04 Editorial
Neste editorial Pedro Lopes, presidente da APAH, assinala as grandes mudanças na política de Saúde que marcaram 2008, lembrando que, se nem tudo correu, no entanto, "foram muitas e difíceis as vontades expressas, as medidas implementadas e as realizações conseguidas".
12 Entrevista
Camilo Simões Pereira, Ministro da Saúde da Guiné-Bissau, esteve em Portugal para participar na Ili Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, de 29 a 31 de Outubro, a convite da APAH. A GH conversou com o ministro, que revelou as dificuldades e os desafios da Saúde naquele país africano, onde a esperança média de vida é, neste momento, de 46 anos.
24 Destaque
O decréscimo dos encargos do SNS com medicamentos no ambulatório, em 2006 e 2007, resultou da introdução de diversas medidas introduzidas, visando a racionalização e da contenção de gastos na área do medicamento. No entanto, este ano algo mudou. Ocrescimento dos encargos motivou a realização de uma auditoria, destinada a apurar e quantificar a contribuição de cada um dos factores que justificam esta alteração.
26 Hospitais
Um estudo que analisou o desempenho de 22 hospitais universitários ibéricos colocou o Hospital S. João, único hospital português desta rede, entre os melhores. Este resultado surge na sequência de um estudo comparativo realizado por uma auditora independente, a lasist, empresa que integra a Healthcare Knowledge Internacional. O S. João é único hospital português inscrito nesta rede de dados.
33 Política ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
~{°'
Dois hospitais de Lisboa vão sofrer alterações nos conselhos e administração. O engenheiro Nelson Baltazar, ex-secretário e e Estado '
da Saúde, é o novo presidente do Hospital Garcia
e Orta, de Almada. No IPO de Lisboa, o presidente o conselho de administração, Ricardo da Luz, deixa o instituto, também o sector público, já no fim do ano para assumir cargo de director de qualidade do grupo BES Saúde.
BIBLIOTECA
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Sopra uma boa nova,
O Sapatinho da Saúde
Pedro Lopes Presidente da APAH
travessamos uma época festiva
serviços de urgência, a centralização dos
que se caracteriza pela atitude
blocos de partos; e finalmente a sustentabi-
de partilha, harmonia e dádiva
lidade do Serviço Nacional de Saúde.
tão expressiva na "prenda no sa-
A sucessão ministerial fez-se de forma pací-
patinho" com que os mais novos rejubilam.
fica, as mudanças nas Secretarias de Estado
É também neste período que costumamos
processaram-se com normalidade e a ope-
fazer o balanço das nossas realizações e pers-
racionalidade do Ministério retomou a sua
pectivamos o futuro dos nossos projectos.
dinâmica em paz e tranquilidade.
Mas, voltando ao assunto, que prendas te-
O programa de Governo para a área da Saúde
remos no sapatinho da Saúde, sabendo que
continuou a ser cumprido e as medidas nele
nesta área as prendas nunca são muito pro-
consignadas estão rio terreno, com as altera-
missoras, pelo contrário - o que nos costu-
ções que a sensibilidade que caracteriza este
ma caber são surpresas e a maior parte das
novo gabinete ministerial pretende instituir.
vezes negativas.
Exemplos dessas medidas são: a nomea-
A maior surpresa registada em 2008, ainda
ção dos Directores dos Agrupamentos dos
que previsível se considerarmos o ambiente
Centros de Saúde até final do corrente ano;
criado à volta da sua pessoa, foi a saída do
o compromisso, arrojado, para o ano de
Professor Correia de Campos da titularida-
2009, do desenvolvimento do Programa de
de do Ministério da Saúde. As circunstân-
Cirurgia do Ambulatório; o pagamento das
cias _políticas superaram as condições técni-
dívidas a fornecedores colocando os hospi-
cas e a sua substituição efectivou-se.
tais na linha do prazo médio de pagamento
A sua saída, no entanto, não foi inócua e
do circuito comercial.
ficaram muitas prendas no sapatinho da
É verdade que nem tudo correu bem no
Saúde que a ele se devem e das quais des-
corrente ano. De referir, no entanto, que
tacamos: a colocação no terreno do progra-
foram muitas e difíceis as vontades expres-
ma de Cuidados Continuados Integrados; a
sas, as medidas implementados e as realiza-
reforma dos Cuidados de Saúde Primários,
ções conseguidas.
consubstanciada na criação das Unidades
Se a tudo isto juntarmos a vontade desta
de Saúde Familiares e nos Agrupamentos
equipe ministerial e a sua intransigente de-
de Centros da Saúde; as reformas na área
fesa do Serviço Nacional de Saúde só pode-
hospitalar, com o alargamento da empresa-
remos dizer que o sapatinho da saúde, este
rialização dos hospitais, a requalificação dos
ano foi bem preenchido. llll
11
0 programa de Governo para a área da Saúde continuou a ser cumprido e as medidas nele consignadas estão no terreno"
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Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português. Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi. Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio. Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
[1'] LABESFAL
Fresenius Kabi Caring
for
Life
...
Têm entre 20 e 30 anos
Perturbações
Os novos alcoólicos N
os últimos dez anos tem aumentado o
número de jovens, com idades compreendidas entre os 20 e 30 anos, com problemas graves de alcoolismo. A iniciação ao álcool acontece ainda na adolescência, com o consumo de bebidas altamente graduadas. O novo perfil de alcoólico dependente foi traçado durante o segundo dia de trabalhos do IV Congresso Nacional da Psiquiatria, que decorreu no Luso em finais de Novembro. Também o tabagismo constitui um problema de dependência, com incidência forte na puberdade, onde tudo cómeça. O consumo da nicotina nesta fase pode ser um forre indicador de futura psico-patologia. «A dependência ao álcool registou uma mudança de padrão. H á cerca de uma década os alcoólicos dependentes tinham entre 40 e 50 anos. Hoje, estão na casa dos 20/30 anos e o consumo tem como objectivo obter um estado alterado de consciência», afirma C élia Franco,
psiquiatra do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra. Os novos alcoólicos jovens iniciam o consu-
uma vida estruturada e uma personalidade definida, o que provoca graves prejuízos para a sua saúde mental. O álcool altera o funcionamento a nível neurológico e pode resultar em psicoses e comportamentos desadequados, sobretudo a nível familiar e profissional. O consumo do tabaco é responsável pela
tabágico começa, muitas vezes, como um ritual
dios tende a aumentar. Esta é uma das principais conclusões de uma sessão de esclarecimento sobre doenças mentais em que participaram Maria Luísa Figueira, chefe de serviço de Psiquiatria do
morte prematura de 660 mil pessoas, por ano, dentro dos 27 Estados-Membros da União Europeia, representando 15% das mortes. É ainda a principal causa de mortalidade e morbilidade evitável.
de passagem para o mundo dos adultos. Há uma incidência crescente de co-morbilidade psiquiátrica nos adolescentes que fumam. O consumo de cigarro, nesta fase, parece ser um forte indicador de futura psico-patologia».
Hospital Santa Maria; José Manuel Jara, director de serviço de Psiquiatria do Hospital Júlio de Matos, e Delfim Oliveira, doente bipolar e Presidente da Associação de Apoio aos Doentes D epressivos e Bipolares.
Mais uma vez, é também a adolescência quedespoleta a dependência ao tabaco. Segundo Sara Mendes Moreira, psiquiatra do Hospital Geral de Santo António (Porto), «O início do hábito
A especialista alerta para o facto do vício abranger cada vez mais mulheres jovens e
O estigma associado às perturbações m en-
Nova anestesia utilizada em Portugal U
o "anestésico ideal", está a ser utilizado pela primeira vez em Portugal, nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) .
Xénon 100% é um gás raro, presente numa percentagem mínima no ar (0,0000087%), que actua direcram ente sobre os neuro receprores centrais e é expelido naturalmente pelos pulmões. D e veloz eliminação no final da cirurgia, permite um rápido acordar e acelera a recuperação do doente após a intervenção. "Obtivemos em O utubro do ano passado a autorização por parte do INFARMED para
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A
actual crise económica e a consequente pressão financeira nas famílias são factores que favorecem o aumento dos casos de depressões. Em alturas conturbadas, como a que se vive actualmente, o número de suicí-
mo na adolescência, por volta dos 14 anos. Ao contrário dos adultos de meia-idade, não têm
Xénon 100%
m novo método de anestesia, considerado pela comunidade médica como
Depressões aumentam com a crise financeira
introduzir o Xénon 100% no mercado nacional e a reacção da comunidade científica anestesista foi excelente. As anestesias realizadas até ao momento nos HUC foram um sucesso, o que só vem refo rçar as expectativas criadas em torno do método", refere José Ribeiro, Direcror-Geral da Air Liquide M edicinal (ALM). O Xénon 100%, enquanto gás anestésico, é uma inovação da ALM. Esta empresa começou a investir na investigação e desenv,qlvimento da substância em 199?, com a reali?'.a~ão de dois estudos clínicos multicêntricos que·e.1;wolveram mais de 450 d oentes. Ambos comprovaram a
defende uma intervenção preventiva na adolescência. am
eficácia e segurança da anestesia. A Alemanha foi o primeiro país a utilizar o método, em 2007, e os HUC foram pioneiros a nível Ibérico, com crês anestesias realizadas em Novembro deste ano. "O anestésico Xénon representa uma etapa importante na melhoria do serviço prestado aos doentes. É mais seguro e de qualidade superior. Acreditamos que vai permitir actuar sobre casos em que até agora não era possível operar", explica José Martins Nunes, director do serviço de Anestesiologia dos HUC. A nova anestesia é cem por cento natural, não poss uindo qualquer tipo de químicos. Este facto, aliado à eficácia demonstrada ao nível dos neuroreceptores, permite ser utilizada em casos clínicos específicos que não toleram a anestesia tradicional. Além desta versatilidade do ponto de vista terapêutico, Xénon 100% tem benefícios do ponto de vista ambiental: não agride a camada de ozono, nem contribui para o efeito de estufa. am
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tais, a importância do tratamento adequado e o contínuo apoio psico-educacional da sociedade foram algumas das questões abordadas no encontro. "As doenças mentais são, de longe, a causa mais frequente para o suicídio, sendo o stress associado à crise económica um facror motivante de depressão. Por isso, em alturas instáveis como a que vivemos acrualmente, o número de suicídios tem propensão a aumentar. É importante as pessoas procurarem apoio especializado quando começam a sentir os primeiros sinais de doença mental, nomeadamente depressão, que é a patologia com taxa de crescimento mais elevada nos dias de hoj e", explica Maria Luísa Figueira. José Manuel Jara considera que o número de casos de doenças m entais está a aumentar nas camadas mais jovens e a principal causa é o consumo de estupefacientes: "Actualmente, assistimos a um crescimento absurdo dos casos de perturbações m entais, na faixa etária 15-3 0 anos , e os nossos dados indicam que uma das principais razões é o consumo de estupefacientes. É importante estar alerta e acompanhar estas situações" . O especialista considera, ainda, que a m edicação no processo de reabilitação representa um factor-chave: "É fundamental que se comece a tratar este tipo de patologias logo de início. Muitos dos efeitos destas doenças são reversíveis com m edicação apropriada" . Em Portugal, estima-se que 100 mil pessoas sofre m de esquizofrenia e 200 mil de distúrbio bipolar. Segundo os especialistas, uma em cada cinco pessoas pode vir a sofrer de do ença m ental. A depressão é a patologia m ais frequente entre mulheres, afectando cerca de 10% a 25%, o dobro comparativam ente aos homens. Sinais como alterações de sono, falta de apetite, ansiedade excessiva ou oslcilações de humo r podem indicar perturbações m entais. am
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Aconselhamento telefónico
Livros
Europacolon dá apoio psicológico a doentes com cancro do intestino
Manual de referência para tratar crianças
A
partir de agora, os doentes e familiares de doentes com Cancro Colo-Rectal podem ligar para a Linha de Apoio da Europacol.on e receber acompanhamento psicológico. As consultas presenciais são gratuitas.
«Com este novo serviço, de acompanhamento psicológico, pretendemos ajudar os doentes e também os seus cuidadores e familiares durante todas as fases da doença. Queremos melhorar o apoio psico-emocional através da Linha de Apoio e, para tal, a partir de agora contamos com o contributo de um psicólogo», explica Vítor Neves, presidente da Europacolon, associação de lura contra o cancro do intestino. Vítor Neves fala da importância de ouvir os doentes e ajudá-los a ultrapassar as suas dúvidas: <<Ao
U
ma edição portuguesa que reúne todas as áreas da clínica pediátrica foi lançada em livro e CD-ROM, n uma perspectiva abrangente
e actual da observação e do rr:itamen to de crianças. Patrocinado por Abbott Laboratórios, o «Tratado de Clínica Pediátrica» é co-
ser confrontado com um cancro no intestino, é normal senúr medo e angústia. Estes sentimentos podem surgir em qualquer das etapas de desenvolvimento da doença, do tratamento ou mesmo depois desce terminar». Enquanto Associação, acrescenta "pretendemos ajudar o doente a perce-
ordenado por João Videira Amaral q ue, com esta obra, dá um novo contributo para a melhoria da prática da Pediatria em Portugal. João Videira Amaral, coordenador-editor da obra, é médico-pediatra e professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade N ova de Lisboa. Cerca de 180 especialistas participaram nesta publicação, em que os temas tratados conferem especial ênfase aos problem as clínicos mais frequentes na criança e no adolescente, seja no âmbito ambulatório, ou na prática clínica hospitalar.
ber quais as repercussões da doença no seu dia-a-dia, no seu ambiente familiar e o que poderá fazer para se ajudar a si próprio» diz o presidente. André Louro é o psicólogo que vai fazer o aconselhamento telefónico e também as consultas presenciais, gratuitas. A marcação das consultas deve ser feita com Helena Soares, das 9h às 13h e das 14h às 20h para o número 22 540 04 41. (Linha de Apoio com atendimento
Os principais destinatários são estudantes de Medicina e de áreas relacionadas com as Ciências da Saúde, internos de Clínica Geral e de Pediatria, médicos de família, pediatras gerais, assim como profissionais de saúde interessados na área da Medicina da Criança e do Adolescente. «Com esta publicação pretende-se que, cada vez mais, não só pediatras como também clínicos gerais, estejam capacitados para observar e tratar crianças, bem como dar apoio na área clínica e aos pais. Não existe em Portugal uma obra de cariz prático tão abrangente em Pediatria», refere João Videira Amaral. O primeiro volume estará disponível nos serviços de Pediatria dos hospitais, nas bibliotecas e faculdades de Medicina, assim como nas Unidades de Saúde Familiar. O segundo e terceiro volumes serão publicados até Maio de 2009. No total, a obra compreende 32 partes, 374 capítulos e cerca de 2600 páginas. am
psicológico - 808 200 199) am
"Liberdade de movimentos" APIFARMA
Medidas de combate à contrafacção
A
APIFARMA considera positivas as medi-
das apresentadas pela Comissão Europeia no pacote legislativo para o secror farmacêutico aprovado, visando a procecção dos cidadãos europeus e da saúde pública, através do reforço do sistema europeu de farmacovigilância, do combate à contrafacção e da informação aos doentes.
A contrafacção de medicamentos é uma realidade que está a crescer, constituindo uma clara ameaça à Saúde Pública dos cidadãos da UE. Como cal, são fundamentais medidas que protejam toda a cadeia de distribuição da entrada de medicamentos falsificados, designadamente a adopção de mecanismos de segurança que permitam garantir a identificação, autenticação e rastreabilidade das embalagens em rodo o seu percurso, desde o fabricante ao doente. Muito embora a Comissão Europeia pudesse ter ido mais longe nas medidas apresentadas,
8
a APIFARMA considera relevante a criação de um sistema europeu de codificação das embalagens, assim como a introdução de selos que permitam identificar que a embalagem de cada medicamento se encontra inviolada, fazendo com que o doente tenha a garantia de que lhe é dispensada uma embalagem original. Com estas medidas, a Comissão limita a possibilidade de reembalagem a casos específicos, apontando-a como uma das principais causas para a contrafacção dos medicamentos. D e acordo com João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA «o combate à contrafacção tem sido uma prioridade da Indústria Farmacêutica e da APIFARMA. Estima-se que este drama represente entre 5 a 10% do comércio global, pelo que para o combater é fundamental uma maior cooperação entre todos os operadores que integram o circuito do m edicamento. As propos tas agora apre-
sentadas vêm confirmar aquilo que temos vindo a defender, designadamente a im-
Objectos mudam a vida de
portância de garantir a inviolabilidade das embalagens» ".
doentes com artrite reumatóide
Mantendo a proibição de publicidade directa ao consumidor para medicamentos sujeitos a receita médica, "situação que apoiamos, a Comissão Europeia vem propor regras comuns para o acesso dos cidadãos europeus a mais e melhor informação sobre medicamentos, na língua de cada país e de forma mais equitativà', acrescentou.
A
Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR), o Centro Português de Design (CPD) e a Rache dão a conhecer os 2 projectos inovadores que venceram o concurso "Liberdade de Movimentos". Esta iniciativa pioneira premeia os estudantes portugueses que desenvolveram os mais originais objectos para facilitar o dia-a-dia dos doentes com artrite reumatóide. O trabalho seleccionado pelo júri será pre-
A Comissão apresenta ainda linhas estratégicas, nomeadamente nas áreas de investigação e acessibilidade ao medicamento, para o fu turo da Indústria Farmacêutica, um sector estratégi-
miado no valor de 2.500 euros e o trabalho escolhido pelo público, em votação online em
co no contexto europeu, empregando mais de 634.000 pessoas e representando mais de 17% do investimento total efectuado n a Europa em Investigação e D esenvolvimento. Segundo a Comissão, este investimento em inovação permitiu que os doentes beneficiassem hoje de tratamentos considerados inimagin áveis há
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www.liberdadedemovimentos.com, receberá a quantia de 1.500 euros. Os prémios foram entregues pelo direcro r-geral da Rache, António Alberto Rodrigues, juntamente com os membros do júri: Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR; Beatriz Vidal, vice-presidente do Centro Português de Design; Miguel Sanches, director Médico da Rache, e Renato Bispo, designer convidado. «Imagine não conseguir estender uma peça de roupa, pegar num garfo, abrir uma garrafa de água ou não ser capaz de transportar os sacos das compras. Estas situações são mui to comuns entre os doentes com artrite reumatóide mas existem objectos que as podem tornar menos dolorosas», comenta Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR, que lembra ainda que «a artrite reumatóide é uma doença que já afecta 40 mil pessoas no nosso país». am
9
Descoberta
Descoberta
Cientistas britânicos desenvolvem "osso injetável"
Ligação entre diabetes e relógio biológico
e
ientistas da Universidade de Nottingham,
ros tradicionais está no processo de en n-
na Grã-Bretanha, desenvolveram um material que pode ser injectado em ossos fracmrados para ajudar na sua recuperação. A substância tem a textura de um creme e forma uma espécie de "molde" biodegradável, ao redor do qual o
com pacientes na Grã-Bretanha. De acordo com os cientistas, a vantagem da
jecimento. O preenchimento convencional aquece enquanto endurece, destruindo as células próximas, o que impede a sua utilização em algumas partes do corpo. "Acreditamos que podemos apenas inserir uma agulha, levá-la ao ponto certo e injectar o polímero, que então vai preencher a área fracturada e endurecer em poucos minutos. Como este não aquece, as células ósseas ao redor sobrevivem e conseguem recompor o tecido", explicou Kevi n Shakesheff, líder da
nova técnica em relação aos preenchimen-
equipa de investigação. mo
tecido ósseo cresce e se recompõe. Segundo os investigadores, a nova técnica pode substituir, em muitos casos, os dolorosos enxertos ósseos. Os primeiros testes devem iniciar-se em breve,
Cérebro
A
Alimentação
Fast-food eleva risco de Alzheimer e E meses uma dieta rica em gordura, açúcar e colesterol - representando o valor nutricional do tipo 'Jast food" - o desenvolvimento de alterações no cérebro associadas aos estágios preliminares da doença de Alzheimer. "Ao examinar os cérebros destes ratos, descobrimos uma mudança química que não é diferente da encontrada no cérebro de pacientes com Alzheimer", afirmou Susanne Akterin, do Centro de Pesquisa da Doença de Alzheimer, do Instituto Karolinska, em Estocolmo. Os testes mostram que os alimentos alteraram a formação de uma proteína chamada Tau, que forma nódulos no cérebro de pacientes com Alzheimer, que impedem o funcionamento normal das células, causando a sua morte. Akterin e a sua equipa notaram ainda que o colesterol em alimentos re-
IO
duziu os níveis de outra substância no cérebro, denominada Are, uma proteína ligada ao armazenamento de memórias. "Suspeitamos que um alto consumo de gordura e colesterol, em combinação com fatores genéticos (...) podem afectar de maneira adversa várias substâncias no cérebro, um factor que contribui para o desenvolvimento da Alzheimer", afirmou Akterin. A investigadora afirmou ainda que "os resulta-
dos dão alguma indicação de como a doença de Alzheimer pode ser prevenida, mas são necessárias mais pesquisas neste campo antes que se possa fazer um aconselhamento apropriado ao público". mD
betes está ligada, por sua vez, à produção de insulina. A insulina é a hormona responsável
- o famoso relógio biológico - surgiu de um estudo do genoma humano, publicado na revista Nature Genetics. A investigação envolve cientis-
pela entrada de glicose nas células do corpo. O ritmo da produção e libertação da insulina segue padrões associados ao relógio biológico. A alteração do funcionamento dos níveis de
tas de diversos centros europeus, canadenses e norte-americanos e busca evidência que associe
aumentados de açúcar no sangue e mais 20 por cento de probabilidades para desenvolver
bre as bases genéticas da diabetes. Para chegar à descoberta m ais recente, foi necessário o
diabetes tipo 2. Esta mutação acontece pró-
estudo comparativo do genoma em que participaram mais de 2 mil cidadãos franceses
biológico. Segundo os cientistas, a relação entre problemas no relógio biológico e a dia-
ientistas ingleses realizaram uma extensa revisão da literatura médica
quanto aos benefícios da redução do sal sobre as doenças cardiovasculares e descobriram que, se a quantidade de sal da dieta diária diminuísse apenas um grama, 52 mil mortes por ano seriam evitadas no Reino Unido.
A pesquisa dos cientistas do Hospital Sr. George, em Londres, encontra-se numa campanha idealizada por Organizações Não Governamentais (ONG) britânicas, que visa convencer a indústria alimentar a diminuir a quantidade de sal nos produtos industrializados. A quantidade diária ideal de sal está definida em seis gramas. Segundo a m esma pesquis·a , no Reino Unido, o consumo médio diário, ronda as 11 a 12 gramas. A conclusão dos especialistas britânicos demonstra como uma pequena mudança nos hábitos diários pode ter repercussões no impacto social das doenças cardiovasculares.
alterações genéticas a doenças. Os investigadores determinaram que os portadores de uma determinada mutação tinham um risco elevado de apresentar níveis
melatonina e dos padrões de sono causados pela alteração biológica impedirá o corpo de ajustar os níveis de açúcar no sangue. O mesmo grupo de cientistas já havia feito, em 2007 e no início deste ano, descobertas so-
xima de um gene ligado ao controle da melatonina, hormona que controla o nosso relógio
Menos sal salva vidas
studo sueco observou em ratos de laboratório, que receberam durante nove
descoberta de que pode haver uma relação entre a diabetes e o relógio circadiano
ma
•
não-diabéticos Os resultados puderam ser confirmados com a comparação genética de 16 mil europeus de diversos países. am
Cancro
Identificada proteína responsável pela disseminação N um importante estudo publicado n a Developmental Cell, cientistas do Albert Einstein College of M edicine, da Universidade Yeshiva, juntam ente com colaboradores do !nstitute of Technology de Massachusetts, declaram ter identificado a potencial proteína responsável pela disseminação do cancro da mama. O cancro m etastático ocorre quando as
diagnóstico, seis em cada dez doentes com can cro da m ama tem o cancro ainda no
seu local original. Esta descoberta traz uma nova luz sobre o processo de disseminação da doença, com potencial para melhorar as opções de tratamento, através da identificação desta proteína, como mais promissor marcador do cancro da mama.
am
células cancerígenas se espalham a partir do tumor original para outras zonas do organismo, através da corrente sanguínea. A maioria das mortes deve-se a este fenóm eno. Travar este processo, evitando a proliferação das metástases, é a principal m eta dos tratamentos oncológicos. Após o
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Ministro da Saúde da Guiné-Bissau à GH:
"Gostava de conseguir baixar a taxa de mortalidade materno-infantil" Camilo Simões Pereira, Min istro da Saúde da Guiné-Bissau, esteve em Portugal para participar na Ili Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, de 29 a 31 de Outubro, a convite da APAH. A GH conversou com o ministro, que revelou as dificuldades e os desafios da Saúde naquele país africano, onde a esperança média de vida é, neste momento, de 46 anos. A conversa da GH com Camilo Simões Pereira ultrapassou a questão da Saúde. Falámos de tudo. Principalmente sobre a realidade de um país onda ainda não se conseguem assegurar os cuidados mínimos e básicos de saúde à população e onde a Educação é a chave para mudar tudo o resto.16 Gestão Hospitalar - Há quanto tempo ocupa o cargo de Ministro da Saúde? Camilo Simões Pereira - Sou ministro há cerca de dois meses e duas semanas. Faço parte do sistema há mais de 20 anos. Sou médico, cirurgião. Comecei a minha carreira n o Hospital Nacional Simão Mendes, em 1986. Posteriormente assumi a Direcção do Serviço de Cirurgia do hospital. Mais tarde tornei-me director do Hospital Nacional Simão Mendes. Depois, e paralelamente à minha actividade como cirurgião, fui durante sete anos director da Escola Nacional de Saúde, onde permaneci até à minha nomeação para ministro. GH - Tem uma vasta experiência, não só da prática clínica como t ambém ao níve l da adm inistração. Como se sente na pele de ministro da Saúde? CSP - Antes de mais é um desafio. Ser ministro da Saúde nas condições difíceis que enfrentamos é, acima de tudo, um grande desafio. Todos os
>>>"Temos de investir nos recursos humanos, quer em qualidade quer em quantidade; em unidades prestadoras de serviços e, ainda, convencer a população a procurar os serviços em tempo útil, o que significa investir na acessibilidade".
dias temos problemas para resolver e nem sempre temos as respostas necessárias. As carências
clonado. Este plano é, portanto, o segundo e está praticamente finalizado. Acredito que, em breve,
são imensas e praticamente a todos os níveis. A verdade é que dependemos, em grande parte,
será possível avançar a fase de implementação. Os nossos indicadores mais desfavoráveis são a
das ajudas externas.
taxa de mortalidade materno-infantil (como já
GH - Que diagnóstico faz da Saúde na Guiné-Bissau neste momento, agora como Ministro ... CSP - Sempre estive dentro do sistema, em particular do Ministério da Saúde e, portanto, conheço a realidade a diferentes níveis. O sistema de saúde guineense tem imensos problemas, muitos deles graves. Existem prioridades que temos de resolver, como baixar a elevadíssima taxa de mortalidade materno-infantil. Para isso temos de investir nos recursos humanos, quer em qualidade quer em quantidade; em unidades prestadoras de serviços e, acima de tudo, convencer a população a procurar os serviços em tempo útil, o que significa investir na acessibilidade. GH - O que está a ser feito para melhorar a acessibilidade? CSP - N este momento temos um Plano Nacional de Planeamento Sanitário. Não é o primeiro documento desta natureza que elaborámos mas o anterior, devido aos conflitos no pais, foi aban-
disse), a infecção por HN/Sida e outras doenças infecciosas - como o paludismo ou o sarampo. Esta última poderá ser mais facilmente ultrapassada desde que consigamos vacinar a população.
GH - Existe um plano de vacinação? CSP - Sim, temos um plano de vacinação e nos últimos tempos demos conta de uma maior adesão por parte dos populares. Os nossos técnicos têm ido ao encontro da população, nas suas casas. Com as novas vacinas, através das quais se reduz o número de tomas, pensamos que os resultados vão certamente melhorar. Tínhamos crianças que faziam a primeira dose mas falhavam as seguintes. Com as novas vacinas, resolve-se este problema e acredito que vamos conseguir reduzir essa deficiência. Quanto ao HN/ Sida, a prevalência tem vindo a subir. Os valores estatísticos dizem-nos que temos entre os 6, 8 e os 7 % da população infectada. GH - É muito gente ... CSP - É muita gente, sobretudo numa população de 1 milhão e 300 mil habitantes. É ainda
13
GH - A população tem capacidade para pagar os cuidados de saúde privados?
GH - A população contribui para a Segurança Social?
CSP - O paradoxo é que, de facto, as pessoas
CSP - Os funcionários públicos sim, mas esse
pagam. Apesar de sabermos que a nossa popu-
dinheiro não é encaminhado para a saúde. Te-
De acordo com o documento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA),
lação é pobre, as pessoas arranjam sempre uma
mos de encontrar uma forma de canalizar os
intitulado "Situação da população mundial 2008", na Guiné-Bissau, em cada mil
forma de pagar. Depois, há pessoas que têm se-
recursos da Segurança Social e das seguradoras.
crianças morrem 112 no primeiro ano de vida. Entre os países lusófonos, só Angola
guros de saúde e preferem o serviço privado a
Perde-se muito dinheiro que deveria reverter
supera este número, com 131 mortes por cada mil. Em contrapartida, Angola reduziu
sujeitarem-se às longas esperas no público.
para o sector público e que iria melhorar muito
Números de morte de 1.700 para 1.400 mortes relacionadas com a maternidade e o parto, enquanto a Guiné-Bissau manteve a taxa de mortalidade materna nos 1.100 óbitos.
a prestação de cuidados de saúde. Paralelamen-
GH - Isso não é um sinal da fraca capacidade do serviço público face ao privado?
isto é, uma taxa moderadora paga pelos utiliza-
CSP - Não encaramos a questão dessa forma.
dores do serviço e que reverte a favor da instituição de saúde.
mais grave tendo em conta que a prevalência
Para além dos hospitais, é esta a diferenciação
Vemos o serviço privado como complementar
não tem parado de subir.
que fazemos das unidades. Também aqui temos
ao público. Neste momento é necessário que as-
Começámos a fazer o tratamento das mulheres
carências na assistência médica.
sim seja. Se todas as pessoas recorressem ao servi-
grávidas, para reduzir a taxa de transmissão mãe-
te, temos uma política de recuperação de custos,
ço público não conseguiríamos dar resposta. In-
GH - Serve assumidamente para financiar o serviço?
-filho e, nos adultos, temos vindo a introduzir
GH - E de outros profissionais de saúde?
clusivamente, os profissionais que estão a exercer
CSP - Sim. Não é muito, m as é alguma coisa.
o tratamento antiretroviral. Mas temos um pro-
CSP - Temos muita falta de técnicos de radiolo-
no público também trabalham no privado. São
Depois, temos aquilo a que chamamos a iniciati-
blema: o risco de ruptura de stock.
gia. Nos laboratórios, os recursos são razoáveis,
sectores complementares. Para os profissionais
va de Barmaco, que é uma forma de co-financia-
comparativamente com tudo o resto. Em Of-
de saúde, não é possível viver apenas do salário
mento e co-gestão com a população, a nível regio-
talmologia também há uma enorme carência.
que o serviço público paga.
nal. A população organiza-se quanto à cobrança e
GH - Quem é que vos apoia no fornecimento desses fármacos?
A verdade é que temos centros de formação e
CSP - O Brasil tem-nos fornecido, gratuitamen-
de ensino, mas o êxodo é grande. O abando é
GH - Como é financiada a Saúde?
te, a terapêutica antiretroviral, mas queremos fa-
muito grande. Continuamos a fazer formação e,
CSP - É difícil, mas existem alguns aspectos a
zer mais e, por isso, estamos a criar uma fundo
através do Plano Nacional de Desenvolvimento
considerar quanto ao financiamento do sector
nacional para aquisição destes medicamentos,
de Recursos Humanos, projectamos as nossas
público. Existe o Orçamento Geral do Esta-
que - como todos sabem - são caríssimos.
necessidades a longo prazo. Neste sentido, a
do (OGE), mas é fictício - está no papel, mas
GH - É uma espécie de sociedade entre o hospital e a população de uma determinada região ...
Escola Nacional de Saúde tem dado esse apoio,
o plano de execução é muito baixo. Depois, e
CSP - Sim. Todos contribuem para o fundo e todos participam da gestão desse mesmo fundo.
à gestão de fundos, em conjunto com a adminis-
GH - Quantos médicos existem na Guiné-Bissau? Com que quadros conta?
além de termos, também, profissionais que se
nestes primeiros tempos, temos ido buscar fi-
estão a formar no exterior, com bolsas que nos
nanciamentos paralelos para complementar o
CSP - Temos já um leque importante de profis-
são concedidas. O problema é que nem todos
orçamento necessário (básico). Temos tentado
sionais guineenses, mas, infelizmente, a maioria
regressam.
conseguir captar algum financiamento através
está concentrado em Bissau. Também ·temos
tração dos hospitais regionais ou sectoriais.
das seguradoras e do Instituto da Segurança So-
GH - Como está a Guiné ao nível de equipamentos, sejam intra-estruturas, sejam dispositivos e aparelhos clínicos?
médicos cubanos, chineses e um grupo de mé-
GH - Não é atractivo trabalhar a Guiné?
cial. Há que criar uma ligação entre as segurado-
CSP - Temos falta. Neste momento estamos
dicos espanhóis.
CSP - Tem tudo que ver com os salários. Os
ras, o Instituto e o Ministério da Saúde.
numa fase de reestruturação de alguns hospitais.
médicos, na Guiné, ganham muito mal ...
Temos hospitais em fase de reconstrução ou
GH - Mas têm falta de médicos, ou não?
ampliação. Posteriormente serão equipados. Va-
CSP - Temos sim, sobretudo em algumas es-
GH- Quanto?
pecialidades. Nos hospitais regionais temos
CSP - Um médico ganha, em média, 200 euros
algumas carências. Gostaríamos que todos os
por mês. As pessoas procuram completar os seus
hospitais regionais tivessem, pelo menos, espe-
rendimentos, trabalhando também no serviço
cialistas em Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria
privado.
e Cirurgia.
GH - Como estão os centros de saúde?
GH - Se um médico ganha tão pouco, o resto da população vive com muito menos ainda ...
CSP - Temos três tipos de centros de saúde.
CSP - Sim, é uma realidade. Mas temos de
No primeiro só fazemos consultas externas; no
acreditar no futuro. Eu acredito que depois das
segundo, além das consultas também fazemos
eleições a situação vai melhorar, com o aumento
tratamentos e, finalmente, o terceiro tipo onde
dos salários para todos os prestadores do Serviço
se faz também alguma intervenção cirúrgica.
Público.
"A prevalência do HIV/Sida, tem vindo a subir. Temos entre os 6, 8 e os 7 % da população infectada".
mos melhorá-los, isto porque há que diminuir as evacuações dos hospitais regionais para os hospitais centrais. Queremos criar uma resposta adequada, que não sobrecarregue os hospitais centrais. Os hospitais regionais têm sido espaços de trânsito, onde os pacientes são monitorizados e, depois, enviados para os hospitais centrais.
GH - Quem têm sido os países amigos da Guiné? CSP - Temos um hospital que está a ser construído pelos chineses. O Brasil tem oferecido a terapêutica antiretroviral. Portugal também tem
camponeses. Vivem da agricultura e da pecuária.
ção. As m ulheres grávidas têm de ser acompa-
como qualquer outra doença, como a gripe ou o
Não há mais nada. Em Bissau, temos o comér-
nhadas, depois as crianças têm de ser vacinadas
paludismo. Por mais que lhes expliquemos não
cio informal. Temos uma taxa muito elevada de
e ainda é muito difícil fazer tudo isto. Temos de
têm noção do risco.
analfabetismo. E, a Educação e a Saúde são duas
investir seriamente na área da Educação. O povo ainda não entende. ..
na evacuação de doentes. Temos evacuado mui-
GH - Neste cenário, de inúmeras dificultares, quais são aquelas que mais o preocupam? Se tivesse os meios e os fundos necessários por onde começava?
tos doentes, principalmente com problemas re-
CSP - Investia na capacitação e formação dos
áreas que têm de andar de mãos dadas. Por mais
nais e cardiovasculares. Depois temos Cuba, q ue
recursos h umanos. Paralelamente, investia nas
que invistamos em formação e infraestruturas na
é um parceiro tradicional principalmente no q ue
infraestruturas e equipamentos hospitalares. A
Saúde, enquanto a instrução da nossa população
se refere à formação. Existem muito professores
partir daí, acredito, conseguiríamos ter uma res-
cubanos a leccionar na Guiné. Embora haja cola-
posta adequada.
ajudado: está a apoiar na reconstrução de um hospital e no abastecimento de outro. Por outro lado, Portugal tem sido uma ajuda muito importante
boração na prestação de serviços, a principal ajuda
GH - Qual é a faixa et ária mais afectada ? CSP - Os jovens, entre os 15 e os 20 anos -
for baixa, dificilmente as pessoas vão perceber o
GH- A população está consciente do que é a Sida? Existe muito preconceito?
aconselhamentos temos zonas muim afectadas.
que pretendemos delas, ao nível da Saúde. Por
CSP- Temos duas realidades: as pessoas que sa-
Q uanto à prevenção e uso do preservativo, exis-
exemplo, queremos aumentar o número de par-
bem alguma coisa sobre a doença, e que rejeitam
tem zonas onde a religião tem uma influência
desde o início da actividade sexual. Apesar dos
de Cuba é na formação. Paralelamente, existem
GH- Existem metas para a forma ção?
tos assistidos mas para conseguir isto temos que
os familiares infectados; aqueles que desconhe-
muito grande; onde é muito difícil conseguir
uma série de Organizações Não Governamentais
CSP - Está projectada a necessidade de profis-
aumentar o nível de conhecimento da popula-
çam a doença, por completo, ou a entendem
modificar comportamentos.
(ONG) que nos apoiam.
sionais para os próximos quatro anos. Estamos a preparar a formação de especialistas no esrran-
GH - E qual a origem dos prestadores privados? São investidores estrangeiros?
geiro, em Cuba.
CSP - Não. Os privados, na sua maioria, são
GH- E em Portugal?
guineenses mas, aos poucos, temos vindo a as-
CSP - Já enviámos. Houve uma época em que
s1snr a um crescente invesúmemo estrangeiro.
tivemos muitos médicos a fazer formação em
Temos investidores a chegar do Senegal, do Lí-
Portugal. Não voltaram. Temos mais médicos
bano, da Índia, da China, de Israel. ..
formados fora do que os que estão a trabalhar no país. Acredito que só melhorando a parte salarial
GH - Estão claramente abertos ao investimento estrangeiro?
ma não acredito que voltem. Temos muita gente
CSP - Estamos, mas de alguma forma vamos ter
formada e bem formada, só que as condições para
de coordenar a situação para que não percamos
regressar à Guiné-Bissau não são atraentes.
podemos recuperar esses profissionais, doutra for-
o controlo da situação e para que o crescimento deste sector não seja desorganizado. Uma das farmacêutico. Há uma proliferação de farmácias
GH - Quando pensa que vai ser possível ult rapassar esta sit uação e melhorar os salários dos profissionais?
e não sabemos qual a sua proveniência .. .
CSP - Depois das eleições (16 de Novembro
áreas que nos preocupa imenso é a do exercício
passado), se o Partido Africano pela Indepen-
GH - Não existe um instit uto do medicamento?
ganhar as eleições, haverá uma melhoria dos
CSP - Não. Acabámos de aprovar em Conselho
salários. A partir daí, terá de haver um reajuste.
de Ministros um decreto regulador do exercício
Temos de conseguir reter os nossos quadros.
dência de Guiné-Bissau, ao qual eu pertenço,
das farmácias, porque é uma área muito sensível. GH - Com um risco sério da comercia lização de medicamentos contrafeitos ...
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GH- Quais são as principais font es de riqueza da Guiné? CSP - Temos a indústria madeireira e a pesca.
CSP - Esse é um dos problemas. Sem controlo,
Temos uma agricultura de subsistência. Na épo-
corremos esse nsco.
ca colonial, a Guiné exportava arroz, agora importamos. Se conseguíssemos recuperar alguma capacidade já seria bom, pelo menos para não
GH - Na Guiné existe formação em Farmácia? Têm fa rmacêuticos?
precisar importar. Temos indicadores de que
CSP - Existe formação, mas temos poucos
existe fosfato e, dentro de alguns anos, começa-
profissionais. Temos técnicos de farmácia, mas
remos a explorar este recurso.
existem wnas onde é muito diRcil fazer a coordenação destas farmácias. Temos de formar mais
GH - Como vive a população?
técnicos, porque não temos os suficientes.
CSP - A maioria da nossa população é rural, são
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Ainda temos outro problema para resolver e que tem de ver com a mentalidade e a cultura: a mutilação gen ital feminina. Ainda existe um grupo da população que mantém esta prática.
GH - A mentalidade é um dos obstáculos mais difíceis de ultrapassar... CSP - Veja, por exemplo, o problema da cólera. É uma doença que tem que ver com princípios
"Temos investidores a chegar do Senegal, do Líbano, da Índia, da China, de Israel"
básicos de higiene. Lavar as mãos e manter a casa
é possível acorrer a rodo o lado. Basta haver dez
limpa são medidas simples de prevenção. No entanto, as pessoas não entendem. A tradição é muito forte. Existem rituais onde se concentram
doentes - dez. doentes significam mais de 100
grande número de pessoas para comer, beber e dançar. Sem higiene, estes acontecimen tos depressa se transformam em focos de propagação da doença.
GH - Mas, antes de mais, seria necessário assegurar o saneamento básico à população ... água canalizada e esgotos são infra-estruturas que, por si só, melhoram as condições de saúde ... CSP - Sim , acredito que depois de estarem garantidas as condições básicas, será mais fácil educar a população. É verdade que a cólera, sendo uma doença, é um problema do Ministério da Saúde, mas é também um problema de sanea-
casas para desinfectar. É muito difícil.
GH - É um desafio sobrevier na Guiné-Bissau. Qual é que vossa esperança média de vida? CSP - Estava nos 41 anos. Agora estamos próximos dos 46 anos. Se as pessoas cumprissem os planos de vacinação, se procurassem atempadamente os serviços de saúde . . .
GH - Mas é possível assegurar esses cuidados mínimos? CSP - N ão, ainda não. Para vacinar temos condições, mas as mães não levam as crianças. A coberrura deixa m uito a desejar. Se tivéssemos uma boa coberrura na vacinação e de planeamento familiar, acredito que poderíamos melhorar os nossos resultados.
mento que tem de ser resolvido.Neste momento estamos a passar por uma grave epidemia de cólera. Quando esta crise tiver passado, vamos ter de nos sentar, com os outros intervenientes, e
GH - Acredita que poderá muda r a Saúde da Guiné -Bissau? CSP - &tau optimista. Temos cada vez mais
mostrar-lhes que não podemos esperar pela próxima epidemia. Temos de investir em saneamen-
crianças na escola. Antes pensávamos que a mu-
to básico rapidamente. Para combater a cólera é preciso um plano interrninisterial.
dos adultos. Não é verdade. São as crianças que influenciam os adultos. São elas que levam para casa
dança passava por influenciar o comportamento
a informação e quem gera a mudança de hábitos.
GH - Qual a dimensão da actual epidemia de cólera? CSP - Foi declarada em Maio. Desde então até agora (início de Novembro), há cerca de 12 mil pessoas afectadas.
GH - Como actuam numa situação destas? CSP - Sempre que é detectada uma situação
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GH - O que é que lhe ti ra o sono? O que gostaria de deixar feito enquanto mi nist ro da Saúde? CSP - Neste momento? Neste momento é a cólera que não me deixa dormir. Gostaria que a cólera desaparecesse de uma vez por
suspeita, normalmente diarreia, há uma equipa que vai à casa do doente onde é feita a desinfec-
todas. Depois, gostaria de poder dizer que consegui baixar a taxa de mortalidade materno-infantil. am Edite Espadi nha
ção da habitação e das dez. habitações em redor, de modo a quebrar a cadeia de transmissão. O
>>>"A faixa etária mais afectada pela Sida é entre os
problema é que numa situação de epidemia não
15 e os 20 anos - desde o início da actividade sexual"
Testemunhos
Médicos guineenses apela m à comunidade internacional
Francisco Aleluia Lopes júnior, Cirurgião e Director dos Serviços Hospitalares do Ministério da Saúde ~'Este
encontro, através das ex-
posições e debates a que assistimos, é para nós uma oportunidade de desenvolvermos novas noções de como fazer face aos desafios da gestão hospitalar. A questão do financiamento é uma das mais importantes e daquelas que, do meu ponto de vista, é mais relevante. Este encontro permitiu-nos enriquecer a nossa visão. Temos de encontrar formas de fazer face aos nossos problemas de financiamento, tendo em conta o baixo orçamento de que dispomos do Ministério da Saúde.
sigamos cumprir o que está planeado. Os próximos quatro anos podem ser de mudança mas, para isso, tem de haver financiamento. Só depois, e havendo um espírito de empenho e dedicação ao país, é possível consolidar a mudança. Nós, os que ficámos e trabalhamos na Guiné-Bissau, vivemos em condições miseráveis. Para sobrevivermos, condignamente, temos de trabalhar também no sistema privado. Só assim podemos continuar a prestar cuidados aos mais carenciados. A mudança não se faz apenas com políticas e políticos, faz-se com a sociedade civil. Quem determina o futuro é a sociedade civil. Hoje estamos em condições de avaliar e exigir a mudança. É preciso acreditar no projecto de recuperação do país, o qual precisa de todos os que estão espalhados pelo mundo. É hora de dar as mãos. Se não soubermos salvar o nosso país, ficaremos envergonhados de nós próprios.
"Só havendo um espírito de empenho e dedicação ao país poderemos consolidar a mudança" >>>Agostinho Pedro Semedo e Francisco Aleluia Lopes Júnior, médicos e representantes de instituições de saúde na Guiné Bissau, revelam as difíceis condições de
Temos profissionais formados, dispersos por todos os países da CPLP, mas que, dadas as condições laborais e salariais na Guiné-Bissau, não voltam. Têm capacidade reconhecida
trabalho que enfrentam no país
s
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em recursos, sem me10s e sem condições os médicos guineenses deba-
da Guiné-Bissau partilharem as suas dificuldades e apelarem à aj uda internacional.
por adquiridos nos países desenvolvidos. Na Guiné-Bissau faltam os mais elementares
e poderiam contribuir de forma decisiva para a melhoria do sistema de saúde do nosso país. Estão maioritariamente
tem-se para sobreviver e continuar a dar assistência à população A III Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, constituiu uma importante oportunidade para os responsáveis de d iversas instituições de Saúde
Os relatos destes profissionais surpreenderam, comoveram e motivaram a assistência, lembrado uma realidade longínqua, mas perturbante do ponto de vista humanitário e que choca com os padrões de acessibi lidade e capacidade que tomamos
meios para a prestação adequada de cuidados de saúde. Num país marcado pela instabilidade e pela pobreza, doenças como a cólera ou o VIH/Sida comprometem a vida e o futuro da uma população que não chega aos 2 milhões de habitantes. mD Edite Espadinha
em Portugal. Um dos factores é a não existência de incentivos, mas há outros. Não existe uma política de reinserção , de retorno ao país, com os apoios necessários. Acredito que muitos voltariam se tal estivesse garantido. Para o nosso sistema de Saúde melhorar é preciso que con-
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Adm inistração
Agostinho Pedro Semedo, lnfecciologista, Director do Hospital Nacional Simão Mendes "A infecção HIV Sida está alastrar na Guiné-Bissau. Somos tão poucos mas se esta epidemia não for travada corremos o risco de desaparecer. Temos de vencer esta dificuldade, que , , . nao e a un1ca. ,-
Estou à frente do Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, onde se centralizam as situações mais complicadas e onde trabalhamos com a ajuda dos médicos chineses e cubanos. É a unidade hospitalar com mais especialistas. Ali, tentamos pôr cobro às muitas situações graves que nos aparecem. A verdade é amarga, mas é a verdade. Temos problemas
"A verdade é amarga, mas é a verdade. Temos problemas muito sérios"
Hospitais em mudanças
muito sérios. A Guiné precisa de ajuda, não só dos países da CPLP, mas de toda a comunidade internacional. A população é analfabeta, vive com muitas carências e problemas - neste momento estamos a viver uma epidemia de cólera. Felizmente temos tido a ajuda de alguns países, como é o caso do Brasil, que nos tem oferecido os medicamentos para o tratamento da Sida. Também temos o apoio de médicos chineses e cubanos que, apesar das más condições , estão a dar o seu melhor para salvar a vida dos guineenses. Estamos muito gratos. Deste encontro levo a certeza de uma imensa amizade. Tive oportunidade de conversar com o Prof. Francisco Antunes, que foi meu professor, e com o Dr. Francisco George, que está ao nosso lado. Foram encontros muito comoventes e que me encheram de ânimo para resolver os graves problemas que estamos a viver na Guiné. "
P
ara já são dois os hospitais de Lisboa
Álvaro de Carvalho, que presidia ao conselho
que vão sofrer alterações nos conselhos de administração.
de administração daquela unidade hospitalar desde 2002. Até ao fecho desta edição da GH, não se sabia ainda quem iria ocupar os cargos
par desta função, prevê-se que Ricardo da Luz seja, a partir do final de Janeiro o novo presidente da Sociedade Portuguesa de O ncologia. Em declarações à GH, Ricardo da
de director clínico e de enfermeiro director no Garcia de Orta. No Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO), o actual presidente do conselho de administração, Ricardo da Luz, deixa o
Luz confirmou a saída, referindo que "não estavam criadas condições para continuar". O oncologista vai ainda reactiva.'r o seu consultório privad o e voltar a fazer consultas das quais "já tinha muitas saudades".
instituto e também o sector público, já no final do ano para assumir o cargo de director de qualidade do grupo BES Saúde. A
Esperam-se mais m udanças nos conselhos de administração noutros hospitais, mas ainda não se sabe quais. mo
O engenheiro Nelson Baltazar, ex-secretário de Estado da Saúde - que substituiu Arnaldo Silva no cargo durante o mandato de Manuela Arcanjo - é o novo presidente do conselho de administração d o Hospital Garcia de O rta, de Almada. Nelson Baltazar, que ocupava actualmente lugar na bancada do PS na Assembleia da República, foi nomeado pela m inistra da Saúde, Ana Jorge, substituindo o internista
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Encargos do SNS
Pluribus Diálise
Medicamentos em auditoria
Clínica de Hemodiálise abre em Cascais
Desde 2005 que os encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos em ambulatório registavam um abrandamento no ritmo de crescimento: em 2006 e 2007 o decréscimo registado foi de -1,65 e -1, 7%, respectivamente. Mas em 2008 algo mudou.
Abriu uma nova clínica de hemodiálise. Esta unidade, situada na Clínica da Cuf, vai tratar 135 doentes e pertence à empresa Pluribus Diálise. A cerimónia de inauguração contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos.
No entanto, este ano algo mudou. O cresci-
O grupo de trabalho que levou a cabo a audito-
mento de cerca de 6,2%, verificado no m er-
ria em causa, entregou um relatório preliminar
cado do SNS, entre Janeiro e Setembro, quan-
que identificava as sub-regiões com maior nú-
do o mercado total registou um aumento de
mero e maior responsabilidade no crescimento
2, 1%, motivou a realização de uma auditoria
em termos de locais de prescrição; as farmácias
conjunta, efectuada pelo INFARMED, pela
com maior crescimento de facturação ao Ser-
Administração Central de Sistemas de Saúde e
viço Nacional de Saúde e as que registaram
pela Inspecção Geral das Actividades em Saú-
variações superiores a 50%, face ao período
de, com o objectivo de apurar e quantificar a
homólogo; os seis subgrupos fármaco-tera-
contribuição de cada um dos factores que justi-
pêuticos responsáveis por 85% do crescimento
ficam esta alteração.
do mercado - e que se referem fundamental-
Assim, e segundo o INFARMED, tal alteração
mente às áreas da diabetes, hipertensão, anti-
tem incidências nos seguintes aspectos: locais
psicóticos e anti-depressores, anti-epilépticos e
decréscimo dos encargos do SNS
de maior aumento de volume de prescrição; farmácias com maior crescimento de factu-
anti-convulsivantes -; os vinte medicamentos com responsabilidade em 91 % do crescimento
com medicamentos no ambulató-
ração ao SNS; medicamentos com maior au-
dos gastos do SNS; uma utilização crescente do
rio, em 2006 e 2007, resultou da
mento de prescrição e utilização; utilização de
regime especial de comparticipação associado
introdução de diversas medidas instituídas no
regimes esp eciais de comparticipação; procedi-
às patologias do foroneurológico e psiquiátrico.
mentos de conferência de facturas de medicamentos nas sub-regiões de Saúde.
N esta área, aliás, a taxa média de compartici-
O
âmbito da racionalização e da contenção de gastos na área do medicamento.
A
hemodiálise é importante para todos os d oentes renais, pois existe a possibilidade de prolongar a
pação destes medicamentos apresenta valores
vida cada vez mais, com um compromisso de manter a qualidade da mesma», referiu
muito próximos da taxa de comparticipação do
João Colarinha, nefrologista pediátrico e
regime especial, situação dificilmente explicá-
presidente do Conselho de Administração
vel, pelo que o desenvolvimento dos trabalhos
d a Pluribus Diálise, salientando que «a pro-
de auditoria deve ter em conta este aspecto. O relatório preliminar apurou também que, até
ximidade da unid ade é importante para os utentes. C ascais já exigia uma clín ica de
ao momento, não se registaram alterações admi-
hemodiálise que satisfizesse as necessidad es
nistrativas, nomeadamente nos procedimentos
dos doentes que resid em n esta área».
de conferências de facturas. Face a estes resul-
Para Francisco Ramos, secretário de Esta-
tados, foi decidido que a auditoria deve continuar a ser desenvolvida, com uma componente
d o Adjunto da Saúde, é preciso «aumentar a capacidade de tratar a insuficiência re-
inspectiva e uma componente de análise, levada
nal. É sempre preciso m elhores condições
a cabo pelas mesmas instituições, com a colabo-
de financiamento de tod os os serviços, de
ração particular da ACSS e das ARS.
condições d e tratamento e atendimento dos
A auditoria vai agora proceder a averiguações
uten tes» .
junto dos locais de prescrição e dispensa, inci-
«Üs tratamentos q ue aqui forem fornecidos
dindo no controlo da prescrição nos subgrupos
beneficiarão de instalações q ue vão favore-
fármaco-terapêutucos e medicamentos iden-
cer os tratam entos», acrescentou Francisco
tificados, bem como nos medicamentos com
Ramos, acrescentando que, no C oncelho de
q ue se transformou n um compromisso»,
mesmo objectivo. Temos uma política de
regime especial de comparticipação, associado
Cascais, "as instituições de Saúde estão em
transplantes que não nos deixa ficar m al a
às patologias acim a assinaladas. Se necessário,
constante melh oria. Está já em construção o
acrescentou. Segundo Francisco R am os, «o Estad o tem
n ível internacional, pois se u m doente ne-
serão tomadas medidas correctivas durante o desenrolar da mesma. Foi ainda decidida a ela-
novo Hospital em Cascais e h oje é possível,
que garantir os tratamen tos aos d oentes q ue
cessita deste tratamento, não deixa de o ter
com as inst alações de Saúd e em constante
só podem ser assegurados com o compro-
em Portugal. A proxim idade é fundamental
boração de dois relatórios intermédios, a apre-
melhoria, corresp onder às n ecessidades d os
misso dos p rofissionais de saúde. As respon-
para os doentes que, assim, não têm q ue
sentar em Janeiro e Março, respectivamente, e
habitantes. A área da hemod iálise pode ser
sabilidades tem que ser partilhadas, pois é
percorrer grandes distâncias para fazer o
que antecedem o relatório final. &BD Ana Cruz
vista como um exemplo. Nasceu uma ideia
necessário rrabalhar em conjun to para o
tratamento». IBD Ana Cruz
Estudo
1
S. João entre os melhores d a Península Ibérica 1
Um estudo que analisou o desempenho de 22 hospitais universitários ibéricos colocou o Hospital S. João, único hospital português desta rede, entre os melhores
O
base nos seguintes critérios: número de doentes saídos (média de 35.000 altas); número e qualidade de especialidades idênticas; grau de sofisticação idêntico (instrumentos de alta tecnologia, procedimentos tecnologicamente avançados); entre outros critérios. Os mapas do estudo qualificam os resultados clínicos do Hospital de S. João como melhor do que a média dos seis melhores hospitais da Península Ibérica em praticamente todos os indicadores. Os indicadores analisados refe-
Hospital de '5. João, no Porto, foi considerado um dos seis melhores hospitais da Península Ibérica.
rem-se à complexidade dos doentes tratados, à eficiência e à qualidade. O grupo de comparação seleccionado inclui apenas os seis melho-
Este resultado surge na sequência de um estudo comparativo realizado por uma auditora independente, a Iasist, empresa que integra a Healthcare Knowledge Internacional. OS. João
é único hospital português inscrito nesta rede de dados. Os resultados colocaram o Hospital de S. João acima da dos melhores da Península Ibérica. O grupo de referência integrava 22 hospitais universitários espanhóis de grande dimensão, com
Hospitais incluídos nesta auditoria - Ciutat Sanitária de Bellvitge; - Complejo Hosp Juan Canalejo; - Hospital de 12 de Octubre; -
Hospital Clinic de Barcelona; Hospital Clínico de Salamanca; Hospital Clínico Univ. de Valladolid; Hospital de Basurto; Hospital de Cruces;
- Hospital de La Creu I Sant Pau; - Hospital General Univ. de Alicante; - Hospital Gregório Maranon; - Hospital Marques de Valdecilla; - Hospital Nuestra Senora de Aranzazu;
res hospitais para cada indicador clínico ou o percentil 90, no caso dos indicadores obtidos
-
Hospital Ramon Y Calal; Hospital Son Dureta; Hospital Univ. Infanta Cristina; Hospital Univ. Vrrgen de La Arrixaca; Hospital Univ. Virgen de Las N ieves;
através dos modelos. Isto é, para cada indicador os resultados do Hospital de S. João são comparados com os seis hospitais com os melhores resultados nesse indicador, traduzindo o carác-
-
Hospital Univ. de Canárias; Hospital Univ. La Fe; Hospital Univ. Vali D ' Hebron; Hospital Virgen Del Rocio.
ter de exigência da comparação. am
cerca de 1000 camas, uma média de 35.000 altas/ano e um elevado nível de diferenciação. O maior hospital do Norte revelou um significativo aumento global da sua actividade, bons indicadores de mortalidade, um crescimento substancial da actividade cirúrgica em ambulatório e taxas de readmissões mais baixas do que a média dos hospitais em análise. Segundo o estudo, em termos globais, o Hospital de S. João é a unidade hospitalar que trata os doentes mais complexos, sendo o nível de complexidade 1O por cento acima do grupo de comparação. Apesar desta complexidade, as taxas de mortalidade e readmissões são significativamente melhores que o padrão. No que diz respeito aos indicadores de eficiência, o Hospital de S. João demonstra, em 2008, uma evolução mais favorável do que em 2007, em particular na gestão dos tempos de internamento, indicador que o coloca ao nível dos melhores hospitais. Este hospital portuense obteve uma classificação
acima da média entre os seis melhores hospitais da Península Ibérica devido, por exemplo, à "eficiência das gestões pré-operatórias'', indicou o presidente do Conselho de Administração desta unidade de saúde. "É o hospital que tem m enor mortalidade no que diz respeito à mortalidade aj ustada para o risco dos seus doentes e tem taxas de complicações que são basicamence idêncicas, embora um pouco piores, do que a média dos seis melhores», explicou António Ferreira.
Referência "A nossa adesão a esta base de dados tem cerca de um ano. É importante termos como referência os melhores, com quem nos possan1os comparar", afirmou à GH Duarte Araújo, administrador executivo do Hospital de S. João. "Assumimos o desafio de nos tornarmos uma referência internacional. Estamos felizes com os resultados, mas o mais importante é o facto de este estudo fazer o ponto da situação, apontando o que podemos melhorar", disse.
Segundo este responsável, a adesão a esta rede de dados deveu-se ao facto de "ser a mais transparente, consistence e consolidada". Por outro lado, sublinhou Duarte Araújo, "estee resultados só são imporrances, na medida em que são úteis, aliás, o principal critério foi a utilidade - estes dados são a referência de que precisamos para identificarmos onde devemos melhorar" . O estudo comparou os resultados clínicos do H ospital de S. João com 22 hospitais universitários espanhóis, sendo que a selecção teve por
27
Prémio Crioestaminal
diferenciadas de células estaminais embrionárias
nvestigador português distinguido
humanas para regeneração cardíaca. As células estaminais podem ser propagadas indefinida-
1
O Premia Crioestaminal
mente em laboratório e dar origem a células cardíacas em número suficiente para o seu transplante. O projecto pretende ainda desenvolver plataformas para promover o enxerto das células transplantadas no músculo cardíaco e monitorizar esse processo por técnicas de biologia celular,
2008, galardão que distingue o melhor projecto de investigação na área das Ciências Biomédicas a ser desenvolvido e~ Portugal, foi atribuído a um cientista que regressou dos Estados Unidos para investigar no nosso país.
biologia molecular e imagiologia», revelou. Para Lino Ferreira, «O Prémio Crioestaminal é importante para estimular e dar visibilidade à ciência que se faz hoje em Portugal e na Europa. Nos últimos anos tem-se observado, cada vez mais, a integração do conhecimento científico na cultura social e isso deve-se em grande parte a uma maior divulgação da ciência. A rapidez e o impacto que cem hoje em dia em algumas áreas do saber requerem uma sociedade cada vez mais informada e esclarecida».
te caso regista-se a deterioração progressiva do músculo cardíaco» refere Lino Ferreira, investi-
A Associação Viver a Ciência (AVAC), enu-
lulares para a regeneração do mús-
gador vencedor do prémio, acrescentando que «nestes casos, a capacidade regenerativa do mús-
dade empenhada em promover a investigação científica, distingue anualmente jovens investi-
culo cardíaco no pós-enfarte, é liderado pelo
culo é limitada e insuficiente para reverter a per-
investigador Lino Ferreira que, após realizar um pós-doutoramento no MIT (Massachusetts
da celular e funcionalidade causada pelo enfarte. Estas pessoas acabam por ter problemas, pois o
gadores, portugueses e estrangeiros, que desenvolvam projectos inovadores em instituições sedeadas em Portugal. Na opinião da presiden-
lnstitute of Tecnoiogy), regressou a Portugal. O desenvolvimento do seu trabalho vai ser reali-
coração não consegue bombear o sangue com a mesma eficiência. O projecto pretende desen-
te da AVAC, Maria Manuel Mota, «o projecto vencedor deste ano é mais um exemplo da in-
zado no Centro de Neurociências e Biologia
volver novas terapias celulares para a regeneração
vestigação de excelência que se pode praticar em
Molecular da Universidade de Coimbra e no Biocant - Centro de Inovação e Biotecnol9gia.
Portugal e que deve ser apoiada. Ficámos muito contentes por proporcionar este financiamento
Este projecto de investigação, financiado com
do músculo cardíaco». Segundo o especialista, o projecto «que irá ser desenvolvido no Centro de Neurociências e Biologia Molecular (Coimbra)
20 mil euros pela Crioestaminal, é um ponto de
e o Biocanc (Cantanhede), vai utilizar células
gadores privados». mD Ana Cruz
O
projecto vencedor, que prevê o desenvolvimento de novas terapias ce-
e esperamos que sirva de exemplo a mais investi-
Cuidamos da vida
com o sentimento de quem cu ida de algo único ,
partida importante para a descoberta de novas técnicas que poderão ajudar a tratar patologias do foro cardiovascular. A selecção do vencedor da edição de 2008 foi efectuada por um júri interna-
Sobre o Prémio Crioestaminal O Prémio Crioestaminal resulta de uma parceria entre a Crioestaminal e a Associação
Procuramos novas soluções como resposta aos desafios do dia-a-dia.
Na Johnson & Johnson Medical preoc upamo - nos com a sua saúde e o seu bem-estar.
cional composto por especialistas de reconhecido valor, em várias áreas da biomedicina, e oriundos de instituições como o Institut Pasteur, de França;
Viver a Ciência e consiste na atribuição de 20 mil euros ao melhor projecto de investigação a ser desenvolvido em Portugal na área das Ciências Biomédicas.
o Nationat lnstitute for Medicai Research, da Grã-Bretanha, e o MIT, dos EUA, entre outros.
Este prémio foi atribuído, em 2005, à investigadora Sandra de Macedo Ribeiro, do Centro de Neurociencias e Biologia Molecular de Coimbra, para desenvolver um estudo sobre
conhecimento à investigação e inovação tecnológica.
O projecto em causa pretende desenvolver po-
a base molecular da Doença de Machado-Joseph. Em 2006, o prémio foi atribuído ao investigador Hélder Maiato, do Instituto Molecular e Celular do Porto, para financiar o
único de tornar melhor e mais saudável a vida de todos.
tenciais plataformas para a regeneração do músculo cardíaco após enfarte. Segundo os dados
Por si, diariamente, centenas de pessoas ded icam o seu Procuramos desenvolver as melhores soluções com o objectivo
projecto que utiliza técnicas inovadoras de microescopia de alta resolução e microcirurgia
do Instituto Nacional de Estatística, de 2001 , "morrem em Portugal mais de 3300 pessoas por
laser em células vivas para estudar um novo nível a multiplicação celular. O terceiro prémio foi atribuído em 2007 a Mónica Bettencourt Dias, líder de um grupo de investigação
ano, vítimas de enfarte do miocárdio, ou seja 18
no Instituto Gulbenkian de Ciência, para apoiar um estudo sobre uma estrutura celular
pessoas por dia. Haverá, contudo, igual número de pessoas que sobrevivem à doença, mas nes-
que pode desempenhar um papel importante na infertilidade e no cancro.
Medical Por si, por uma vida melhor
Congresso debate
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es1 a e: a maior ertur açao nutriciona a CIVI 1za çao OCI enta •
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A obesidade esteve em debate, em Aveiro, onde especialistas nacionais e estrangeiros apresentaram os mais recentes dados nesta área.
N
o Reino Unido, mais de seis mi-
lhões de pessoas são obesas. Em Portugal mais de metade da população tem obesidade ou excesso de peso. A situação é de tal forma grave que Colin Waine, um dos principais responsáveis pelas estratégias de tratamento da obesidade no Reino Unido, afirmou perante centenas de especialistas portugueses que a "obesidade é um grave problema de Saúde, cujo controlo merece uma abordagem estrutural, tal como se faz para a hipertensão e a diabetes". O especialista foi o principal orador no primeiro dia do 12.° Congresso Português de Obesidade, que decorreu em Aveiro, em fim de Novembro. A epidemia da obesidade e as implicações económicas no Reino Unido, bem como a política governamental e a abordagem à doença pela Clínica Geral foram os principais temas abordados por Colin Waine, que sublinhou "o facto de a consulta primária ser o local indicado para controlar os indivíduos de alto risco". De acordo com este responsável, "a obesidade é a maior
>» Colin Waine (foto Sérgio Saavedra)
perturbação nutricional que a civilização ocidental enfrenta e tornou-se um imenso fardo económico para os países mais desenvolvidos".
""'16
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A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) apresentou, durante o evento, o Observatório Nacional da Obesi-
próximo ano, já poderemos apresentar um
obeso. A especialista citou vários estudos que comprovam que a privação de sono contribui para o aumento da massa corporal e, consequentemente, para o excesso de peso. De acordo com Rita Peralva, "dormir menos de seis horas por dia aumenta em 27 por cento a probabilidade de se ser obeso." Ainda nomes-
ta entidade explicou que "o ONOCOP permitirá fazer uma reflexão crítica, de natureza
Durante o congresso foram ainda abordadas as diversas complicações e patologias associadas à obesidade. De acordo com Ana Paula Santos, médica endocrinologista no IPO do
mo simpósio, a psiquiatra Ana Santa Clara explicou o que está também põe detrás do excesso de peso: o síndrome de comer nocturno. "É uma situação em que as pessoas acordam durante a noite, pelo menos três vezes por semana, para ir comer, ou consomem pelo menos 25 por cento da ingestão calórica diária após a última refeição do dia". A síndrome verifica-se com maior frequência entre pessoas obesas.
científica, baseada em diversos indicadores que vão permitir inferir quanto à evolução epidemiológica deste problema". Para tal, afir-
Porto, as mulheres com obesidade têm maior probabilidade de ter cancro da mama. "Sabemos agora que, na pessoa obesa, os me-
No que diz respeito à diabetes e à hipertensão arterial, os participantes do congresso sublinharam a importância de "tratar a obesidade como
mou o responsável, vai ser fundamental a colaboração dos especialistas e instituições que trabalham nesta área, em contexto clínico, de investigação e outros. "Pretende-se que o
canismos que levam a doenças cardiovascula-
doença que está no centro de tantas outras". rm
dade e Controlo de Peso (ONOCOP), cujo objectivo é a análise sistemática da situação de Saúde dos portugueses no que respeita ao peso e obesidade. Osvaldo Santos, Coordenador Científico des-
Observatório seja, acima de tudo, um centro de partilha de recursos de conhecimentos sobre a obesidade em Portugal. No final do
Causas de fome
primeiro conjunto de conclusões que irão certamente contribuir para a luta contra a obesidade", afirmou Osvaldo Santos.
res e à diabetes são os mesmos que levam ao aparecimento de cancro da mama. Quando tratamos a obesidade, também estamos a prevenir o cancro", explicou a especialista. Mais: segundo Rita Peralta, neurologista no Hospital de Santa Maria, dorrriir menos de seis horas por dia aumenta probabilidade de se ser
Complicações
Aulas de culinária para crianças Como parte integrante do Programa Nacional de Luta contra a Obesidade, o governo britânico incluiu nos currículos escolares aulas de culinária obrigatórias. Todos os adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos vão aprender a cozinhar de forma saudável, uma vez por semana. As aulas iniciaram-se em Setembro nos estabelecimentos que já oferecem este tipo de curso (cerca de 85 por cento das escolas) e vão estar em funcionamento, até 2011, em todas as escolas secundárias.
Paula Freitas, médica endocrinologista no Hospital de São João, referiu na sua intervenção que "a nível neuroendócrino, existem mais de 40 hormonas, enzimas e mensageiros químicos que provocam fome". A especialista fez uma revisão dos principais tratamentos que permitem "aumentar a sensação de saciedade e diminuir o desejo por doces" que, a par da "modificação do estilo de vida, se revelam bastante eficazes".
Obesidade e disfuncão sexual ~
Santinho Martins, sexólogo, reafirmou junto dos participantes do Congresso a "forte relação" entre obesidade e disfunção sexual. De acordo com diversos estudos citados pelo especialista, "32,8 por cento a 37,6 por cento das mulheres obesas não têm actividades sexuais habitualmente ou em momento algum, devido à falta de desejo". Já em relação aos homens, o especialista referiu a diminuição dos níveis de testosterona como consequência da obesidade, "o que pode levar à disfunção eréctil no obeso".
Doenças raras
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arr1ss1mas tem
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A Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras - apresentou publicamente o seu conselho consultivo de reflexão estratégica. Maria de Belém Roseira, Rui Ivo, Fernando Ulrich, Marina Caldas, Leonor Beleza e Roberto Carneiro, são os elementos que constituem este conselho.
e
riado com a fi n alidade de agilizar acções que movimentem, de fo rma expressiva, toda a sociedade po rtuguesa em pro l daqueles q ue sofrem de doen ças raras, o con selho consultivo con ta com áreas como as Finanças, p olítica de Saúde, medicamen tos, educação e comunicação e é presidido por Leon or Beleza. «N o século XXI tem-se assistido a um a enorme transfo rmação sobre como as entidades abordam os sistemas de Saúde. Tem sido substituídos por situações m ais locais e mais ab rangentes», referiu o m édico António Vaz Carneiro, presidente da comissão científica da Raríssimas e, por inerência, também ele m em bro do conselh o consultivo. Em Portugal as associações de doentes têm progred ido m uito n os últimos 30 anos. Para este especialista, «estas podem e vêem a ocupar o centro de muitas decisões. Isco implica uma consciencialização crescente sobre as d oen ças e obriga a que os doentes sejam ouvidos. As doenças existem e os doentes são pessoas. O trabalho das associações é fundamental para dar a visão do dia a dia de quem sofre, neste caso, de doenças raras».
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nse «A existência do conselho consultivo é essencial e vai transformar a associação em algo mais visível. Q ueremos levá-la para outro patamar. Os doentes têm que estar envolvidos nas prioridades que querem para os seus problemas», salienta Vaz Carneiro, afirmando ainda q ue «o século XXI vai ser marcado pelas
~OílSU tiva nesta nova fase da vida da Raríss imas, q ue a associação crie um plano estratégico: "É importante criar um registo de doentes para fazer uma melhor gestão da doença - ou das doenças raras - e, consequentemente, no futuro, a C asa dos Marcos poder dar o
para os outros com aquilo que aprendemos. Isso é um enriquecimento para nós». No fin al do encontro, os elementos do conselho consultivo assinaram o livro de honra como forma de assinalar a criação do Con-
acompanhamento necessário».
selho Consultivo da Raríssimas. mD Ana Cruz
questões da Saúde em termos de biologia». Roberto Carneiro, ex-ministro da Edu cação , realçou a importância da sua presença «pela substância e temática do assunto. A política é feita para a média es tatística da população . Vale a p ena o lhar para os extremos e para as margens». «Não se pode dizer não à Paula Brito e C osta (presidente da Rarissimas) . Depois de todo o trabalho que desenvolveu, praticamente sózinha, é impossível n ão estar do seu lado quando ela nos pede », afirmou Mari na Cald as, profissional da área da comu-
um conjunto de doenças muito vasto, em áreas com características muito especiais. Os medicamentos para as doenças raras não
n icação, salientando ainda ser importante,
Há muito tempo q ue não faço voluntariado
''Mãe!'' Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei! Traze tinta encarnada para escrever estas coisas! Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado! Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça! Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar. Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me ao teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu
e isso era uma falha. Devemos contribuir
Leonor Beleza, presidente da Fundação Champallimaud, referiu, por seu lado, que «associações como a Raríssimas são o resultado das pessoas q ue as dirigem. Tem objectivos muito nobres. Es ta associação reúne
têm uma rentabilização tão grande como para as doenças com maior prevalência». Para Fernando Ulrich, presidente do BPI, aceitar este desafio é «aproveitar a oportunidade de preencher uma falha na m inha vida.
viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras. Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado! Eu quero ser qua/,quer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero Ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa. Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça! Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!» Foi com o poema de Almada Negreiros que Paula Brito e Costa, presidente da Raríssimas, quis mostrar a impord.ncia desta iniciativa, salientando que «a associação não existe para fazer guerra ao Governo, mas sim para ser um parceiro que dê a conhecer as suas experiências e conhecimentos».
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A Pfizer dedica toda a sua pesq~i~a à saúde. Dos que ainda não nasceram ate as pessoas de idade mais avançada. Sabemos que cada idade pode ter problemas específic?s mas que a todas as idades é comum o dese10 de uma vida longa, saudável e ~len~. P~r is~º·. estamos na vanguarda da invest1gaçao b1om~d1ca, revenindo e tratando cada vez mais doenças. ~uitos sucessos foram já alcançados, mas - o muitos outros necessitam da nossa ded1caçad e esforço. Para que as doenças façan; parte o do e não do nosso futuro. Este e o nosso ~~:;romisso consigo; juntos faremos o futuro .
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH apresenta a legislação mais relevante publicada em Diário da República entre 10 de Novembro e 16 de Dezembro. Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n. 191-N2008, de 27 de Novembro Aprova o Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado. 0
Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Saúde Portaria n. 0 1369-N2008, de 28 de Novembro Estabelece o capital do Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde e aprova o respeccivo Regulamento de Gestão.
Ministério da Saúde Decreto-Lei n. 0 215/2008, de 10 de Novembro Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.° 165/2002, de 17 de Julho, à primeira alteração ao Decreto-Lei n: 0 16712002, de 18 de Julho, e à primeira alteração ao Decreto-Lei n. 0 180/2002, de 8 de Agosto, estabelecendo o regime de fixação de taxas para o licenciamento de instalações radiológicas e de prestadores de serviços de protecção radiológica.
a Lei Orgânica do Ministério da Saúde, e 219/2007, de 29 de Maio, que aprova a orgânica da Administração Central do Sistema de Saúde, 1. P., transferindo as competências atribuídas à Administração Central do Sistema de Saúde, I. P., em matéria de qualidade, para a Direcção-Geral da Saúde e fixando a forma de extinção da estrutura de missão Parcerias.Saúde, criada pela Resolução do Conselho de Ministros n.0 162/2001, de 16 de Novembro, cujo prazo de vigência foi prorrogado pela Resolução do Conselho de Ministros n. 0 102/2004, de 1 de Julho. Decreto Regulamentar n. 0 2112008, de 02 de Dezembro Primeira alteração ao Decreto Regulamentar n.0 6612007, de 29 de Maio, que aprova a orgânica da Direcção-Geral da Saúde. Despacho n. 0 30993/2008, Série II, de 02 de Dezembro AJteração ao anexo do despacho n. 0 10280/2008, de 11 de Março, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.0 69, de 8 de Abril de 2008. Comparticipação de medicamentos para o tratamento da dor crónica não oncológica.
Introduz adaptações no Regulamento do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, de modo a desenvolver o programa de intervenção em oftalmologia
Despacho n. 0 30994/2008, Série II, d e 02 de D ezembro AJteração ao despacho n.0 4466/2005, de 10 de Fevereiro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n. 0 42, de 1 de Março de 2005, e respectivo anexo. Doença de
no âmbito da accividade das cataratas e da primeira consulta de oftalmologia.
Crohn - comparticipação de medicamentos.
Despacho o. 0 29394/2008, Série II, de 14 de Novembro Tabela de preços associada ao transporte de doentes - accualização do valor da
Despacho n. 0 30995/2008, Série II, de 02 de D ezembro AJteração ao anexo do despacho n. 0 10279/2008, de 11 de Março, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.0 69, de 8 de Abril de 2008. Comparticipação de medicamentos opióides prescritos para o tratamento da dor oncológica.
Portaria n. 0 1306/2008, de 11 de Novembro
taxa de saída. Despacho o. 0 29533/2008, Série II, de 17 de Novembro Determina a contratação de serviços m édicos pelas instituições e serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo entidades públicas empresariais.
Despacho n. 0 32042/2008, Série II, de 16 de D ezembro Determina as formas de divulgação da informação económico-financeira do Serviço Nacional de Saúde.
Decreto-Lei n. 0 222/2008, de 17 de Novembro Transpõe parcialmente para a ordem jurídica interna a Directiva n. 0 96/29/EURATOM do Conselho, de 13 de Maio, que fixa as normas de segurança de base relativas à protecção sanitária da população e dos trabalhadores contra os perigos resultantes das radiações ionizantes. Portaria n. 0 132772008, de 18 de Novembro Aprova o Regulamento de Programas de Apoio Financeiro a Atribuir pela Administração Regional de Saúde do AJgarve, I. P. (ARSA), a pessoas colectivas privadas sem fins lucrativos. D espacho n. 0 30114/2008, Série II, de 21 de Novembro C irurgia de ambulatório (CA) - definição de critérios a serem adoptados pelos conselhos de administração dos hospitais do SNS em que existe bloco operatório. Decreto-Lei n. 0 228/2008, de 25 d e Novembro Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n. 0 185/2006, de 12 de Setembro, que cria o Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço N acional de Saúde, alargando o seu objecto. Decreto-Lei n. 0 234/2008, de 02 d e D ezembro Primeira alteração aos Decretos-Leis n.os 21212006, de 27 de Outubro, que aprova
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Ministérios da justiça e da Saúde Portaria n.0 1370/2008, de 02 de D ezembro Estabelece as condições de celebração e as cláusulas tipo dos protocolos que permitem a declaração, nas próprias unidades de saúde privadas, dos nascimentos aí ocorridos, nos termos do artigo 96. 0 -A do Código do Registo Civil.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Portaria n.0 1379/2008, de 02 de Dezembro Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem Méd ico-C irúrgica n a Escola Superior de Enfermagem do Porco e aprova o respectivo plano de estudos. Portaria n. 0 1380/2008, de 02 de Dezembro Autoriza o funcionamento do curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis e aprov o reS..f>eC IVO e1ano es u .
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Portaria n.º 1446/2008, de 12 de Deze
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