complexo Atelier de Projeto VII Antônio Novaes
s.t.e.a.m. Portfolio Micael Matheus
apresentação
O presente trabalho foi desenvolvido e apresentado pelos docentes Antônio Novaes e Micael Matheus para a Narrativa de Projeto da disciplina de Atelier de Projeto VII, correspondente à entrega preliminar, orientados pelas professoras Ana Luisa Rolim e Andréa Câmara, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco.
sumário
01
Introdução
.06
22.
Tipologias do Horror
Apresentação da proposta
Sistemas Arquitetônicos
02
03
A organização espacial (dimensões e caminhos do projeto diagramas, organogramas e fluxogramas)
S.T.E.A.M.
Análise do Território
Proposta
A espacialidade do projeto
.16
56.
Referências Bibliográficas
04
introdução
A arquitetura é um elemento que busca, em sua ideação, materializar ou representar interpretações de mundo. Categoricamente, o objeto arquitetônico é uma narração de subjetividades e materialidades regadas a limitações técnicas, culturais, sociais, legislativas, entre outras, que tornam-se, inevitavelmente, componentes de um projeto. Isto implica dizer que o arquiteto-urbanista tem a capacidade técnica, sensível e intelectual de conjugar diversos fatores limitantes, transformando-os em potencialidades. Portanto, apesar desse conjunto de fatores anteciparem exigências, a abrangência de possibilidades de análises favorecem o entendimento de que existem diversas formas de se realizar o processo de concepção projetual. A partir desse entendimento, buscou-se apoiar-se em teorias e análises críticas recorrentes nas discussões atuais investigando as possíveis formas de concepção arquitetônica, classificando, dentro das possibilidades encontradas, aquelas que foram entendidas como as que mais se relacionam e que têm capacidade de gerar potencialidades à área que será futuramente estudada. O fato é que a postura adotada por arquitetos-urbanistas, críticos e teóricos na contemporaneidade busca possibilitar relações espaciais que não sejam genéricas, mas sim que possibilitem e propiciem uma espacialidade potencializadora através de experiências múltiplas, sejam elas estéticas, espaciais ou cotidianas - características advindas de experimentos vanguardistas do início do séc. XX, como por exemplo o cubismo e o construtivismo russo. O caminho a ser percorrido pelo processo de construção da
A cidade que se constrói sobre a cidade sombreia sua história. Por isso propõe-se a Cidade Sob(re) a Cidade que, apesar de se apresentar fisicamente abaixo do nível da cidade pré-existente, sobrepõe novos contextos e tensões. Uma busca pela camada mais profunda da pele do espaço. A imagem ao lado tem como objetivo pensar a Cidade Sobre a Cidade e, em seguida, relacioná-la aos conceitos das Tipologias do Horror. Com base na tipologia Cavalo de Troia, foram propostos planos, que ora se apresentam desconectados, ora se apresentam conectados por elementos que remontam à narrativa da própria tipologia, bem como a elementos morfológicos ligados à história da área.
ideia de um projeto passa então a discutir não somente aspectos guiados pela perspectiva tradicional, pela racionalização e pela construção da arquitetura a partir de seus elementos formais; em troca disso, a arquitetura passa a ser concebida a partir de elementos que guiem experiências e que, no lugar de se construir a partir de elementos físicos ou construídos, passa a construir a partir de conceitos, vazios e relações - elementos que podem muitas vezes não ser vistos, necessariamente, em sua materialização, mas que quando compreendidos dentro de uma narrativa específica geram novas possibilidades projetuais. Os conceitos utilizados para embasamento teórico do desenvolvimento do trabalho e que serão apresentados na seção a seguir foram os conceitos de: S.T.E.A.M.; Tipologias do Horror, baseadas no livro Horror in Architecture (2013), dos autores Ker-Shing Ong e Joshua Comaroff; e Sistemas Arquitetônicos, baseados em alguns sistemas arquitetônicos apresentados pelo autor Josep Maria Montaner em seu livro Sistemas arquitectónicos contemporáneos (2008). O projeto a ser desenvolvido com base nos referenciais teóricos citados trata-se de um Complexo Cultural e Educacional S.T.E.A.M., inserido no bairro de São José, centro da cidade do Recife, com a intenção de criar um equipamento integrador à região, trazendo um programa múltiplo e extenso, de maneira a gerar novas formas de experienciar a quadra onde o mesmo estará inserido, bem como ofertar novos usos pouco presentes na área.
introdução 8
9
tipologias do horror Os autores Ker-Shing Ong e Joshua Comaroff, nas primeiras páginas da introdução do livro Horror in Architecture, publicado em 2013, classificam o horror como “a verdade da abstração” e “ utopismo sem utopia, planejamento sem planos”. De acordo com Immanuel Kant, também citado nas primeiras páginas do livro, “o horror é um elemento sublime, experienciado para benefícios espirituais e didáticos”. A ênfase que se busca dar ao horror como um todo e, mais especificamente, ao horror na arquitetura, é pouco relacionada à estética, à beleza, considerada por Kant um elemento superficial, mas sim preocupada em pensar o olhar como uma janela para a alma, buscando suas relações mais intrínsecas e possivelmente estranhas a um primeiro olhar superficial. Na arquitetura, o horror se evidencia a partir das interfaces históricas da tipologia e da linguagem, criando tensões que podem se referir a questões de escala, composição ou apenas derivadas de avanços sociais, econômicos e tecnológicos acelerados. Por exemplo, quando técnicas ou edifícios de uma época precisam ser adaptados às necessidades de outra época. Esses são
sistemas arquitetônicos contemporâneos apenas alguns exemplos para que se possa compreender como pode surgir o horror na arquitetura. Além do mais, os autores trazem no livro também alguns exemplos de arquitetura que já apresentam, desde sua concepção ou a partir do contexto no qual se inserem, elementos que podem ser relacionados ao horror, ou sublime, que são categorizados das seguintes formas: duplas e clones; corpo ímpar ou especial; morto parcial ou totalmente; reiteração e reflexibidade; objeto incontinente; cavalo de troia; homunculismo e gigantismo; solidez, massa e estereotomia; e, por fim, distorção: deformação e desproporção. No decorrer do trabalho, a metodologia adotada será a de trabalhar com essas categorias de tipologias do horror como diretrizes fundamentais, seja utilizando uma tipologia específica para guiar o trabalho como um todo ou atividades isoladas, bem como relacionando todas as tipologias presentes com outras referências para trazer novas possibilidades de experimentações.
A pretendida renovação do pensamento da configuração espacial na contemporaneidade encontra no livro Sistemas Arquitetônicos Contemporâneos (2008) de Josep Maria Montaner argumentos importantes para a assimilação de uma produção espacial mais crítica. Este pensamento ojeriza a categorização da migração gradual desde “a crise do movimento moderno”, fornecendo assim enfoques convenientes às resoluções problemáticas cotidianas do que se compreende como pensar e projetar espaços.
Montaner estrutura sua tese a partir da identificação dos espaços como sistemas, isto significa que a identificação individual do objeto arquitetônico não apresenta a condição do processo construtivo e constituido do todo, pois quando confinada a atuação destacada de um ou outro objeto arquitetônico sem abrigar a composição complexa que este gera, acaba assim por excluir a rede geral na qual o objeto está inserido.
Os sistemas, quando incorporados à configuração espacial, direciona a percorrer ideias de disposições e interpretações espaciais que Montaner (2008) interpreta como: a) sistemas racionais (p 26): minimalismo objetual e geométrico, minimalismo metodológico e essencialista, minimalismo urbano e paisagístico; b) sistemas orgânicos (p. 64): ecótopos, tramas agrícolas, amálgamas, paisagens culturais, espaços oníricos; c) universos da realidade e do tempo (p. 90): Clusters, Mat-buildings, Mega estruturas tecnológicas, sistemas sobre objetos encontrados, cenários da cultura pop; d) estruturas da memória (p. 116): as formas dos arquétipos, essencialismo geométrico, morfologias historicistas; e) a crítica radical e utópica (p.132) mega estruturas libertárias, organismos auto construídos, organismos futuristas, travessias de fundação ou base, recicláveis, prótese nas fissuras; f) dispersão e fragmentação (p.148): montagem, colagem urbana, mega objetos, complexos polifuncionais, dispersões de objetos segregados e isolados; e, por fim, g) as formas do caos (p.172): fractais, dobraduras, rizoma.
s.t.e.a.m.
duplas e clones corpo ímpar ou especial morto parcial ou totalmente reiteração e reflexibilidade objeto incontinente
cavalo de troia homunculismo e gigantismo solidez, massa e estereotomia distorção: deformidade e desproporção
Ao longo do início dos anos 2000, nos EUA, foi-se percebendo uma grande defasagem em torno do ensino técnico-científico, principalmente no ensino de profissões relacionadas à área das ciências exatas (S.T.E.M., sigla para Science, Technology, Engineering e Math), situação que veio a acarretar em uma grande redução no interesse dos jovens por essas áreas. Devido a isso, mudanças no modo de pensar a metodologia de ensino gerou também mudanças nos currículos escolares, verificando-se a importância de adotar metodologias mais criativas, que trouxesse formas mais estimulantes de se desenvolver o aprendizado, gerando assim o que se caracteriza como S.T.E.A.M. (Science, Technology, Engineering, Arts e Math). Nesse sentido, o conceito que permeia o ideário S.T.E.A.M. explicita uma condição transformadora no sentido de qualificação educacional. Não mais fundamentados em parâmetros clássicos regrados por uma consciência mais parcelar, a educação S.T.E.A.M. visa estimular através da interdisciplinaridade uma forma mais complexa, ampla e criativa de se reconhecer e resolver problemas. Desse modo, o leque que o S.T.E.A.M. abre estimula a inovação através da experimentação, colaboração e transmissão de conhecimentos entre grupos e pessoas das mais diversas áreas.
introdução 10
11
palavras associadas a tipologias do horror Estudos e análises da teoria de Tipologias do Horror, apresentadas por KerShing Ong e Joshua Comaroff no livro Horror in Architecture, tendo como base uma referência literária - o conto “Casa Tomada”, de Julio Cortázar.
“É da casa, porém, que me interessa falar, da casa e de Irene, porque eu não tenho importância. Pergunto-me o que teria feito Irene sem tricotar. Uma pessoa pode reler um livro, mas quando um pulôver está pronto não é possível repeti-lo sem provocar admiração..”
Para a presente análise, palavras foram retiradas do texto e isoladas a fim de representarem as tipologias a elas associadas. A palavra que mais nos chamou a atenção durante o processo foi a palavra “tricotar”, pela forma como a mesma é utilizada e reutilizada no texto e também pela forma como está associada à tipologia de reiteração e reflexibidade.
casa tomada, julio cortázar
cavalo de troia cobertor inexpressada
rumores clausura
armário entreaberta
corpo ímpar ou especial
derrubar desfazer
loucura escândalo
distorção: deformidade e desproporção girar mexer-se
curva desfazer
mutualidade empilhamento
gigantismo ou homunculismo grande aumentando
introdução 12
terminar resistir
persistir abandonar
objeto incontinente incômodo
aflição insônia
reiteração e reflexibilidade
duplas e clones repetição frequência
morto parcial ou totalmente
espaçoso
coleção reler
rever tricotar
solidez, massa e estereotomia assentada
maciça fortes
tipologias do horror 13
A presente imagem representa uma das atividades desenvolvidas com base nas Tipologias do Horror, que teve como objetivo o desenvolvimento de uma imagem que retratasse a relação de um quadrante específico da área de estudo a uma tipologia do horror escolhida, Cavalo de Troia, bem como suas possíveis correlações com o conto “Casa Tomada”, de Julio Cortázar, trabalhado na atividade anterior. O desenvolvimento da presente atividade, juntamente com a atividade anterior, foi um dos pontos de partida para a tomada de decisão de migrar da tipologia Cavalo de Troia, para a tipologia de Reiteração e Reflexibilidade.
introdução 14
tipologias do horror 15
análise do território
análise do território Os quadrantes ao lado foram desenvolvidos em um dos experimentos como forma de abstração, buscando dar continuidade à exploração do conceito das Tipologias do Horror, mas dessa vez aplicadas à área de estudo. Foram escolhidas palavras encontradas no experimento do conto Casa Tomada, de Julio Cortázar, que se relacionassem com Tipologias do Horror específicas e, posteriormente, as palavras que mais se relacionavam ao fragmento da área de estudo foram trabalhadas de maneira a desenvolverem um conteúdo formal, tipológico, a partir da massificação da própria palavra em seu quadrante. Apesar do nível de abstração, com o experimento é possível fazer uma boa leitura do sítio, transpassando por diversas análises, como sociais, históricas, econômicas e espaciais, tudo apenas com base em uma análise morfológica aprofundada.
análise do território 18
19
análise do território a área A inserção de um novo objeto arquitetônico em uma área requer levantamentos de diversas esferas que apresentem características analíticas do sítio onde o mesmo será inserido. Algumas das análises que foram consideradas importantes para compreender e, posteriormente, intervir na área, foram análises de cunho morfológico e histórico, abarcando também um mapeamento de importantes elementos urbanos e naturais presentes na região, compreendidos em seus contextos urbanos, sociais e culturais.
Bairro de São José com demarcação da área geral de estudo. Imagem de satélite retirada do Google Earth e tratada pelos autores.
Nesse sentido, essas análises permitem a convergência de informações geradas pelos diagnósticos dos aspectos existentes com as diretrizes projetuais pretendidas, buscando as soluções que melhor intersectam o universo gerado por ambas, tornando a proposta ainda mais coerente e concisa. Observando o bairro de São José, localizado na Ilha de Antônio Vaz, no centro da cidade de Recife, Pernambuco, em sua totalidade, é possível perceber uma forte presença de reminiscências históricas ligadas a um contexto econômico e cultural da construção da cidade do Recife, que teve sua realização bastante influenciada por seu posicionamento geográfico, como por exemplo a grande distribuição de galpões e edifícios voltados para o setor industrial, que pode ser explicada devido à conexão da área à Ilha do Recife, bem como a importantes águas da região, como o Rio Capibaribe e o Mar, e também aos portos e cais ali presentes.
a quadra
Área geral de estudo com demarcação da quadra que será utilizada para o desenvolvimento do projeto. Imagem de satélite retirada do Google Earth e tratada pelos autores.
Assim, com base nas análises feitas da área onde será feita a intervenção e analisando territorialmente suas quadras e seus lotes, optou-se por buscar um sítio que como premissa possuísse diversas conexões, levando à escolha de uma quadra inteira como terreno, quadra esta que está delimitada pelas vias Rua Imperial, Travessa do Tavares e Travessa Padre Azevedo, tendo como seu limite posterior a linha férrea, que divide o terreno do aglomerado residencial da Av. Rio Capibaribe.
Na quadra escolhida podem ser encontradas preexistências: antigos galpões, boa parte em desuso ou utilizados apenas como armazenamento de mercadorias e cargas de empresas transportadoras. Além dos galpões, a quadra oferece em seu centro um grande espaço vazio, que foi também um dos fatores decisivos para a escolha do terreno, previsto antigamente para estacionamento de caminhões de transporte. A partir da observação da quadra, suas conexões existentes e as suas potencialidades de conexão, seus espaços vazios e seus vazios em potencial, foi decidido que alguns dos galpões seriam mantidos e outros seriam removidos, de acordo com os seguintes critérios, buscando sempre manter presente características importantes à história e às características gerais da região: foi proposta a remoção dos galpões menos significativos em questões formais que poderiam gerar em seu lugar novas conexões para o centro da quadra, criando novos percursos e transformando o terreno em uma extensão do espaço urbano; e os mais relevantes e característicos formalmente, que estão posicionados de forma a manter significativamente o caráter das interfaces construídas preexistentes serão mantidos e incorporados ao programa do projeto que será desenvolvido.
análise do território 20
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proposta
apresentação da proposta Ao observar especificamente o território, identifica-se a oportunidade da expansão do nicho tecno-estudantil crescente na área, reparou-se na oportunidade de se estabelecer novas relações socioeconômicas, sejam de empregos ou serviços, e culturais. Nesse sentido, a ideia tem como base a proposta para o desenvolvimento do projeto, um Complexo Cultural e Educacional S.T.E.A.M., entendese a oportunidade de resgatar a vitalidade e a dinamicidade da área de estudo, bem como ofertar novas experiências e possibilidades a partir da extensão e variedade do programa proposto. Os parâmetros definidores para a produção de diretrizes não se desvincula nem abdica totalmente das preexistências, pelo contrário, as incorpora sugerindo uma interpenetração de espaços revelando assim uma continuidade urbana e paisagística. Essa diretriz, que foi definidora para a escolha da quadra inteira e não de apenas um lote, repousa na ideia de criar novos caminhos que adentrem os vazios do terreno, expandindo e transformando o espaço urbano, diluindo assim as barreiras existentes, porém buscando manter presente a forte identidade da área, caracterizada por galpões, com interfaces construídas no limite do lote com a calçada. Tendo como base o sistema arquitetônico contemporâneo classificado por Montaner (2008) como matbuilding, e categorizado como “universo da realidade e do tempo”, propõe-se desenvolver o projeto a partir de planos, que tomam como partido a quadra aberta para sua expansão, considerando também algumas preexistências, e que buscam se articular gerando espaços onde ora se conectam à continuação do espaço urbano que adentra o lote, ora se apresentam de forma mais tímida, reforçando a potencialidade gerada pela abertura de novos caminhos e espaços no terreno.
proposta 24
apresentação da proposta 25
a organização espacial
fluxograma
O projeto se propõe a distribuir seu programa de acordo com a categorização de espaços de caráter cultural e educacional, comercial, habitacional e espaços voltados para a produção. Além das quatro categorias principais do programa, que foram utilizadas para desenvolver as diretrizes iniciais, o projeto será subdividido nas seguintes subcategorias: administração e apoio, educacional e pesquisa, cultural, espaços de produção, café-escola, BWCs, comercial, áreas externas, conexão e paisagem, infraestrutura e habitacional.
programa
legendas
quantificação do programa proposta 26
a organização espacial - distribuição, dimensões e caminhos do projeto 27
sistema arquitetônico
Experimentação a partir da aplicação do sistema mat-building de forma abstrata sobre toda a área de estudo.
Vista de topo evidenciando a distribuição programática principal.
Vista de topo dos planos distribuídos sobre o terreno, de acordo com as diretrizes adotados pelo sistema mat-building.
Vista aérea da proposta, onde fica visível a intercalação de planos e a criação de caminhos e espaços vazios até o centro da quadra.
proposta 28
a organização espacial - distribuição, dimensões e caminhos do projeto 29
Mosaico desenvolvido a partir da sopreposição de elementos gráficos com a intenção de sintetizar a ideia principal, ou uma das ideias principais do projeto. Com a disposição de supostos pilares imaginários, a quadra é dividida de forma a gerar quatro aberturas, evidenciando a potencialidade de conexão entre os espaços propostos, além de evidenciar uma das principais intenções do projeto, que é abrir e integrar a quadra ao espaço urbano, gerando novos caminhos e possibilidades. Na imagem também é possível perceber um diagrama de fluxos esquemático, construído a partir de linhas que ligam os espaços através dos vazios.
proposta 30
a organização espacial - distribuição, dimensões e caminhos do projeto 31
a organização espacial pop-up 3d
Com base nas teorias estudadas e nas atividades desenvolvidas a partir delas, além do estudo da utilização de Seções Tipo para determinação da espacialidade projetual, com base no livro Manual of Section, de David J. Lewis, Paul Lewis e Marc Tsurumaki (2016), com a intenção de construir uma narrativa que tire as diretrizes do campo das ideias e as leve para o mundo físico, foi possível desdobrar possibilidades de desenvolvimento espacial para o projeto, com foco principalmente na interpretação do sistema arquitetônico mat-buildings, na tipologia do horror reiteração e reflexibidade e nas estratégias de concepção projetual denominadas stack (empilhamento) e shear (cisalhamento). A escolha da tipologia e do sistema arquitetônico teve como principal diretriz a materialização de planos que criam uma trama espacial entrelaçada, conectando os espaços arquitetônicos e os não-arquitetônicos em sentidos tanto horizontais quanto verticais, diluindo as barreiras entre espaços fechados e espaços abertos, entre o construído e o não-construído, entre o público e o privado.
Maquete em formato Pop-Up 3D desenvolvida com o objetivo de materializar uma abstração referente à proposta projetual. Na maquete é possível perceber uma forte articulação de planos, conectados por tramas, linhas, que sustentam todo o espaço e suas conexões, que por sua vez são sustentados por elementos que saem do solo, representando a conexão da proposta com o local na qual se insere, adequando-se às preexistências, ao mesmo tempo em que as modifica.
proposta 32
Decidiu-se portanto considerar, com base na análise do sítio, alguns aspectos formais que agregam à qualidade espacial do projeto idealizado. Abrindo-se para a cidade, a implantação do Complexo S.T.E.A.M. se distribui com um caráter mais horizontal, graças à sua elaboração de planos intercalados. Esta decisão promove uma maior integração e continuidade da paisagem urbana consolidada, assim como integra o projeto a elementos lineares marcantes, como o Rio Capibaribe, a Bacia do Pina e as linhas férreas, sem intervir na paisagem construída existente.
a organização espacial - distribuição, dimensões e caminhos do projeto 33
a espacialidade do projeto diretrizes projetuais 01.
03.
Indicação de percursos e espaços gerados para o interior da quadra a partir da intervenção proposta.
Quadra, entorno e preexistências.
04.
02.
Manter e utilizar Demolir Preexistências
Indicação de demolições e perservações, etapa na qual foram considerados fatores como preservação e utilização das construções, além de sua identidade característica à área, se havia alguma forte relação ou se era uma construção genérica ou descaracterizada.
proposta 34
Proposta inserida no terreno, bem como sua integração com as preexistência e seu entorno construído e não-construído.
a espacialidade do projeto 35
a espacialidade do projeto diagrama de fluxos
Acessos à quadra Átrio Fluxos principais Fluxos secundários Fluxo residencial
proposta 36
a espacialidade do projeto 37
perspectiva aérea volumétrica proposta 38
a espacialidade do projeto 39
perspectiva do observador volumétrica proposta 40
a espacialidade do projeto 41
a espacialidade do projeto corte conceitual
proposta 42
a espacialidade do projeto 43
LIXO 360L 2 CONTAINERS
ESTACIONAMENTO
DML
ALMOXARIFADO
GUARDAVOLUMES
BWC
WC ESTAR/COPA
HALL/ CIRCULAÇÃO VERTICAL
PROJEÇÃO DO ATELIÊ
SALA DE APOIO PSICOSSOCIAL
WC
SALA DO DIRETOR
ESPAÇO MAKER
SALA DE REUNIÃO
COPA
LAB. DE PROTOTIPAGEM SALA DOS PROFESSORES
ARQUIVO
WC
RECEPÇÃO
FAB LAB
RECEPÇÃO
OFICINA DE MARCENARIA
RESIDENCIAL
Travessa Traves sa do do Tavare Tavares
Travessa do Raposo
SECRETARIA
PROJEÇÃO DO ATELIÊ
ÁTRIO
ESPAÇO LIVRE PARA ACONTECIMENTO DA FEIRA ORGÂNICA
Rua Nilson Sabino Pinho
Travessa da Trindade
SALÃO DO CAFÉ-ESCOLA
ADEGA
DEPÓSITO/ DESPENSA
BICICLETÁRIO
BALCÃO DE SAÍDA
LAVAGEM DE PRATOS AÇOUGUE
LAVAGEM UTENSÍLIOS
COZINHA FRIA
LOUÇAS
CÂMARA FRIA
ACESSO COZINHA
PREEXISTÊNCIA RESIDENCIAL
PREEXISTÊNCIA RESIDENCIAL
LOJA
LOJA
LAVANDERIA
LOJA
REFEITÓRIO
BAR
CAFÉ
PREEXISTÊNCIA MANTIDA
PREEXISTÊNCIA MANTIDA
Rua Boa Esperança
Travessa T ravessa P Padre adre A Azevedo zevedo
BALCÃO
COZINHA QUENTE
PREEXISTÊNCIA RESIDENCIAL
PREEXISTÊNCIA RESIDENCIAL
PREEXISTÊNCIA RESIDENCIAL
planta baixa - pavimento térreo escala 1:750
44
Rua Aripuanã
Rua Padre José d Rua
proposta
a espacialidade do projeto 45
LIXO 360L 2 CONTAINERS
ESTACIONAMENTO
PESQUISA CIENTÍFICA
MEZANINO DO ATELIÊ
TERRAÇO/ VARANDA
SALA DE ESTUDOS
MIDIATECA
ESPAÇO DE ESTUDO ABERTO
TETO JARDIM
CIRCULAÇÃO
BIBLIOTECA
Rua Nilson Sabino Pinho FOYER/ RECEPÇÃO
TERRAÇO/ VARANDA
RESIDENCIAL
Travessa do Tavares
Travessa do Raposo
MEZANINO DO ATELIÊ
Travessa da Trindade
EXPOSIÇÃO
Rua Boa Esperança
Travessa Padre Azevedo
planta baixa - primeiro pavimento escala 1:750
46
Rua Aripuanã
Rua Padre José d
proposta
a espacialidade do projeto 47
a espacialidade do projeto elevação e detalhe 1:20 elevação
corte de detalhe 1:20 (anexo a)
1 2
DET. A
3 4 5 6 7
8
legenda detalhe 1:20
9 10 +11.60
11 5 6
+3.90
3
1. Algeroz metálico com pingadeira 2. Platibanda de concreto 3. Teto verde (Det. A - Pág. 43) 4. Calha metálica para recolhimento de água pluvial da coberta e do teto verde 5. Laje alveolar 6. Viga de concreto 0,40x0,90m com pingadeira 7. Forro acústico 8. Painel fixo com três camadas de madeira cumaru 9. Esquadria de alumínio com vedação de vidro temperado 10. Guarda corpo de aço inoxidável com cabos de aço 11. Piso elevado 12. Calha para coleta de água pluvial 13. Camada de regularização de piso 14. Fundação
indicação de corte - planta esquemática
4 5 6 7
9
+0.50
11 +0.00
12 13
14
proposta 48
a espacialidade do projeto 49
a espacialidade do projeto complementos
esquema de módulo estrutural
capa de concreto
viga de concreto
viga de concreto com mesa para apoio da laje alveolar
det. a - teto verde 1:5 (anexo b)
pilar de concreto
1 2 3 4 legenda det. a - teto verde 1:5 1. Algeroz metálico com pingadeira 2. Platibanda de concreto 3. Vegetação 4. Terra 5. Tecido permeável - manta geotêxtil (anti-raízes) 6. Camada de drenagem 7. Membrana de impermeabilização 8. Escoamento 9. Calha 10. Laje alveolar 11. Viga de concreto 0,40x0,90m
proposta 50
5 6 7 8 9 10 11
a espacialidade do projeto 51
a espacialidade do projeto complementos
painel de madeira cumaru
painel de madeira cumaru
vista explodida
módulo montado
suportes metálicos
primeira camada
segunda camada
terceira camada
Painel de madeira construído com madeira cumaru e suportes metálicos fixados à fachada. O painel foi construído sobre um grid de 0,30x0,30m, atrelado ao grid geral do projeto de 1,20x1,20m, buscando atender à necessidade de proteção solar e privacidade dos espaços internos, não anulando a conexão com os espaços e vistas externas. As peças de madeira possuem comprimento variado, 20cm de largura e 3cm de espessura. O módulo geral possui 2,4m de largura, com alturas também variadas a depender da inserção no projeto.
proposta 52
a espacialidade do projeto 53
perspectiva do observador volumétrica proposta 54
a espacialidade do projeto 55
referências bibliográficas Joshua Comaroff, Ong Ker-Shing’s. 2013. Horror in Architecture. s.l. : Oro Editions, 2013. Montaner, Josep Maria. 2008. Sistemas arquitectónicos contemporáneos. Barcelona : Editora Gustavo Gili, 2008. Paul Lewis, Marc Tsurumaki, David J. Lewis. 2016. Manual of section. New York : Princeton Architectural Press, 2016.
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