela frágil insegura procurando filhote na mata Pensei sair do autocarro contigo mas reptai-me escondendo o pensamento De te levar ao meu Mundo de Fantasia Tive medo de ser Estupidamente ridículo e banal engolindo palavras meigas Saídas de um cérebro visionista Vi-te E cobardemente neguei de sentir o teu cansaço ansia de ausência De amor ainda mostrei as mãos nuas para apoiares nelas as tuas Franzinas neuróticas extramente sós e frias geladas de saudade Talvez não haja um Poema talvez ontem não tivesse poema para ti Talvez, sabes fosse tudo esconder fragilidades Sei a não escondo desejar levantar-te o queixo ternamente ver-te/. /.O azul dos olhos mendicantes depois ouvir-te a alma beijar teus lábios De rubi agitados com toda a verdade infinita de meu ser Talvez louca mas verdade

(CARLOS SEMEDO-17-03-71-LISBOA) 20


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O PRESÉPIO Um soneto, dos da série de 2007/8 , e uma tela de 2006 para vos desejar um Natal muito... Combativo!

É por dentro de mim que chego a Deus, É por dentro de mim, eu sei-o bem, Que todos os Natais vou pelos céus Visitar o menino de Belém!

Nunca o disse a ninguém, pois há segredos Que devemos guardar dentro de nós E até há quem duvide e tenha medo De poetas com asas de albatroz,

Mas da estranha viagem, que só faço Se a estrela de Belém me der boleia, Fica registo do divino traço:

Nascem raios de luz no meu regaço E há anjos a cantar a noite inteira Ao Menino que dorme nos meus braços!

Maria João Brito de Sousa – 27.12.2013 21


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SONETO AO PRODUTOR EXPLORADO SONETO DO PRODUTOR EXPLORADO (Em decassílabo heroico)

Eu que ergui, pelas veias das cidades, Sentinelas de pedra e de aço puro, Que conquistei, a pulso, as liberdades E asfaltei, com suor, cada futuro, Eu que paguei, com sangue, as veleidades Que registei na cor de cada muro E sigo em frente e moldo eternidades A partir do que engendro e não descuro, Não mais hei-de evocar forças ausentes! Liberto o grito, preso entre os meus dentes, Que irrompe deste barro em que me sou E arrancarei, de mim, quantas correntes Me prendam à mentira, ó prepotentes Senhores do que julgais que vos não dou! (Imagem retirada da página URBANO TAVARES RODRIGUES – ESCRITOR PORTUGUÊS ANTI-FASCISTA) Maria João Brito de Sousa – 27.12.2013 22


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Meu amor (aqui, não sei, não existe, se foi… No espaço perdido memória só minha procuro-te infinitamente Querendo voltar a ti como era Poeta louco amante estudante ou militar Pés sem terra nada sólido mesmo assim monangamba de ti Asas asem penas gestos esclarecidos lúcidos Abertamente teus Tu sorrias verão eterno brincavas com as loucuras deste coração infantil Amavas este coração infantil tão teu amavas meu corpo grotesco amavas Estes olhos verdes azuis que dizias feiticeiros e unicamente tinham A cor da Felicidade Punha-te no regaço como nuvem ou estrela Sem te tocar Meu amor neste cais de hoje sem barcos nem regresso Só partida só separação sem adeus de joelhos me vergo a esta verdade/. /.HOJE és nada e no alvor das minhas madrugadas sem teu Sol Meus olhos teus olhos verde-azuis ficam negros de saudade (CARLOS SEMEDO-LISBOA.1971)

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Liberdade individual Não tenho prova mas sei que neste exato momento que estou publicar, há meus irmãos carentes de atenção a morrerem nos hospitais, prisões, psiquiatria, nas ruas, em casa, ou em outro lugar que nome esqueço de citar, Uns morrendo por sede, mas há tantos rios em angola uns morrendo de fome, mas há tanta alimentação nos campos, Triste é saber que eles vendem alimentos que deviam pelo menos oferecer Não tenho certeza mas desconfio que a estas horas tem zungueiras a serem espancadas pelos policiais de fardas sujas Desconfio que no hospital está morrer alguém que a família não tem dinheiro suficiente para pagar a operação que têm que fazer a um rapaz! Não estou lá mas sei que nos cemitérios está cheio, há tantos corpos para deitar, triste, pessoas que morreram por coisas, que este governo devia ajudar, Estou publicar porque assim estou a pensar, <LEMOS POETA>

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QUERO CAMINHAR PELA ESTRADA

Andar sem rumo pela estrada deserta. Pensar no que fiz e no que deixei de fazer. .Pensar nos amores e desamores. Andar sem querer chegar. Estrada vazia me fazendo companhia Vontade de gritar na certeza ninguém ouvirá. Pensar no tempo perdido que não voltará. Pensar nos momentos felizes que passei Alegria por ser amada e poder amar. Pensar nos desafios E que ainda faz parte da minha jornada Risadas espontâneas vindo do nada. Pensar nas lagrimas que não quis deixar sair Pensar no amigo sincero que sempre preocupou E no invejoso que sempre quis me ver desistir Pensar no brilho do céu e das cores quando feliz Pensar no dia nublado sem vida e cores, Quando via que não tinha mais jeito e feliz Pensar nas injustiças e cobranças indevidas Nas lagrimas sentidas coração esmagado Nos lábios que não quer mais explicar Estrada infinita me deixando exausta E assim seguindo por ela sem vontade de voltar

Silvane Regina Duarte-Brasil

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Viagem Me leva pra lua, Numa viagem magica atravĂŠs da poesias, Vamos por campos floridos, Onde todas as manhĂŁs sejam ensolaradas e todos os dias sejam primavera...vamos. (Demair) - BRASIL

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Enquanto eu te escrevia poemas...

Desculpa! - Mas ainda choro as tuas Lágrimas!

Desculpa! - Mas ainda choro as tuas lágrimas! As mesmas lágrimas que chorei naquela noite ensolarada, As mesmas lágrimas que jurei arrancar da memória, As mesmas lágrimas que molharam Desculpa! - Mas ainda choro as tuas Lágrimas minha almofada, As mesmas lágrimas que me afogaram no mar da melancolia...

Eu sei meu amor, era pra ser esquecido Era pra nunca mais ser lembrado Mas o tempo fez em mim seu rascunho Agora estou no meu quarto tristonho. Juro! Eu tentei tudo meu amor Mas o meu coração é muito fraco Tentei esquecer sua dor Mesmo assim, ainda choro feito um louco.

Era pra nós construirmos um belo ninho, Ladeado de amor, repleto de carinho, Agora imploro-te, desejo-te longe d'mim Quero-te longe dos meus olhos de amendoim.

O silêncio desabrocha em mim péssima lembrança; Ainda oiço os gemidos da tua alma; Sendo comida e lambuzada n'outra cama; Choro grossas lágrimas de uma criança.

Era pra gente se amar sem limites, Era pra irmos além dos horizontes. Mas a verdade é que passado um ano, Agindo sinto a mesma dor, ainda choro!

Doí-me bastante, essa dor me corrói a alma Não consigo me controlar, perco a calma! Imagino ele mordiscando tuas mamas,

Amor forte; Resiste; 27


Liberdade individual Sem tempestade; Era pra esquecermos toda maldade. Era pra olharmos o céu estrelado; E deixar o coração

apaixonado... Mas a verdade é que passado um ano, Ainda sinto a mesma dor, ainda choro!

By Josue Blake CHOCO —ANGOLA

Todos se mergulhavam na risada Aquele menino poeta foi subestimado Mas todos não liam as entrelinhas Ah, o poeta, coitado…

Medo Abro a janela do tempo Ele passa como o vento A folha de caderno velha, O lápis pela metade. O menino poeta que dizia muito nas entrelinhas se encheu de coragem e leu, em voz alta, Seus poemas de bagagem.

Tive medo de ser feliz Medo de experimentar a felicidade

E depois perde-la Medo de virar mulher Medo de ter você Medo de te querer sempre E para sempre Amanhã e depois De dia e de noite De madrugada

Medo de te ver partindo Tive medo Dos meus próprios medos Tive medo guarde-te Coloquei-te dentro de um poema.

DEMAIR CAVALCANTE- BRASIL

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LIBERDADE INDIVIDUAL – poesia Naïf Lusófona, por Carlos Se Cai a noite sobre as minhas mãos A brisa vem tão meiga e afaga As lágrimas dos meus dias vãos Revivendo a saudade que não se apaga Oh noite! Mas luz da minha escura Alma que sente ainda vivo o amor Vivido de nossa imensa ternura Ao mel da alma com tanto sabor Oh, que minha mágoa tanta! Sobre o orvalho do desespero sobre o alvorecer das lágrimas A noite cai e o te espero Meu coração canta e encanta Na noite que se acaba em meu leito.

Xavier O Poeta.


Liberdade individual mais... É preciso ter coragem para viver neste mundo insensato, mostrar sorrisos enquanto vivemos uma vida de dor, fugir de quem nos oferece amor,

É PRECISO TER … É preciso ter muita coragem vender adolescentes no estrangeiro para serem prostitutas

NEGO-TE MUNDO

Afastá-las de seus pais, deixar famílias cheio de lástimas, é preciso ter muita coragem matar sonhos e esperanças de um povo

Tu não sabes quem eu sou PEDRO LEMOS-ANGOLA

É preciso ter muita coragem, passar com carro luxuoso perto de um pobre pedindo gimolas, e não deixar nada, o que mas dói é a dor de um menino de rua a percorrer as ruas da cidade em busca de um abrigo É preciso ter muita coragem: Para trair quem nos ama, trocar quem amamos por mera atração, ter oportunidade para ajudar e não fazer nada por orgulho, dececionar a quem nos confiam, e outras coisas

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Liberdade individual

Meus sonhos Vagueiam A tua procura Serei pĂĄssaro Voarei Entre colinas Atravessarei Oceanos Desertos Serei vento Serei brisa Voarei alto Serei leve Serei FĂŞnix Renascerei Das cinzas Serei menina Serei mulher Para te encontrar

DEMAIR CAVALCANTE-BRASIL

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Liberdade individual HOJE QUERO VOCE Hoje quero embriagar-me, embebedar de seu amor Quero beber todo o seu querer Cambalear de prazer. Sentir de tira-gosto seus beijos Saborear tua saliva Sentir prazer, inspirar teu amor Quero emudecer e escutar só teus gemidos de prazer. Quero um amor avassalador Quero ser tua mucamba sitiada por voce Quero ser seu elixir aromatizado de desejos Quero que voce seja minhas rédeas para conduzir-me Quero agatanhar você com minhas mãos Quero dissecar teu corpo. Quero um amor louco, quero você. A culpa é sua, estou morrendo de saudades Isso eu chamo de amor. SILVANE REGANE DUARTE-BRASIL

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Liberdade individual

AMAR LIVRE LIVREMENTE Despe-te de sórdidas figuras das falsas fantasias onde escondes Teus desejos ardentes de viver mostra teus peitos de leite virgem Aos viajantes mendigos da tua presença colo aberto púbis negra Assim nu teu corpo já não desejo nem sonho mas realidade Mitiga tua virgindade mitiga a sede dos que te desejam e amas Em palavras escaldantes dos que encobrem um estado primata Cumprindo regras sociais obsoletas moral burguesa para os outros E espalho teu desejo de virgem não fecundada dando Na ética machista feminista um facada e teu hímen será A bandeira da Liberdade e voltamos todos normais ou normalizados Saciados de orgasmos vivos saciados do amor total corpo com corpo Órgão com órgão numa sinfonia ao amor livre e tudo tomará em cada um 34


Liberdade individual O esboço sólido humano da nossa Essência de Ser Humano com procriação ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013

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SOLIDÃO Gelei na rua porque chovia gelei no quarto e na cama de solteiro Neles não chovia gelado e a rua ficou lá fora afinal gelei de solidão Só da companhia da universal companhia de um corpo de mulher amante Só sem chama de um hálito humano em minha boca com doce língua Me lambendo e chupando em forma de Amor não virtual nem poético Solidão nesta noite vazia de conversas eróticas de uma família Vazia do calor da Verdade de dois corpos que se desejam durante o dia E na noite gelada se enlaçam em orgasmos desvairados de Amor Neste momento até irmã prostituta vadia quebrarias o gelado Destes lençóis desmanchados de semem masturbado em gesto desesperado Eh aí fora me vendo também por preço reles dinheiro roto de fantasia Sem o belo da eternidade cheirando a tabernas vícios vulgaridades unicamente Vendimo-me também unicamente para devorar esta febre esta mórbida solidão (CARLOS SEMEDO- LISBOA-1965)

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EM BEDANDA, MEU AMOR A DESILUSÃO Recebi tua carta acabando nosso noivado Nessa noite para mim o Mundo acabara Adormeci numa escuridão Num sono profundo do valiam o quartel não foi atacado dormi Descansado sonhando com os momentos que vivemos pesadelos hoje Nesta noite num quartel sossegado sem balas foguetões morteiradas Acordei numa madrugada clara eu estava no mesmo sítio e janela do meu quarto Abriu-se jorrando uma luz intensa vesti-me armei-me e saí pois a vida continuava Lá estavam os mangais os coqueiros as bananeiras as flores douradas os jagudis Malaguetas e mulheres negras vendendo limões mangas e cajus frescos Tudo como antes A mesma claridade africana com seu Sol quente e húmido de lascívia Á minha porta corriam os mesmos rios, os mesmos macaréus as mesmas canoas Com pescadores de tronco nu lançando redes para pescar Tudo com antes A noite virá, pois é dia, o rio continuará beijando as margens de barro mole 37


Liberdade individual Indiferentes ao meu início de serviço de oficial de dia pisando raivosamente O pavimento do quartel onde EU existia e os petromaxes jorraram luzes para os mosquitos Indiferentes viessem nossas pelas atacar e os guerrilheiros na outra banda as emboscadas Prepararem encontrando a morte trazendo a morte em cantos de futura liberdade! (CARLOS SEMEDO-BEDANDA-RPGUINÉ-BISAU-1961)

FISIOLOGIA Teu corpo é a limitação de um espaço irreal O meu projeta-se na sombra do teu como borboletas Ou mosquitos em busca de luz Só dele me dará calor numa noite de amor puro Onde os orgasmos são orvalhos de nós Contudo Foges-me esguia como lua perdida nas estrelas Para quê tanta fuga se me estendes duas mãos magras Procurando refúgio nos meus braços? Porque exitas em dar teu corpo ao sopro do amor Livre de preconceitos físicos morais e religiosos? Escolhes a muralha do equivoco e o massacre do ato solitário A masturbação ou a homossexualidade quando somos homem e mulher Vem flutua ríspida decidida no etéreo dessa sociedade Do só eu posso e chega-te só e humana abrindo duas pernas Sugando meu sexo só teu e deixando meus lábios pousarem em ti Numa oferta de beijos doces e ardentes como chamas Sê filha da Natureza enquanto o astro rei iluminar a terra E os homens necessitarem dele CARLOS SEMEDO-BISSAU-1962)

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Liberdade individual COIMBRA DAS ISABEIS Uma foi rainha e santa porque a esmolas em flores transformou Outra de porta em porta andou se procurando até que se encontrou É poetisa escritora e boticária Linda de corpo jovem bem conservado Tom de pelo dourado Olhos azuis dança salsa em coreografia de sete véus Coimbra terra dos estudantes do choupal e guitarradas Ela não vem ao rio porque está frio e no seu lenço De provençal em burguesa se transformou Como num conto de fadas a gata borralheira Em princesa se entronizou E com o mesmo sorriso de lua cheia a sexagenária Subitamente chegou Mas bela sempre rainha sempre salsando! E deixou em mim uma marca de saudade Após a balada da despedida de uma aula que nunca nos juntou. (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-07/11/2013.SINTRA)

GALERIA DE RETRATOS Iª GALERIA Vários retratos figuram na galeria cheios de si ar triunfante Ricos de poder magnificência Meu retrato nunca figurará em galerias de vitoriosos A Humildade minha bandeira não cabe num caixilho e os poemas Só cabem em papéis em cada pedaço de mim No entanto se o Homem solitário pudesse ser fotografado Meu corpo grotesco meus olhos verdes seriam expostos na galeria da Solidão 2ªgaleria DA AUTO CRITICA

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Liberdade individual A tarde foi cinzenta e não houve por do sol Os homens meus irmãos Não mudaram Guerreiam-se escravizam-se num luta de gigantes A ambição o desejo do Poder o dinheiro a riqueza a ganância De mim nada me ocorre nesta autocritica pois me comparo e eles E me sinto descalço dessas virtudes nem reajo nem mexo Digitando apenas estas palavras embora use a mesma roupa casaco e gravata Não reajo não simplesmente apodreço E eles serão tão alienados como eu mas minhas balas as palavra não matam Não escravizam ninguém antes apelando à Liberdade E se eu não estiver naquela realidade e haja dois mundos o meu e o deles SE o Mundo é Amor poesia ternura cor então já me ofereci Todo e de meu Nada tenho e mas se o Mundo é Revolução contra esses tais Então sim luto pela Liberdade mas me sinto egoísta pelo pouco que dei Sou o mais egoísta dos homens não sei Onde me situo Já nem grito ou gemo ou solicito apenas escrevo poemas que ninguém lê Ou talvez esse Ninguém não oiça o vagido dum Moribundo cheio de vida 3ª GALERIA DE HOJE Comprei hoje flores por carecer de Alegria mas morreu meu melhor amigo E para ele seguirão estes lindos ramos de rosas e tulipas Pedi Amor a quem amor pedia Ela disse que não este pedido também morria Um dia esqueci viver num Tempo diferente do meu mas este o daqui parou Porque era só Fantasia Um dia pedi perdão pretendo ressuscitar Pus minha alma a nu Entrei por momentos no Outro lado da vida o da realidade Me senti tanto frio regelei e não gostei Despi a roupa do Homem real calcei umas pantufas abri o computador E escrevi poemas, poemas que me levaram a Sta. Clara A deixei este registo para que tenho a certeza ser um homem só e revoltado 40


Liberdade individual

(ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013

Uma Palavra para Ti (Poeta Momentâneo) Que bom que te voltaste demasiado para ti mesmo Que bom! Que não puxaste o freio do teu talento Vi, e comentei a tua publicação no Faceboock Me reencontrei em ti, também passei por isso Momento houve em que jurei, não mais escrever poesia Me entreguei aos prantos, mergulhado me achei no mar da melancolia É verdade, em Angola poesia não tem saída Mandou-te cantar house?! Ele é um otário! Fazem tudo por (pelo) dinheiro; Mas pra nós poesia é espirito, é amor, é vida! Já te vi algumas vezes a declamar Tua inspiração poética é fenomenal, És o único, implacável, insubstituível É uma loucura pensares em desistir... Uma porta fechou o teu maior sonho Acorda Poeta! Quantas portas ainda tens por bater? Muitas! Então levanta pra frente é o caminho... 41


Liberdade individual

Força mermão! Seu colega e admirador: Josué Blake CHOCO.-ANGOLA

Nada me alegra mais como a sensual Que ver por baixo da tua blusa transparente Dois peitos jovens dançando como laranjas maduras num pomar

o mar E me sinto ainda mais fascinado pelo esboço Da vagina nas calças azuis e apertadas oferecendo vida Ao abrires relaxadamente as pernas salta a força interior de um orgasmo 42


Liberdade individual És rosa brava desabrochando em tecido quente nos olhos do meu Ocaso CARLOS SEMEDO-SINTRA-2013

Água Sou tua água Seca-me com tua boca Lábios sedentos Bebe-me até a última gota Que de tanto desejar-te Faz-me louca! Não me deixes Nem se escondas Quero-te bem vivo Pois sou a água que Para sempre jorrará Eternamente em tua fonte! A cachoeira que banhará Teu lindo corpo nu! E com beijos secarei as gotas E nos mares me deliciarei Tirando-te o sal da boca. (Demair)

Demair Cavalcante Oliveira – BRASIL-S.PAULO

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Liberdade individual

Teu corpo foi sinfonia nas minhas mãos Secas e amantes Carentes de amor verdadeiro puro como Cristo Sincero simples verdadeiro Teus seios eram orações em extasse no movimento De me apertar contra ti meu sexo doente Saudoso de amor quente Tão simples E natural como o vento as ondas do mar As pedras da calçada e mesmo sobre aquele Onde teu corpo está de pernas abertas Nádegas desejosas de mim na ansia de emprenhares Sofri o orgasmo total da minha vida Porque foi o único real que dura Há 24 anos de união de duas almas simples como as matas Da nossa terra Natal Onde te formaste Mulher Sinto hoje saudade desse dia em que um formigueiro Nos impediu de amar na praia da Caparica Saudades de teu bikini preto feito de roupa interior E bailando tuas coxas rolantes nas águas do mar Praia também mas de Vila Nova de Mil Fontes 44


Liberdade individual

ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA

XAVIER NMATOS XAVIER Olhar apagado, sem rosto E alma estagnada no doer De uma vida ao sol do desgosto

O ser rasgado de ânimo morto sem vida própria nem nada navegando as ruas sem porto Sentindo a alma salgada

Beijada pelo desprazer a vida - 45 -


Liberdade individual Que sonhei ser uma felicidade Mas acabei no pesadelo de seguida Sem volta e agreste atrocidade

Sem terra nem céu para deitar As ruínas servil ao descontento Que a vida semeou sem ceifar No campo de viver meu lamuriento XAVIER NMATOS XAVIER-ANGOLA-2013

Curvado ao templo vivencial De uma vida herética ao sol Sol que trás sombrio o amanhã Do povo negro nele enjaulado Povo esmigalhado pela pobreza Sem culpa nenhuma encarcerados No ventre da própria monarquia Que salta, pula prazer do poder Enquanto barrigas inchadas pelo inferno da fome crescem E morrem o povo miseravelmente Sol caústico, sei que queres a carne Do meu osso, embora a tiras de mim Minhas cinzas mortais te farão sombra Os meus ecos de revolta te consumirão 46


Liberdade individual Sol banhado de frias correntes do mar Pelas lágrimas inconsoladas jorradas Pelas hecatombes do teu poderio... Xavier O Poeta.

O VINHO DO AMOR Ao degusta-lo num cálice de cristal Seu aroma uvas frescas Espumante, borbulhante inebriante Para ser brindado ao amor e prazer Sua safra é boa Mistura de desejos e fantasias Vivencia a cada detalhe Instrumento musical a tocar Violinista do amor Como tira gosto desejos e sensualidade no ar A dança uma valsa ou um 47


Liberdade individual tango Sucessões de intervalos para os beijos Passos sedutores e elegantes Ritmos iguais como se estivessem ensaiado Emitindo suspiros e gemidos tímidos Embevecidos, arrumados como se encaixasse dois corações Num único amor A fatiga não existe para o degustado Não existe final, pois a taça ainda possui O vinho do amor

SILVANE REGINA DUARTE-BRASIL-2013

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Liberdade individual

SONETO DA AFRICANALIDADE Sabes Indi quando te olhos te sinto como irmã Filha Nascida na tabanca onde fui também parido E mamei na teta de minha mãe Mimi ao lado do Amadu Mesmo leito mães diferentes mas saiu Para mim parte da tua pele E nunca dissemos adeus e tu Indi Me lembras a gentil Mariamdi Violada por namorado fugido E tu Indi consegues nesta selva humana ser simples Como as folhas das palmeiras Bailarinas de coreografias do coreógrafo vento Do Senhor 49


Liberdade individual Hoje eu aqui sou um deserto que não volta Às areias de Varela ou dos Bijagós Nem vou mais comer as omeletes de camarão Nem ver os macaréus em Bedanda meu amor Sou apenas o mano do Amadu Tão distantes de na terra mas te olhando Indi Regresso ao sorriso da praia de Bolama Minha terra amante de saudade Ainda sinto os cheiros das ostras Comidas na casa do Tony Que também partiu de viola amargurada Indi Não sou jagudi nem pomba branca Mas Homem Grande bancado em poeta AQUI (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013)

AMOR QUE NÃO ACABA 50


Liberdade individual Pare de me olhar e me beije Faz -me sentir tua mais uma vez Sei que ainda desejas. Faz-me ama-lo como antes Quero um homem presente e não distante Sejas sereno e vá devagar Desliza tua mão em meu corpo e me faça eriçar Sei que também estas com vontade Olha meus lábios delineia com a tua língua Beije-me forte como sendo tua propriedade Mostre que me conheces o ponto G Faça o que sempre quis com prazer Mostre para o mundo com orgulho Que sou eu que tu queres Afaga-me em teus braços e me proteges Protege-me de outro varão Conquiste e reconquiste e me faça tua mulher. Não me deixes nessa solidão Excita-me insista como sempre fez Sagas que me deixa delirar Não deixa eu relutar, me faça esmorecer Sacia-me dos desejos, me leve as nuvens Faça-me ser tua senhora Não tenha pudor, me leve para o amor

Silvane Regina Duarte-BRASIL-2013

NEGRA ANGOLANA Teu olhar é a prova das estrelas, brilham como o sol em época de calor és o controverso de um olhar assassino que traduz o universo do verso, tuas palavras metaforizam o contexto que nunca esqueço, pele macia, jeito meigo, formam o texto Negra angolana com andar de serpente, desde sempre o teu corpo ginga como as velhas historias de rainha Nganga, o teu cabelo é a canção que expressa o godé quissanje na marimba de Malange 51


Liberdade individual

Se fosses Diabo, por ti eu venderia minha alma, pois quando estou frustrante por estar de ti distante, canto a nossa canção dos pássaros para que o teu espirito me acalma por ti escalo montanhas deixo cair tamanhas muralhas enfrento a furiosidade do deserto para estar dentro de si bem perto Não importe como me trates já ando bem acorrentado em ti tu és a melhor e verdadeira cozinheira porque desde sempre me cozinhaste Com fogo não se brinca? Deixe eu brincar com seu fogo, e se é para estar queimado, quero estar queimado por ti, minha flor bela, sumo de canela, meu funje com quiaça de beringela oh mulher angolana cheia de encantos como a praia morena, gritos de palancas, patas asfaltadas como a auto-estrada de viana, oh mulher de benguela Teus lábios molhados é como oceano atlântico dá prazer, dá vontade, e quando não beijo sinto o estresse de saudade És a maior de todas que já existiram e daquelas que para ti, de mim desistiram És a maldade que me faz bem o inferno que sempre me convêm a força de vontade que me leva ao além és a minha bíblia, minha crença, minha Jerusalém contigo oro, me perfeita lizo e consigo grito amém

Lemos Poeta – ANGOLA-2013 -

A Brisa do Mar por Ir a praia prefiro meu amor Banta rara 52


Liberdade individual bela negra como Tu és precisas algo melhor e tão maravilhoso algo que te faça lembrar o paraíso A brisa do mar será inesquecíveis veras as joias do mar conchas, corais e cristal como se da mulher tivesse beleza a contemplar Gulero estou do outro lado

AMOR QUE NÃO ACABA Pare de me olhar e me beije Faz -me sentir tua mais uma vez Sei que ainda desejas. Faz-me ama-lo como antes Quero um homem 53


Liberdade individual presente e não distante Sejas sereno e vá devagar Desliza tua mão em meu corpo e me faça eriçar Sei que também estas com vontade Olha meus lábios delineia com a tua língua Beije-me forte como sendo/ /Tua propriedade Mostre que me conheces o ponto G Faça o que sempre quis com prazer Mostre para o mundo com orgulho Que sou eu que tu queres Afaga-me em teus braços e me proteges Protege-me de outro varão Conquiste e reconquiste e me faça tua mulher Não me deixes nessa solidão Excita-me insista como sempre fez Sagas que me deixa delirar Não deixa eu relutar, me faça esmorecer Sacia-me dos desejos, me leve ao orgasmo de amor

SE TODOS OS DIAS FOSSEM NATAL! Seria fantasticamente incrível As pessoas estariam sempre felizes Os sorrisos rasgariam sempre as bochechas, Das crianças As manhãs serenas acordariam contentes O sol nasceria brilhante, vestido de amarelo, vermelho e laranja Os jardins das cidades, exibiriam todos os dias, As suas vestimentas verdes: de esmeralda e esperança

Se todos os dias fossem Natal! Talvez Jesus aceitaria como o seu aniversário! Os Governantes sessariam as guerras O ódio fugiria dos nossos corações As pessoas se amariam mais uns com os outros Na despensa não faltaria alimentos prá comer Os meninos receberiam sempre presentes Nos corações humanos não faltaria amor pra demostrar Os adultos trocariam sempre presentes Se todos os dias fossem Natal! ''a fada levaria os nossos dentes, em troca de sonhos'' 54


Liberdade individual Todos os dias, receberíamos abraços de aços Cantaríamos louvores a Jeová Nos lembraríamos do Jesus de Nazaré Os trabalhadores receberiam sempre cabazes As famílias ficariam mais unidas No híper mercado da vida, a paz e o amor não teriam preços By Josué Blake CHOCO

ROSAS VERMELHAS Você chegou com sorriso nos lábios Dessa boca que me encanta E rosas vermelhas nas mãos Cor do desejo e paixão Você chegou de surpresa! E como num momento magico Sussurrou em meu ouvido Como musica me deixando a delirar Eu não sabia o que fazer quase louca, sentindo emoções Rosas vermelhas cor da vida da paixão, Unindo nossos corpos com desejos insaciáveis e acariciando meu corpo envolvente e sedutor você me beijou eu com gemidos tímidos não sabendo o que dizer Entreguei me a você me tornei mulher Feliz acordei com alegria te beijei E começou tudo outra vez Resolvida, desejos cor do amor Levando me para cama lençol de cetim pétalas de rosas vermelhas convidando para o amor duas taças 55


Liberdade individual na cama nos deliciamos Bebida inebriante, envolvente para o amor Sentindo perfume das rosas vermelhas SILVANE REGIN DUARTE-2013-BRASIL

Ho mais bela entre as Mulheres! Beija-me, beija-me, beija-me... Meu amor! Com os beijos morangos da tua boca, Por isso, é que os meus lábios te desejam És uma negra morena, Perola cintilante! Lindos, são os teus olhos na tua face Serena. Teu umbigo na tua pele morena Desejo apaixonadamente o teu amor, O teu sorrir; O teu calor; E o teu olhar sedutor... Tuas palavras afáveis são pra mim O calor do teu abraço, tem sabor de pudim Por isso, guardo-te dentro d'mim Sentindo o aroma do teu cheiro jasmim Óh mais bela entre as mulheres! - Vem brindar-me com o teu corpo suculento; - Vem flutuar em meu peito deserto! - Vem acariciar o meu lindo rosto... Mostra-me quão bela és entre as novinhas! Deixa-me olhar sua carinha de anjinha, Degustar o sabor do teu corpo de amendoim, 56


Liberdade individual Mordiscar as tuas bolas de Berlim A melodia da tua voz é suave como a brisa, És minha musa, minha linda Poetisa! Bebé, Bebé... Chamo-te no meu berço, Quero-te deitada no meu regaço. Beija-me, beija-me, beija-me... Meu amor! Com os beijos morangos da tua boca Por isso, é que os meus lábios te desejam... Como a floresta de Maiombe, és majestosa, Gloriosa, Ho mais bela entre as mulheres! As contra curvas do teu corpo negro, São iguais a Leba-que-Serra.

By Josué Blake Choco

Curvado ao templo vivencial De uma vida herética ao Sol Sol que trás sombrio o amanhã Do povo negro nele enjaulado Povo esmigalhado pela pobreza 57


Liberdade individual Sem culpa nenhuma encarcerados No ventre da própria monarquia Que salta, pula prazer do poder Enquanto barrigas inchadas pelo inferno da fome crescem E morrem o povo miseravelmente Sol cáustico, sei que queres a carne Do meu osso, embora a tiras de mim Minhas cinzas mortais te farão sombra Os meus ecos de revolta te consumirão Sol banhado de frias correntes do mar Pelas lágrimas inconsoladas jorradas Pelas hecatombes do teu poderio... Xavier O Poeta.

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Liberdade individual

BALÃO Posso dizer que te amo, Que te admiro E me dá tesão Teu sorriso De chapéu castanho, . Sem precisar De erva-doce e canela, Me confundo em ti Como musgo nos muros velhos Pardais nas cerejas Ou lagartas nas maçãs? Aceito ir de balão Encontrar Um universo limpo Só Com pássaros de arribação Fugindo depois Da desova Retomando o gelo Ou o Verão. (CARLOS SEMEDO-NOV-2013-SINTRA)

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LIBERDADE INDIVIDUAL – poesia Naïf Lusófona, por Carlos Se Verão sem sol Neste sol Que Não nasce para todos Nem desce Às praias Aos campos Nesta saudade Que não existe Perdeu-se o verão Penso no vegetar Nas gaiolas onde Pulamos Das procuras Que não achamos Dos ricos Em bons iates caraíbas Paquetes luxuosos Que não empobrecem Dos pobres que não comem Não gozam férias

Dos políticos Que não governam Dos governados em bicha Como rebanhos De mansos carneiros Com muita lã para explorar Penso Nas mulheres Que se esquecem


Liberdade individual De si De todo O erotismo das praias E contido Em corpos cobertos Bikinis ou topless Dos xailes Dos que são idosos Encurralados em lares Escondidos em quartos Solitários Ou bailinhos de caridade Nem ao sol podem passear CARLOS SEMEDO - 2013

Começámos no Alentejo sem searas Ali em campos livres com oliveiras e sobreiros Num monte que nunca vi mas imaginei Em noites frias onde a net te acompanhava Pela tua palavra de chocolate quente Toda tu te imaginei a cheirar a rosmaninho Quando me dizes ser da Madeira grogue fiquei 61


Liberdade individual Um amor, uma amizade tudo se misturou Aquelas tuas primeiras fotos de carnaval Me trouxe até mim a imagem que nunca conheci Regressaste ao Funchal em momento desesperado E tudo quanto nos prometemos ficou Num calendário de promessas do Prometi Depois o milagre surgiu Dois corpos na cam se digladiaram em orgasmos ao luar Como Romeu e Julieta, Julieta esta que fugiu Dela ficaram dois olhos meigos muita amizade E um valeu a pena, pois conseguimos teu corpo acordar. E neste momento como virtual meu poema marcou Um monumento ao amor puro amigo e virtual (CARLOS SEMEDO-02-10-2013-SINTRA)

Óh mais bela entre as Mulheres!

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Liberdade individual

Menina moreninha; Pequena safadinha; Com carinha de anjinha... Ainda ontem que te vimos nascer; Na rua com latinas à brincar; Hoje também já queres me assediar; Com o teu sorriso infantil me conquistar!? Me deixa em paz, por favor vai embora! Minha carne é fraca, Não resisto quando vejo a tua anca Se te agarro, te como, te devoro tipo Pera... Fico bobo se me lanças o teu olhar leonino, Em ti me faço e me desfaço; Teu abraço de aço. Uhm tem sabor de melaço! Me perco nas contra curvas do teu corpo curvilíneo Quando prendo, bato e apalpo a tua bunda, Esqueço embora que tenho namorada, Quando te encostas perto d'mim Deixas a fragrância do teu cheiro jasmim! Meu coração sabe que és novinha; Menina moreninha; Pequena safadinha; Com carinha de anjinha... Admito, és o pesadelo dos meus sonhos, Tuas pernas longas cresceram rápido; É o ginásio ou o puxado!? És o desejo dos meus carinhos... Ó mo Deus! Essa novinha me deixa louco, Senta o bumbum dela na minha ''sanita'' Beija os meus lábios carnudos pouco-à-pouco Me faz sentir a dureza da sua mamita... 63


Liberdade individual

Me deixa em paz, por favor vai embora! Tenho minha namorada; Pra tua informação ela chama-se Orquídea! Vais lhe conhecer qualquer dia; Me esquece, não vem mais na minha morada, Não quero mais te ver no verão, nem na primavera! Teu corpo esta ladeado de encantos: Peitos frescos; duros e laranjas; Umbigo fundo, ancas atléticas; Apareces em todos os meus cantos (...) JOSUE BLAKE CHOCO-ANGOLA-2013

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Liberdade individual

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Liberdade individual

Pincelava o teu corpo com meus beijos. Eram leves, suaves,sussurantes... Percorria o teu peito com o olhar. Deslizava minhas mãos por teus braços e cabelos~ Deixava lentamente, a ponta dos meus dedos te tocar A tua pele, ardente, indefesa, arrepiava-se A cada toque, a cada brisa, a cada beijo. Sentias suavemente as carícias dos meus lábios em todo você. Percorri cada espaço descoberto. Lentamente, sentias o corpo acendendo-se. Começavam os suores, os gemidos, os olhares furtivos. O corpo começava a contorcer, sem controlo, sem regra, sem caminho. A medida que ias sentindo a pele na pele, o som com som, o ritmo com movimento, ias perdendo o sentido, ias deixando-te fugir. Partias. As coxas apertavam-se em conjunto, sufocavas-me as mãos, não permitias que saísse. A força do teu sufoco deixava antecipar a rápida chegada. 66


Liberdade individual Apertavas-me as nossas mãos, como quem não permitia que partisse, que terminasse. Agora não era tempo de voltar atrás. Deixávamos chegar com a força de um suspiro... O sublime momento, o ápice do nosso Amar!

EU NÃO DEI VALOR... Você estava bem ali... Demonstrava todos os dias E de formas estranhas e diferentes O tamanho do teu amor por mim! Atravessava toda a cidade com flores Para me entregar! Mas eu não dei valor... Coloquei inúmeros obstáculos... Deixei a razão predominar Sobre a emoção... Você foi aos pouquinho se afastando E mesmo assim demonstrava carinho É eu sei, não dei o devido valor ao amor Quando você me via sorria diferente... Teus olhos me diziam. Então...tenho chance? Quando você dizia meu nome, eu sabia Eu sentia a doçura na tua voz... Eu só via teus "defeitos", ainda vejo... Mas ainda assim eu sei... Que quando eu precisar... É só com você que eu posso contar! Não...eu não te posso amar!

. Você estava bem ali... Demonstrava todos os dias E de formas estranhas e diferentes O tamanho do teu amor por mim! Atravessava toda a cidade com flores Para me entregar! Mas eu não dei valor... Coloquei inúmeros obstáculos... Deixei a razão predominar Sobre a emoção... Você foi aos pouquinho se afastando E mesmo assim demonstrava carinho É eu sei, não dei o devido valor ao amor Quando você me via sorria diferente... Teus olhos me diziam. Então...tenho chance? Quando você dizia meu nome, eu sabia Eu sentia a doçura na tua voz... 67


Liberdade individual Eu só via teus "defeitos “ainda vejo... Mas ainda assim eu sei... Que quando eu precisar... É só com você que eu posso contar! Não...eu não posso- te amar!

POEMAS DE

Marli Giacomozzi (By Páginas da Vida)

OUVIDOS NAS MÃOS Meus dedos teclam notas de antigas canções Dançando nestas palavras ininterruptas sem ambição Talvez nostálgico por tudo quando escrevo não ser lido Mesmo que seja límpido e honesto o que escrevo E entristeço nem uma nota de quem defendi Trouxe seus poemas a esta baça luz e sem reação Nem um obrigado sentido ou talvez muito não Um aceno um talvez um porquê uma explicação Poetisa casada não tem direito a ser amada poeticamente Sendo apenas um sintoma de posse de ciúmes e prisão.

(CARLOS SEMEDO- 17.10.2013-SINTRA)

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Liberdade individual

DEITADA NO DIVÃ Sabe doutor vou contar minha historia Por favor me ajude, preciso desta terapia Será que tem solução? Apaixonei doutor por palavras doces e carinho Ele me fez sentir emoções fortes As mais fortes do amor Ele me abandonou doutor Será que meu problema tem solução? Quando o vejo lágrimas caem Preciso me curar É como se estivesse no Titanic O amor naufragou Doutor será que tem solução? Sei que fui a outra Tantos maridos largam esposas Para ficarem com as concubinas Ele não casou era só terminar Mas ele preferiu ficar Quantos doutores ficam viúvos e se casam E eu doutor sozinha só quero ser feliz Será que tem solução? Fiz fantasias eróticas e ele gostou Me chamava de esposa, mulher doce Ele brincou doutor o que faço? Ele viu minhas langerys Vi ele excitado dentro de um boxer Beijei teu corpo nu 69


Liberdade individual

Acariciei os seus mamilos com minha boca Abracei e o senti O amei de verdade doutor Será que meu problema tem solução? Ele me acariciava com as mãos como se desenhasse meu corpo Doutor vi ele teso, escutei seus gemidos e gostei Chamava-me de gostosa e eu sorria tímida Ficava excitada quando tocava meus seios E devagar sugava como se sentisse o néctar E eu doutor já não aguentando procurava teus Lábios como louca não querendo que acabasse O Doutor me ajude por favor, será que tem solução? Ele doutor fez amor comigo como se fosse despedida Pois fez de um jeito que o orgasmo aumentasse Era como se dançássemos no mesmo ritmo do amor O que faço não consigo esquecer Será que ele não me amou, só quiaz se divertir Me descartou como se tudo fosse ruim Como se eu fosse mulher Fria Isso não é verdade doutor Fui quente,folgosa,fiz perfeito porque o amava Ele doutor me usou e descartou Será doutor meu caso tem solução Me ajude por favor.

Silvane Regina Duarte-BRASIL Silvane Regina Duarte Silvane Regina Duarte

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Liberdade individual Luanda Essa dor que nos fica Essa nostalgia d não voltar Muito cantaria Mas não faço. Pois não quero chorar Homem não chora não Mas aquelas aguas da baia Amaria voltar a nadar Com o Móninhas, o Carlos Cruz, o João Abel E todos os estudantes do Salvador Correia Meus colegas, Aguas Cruz, Beatriz, Tantas de uma geração desencantada Sobreviventes num País Que o futuro não quis ajustar CARLO0S SEMEDO-2013-SINTRA)

CARLA SOFIA Jogavas à bola em frente do andar Na rua com meu filho e tua irmã Fugindo dos carros com pressa Nunca deixando de mesmo assim brincar Cresceste e surgiu uma linda Mulher Sempre meiga amiga do peito Mais tua família de artistas restauradores Fugiram rumo ao Algarve ficando a rua deserta Meu filho, teu irmão, em estado deprimido E em nós família um forte vento de saudade Agora e aqui já és uma Mulher e sobretudo Mãe Amando este fruto lindo do teu amor E neste gesto belo para a fotografia Ficou tudo de ti posto neste gesto definido A alma bela pura muito tua do amor uma sinfonia (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA)

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Liberdade individual

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Liberdade individual ENILSA MARCELINO Veio o anjo buscar-te Num ápice Sem me avisar Nem um adeus Apenas uma lacónica notícia Tua querida amiga morreu E nossos momentos bons Ficaram sem retratos Apenas registado Num livro de poemas não publicado Merecias mais Um fado, um samba Bem dançado Um livro com teu nome Incrustado a ouro numa capa De couro negro Como tua doce pele Só te mandei fados No Faceboock E nos vimos alegremente Na contestada webcam Caminho virtual da nossa tão curta Mas vivida amizade Simplesmente simples Como tu de camisola descosida Lenço na cabeça gingando Bunda dançando Braços me abraçando. Já que aí estás lembra ao Senhor Que te guarde bem no seu jardim Como flor exótica esperando numa Fonte Por mim (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA) GAROTA NA SECUNDÁRIA DO BARREIRO Não te iludas teu corpo tão magnífico E´ mas poderá deixar de ser 73


Liberdade individual

Não deixes teu sorriso dentífrico Iludir o futuro pois ainda nãos és Mulher Mas uma pessoa em formação Enraíza-te em ti primeiro fortemente Passa de flor a fruto amadurecido Não te embales em namoros de repente És um modelo em potência a crescer Fortalece-te e depois então ama docemente Mas nunca percas o Sol desse olhar Tão quente (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA)

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Liberdade individual SOU UM POETA BIOLÓGICO Escrevo o que sinto A lava Saltar de meus olhos passando pelos miolos Matando costumes De escolher Temas Para clientes Não me vendo Sou biológico Natural talvez besta Talvez malcriado Talvez brutal Ma poeta "capado” não Apenas Dois dedos sobre um teclado Vomitando meu interior Não me vendo Não me vendem Nem me publicam Escrevo com o coração Alma turbulenta Agitada Sentimentos Submersos em erupção Estes poemas biológicos são. (CARLOS SEMEDO-SINTRA-2013)

POMBO NO BEIRAL Não consigo sair de ti como pombo no beiral Abrigado fugindo à solidão e esperando tempo seco para voar Fugir e numa caminhada longa de fé ou esperança Agarrar teus ombros e cabelos ouvir teus seios cantar Passar minhas asas nas rugas da pele E nesse sorriso e prata navegar

POETA ENDOIDADO

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Liberdade individual É senilidade ou Paixão? Ou uma esperança louca no temporal De regresso à mocidade Às botas cardadas de puro cabedal Ou calças de golf em lã fiada no tear? Talvez um boné talvez um chapéu de lona E nos vejo a dançar num salão dum Recreativo A salsa, o samba, o tango melado Em ti enroscado Roçando minha perna no teu jovem ventre De vagina ainda trémula e virgem? POETA ACABADO Regressei depois deste orgasmo mental Sentado nesta gaiola bem real Sinto-me chocado nada existe afinal Apenas estes doidos dedos a teclar Embalados pela música de Chopin sem tocar E meu piano é um suporte informático Onde me reinvento me regresso devagar Vendo a minha camiseta amarela onde gosto de me refugiar. (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-19/09/2013-SINTRA)

Lamento hoje dia não Hoje me enganarei Hoje fui violado Nas minhas convicções Sonhei ter a Musa encontrado Aquela que me levaria Meus poemas Em suas asas Uma mínima trovoada Um relâmpago E era ilusão afinal Para que sou assim, Uma figura ridícula Banal Sem direitos a voos Pois sou pobre E tudo custo dinheiro 76


Liberdade individual Menos a dignidade O hoje SOU manhã É tornado é motim Nós só nos movimentamos Por dinheiro de cara sã Mas dentro de cada um Há a necessidade glória vã. Volto à gaiola sou pássaro vira-lata (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013)

Madrugada de 25 de Abril NOITE ERA CERRADA NÃO SE OUVIAM AS CHAIMITES NO SILÊNCIO DA NOITE APENAS UMA VOZ DE COMANDO NA RÁDIO E NÓS SABÍAMOS QUE ESSA MADRUGADA TERIA UM NASCER DE SOL DIFERENTE COM ARMAS FLORIDAS ROSTOS DE ÂNSIA ESPERANÇA RENASCIDA LIBERDADE DIGNIDADE INDEPENDÊNCIA UMA MADRUGADA DE Abril SEM CHUVA SEM RECEIOS ONDE OS MEDOS SE SUMIRAM NO HORIZONTE NUM CLARÃO DE ESPERANÇA NUM ACREDITAR NUM SONHAR NUM MUDAR RUGIR DOS MEDOS DAS PIDES DAS PRISÕES ARBITRÁRIAS INDEPENDÊNCIAS JÁ DEVIDAS A MORTE DO COLONIALISMO FALSO SUPORTE DE UMA ECONOMIA DE PÉS DE BARRO SAÍ À RUA...DEIXARA A FARDE CAMUFLADA COM SABOR A SANGUE DA GUERRA COLONIAL E SEM ARMAS ME JUNTEI AOS CAMARADAS E CHOREI PORQUE ERA NOVAMENTE O MEU PORTUGAL

ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-25-04-2013

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Liberdade individual Fado de Coimbra Agora mesmo senti lágrimas nos meus rostos ao ouvir o meu fado Preferido que te cantava em moço ou já casado Embora com Outra Ouvi e cantei mas minha límpida voz de outrora Como eu Envelheceu perdeu a expressão que vos encantava Eu de capa e batina envolto E sentia que entrava em vós na alma Talvez nos sentidos Chorei pois este fado me trouxe à memória do agora Vossos corpos alguns já mortos Os beijos furtivos a mãos dadas sem sair das mãos Só nos tocávamos mais a dançar tangos Mas sob os olhares das tias Era o fado da madrugada Era o canto do amor sem corpo mas com alma (CARLOS SEMEDO-SINTRA-2012)

Os vazios do cemitério Depois de dançar do barulho Agora vivo e escuto um silêncio Num campo coletivo com pessoas Solitário cada um no seu buraco Quem me dera estar por cima da Minha campa apreciar o quintal como Se fosse um museu com esculturas Cristã na cova e jazigo de pecador Que que não chegaram a se Arrepender acima ou debaixo da Superfície somos todos iguais de Carne para osso de osso para pó se Antes eu comi aqui sou comido pelos Salalés a viemos do pó e do pó Voltaremos aumentado como Diminuído físico rico ou pobre, preto Ou branco magro ou gordo a terra é Único espaço do mundo que reúne: Piloto com sapateiro, advogado e Ministro, juiz e psiquiatra, zungueira E ladrão, policiais e poeta uma Hemorragia de vento suja a minha 78


Liberdade individual

Negra cova E a chuva faz a vez do dia 2 de Novembro O sino toca e toca e mais um corpo Da entrada ao campo dos homens de Perna junta e os que vejam mil Retrato por cima da minha campa Surriem, uns choram, a quem Reconhece e diz que este foi o poeta E assim coloca uma coroa de rosa e Flores para perfumar a minha Memória cheio o meu mondam esta Com letras e o vazio é a minha Ausência. Os vazios do cemitério.

Cardoso Lopes ...o poeta...Angola 2013

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Liberdade individual Mão cheia de vazios No excesso de princípios transbordantes em falta. A própria memória exige descanso diante de tantos nados E aquele a quem o destino sorriu em silêncio eterno Passou despercebido diante de nossa atenta distração. Ando tão carente de lógica Com o ventre cerebral com poemas inesperados A própria linguagem universal que vem incompreendida É ENTENDIDA EM TÉDIO E O MEDO ATOLADO NA ZONA DE CONFORTO É UM DESABRIGADO ENFERMO Tão cheia de vazios Tão cheia de vazios Passados em um quarto fechado CHEIO DE NADA E letras mortas pelo chão Para meu espanto no quarto Todos os dias E estes... Só têm sido outras iguais as minhas. Tenho tanto pra sorrir Mas, ainda há tanto por se chorar Poetisa KATIA SANTOS-ANGOLA-2013

Despenteou-me o corpo Em sedenta madrugada ·Um velha e antigo tinto Roubado por uma filha que ainda tem pai Despenteando sobre os lençóis a solidão 80


Liberdade individual

O tal, molhou o feliz sangue De um coração banhado em gratidão Nunca se sabe por que motivo ficamos gratos Quando embriagados A própria lucidez de um texto concebido em embriagues É prova de um qualquer tímido génio divinal e sagrado Os embriagados vêm anjos Por isso sentem-se felizes e gratos Antes de qualquer ressaca Poetiza KATIA SANTOS-ANGOLA-2013

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Liberdade individual Minha paixão Quando te vi de longe Cheguei mais perto não identifiqueiMe mais o foco dos meus olhos Preponente identificaram-te foi logo Me apaixonar por ti acaricio a sua Pele lisa, abro as suas pernas e me Excito com o que vejo. Ouço gritos Nulo, vontades desconhecida Para me satisfazer! Penetro mais fundo saboreio-te até Ao último segundo e depois de tanto Prazer saio pelo palco dos poetas Declamando que hoje eu li um livro. Cardoso Lopes ...o poeta... Quando te vi de longe Cheguei mais perto não identifiqueiMe mais o foco dos meus olhos Preponente identificaram-te foi logo Me apaixonar por ti acaricio a sua Pele lisa, abro as suas pernas e me Excito com o que vejo. Ouço gritos Nulo, vontades desconhecida Para me satisfazer! Penetro mais fundo saboreio-te até Ao último segundo e depois de tanto Prazer saio pelo palco dos poetas Declamando que hoje eu li um livro. Cardoso Lopes ...o poeta... ANGOLA 2013

QUERO FAZER AMOR CONTIGO Assim, nus, Braços colados Peitos colados Pelo amor 82


Liberdade individual

Pelo desejo Sublime De amar Amor não de Deuses Nem de saudades Mas agora Aqui Entre beijos Mendicantes Pelo quero Pelo é Pelo sim Tuas pernas Roçando.se nas minhas Amor Entrando ainda sentindo Apenas Os gemidos doces Em teu hálito Vá apaga a luz Vamos Vamos HOMENAGEM A TODAS AS MULHERES QUE SE ESCONDEM POR TRÁS DE UM AVENTAL (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES- SINTRA 2013)

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Liberdade individual

MULHER COM LETRA GRANDE Corpo cana-de-açúcar e açúcar tem sabe-se Saboreia-se E não se reparte mantem-se no canavial Sólida Ao vento das mudanças seguindo no seu tufão. Creditando na verticalidade Sabendo que pode dar Greg sabor quente Em lençol branco Mas fixa-se no terreno onde sabe estar Deixado modas novas sexos variantes ao lado passar Tal Mulher com letra grande Curtindo-se nesta atitude de cana verde Que um dia se irá desfazer Nos lábios e boca De um bom bebedor Que sabe esta cana vertical saborear E num espano de prazer solidamente certificado Se deixará lentamente saborear (CARLOS SEMEDO- 06/12/2013)

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Liberdade individual

UMA PRAIA LIMPA Um corpo moreno de panos verdes Sorriso aberto e lento Cabelos aos ventos Em postura de voo nupcial sem asas Pernas amantes peitos cheios em jeito de desafio AOS OLHOS E POEMAS Num apelo de sexualidade forte como a torrente Dum rio Em dia de cheias arrastando poetas Loucos Que sentem tudo que tens debaixo desses trajos Seria Um cantar de amor um orgasmo de cores Como a mistura das dos teus cabelos soltos e o verde dos panos

CARLOS SEMEDO-SINTRA-2013

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Liberdade individual

GATUNA DO AMOR É com este olhar que roubaste de mim uma atenção mergulhaste os meus pensos de pensar nas ondas do teu jeito meigo e sinceiro Arrombaste os meus complexos de ver a vida do mesmo tópico que ela é, amar e ser amada entraste no meu palácio secreto sem permissão desviaste os líquidos sanguíneos que bombeia o meu coração É com estes gestos teus que fizeste com que os meus olhos apanhassem trombose deleitaste neles doenças que apenas tu oh Doutora podes Sarar Corrompeste os meus anjos arcanjos de ser convencido e fizeste das minhas pedras sentimentais todas derretidas quem ousa mandar-te corromper os guardas da cidade dos sonhos?

Sem falar de escangalhar tu me pepetelaste oh mulher com lindas metáforas de rastrear deitaste em mim uma ressaca de amor e transformaste meu ser de ser aquilo que nunca pensei ser não és religiosa mas fizeste em mim um milagre acontecer Luanda- 2013

Lemos Poético Antagônico-ANGOLA -2013

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Liberdade individual

Minha vida é uma Poesia! Estou eu no deserto Com ondas batendo nas rochas O sol com vergonha de brilhar Nuvens brancas de neve sobre o céu diurno O vento leve acariciando os cabelos desta morena Meu peito quente vibrando Do longe o sol brilhando A minha volta meninas lindas Meus lábios carnudos cantando Os meus amigos numa partida de futebol Morenas na fogueira ardente Nos baldes as Cervejas vão gelando O frango na grelha grelhando Meus olhos excitados procurando o infinito Na tenda uma mulher deitada me esperando O destino só pode estar brincando Areias beijando nossos pés nus Estamos na praia do Farol Você também devia estar aqui Mas você prefere estar na cidade Vê como és covarde A natureza te querendo e você fugindo Que pena! Não sabe que está perdendo

Josué Blake CHOCO-ANGOLA-2013

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Liberdade individual

NÃO NASCESTE SÓ P'RA GOVERNAR! Levanta! Não nasceste só pra governar... Levanta! Não nasceste só pra enriquecer... Levanta! Não nasceste só pra mandar... Não vale apena se dar de Herói Nos deixa só também governar Com esse comportamento estás a ser otário Não nascemos só pra empobrecer Já vivemos muito de mãos dadas com a pobreza Só queremos ter no bolso algum kwanza Pra não faltar comida em casa pra comer De fome nossos filhos estão a morrer Levanta! Não nasceste só pra governar... Levanta! Não nasceste só pra enriquecer... Levanta! Não nasceste só pra mandar... Já estas a violar as nossas Terras Mete só já então os nossos filhos na escola Nós mesmo que te ajudamos a ganhar as Guerras! Nos livra só então da luz da vela Nosso Petróleo no estrangeiro estás a vender, Só queremos pelo menos o troco Ou então tira só uma percentagem no lucro Pra nos comprar comida pra comer Levanta! Não nasceste só pra governar... Levanta! Não nasceste só pra enriquecer... Levanta! Não nasceste só pra mandar... Os teus filhos e familiares estás a enriquecer 88


Liberdade individual Minha mãe está nessa vida desorientada O teu Povo cada vez mais a empobrecer Nossa juventude está frustrada Nossos jovens estão sempre a roubar Nossas filhas estão a se prostituir Não a emprego para os nacionais Só a dinheiro para os internacionais Levanta! Não nasceste só pra governar... Levanta! Não nasceste só pra enriquecer... Levanta! Não nasceste só pra mandar... Já não queremos Paz mal arquitetada Levanta e nos deixa governar A planta da tua Paz foi reprovada Porque de Paz nada estamos a ver Levanta! Não se faz de parvo! Não queremos mais casa de barro Não vale apena nos ver de burro Levanta! Obedece a voz do Povo Levanta! Não nasceste só pra governar... Levanta! Não nasceste só pra enriquecer... Levanta! Não nascente só pra mandar... Já te demos muitos anos pra governar Passaste toda vida com discursos a nós embebedar Pensaste que nunca mais iríamos acordar? Agora é nossa vez de governar e enriquecer Isso aqui é muito feio! Não se faz Em vez de ir pra frente voltamos mais atrás Em vez de melhorar, esta cada vez mais pior Levanta! Nós também sabemos governar BY JOSUÉ BLAKE CHOCO-ANGOLA 2013

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Liberdade individual

SENTADO NO LEITO DO RIO DANDE! QUE MERDA DE PAZ É ESSA? SE NÃO HAVEMOS DE VOLTAR, ENTÃO HAVEMOS DE DESSENTERAR!

Se chorei! Magoou Sei que homem tem de ser reservado Mais há momento que não reservo que sinto por ti Se ao menor viesses dos céus Para inventarmos um carinho uma aposta de irmandade Sei que ainda Vaz queres ser dirigida por mim Será? Será que soluças de tristeza infinita quando pensas em nos? Olho pelo vento e finjo que te vejo, olho para os céus com timidez talvez a sua preferência e não me ver Levaste metade do meu amor

BALÃO VERMELHO

Meu corpo. Te assustou. Fugiste às rugas Rugas Cabelos brancos Fugiste 90


Liberdade individual Como gazela Do caçador O balão estoirou O Poeta Sorriu Já não acredito Em Paixão Hoje só fotografias a rezam Ou Escritores Do clube Dos fãs Da Juventude Ou Os gajos Que saltam nos palcos Com violas barulhentas Ocos de palavras Menos ainda De sentimentos Estamos secos Afinal Nada se modificou Os brandos costumes Sorriem disfarçados De Fantasia Marcando Matando E num raio De escuridão Mentindo...

(Carlos Semedo Sintra-05-07-2013)

NEGRA DE PALITO NA BOCA Uma foto sem colorido revela olhar de dor Saudade Talvez num campo muito afastado Amor 91


Liberdade individual

Mulher de semblante fechado De palito na boca feito do ramo do cajueiro Manto cobrindo olhar não sei de quê ou quem Talvez Da vida diferente prometida na revolução Promessa nunca cumprida Numa fila de esperança que não sabe cantar Talvez Milongas repetidas sons de cabaças ocas Talvez Nos pés do batuque em Lua cheia Talvez Sabe que ela só serve ainda para ser matriarcal Talvez Uma madrugada lhe digam a verdade Talvez (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013)

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Liberdade individual MIUDOS NEGROS DE BARRIGA VAZIA Miúdos lama moscas águas paradas malária Doenças e fome Toneladas de auxílio humanitário por quem as explora Governos bem vestidos banquetes e orgias barrigas gordas Meninas Meninos De Chevrolet para a escola mamãs As boas fardadas ou motoristas de óculos Rabin Posições marciais lancheiras em pele de gazela Prédios altos gigantes engolindo palmeiras Nos meninos negros de barriga vazia Dormem no chão em esteiras com mantas esfarpadas Comem funje insetos larvas do mato Afinal onde está a África libertada ou afinal os mesmos sobas do capital “Comem tudo e não deixam nada” Já não há meninos em volta de uma fogueira juntando estrelas da liberdade África minha saí corrido de malas às costas Corrido pelos mesmos sobas do capital E a Liberdade é apenas fachada da verdade Uma África continente onde o patrãozinho insuportável Tem a mesma pele das crianças de barrigas inchadas (vi fotos do Gurgel e tive saudades desse meu foi tão distante Nunca de mim afastado) também sou soba aposentado (CARLOS SEMEDO-DEZEMBRO 2013-SINTRA)

AMOR LIVRE LIVREMENTE Despe-te de sórdidas figuras das falsas fantasias onde escondes Teus desejos ardentes de viver mostra teus peitos de leite virgem Aos viajantes mendigos da tua presença colo aberto púbis negra Assim nu teu corpo já não desejo nem sonho mas realidade Mitiga tua virgindade mitiga a sede dos que te desejam e amas Em palavras escaldantes dos que encobrem um estado primata Cumprindo regras sociais obsoletas moral burguesa para os outros E espalho teu desejo de virgem não fecundada dando Na ética machista feminista um facada e teu hímen será 93


Liberdade individual

A bandeira da Liberdade E voltamos todos normais ou normalizados Saciados de orgasmos vivos saciados do amor total Corpo com corpo Órgão com órgão numa sinfonia ao amor livre e tudo tomará em cada um O esboço sólido humano da nossa Essência de Ser Humano com procriação (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES- NOVEMBRO 2013SINTRA)

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Liberdade individual Pai natal violas meus direitos e dever Preferes- me dar tenda porque não é Dezembro Em vez de cabazes Nos partias o cubico A água que bebemos parecia ser da Mukwenha Por isso mesmo assim te amamos Nos deixaste dançar ao som do Vento. O meu velhinho taxista impotente Pela fatiga das estrada esburacada Os nossos sorrisos parecem uma casa Insegura num monte que aparenta Estar a cair mais está em pé E agora que e dezembro Deixas de careca e barba rapada Para ser o barbudo Que espalha alegria em troca dum Sorriso empanado Pai natal Me pergunto se e neste mês que Andarás como pedestre E em uma hora deixarás aquela Maquina negra de cor e oficio que Te carrega? Herege Pai natal, hoje o fato não leva Gravata nê e nê e negro Herege! É encarnado da com do sangue dos Que lhe chamas bu luzento nê? Cuidado zela carma.

Cardoso Lopo ...o poeta...ANGOLA 2013 (CARLOS SEMEDO-SINTRA-2013)

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Liberdade individual AS MULHERES NÃO CANTADAS Posição de alta linhagem sem as saias de palha do milheiral Sem Peitos nus nos formato que Deus lhes deu ninfa Sem Aquele jeito de disfarçar a tua submissão ao namorado Sem Me dizer se lhe beijaste o sexo como selo de garantia Da Mulher sexo que tem Nem só te deitar decúbito dorsal ejaculando o seu prazer Sem Dessa angústia de nada sentir senão Amor por teu clitóris não mexer Saído brutalmente no fanado Estás linda nessa pose de Mulher bem cuidado sensual Mas num coito sem orgasmo sentir nada Levanta a bunda dessa posição de relaxo e luta pela Liberdade da Mulher Africana não libertada (CARLOS SEMEDO-DEZEMBRO 2013-SINTRA)

HOMEN LIVRE

Solteiro Solteiro Solteiro Estou eu Josué Blake Choco Pra beijar e ser beijado Pra roubar e ser roubado Livre pra amar e ser amado Pra namorar e ser namorado Estou Livre Livre Livre Como um Carneiro perdido na Selva Como um passarinho perdido no ar Como uma chata navegando em mar aberto Como uma estrela vagueando no espaço Vou à praia branca do Benfica E deixo-me acariciar pelas águas do mar Perco-me nas areias finas e branca 96


Liberdade individual

Deixo-me beijar pelo sol do meio-dia Deixo-me afagar pela brisa do mar Deixo-me na companhia do silêncio Porque estou Livre Livre Livre... As ruas saltito como um Carneiro Porque estou Solteiro Solteiro Subo a rua descida da Marginal como um Cordeiro Porque estou Solteiro Solteiro Palpito com o meu amigo verdadeiro Vou a todos os lugares até ao porto pesqueiro Porque estou Solteiro Solteiro Já não perco as noites de lua cheia Já não fico de coração apertado Já não preciso enviar mensagens Porque estou Solteiro Solteiro Apetece-me pegar nas minhas bagagens Pagar tantas passagens E ir a todas as viagens Porque estou Solteiro Solteiro Já não penso fortemente em ti oh! Mulher Já não sigo as tuas regras Já não danço as tuas musicas Já não caio em tuas artimanhas oh! Mulher Porque estou Solteiro Solteiro

(Josué Blake Choco-Angola-2013)

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Liberdade individual

Ao alvorecer vem amanhecer O sol sobre céu contente Descreve a vida por viver No alto ao além da vida Caminhos se unem e desunem Vidas vêm e vão Caiem as portinhas dos sorrisos Caiem também as lágrimas Se estende o deserto na alma Se rompem as cadeias do silêncio Se Prostram súplicas ao céu Se canta a almejante liberdade Ó alvorecer no alto céu Sabe quem te desvendar teu mistério? Se tão pouco a nós próprios conhecemos É tua natureza um enigma Ao alvorecer vem o amanhecer 98


Liberdade individual

Vem a vida

Xavier O Poeta.ANGOLA-2013

ARTE DE SER Vivo um dia a dia num palco onde não sou eu Mas ela a personagem Que visto e tenho de a viver Ausente de mim como se fosse viajar ao Céu E deixar meu corpo na terra Não ser quem sou apenas na pele me mantenho No peito e no corpo físico que não dou Mas entrego tudo à personagem Bela me sinto eu Quando regresso a mim todinha Num canto de boas vindas a mim mesmo E grito ao espelho aqui estou CARLOS SEMEDO-13/12/2013-SINTRA)

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Liberdade individual ZÉDU DEVE SAIR Tuas palavras já não fazem sentido no comisso de palavras miúdas, escritas por boelos de mentes e espertos no dinheiro Te ouvir, é como pecar, só me levará para o inferno, criado por vocês mesmos, xenofobistas ligado pelo racismo das vossas próprias ignorâncias Tu plantas direitos nas balas das constituições sem pistolas para cumpri-los, e acabas por matar o povo com canivete, bombas tóxicas e águas quentes, que vocês não conseguem esfriar para dar no meu povo Pode sair Pode sair Pode sair Te colocamos agora do mesmo modo te tiramos, sai, deixe o sorriso fluir no rosto da mamã zungueira, lavador de carros, taxistas, refugiados, mendigos, poetas, e antigos combatentes, que cansados estão da tua má governação Sai desta cadeira onde habituada está pelo peito do teu fato comprado com dinheiro roubado do meu povo cansado, pelo petróleo da terra sugada pelos estrangeirados Espancas as mamãs nas ruas para permitir as cantinas dos teus irmãos senés e restos, Pode sair Pode sair Pode sair Pode sair gatuno da nação pode sair

O TRIBUNAL DO AMOR!

Ó! Coração secreto! Sou eu o único culpado! 100


Liberdade individual

Pratiquei roubo qualificado Furtei a tua atenção Derrubei o seu coração Com o meu olhar bandido Entrei na tua vida sem bater a porta Saltei a janela dos teus sentimentos Invadi a privacidade dos teus seios Com os meus dedos confinados Ó! Coração secreto! Sou eu o único culpado! Te cravei na parede Te amei sem piedade Alvejei os teus poros Massacrei os teus sentimentos Nos becos lamacentos do amor Persegui os teus passos com o meu olhar sedutor Te agarrei na esquina do prazer Quando os teus beijos ousei roubar Provoquei o manto do teu vulcão Com o revólver da sedução Disparei mortífero na tua paixão Homicídio voluntário, matei o seu coração!

#Quantos_anos_de_prisão_mereço? By Josué Blake CHOCO ÓH! JEOVÁ DEUS! SALMOS DA MINHA VIDA! Meu talento provém do Deus Jeová Aquele que criou o céu e a Terra O único capaz de calar a Guerra Igual a ti não há, e jamais haverá Tu és o meu protetor escudo Quando no anoitecer me deito em sono 101


Liberdade individual

Ficas de vigia acordado Protegendo minha alma dos males noturno Oh Jeová Deus! Salmos da minha Vida! Nunca me entregaste como isca a Satanás Mesmo quando na sua armadilha me dirigi Meus rogos de joelhos aos Céus ergui Das enxurradas da maldade me afastarás Desde hoje ao tempo indefinido Minha alma jamais permitirás que seja abalado Todos os que planeiam o meu fim Como bagos de areia lhes afastarás de mim Bem sei, oh Jeová! Guardarás minha alma Julgarás os meus erros com justiça e calma Quando me deito, enfeitas com Anjos minha cama Andar nas tuas veredas é o meu lema Conheces as coordenadas do meu corpo Por isso, não me deixas desorientado Mesmo quando julgo perder o norte Esta comigo em companhia! És a minha sorte! AMEM By Josué Blake CHOCO – ANGOLA- DEZEMBRO -2003

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Liberdade individual

Ó alvorecer no alto céu Sabe quem te desvendar teu mistério? Se tão pouco a nós próprios conhecemos É tua natureza um enigma Ao alvorecer vem o amanhecer Vem a vida e vai ela de seguida.

(Xavier O Poeta. ANGOLA-DEZEMBRO 2013)

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Liberdade individual POEMA PRIMÁRIO Há sessenta anos me procura em palavras Fui Muito Bom sempre na Escola No meu abandono do Liceu saquei dezassete em Português Já namorava a Lina jovem e coquete Por ela me enamorei e meus versos Comecei Agora manietado ao computador E seguindo minha loucura esquizofrénica Saquei um avc ficando comigo ao colo Depois passei à cadeira de braços e rodas Frente aos ecrãs do meu sistema informático Ou na tediosa televisão nacional onde curtimos sempre o mesmo Sem dó nem piedade safando-me apenas aqui no Face nos feeds E poetando palavras da vida racional mas erótica Já fui suspenso pela Censura escondida desta rede social Pois as meninas de duas faces me acusaram de escrever Aquilo que amam fazer mas que escondem do marido e família 1Este mundo cibernético foi belo durante 3 anos de amor virtual! Onde revivi revivi-me e regressei aos calções do moço romântico Hoje espero apenas os elevadores a funcionar E do Restaurante cliente num passo voltar a Ser… (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-SINTRA-2013)

DUARTE E DUARTE Meu corpo sente a napa da cadeira No dia em que meu modelo fotográfico Natural com ela sexy como mulher mais de quarenta Amando o corpo e o Amor com medo De um namorado com mais mulheres na sebenta Sendo ela um numero apenas não amor Outra não modelo com curso de fotografia 104


Liberdade individual Foge da imagem só publicidade apresenta É um mundo real num diálogo quente Talvez sincero ou não mas procuro verdade Corpos lindos da Mulher sublime talvez virtual E mesmo ternura mesmo sensualmente viva O amor não é sólido nem material é espirito É estado de alma não se vê é virtual Meus poemas nascem ali minha nascente Venham corpos lindos minha palavra Será o seu mundo de sensibilidade real. (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES -2013-SINTRA)

Agora que já é meio-dia Para a publicação de um livro com poemas de 50 anos e vida A minha que pouco interessa aos outros pois meus sonhos eróticos enlouquecidos Cheiram a mofo com eu, exatamente, fruto desta turbulenta mente envelhecida Ou das diversas modificações histórias ou estórias factos acontecidos Nunca consegui fazer poemas em formatos preconcebidos Fruto de ansiedade de palavra sobre coisas desta mente enriquecida Li sonetos li estrofes li Beça Luís José Saramago autores distinguidos Já me encontrei com sua personagem por eles todos desenhados Sem pontuação ponto e vírgula apenas em quadros bem definidos Onde cada frase cada movimento tem a marcação muito bem definida 105


Liberdade individual

Mesmo louco me sinto mesmo términus de viagem me situo de horizontes indefinidos Apenas aumentei a minha pressão arterial nesta espera nesta avenida E ainda mais louco me tornei Mais visionário Porque me apaixonei por um sorriso Um corpo de uma poetisa Só com uma poesia por mim lida Vou sair vou dormir esperar Com teu corpo olha o Sol e espera o mar (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2013-SINTRA)

ESTAVA LINDA INÊS Em sossego compondo seus poemas estivais Junto ao oceano quente em sua toalha estendida Bronzeando o corpo alourada de princesa Enchendo a praia de beleza dos dons reais Quando apareceu poeta louco pedinte Esticando seus poemas ensebados Oferecendo páginas quentes eróticas Rogando a sua publicação nas editoras reais E na sua candura divinal de deusa virtual Aceitou e levou os papéis na bolsa virginal E no palácio os assessores gritaram Pobres não podem publicar e ela num gesto que se fizesse o que mandava Logo impuseram coimas legais e mensageiro voou Levando mensagens ao poeta plebeu Ele julgando haver palavras de doces promessas Apenas leu cifrões nos papiros recebidos E nesse instante num sentido pesar compreendeu Que a bela Inês nem princesa nem sossego disfrutava O Reino era já apenas uma página igual às da Europa Real Mas ela seria sempre para o poeta sempre sonho só seu.

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Liberdade individual

(ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-2913-SINTRA)

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Liberdade individual

HOJE É UM DIA SEM SOL Vi minha luz mas tão soberba tão importante Numa camada superior Da estratosfera onde eu apenas passei por meteoro ardente E seus nus paisagísticos talvez gestos Apenas Que me levaram ao buraco negro do desconhecido Porque afinal Nem satélite fora nem sou nem pertenço A essa constelação Vaidosa Chamada Nonata descoberta por mim Penso eu E nestas mãos envelhecidas nem sinto as lágrimas Caídas de meus olhos Pois as Estrelas não choram só morrem Mesmo assim na forma gloriosa de chuva de prata (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-DEZEMBRO-2013SINTRA)

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Liberdade individual

Sou menino de rua, dum País rico: Rico em recursos minerais, Rico em recursos naturais. Vivo ao relento Sem teto Sem sorrisos nem peito Minha desgraça é um deserto Não sei para quando a próxima refeição, Minha vida é um vendável de surpresas, O País não quer me desmamar dos seios desnutridos da Pobreza Sou menino de rua, dum País rico: Rico em recursos minerais, Rico em recursos naturais. É duro, é triste, é desumano saber, Mas, é a minha triste realidade, É difícil, é muito complicado compreender, Mas, é a mais pura verdade Nada fiz pra merecer tamanha crueldade, O silêncio é a minha única companhia, 109


Liberdade individual Minha desgraça asquerosa me envergonha, Sou o travão do desenvolvimento da humanidade Esquivo da assombrada sombra de minha desgraça, Não consigo olhar para mim mesmo, Os espelhos das ruas de Luanda/Angola refletem a minha pobreza, Não sei, porque motivos não herdei do meu País, Sim, do meu País: grande e rico Rico em lençóis petrolíferos, Rico em ricos, Rico em solos áridos, Rico em riquezas marítimas, Rico em florestas colossais, Rico em políticos bilionários, Rico em diamantes e ouros. Sou menino de rua, dum País rico: Rico em recursos minerais, Rico em recursos naturais. Melhor seria se eu não tivesse existido, Melhor seria se ao nascer tivesse morrido, Pouparia as cidades, as lixeiras de um andarilho, Pouparia a sociedade e as prisões de um ladrão assassino Deus desviou o seu olhar da minha desgraça, Não me deram amor enquanto criança, O que acalenta minha alma é a sagrada esperança, De matar minha pobreza n'alguma vivença. Durmo nas ruas, praças e n'algumas vezes nas lixeiras, As estrelas se compadecem com o silêncio da minha tristeza, Mas não podem brilhar a minha alma amargurada, Mas não podem iluminar os becos tristes da minha desgraça Nas noites fria, é com o luar que o meu corpo se cobre, Com cobre No ombro nobre Meus irmãos a guerra levou, Se enrola e se encobre

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Liberdade individual Minha Mami a guerra enlutou Meus familiares a guerra espalhou, Nossas lavras a guerra minou Sou menino de rua, sem nada nem ninguém, Meu Pai doou os seus 2 litritos de sangue, para lubrificar os motores da Paz, Os mesmos motores (da Paz) que hoje elétricos, não me deixam ser alguém By Josué Blake CHOCO —ANGOLA-2013

RESSACA DE AMOR Com lindas metáforas de rastrear Deitaste em mim uma ressaca de amor E transformaste meu ser de ser aquilo que nunca pensei ser Não és religiosa mas fizeste (em mim um milagre acontece) Os olhos apanhassem trombose Deleitaste neles doenças que apenas tu oh Doutora podes sarar Corrompeste os meus anjos arcanjos de ser convencido E fizeste das minhas pedras sentimentais todas derretidas Quem ousa mandar-te corromper os guardas da cidade dos sonhos?

Sem falar de escangalhar Tu me pepetelaste oh mulher Com lindas metáforas de rastrear Deitaste em mim uma ressaca de amor E transformaste meu ser de ser aquilo que nunca pensei ser Não és religiosa mas fizeste em mim um milagre acontece LEMOS ANTAGÓNICO-ANGOLA-2013 111


Liberdade individual

3- AMO-TE SEMPRE Sorve de mim goles de tudo Tenho um sabor próprio, único, que sei que gostas Querendo sempre mais, derramas na nossa taça Goles que são teus, que assim ficam juntos aos meus... Semeamos esses goles Na nossa geografia: Ressaltos que desaguam em vales Rios de amor louco, Líquido maduro que desagua nos nossos corpos que se juntam na mesma taça Unidos num só, naquele momento e para sempre,

Um só espírito na mesma aventura: o amor! Suga mais goles de mim, Suga, que me delicias Na minha pele nua, Exposta, Deita mais goles teus, Mais de mil, que eu gosto dessa fonte... Sede de mais amor, ternura e carinho? Não, são goles de amor puro, feitiço e loucura Que me inebriam e levam ao infinito. Lê-me todos os dias 112


Liberdade individual

E nas palavras que escrevo no meu corpo Deixa vaguear a tua mente, O teu olhar, As tuas mãos macias de ternura São toques suaves e sensuais os que me dás na troca Do que te dou, Eu uma autora que te ama tudo, Tudo o que te dá e faz

Inês

Maomé-Portugal-2013

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Liberdade individual

Jamais morrerei Na poesia para sempre viverei Lembrado, eternamente serei Em cada rima que um dia versifiquei Com as palavras de se escrever Fiz da mortalidade minha eternidade NinguÊm sabe quando morrer Por isso, inventei esta identidade Quando eu morrer na vida Na minha revolta sem volta nem partida Matarei a vida da morte de morrer E assim, enfraquecerei e matando a morte de viver JOSUÉ BLAKE -2013- ANGOLA

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Liberdade individual

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Liberdade individual

SEM RESPEITO PELA CONSTITUIÇÃO MEU CORAÇÃO DE EX COMBATENTE CHORA PORQUE DE NADA VALEU O SANGUE DERRAMADO POR MILHARES DE PORTUGUESES JOVENS E JOVENS QUE PERDERAM SEUS CURSOS EM DIAS DE DOR, MÃES QUE CHORARAM JUNTO DOS CAIXÕES CHUMBADOS, PÁTRIAS QUE DESSA GUERRA COLONIAL SE ERGUERAM FERIDOS AINDA HOJE PROCURANDO SUA IDENTIDADE CHORO OS QUE HOJE SE DEBATEM COM A INCERTEZA DO FUTURO DOS SEUS FILHOS E NETOS, POR MÃES QUE VOLTAM A CHORAR POR ELES NOVAMENTE EMIGRAREM, PELOS JOVENS SEM EMPREGO, SEM CERTEZAS ENTREGUES A SI EM EMPREGOS PRECÁRIOS A PRAZO NO JOGO DOS PATRONATOS SEM ESCRÚPULOS PAGANDO AOS BOCHECHOS E SEM NINGUÉM QUE OS FISCALIZE NINGUÉM QUE OS FISCALIZE POIS O EXCEL GOVERNANTE VIROU UMA PÁGINA DA NOSSA SAGRADA HISTÓRIA ONDE INCERTAMENTE NOS PEDE MAIS SACRIFÍCIOS PARA SUSTENTABILIDADE DO CAPITALISMO AINDA MAIS SELVAGEM QUE TEM SIDO (ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES-DEZEMBRO 2013-SINTRA)

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Liberdade individual

MÁRCIA SILVA- BRASIL Eu pouco te conheço, sei de vc Como também convivi contigo, Mas volta e meia me pego rindo E com saudades de uma coisinha Aqui e outra ali e imediatamente A consciência vem e acaba com a Festa! Como pode não? Interessante!

Andei num emaranhado de tristezas, paixões, amores Que não foram e eis que me encontro até tranquila Sentindo um restinho do que foi bom e entendendo Bem as causas e as consequências diante de tudo Na vida e agora me encontro nessa realidade nua E crua do que vivo e consigo sentir e pensar...

Vou embalar os meus lindos... Vou embalar os meus lindos pensamentos, sonhos de amor enquanto estiver em paz e com o coração cheio de amor... Se é amor, um coração Aquece e puxa o outro! Se é amor, um coração 117


Liberdade individual Alegra o outro e a mágica Se instala fazendo uma Ponte nos dois mundos!

Vem. Abandona tudo e vem. Quero- te entregar o que restou de mim depois de tantos tropeços, de tantas lutas, de tantas buscas, de tantas lágrimas derramadas sobre o travesseiro, a solidão das noites insones. Quero- te entregar o que a vida me deixou de melhor, apesar de tudo o que me fez sofrer. Vem comigo e recebe de mim, além do imenso amor que te dedicarei, a ESPERANÇA de ser feliz .MÁRCIA SILVA-BRASIL 2013

ANA MORENINHA

Ana moreninha meu amor Não consigo esquecer-te Amo-te de verdade Mesmo não acreditares nas minhas palavras Oiça pelo menos o que o meu coração te diz Ohm! Rezo todos os dias santos pelo nosso amor Entendes-me?! Não! Importa-me saber que talvez Não me amas como quero. Mas, Há de-chegar o dia em que os teus lábios me dirão Amo-te de todo o meu coração Josué Blake CHOCO!

By Josué Blake CHOCO. 118


Liberdade individual

SILVANE DE REGINA DUARTEBRASIL-2013

BEIJO VIRTUAL

Vontade de tocar teus lábios Quando discutimos sentimentos nos confunde Aí queremos ficar só na defesa Mas no fundo é amor por demais Então olho nos teus olhos e tento tocar em você Esses lábios molhados de desejos, cheios de vontades e prazeres Quando imagino beijando você desfaleço O coração bate forte como toque de uma musica Imagino minha língua acariciando a tua língua com toques sensuais pedindo beija-me não pare E nesse beijo sem nos tocar em partes intimas faz isso pois vem nos pensamentos a tesão. Delicio-me a cada toque dos lábios teus Beijos suaves como uma melodia, romântica DO AMOR Beijos vorazes, selvagem como se no beijo fossemos nos despir Amor tão forte capaz de superar a morte Então nesse beijo virtual sinto não querer parar Mas quero cada vez apimentar para que nele possamos desabafar desejos, vontades amor. Beije-me não pare HOJE QUERO SER BEIJADA POR VOCE outra vez

(SILVANE DE REGINA DUARTE-BRASIL-2013

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Liberdade individual

TENHO SAUDADES Saudades de lembrar de um grande amor que se foi. Era um amor acompanhado de fogo e paixão Tratava-me com carinho sem cobranças Tenho saudades daqueles beijos calientes Afagava-me no peito onde ouvia as batidas, Aceleradas do coração. Tenho saudades quando me chamavas de meu amor. Retribuías os toques sem pudor. Tenho saudades quando dizias palavras doces, juntos Com gemidos provocados por mim. Tenho saudades das promessas, que sabia que eram impossíveis, Mas quando saíam dos teus lábios eu acreditava. Tenho saudades saudades do sorriso, onde via lindos Dentes aparecer e as vezes um beijo fazer. Tenho saudades do seu toque nos meus seios, mesmo Por cima da roupa me fazia arrepiar. Tenho saudades de quando fazíamos amor, Depois com um sorriso agradecia por faze-lo feliz. Hoje as lembranças existem e continua sobrevivendo A saudade

(SILVANE DE REGINA DUARTE-BRASIL-2013

DESEJOS Meus versos querem encontrar tua boca Quente, ardente, insaciável... Como em um grande concerto musical Quero ser regida por tuas mãos... Em um eterno ballet de sinfonia de línguas Enquanto a porta dos sonhos se agiganta Inúmeros anjos alados seguem em coro Deixando fragrâncias de nosso amar no ar 120


Liberdade individual

E sem ar, respiro sonhos e poesias N達o me desperte, n達o me tire deles Hoje, aqui me senti amada como Fruta doce, embebecida por Baco E nas curvas de meu corpo Com certeza tu desfrutarias... De uma longa estrada

Marli Giacomozzi - Brasil

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Liberdade individual Me Leva Me leva só wéee Ai amor novo vem, escapei De uma trombose Tenho três filhas pago colégio transporte aula de natação As amo tanto Eu único rapaz que tenho e tanto insurreto Que o meti numa escola primária Vai a pé e volta a pé Fiz D.N.A por curiosidade Afinal de conta ele é O único filho que tenho As meninas não são minha ai amor vem consigo Me leva ~Me leva só wéee~ Estes inchaços que trago não é por que sou ladrão Foi confundido com ele, em pleno mercado eles tentaram- me assaltar Enquanto eu corria para desfazer-se deles Eles gritavam «gatuno, gatuno» As senhoras do mercado são Paulo Deram-me uma surra Quando expliquei já estava inflamado, cheio de hematomas Me levava Papá Deus O Cota Santana não parece ser nosso irmão mais velho Causa tanta confusão pensado que a herança da terra é só dele. Olha só me leva embora CARDOSO LOPES, O POETA-ANGOLA-2013)

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Liberdade individual

Marli Giacomozzi (Embaixadora da paz) Brasil

Preciso reencontrar razões Preciso reinventar sonhos Preciso criar fantasias e ilusões Preciso recuperar o brilho do olhar Preciso de razões para sorrir de verdade Preciso sentir o toque da alma calada Preciso deixar as palavras caírem em versos Preciso sentir o perfume das flores Preciso do vento a me afagar Preciso do infinito do sol e do luar Preciso esquecer as brumas do passado Preciso gritar em verso e prosa Que o que preciso de fato é ser feliz!

Marli Giacomozzi -BRASIL

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Liberdade individual

O mais ousado dos poetas Você é a soma de todos os poemas, poesias, risos e lágrimas Você é a soma de todos encantos, carinhos e felicidade Você é quem inspira os poetas, poetisas, e sem que saibas Provoca ciúmes entre as Deusas do Olimpo, que derramam sobre ti, lágrimas de amor. Você é o Sol brilhando em um lindo e dourado amanhecer. Você é a Lua que inspira, que apaixona, que encanta Você é a soma de todos os cantos, de todos os sons, harpas e violinos, na mais plena harmonia. Você é a soma de todos elementos, a mais pura essência que todos querem encontrar, E que nenhum alquimista pode desvendar. Você é perfeita, composta com o melhor tema, E nem o mais ousado dos poetas, ou poetisa arriscaria poetizar a sua beleza. Sabe porquê? Porque você é a minha vida nova. Minha nova vida! Que eu agora comecei a escrever.

Marli Giacomozzi Embaixadora da Paz- Brasil

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