Construimos um novo tipo de Companhia de Cuidados de Saúde.
04 Editorial
Avaliação dos hospitais; análise ao estudo da Proteste sobre alimentação e o regresso das Agências Regionais de Contratualização e Acompanhamento são os três temas analisados pelo presidente da APAH no Editorial. No fundo, os Hospitais no centro da vida dos Administradores Hospitalares.
12 Entrevista
Onovo presidente da lnternational Society of Pharmacoeconomics and Outcomes Research, Michael Drummond, foi um dos oradores da 1 Conferência Nacional de Farmacoeconomia (CNF). Em entrevista à GH, Drummond diz que " num país como Portugal, onde os salários são baixos, a percentagem de gastos com medicamentos sobe em relação à despesa total " .
20 Política
A GH pegou no documento sobre o Orçamento de Estado e retirou algumas partes relativas às previsões para a Saúde, particularmente no que se refere aos hospitais. A direcção da APAH, por sua vez, analisou seguidamente os dados referidos. Para ler e reflectir.
23 Reflexões
Voltamos à Gripe das Aves, através da cientista portuguesa Helena Rebelo de Andrade. Esta responsável está ligada ao Instituto da Gripe e acabámos por ficar a saber que o trabalho de
1
Portugal, neste domínio, não envergonha ninguém:
1
está ao nível do que é feito em qualquer país 1
europeu. Apenas uma fa lha: faltam virologistas a trabalhar nesta vertente.
26 Análise
•
A Proteste apresentou um estudo sobre o que se come nos hospitais e concluiu que, quer os doentes quer os funcionários têm refeições pouco cuidadas. Apresentadmos neste número da Gestão Hospitalar
Schering-Plough Farma, Lda. Rua Agualva dos Açores, 16 2735-557 Agualva - Cacém PORTUGAL TelF 214 339 300 j >=ax 214 312 052 www schering plough com
~ Schering-Plough
um resumo do que foi revelado, e a direcção da APAH comenta.
-
. a
Sopra uma boa nova,
Avaliação e Estudos
1
Enquanto se aguarda a publicação dos resulta-
2. A DECO publicou, entretanto, dois estudos
dos da avaliação dos S.A., realizada pela equi-
muito interessantes sobre a alimentação nos hos-
pa coordenada pelo Prof. Miguel Gouveia,
pitais (citado neste número da G.H.) e sobre os
outro estudo, este comparando os SA com os hospitais
melhores serviços clínicos portugueses nalgumas
SPA, foi entretanto publicado sob a égide da Direcção-
especialidades médicas e cirúrgicas.
Geral da Saúde.
Se para o estudo sobre a alimentação os reparos
Não pondo em causa o mérito dos seus autores, resul-
metodológicos seriam escassos ou desprezíveis, já
ta claro, para um leitor prevenido e minimamente con-
no que roca aos melhores serviços clínicos, a meto-
hecedor, que este estudo, coordenado pela Prof. Rosá-
dologia utilizada - exclusivamente baseada em
rio Giraldes, enferma de várias limitações metodológicas
opiniões - fragiliza de forma assinalável a sua
que comprometem uma leitura útil e consequente dos
validade. De qualquer modo, o simples facto da
seus resultados.
DECO se interessar por desenvolver estudos nes-
indicadores
A avaliação dos hospitais deve processar-se baseada em
tas áreas merece o nosso aplauso e os resultados
objectivos de
informação actualizada e relevante, critérios e indica-
apresentados, que contentam uns e desconten-
eficiência, confunde-
dores inteligíveis, adequados e pertinentes, verificação
tam outros, são pelo menos, motivo para reflexão
-se muitas vezes esta
e diálogo com profissionais e utilizadores, sob pena
de todos.
com a produção pelo
de, contando uma parte do que se pensa ser verdadei-
custo mais baixo.
ro e objecrivo, criarmos uma ficção insuportável e cari-
3. O Governo recuperou as Agencias Regionais
cata da realidade.
de Contratualização e Acompanhamento. Com
Recordo-me bem dos "rankings" de hospitais que há
essa medida, os hospitais passam a ter, de novo, um
cerca de um ano atrás invadiram as redacções de jornais,
interlocutor minimamente habilitado para negociar
rádios e televisões e que foram objecro das interpretações
os seus contratos-programa. Até ao fim do ano,
mais jocosas de que há memória.
espera-se, todos os hospitais terão negociado e
No afã de criar indicadores objectivos de eficiência, con-
contratado a sua actividade e o seu orçamento
funde-se muitas vezes esta com a produção pelo custo
para o próximo ano. O que lhes dá urna linha de
mais baixo. Não é exactamente a mesma coisa e o con-
orientação e um conjunto de metas quanto aos
hecimento das características do produto "cuidado de
resultados que se esperam no futuro de curto prazo.
saúde" nas suas dimensões técnicas, enquadramento
Aumenta, assim, a "accountability" das Adminis-
estrurural, conforto e rapidez no atendimento e nível
rrações, no pressuposto de que as negociações e o
de sucesso atingido, é decisivo para se fazerem análises
controlo se estabelecerão dentro de espaços razoá-
cornparativas sobre a eficiência.
veis e genuínos d e liberdade negocial. m
Manuel Delgado Presidente da APAH
"No afã de criar
Não é exactamente a mesma coisa"
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português. Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi. 1 1
Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio. Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
~ LABESFAL
Fresenius Kabi Caring
for
Life
Cartel de laboratórios
População idosa
IGS quer apurar responsabilidade dos hospitais
Internamentos depois de alta aumentam
E
ntre 2000 e 2003, o número de rei nternamentos nos hosp itais aumentou 15, 7%.
Inspecção-Geral da Saúde (IGS) vai
Neste último ano, das 76 mil pessoas que tiveram de voltar a ser internadas depois
A
de terem tido alta, mais de metade t inha mais de 65 anos de idade.
dos hospitais nos concursos públicos onde
Esta conclusão decorre de um estudo de uma consultora, encomendado pelo Ministé rio
se provou ter havido cartelização de preços
da Saúde, à popu lação idosa e em situaçã o de dependência. O estudo alerta para o
por parte de cinco laboratórios. A IGS já
facto de os hospitais da rem frequentemente alta a pessoas que ainda não têm
pediu à Autoridade da Concorrência para
condições para sa ir, que não têm apoio fam iliar.
investigar eventuais responsabilidades
ln "Público " 18110/ 05
ter acesso ao processo para poder verificar se existem factos indici'adores de má prática por parte dos órgãos de gestão. Apenas um hospital - Centro Hospitalar de
Culpa atribuída a novo sistema
Coimbra - denunciou a semelhança de
234 mil esperam
preços apresentados pelos cinco laboratórios.
Portalegre
Dreno esquecido
Urgência pediátrica inaugurada
Santa Maria paga indemnização de uma intervenção cirúrgica a que foi
ln "Diário de Notícias" 18/10/05
submet ido devido a um hemat om a no baço Hospital de Portalegre inaugurou
ficou com um dreno esquecido no corpo.
uma urgência pediátrica, onde as
O problema só foi detect ado no Hospital
número de doentes em lista de
O
espera para cirurgia cont inua a
crianças são encaminhadas para uma sala
de Tomar, cerca de 8 meses depois da
aumentar. São já 234 mil, 7785 dos quais
individualizada para serem at endidas por
primeira intervenção e o dreno só foi
sem resposta nos hospitais públicos, afirma
um pediatra ou um médico de med icina
reti rado no Hospit al de Santarém . O
o Ministério da Saúde.
familiar.
Tribu nal responsabilizou o Hospi tal da
Ministério da Saúde prepara-se para
De acordo com o coordenador do Sistema
A abertura da urgência pediátrica é uma
iniciar um processo de transferência de
Integrado de Gestão para Inscritos para
das iniciativas integradas na Carta de
O
doentes psiquiátricos internados em grandes
Cirurgia {SIGIC) - programa que substituiu o
Missão assinada dia 2 1 de Outubro, pelo
em Lisboa, a pagar uma indemn ização de
hospitais 'clássicos' para os hospitais gerais
PECLEC - , Pedro Gomes, este novo sistema
presidente do conselho de administração
10 m il euros a um paciente. Na sequência
espalhados pelos distritos. Na primeira linha de
cria mecanismos que obrigam os hospitais a
dos hospitais de Portalegre e Elvas. O
encerramento estão os hospitais Miguel
registarem as pessoas com indicação para
documento consagra ainda a criação da
Bombarda, em Lisboa, Hospital Sobral Cid, em
cirurgia, o que não acontecia antes, e
Unidade Local de Saúde do Norte
Coimbra.
espera-se que cresça o número de doentes.
Alentejano.
O
Aproximar doentes e famílias
Governo vai encerrar hospitais psiquiátricos
O
ln "Público " 3111012005
ln "Diário de Notícias" 31110105
ln "Portugal Diário" 021 11105
Capital pela "condut a negligente dos
condenou o Hospital de Santa Maria,
méd icos e enfermeiros que perm itiu a
Hospita l do Fundão pret ende criar dois novos servi ços, de O ncologia e
à espera de aprovação por parte do Programa Sa úde XXI para avançar com as obras.
Ordem dos Médicos {OM) mandou
A
Propedêut ica Cirúrgica do Hospital de Santa
Oncologia deverá ocupar m etade dos pisos
arquivar o processo disciplinar contra o
Maria e professor catedrático na Facu ldade
da unidade hospitalar, com consult a
médico Veiga Fernandes. O caso começou a
de Medicina de Lisboa e chegou a ser
externa, área de hospital de dia e zona de
ser investigado em 1994 e a OM concluiu
suspenso pela Inspecção-Geral da Saúde e
internam ento. A lnfecciologia será instalada
agora que "não ficou demonstrada a prática
acusado pelo Ministério Público por má
no edifício anexo ao hospital e terá dez
de qualquer infracção técnico-deontológica".
prática cirúrgica e negligência médica.
camas, com quadro de isolament o.
Veiga Fernandes foi director do Serviço de
ln "Expresso" 01/ 10/05
ln "Público 11110/ 05
Hospital do Fundão cria novas valências lnfecciologia, estando a administração apenas
Termina caso 'Veiga Fernandes'
interio rização de um dreno".
À espera do Governo
O
Arquivado
Supremo Tribunal Adm inistrativo
ln "Público " 15/ 10105
Despacho para controlar a despesa
APAH rejeita dificuldades de cobrança
Ministério limita produção dos hospitais
Hospitais SA reduzem para metade capital social
O Ministério da Saúde decidiu limitar a
têm por hábito apresentar esttmattvas
O s capitais próprios dos hospitais S.A. pas-
"problema de tesouraria". Ou seja, do facto
actividade dos hospitais no próximo ano
superiores de produção para receberem
saram de 900 milhões para 461 milhões de
de se verificar uma falta de capacidade dos
tendo em vista o controlo da despesa do
mais dinheiro.
euros em quatro anos, revelou ao jornal
hospitais para cobrarem aos subsistemas de
Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este é o
No final de Outubro cada hospital já
"Diário Económico" o presidente da Unida-
saúde.
objectivo de um despacho do secretário de
deverá ter negociado internamente a sua
de de Missão para a Empresarialização dos
São cinquenta e cinco por cento dos serviços
Estado da Saúde, Francisco Ramos, em
actividade para 2006 e todos os acréscimos
Hospitais, Luís Pedroso Lima.
que ficam por cobrar, o que na prática repre-
nome da "consolidaçãÓ da actividade hospi-
apresentados deverão ser justificados peran-
De acordo com este responsável, uma das
senta um "buraco" de cerca de 328 milhões
talar" para 2006.
te as respectivas Administrações Regionais
razões para esta redução prende-se com as
de euros.
Uma fonte ministerial explicou ao "Jornal
da Saúde. A negociação dos contratos de
dívidas existentes à indústria farmacêutica.
Um problema a resolver quando as verbas do
de Negócios" que este despacho significa
todos os hospitais deverá finalizar-se a 15
No ano passado, ainda sob a tutela do então
Orçamento Rectificativo de Junho permiti-
que o ministério quer pressionar as admi-
de Dezembro.
ministro Luís Filipe Pereira, seguiu uma
rem aos subsistemas - como é o caso da
nistrações hospitalares a apresentarem esti-
Contudo e apesar de todas as medidas de
carta para as administrações dos hospitais
ADSE - o pagamento das dívidas existentes
mativas realistas aproximando a actividade
contenção de despesa iniciadas, as previsões
S.A. para procederem ao pagamento das
aos hospitais.
programada àquela que, efectivamente,
apontam para que, em 2006, o défice acu-
dívidas acumuladas aos fornecedores de
A ADSE - um subsistema tutelado directa-
poderão realizar. Isto porque os hospitais
mulado do SNS aumente em 14%. lilD
medicamentos, nem que para isso fosse
men te pelo Ministério das Finanças - é
necessário recorrer ao capital social.
considerada como uma das principais deve-
Mas a outra razão apontada resulta de um
doras ao próprio Estado.
Comissão de protecção de dados desconhece situação
l!!ll
Comparticipação total só com acesso a dados fiscais
Clínicas privadas contra descida
O Ministério da Saúde quer voltar a dar a
sobre a matéria "demasiado permissiva". É
Protecção de Dados (CNPD). Mas es t a
Exames médicos com novos preços
comparticipação total dos medicamentos aos
que os indicadores estatísticos revelam que
declaração foi im ediatamente desmentida
doentes com rendimentos mínimos, mas só
apenas 18 por cento dos pensionistas rece-
pela própria Comissão que revelou n unca se
Prestadores de Cuidados de Saúde
com excepção da endoscopia alta e da colo-
se estes poderem provar essa situação e per-
bem abaixo da pensão mínima, mas 53% das
ter pronunciado sobre o projecto de portaria
(FNPCS) já avisou que pretende impugnar
noscopia, a cardiologia, a radiologia, com
mitirem o acesso aos seu~ dados fiscais.
comparticipações têm a ind icação da vinheta
do Ministério da Saúde.
a nova tabela.
excepção da comografia axial computadori-
O ministro da Saúde, Correia de Campos,
verde.
Um porta-voz do ministério reagiu poste-
O despacho ministerial justifica a decisão
zada e da osteodensitomeuia, cujos preços
adiantou que vai fazer sair em breve uma
O titular da pasta da saúde adiantou que a
riormente afirmando que não houvera inten-
com a necessidade de conter os gastos do
baixam 10%, e da radiologia convencional,
portaria que determina uma nova forma de
contraprova da adm inistração fiscal mereceu
ção de "dar uma informação incorrecta", mas
Serviço Nacional de Saúde e, ainda no
onde os preços se mantêm.
os pensionistas com baixos rendimentos
já a concordância da Comissão Nacional de
que é convicção do governante que não há
período de discussão pré-publicação, susci-
No sector da diálise, as empresas entraram
fazerem prova da sua situação para efeitos da
necessidade de parecer porque existe uma
tou as mais violentas críticas das associações
em acordo com o Governo. A Associação
comparticipação nos fármacos, oque tam-
declaração de consentimento da consulta aos
que representam as empresas que prestam
Nacional de Centros de Diálise aceitou o
bém requer uma autorização da administra-
dados fiscais por parte do doente. Recorde-se
serviços aos doentes do SNS.
congelamento dos preços da diálise durante
ção fiscal para consultar os dados sobre os
que Correia de Campos avisou que caso essa
A revisão da tabela devia fazer-se anualmen-
crês anos. Segundo o presidente desta Asso-
rendimentos.
autorização não seja dada, o doente perde o
te mas tem sido feita de três em três anos,
ciação, "o congelamento, embora prejudi-
Correia de Campos justificando a alteração,
direito à comparticipação acrescida.
O preço dos exames médicos pagos pelo
ignorando os valores da inflação, acusa a
cial, é mais fácil de aceitar, apesar de repre-
compara os pensionistas que auferem mon-
De qualquer forma, o ministério já fez che-
Ministério da Saúde a clínicas privadas,
Federação.
sentar um esforço adicional da nossa parte".
tantes que não excedam 14 vezes o salário
gar à CNPD um pedido de parecer que será
com quem mantém convenções, desceu
Os exames abrangidos são as análises clíni-
O Estado acordou também em pagar mais
mínimo nacional com o facto de o sistema
tido em conta pelo gabinete ministerial,
cinco por cento a partir do início do mês de
cas, a medicina física e de reabilitação, a
pelos doentes renais com Hepatite B, que
de prova dos baixos rendimentos hoje em
embora este não seja vinculativo, acrescen-
Outubro. Mas a Federação Nacional de
endoscopia, a endoscopia gastren terológica,
obriga as clínicas a custos acrescidos.
vigor ser "muito insuficiente" e a legislação
tou o porta-voz.
IBD
IBD
Quinze autores analisam o futuro
Farmacêuticos em 2015
Radiação Oncológica em debate Realiza-se no próximo dia 22 de Novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, a conferência "Portuguese Radiation-Oncology - what present, what future", organiza-
oi apresentado no passado dia 22 de Outu-
F
da pelo serviço de Radioterapia do Hospital de Santa Maria, em colaboração com a
bro, no Centro Cultural de Belém, em Lis-
Sociedade Portuguesa de Radioterapia Oncológica. Pelo interesse do tema e respecti-
boa, a obra "Farmacêuticos 2015 - Uma reflexão
vos palestrantes, aqui fica o programa
sobre a evolução da profissão", coordenado por António Hipólito de Aguiar.
9:00h - Sessão de abertura
Como o nome indica, trata-se de um livro que
Isabel Monteiro Grillo - Directora do Serviço de Radioterapia, Hospital Santa Maria
tenta fazer uma reflexão sobre a profissão, pro-
Maria Emília Pereira - Presidente da SPRO
curando dar a conhecer o passado e o presente
Sua Excelência Senhor Ministro da Saúde, Prof. Doutor. Correia Campos
bem como prespectivar os próximos 1O anos.
Sua Excelência Alto Comissário da Saúde, Prof. Doutor. Perreira Miguel
Para que tal fosse concretizado, recorreu o coordenador a textos opinativos de 15 farmacêuticos,
Conferência Inaugural
com idades compreendidas entre os 30 e os 45
Challenges on Radiation Oncology for the Next Decade
anos, por forma a permitir uma discussão fran-
Conferencista: Michael Brada,
ca e responsável, e igualmente não "viciadá', no
Presidem of European Society for Therapeutic Radiology and Oncology
seio da sociedade civil. Os autores exercem a profissão em diversas áreas
9:45h - The Netherlands Master Plan for Radiotherapy
de intervenção farmacêutica, sendo possível inte-
Conferencista: Harry Bartelink,
grar a respectiva actuação em vertentes tão dis-
Head of the Radiotherapy Department, The Netherlands Cancer Institute, Amster-
pares como a investigação, a docência univer-
dam
sitária, a prática em farmácia comunitária- ditas
Moderador: António Coutinho,
de "ruá' - bem como em farmácias hosp.italares,
Director do Instituto Gulbenkian Ciência
sem esquecer os analistas clínicos e os que têm a
Comentador: Michael Brada,
seu cargo a direcção geral de empresas industriais
Presidem of European Society for Therapeutic Radiology and Oncology
farmacêuticas. O grupo foi constituído há 2 anos, tendo efec-
11 :30h - European Model in Radiation-Oncology Translational Research
tuado um trabalho prospectivo sob a coordena-
Conferencista: Jean Pierre Gerard,
ção de Hipólito de Aguiar, que conta já no seu
Directeur du Centre Antoine Lacassagne, Nice
percurso literário com 5 li-vros publicados.
Moderador: Leonor Beleza,
Os autores desta obra pretendem, essencial-
Presidente da Fundação Champalimaud
mente, descrever uma linha de evolução para
Comentador: Adalberto Campos Fernandes,
uma profissão, que no campo da saúde "é a que
Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria
menos dependência estatal regista e, ao mesmo tempo, mais dinâmica empresarial apresentá'.
14:30h - Portuguese Radiation-Oncology - a View into Future Trends
Conferencista: Fernando Leal da Costa, Coordenador Nacional para as Doenças Oncológicas Moderador: Vasco Reis, Escola Nacional de Saúde Pública Comentador: Ricardo Luz, Presidente do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Michael Drummond à GH
"Vão existir sempre conflitos entre médicos e gestores" Gestão Hospitalar - Acha que o conceito de Farmacoeconomia veio para ficar?
entre médicos e gestores, porque a principal
Michael Orummond - Nós precisamos de
para tratar os seus doentes e a função dos
Pharmacoeconomics and
escudos e instrumentos deste tipo - sobre
administradores é gerir o orçamento. Eu
Outcomes Research, Michael
medicamentos, respectivos custos e benefí-
acho é que esta pode ser uma maneira de
cios. Se lhe chamamos Farmacoeconomia ou
melho rar o debate, agora podemos ve r a
outra coisa não me interessa. Se as pessoas o
relação custo/benefício. Em termos gerais, e
oradores da 1Conferência
reconhecerem como Farmacoeconomia e se
no domínio apontado, penso q ue vai existir
Nacional de
se tornar pop ular, porque criámos esse
sempre uma certa tensão entre as partes.
O novo presidente da lnternational Society of
Drummond, foi um dos
termo, fico feliz.
Farmacoeconomia {CNF),
Mas o q ue ouvi, na CNF, é que a gestão hos-
organizada conjuntamente
pitalar em Portugal precisa de mais rigor na
pela Associação Portuguesa
preocupação dos médicos é ter mais recursos
11
A gestão hospitalar em Portugal precisa de mais rigor na sua abordagem"
sua abordagem. Mesmo ass im, sou de opinião q ue o vosso país, neste domínio, não
dos Administradores
está tão atrasado como vocês pensam: se
Hospitalares, pela Novartis
tivéssemos realizado este encontro em Ingla-
GH - Acha que os médicos têm demons-
Oncology e a Revista Prémio.
terra m uitos dos administradores hospitalares presentes d iriam que não olham para a
t rado ma is int eresse pela Farmacoecono-
Tendo ainda em mente o que
maioria dos estudos q ue lhes são apresenta-
mia?
ouviu nesta Conferência sobre
dos; q ue não têm tempo para os ler (lêem,
MO - Com base n a minha experiência,
sim, as p ublicações de anúncios, à procura
posso dizer que sim. Muitos destes estudos
de em pregos).
não são feitos só por economistas, mas por
A maioria dos adm inistrad ores hospitalares
equipas multidisciplinares. Quando fazemos
têm muitas coisas para fazer, gerir orçam en-
um estudo destes trabalhamos sempre com
tos, lidar com as reacções da população às
um clínico. E muitos dos médicos fizeram
acções do hospital, portanto . . .
uma especialização em Farmacoeconomi a
a experiência portuguesa ·de avaliação económica de medicamentos, Michael Drummond explica à GH a sua
para avançar nas carreiras.
visão da Farmacoeconomia e GH - Não acha que, a Farmacoeconomia,
qual a importância deste
como instrumento de trabalho, se pode
GH - Quais são os argumentos cont ra a
instrumento para o
tornar uma segunda natureza na adminis-
Farmacoeconom ia?
tração hospitalar?
MO - O principal argumento é que signifi-
MO - Acho que se vai tornar cada vez m ais
ca racionar os medicamentos. Alguns não
melhoramento futuro da administração hospitalar,
im portante. Para mim, é tão óbvio que se
centagem é muito mais alta em Portugal do
medicamentos representarem uma percenta-
baixos, a percentagem de gastos com medi-
provarão ser efectivos em termos de custos e
apontando algumas das
deve olhar para os custos do q ue se fornece e
que em Inglaterra. Num hospital britânico, a
gem tão alta é que vocês pagam aos vossos
camentos sobe em relação à despesa total.
não estarão disponíveis. Quando se coloca o
qual o respectivo benefício! É tão óbvio pon -
percentagem da despesa com medicamentos
médicos e enfermeiros salários inferiores aos
derar melhor quais os medicamentos que são
seria men os d e 10% d o t o tal. Acho que
que nós pagamos. Porque o preço dos medi-
GH - Acha que est e conceito o põe médi-
não ter terapia porque é demasiado cara para
usados. Foi apresentada aqui a percentagem
alguém na conferência referiu que, em Por-
camentos é mais ou menos o mesmo em
cos e administradores?
o benefício pretendido.
dos gastos com medi camen tos e posso afir-
tugal, essa percentagem ronda os 17%.
todos os países, obviamente que, num país
MO - Se os força a entrar em conflito?
Para os economistas, o custo não é imaginar
mar com base no que foi dito que esta per-
Mas, é claro, que uma das razões para os
como Portugal , onde os salários são mais
Bom ... vejamos. Vai haver sem p re conflito
os euros.
diferenças entre Portugal e o Reino Unido.
custo na equação, alguns pacientes poderão
blema é dele. No sector p úblico , estamos
MD - Depende do que está a ser negado às
definitivamente a trabalhar com orçamentos
pessoas . O conceito do NICE é que, se o
reduzidos.
medicamento apresenta um bom resultado
Se no sector privado alguém tem o dinheiro
face ao que custa, o NICE sugere que o use-
e quer desperdiçá-lo numa terapia que não é
mos. O que é rejeitado pelo NICE são,
muito eficaz tenho o direito de impedi-lo?
geralmente, coisas que não apresentam uma boa relação custo/ benefício. Se os mais ricos
GH - Mas não acha que isso pode agravar
quiserem gastar dinheiro nestas coisas não
o fosso entre os que podem pagar o aces-
obterão grandes vantagens.
so a Saúde de qualidade e os que não
Pode argumentar-se que qualquer sistema
podem?
que tem um a lin h a mestra num cenário
MD - Sim, mas isso não é uma questão de
orçamental de contenção vai aumentar sem-
Farmacoeconomia, é uma questão de como
p re estas diferenças entre ricos e pobres. A
se organiza o sistema de Saúde.
única forma de pôr cobro a isto seria impe-
No meu país há um grande apoio ao Serviço
dir que quem tivesse dinheiro pudesse pagar
Nacional de Saúde. Não são muitas as pesso-
o que quisesse. E, na maioria dos países oci-
as que têm oportunidade de recorrer à medi-
dentais , este seria um conceito di fícil de
cina privada. Mas se se permite às pessoas,
introduzir.
com dinheiro, que gastem mais, claro que vai alargar o fosso .
GH - Existe alguma doença ou terapia que possa ser prejudicada por este con-
GH - Se num hospital público determina-
ceito? Estou a pensar, por exemplo, no
da terapia não é disponibilizada por ser
caso de doentes terminais ou idosos, e
Nós temos um conceito chamado oportuni-
GH - A Farmacoeconomia é um conceito
muito cara - no Reino Unido existem as
noutros que sejam vítimas de cancro e de
dade de custo - se dermos mais recursos a
que pode ser usado em qualquer hospital,
recomendações do Instituto Nacional
SIDA?
uma área desperdiçamos di nheiro e isso sig-
público ou privado?
para a Saúde e Excelência Clínica (NICE) -
MD - Se olharmos para o trabalho do
n ifi ca que esses mesmos
recursos n ão
MD - Penso que sim. Suponho que a dife-
só os que tiverem dinheiro é que terão
N ICE verificamos que este tem vindo a
podem ser usados em benefício de outros
rença entre público e privado é que, no pri-
acesso a ela. A Farmacoeconomia pode
colocar uma grande ênfase nas terapias para
doentes.
vado, se o doente quiser pagar mais o pro-
contribuir para esta situação?
o cancro . E isto porqu e se sen t ia que os -,
A Indústria Farmacêutica sabe que a naturezé do jogo mudou GH - Como é que a indústria farmacêu-
já lá vai. A indústria teve d e se resign ar.
qual a avaliação clínica dos medicamentos
GH - O Reino Unido apoiaria a criação
tica encara a Farmacoeconomia?
Algumas pessoas na indústria trabalham
está no Tratado é porque cai sob a alçada
de um Euro-NICE?
MD - Bem, Sir Michael Rawlins [presi-
de forma positiva com o NICE.
da directiva de Saúde Pública, protegendo-
MD - Nós não somos os melhores euro-
dente do NICE] disse que a indústria não
Acho que a indústria ainda tem a esperança
-nos da toxicidade, efeitos secundários, etc.
peus! (risos) Acho que o Reino U nido sem-
recebia o N ICE de braços abertos . Mas
d e que muitos países n ão adaptem esta
O que pode acontecer é uma maior cola-
pre apoiou a colaboração científica n a
acho que, agora, este sector já reconhece
ideia. Uma coisa que a preocupa é a possi-
boração no que diz respeito à avaliação.
União Europeia. A Agência Europeia de
qu e a natureza do jogo mudou . Vão
bilidade de uma acção a nível europeu,
Porquê fazê-la a nível nacional se se pode
Medicina é em Londres . .. Ao nível cientí-
novos medicamentos para o cancro não esta-
Penso q ue n ess es caso s, o custo para o
longe os dias em que se podia ve nd er
como a criação de um Euro-NICE.
fazê-la a nível internacional? Porém, num
fico sempre fomos bons europeus. A
vam a ser introduzidos, com rap idez sufi-
paciente não é tanto que ele não esteja d is-
futuro próximo, a decisão de se ter ou não
questão é mais em coisas como ser-nos dito
ciente, no Rei no Unido devido à p reocu-
posto a pagar por s1.
qua lquer novo medicamento sem qual-
<<<
"A Farmacoeconomia não está a impedir de se gastar dinhei ro com a SI DA"
quer prova do custo/benefício e t udo o
GH - Acha que existe essa possibilidade?
um sistem a de saúde manter-se-á a nível
que não podemos trabalhar mais de 46
pação com os custos.
A pri meira coisa que o NICE investigou fo i
que se tinha de fazer era dar umas pren-
MD - Os cuidados de Saúde não estão
nacional e os diferentes países europeus
horas por semana. É a integração política
Acho que há um consenso em que se uma
um medicamento para o tratamento da gripe
das aos m édicos para eles o usarem. Isso
contemplados no Tratado. A razão pela
gastarão somas diferentes de dinheiro.
que preocupa os britânicos.
terapia é para uma doença terminal, todos
('influenza'). E os únicos dados de que dis-
nós estamos d ispostos a pagar um pouco.
p unham diziam respeito a pessoas que, fora a
Curriculum Vitae Michael Orummond
gripe, eram saudáveis. O resultado foi que o
Cada país fez ligeiras adaptações locais, mas
vez da avaliação económica de medicamen-
medicamento, em pessoas saudáveis, reduz o
comparando os procedimentos dos vários
tos. João Pereira [ENSP] trabalhou em qua-
período da gripe de seis para cinco dias. O
Estados, a ideia geral é que as semelhanças
lidade e António Correia de Campos desen-
sentimento foi que este não era um benefício
são maiores que as diferenças.
volveu uma carreira como político. Francisco
>
Doutorado em Economia de Saúde
clínico interessante. Então decidiram investi-
Como eu disse na Conferência, a questão
Ramos também é um economista da Saúde.
>
Consultor da Organização Mundial de Saúde
gar, durante mais um ano, os grupos de risco
aqui são os recursos físicos e humanos, as
De certa maneira, os vossos economistas
como os idosos, diabéticos, onde as compli-
pessoas que são treinadas para este tipo de
estão mais próximos do poder do que nós
cações da gripe podem ser mortais.
trabalho. Quantas pessoas existem em Portu-
em Inglaterra.
Não é q ue queiramos gastar menos com
gal que possam fazer este género de trabalho?
medicamentos, a q uestão é como o gasta-
Supondo que o Governo vai para a fren te
mos. E a indústria farmacêutica não sai a
com o plano anunciado neste encontro de
perder, porque ainda gastamos m uit o di-
criar uma Agê ncia Nacional de Avaliação
nheiro nos medicamentos. Estamos a gastá-
Económ ica do Medicamento e da Tecnologia
-lo de uma forma mais sensata.
de Saúde. M as será que existem, em Portugal,
>
>
>
Coordenador do Projecto de Metodologia de Avaliação Económica da Tecnologia de Saúde da União Europeia Director do Centro para a Economia de Saúde, Universidade York, Reino Unido, de 1995 a 2005 Presidente-Eleito da lnternational Society of Pharmacoeconomics and Outcomes Research
Uma das razões para os medicamentos representarem uma percentagem tão alta da despesa total de um hospital é porque, em Portugal, se paga pouco aos médicos e enfermeiros
50 pessoas treinadas para lá trabalharem ?
GH - E no caso da SIDA? MD - Os estudos que vi nos países desen-
GH - Acha que a Farmacoeconomia devia
volvidos provam que os med icamentos são
ser uma especialização dos administrado-
efi cazes. Não acho que muitos medicamen-
res hospitalares?
tos para esta doença estejam a ser estudados
MD - Sim , acho q u e é um a co isa qu e
porque não existem dúvidas sobre o seu uso.
deviam aprender. É uma maneira de se rela-
A Farmacoeconomia não está a impedir de
cio narem m elhor com os médicos. Agora,
se gastar dinheiro com a SIDA.
não existem dúvi d as : os m édicos olham
Acho que a grande questão económica da
pelos doentes e os gestores pelo orçam ento.
GH - E isso é uma desva nt agem?
SIDA se coloca nos países em vias de desen-
Esta é uma m aneira d e haver u m d ebate
MD - Não! Por que o seria? Há até certas
volvimento. Em África, muitas pessoas pode-
sobre custos; sobre se os custos-extra impli-
vantagens num país mais pequeno. Vivendo
riam beneficiar das terapias m as as compa-
cam benefícios-ext ra. É um pouco o que tem
em Portugal e sendo eu um cientisra muito
nhias mostram -se relutantes em baixar os
aco n tec id o n o Reino U nido . Quan do o
conhecido, poderia aproximar-se mais dos
preços porque isso poderia afectar o seu mer-
N ICE apresenta um a o ri entação h á um
políticos do que eu alguma vez conseguiria
cado nos países d esenvolvidos.
debate a nível local sobre se é uma boa ou
no Reino Unido. Lisboa é uma pequena
má o rie ntação, o qu e devemos fazer n o
aldeia comparada com Londres. Em Inglater-
nosso hospital. . .
ra, por exemplo, eu nunca conseguiria co-
GH - Há directrizes específicas para o uso
nhecer o ministro ou o secretário de Estado.
da Farmacoeconomia? MD - Existem muitas directrizes internacio-
GH - No contexto europeu, quem é que
Como cientista, penso que a única razão
nais. Provavelmente, as mais elabo radas são
lidera na aplicação desta avaliação eco-
para se ser um cientista é o poder que isso
as do N ICE, mas não são as ú nicas e cada
nómica dos medicamentos?
pode ter em influenciar decisões. Por isso, se
país desenvolveu um conjunto de regras pró-
MD - O Reino U nido será o mais avançado.
tiver de me aproximar do poder para ter essa
prias, com o foi o caso de Portugal com o
Provavelme n te em segun do lugar, o que
capacidade, para mim, é um risco a correr.
INFARMED.
pode surpreender alguns, estão a Holanda e
Não vale a pena estar num gabinete na Uni-
Provavelmente, está na altura de olhar para
a Suécia. Mas alguns dos maiores p aíses,
versidade de Coimbra, a fazer estudos boni-
elas out ra vez porque já têm seis o u sete
co mo a Alemanha, estão muito atrasad os.
tos a que ninguém liga, é melhor estar envol-
anos.
Não é u m a q uestão d e tamanh o do país.
vido no processo decisório.
Portugal não está assim tão mal.
Em Inglaterra, trabalhar com o NICE não é
GH - Em Portugal?
A q uestão de Portugal é que a maioria dos
exactamente trabalhar para o Governo mas é
MD - Sim. Mas não sei se existem alguns
vossos econom istas da saúd e est u da ram
>>>
planos para isso.
outros aspectos da economia de saúde em
A Indústria farmacêutica está preocupada com a hipótese da criação do um NICE a nível europeu
muito próximo do processo de tomada de decisões. mn
1ª Conferência Nacional de Farmacoeconomia
O know-how britânico
Por outro lado, "temos a exigência de tentar
Para uma Saúde eficiente
As perto de duzentas pessoas que assistiam à
compreender como se gere a doença de uma
conferência estavam interessadas em saber
pessoa que está dependente do nosso hospital
mais sobre a ferramenta económica que é a
para o resto da sua vida." Recorrendo ao exem-
Farmacoeconomia, aplicável ao planeamento
plo das doenças crónicas, deixou no ar a ideia
e ges tão hospitalares, numa perspectiva de
de que deve ser feita uma sistematização de
obtenção da melhor relação custo/ eficiência.
terapêuticas medicamentosas para várias enfer-
D epois do coffee-break da manhã, João Per-
m idades. Se assim fo r, o exemplo do NICE
eira, da Escola Nacional de Saúde Pública,
deve ser uma referência para os responsáveis
moderou o segundo painel. O descaq ue foi
pela Saúde nacional.
para o National Institute for H ealth and Cli-
Em representação da O rdem dos Médicos,
nical Excellence (NICE).
Eduardo Santana, afirmou que os clínicos
O presidente daquela reputada instituição do
"começam a estar mais sensibilizados para os
Reino Unido, Sir Michael Rawlins, explicou
problemas dos custos da saúde e da escassez de
de que fo rma é que o N ICE contribui para
recursos". E essa consciência poderá ser um
uma boa gestão do sistema de saúde britâni-
importante contributo para o combate ao des-
co. "As nossas linhas orientadoras caracterizam-
perdício.
-se por serem cientificamente sólidas e inde-
Pela indústria farmacêutica, Alexander Trib-
pendentes a influências exteriores". A transparência
nigg reforçou q ue "as grandes empresas de
assavam poucos minutos das nove e
das mesmas é assegurada pelo facto de a infor-
investigação farmacêutica q uerem ser parcei-
trinta da manhã, quando o secretá-
mação produzida pelo NICE estar disponível
ras dos Sistemas de Saúde." O director-geral
O Secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos,
a todos, via Internet. O NICE é responsável
da Novartis elogiou o papel "inclusivo" do
anunciou a criação de uma agência de avaliação de
pela criação de 42 linhas orientadoras q ue
NICE, enquanto modelo que não fecha as
aco nselham as autoridades britânicas sobre
portas ao contributo das farmacêuticas. E
No passado dia 14 de Outubro especialistas nacionais e estrangeiros debateram a Farmacoeconomia. Mais do que elogiar modelos e práticas de gestão comuns além fronteiras, concluíram que a Avaliação Económica do Medicamento produz ganhos claros em Saúde.
P
rio da Estado da Saúde, Francisco
Ram os, que presidiu à sessão de abertura da 1ª
>>>
Com larga experiência na gestão hospitalr, Manuel Delgado falou da despesa crescente com medicamentos
C onferência N acional de Farmacoeconomia
>>>
Tecnologias para a Saúde
(CNF), em Lisboa, an unciou a intenção gover-
- eventualmente - dispensáveis com os fár-
-me lembrar uma coisa à qual chamo síndro-
quais os fármacos - com maior eficiência tera-
resumiu a importância de discussões sobre
-ção de medicamentos". A moderação perten-
namental de criar a Agência para Avaliação de
macos de ponta. "O s medicamentos são uma
me do Robin dos Bosques, ou seja, tirar aos
pêutica ao menor custo - para várias das doen-
Farmacoeconomia: "Hoje em dia é necessário
ceu a António Vaz Carneiro, professor na
Tecnologias Aplicáveis à Saúde.
das nossas principais preocupações em ter-
ricos para dar aos pobres." M antendo o tom
ças mais comuns. Estas d irecrrizes são elabo-
avaliar o custo/ benefício dos novos produ-
Faculdade de Medicina de Lisboa.
A comunicação não colheu os cerca de 250
mos de custos, pelo que é importante estabe-
crítico, o economista concluiu que "esta visão
rad as com base em trabalhos científicos
tos de inovação farmacêutica", pelo q ue se
Especialista na área da economia da Saúde, Car-
congressistas p resentes de surpresa, poi's a
lecer medidas de controlo para a introdução da
mina os incentivos para um a boa ges tão" ,
internacionais, produzidos por especialistas
deve investir na avaliação económica do medi-
los Gouveia Pinto, do Instituto Superior de
med ida estava já prevista no Program a de
inovação terapêutica nos nossos hospitais" .
uma vez que as melhores gestões não são pre-
da área da saúde. N o fi m desta apresentação,
camento.
Economia e Gestão, reforçou a importância da
miadas nas dotações dos anos seguintes.
a visão portuguesa do NICE fo i dada por
Em consonância com a linha de pensamento
avaliação económica do medicamento -
Governo. A agência, cuja constituição é esperada para breve, visa juntar os principais espe-
Aula neoliberal
O orador que o sucedeu foi Ricardo da Luz,
Francisco Batel Marques, do Instituto da Qua-
apresentada de manhã por Francisco Ramos,
"expressão na minha opinião mais apropriada do
cialistas nacionais na área da Saúde num orga-
Durante a m anhã, integrando o segundo pai-
médico e presidente do Conselho de Admi-
lidade em Saúde.
Jorge Brochado, presidente da Associação
que Farmacoeconomia", explicitou. Segundo o
nismo independente.
nel, Pedro Pira Barros, economista e docente
nistração do IPO de Lisboa. Começou por
Portuguesa dos Farmacêuticos H ospitalares,
docente, o recurso a esta ferramenta é importante
Segundo o rep resentante do Ministério, esta
na Faculdade de Economia da Universidade
aflorar a árdua tarefa que a o rganização lhe
A excelência do NICE
reiterou a importância das agências de ava-
para a tomada de decisões sobre a util ização de
iniciativa urge "porque a sensação que todos
N ova de Lisboa, fal ava sobre "O financia-
designara: "Um médico a discursar para uma
Após o almoço, o terceiro painel debruçou-se
liação de tecnologias: "A inovação é impor-
fármacos em qualquer un idade de saúde.
temos é que em Portugal é demasiado fácil
m ento dos hospitais e a esp ecificidade do
aud iência de gestores e economistas." Mais à
sobre "Farm acoeconom ia: Como optim izar
tante mas tem de trazer valor terapêuti co
Na mesm a linha de pensamento, M ichael
introduzir um novo medicamento nos hospi-
m edicamento". Tal como numa aula, o pro-
fre nte, diria que se interessou pela área da
custos com ganhos em Saúde sem compro-
acrescentado" .
Drummond, professor de economia da saúde,
tais. Os fármacos são rapidamente introduzi-
fesso r insistiu na questão da eficiência d os
gestão hospitalar, pois o trabalho conjunto do
meter a equidade".
A fechar o painel, Paula Brito e Costa, da Asso-
na universidade de York (Reino Unido), foi o
dos e prescritos, mesm o antes de haver evi-
cuidados de saúde prestados pelos hosp itais.
clínico e do gestor produz ganhos em Saúde.
A trabalhar na administração hospitalar há
ciação Raríssimas, alertou que "muitas vezes é
último conferencista do dia. Depois de fazer
dê ncias internacionais so bre as vantagens
A Farmacoeconomia é útil, pois "devemos ter
Na comunicação anterior, Pira Barros havia já
quase 30 anos, Manuel Delgado, presidente da
d ifícil para o doente ter acesso aos fármacos" ,
uma resenha histórica da Farmacoeconomia,
custo/benefício dos mesmos" .
dentro do hospital mecanismos de controlo de
dito que "o médico é um dos pontos fulcrais
APAH, recordou q ue quando começou oito
sobretudo se padece de uma doença órfã.
deixou um apelo para os presentes na sala: "O
Esta afirmação não implica, segundo Fran-
custos com medicamentos". Enquanto assumia
para uma administração eficiente, send o que
por cento do orçamento corrente de um hos-
cisco Ram os, o afastamento dos medicamen-
a sua "perigosa" costela neoliberal, Pita Barros
a m aioria não tem noção do custo das suas
pital era gasto com medicamentos; hoje, assis-
Ferramenta útil para decidir
pois nem sempre são a solução para todos os
tos inovadores dos h ospitais. É antes uma
m ostrou porque não concorda com o actual
decisões", referindo-se à prescrição de exames,
te-se a um agravamento dessa parcela e o
Na reera final da conferência falou-se sobre "A
doentes". Pelo que, a bem da Saúde nacional,
medida de gestão que pretende reduzir gastos
sistem a de financiamento dos hospitais. "Faz-
medicamentos e tratamentos.
n úmero subiu para os 20 por cento.
utilização de critérios económicos na selec-
o seu uso deve ser ponderado. rm Nuno Estêvão
uso de terapias inovadoras deve ser criterioso,
'1
19
Programa operacional da Administração Pública
Despesa Total Consolidada
A Saúde e o Orçamento O Governo apresentou o Orçamento de Estado para o próximo ano. Hospitais-Empresa, Parcerias Público-Privadas, o Medicamento e as dotações orçamentais merecem a atenção da GH
O
(milhões de euros)
ção resulta, no m eadam en te, d o aume n to
2006 estabelece, co mo objecti-
q uatro sectores, es tritam ente relacionados
pitais de Loures, Cascais, Braga e V ila Fran-
das verbas afectas a Investi mentos do Plano.
com a administração hospitalar: H ospitais-
ca de Xira, bem como o Centro de M edici-
Os investimentos do plano apresentam um
-Empresa; Parcerias Público-Privado; M edi-
na F ísica e Reabilitação (C M F R) de São
acréscimo de 6 milhões d e euros face à esti-
Brás de Alportel e um Centro de Atendi-
taxa de crescimento de 11 ,6 po r cento para
O q u ad ro so bre os Projectos de Parceria
o qu al con tr ib ui um a um e n to d e 12,5
Parcerias Público-Privadas
ap resenta as p revisões relativas a datas de
milh ões de eu ros de ve rbas oriundas do
Relativamente aos h ospitais, o documento
O plano de construção de novos hospitais
cump rim ento dos respectivos projec tos.
refere q ue "o sistem a de saúde só será justo
em regime de parceria público-privada vai
e flexível com um modelo de organização
continuar, em 2006, orientando-se o inves-
Orçamento
d os comunitários (ver quad ro Despesa Total
hospitalar assente n um conjunto de valores
timento público nesta área para a remodela-
O to tal da despesa consolidada do M inisté-
Consolidada).
e princípios, que conciliem a desburocrati-
ção, ampliação e beneficiação das estruturas
rio da Saúde ascende a 8.692,3 milhões de
O subsector dos serviços e fundos autóno-
zação, a agi li zação e o mel h or uso dos
existentes e criação de serviços que poten-
euros, o qu e equ ivale a 5,8 por cento do
mos comp reende o INFARMED, o INEM,
recursos " .
ciam a p restação de serviços em regime
PIB e 16 por cento da despesa da Adminis-
a E RS e os o rga nism os que integram o
Com base nestes pressupostos, a GH apre-
am bulatório.
tração Central.
SNS, n o qual se inclui o IGIF. Vejamos os
o seu ponto de vista sobre estes pontos .
acesso e reforçar a qualidade e controlar o ritmo de crescimento da despesa do SNS"
7721.3
7722.8
respecu vos orçamentos:
7711.5
7714.1
7634
7636.7
1.1.1 . - Serviço Nacional de Saúde 1.2. Com cobert ura em receit as
-
Hospital de Loures
Despacho Conj unto MF e MS nº 133 I 2004, de 2 de Dezembro 2003 (DR nº 59, de 10 de Março 2004
4ª Trimestre 2007
1° Trimestre 2008
1° Trimestre 2009
51.6
2. Investiment os do Plano
Hospital de Braga
Hospital de V. F. Xira
Despacho Conj unto MF e MS nº 54 / 2005, de 20 de Dezembro 2004 (DR nº 10, de 14 de Janeiro 2005) Despacho Conjunto MF e MS de 19 Setembro de 2005
2º Trimestre 200 7
4ª Trimestre 2007
1° Trimestre 2007
3º Trimestre 2007
1° Trimestre 2008
2° Trimestre 200 7
3º Trimest re 2007
2° Trimestre 2008
57.6
11.6
-
-
-
39.5
52
31.6
2.2. - Financiamento comunitário
12.1
5.6
-53.7
-Subsector Serviços e Fundos Autónomos
-
8502.1
Consolidação t ransferências entre subsect ores Despesa Total consolidada
1.1
8597.6
-
-
---
-
-
7657.1
7685.7
0.4
8617.9
8692.3
0.9
-
-
Des pesa Consolidada segundo a Classificação Económica-MS (milhões de euros)
2006 Orçamento
FASE CON CU RSAL ACT UAL
2006, deverá asce nder a 5,2 milhões de euros, o que representa uma taxa de crescimento de 2 1, 9 por cento.
Avaliação de propost as
Serviços integrados
orçamento da despesa do INFARMED, em
Avaliação de propostas
Preparação e apresentação de propost as
Aprovação da parceria
Serviços e fundos autónomos
Despesa qualidade
Despesas com o pesso_a_l _ _
56.1
2,425,8
2,48 1,9
Aquisição de Bens e Serviços
25. 1
5,208,9
5.234
--
o
34.9
34.9
A dotação orçamental da ERS d uplica, pelo
Transferências Correntes das quais:
7646.9
729.7
736.3
facto de, em 2005, estar ainda em fas e de
transferênc ias de SI para SFA
7640.3
instalação .
trasnferências de SFA para SI
O acréscim o de fi n an ciamen to estimado 1° Trimestre 2007
-11.2
2.1 . - Financiamento nacional
j uros e Outros Encargos
Subsídios Despacho Conjunto MF e MS nº 554 I Hospital de Cascais 2004, de 29 de j ulho 2004 (DR n 204, de 30 de Agosto 2004)
8.7
9.8
consignadas
valor orçamentado para o corrente ano, o u
DATAS-CHAVE
DESPACHO DE A PROVAÇÃO
o
--
seja 32 milhões de eu ros. O au mento do
DATA PREVISÍVEL DE PATA PREVISÍV EL DO DATA PREVISÍVEL DO CELEBRAÇÃO DE !VISTO DO TRIBUN AL INÍCIO DOS PA GADE CO N TAS M ENTOS CON TRATO
o
Relativamente ao INEM, ma n tém-se o
Projectos de Parceria (ao abrigo do DL 86/2003, 26 Abril) PROJECTOS DE PARCERIA
o
--
OE. Em sentid o con trário, prevê-se u ma dimin uição de 6,5 m ilhões de euros de fu n-
0.1
-
m ativa para 2005, que co rresponde a uma
mento de Saúde.
mento estratégico dos recursos; melhorar o
1. Funcionament o normal
receitas gerais
Encontram -se em fase de concu rso os Hos-
cam ento e Orçamento. A APAH apresenta
7780.4
exercício orçamental, aquele valor representa
senta as políticas que são apontadas p ara
gueses; refo rçar os mecanismos de planea-
7772.9
1.1. - Com cobert ura em
Orça m e n to de Es ta d o p ara
"aumentar os ganhos e~ Saúd e dos po rtu-
Subsector Estado
Face à est im a tiva d a desp esa do corrente um acréscimo de 0,9 por cento, cuja explica-
vos estratégicos para a Saúde,
Variação (%)
2005 Est imat iva 2006 O rçamento
Outras Despesas Correntes
ad vém d e rece itas próprias previstas na
Aquisição de Bens de Capital
legislação em vigor. (ver q uadro D espesa dos
Transferências de Capital das quais:
Serviços e Fundos Autónomos por fontes de
transferências de SFA para SI
45.4
Em relação ao SNS estima-se uma taxa de cres-
O utras Despesas de Capital
Ministério, por natureza, refl ecte o peso do
Total
'
21
---
-
o 7.5 167.5 23.3
45.4
Activos Financeiros
A d istribu ição da despesa consolidada pelo
6.9
transferências de SI para SFA
financiamento, na página seguinte).
cimento da despesa de cerca de 1 por cento.
o o
-
---
'
o 7.5
174.4
---
23.3 -
o o
o o
o o
7780.4
8597.6
8692.3
-
As contas da Saúde
Despesa dos Serviços e Fundos Autónomos por fontes de financiamerito-MS (milhões de euros)
..
2005 Estimativa Esforço Nacional - OE
INEM
28.8
INFARMED
23.7
Variação 2006/2005 (%)
2006 Orçamento
Financiamento EU
Receitas próprias
Outras fontes
Total
29.8
29.8
4.3
24.6
28.9
-
4.7
Entidade Reguladora da Saúde
3.2
1.8
Serviço Nacional de Saúde
8446.4
7683.9
59.4
789.1
Total Consolidado
8502.1
7685.7
63.7
848.2
"Não é tarefa fácil calibrar devidamente um modelo de financiamento que privilegia a manutenção da saúde das populações ao invés da visão tradicional do financiamento por produtos, geralmente associados a processos de tratamento e reabilitação"
3.5
A
21 .9
---
6.5
103.1
8532.4
1
8597.6
1.1
-
o
o mesmo tempo que, no Parla-
conceptual e/ou operacional do conceito da
representará o regresso à estaca zero de todo o
mento , se discutia e aprovava o
ULS (Unidade Local d e Saúde). A ver vamos
p rocesso concursal relativo a esta un idade
Orçamento de Estado (O. E.), as
como se processará a tão ambicionada inte-
hospitalar.
administrações dos hospitais ultimavam os
gração d e cuidados!
D este plano, ficamos a perceber que entre o
seus Planos de Desenvolvimento Estratégico
Quan to ao conceito de "financiamento global
meio do ano de 2007 e o início de 2009, a
com vista à próxima contratualização de servi-
d a bas e capitacional", asso ciad o, al iás, à
Área Metropolitana de Lisboa será servida por
ços para 2006.
questão anterio r, a in iciat iva do G overno
três novos hospitais com uma capacidade ins-
Ou seja, o bolo a distribuir pelo Subsector
ainda que p ossa surgir como p rematura,
talada próxima das mil e quatrocentas novas
SNS no seu total, relevando os maiores gas-
Entidades Públicas Empresariais
Medicamento
Serviços e Fundos Aurónomos já está definido
merece o n osso ap lauso e a n oss a p lena
camas. Tal situação acarretará necessariamen-
tos na aquisição de bens e serviços cor-
- Generalizar a prática de contratualização
A acção da área do medicamento será
- os cerca de 8,6 mil milhões de euros referi-
adesão. Não é tarefa fácil calibrar devidamen-
te, o encerramen to ou reconversão de parte
rentes, 5,234 milhões de euros , e em des-
interna a todos os hospitais do SNS e
orientada por princípios que garantam a
dos no Quadro B - competindo agora ao
te um modelo de financiamento que privile-
do parque hospitalar hoje existente e custos
pesas com o pessoal cerca de 2.482 milhões
iniciar experiência de financiamento global
qualidade e segurança dos medicamentos,
Ministério da Saúde um prim eiro rateio da
gia a manutenção da saúde das populações ao
de transferência significativos, designadamen-
de euros . (ver quadro D espesa Consolidada
, de base capitacional, integrando hospitais
bem como a susceptibilidade da despesa
estrutura regional, seguindo-se as negociações
invés da visão tradicional do financiamento
te, nas áreas dos eq uipamentos e dos recursos
segundo a Classificação Económica, na pági-
e centros de saúde, numa filosofia de Uni-
para cidadãos e sistema de saúde. Prevê-se a
dos serviços com a respectiva agência regional
por produtos, geralm ente associados a proces-
h umanos. É urgente iniciar-se desde já este
ma anterior) .
dades Integradas de Saúde.
promoção de várias inicitivas entre as quais:
de contratualização.
sos de tratamento e reabilitação. Mas a nossa
processo, pois a instabilidade e o ruído que
Neste sentido,"a contratualização das rela-
- Revisão das regras e margens de comercia-
Estamos, como seria de esperar, perante um
lógica de financiamento, ao pressupor neces-
com certeza irão provocar, ainda que inco n-
Hospitais-Empresa
ções entre os Hospitais e o SNS através de
lização dos medicamentos;
O. E. exigente e d e fortíssima con tenção de
sariamente a integração d os d ispositivos da
tornáveis, devem ser minimizados.
Para promover oportunidades com vista ao
um contrato-programa permite susbtiruir a
-Reavaliação do sistema d e comparticipa-
despesas. N a p arte d a Saúde admite-se um
p romoção, prevenção, presença, tratamento e
Na área do medicamento o O.E. traz uma
aumento de efectividade e eficiência dos hos-
lógica de cobertura de custos, independen-
ção no preço do medicamento e revisão da
crescimento de despesas do SNS, face a 2005,
reabilitação, e ao assumir formas mais activas
referência específica ao Plano de Farmácia
pitais do SNS, o programa do XVII Gover~o
temente da quantidade e qualidade dos ser-
comparticipação por preços de referência
de apenas 1 %, se b em que p arti ndo dos
de intervenção que evitem a doença, dão mais
Hospitalar, p ara além de um conjunto de
constitucional avança com as seguintes
viços, pelo pagamento dos serviços efectiva-
em função da experiência acumulada;
valores estimados (reais) da d espesa efectiva-
consistência e racionalidade económica ao uso
medidas que, conjuntamente, poderão contri-
medidas, no que diz respeito aos hospitais:
me n t e prestados, t endo e m conta a
- Aplicação d e um protocolo entre o Esta-
mente verificável em 3 1. 12.200 5, isto é, de
dos recursos. Restam, todavia, dúvidas quanto
buir para a baixa no preço dos medicamentos.
- M elhorar o processo da gestão dos recursos
complexidade da técnica da prestação".
do e a Indústria Farmacêutica para contro-
cerca de 8,4 mil milhões d e euros.
à concepção do modelo, aos instrumentos de
Importa salientar a importância estratégica do
hospitalares nas Áreas Metropolitanas, tendo
O contrato tem dois objectivos bem defini -
lo do crescimento do mercadodo medica-
Trata-se de um enorme desafio, face a taxas de
medida e avaliação a utilizar, à competência
medicamento no contexto h ospitalar, pelo
por base a reorganização produzida sobre os
dos: "permitir ao hospital programar a sua
mento comparticipado p elo SNS, be m
crescimento superiores a dois dígitos verifica-
técnica e social dos diferentes "stakeholders" e
peso crescente que os seus custos representam
hospitais Egas Moniz; Santa C ruz e S. Fran-
actividade com base num quadro pluria-
como dos m edi camentos dispensados em
\
dos nos últimos anos!
sobretudo, quan to aos resultados, em que se
e pelas novas linhas de produção hospitalar
cisco Xavier e a empresarialização em curso
nual, tão estável quanto possível" e "permi-
hospitais;
J
O Orçamento da Saúde, contempla, como eixo
perfil am, desd e já, os efeitos perversos da
altamente consumidoras de fármacos, como é
nos hospitais d e S. João e Santa Maria;
tir uma melhor gestão orçamental do SNS,
- Incentivo d e acções para· tornar a Indús-
de intervenção política prioritária na área hospi-
eventual subutilização de recursos nas áreas
o caso dos hospitais de dia.
- Incentivar os Hospitais de Dia e o apoio
determinando a quantidade de serviços clí-
tri a Farmacêutica nacional uma área estra-
talar, os seguintes: os Hospitais-Empresa; as
do diagnóstico e do t ratamento da doença.
2006 poderá ser o ano de viragem nas formas
domiciliário;
nicos d e que disporá aos utentes e progra-
t égica na interface entre a economia e a
parcerias p úblico-privadas e o Medicamento.
Quanto às parcerias p úblico-privadas, resulta
tradicionais de prescrição de medicamentos
- Promover os processos que levem à m e-
mando antecip adamente a d espesa a efec-
saúde;
Quanto à empresarialização, surgem como
d o O .E., q u e o p rocesso cond ucen te à
nos hospitais, substituindo-as por procedi-
lhoria dos mecanismos d e gestão efectiva
ruar". D e acordo com o documento, "esta
-Implementação das acções Delineadas pelo
inovadores o conceito de "Unidade Integrada
construção e abertura do H ospital de Loures,
me n tos p ré-avaliados e au tomatizados e
dos H ospitais através do ap rofundamento
programação deverá assumir uma gra nde
Plano da Farmácia H ospitalar;
de Saúde" e a decisão de se iniciar em 2006
inicialmente o mais avançado, perde terreno
muito mais seguros. Que nos impõem a todos,
do processo de empresarialização. É neste
importância p ara os d ecisores políticos ,
-Alargam ento da disponibilidade dos medi-
"(uma) experiência de financiam ento global
face a outros, já que se prevê a celebração do
Administrações e profissionais, a adopção de
conrexro que se enquadra o proj ecro de
um a vez que permitirá explicitar o valor das
cam e ntos não suj eitos a receita médica a
por capitalização" (sic) .
contrato apenas no 4° trimestre de 2007, com
critérios de custo-efectividade na compra,
transformação d as 3 1 sociedades anónimas
escolhas orçamentais e melhorar a transpa-
pontos de venda fora das farmácias, liberali-
Nota-se, quan to à p rimeira, uma alteração
a sua abertura (início de pagamento) previsto
prescrição e administração de fármacos. rm
d e capitais exclusiva m ente públicos e m
rência orçamental"
zando o seu preço. rm
sem ântica, que faz p ressupor uma mudança
para o 1° tri m estre de 20 09 . Este cenário
D irecção da APAH
.. 1
23
Ciência
No encalço do lnfluenza
quência para reuniões sobre o Influenza, acaba
Virologistas
por passar menos tempo no laboratório. "É difí-
"Em Porcugal temos belíssimos virologistas,
cil coordenar equipas de áreas tão diferentes e
mas muitos trabalham nas áreas do VIH e da
continuar a desenvolver os meus projectos de
hepatite. Há poucos a trabalhar em vírus
investigação", reconhece a especialista em vírus.
respiratórios e gripe", explica a investigadora.
Preparação da • vacina
Essa tendência acompanhou o ritmo dos
Após reunir a informação provenien-
Vigilância
investimentos, já que a gripe foi considerada
te dos Cent ros Nacionais da Gripe,
A funcionar desde 1953, o CNG tem, em
durante muito tempo uma área menor. De
Portugal, o estatuto de Laboratório de Refe-
acordo com a especialista, "o trabalho desen-
espalhados pelos vários países, a OMS recomenda quais as estirpes
rência para a gripe, conferido pela Organiza-
volvido em Portugal, na área da gripe, está ao
ção M undial d e Saúde (OMS). Entre as suas
nível daquele que se faz nos melhores países
virais que devem fazer parte da vacina para o Inverno seguinte.
atribuições, esta unidade coordena o sistema
da Europa - Reino Unido e Alemanha."
Todos os anos, em Feve reiro, esta
Nacio nal de Vigilância da G ripe - reúne
Porém, com a actual política de contratações
informação é conside rada e a pli-
info rmação recolh ida na rede de Médicos
aplicável à função pública, existe uma enorme
Sentinela e nas Unidades de Urgência de
dificuldade em contar com pessoas qualificadas.
cada ao Hemisfério Norte. Já em Setem b ro , é f e it a a seg un d a
H ospitais e Centros de Saúde nacionais - e
"É frequente investir-se na formação de quadros,
contacta com as principais autoridades inter-
que, por terem vínculos a termo certo, acabam
nacionais da área - Centro M undial da Gripe,
por sair para outros sítios", lamenta. Na práti-
OMS e European Infl uenza Surveillance
ca, o que sucede é que há pessoas em constan-
necessidade de actua lização anual relaciona-se com a existência de
Sch em e.
te formação, que, por si só, não colmatam even-
três tipos de vírus lnfl uenza (A, B
no laboratório, manipulando vírus,
N o início de Novembro, o ING recebeu uma
tuais saídas de gente com mais experiência.
e C} e numerosos subti pos.
que H elena Rebelo de Andrade pre-
excelente n otícia. "Ganhámos um projecto -
Ainda assim, motivada pela possibilidade de
fere estar. Apaixo nada pela investi-
em parceria com a Faculdade de C iências
saber mais sobre o Influenza, a coordenado-
A vac ina contin ua a f unc ionar como um dos mét odos primários
gação, a coordenadora do Centro Nacional da
Méd icas e Hospitais Associados e, também,
ra do ING não desiste e confessa gostar muito
mais efi cazes na prevenção dest a
Gripe (CNG), do Instituto Ricardo Jorge
com a H ealth Protection Agency - a concre-
daquilo que faz. Contrariando uma mentali-
doença . Idosos co m mais d e 65
(IRJ), em Lisboa, tem dedicado muito do
tizar em três anos, para vigilância e monito-
dade comum em Portugal, Helena Rebelo de
anos, crianças e pessoas que t e-
seu tempo a estudar o Influenza, agente infec-
rização da resistência aos antivirais específicos
Andrade acredita que nos devemos queixar
nham cont acto com doentes o u
cioso provocador da gripe.
para a gripe'', conta, com orgulho. O inves-
menos e "aproveitar ao máximo os recursos
Doutorada na área da vigilânica epidemioló-
timento é proveniente da Fundação Calous-
que se tem". Para uma melhor ciência nacio-
potenciais doentes são franjas da população cuja vacinação é reco-
gica e viro lógica (e m 200 1), a cientista já
te Gulbenkian e do IR].
nal.
Ano após ano, a situação repete-se. Com a chegada do tempo frio, muitas são as pessoas atingidas pelo vírus lnfluenza. Mas no resto do ano a equipa do Instituto Nacional da Gripe, coordenada por ~elena Rebelo de Andrade, continua o seu trabalho. Para minimizar os efeitos da doença.
/
E
l!!D
Nuno Estêvão
revisão da vaci n a , dest in ada , desta vez, ao Hemisfério Sul. Esta
mendada pelas autoridades.
colaborou com várias unidades de investigação eu ropeias, ren do estado inserida, por exemplo, em equi pas do Ins titu to Pasteur
Os Perigos do HSN1
(França) e da Healrh Protecrion Agency (Inglaterra) . Essa experiência contribuiu para uma meritória actividade científica - publicou
A informação sobre os recentes casos de infecção pelo vírus HSN1, a vulga
animais infectados, existe um preocu-
m issão ao ho m e m - poss ibilid a d e
pante p rob lema , mas ao n ível da
estat isti cam ente red uzi da - pode rá
medicina veterinária. Em segundo
haver o perigo de uma pandemia de
metodologias aplicáveis a situações de emer-
gripe das aves, nem sempre é dada com a devida clareza . Como tal a
gência provocadas por vírus", refere Helena
investigadora recomenda que não se
luga r, existe o perigo da transm issão do v ír u s da g r ipe av iá ria pa ra o
gri pe". Em t o do o ca so, ga ran te, as autori-
Rebelo de Andrade, que afirma gostar de tra-
misturem problemas e que se analisem os cenários possíveis sem alar-
homem, sendo que essa transmissão é possível, mas ra ra", explica a investi-
dades naciona is da gripe estão prepa-
mismos. "Para já, com o elevado número de
gadora. Finalmente, "confirmando-se a t rans-
45 artigos, dos quais 18 em revistas estrangeiras da especialidade. "Gosto de trabalhar na montagem de novas
balhar em stresse. Entretanto, por coordenar outros laboratórios e unidades de investigação (também no IRJ), por preparar congressos
>>> A investigadora Helena Rebelo de Andrade, do Instituto Nacional da Gripe,
sobre virologia e ausentar-se do país com fre-
coordena vá rios cientistas que trabalham em virologia
radas e têm planos de contingência pa ra da r respostas efi cazes a eve nt uais sit ua ções de emergência .
Proteste avalia hospitais
ua N
• 1
as re e
• 1
.
,..,,
oes servi
o seg uim ento d e um es tudo
Tal como a di recção da APAH refere no
elaborado entre Março e Agos-
comentário seguinte, este estudo da revista
to de 2005, a revista Proteste
Protes te é um a ferramenta importante
(da Deco) publicou, no se u núm ero de
para os administradores hospitalares em
Novembro, os resultados relativos à quali-
nome de uma melhor prestação dos servi-
d ade dos alimenrns co nfecc ionados nos
ços de saúde. cm
Análise
Conclusões a tirar O estudo que a "Proteste" no seu nº
ção global do estudo da DECO é igual
hospitais portugueses.
263 de Novembro de 2005 publi ca,
ou superior a 50 pontos, numa escala de
Dos mais de 40 hospitais contactados, os
sobre a alimentação nos hospitais, é
O a 100, nas refeições servidas aos
extremamente útil para as respectivas
doentes. Curiosamente, os resultados
Administrações.
são um pouco piores quando se referem
Tem como tónica dominante a higiene
às refeições servidas aos funcionários.
e conservação dos alimentos, matéria
Importa referir que o estudo não aborda
indiscutivelmente sensível em meio
outras questões relevantes no processo
hospitalar e que, como resul ta da
alimentar, designadamente a confecção,
- São Marcos (Braga)
amostra analisada, está aquém do dese-
variedade, adequação, horários e técni-
- Sr.ª da O liveira (Guimarães)
jável.
cas de produção e distribuição de refei-
- Santa Luzia (Viana do Castelo)
Assinale-se, a propósito deste estudo,
ções. E também não se pronuncia sobre
- Centro Hospitalar de Vila Nova de
que o sector da alimentação e dietética
as condições e locais em que e onde os
Gaia (Porto)
hospitalar tem sofrido, ao longo das
doentes e os funcionários tomam as suas
- Geral de Santo António (Porto)
duas últimas décadas, melhorias sensí-
refeições.
- São João (Porto)
veis a todos os níveis: estruturas e equi-
Louve-se o estudo, pelas falhas que
- Instituto Português de Oncologia do
pamentos, diferenciação e habilitação
aponta e pela severidade subjacente.
dos profissionais, modelos de confec-
Critiquem-se os que evitaram ou impe-
técnicos da Proteste ape nas receberam
Hospitais que não responderam à Proteste
auwrização para visitar 2 1. Entre os parâmetros analisados, a higiene e a co nservação dos alim entos, assim como os locais onde os mesmos são manipulados e as instalações sa nitári as, foram elementos tidos em co nta.
Ranking dos Hospitais Após reunir todos os dados respeitantes à qualidade da comida servida aos doentes, a revista Proteste classificou (de M ui to Bom a Mau) todos os hospitais visitados. Em seguida, conheça os resultados:
Norte (Porto)
Bom
- Hospital de Santo André (Leiria; Público)
Medíocre
- Santa Maria (Lisboa)
ção e distribuição das refeições.
diram q ue as suas instalações fossem
- Hospital dos Capuchos (Lisboa; Público)
- Hospital Pedro Hispano (Matosinhos;
- Hospital de Santa Marta (Lisboa; Público)
- Prof Fernando da Fonseca
Para este facto muito contribuiu a
visitadas pela DECO. Agu.ardem-se
- Hospital São João de Deus (Montemor-
Público)
- Hospital dos Covões (Coimbra; Público)
opção tomada pelos hospitais de inves-
estudos mais completos que nos permi-
o-Novo; Privado)
- Hospital SAMS (Lisboa; Privado)
- Hospital Pediátrico (Coimbra; Público)
- Garcia de Orta (Almada)
tirem na profissionalização deste sector
tam uma visão sistémica do acto ali-
- Nossa Sr.ª do Rosário (Barreiro)
hoteleiro,
mentar nos nossos hospitais.
- Hospital São Teotónio (Viseu; Público)
(Amadora)
designadam e nte
pela
Bom /Médio
- Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa;
Mau
- British Hospital (Lisboa)
concessão da exploração desta área a
Uma nota final sobre a comparação públi-
- Hospital da Ordem da Lapa (Porto; Pri-
Público)
- Hospital da Cova da Beira (Covilhã; Público)
- Cruz Vermelha (Lisboa)
empresas privadas devidamente cre-
co-privada. Continua a não haver evidên-
- Hospital de São Francisco Xavier (Lis-
- Cuf (Lisboa)
denciadas, em regime de outsourcing.
cia, nesta como noutras áreas, que o sector
- Franciscanas Missionárias de Maria
Os resultados deste estudo da D ECO
privado é melhor que o sector público.
revelam falhas em áreas especificas, pese
Pese embora, a componente hoteleira ser
vado) - Hospital Infante D. Pedro (Aveiro ;,
Médio/Medíocre
boa; Público)
Público)
- Hospital de Jesus (Lisboa; Privado)
- Hospital de São José (Lisboa; Público)
- Hospital Distrital de Faro (Faro; Público)
- Hospital do Espírito Santo (Évora;
- São Luís (Lisboa)
embora a apreciação global ter sido
considerada uma das mais valias da insti-
Médio
- Maternidade Bissaya Barreto (Coimbra;
Público)
- Ordem Terceira (Lisboa)
maioritariamente positiva. Ou seja, em
tuição privadas. Para que conste.
- Hospital Curry Cabral (Lisboa; Público)
Público)
- Hospital Egas Moniz (Lisboa; Público)
- Trofa (Trofa, Porto)
13 dos 20 hospitais analisados a aprecia-
(Setúbal)
Direcção da APAH
Profissionais
Cortes
Posições
A directora da farmácia hospitalar dos HUC , Odete Isabel, e a administradora hospitalar Margarida Sentes, são pessoas diferentes. A alegria contagiante de Odete Isabel contrasta com a tranquilidade de Margarida Sentes. Mas há valores que ambas têm em comum: o profissionalismo e a exigência.
No intervalo dos debates da Conferência Nacional de Farmacoeconom ia (CNF}, a GH "apanhou" dois presidentes de dois CA de hospitais de Lisboa: Manuel Delgado(à esquerda}, do Pulido Valente,
João Pereira, professor de Economia da Saúde (ENSP}, e Carlos Gouveia Pinto, professor de Economia do ISEG, foram dois dos convidados da CNF. João Pereira como moderador, Gouveia Pinto como conferencista. Dois nomes que marcaram pelas suas atitudes e posições. Momento que deu lugar a fortes gargalhadas foi quando João Pereira comentou a frase de Pita Barros, no painel anterior, ao se assumir como "perigoso neo-liberal".
e Ricardo da Luz, do IPO. Não sabemos do que falaram, mas avançamos com uma hipotética pergunta de qualquer um deles: "Então, o que vai fazer para enfrentar os cortes orçamentais?"
Ritmo
NICE Sir Michael Rawlings (à esquerda}, director do NICE, participou na CNF, dando a conhecer a realidade do Reino Unido nesta vertente e a forma como a Farmacoeconomia tem servido para atingir os fins. A foto regista o seu encontro com Alexander Triebnigg e Pedro Gonçalves, da Novartis.
José Carlos Lopes Martins, administrador hospitalar, e Rosa Gonçalves, presidente da Plataforma da Saúde, encontraram-se no intervalo de um dos debates da CNF. Aproveitamos, aliás, a oportunidade para dar os parabéns a Lopes Martins. Mais uma vez conseguiu imprimir ritmo, descontração e boa disposição ao debate. Mas sejamos justos: os interlocutores também ajudaram: Pedro Pita Barros e Ricardo da Luz
Missão Luís Pisco (à direita} o novo responsável da Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Primários, esteve muito atento à CNF. É que todas estas questões acabam por estar ligadas ao trabalho que é obrigatório fazer. E mesmo não estando Luís Pisco na APMCG, a missão a levar a cabo, em dois anos, vai dar que fazer. Francisco Batel Marques, farmacêutico credenciado e um dos intervenientes no encontro de Lisboa, esteve como é seu hábito: frontal, eloquente e correcto.
Charutos
Politicamente incorrectos Por um milhar de puros, Kennedy
uando se é presidente dos EUA
Salinger não o deixou ficar mal, tendo
adiou o embargo a Cuba. Uma
tem-se praticamente tudo o
regressado com pouco mais de um milhar
paixão sem igual que esteve por
que se deseja. O que o 35° pre-
de charutos da marca. Kennedy assinou o
e-americano queria, no início
embargo e, desde então, o tabaco cubano
de 1962, era um punhado de havanos -
tem estado apartado dos hábitos norte-
mil Petir Coronas H. Upmann, para ser
amencanos.
exacto. É sabido que depois do desaire da
É legítimo que o interesse pessoal se sobre-
Baía dos Porcos, John Fitzgerald Kennedy
ponha ª'? interesse nacional? Por mil H.
decretou o embargo a Cuba. Porém, antes
Upmann, provavelmente sim. O carácter
de oficializar a ilegalidade dos produtos
arrebatador deste havano de sabor forre e
cubanos não quis deixar de garantir o for-
encorpado, um pouco terroso, destinado a
necimento dos seus puros predilectos. Deu
fumadores veteranos e conhecedores de um
ao seu assessor, Pierre Salinger, menos de
bom puro, justifica qualquer atitude menos
24 horas para comprar todos os Petit
ponderada. Não se trata de um havano
Coronas H. Upmann que encontrasse.
qualquer. Um H. Upmann está para os cha-
trás de uma das decisões políticas mais controversas da guerra-fria.
A nossa escolha 1. Saint Luis Rey "Ch urchill" O início é prometedor, pois possui um sabor distinto e mantém a suavidade. É indicado para se seguir a um
>» Um Churchill sabe também a história
almoço leve, antes de uma tarde de trabalho. rutos com o o Moer & C handon para os
Cada charuto tem o seu momento
Um C hurchill, seja qual for a marca, deve o
ch a mp anh es . Re prese nta o melhor d a
Um havano não pode ser fumado mecanica-
seu nome a Sir C harles Winston Churchill,
2. Punch "Churchill"
m anufactura cuban a e das suas plantações
m ente, com o automatism o com que se
primeiro-ministro b ritân ico durante a II
Macio e regular, oferece sabores
de tabaco - a capa dos H . U pmann vem
consome outro tipo de tabaco. Para saboreá-lo
G uerra Mundial e Nobel da Literatura em
cacau e anis , com um toque d e
duma herdade, com cerca de 700 hectares,
d e form a condigna é preciso tempo. U m
1953, que aprendera a fumar puros quan-
madeira no segundo terço. A boa
situada em Vuelta Abajo, na região de H ava-
conceito que se aplica na perfeição aos charu-
do, no final d o século XIX, como jornalis-
combustão é comprovada pela cinza
na, e o rech eio d e outras pla ntações em
tos com o corpo de um Churchill, por exem-
ta, cobriu a gu erra de independên cia d e
de cor e consistência regulares.
redor.
plo, cujos 18 centímetros (em média) propor-
C uba con tra Espanha. O s charutos fuma-
Louve-se a decisão de J FK, que deixou ao
cionam ao fumador o prazer de degustá-lo ao
dos por C hurchill, de formato e tam anho
momentos de lazer aconselham-se os Petit
um Armagnac C hateau de Laubade 1982,
3. El Rey dei Mundo "Tain"
resto do mundo uma abundância de hava-
longo de uma hora bem contada.
es pecífi cos, deram o rigem a um tipo d e
Corona. Após um bom almoço, um Robusto
para juntar a um El Rey del M undo, ou um
Rico e encorpado, terminando com
nos. Cuba produz anualmente cerca de 200
O formato baptizado Churchill convida ainda
ch aru to h o m ónim o , b apti zado em su a
ou um Corona são os tamanhos ideais para
champanhe Pol Roger, que não sendo fran-
um sabor apimentado. Começa por
mi lhões de charutos para exportação. N ão
o imaginário a partilhar a solenidade de uma
homenagem.
acompanhar o café e o digestivo. Mas para as
cês era a escolha de C hurchill para acompa-
arder depressa, mas vai amadurecen-
fosse o em bargo, os EUA absorveriam boa
figura de Estado, tornando a absorção de cada
São tantas as variedades de marcas e forma-
gran des ocasiões só um C hurch ill confere
nhar os seus fum os. E o estadista britânico
d o, prop orcionando uma h o ra de
parte da produção, deixand o à míngua os
fumaça num acto de refl exão equiparável ao
tos de charutos que ao longo do dia se pode
toda a magnificência que o momento exige.
raram ente se en ga n ava n as escolh as q ue
bom fumo:
restantes países.
de quem traça o rumo da história.
escolher o mais adequado. Para os pequenos
C omo aliados para a ocasião recomenda-se
fazia. rm Luís Rebelo
a
Davidoff para homem
Loewe de luxo Tradição, gosto pelo detalhe e sensualidade são pormenores sempre presentes nas criações Loewe, por isso, os 11 coffrets" de Natal não podiam ser
No seguimento daquilo que faz habitualmente,
diferentes. Este ano a marca optou por um
Davidoff apresenta /1 coffrets" totalmente
11
inspirados na época natalícia para as suas
coffret" com efeito pele de crocodilo em negro,
com abertura central, destinado a homens
fragrâncias masculinas Cool Water Deep, Echo, Cool
modernos e transgressores.
Water e Silver Shadow.
Com o Natal à porta, decidimos dar-Lhe uma ajudinha na escolha das prendas daqueles que são mais importantes. Para ele e para ela, conheça os cheiros que as melhores marca·s sugerem e tenha uma época cheia de brilho.
Cool Water Woman Davidoff EAU OE TOILETTE
(
MILLES IML IRIS '-.)
__)
A par do que faz para as fragrâncias masculinas, /1
Davidoff também criou coffrets" especiais para as fragrâncias femininas Cool Water e Echo. A primeira vem numa caixa com eau de toilette, body lotion e shower breeze e a segunda é composta por eau de
Loewe Oriental
Natal Guerlain
parfum e light body cream.
Remetendo para o melhor que o Natal tem,
Evocando valores eternos do longínquo Oriente, a
/1
Guerlain propõe coffrets" cheios de brilho e
marca Loewe criou /1 croffrets" únicos para as suas
sedução. Uma caixa natalícia alberga aromas
essências femininas. juntando as fragrâncias aos
majestosos provocadores de sensações que só as
respectivos produtos de banho no interior de uma
mulheres são capazes de sentir.
almofada em seda, a marca mostra as suas características únicas.
Guerlain no masculino /1
Os homens não foram esquecidos e prova disso é o coffret" Unstant de Guerlain Pour Homme composto
ACQUA DI
Banho de lris Nobile
PARMA
•
IRIS NOBILE
Lançada há cerca de um ano, a linha lris Nobile Acqua di Parma era composta por perfume, leite de corpo, sabonete, desodorizante e vela aromática. Contudo, a marca quis ir mais longe e complementou a gama com dois novos
~ produtos - sais de banho e creme de banho. Irresistível!
pelo perfume de 75 mi e pelo gel de duche de 100 mi da gama. '1
35
Tório
continuação da actividade pelos seus filhos.
Tradição portuguesa
Entre a clientela fixa deste restaurante encontram-se ministros, médicos, políticos, acrores, jornalistas e futebolistas. Aliás, o proprietário é um benfiquista de gema, tendo trabalhado
H
á locais que nos causam uma
ro andar; ou na sala de refeições, na cave), é
com o clube da águia durante 20 anos. "A
impressão agradável. Logo à pri-
no salão principal que se pode saborear bons
nossa colaboração com o Benfica iniciou-se
m eira. O restaurante Tório, na
pratos de coz ii:ha portuguesa. Ta n to ao
na altura do trei nador Ericksson . Até há
Rua Tomás Ribeiro, é um desses exemplos.
almoço como ao jantar. Entre as especiali-
pouco tempo, fomos os responsáveis pela
Na entrada, tem um balcão de pastelaria e
dades do chefe Nunes, sugere-se o Bacalhau à
comida do clube, sempre que a equipa de
um pequeno quiosque que, com o colorido
Ribeira Nova ou os Medalhões de Vitela, sem
futebol se deslocava ao estrangeiro", recorda.
das primeiras páginas da imprensa, dá um ar
falar no Cozido à Portuguesa ou no Arroz de
A principal sala de refeições do Tório já foi
muito típico àquele espaço lisboeta.
Tamboril. Para entrada, recomenda-se uma
palco de muitas conversas importantes, man-
"Alguns clientes actuais, sobrerudo os da
Papaia com Cocktail de Gambas.
tidas por pessoas influentes de vários sectores
cidade do Porto, destacam estas característi-
da sociedade portuguesa. Muitas destas per-
cas - que lhes são tão familiares e queridas'',
Ilustres e famosos
sonalidades atraídas, por certo, pela diversifi-
diz Jorge Carlos, proprietário do Tório.
A funcionar desde 1970, o Tório é um res-
cada carta de vinhos - com a possibilidade de
Embora seja possível comer em três espaços
taurante familiar. No serviço e na gestão do
venda a copo - ou pelas famosas sobremesas
distintos, difei;entes também no preço das
espaço. Depois de ter herdado do pai o gosto
do Tório. Há mesmo quem as considere das
refeições (ao balcão; no snack-bar, do primei-
pela hotelaria, Jorge Carlos vê assegurada a
melhores da capital.
li!ll
Nuno Estêvão
,
~
~
RELAÇAO MEDICO-DO EN TE E SUA EVOLUÇAO
A
relação médico-doente manteve-se durante
ser relação, para passar a um atendimento sem levan-
nâncias Magnéticas, etc.) e também sobre o medica-
médico. A não ser em casos pontuais, em que o doente
muito tempo, até ao princípio do Século
tar a cabeça nem a caneta do papel, o que se queixa?
mento mais indicado, tendo sempre em atençáo a
necessite duma avaliação da urgência, de tirar dúvidas
XX, sem grande alteração. O médico era
... . e zumba , já está a caneta a compor a receita,
relação benefício/cusro.
q uanto à medicação, ou no caso dum agravamento
quase um Deus, ou um sacerdote, a sua presença era
roma,.. e vai-te curar...
Para poder esclarecer o doente, o
respeitada e as suas palavras sagradas!
Depois vieram as Casas do Povo, juntar-se às Caixas
médico tem que estar o mais aC(ua-
As receitas eram em larim, o doente confiava inteira-
nos chamados Serviços Médico-Sociais. Espalharam
lizado possível, senão arrisca-se a
mente na prescrição , sem se atrever a duvidar e o
postos médicos por tudo quanto é sítio, e os médicos,
ouvir ao doente que viu na Internet
XXI deve começar a
O Médico do Século XXI deve
remédio era, salvo raras excepções, eficaz. Se o doen-
sobretudo nos postos da periferia tinham uma relati-
um medicamento ou exame sensa-
pensar numa
começar a pensar numa mudança a
te perguntava o que tinha, o médico mimoseava-o
va liberdade de acção podendo, se quisessem, fazer
cional para o seu caso ... e o médico
mudança a 180º na
180° na forma como lida com o
com uma série de "palavrões", alguns até em latim,
uma medicina de relativa qualidade. Não sendo um
tem que ter sempre a última pala-
forma como Lida
doente. Fugir da influência nefasta
que o deixavam perplexo mas convencido da sabedo-
João Semana, o médico tornava-se um verdadeiro
vra .. . ou cairá no descrédito.
com o doente""
dos la boratórios , to rna ndo-se
ria do Dr.
médico de família, vivendo os problemas da popula-
O médico como o doente devem-se
menos dependente d os medica-
deu!!!)
ção, interferindo também nos aspectos de saúde
rornar cada vez menos dependemes
mentos. Trocar a relação médico-
O Médico sabia, e tinha tempo para isso, ouvu o
pública e saneamento.
dos medicamentos, há muita situa-
-doença que existe, pela verdadeira
doente, levando-o a dizer somente o que podia ter
Mais tarde criaram-se os Centros de Saúde com a
ção que pode ser resolvida sem
relação médico-doente.
interesse para uma boa anamnese, que conduzisse a
fusão da Saúde Pública com os Cuidados Primários, e
aquela receitinha tão cómoda e
P reparando futuro, o médico
um diagnóstico e uma terapêutica segura e eficaz.
aqui já se passou a fazer acompanhamento materno
rápida... Uma boa relação médico-
de ve rá começar qu anto antes a
Apesar de uma aparente distanciação entre o médico e
infantil e planeamento fami liar, tornando o médico
-doente conseguida através de uns
encarar o doente como um rodo,
o doente, o clínico era consicferado como um amigo e
de família conhecedor dos reais problemas dos seus
minuros de atenção, pode dispensar
conjugando a Medicina Holística
até como um fami liar, convidado para padrinho de
utentes.
um gasto desnecessário.
com a psicologia transpessoal, bus-
casamentos e baptizados, e recebendo presentes inde-
Pareceria aqui que estava resolvido o problema da
Acrualmente debatemo-nos com
cando curar as doenças e transfor-
pendentemente dos honorários cobrados. Assistia aos
Saúde, mas facrores com a globalização, o consumis-
um problema grave, estamos a per-
mar a consciência humana, actuan-
doentes quer no consultório ou em casa à beira do
mo, a comunicação social sensacionalista e não só,
der alunos de medicina para outros
leito, acompanhava-os ao Hospital, e havia tempo
vieram complicar tudo, criando de cerro modo o des-
países (número clausus) que muitas
para tudo. O exame objectivo era extremamente
crédito médico, que colocado como um mero fun-
vezes encontram lá fora melhores
minucioso, os livros de semiologia eram volumosos
cionário ao serviço do SNS, quase obrigado a receitar
condições de trabalho e não voltam.
calhamaços, em que todos os sintomas eram minucio-
o que o Estado quer e o doente exige, se vê impossi-
A "prata da casa" vai-se esgotando;
relação médico-doente que daria
samente descritos.
bilitado de actuar nos moldes deontológicos que
para obviar essa falta contratam-se
pano para mangas e iria abalar as
Vieram as "Caixas", e deu-se a catástrofe, foi o princí-
aprendeu na Faculdade.
médicos estrangeiros a prazo, que uma vez especiali-
estruturas mais conservadoras. Mas acho que será este
pio do fim ... alargou-se a assistência médica à popula-
O principal papel do médico é criar uma empatia
zados se retiram para o seu país. Mas o problema
o caminho a seguir.
ção; a princípio algumas Caixas independentes funcio-
com o doente para que ele o oiça e acredite na utili-
mais importante aqui é a diferença de língua, usos e
Os estudos de António Damásio sobre a consciência
navam exclusivamente para os seus funcion ár ios e
dade d os seus conselhos. Por outro lado o m édico
costumes, o doente não compreende o médico, este
e o sentimento têm m ostrado que não esrou muito
estavam bem estruturadas sendo a sua assistência de
tem que saber ouvir o doente, e orientá-lo nas suas
tem dificuldade de compreender o doente, e o resul-
errado e que o recurso a medicamentos poderá ser
alguma qualidade, mas foram agregadas pela Federa-
queixas, para num curro espaço de tempo conseguir
tado pode ser desastroso.
muito menor no futuro. rm
ção de Caixas de Previdência e em breve os serviços se
resolver o problema. Deve esclarecer o doente sobre
Andou há tempos no ar a ideia das consultas pelo tele-
degradaram. A relação médico-doente deixou quase de
os perigos de determinados exames (RX.TAC, Resso-
fone, para aumentar as possibilidades de recurso ao
( ... ele até sabe o esternocleidomastoi-
súbito d uma doença crónica ou de
"O Médico do Século
uma intercorrência, não vejo grande vantagem nesse tipo de consulta.
do sobre os padrões energéticos que
João Barros de Bettencourt Neurocirurgiao
dirigem a expressão física da vida. Pena é que não possa neste artigo desenvolver este aspecto da futura
Peniche, 08111105
,,..,_
Acredita çao - Uma dinâmica de mudança
F
•
"""111
Cultura e Com un1caçao no Hospital
e
u!tura represen ta , cada vez mais , à
I nvest i mos em vários pro jecros culrnrais n o
lu z da neurociência actual, o filme
nosso espaço pediátrico , no Hospital de Santa
que cada um faz ou deixa correr no
Maria.
oi a 20 d e Julho d e 2005 que o Hospital Dr. Francisco
deficiências estruturais (antiguidade das intalações); sinalética e sina-
Zagalo - Ovar, obteve a "Ac reditação d e
Qualidade",
lética de emergência; polírica de gestão do risco na sua vertente clín i-
co ncedida pela organização internacional King's Fund
ca e não clínica; higiene e segurança no t rabalho; medicina no tra-
H ealrh Quality Service (KFHQS), tornando-se a primeira unidade
balho; política d e informação ao d oente e aos profissionais; registos;
seu mundo inte r ior e no da sua circunstância.
Com o Serviço de Educação e com todos os
hospitalar ponuguesa de nível 1 a atingir este galardão.
auditorias internas, clínicas e não clínicas, d e monitorização e avalia-
C ultu ra e comun icação são co nceitos que se
profissionais, em espírito interd isciplinar, ten-
Depois de ter sido auditado, em 23 de Julho do corrente ano, por
ção com "feed-back" sistemático aos serviços audirados. Como se
expressam em vivências, inter-
entende, são, basicamente, critérios A do manual
penetrando-se nas d efinições
de Acreditação.
e nos juízos soC1a1s.
Este projecto d e longo curso teve de ven cer muitas
O homem int erioriza e instru-
uma equipa conjunta do Instituto de Qualidade em Saúde (IQS) e KFHQS, o Comité d e Acrediração, após análise do relatório, considerou,"que
"Este projecto de
tamos t ransform ar o quotidiano de cada c riança e de cada
"A cultura no
família que procuram aj u da na
Hospital é um valor
Clín ica Un iversitária de Pediatria de Santa Maria.
todos os critérios foram cumpridos ou foram fei-
longo curso teve de
resistências, entre as quais se destacam a acomoda-
mentaliza a c ultura e a comu-
global que importa
tos progressos sufi cientes desde que decorreu a
vencer muitas
ção às rotinas instaladas (gastando tempo a passar
n icação configurando evidên-
hoje promover num
primeira auditoria ", em Fevereiro de 2003 , pelo
resistências, entre as
a informação, bem como a ganh ar alg uns p rofis-
cias qu e são mutantes em
ambiente de paz e
das várias oportunidades cultu-
que foi conferida a "Full Accrediration".
quais se destacam a
sionais mais reticentes para este desafio).
fun ção da su a homeostase, das
de interioridade que
rais que têm por objectivo facul-
Recorde-se que o Hospital de Ovar já tinha sido
acomodação às
Foi, pois, um caminho efectuado com muitos avan-
su as emoções, d os seus senti-
valorize a pessoa"
tar a comunicação e a adapta-
rotinas instaladas"
ços e recuos, com uma grande envolvência e dinâ-
m entos e d a sua consciência.
ção, dando valor aos valores .
mica, mas também com momentos de desânimo e
Porv en tura por isto, será
Promover e desenvolver os nos-
ção d a Acreditação Total reconhece "o perman en-
de cansaço. Foram semanas sem horários na elabo-
importante refl ectir sobre a
sos p rojectos culrnrais no nosso
te compro misso dos profissionais deste hospital
ração dos manuais e na feitura dos procedimentos,
cultura e a comu n icação n o
Serviço de Ped iatr ia consti rn i
com a melhoria d a qualidade dos serv iços" . Pre-
mas foi também uma imensa sat isfação pelos resul-
h osp ital onde o homem e d e
uma das nossas prioridades assis-
tendemos, assim, partilhar co m quem nos ler as
tados obtidos nos diversos serviços hospitalares.
modo especial a criança expe-
t enc1a1s.
dificuldades e alegrias d este caminho que se faz
Foi por isso q ue quando fomos informados da Acre-
rimentam v uln e rabil i dades
Culrnra e Hospi t al é, em suma,
caminhando.
ditação Total houve lágrimas de alegria e abraços bem
que, tantas vezes, disto rcem a
o paradigma de um a comunica-
A nossa adesão ao Programa Nacional d e Acredi-
fortes. É que em todo este processo, a mais-valia do
sua expressão relacional.
ção human izada centrada na
distinguido anteriormente com uma Acreditação Provisória de qualidade pelo que a recente obten-
A intervenção opera-se através
1
Hospital Dr. Francisco Zagalo - O var são os recursos humanos bem
Cad a intervenção técnica seja
João Gomes-Pedro
criança, extensiva à fa m íl ia, vi a-
nado pelo então Conselho d e Administração que, estrategicam ente,
com o a coesão e persistência nos objectivos institucionais.
ela de di agnós tico ou de tera-
bi lizada pelo lúdico , visando
considerou fu~damental envolver o hospital de Ovar nesta dinâm i-
Sebemos que a nossa tarefa não terminou. Novos desafios se pers-
p ê utica age sobre os sentidos e
Director do serviço de Pediatria do Hospital de Santa
ca de mudança.
pectivam. A relação com o doente e a cultura organizacional não
sobre os sentimentos humanos,
Foi nomeado, então, o Grupo C oordenador de Qualidade que foi
são est áticas. Sabemos, igualmente, que a conso lidação dos resulta-
sobre as percepções e sobre as
sofrendo algumas alterações por variad os m otivos mas que m an te-
dos ob tidos bem como a evolução do caminho da Melhoria Conti-
fan t asias, enfi m, sobre as
ve sempre um nú celo duro, liderad o p ela e nfermeira-directora
nua e da qualidade Total são as próximas etapas, de forma a garantir
cons t ruções morais de cada um.
*Resumo da apresentação do médico João Pedro-Gomes
H elena Padrão que desempenhou ininterruptam ente estas funções e
a sust entab ilidade do processo.
A cultura no Hospital é um valo r global q ue
no 34° Congre55o Mundial dos H ospitais, em Nice,
que constituiu um garante d e "know-how'', estabilidad e e continui-
Sabemos, portanto, que o caminho continua a fazer-se caminh an-
importa hoje promover num amb ienre de paz e de
França, onde deu a conhecer o trabalho realizado no
d ad e d o trabalho .
do. rm Ana Lúcia Castro Vogal-executiva do Hospital Dr. Francisco
interioridade que valorize a pessoa no respeito
Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na especialidade de
Foi dado também especial enfoque a áreas criticas, nom eadamente
Zagalo-Ovar; Administradora Hospitalar
inalienável dos seus direitos e das suas diferenças.
Pediataria.
tação dos Hosp itais ocorreu em 2000, através d e um co ntrato assi-
Maria
reduzir o sofrimento , garantir a sol i da rie da de e c onso li da r a esperança. rm
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