~nalisa
04 Editorial
Tempos difíceis, foi o mote escolhido por Manuel Delgado, presidente da APAH, para o Editorial do mês de Dezembro. Nem tudo está bem, na Saúde, e nem tudo parece fácil de conciliar. Mas há que tentar dar a volta a muitas situações para reverter o que está menos bem. Até porque é tempo de Natal!
12 Entrevista
A secretária de Estado da Saúde, Carmen Pignatelli, é a última personalidade a ser entrevistada pela GH, em 2005. Num momento em que os Recursos Humanos, na Saúde, estão a dar muito que falar, os motivos subjacentes a esta entrevista eram evidentes. Muitas mudanças previstas para 2006 e algumas delas são já avançadas na GH.
18 Política
Correia de Campos, e a sua equipa, estão há nove meses à frente dos destinos da Saúde. A GH relembra as medidas tomadas, com direito a despacho ou a decreto-lei, e apresenta a análise da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) sobre o que foi feito pelos responsáveis do Ministério da Saúde.
22 Reflexões
No Instituto Portugês de Oncologia (IPO) de Lisboa, existe o Centro de Investigação de Patologia Molecular, coordenado por Sérgio Dias. A GH esteve no local e conversou com o responsável, que explicou de que forma é que cientistas portugueses
Ciência. Saúde. Esperança. ·A nossa paixão é proporcionar medicamentos inovadores a quem deles pr,ecisa.
tentam atacar o cancro.
24 Conto
Natal é quando um homem quiser, diz o poeta. Mas seja como for, é em Dezembro que o espírito de Amizade está mais presente. Foi por isso que a
1
GH desafiou o médico e escritor António Sampaio a escrever um conto de Natal. Ecomo conto sem ilustração não fica bem, pedimos também à Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa
Schering-Plough Farma, Lda. R..1a Ag..1a va dos Açores 16 2715 557 Aguava
Cacerr
P"'RTI GAL -E'I~
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J1r
:4 3:2 052
CfTl
d}j_Schering-Plough
Deficiente para ilustrar o trabalho do clínico. Tudo foi possível, Porque é Natal. Veja o resultado.
Sopra uma boa nova.
Tempos Difíceis A situação económica do país e a política de
1
de novos hospitais. A área metropolitana de Lisboa é,
contenção da despesa que este Governo tem
a todos os títulos, aquela que concentra, justificada-
adaptado, têm, também, naturalmente, uma
mente, a atenção de especialistas e comentadores.
directa repercussão na saúde.
O ruído provocado pelas desconfianças e receios de pro-
Os próximos orçamentos serão instrumentos de gestão
fissionais, e de doentes e familiares, inseridos em hos-
autênticos e mais exigentes, pois, por um lado, apro-
pitais para os quais se prevê o encerramento ou, nal-
ximam-se mais da realidade e, por outro, traduzem uma
guns casos, alterações mais ou m enos significativas
política de contenção assinalável no crescimento da des-
no perfil de oferta, só pode ser minorado, com a apre-
pesa (por exemplo, até 4% em medicamentos ou até
sentação de estudos sérios e decisões claras e transpa-
1,5% em Recursos Humanos) .
rentes. Até porque temos tempo de preparar, sem dra-
"Precisamos de criar
Não será fácil que, num só ano, se consigam introdu-
matismos ou precipitações, as mudanças necessárias.
instrumentos de mobilidade que
zir modificações que conduzam àqueles resultados.
Que, diga-se, representarão melhores condições de
Até porque, em muitos domínios, os problemas e as
trabalho para os profissionais e melhores condições de
permitam flexibilizar decisões e dar mais eficácia à gestão
ineficiências são estruturais e dependem de decisões
atendimento para os doentes.
externas à própria gestão dos hospitais.
Não se deixe transformar benefícios óbvios em mais um
Precisamos, assim, de criar instrumentos de mobilida-
quebra-cabeças para políticos e uma angústia para
de que permitam flexibilizar decisões e dar mais eficá-
profissionais e doentes. N ão há necessidade!
Manuel Delgado Presidente da APAH
hospitalar"
cia à gestão hospitalar. A entrevista da Secretária de EstaA quadra natalícia é propícia à paz e à concórdia.
H ospitalar, parece apontar esse cam inho, prometendo
3
novidades legislativas quanto à mobilidade de efectivos.
sobre o futuro. Tentemos preservar a defesa dos nos-
do Adjunta, Cármen Pignatelli, neste número da Gestão
m l'o
tugal.~
Aliámos a expenencia e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno c01nplexo industrial farmacêutico português. Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi. Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais.
Aproveitemos a oportunidade para reílectirmos
Acreditámos no seu apoio.
sos interesses: pessoais ou profissionais. M as sem atro0 encerram ento de velhos hospitais tem sido
2
pelar os outros ou pôr em causa o interesse geral.
objecto de com entários, opiniões e boatos, os
Com sinceridade. Sem falsas modéstias ou hipocrisias.
mais diversos, face à emergência a médio/longo prazo
Bom N atal e Feliz 2006.
1!111
Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
~ LABESFAL
Fresenius
Kabi Caring
for
Life
Tratamento de Parkinson
Estudos
S. João é referência europeia
SA são ou não eficientes?
U
Serviço de neurocirurgia do Hospital
O
de S. João, no Porto, integra um lote
m estudo de um catedrático da
Saúde, afirma que os SA são menos eficientes,
Faculdade de Ciências Económicas e
salvo algumas excepções. S. Francisco
de 16 unidades hospitalares europeias que
Empresariais da Universidade Católica,
Xavier, Egas Moniz ou Pulido Valente são
vão uniformizar procedimentos do tratamento
apresentado durante a 9ª Conferência Nacional
menos eficientes que os seus equivalentes
cirúrgico da doença de Parkinson. O método
de Economia de Saúde, afirma que em termos
com gestão pública ou admin istrativa. Um
está a ser desenvolvido pela multinacional
de qualidade, nomeadamente, da prestação
terceiro estudo de dois docentes da Escola
norte-americana Medtronic. É uma escolha
dos cuidados de Saúde a diferença entre
Nacional de Saúde Pública afirma que a
que resulta do reconhecimento internacional
hospitais SA e hospitais públicos não é
criação dos SA não contribuiu para diminuir
do trabalho pioneiro desenvolvido por esta
significativa. Mas, em termos quantitativos,
o acesso aos tratamentos nem para a perda
unidade, afirmou o director do serviço, Rui Vaz.
os primeiros registaram acréscimos de eficiência
de qualidade dos cuidados de saúde.
ln "jornal de Notícias" 29/11105
e produtividade. Mas um outro estudo, da
ln ''jornal de Notícias" 25111/05,
apresentação no site da Direcção-Geral da
"Público" 11112105 e 2311 1/ 05
Baixo Alentejo
Doenças coronárias acima da média hipertensão e o envelhecimento
A
populacional contribuem para a
Fecho de maternidades
Deco
Obstetras reformados .... sao recurso
Mau ar em 1O hospitais
prevalência dos enfartes do miocárdio e da
valor três vezes superior à média nacional.
V
O responsável pela Unidade de Cuidados
as faltas das urgências de obstetrícia. São
revela que dez hospitais (de um conjunto de
Intensivos do Hospital, José Joaquim
contratados como tarefeiros, à hora.
19 analisados) apresentam má qualidade do
Fernandes, em Beja, associa ainda este tipo
Sem esse esforço as equipas não cumpririam
ar, detectando-se bactérias em níveis
de patologias aos hábitos alimentares dos
as regras internacionais de funcionamento:
superiores aos recomendados pela O MS.
alentejanos que têm vindo a abandonar a
dois obstetras por equipa e um mínimo de
dieta mediterrânica.
1500 partos anuais. A Direcção-Geral da
angina de peito em Beja, representando um
ários hospitais estão a recorrer a
Saúde elaborou, entretanto, uma lista das
ln "Público" 02/72/05
primeiras urgências de obstetrícia a fechar, à cabeça da qual surge a de Elvas, que realiza
Inglaterra
Guarda são outras.
ln ''jornal de Notícias " 05112105
em Lisboa, seguindo-se o S. João de Deus
Vem aí o choque tecnológico
O
Hospital de Santa Maria, Lisboa,
(Viseu) Maternidade Alfredo da Costa
aderiu a um programa informático
(Lisboa). O melhor classificado dos 19 foi a
da próxima Primavera, enfermeiros e
a passagem do doente por todo o serviço,
farmacêuticos possam prescrever
desde a admissão à alta, passando pelo
medicamentos, exceptuando aqueles
pedido de exa mes complementares de
catalogados como drogas. Em Portugal, o
diagnóstico. O progra ma Alert j á está 1
·;.~~ ..
que a realidade portuguesa é totalmente diferente e uma medida dessas seria impossível.
ln ''jornal de Notícias" 11/11/05 e "Semanário Económico" 18111105
.... "'''"'1
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(Coimbra), Capuchos (Lisboa), Infante D. Pedro (Aveiro), Espírito Santo (Évora), São Teotónio
que permite acompanhar no comp utador
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(M ontemor-o-Novo), Curry Cabral (Lisboa), São José (Lisboa), Hospital Pediátrico
Governo britânico quer que, a partir
Ministério da Saúde apressou -se a esclarecer
para a Defesa do Consumidor (DECO)
O pior classificado foi o Hospital Egas Moniz,
Santa Maria
menos 200 partos por ano. Castelo Branco e
Farmacêuticos a passar receitas
O
U
obstetras reformados para compensar
m estudo da Associação Portuguesa
operacional em 14 hospitai s públicos e 15 centros de sa úde do país e fo i criado por uma j ovem empresa do Po rto, escolhida entre 66 empresas de 29 países.
ln "Público " 02/ 12/ 05
Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra.
ln "Público " 22/17105
Conferência
Concorrência
Corrupção na Saúde em debate
Estudo recomenda liberalização das farmácias
e
erca de 100 mil milhões de euros per-
denar o seu trabalho. Será uma organização
dem-se todos os anos nos orçamentos da
não lucrativa e um centro de excelência que
saúde devido à corrupção e à fraude. Foi este
pretende entrar em funcionamento já em
Autoridade da Concorrência (AdC) vai
farmácias e porque razão não estavam os
o tema que juntou 31 países europeus, em
Abril de 2006.
propor ao Governo uma alteração à lei,
laboratórios também sob análise.
Bratislava, em Outubro, para discutir o com-
As suas acções serão, não só investigar
que data de 1965, que rege a propriedade das
O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos,
bate à fraude e corrupção nos sistemas de
maneiras de combater a fraude, mas tam-
farmácias. Isto apesar do Executivo já ter
Aranda da Silva, afirmou que qualquer ten-
saúde.
bém influenciar governos, fornecedores de
esclarecido que a liberalização não é uma
tativa de entregar as farmácias a grupos empre-
Os participantes decidiram a constituição
serviços de saúde e instituições europeias
prioridade.
sariais resultará "na criação de grandes cadeias
de uma organização que coordenará os
para obter o seu apoio a este combate.
As medidas propostas têm por base um estu-
multinacionais e a sua concentração em
esforços naquele sentido - a European Heal-
O director-geral desta Rede, o britânico Jim
do "Concorrência no mercado retalhista do
grandes centros urbanos e superfícies comer-
thcare Fraud and Corruption Network.
Gee, afirmou estar empenhado em combater o
Gee revelou que, no seu país, já foi possível
medicamento" encomendado pela AdC ao
ciais diminuindo a sua acessibilidade".
O gabinete de 1O pessoas, sediado em
problema em toda a Europa seguindo o esque-
poupar 675 milhões de libras e têm urna taxa
Centro de Estudos de Gestão e Economia
Entretanto, a AdC investiga as várias queixas
Bruxelas, será o coração da Rede e irá coor-
ma que tem sido aplicado no Reino Unido.
de 96% de acusações com sucesso.
Aplicada, da Universidade Católica do Porto.
de comerciantes que têm dificuldade em
O documento considera que deve ser revis-
adquirir para venda medicamentos não sujei-
ta a exigência de que apenas os farmacêuticos
tos a receita médica. Dificuldades que afec-
podem ser proprietários de farmácias, bem
taram a Sonae - através do Continente de
como a limitação de um proprietário por
Loures - e foram confirmadas por uma reta-
A
Falsas urgências
Ministério vai cobrar taxas mais altas ministro ~a Saúde, _Correia de Cam-
l!lll
Orçamento
ANF entrega dívidas à banca
estabelecimento. O mesmo estudo reco-
lhista que afirmou sofrer pressões das farmá-
O
menda que as farmácias devem poder prati-
cias suas clientes.
moderadoras dos hospitais e centros de saúde
car descontos na venda de medicamentos
Esta recusa parte, sobretudo, da Alliance
"de acordo com o custo de vida". Mas esse
Unichem, distribuidora adquirida precisa-
aumento vai penalizar ainda mais quem recor-
máximo fixado pelo Estado.
mente pela ANF em conjunto com o
ra às urgências sem necessidade. O anúncio foi
As reacções não se fizeram esperar. O presi-
Grupo Mello. Aquisição esta que, por sua
feito durante o debate do Orçamento de Esta-
153 milhões de euros.
vez, está sob investigação da AdC, pela
do para 2006, na Assembleia da República.
A proposta parte de três pressupostos, dois
falta de notificação a esta entidade no
Para Correia de Campos, esta decisão justifi-
deles contidos no Orçamento de Estado
prazo estipulado na lei.
ca-se pelo facto de 40 por cento dos utentes
(OE) de 2006: a adopção de um formulá-
que recorrem às urgências hospitalares não
rio nacional para os medicamentos vendi-
necessitarem verdadeiramente desse serviço.
dos nas farmácias, prescrição por Denomi-
Mas o anúncio provocou reacções negativas
nador Comum Internacional e a permissão
por pane do presidente da Associação Portu-
para a importação de medicamentos.
guesa dos Médicos da Carreira Hospitalar e o
Segundo o presidente da ANF, João Cor-
presidente da secção regional do centro da
deiro, estas medidas permitiriam ao Servi-
Ordem dos Médicos. Armando Gonçalves afir-
ço Nacional de Saúde poupar 67 milhões
mou, no final do Fórum Médico Regional do
de euros e aos utentes 86 milhões.
Centro, em Coimbra, que "as taxas diferencia-
Entretanto e baseando-se numa norma
tenciona denunciar já no primeiro semestre
financeira, que pagará directamente a cada
das são a forma mais simplória de tentar resol-
contida no mesmo OE, a ANF afirmou que
de 2006, as farmácias suportam o valor da
uma das farmácias esses valores, afastando a
ver os problemas no sector da saúde", subli-
vai ceder a responsabilidade de cobrar o
comparticipação estatal até serem reembolsa-
ANF do processo. Mas com a decisão de
nhando que "é criminoso impor taxas
montante das comparticipações estatais dos
das pelo Estado. A intenção do Governo -
ceder à banca os créditos que detém sob o
moderadoras diferenciadas nas urgências hos-
medicamentos a uma entidade bancária.
explicitada no OE - é fazer com que o di-
Estado, João Cordeiro manter-se-á sempre
pitalares".
Segundo o acordo em vigor e que o Governo
nheiro seja avançado por uma instituição
ligado ao processo.
sujeitos a receita médica, em relação ao preço
dente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, afirmou não entender porque se fala em concorrência na área das
1!111
pos, anunoou que vai aumentar as taxas
1!!11
A
Associação Nacional das Farmácias {ANF) apresentou uma proposta ao
Ministério da Saúde para poupar, já em 2006,
l!lll
Parcerias
1BM na luta contra o Cancro
A
IBM anunciou que uniu forças com
É um primeiro passo para elaborar um dia-
o Memorial Sloan-Kettering Cancer
gnóstico personalizado baseado em informação
Center (MSKCC), o Molecular Pro-
fenótipo e genómica que proporcionará aos
filing Institute e o CHU St. Justine Research
médicos e clínicos um relatório detalhado do
Center - Mother and Child University Hospi-
paciente baseado no seu perfil molecular com-
tal Center, separadamente, com a finalidade de
pleto. O Molecular Profiling Institute tem tam-
acelerar a investigação, diagnóstico e tratamen-
bém _uma parceria com o Translational Genornics
to do cancro.
Research Institute (TGen) para trabalharem jun-
A IBM e o MSKCC estão a construir um siste-
tos no sentido do aceleramento das descobertas
ma avançado de gestão de informação integrada
relacionadas com o genoma desde a sua demons-
para melhorar a capacidade de clínicos e inves-
tração à utilização efectiva. Estes avanços são
tigadores no estudo de doenças relacionadas
comunicados através da IBM às nossas organi-
com o cancro, identificar tendências e determi-
zações de médicos parceiras, começando pela
nar taxas de sucesso. Financiado por uma doação
AmeriPath, Inc.
de 3 milhões de dólares em tecnologia e serviços
Através deste projecto, os investigadores traba-
O trabalho com o CHU Sainte-Justine Resear-
por parte da IBM, o MSKCC será o primeiro
lham no sentido de criar um sistema no qual a
ch Center - Mother and C hild University Hos-
centro de cancro com um sistema abrangente
informação seja automaticamente extraída de
pital Center assenta nos projectos que são rea-
para integrar os dados e a informação hospitalar
entre milhares de relatórios de patologia e traçada
lizados com o St. Jude Children's Research
com exploração de texto e capacidades analíticas
numa base de dados. A maior parte dos relató-
Hospital. O St. Jude opera um sistema de super-
relacionadas num ambiente unificado de gestão
rios de patologia estão escritos em texto livre, com
computação que pode executar mais de 600
de informação, visando facilitar a análise e inves-
frases e números que serão decifrados pelo leitor
mil milhões de operações por segundo e que lhe
tigação de cenários futuros.
segundo o contexto. Através do trabalho da
permite a esta instituição acelerar a investigação
A IBM está também associada ao Molecular
IBM, os antigos relatórios do MSKCC estão a ser
médica no sentido da descoberta de preven-
Profiling Institute e ao St. Justine H ospital
inseridos em formatos padronizados e a infor-
ções, curas e novas opções de tratam ento para
Pediatric Center, com acordos diferentes, para
mação automaticamente extraída para organi-
doenças graves em crianças, como o cancro,
acelerar a investigação, diagnóstico e trata-
zação em bases de dados que possibilitem aos
imunodeficiências adquiridas ou herdadas e
mento do cancro.
investigadores um mais fácil acesso à informação.
desordens genéticas.
1!111
Em Janeiro do novo ano
10 '
Recursos Humanos motivam debates
A
Associação Portuguesa de Enge-
grama global dos encontros, agendados para os
acompanhantes, no painel, João Queiróz, vice-
nharia da Saúde (APES) em cola-
dias 4, 11, 18 e 25 de Janeiro, na sede da
-reitor e director da Faculdadade de Medicina
boração com a Associação dos Médi-
Ordem dos Médicos (OM), em Lisboa, n em
da Universidade da Beira Interior, e Artur
cos Gestores de Unidades de Saúde (AMGUS),
conheça todos os intervenientes convidados,
Vaz, administrador executivo da Espírito Santo
realizam, durante o mês de Janeiro, quatro
pode no entanto adiantar que logo no início
Saúde. Três nomes que merecem destaque no
debates sobre um tema bem actual: "Recursos
de 2006, mais precisamente no dia 4 (quarta-
panorama da Saúde em Portugal e que têm
Humanos em Saúde: Escassez ou Acesso?".
-feira) , o orador principal será o presidente da
certamente muito a dizer sobre um assunto
Embora a GH não tenha tido acesso ao pro-
APAH, Manuel Delgado, tendo ainda como
muito actual.
1!111
Carmen Pignatelli à GH
"O Ministério vai criar eq uipas de gestão de altas" Gestão Hospitalar - Tem-se falado muito da
tem as suas agendas. Uma das primeiras prio-
existência de médicos e enfermeiros a mais
ridades da agenda do actual Governo é a refor-
em alguns serviços. Há pessoal a mais ou a
ma da Administração Pública, que se cruza
de recursos humanos do
menos na Saúde?
com a reforma do Serviço Nacional de Saúde
Ministério da Saúde. A
Cannen Pignatelli - Quando entrei no Minis-
(SNS). Nós estamos muito atentos e conside-
tério da Saúde, em 1996, nós vivíamos um
reorganização dos serviços,
ramos também o incremento da mobilidade do
período de efectiva carência de enfermeiros.
pessoal como uma prioridade, porque quere-
mesmo à custa da criação de
Tanto assim que se fez um esforço adicional na
mos transformar o SNS.
formação destes profissionais de saúde. Segun-
Os médicos e os enfermeiros não se inven-
do a informação qu~ comeÇamos a ter, excep-
tam, não caem do céu! Eu posso dizer que
para melhorar a prestação dos
tuando uma ou outra região - o Algarve ou o
preciso de mais mil médicos mas eles não me
cuidados de Saúde à
Alentejo - não há falta de enfermeiros. Ainda
aparecem por milagre. Nomeadamente, médi-
Carmen Pignatelli explica à GH alguns pontos da política
excedentes, é a prioridade
recentemente tivemos conhecimento que
população. Melhoria que
cos de família! Temos de aguardar a formação
alguns enfermeiros do Norte, recém-licencia-
desses médicos ou aguardar que alguns estran-
passa por eventuais auditorias
dos, ainda não conseguiram colocação. Acho
geiros entrem no nosso país.
à gestão dos recursos
estranhíssimo. Devem estar com certeza à espera de encontrar emprego perto da sua resi-
humanos, por um lado, e, por
dência, porque sabemos que, a nível nacio-
outro, pela criação de equipas
nal, há zonas que têm falta de enfermeiros.
de gestão de altas em cada
"Se os números não nos convencerem podemos criar auditorias que incidam sobre a gestão dos recursos humanos"
O que sabemos - porque temos algumas estatísticas que já divulgámos e porque visitamos ser-
unidade hospitalar.
viços - é que há claramente serviços com pessoal
Aos administradores
a mais e serviços com pessoal a menos. E o cidadão comum também sabe isso. Numa son-
hospitalares relembra a
Temos a certeza de que se conseguirmos dis-
dagem recente, 80% dos inquiridos diziam que
tribuir melhor os médicos, enfermeiros e pes-
necessidade partilhar
médicos e enfermeiros estavam mal distribuídos.
soal administrativo, conseguimos prestar me-
experiências.
Correia de Campos - Juventude, acção Luís Filipe Pereira - Incógnita Manuel Delgado - Apreço
lhores serviços com os mesmos recursos
GH - Mas o cidadão comum não tem as
Quando se fala em racionalizar - não tenho
informações nem os conhecimentos que o Ministério tem para fazer essa avaliação.
medo da palavra! - os recursos humanos ou quando dizem que nós temos uma visão eco-
CP - Se me perguntar se nós temos um estudo
que tem o seu pessoal mal distribuído. Podem
GH- Essa má distribuição poderá dever-se
entanto, nós consideramos que, com a legis-
nomicista da Saúde isso também não me atin-
de avaliação, preto no branco, instituição a ins-
concluir também, que, alguns têm excesso de pes-
à legislação restritiva, quanto à mobilidade,
lação que já existe, e com a autonomia que
ge. Só me sentiria penalizada com essa acusa-
àtuição, direi que ainda não temos. Aliás, esse tra-
soal administrativo ou pessoal operário.
nomeadamente, de médicos e enfermei-
têm alguns dirigentes, nomeadamente dos
ção se o primeiro objectivo da nossa agenda
balho não vai ser a tutela a fazer. Um hospital tem
Mas eu também tenho dados, a partir de infor-
ros? Propõe-se mudar essa legislação?
hospitais, já tinha sido possível incrementar
fosse controlar a despesa. Mas é dar às pessoas
personalidade jurídica, administrativa e financeira
mação que me é veiculada pelos presidentes
CP - Concordo quando dizem, e o Ministro
os mecanismos de mobilidade.
os cuidados de saúde que necessitam. E sabe-
e alguns até têm o estatuto empresarial, por isso,
das administrações regionais de Saúde e porque
da Saúde até o afirmou recentemente em entrevista, que há aquilo que ele designou por
GH - Então porque é que isso não aconte-
mos que, com a actual organização do sistema,
cada conselho de administração é que tem de
visito centros de Saúde, que me permitem
Pedro Nunes - Parceiro
fazer o diagnóstico das suas necessidades em
concluir que há centros que têm escassez de pes-
carapaça jurídica. Há efectivamente leis que
ceu? Falta de vontade política?
Mário Jorge - Empatia
recursos humanos e provavelmente concluirá
soal administrativo.
obstaculizam a mobilidade do pessoal. No
CP - Não sei. Cada equipa governamental
dificilmente conseguiremos melhorar.
GH - Mas de quem é a responsabilidade por
GH - Voltando ...
CP- Fiz parte e com muita honra desse gover-
CP - Neste processo rodo não queremos
no, acho o Eng.° G uterres como primeiro-
encontrar culpados, nem nos governos ante-
ministro uma pessoa fascinante, extremamen-
riores, nem nos médicos ou enfermeiros. Temos
te inteligente, mas um governo é uma equipa
problemas, queremos resolvê-los com os pro-
de pessoas diferentes. Diziam que era u m
fissionais e com os dirigentes. Não vamos estar
governo que privilegiava o d iálogo, não o
aqui à espera de consensos nesta matéria. O
consenso, e acho que o d iálogo é essencial. Eu
consenso em muitas matérias é impossível.
gosto de ouvir as pessoas. Se quiser tomar uma
Não vamos andar aqui anos . . .
decisão eu chamo especialistas e ouço-os, às vezes apresentando soluções diferentes.
GH - Até porque o Governo tem maioria absoh...1ta e o consenso é de somenos impor-
GH - Como responde às críticas do sector
tância.
da Saúde que acusa o Governo de ser pre-
CP - Não. Diz-me a minha experiência pro-
potente?
fissional que, quando há uma grande preocu-
CP - O uço essas críticas e não acho que o
pação com o consenso, normalmente sai uma
Governo esteja a ser prepotente. Está a tomar
má solução, porque uma solução que agrada a
medidas que já deviam ter sido tomadas há mui-
gregos e a troianos .. .
tos anos. Talvez estejam a confundir isso que cha-
<< <
"O consenso em muitas matérias é impossível"
mam prepotência com decisões rápidas, mas
não se t er feito melhor com a actual legis-
nismos legislativos para ajudar a resolver esses
lação?
problemas, mas, a meu ver, muitos dos pro-
GH - Essa era política do anterior Governo
estas tiveram a ver com o facto de termos bons
CP - A responsabilidade é partilhada. É dos
blemas do sistema resolvem-se com mais orga-
PS do qual fez parte ...
diagnósticos nalgumas áreas e termos equipas que
sucessivos governos que não tiveram isso em
nização, mais gestão e uma articulação entre os
CP - Não, não .. . N ão sei se conhece aquela
sabiam concretamente o que havia para fazer.
tomar a decisão e tendo opiniões diferentes ter-
responsabilidade da gestão dos recursos huma-
diversos níveis de cuidados de Saúde . ..
frase do Jean Paul Sartre ... 'Se conheces uma
Mas garanto uma coisa: em relação a cada maté-
mos de escolher. É a solidão da decisão.
nos do sistema de Saúde não só do SNS - fixá-
pessoa de quem todos gostam e de quem todos
ria que estamos a trabalhar temos o cuidado de
dizem bem, desconfia dessa pessoa'.
chamar os melhores especialistas. Não é possí-
GH - Voltando atrás. Vai fazer alterações a
com as ARS, mecanismos para resolver o pro-
vel agradar a todos, porque sendo bons, têm opi-
essa legislação?
blema da mobilidade dos profissionais e para
atenção, provavelmente, porque tinham na altura outras prioridades. Em relação aos
mos-lhe com o tarefas prioritárias encontrar,
conselhos de administração, eu acho que -
GH - Está a dizer que a responsabilidade
também não tenho receio de o dizer - muita
também é dos conselhos de administração?
coisa vai ter de acontecer ao nível da simplifi-
CP - Sim, começa desde o nível político até
GH - Mas está implicitamente a criticar o
niões diferentes. Esta é a grande dificuldade da
CP - Desde que o novo Secretário-Geral do
tentar encontrar soluções para a excessiva pre-
cação da legislação e da criação de novos meca-
ao nível do dirigente mais básico.
anterior Governo PS que integrou!
governação - é no momento em que se tem de
Ministério da Saúde tomou posse - que tem a
cariedade de algumas situações - os cerca de
"Não é obrigatório que quem gere tenha formação em Saúde" GH - Disse recentemente que os ges-
uma empresa provavelmente poderia avaliar
ria. Porque o enquadramento jurídico não
GH - Mas seria vantajoso que os admi-
to, Biologia, H istória e depois se candida-
CP - E qual é o problema se o conselho de
tores públicos têm m uito a aprender
de outra forma essa decisão.
agiliza, não facilita a gestão.
nist radores hospitalares t ivessem obriga-
tam a um curso de Administração Hospita-
administração tiver gente que sabe muito
com os privados. Qual é a sua crít ica
Em segundo lugar, porque os privados preo-
t oriamente formação em Saúde.
lar que dura dois anos. D ali tanto pode sair
do assunto de Saúde? Eu entrei no ministé-
principal?
cupam-se com questões que por vezes estão
GH - Depois de tantos elogios só falta a
CP - Seria bom que as equipas que gerem os
um bom administrador hospitalar como um
rio há nove anos e sou uma 'outsider' - não
CP - Não fiz nenhuma crítica aos diri-
afastadas do quotidiano dos nossos dirigentes.
profissionalização da carreira de admi-
hospitais tivessem elementos que conhecessem
péssimo administrador. Não é por essa pessoa
sou médica nem sou administradora hospi-
gentes públicos. O que eu considero, e volto
Assim, poderiam partilhar boas práticas.
nistrador hospitalar.
m uito bem a Saúde e a instituição que estão
ter estado 24 meses a tirar um curso de Admi-
talar. Semp re que preciso de tratar de
a assumir isso, é que seria muito vantajoso
Mas também porque há, na nossa socieda-
CP - Isso é um assumo ao qual ainda não
a gerir. Não me parece que seja obrigatório que
nistrador Hospitalar que dali sai um bom
algum assunto eu chamo quem sabe dessas
para os nossos dirigentes públicos terem
de, um pouco a ideia de que o dirigente
cheguei. Para ser gestor seria vantajoso que
todos tenham fo rmação na área da Saúde.
administrador.
coisas.
programas de formação mistos onde se sen-
público é igual a funcionário público incom-
tivessem formação adequada. Mas já tenho
Já não vejo o mundo de hoje em termos de
Mas, nas equipas, convinha que parte da
Outra coisa que temos de fazer é, com o
tassem na mesma sala com empresários. Era
petente e isso não é verdade. N ós temos
encontrado maus gestores qualificados como
profissões, o tempo das carreiras passou. Esta-
administração conhecesse o negócio.
Ministério do Trabalho e Solidariedade
bom, porque viviam as preocupações do
dirigentes de excepcional competência. Ser
gestores e tenho encont rado pessoas, por
mos a viver o tempo da formação e da pre-
empresário e quando um gestor coma uma
direccor-geral na Administração Pública é,
exemplo médicos, bons gestores.
paração contínua. Eu pergunro porque é que
GH - Mesmo que o gest or tenha vindo
mação profissional na Saúde, sectorial, for-
para muitos, uma prova de obstáculos d iá-
Eu vejo ... Já passou o tempo das carreiras.
as pessoas acabam uma licenciatura em Direi-
direct amente das celuloses?
mação contínua para a vida inteira.
decisão que pode ter infl uências na vida de
Social, criar um verdadeiro sistema de for-
Curriculum Vitae
dois mil enfermeiros que estão numa situa-
anteriormente. Foi um dos problemas do ante-
tentar encontrar colocação para essa pessoa
ção de excessiva precariedade, com contratos de
rior Governo: havia 31 hospitais SA e parecia
no sistema de Saúde. Os que não conseguir-
Carmen Pignatelli Idade - 55 anos
três meses mais três.
que eram dois universos diferentes. Mas o
mos colocar. .. o que posso dizer. .. espero
Mas acontece que estamos a viver um proces-
denominador comum é o SNS.
que outros serviços da Administração Públi-
>
Licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia do Porto
>
Curso de Pós-Graduação em «Gestão de Unidades de Saúde», pela Universidade Católica Portuguesa (Lisboa)
>
>
Frequência do Programa de Alta Direcção de Empresas (AESE), até Março de 2005 Estágio no Conselho do Tesouro do Canadá sobre gestão de recursos humanos
>
Estágio na Alemanha sobre formação profissional
>
Gestora do Programa Operacional Saúde (Saúde XXI) do 3° Quadro Comunitário de Apoio a Portugal (QCA Ili}, entre Maio de 2000 e Agosto de 2004
>
>
>
>
Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Saúde, entre julho de 2001 e Abril de 2002 Gestora da Intervenção Operacional da Saúde do QCA 11, entre 1996 e meados de 2000 Gestora do Programa de Formação para a Modernização da Administração Pública (Profap), entre 1992 e Abril de 1996 Adjunta da Secretária de Estado da Modernização Administrativa, entre 1990 e 1991
so de reforma da Administração Pública. O
ca precisem deles.
próprio Ministério das Finanças propõe-se
GH - Já disse numa entrevista que caberá
rever os mecanismos relativos à mobilidade
às administrações hospitalares decidir quais
GH - A reorganização passa pela criação de
dos funcionários públicos, logo, vamos tra-
as suas carências.
outras estruturas?
balhando, mas vamos aguardar as orientações
CP - Os nossos dirigentes hospitalares são
CP - Estamos a pensar instituir em todos os
- que são transversais - para quando o Minis-
gestores. Um gestor gere também os seus recur-
hospitais equipas de gestão de altas.
tério das Finanças nos chamar termos ideias
sos humanos. A responsabilidade primeira de
concretas para melhorar a siruaçáo.
identificar as suas carências ou eventual exces-
GH - Funcionando como?
so nesta matéria cabe ao próprio conselho de
CP - Essas equipas têm que, caso a caso, doen-
administração.
te a doente, decidir sobre a alta, se a pessoa
O Governo não está a ser prepotente mas a tomar medidas que já deviam ter sido tomadas há muitos anos
pode voltar para o seu domicílio, se no domicí-
GH - E disse também que será o Ministério
lio necessita de cuidados de Saúde, se precisa
a ter a última palavra nessa matéria.
de apoio social, se não pode voltar para casa se
CP - Quando digo a última palavra... Isso não
há uma unidade de convalescença, se for um
está na nossa agenda mais imediata. Podemos,
doente terminal se há uma unidade de cuida-
GH - Não há então um prazo para essas
daqui a uns tempos, implementar um progra-
dos paliativas que o possa acolher.
alterações legislativas?
ma de auditorias nessa matéria.
CP - A nível sectorial, da Saúde, não posso
GH - Integrando que profissionais?
indicar prazos porque, como disse, vamos tra-
GH - A todas as unidades hospitalares?
CP - Um médico, um enfermeiro, um psicó-
balhar com o Ministério das Finanças. Quer o
CP - Ouça, isto é uma hipótese que eu estou
logo, um técnico de serviço social e um fisio-
sr. Secretário-Geral quer o sr. Presidente da
a pôr! Se os números não nos convencerem nós
terapeuta.
Unidade de Missão dos Hospitais SA estão a
podemos, eventualmente, criar um conjunto de
realizar reuniões com a equipa das Finanças que
auditorias que incidam sobre a gestão dos
GH - Quando começarão a funcionar?
vai rever as carreiras da Função Pública.
recursos humanos. Aliás, isso está a ser feiro a
CP - Já a partir do próximo ano em alguns
um nível mais transversal pela Inspecção-Geral
hospitais. O Hospital Pulido Valente, que faz
GH - Mas nesse trabalho prévio na Saúde
da Administração Pública, na administração
parte de uma experiência piloto no âmbito de
estão a pensar em criar incentivos extra,
directa do Estado.
cuidados continuados, já implementou uma
para além dos que já existem na Função
equipa de gestão de altas.
Pública?
GH - O ministério vai extinguir as sub-
CP- Não vejo, para já, a questão dessa manei-
regiões de Saúde, o que vai levar à entrada
GH - Já sabe quais serão os outros hospi-
ra. Mas, no âmbito da reforma dos cuidados de
de muitos funcionários no quadro de exce-
tais?
Saúde primários, por exemplo, a Unidade de
dentes.
CP - Não sei ainda, porque a comissão que
Missão vai propor a criação de regimes de
CP - Não fui convidada para Secretária de
está a elaborar o plano de acção nesta área tcr-
incentivos para fixar pessoas em zonas onde há
Estado Adjunta da Saúde para criar exce-
m i na o seu mandato no dia 31 de Dezembro
mais carência de médicos de família. Regimes
dentes mas para participar num processo de
e antes apresenta, a mim e ao sr. Ministro, o
de incentivos que vão remunerar melhor equi-
melhoria dos cuidados de Saúde à população
projecto de decreto-lei para a criação da rede de
pas, as Unidades de Saúde Familiar.
portuguesa. Para isso temos de reorganizar os
cuidados de Saúde às pessoas idosas e depen-
serviços e, para os reorganizar, é provável que
dentes e um plano de acção para esta área para
GH - Como ficam os hospitais EPE?
resultem excedentes. Quando chegarmos a
os próximos dois anos. Nesse plano está prevista
CP - Independentemente da natureza jurídi-
essa fase de sermos confrontados com pes-
a criação progressiva das equipas de gestão de
ca dos hospitais, não estamos a trabalhar de
soal excedentário a preocupação é, antes de
altas e um plano de formação para as pessoas
forma distinta, ao contrário do que aconteceu
comunicar que a pessoa não é necessária,
> > > Temos de criar um sistema de formação profissional na Saúde
que farão parte dessas equipas.
1
11111
17
Medidas tomadas pelo Ministério da Saúde Março-Dezembro 2005 ÁREA
MEDIDA
LEGISLAÇÃO
ÁREA
MEDIDA
LEGISLAÇÃO
Alto Comissariado da Saúde
- Criação do cargo de Alto-Comissariado da Saúde; - Nomeação do Alto-Comissário da Saúde.
Decreto Regulamentar nº 7/2005, de 1O Agosto Despacho Conj. nº 654/2005, de 2 Setembro
IVG
- Projecto de Diploma que visa regulamentar a IVG não punível em estabelecimento de saúde privado nos casos de impossibilidade de realização em Hospital Público.
Em aprovação com o Primeiro Ministro
- Nomeação da Coordenadora Nacional para a saúde das pessoas idosas e cidadãos em situação de dependência; - Nomeação do Coordenador Nacional das Doenças Oncológicas; - Nomeação do Coordenador Nacional das Doenças Cardiovasculares; - Nomeação do Coordenador Nacional da Infecção VIH/SIDA.
Despacho n.º 23035/2005, de 8 de Novembro Desp. Conj. nº 345/2005, de 23 Maio Res. Cons. Min. nº 84/2005, de 27 Abril Despacho Conjunto nº19123/2005, de 2 Setembro Desp.Conj. nº19670/2005, de 12 Setembro Desp.Conj. nº19871/2005, de 15 Setembro
-
D.L. nº 157/99, de 10 de Maio D.L. nº 39/2002, de 6 Fevereiro D.L nº 60/2003, de 1 de Abril D.L nº 88/2005, de3 de Junho
ACS Programas Verticais
Centros de Saúde
Centros Hospitalares
Criação, organização e funcionamento dos Cent ros de Saú de; Aprova nova designação dos órgãos de direcçã o; Cria Rede Cuidados Saúde Primários; Revoga D.L.60/03 e repristina o D.L.157/99.
Criação dos Cent ros Hospit alares: - Hospital de Santa Mari a, E.P.E.; - Hospital de São João, E.P.E.; - Centro Hospita lar de Li sboa Ocidental, EPE.; - Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.; - Centro Hospitalar do N ordeste, E.P.E..
Medicamentos
Reg. D.L. 535/2005
- Lei 38/2005 que autoriza o Governo a legislar sobre distribuição fora das farmácias; - Venda de Medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias; - Condições de venda dos medicamentos não sujeitos a receita médica, os requisitos dos locais de venda dos medicamentos NSRM; - Extinção da bonificação de 10% na comparticipação de medicamentos genéricos; - Redução geral dos preços de venda ao público medicamentos em 6%; - Redução em 5% do escalão máximo de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos; - Identificação dos grupos farmacoterapêuticos em que se integram os medicamentos considerados imprescindíveis em termos de sustentação de vida; - Redução em 5% do preço de algumas áreas convencionadas (a medicina física e reabilitação, a endoscopia, gastrenterologica ... ); - Decisão de aquisição de Oseltamivir (Tamiflu) para prevenção e tratamento em caso de pandemia da gripe.
Lei 38/2005 D.L. n.º 134/2005 Portaria 827/2005
Resolu ção do C.M, 102/ 2005 Portaria n.º 6 18-A/2005 (alt erada pela Port aria de 826/2005, de 14 de Setembro) D.L. n. º 129/2005 Despacho n.0 19650-A/2005
Despacho n.º 22620 -B/2005
CEIC - Com issão Ética para a Investigação Clínica
- Aprova composição, funcionamento e financiament o da CE IC; - Nomeia membros da CE IC; - Nomeia membros da comissão executiva da CE IC.
Portaria nº 57/2005, de 20 Janeiro Desp. nº 3568/ 2005 Desp. nº 3978/ 2005, de 23 Fevereiro
Contraceptivos nos Cent ros de Saúde
- Homologação da Lista de Contraceptivos a distribuir gratuitamente pelo SN S.
Despacho do Ministro, 14 Novembro, de 2005
Parcerias Saúde
- Lançamento do concurso do Projecto PPP do Novo Hospital de Vila Franca de Xira; - Lançamento do concursà do Projecto PPP do Novo Hospital de Braga.
Contratualização no Sist em a de Saúde
- Reconstitu ição das agências de contratualização dos serviços de saúde enquanto órgãos das ARS, com int ervenção activa na distribuição de recursos pelos estabelecimentos do SNS.
Despacho n. º 22 250/ 200 5
Port al da Saúde
- Lançamento do Portal da Saúde.
www.portaldasaude.pt
S.A . em E.P.E.
- Transformação em entidades públicas em presariais de 31 unidades de saúde, as quais tinh am Estatuto Juríd ico de Hospita is S.A.
D.L. 93/2005 Reg. D.L. 535/2005
Secret aria-Geral do Minist ério da Sa úde
- O presente diploma cria a Secretaria-Geral do M inistério da Saúde, extinguindo o Departamento de Modernização e Recursos da Saúde.
Decreto Regulamentar n.0 3-A/2005, de 31 de Maio
Unidade de Com pras do MS
- Criação da Unidade de Com pras do Min ist ério da Saúde, na dependência direct a do Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, para prom over o aumento de eficácia, eficiência e t ransparência e a redução de cust os das aquisições pelos serviços e instituições do Serviço Nacional de Saúde e do Ministéri o da Saúde, bem como para compatibiliza r est a polít ica de com pras centralizadas com a polít ica global das compras públicas.
Despacho 4 1/2005 para aprovação
UESP
- Criação da Unidade de Emergências de Saúde Pública.
Cooperação Internacional Cuidados de Saúde Primários
- Declaração conjunta de Cooperação Bilateral entre a República Popular da China e a República de Portugal na área da Saúde. - Cria um grupo técnico para a reforma dos cuidados de saúde primários; - Define a constit uição do grupo técnico; - Cria a Missão p/ Cuidados Saúde Primários; - Designa a equipa que prestará assessori a à MCSP.
Outubro 2005
Res. Cons. Min. nº 86/2005, de 27 Abril Despacho nº 10 942/2005, de 16 Maio Res. Cons. M in. n º 157/ 2005, de 12 O utubro Despacho nº 24 766/ 2005, de 02 de Dezembro 0
ERS - Entidade Reguladora da Saúde
- Aprova o regulamento intern o que define a organização e o funcionamento dos serviços da Entidade Reguladora da Saúde; - Nomeia o CA e exonera o ante ri or CA .
Portaria n. 4 18/ 2005, de 14 de Abril Portaria nº 3 10/2005, de 23 Março Portari a nº 4 18/2005, de 14Abril Resolução nº 65/200 5, de 18 O utubro
Hospitais Sociedades Anónimas
- Cria na dependência do Mi nistro da Saúde a Comissão para a avaliação dos Hospitais S.A.; - Transforma em entidades públicas empresariais os S.A.; - Rectifica o D.L. nº 93/ 2005.
Res. Cons. M in. nº 85/ 2005, de 27 Abril
Investigação em Cuidados de Saúde
- É destinada uma verba do Orçamento do Estado de 2006 para a Investigação em Cu idados de Saúde de 5.000.000 Euros.
D.L. nº 93/ 2005, de 7 Junho Decla. Rect. nº 58/200 5, de 13 Julho(c/ D.L.) Orçamento de Estado do SNS 2006 - IGIF
Urgências Hospita lares
- Proj ecto de reestruturação da Rede de Urgências Hospitalares ao nível Nacional; - Projecto de orga nização' as equipas m édicas nas urgências; - Proj ect o de orga nização do Transporte de Doentes Urgentes; - Proj ecto do Regime remunerat ório dos Médicos nas urgências.
15 Novem bro, de 2005 6 Janeiro, de 2005
Versão final para aprovação Versão final para aprovação Versão para assinatura Em preparação Fonte: Ministério da Saúde
2005 chega ao fim
a an ~O na
,
au
Nas duas páginas anteriores apresentámos as medidas tomadas pela equipa governativa da Saúde, desde que tomou posse (a 19 de Março) até Dezembro. No fundo, decorreram apenas nove meses. Não foi muito tempo, mas certamente que é possível vislumbrar já que caminhos se vão seguir. Na sequência do gráfico apresentado (que tem como fonte o próprio gabinete de Correia de Campos), pedimos à direcção
decisões estruturantes para o futuro da saúde
tando-o para a necessidade de introduzir
alterações quanto ao acesso equitativo a medi-
dos portugueses. Com os riscos inerentes ao
competitividade e concorrência na comercia-
camentos necessários.
menor impacte de curto prazo, naturalmeme.
lização dos medicamentos. E os preços
São disso excelente exemplo, o reforço de
podem vir a baixar para o consumidor final.
Hospitais
programas verticais de saüde nas áreas de
É um primeiro passo. A política de comparti-
Assinale-se a forte aposta deste Governo na
Oncologia, doenças cardiovasculares e
cipações, nesta área, foi também objecto de
construção de novos hospitais, ao que se
da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH)
VIH/Sida, a reconstituição das agências de
alterações, muito mais dependentes de razões
supõe, todos eles em regime de PPP, ainda
contratualização, a reforma dos cuidados de
económicas do que de razões de qualidade ou
que, provavelmente, nem todos fazendo o
saúde primários, a criação das E.P.E. ou a
serviço. Vejamos, a prazo, os efeitos dessas
pleno da privatização (concepção, construção
revitalização da ERS.
e exploração).
que comentasse as medidas tomadas. Aqui fica, em jeito de balanço de 2005, a posição da APAH.
Em todos estes exemplos, é patente a impor-
O processo tem sofrido sucessivos contratem-
tância estratégica da agenda política adaptada
pos, pelo menos no caso do Hospi tal de
e a intenção de consolidar estruturas essen-
Loures, e não será, com certeza, já nesta legis-
ciais para o futuro do SNS, designadamente
latura que veremos os principais resultados.
nos ganhos em saúde, na acessibilidade e na
Uma boa ideia, cujos contornos ainda não
eficiência do sistema.
conhecemos, é a que se refere à criação da
Decisões
Unidade de Compras do Ministério da
A Gestão Hospitalar publica nesta ültima edi-
Mudanças
Saúde. Desde que contribua para um melhor
ção de 2005, o conjunto de medidas mais
Foi também com este Governo que, pela pri-
conhecimento do mercado, robusteça a
relevantes que o actual Ministério da Saüde
meira vez em Portugal, os medicamentos de
capacidade negocial dos hospitais, facilite e
tomou no corrente ano.
venda livre passaram a ser transacionáveis fora
agilize procedimentos e flexibilize a escolha
Ao contrário do Ministério anterior, que pro-
das farmácias.
ao nível operacional, será uma excelente
curava "quick wins" de efeito político garanti-
Com esta medida, cujo impacte é relativo,
novidade cujo desenvolvimento acompanha-
do, o actual parece mais apostado em tomar
deu-se sinal a todo o sector distribuidor, aler-
remos com atenção. r.m Direcção da APAH
Ciência 1
encer o cancro
Ciência para
se alimentar, nós ao desrruirmos os vasos
sinronia forte entre investigadores e clíni-
sanguíneos que o sustentam, estamos tam-
cos, por exemplo no manuseamenro e apli-
bém a enfraquecer o tumor", explica.
cação de fármacos a muitos doentes oncoló-
todos
de milhões de euros
Para que este trabalho possa conhecer o
gicos . "Ao contrário de outro centros
Sérgio Dias foi um dos cientistas
em investimentos.
ambicionado sucesso, é fundamental que o
ponugueses, nós temos a particularidade de
que, em fina l de 2004, fundou a
Pelo menos no estrangeiro.
cancro seja detectado o mais cedo possível.
funcionar dentro de um hospital e de forne-
associação Viver a Ciência, cujo
Só assim aumentarão as h ipóteses de o
cer o conheci menro resultante das nossas
objectivo passa pela promoção da
arsenal terapêutico ser eficaz. A prevenção
investigações aos médicos que, aqui ao lado,
investigação na área das Ciências
milionárias realidades, Sérgio
continua a ser a melho r arma, já que ,
consul ram doentes. Estas caracterís ricas
da Vida com o envolvimento dos
Dias trabalha com o objectivo
sobretudo numa fase inicial, a maioria dos
constituem uma mais valia para rodas."
cidadãos. O presidente da Repú-
A investigação em oncologia concentra milhares
Por cá, longe dessas
blica, Jorge Sampaio, é um dos
cancros não denuncia a sua presença.
de tornar o cancro cada vez
Risco familiar
sócios honorários e foi uma das
Sinergias contra o cancro
A estreita relação entre algumas das consul-
figuras presentes no dia da ofi -
O caminho é atacá-lo pelos
Licenciado em Biologia, Sérgio Dias após
tas do IPO e o CIPM resultou na criação
cialização pública da associação.
vasos que Lhe Levam o sangue.
concluir o doutoramento - na área da bio-
de Gab inetes de R isco Fami liar - compos-
Num país onde se regista um ele-
logia tumoral, no Imperial Cancer Research
ros por vários profissionais, como médicos,
vado défice ao nível do conheci-
Fund, em Londres -, viajou para Nova
enfermeiros e psicólogos - , q ue fazem um
mento científico e onde os inves-
al como noutros tecidos orgâ-
Iorque, onde acrescentou um pós-douto-
despiste dos vários tipos de cancro entre
timentos em Investigação e
nicos, os cancros, para cresce-
ramento - também na área da oncologia -
pesso as com antecedentes fam iliares de
Desenvo lvim ento (l&D) ficam
rem, têm de se alimentar. Esse
ao seu currículo. De volta a Ponugal, o
d oença oncológica. Ainda que em alguns
aquém do desejado, a Viver a Ciên-
sustento, composto por oxigénio e
cientista coordena há rrês anos a investi-
tipos de cancro a hereditariedade tenha
cia pretende contribuir para que
nutrientes variados , chega até estes
gação que é feita no CIPM, cenrro que,
maior expressão, estudos mostram que,
Portugal se aproxime dos índi ces
tumores por meio dos seus vasos sanguí-
refere, "constitui uma das prioridades da
em média, a genética constitui apenas 5 %
dos restantes países da UE. Para
neos. Sabendo disso, vários inves tigadores
actual direcção do IPO".
da o rigem de m uitos tumores malignos,
tal, é necessário também que o
estudam como é que as es truturas circu-
Sendo uma unidade de referência para as
enquanto os restantes 95 % devem-se a
cientista ten ha um papel mais
latórias proliferam, em panicular junto
doenças oncológicas, o IPO de Lisboa (assim
outras causas .
activo na sociedade, contribuin -
das células malignas, favorecendo a sua
como o do Porto e o de Coimbra) fornece as
Em Portugal, de acordo com o investiga-
do para que a informação cientí-
multipli cação .
condições para que os investigadores pos-
dor, a prod ução científica na área da onco-
fica seja mais acessível a todos.
Sérgio Dias é um desses cientistas. Apesar
sam trabalhar em consonância com os onco-
logia fica aquém do que seria desejável,
Nesse sentido, a associação desen-
logistas que dedicam mais tempo à área clí-
muito atrás daq u ela desenvo lvida em
volve, até ao fin al do ano, uma
nica. "No início, a investigação feita no IPO
potências como os EUA, Inglaterra, Fran-
iniciativa que visa aproximar os
dividia-se em hematologia, gasrrenterologia,
ça, países nórd icos ou Japão.
deputados dos cientistas, através
menos mortal.
T
da sua juvenrude, é, em Portugal, uma das referências da investigação em angiogénese - processo de forma ção de vasos san-
>>> Sérgio Dias estuda o cancro e é o coordenador da investigação oncológica que se faz no IPO de Lisboa
orne
I
' l
guíneos num tecido vivo -, aplicada à área
endocrinologia e numa quarta área que abar-
"Hoje já se sabe muito sobre a maioria dos
da partilha de experiências. A ida
oncológica, e o coordenador científico do
cava cancros com outras origens. Com o
cancros. Nos próximos anos, em resultado
de políticos aos laboratórios e a
Centro de Investigação de Parologia Mole-
decorrer dos anos, estas fro nteiras foram-se
dos fortes investimentos feiros na investi-
visita de ci entistas à Assembleia
cular (CIPM), do Instituto Português de
esbatendo, com benefícios para a investigação
gação, vão surgir m uitas novas drogas, que
servirão para estreitar relações,
Oncologia, em Lisboa. "Basicamenre, aqui-
e para os doentes." É que com o actual mode-
irão complementar e melhorar as respostas
criando o hábito de consulta
lo que fazemos é atacar o tumor pela fome .
lo organizacional faz-se investigação funda-
terapêuticas já existentes." O futuro é,
mútua. A bem do Choque Tec-
Com o para se dese nvolver ele necess ita de
mental, investigação aplicada e há ainda uma
portanto , promissor.
nológico.
E1lll
N uno Estêvão
23
1
AFIO
A GH pediu a António Sampaio, psiquiatra, no Hospital Júlio de Matos, e escritor, com três romances publicados, para dar azo à imaginação e criar um conto de Natal. Em tempo recorde, o conto, inédito, chegou-nos às mãos, e vamos hoje publicá-lo. A GH não ficou por aqui. Pediu, posteriormente, a membros da Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente {AFIO) para fazerem uma ilustração ao trabalho do escritor. O resultado aqui está. É caso para se dizer que quando há vontade, tudo é possível.
,
A todos aqueles que se envolveram connosco nesta vontade, o nosso Obrigado!
ue e D
e um nascimento se trata. Um
nios e maleitas. Era de noite, mas homens
nascimento como qualquer
haviam trazido archotes. Estava frio, mas a
outro; de uma criança que, por
multidão aconchegara o estábulo desabrido.
quererem que homem se fizesse, nasceu 111eni-
Desencontrados por natureza, aqueles dois
no. Foi em Belém, há muito tempo. Chora-
seres, cada um à sua maneira, naquela noite
.
1
1
24
.
va porque era menino e ass im se esperava
não dormiram e viveram uma história sua.
que fizesse. Não ouvia câncicos, nem irradiava
Esqueceram o dia seguinte, por certo igual a
luz da sua fronte. Não era louro nem gordu-
todos os outros, que de passado e de futuro
cho. Não era bom nem mau, que disso nada
nada percebiam. Cada um à sua maneira,
sabia. Estava ali. Dormia, chorava e mamava,
contemplaram o menino e tocaram-lhe com
como todos os outros meninos. Tinha muita
os focinhos, tentando rodo o jeito que estas
gente à sua volta, como de um príncipe se tra-
coisas requerem; só para ver se estava vivo e,
tasse. Mas príncipe não era, que numa man-
já agora, se nada de mal lhe acontecia. Deci-
jedoura sua sanca mãe, exausta, o deitara, e o
diram guardá-lo, que sempre podiam apare-
mais bem-aventurado dos pais o beijara. Um
focinhos como se quisessem cumprimentar-
cer lobos ou cobras, que vieram mas mal
burro e uma vaca, que ali estavam, olharam e
-se e tentaram imaginar como seria se deles
não fizeram. Aqueciam-no com o bafo como
cheiraram aquele intruso que os privara do
aquela cria fosse. Ele, o burro, com ar de
se de uma cria sua se tratasse, que não era,
seu repasto. Vieram pastores e artífices, fidal-
pai, a que só o instinto o chamava, que nunca
m as era como se fosse. Ouviram sussurros
gos e mercadores. Vieram crianças e velhos,
se tinha visto em tais assados. Ela, a vaca,
que de um deus se tratava, que redentor era
curandeiros e vilões. Vieram moçoilas e
mais descontraída, que sendo fêmea, por
o se u nom e, mas disso eles nada sabiam. E
doentes, camponeses e letrados. Por entre
nada queria ficar mal vista. Ainda assim,
logo ali? Assim? Na manjedoura que eles,
reis, párias tentavam chegar-se àquele meni-
olhavam em volta tentando perceber a razão
duas bestas, lhe haviam cedido? Lá para
no, que nem o burro nem a vaca sabiam o
daquela invasão, que aliás lhes não desagra-
eles, a verdade era esta: Os o utros as nos
que tinha de tão especial. O burro e a vaca
dava. Sabiam bem, por que o sentiam, que
da região e rodas as outras vacas não o
resolveram então ficar ali, percebendo apenas,
ninguém ali lhes bateria, ou sequer os amea-
achariam o mais formoso dos filhotes, mas
como percebem todo os animais, que aqui-
çaria. Estavam todos em silêncio, embora
ali era deles, e disso de bonito e feio, naque-
lo era uma cria. Tinham vivido ali sempre,
isso não fosse coisa comum nos humanos,
la noite, nada sabiam. E aq uele menino
sem nunca lhes ter sido dada parceria. Des-
que constantemente com eles protestavam
que ali estava, isso eles sabiam, também
pojados de ral bem, roçaram as patas com os
como se culpados fossem de todos os infortú-
não.
111!1
António Sampaio
AFIO
-
___.,--:-:: r
...
Retrato Político da Saúde
Saberes e Poderes no Hospital
Jorge Simões Almedina www.almedina.net
Graça Carapinheiro Edições Afrontamento www.edicoesafrontamento.pt
COM PREFÁCIO DO ACTUAL MINISTRO DA
RESULTANTE DE UMA TESE
Saúde, António Correia de Campos, o livro
de doutoramento da socióloga Graça
"Retrato Político da Saúde", de Jorge Simões,
Carapinheiro, "Saberes e Poderes no Hospital -
faz uma resenha histórica dos principais sistemas
Uma Sociologia dos Serviços Hospitalares"
"A ECONOMIA DA SAÚDE ÉA APLICAÇÃO
de saúde dos países da OCDE e esboça a sua
é uma obra que foca o lado humano
da análise económica ao sector da saúde."
evolução nas últimas décadas. Integrando
da saúde, através do estudo da relação
Estas palavras do conhecido economista Pedro
a Administração Pública portuguesa neste
médico/doente. Entre outros assuntos, a
Pita Barros convidam, a propósito do seu livro
contexto alargado, Jorge Simões explica
autora distingue, sobretudo ao nível das
"Economia da Saúde", o leitor a entrar na "forma
como o modelo de hospital se desenvolveu
características inerentes à sua tipologia e
de pensar dos economistas".
no Serviço Nacional de Saúde, desde o período
organização, o hospital geral do hospital
Pensado para todos os interessados em assuntos
pós-25 de Abril até aos nossos dias. Importa
universitário. O poder detido - e exercido -
económicos, desde especialistas a curiosos, Pita
referir que o autor, formado em Direito
pelas principais classes profissionais presentes
Barros reúne neste livro vários modelos
e doutorado em Ciências da Saúde, foi
nestas unidades de saúde é outro dos pontos
administrador hospitalar e é, desde 1996,
de interesse neste documento de cariz
consultor do Presidente da República
sociológico.
para os assuntos da Saúde. Para além destes
Com a orientação de Boaventura Sousa
atributos, Jorge Simões para escrever este livro
Santos, esta monografia analisa o encontro
baseou-se na sua experiência enquanto
dos conhecimentos médicos com a sabedoria
administrador hospitalar. "Retrato Político
popular, em práticas sociais comuns,
EM PLENA ERA DA INFORMAÇÃO, É DESEJÁVEL
de Economia da Universidade Nova de Lisboa
da Saúde" é, portanto, uma obra rigorosa,
tendo como pano de fundo o universo
que as sociedades sejam constituídas
explica, ilustrando com casos reais, alguns
FERRAMENTA IMPORTANTE PARA LEITORES
que aborda a saúde nacional ao longo
da prestação de cuidados de saúde,
por pessoas esclarecidas, detentoras
dos conceitos fundamentais que norteiam
exigentes, mas também para alunos
das últimas décadas. NE
em ambiente hospitalar.NE
de conhecimentos fundamentais.
os Sistemas Económicos, em geral,
dos ensinos secundário e universitário, a obra
Na saúde, como noutras áreas, essa máxima
e, em particular, a Economia da Saúde. NE
"Biologia Celular e Molecular" é merecedora
~
ABERE EPODERE
~O
HO PITAL
~·-
~
____,
...... ,
1
Í\ \\
·~ . ~·"'
';
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. ..
·:.
Economia da Saúde - Conceitos e comportamentos
Histórias de Saúde Pública Francisco George Livros Horizonte
- de autores consagrados internacionalmente cuja a aplicação à realidade da administração hospitalar não só é possível como, em muitos casos, desejável. Conhecido pela sua competência científica e facilidade de comunicação, este professor da Faculdade
no~ 't·R\ t\ 1):i-
º""''' t" \IH....
Carlos Azevedo Lidei www.lidel.pt
da melhor atenção.
Pública", de Francisco George, pretende ser um
Com a coordenação de Carlos Azevedo,
contributo importante.
professor jubilado de Biologia Celular,
Escrito de forma simples e apelativa, pelo actual
este livro de referência - cuja primeira
de maleitas variadas até às doenças
POLÍTICO
Biologia Celular e Molecular
prevalece. Neste contexto, "Histórias de Saúde
PEDRO PlTA BARROS
transmissíveis, passando pela Saúde Ambiental. A experiência do autor, baseada em 30 de
edição, entretanto melhorada, foi há 13 anos - junta uma vasta equipa de cientistas.
temáticas da Saúde Pública, desde a prevenção '\''- " tl\H\\tH.1\
CElULAR E MOLECULAR
Pedro Pita Barros Almedina www.almedina.net
director-geral da Saúde, o livro aborda diversas
RETRATO
B 1o:toG I ~:
ECONOMIA DA SAÚDE CONCEITOS E COMPORTAMENTOS
Desde a Medicina à Biologia, passando pela Bioquímica e pela Biofísica, várias são as áreas do conhecimento representadas
DA SAÚDE
exercício da Medicina, foi decisiva para a inclusão
nesta completa e exaustiva apresentação.
L>VlNDlNCr• DO f' l-CU,10 i INOV.~ Aõ EM l • UD! O• IÕ(ÕLvGI• • v D!\fM'tNHô
de diversos casos reais - retratos fiéis das
Nela poderá encontrar pistas
realidades urbana e do interior de Portugal
pa ra compreender alguns dos assuntos
- que transportam o leitor para o universo
que preocupam a comunidade científica
da prática da Saúde Pública.
mundial. Com este contrib uto, muitos
1). j • \. h
111 \ \
1
• '
·~ ~ /
' \
it
'
li
~
dos conceitos fundame ntais relacionados
Uma obra informativa e rigorosa, que merecerá
\
o interesse tanto de profissionais como do público em geral. NE
;t \
,1 \lll'I, ,
com as ciências biomédicas t ornar-se-ão ma is acessíve is a todos. NE
2.7
1
Amigos
Conversas
Clara Carneiro (farmacêutica) e José Carlos Lopes Martins (administrador hospitalar) foram duas das personalidades da Saúde que fizeram questão em marcar presença, assiduamente, no Forúm Saúde da Gulbenkian. A amizade entre Clara Carneiro e Lopes Martins é longa e certamente que nestes encontros as novidades em política de saúde estiveram muitas vezes em análise. E motivos não faltaram: é que sendo Claro Carneiro uma personalidade responsável e critica q.b., e Lopes Martins um profundo conhecedor do sector e habituado a dar a volta a situações de crise, o diálogo entre ambos só podia ser "forte".
Rui de Lima (ao centro), responsável da Gulbenkian para a Saúde, Vasco Reis (à esquerda) professor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e Manuel Antunes, director do serviço de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), foram três das figuras que tiveram uma intervenção directa no Fórum Saúde de 2005. Na foto, durante o intervalo no último debate, os três responsáveis aproveitaram para colocar a conversa em dia.
Parcerias O ministro da Saúde, Correia de Campos, seguiu sempre que lhe fo i possível e com muita atenção as apresentações feitas pelos convidados estrangeiros no Fórum Saúde, da Gulbenkian. A GH confirma - na sequência de entrevistas realizadas junto de alguns desses convidados que Correia de Campos é bem conhecido junto de todos. Isabel Mota, membro do conselho de Adm inistração da Gulbenkian, por seu lado, tem feito um trabalho digno de registo na Fundação. Será que neste encontro se avançou com alguma novidade ao nível de parcerias na área da investigação e da Saúde?
Fronteiras João Lobo Antunes (ao centro) director do lnstututo de Medicina Molecular de Lisboa, foi o moderador da última sessão dos encontros Gulbenkian, que teve como tema "Medicina Sem Fronteiras". Um assunto que trouxe a Portugal Alain Carpenter, director do Hospital Europeu Georges Pompidou (França) e que reuniu como comentadores Leonor Beleza, António Borges, Arma ndo Sevinate Pinto, António Coutinho, Marcelo Re belo de Sousa, Manuel Antunes, Meliço Silvestre e Francisco Murtei ra Nabo.
Acções Os responsáveis da Gulbe nkia n têm certamente acções delineadas para o próximo ano, no que se refere à Saúde. Será qu e no mome nto "a panh ado" pelo repó rter fotográfico da GH, Hugo Ama ra l, estas acções estavam já a ser esque matizadas?
•
orce ana
1na
•1
Fundada em 1824, a Vista
F
ruto do sonho de José Ferreira Pinto
Fábrica, como forma de reconhecimento
Basto, a Vista Alegre conta com
da sua arre e do sucesso industrial alcançado.
mais de 180 anos de história. Aque-
O contínuo aperfeiçoamento do trabalho
porcelana do mundo. Para o
la que começou por ser designada de "Ferrei-
em porcelana garantiu-lhe a entrada da marca
provar, peritos e
ra Pinto & Filhos", foi inspirada pelo suces-
nas casas dos principais chefes de Estado de
coleccionadores elegem-na
so da fábrica de vidro da Marinha Grande, e
todo o mundo e da realeza europeia.
dedicou-se inicialmente à criação de porce-
Contudo, o período áureo da porcelana ter-
lanas, vidros e processos químicos.
minou juntamente com o século XIX, por
Alegre é uma das melhores e mais conceituadas fábricas de
como marca de referência e os chefes de Estado usam-na
Cinco anos depois de D. João VI ter con-
isso, enveredar por outros caminhos foi uma
oficialmente quando recebem
cedido o alvará de funcionamento da fábri-
opção natural que os proprietários da fábri-
as mais altas individualidades.
ca, a Vista Alegre recebeu o título Real
ca aproveitaram da melhor forma. Assim,
31
<<<
Preocupação social
Os serviços Vista Alegre são usados pelo Presidente da República Portuguesa, pela Casa Branca, pela Rainha Isabel li, pelo Rei Juan Carlos de Espanha e até pelo brasileiro Lula da Silva
Para além de um grande sentido para além do desenvolvimento de u,ma obra
desenho possibilitaram um novo impulso e
duzi ndo acima dos 1O milhões de peças por
empresarial, o grupo Vista Alegre
social, foram acrescentados detalhes de per-
também a Vista Alegre pôde voltar a sonhar.
ano. E porque o sucesso sempre fez parte
sempre mostrou ter preocupações de ordem social. Prova disso foi o
feição às peças - decorações a ouro e temas
dos planos do grupo, em 2002 foi concluído
com paisagens e flores - que ainda hoje
Fusão de sucesso
o processo de reengenharia industrial com
caracterizam a marca.
Decorria o ano de 2001 quando a Vista Ale-
vista a aumentar o volume de produção da
bairro social mandado construir logos nos primeiros anos de exis-
Com o fim da produção de vidro em 1880 e
gre se juntou ao Grupo Atlantis e deu origem
fábrica e a integração dos dois centros produ-
tência, para os empregados que
face ao final da Grande Guerra, a Vista Ale-
ao Grupo Vista Alegre Atlantis. O resultado
tivos de porcelana da marca Vista Alegre. am
gre passou por um período menos positivo
foi a formação do maior grupo nacional de
que só foi ultrapassado graças à persistência
Tableware e o sexto maior ao nível mundial.
viviam nas vilas circundantes. Anos depois foram construídas mais casas, com melhores condi-
e dedicação do fundador, e à manutenção da
Com isto, a porcelana de mesa, decorativa e de
ções, e é nelas que ainda hoje
escola de desenho e pintura de Duarte José
hotel, isoladores cerâmicos, decalques, faiança
de Magalhães.
e cristal passam a ser algumas das áreas de
habitam alguns funcionários. Juntamente com o bairro social,
Mas com a passagem do centenário a marca
actuação. Por sua vez, a Fábrica de Porcelana
voltou a alterar o rumo e a empresa trans-
Vista Alegre mantém-se a mais emblemática
formou-se numa sociedade por quotas. As
das onze unidades industriais do grupo, pro-
em 1826 foi construído um colégio com internato, com instrução primária, música, aulas de desenho e pintura, e ofícios relevantes para a fábrica. O bairro continuou
estruturas foram todas modernizadas, abriram duas lojas e as aulas de
a crescer e aos poucos ganhou forma. Da farmácia ao posto médico, passando pelas secções de jardinagem e desporto, nada ' faltava, nem mesmo uma creche que foi construída já na segunda <<<
As peças Vista Alegre podem ser apreciadas nas vitrinas de museus de todo o mundo, nomeadamente no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque
metade do sécu lo XX, e que ainda hoje funciona, garantindo uma maior proximidade entre os trabalhadores e os filhos.
1
33
i 1
Quisemos ajudá-lo a abrilhantar o seu Natal e o olhar de quem é realmente importante, por isso seleccionámos algumas propostas de joalharia, criadas a partir de ~atérias de excepção e repletas de detalhes de perfeição.
Solitários de luxo Chaumet
Aliancas e Anéis dinh van ,:>
A Chaumet quis ir mais longe e apresentou ainda uma colecção de solitários em ouro ou platina, com
j
A dinh van também pensou nos casais apaixonados e
diamantes ou safiras, sumptuosos, elegantes e
'd'
criou o anel e a aliança Seventies. Em ouro branco, está cravejado de diamantes e é ideal para selar
~ f'c
uma relação ou simplesmente para usar porque é
~}';.(
(
perfeitamente simples.
:--:.-
várias cores adocicadas, os oito novos solitários
_...
Chaumet são peças de joalharia intensas e únicas.
e
...
.· .
~
.....
distintos. Disponíveis com pedras preciosas de
'
,..
,,
Estilo étnico Apesar das características distintas entre cada colecção, as novas peças têm em comum a
dinh van Osmose
...~
elegância. As influências étnicas e da natureza são o
~
Chaumet Class One
mote da colecção Natural Ethnic, da Ouro Vivo.
A conceituada marca de joalharia dinh van volta a
Romantismo Ouro Vivo
surpreender, não por recorrer a formas sumptuosas,
Divididas por várias colecções, as jóias Ouro Vivo são
sua semelhança, é feito de cautchu. Contudo, a
mas pela simplicidade repleta de perfeição da sua
resultado da inspiração na mulher que gosta de
Chaumet quis ir mais longe e acompanhou a jóia
mais recente colecção - Osmose. Reflexo de grande
transmitir confiança, segurança e feminilidade. Para
com uma ferramenta que vai ajudar a mudar o
sensualidade, a nova colecção aproxima a jóia da
criar a colecção Ethereal a inspiração foi
tamanho do anel. Em ouro branco ou amarelo e
obra de arte, de uma forma poucas vezes vista.
essencialmente romântica e isso está patente em
cautchu, com uma barra, barras alternadas ou
Osmose recria uma ilusão de infinito, de harmonia
cada peça. Disponível em ouro amarelo e em ouro
totalmente cravejado de diamantes, o importante é
entre o objecto e a imagem, uma paixão quase
branco, é constituída por brincos, pingente e
ter um total de 12 pedras preciosas, porque esse é
pulseiras, uns com flores e outros com corações.
o número da sorte da casa.
hipnótica.
H. Stern
Disponível em ouro amarelo, esta colecção é
Símbolo inquestionável de belas jóias sumptuosas,
composta por pingente com fio de couro, brincos,
a marca francesa apresenta Class One, o anel que
pulseira, pulseira rígida e anel.
lembra o relógio best-seller da marca e, também à
Mundo Van Cleef & Arpeis
60 anos de história e um conhecimento único de pedras preciosas fazem da H. Stern uma das mais
Numa busca desenfreada por criações únicas, Van Cleef & Arpeis
conceituadas marcas de joalharia do mundo. A isso,
apodera-se de um dos mais remotos objectos da moda, o botão, e cria
a marca brasileira associa um design muito próprio
com magia uma colecção de jóias deslumbrantes. Boutonniere é o
que a distingue das demais. Não é à toa que as
nome da colecção que deu origem ao pendente, à pulseira, ao anel e
maiores estrelas de Hollywood recorrem às peças
aos brincos, e está disponível em ouro amarelo, numa versão mais
de joalharia H. Stern e que o mundo inteiro já está
irreverente, e em ouro branco numa representação mais sóbria.
rendido. Com a modelo Kate Moss a dar cara à nova colecção, a casa brasileira apresenta peças que brilham e marcam sem qualquer dificuldade. Mantendo-se fiel ao que faz melhor, H. Stern surpreende com peças que encontram na simplicidade e nas matérias primas o seu aspecto mais deslumbrante.
~
:~
!
35 :
Coisas de Comer
alguns turistas. "Muitos entram por verem
Mosaico de sensações
D
que temos comida cubana. Alguns quando regressam aos seus países recomendam o restaurante a outros amigos que, quando vêm a
izem os clientes habituais que
folhado de perdiz. Mas uma das especiali-
Portugal, acabam por nos visitar", diz a gesto-
cada visita ao restaurante Coisas
dades da casa é a Riqueza de peixe, uma espé-
ra das compras e da cozinha. Cândida coma
de Comer constitui uma agradá-
cie de sopa com vários tipos de pescado servi-
com a preciosa ajuda da filha Marta, a rela-
vel experiência. Muitas vezes surpreendente,
da numa tigela coberta por um folhado.
ções públicas do espaço, com quem partilha a
sobretudo pelas mudanças na decoração -
"Gosto muito de cozinhar e o meu sonho
resolução dos problemas quotidianos. Com
suscitadas por dias ou épocas tão diversas
sempre foi ter um restaurante", conta. Para
frequência, muitos clientes especulam sobre o
como o Natal, Dia dos Namorados, S. Mar-
beber, para além de uma selecção de vinhos
que estão a comer: "Várias pessoas perguntam
tinho ou a Noite das Bruxas. Mas não só.
portugueses, há bebidas mais exóticas como a
qual é a receita, quais são os condimentos. E
Para eles, a alargada variedade de sabores e o
caipirinha ou o mojito. Da carta fazem tam-
vão dizendo o que acham que compõe o
serviço eficaz, mas descontraído, são motivos
bém parte as sangrias (branca, tinta e de
prato. Normalmente, não tem nada a ver com
suficientes para a sua fidelidade.
espumante), assim como 14 títulos de cham-
o que estão a comer", diz Cândida Caras Lin-
Natural de Angola, Cândida Caras Lindas é a
panhes e espumantes.
das. Como os segredos da culinária não se
proprietária do Coisas de Comer. A ementa
revelam, em jeito de comentário simpático,
percorre as cozinhas africana, cubana, portu-
Segredos bem guardados
costuma responder: "Se vamos dar a receita
guesa e internacional. Do fogão saem pratos
Situado em frente às portas laterais do Palácio
deixam de nos visitar." E sem clientes um res-
tão diferentes desde o Kalulú (muamba de
de Belém, na Calçada da Ajuda, o Coisas de
taurante não tem sentido.
peixe) às enchiladas, passando pelo buffet de
Comer funciona ao almoço e ao jantar. A
Coisas de Comer Calçada da Ajuda, n°34
cozido à portuguesa (aos domingos) ou pelo
clientela é sobretudo portuguesa, embora haja
213626100
l!lll
Nuno Estêvão
,
as es esas em sau e
o crescimento T
em sido usua l a realização de
uma base concep tu al sólida para as co m-
tado por cada defini ção em cad a um dos
segundo lugar, é igualmente aparente uma
inclui-se um factor não especificado de
da população não apresentou uma rela-
comparações internacionais das
parações, que são feitas esse ncialmente
países. Apesar desse esforço, as amos tras
relação positiva entre o nível d e rendi-
diferenças entre países, que acaba por cap-
ção estatística significativa.
despesas de saúde e dos siste-
com recurso a equações de regressão de
estatísticas não são muito grandes. O qua-
mento per capita de cada país e a sua des-
tar grande parte da variância existente,
Estas análises em níveis só respondem,
m as d e saúde como forma de aferir o
natureza ad-hoc. Em segundo lugar, há o
dro (Despesas em Saúde) apresen ta alguns
pesa (igualmente em termos per capita).
sem que se possa, de facto, explicitar as
porém, a cerro tipo de questões . Não se
desempenho de diferentes sis temas e de
pro blem a da inform ação est at ís tica e sua
indicado res b ás icos para o conjunto d os
Países com uma pop ulação com maiores
forças económicas subjacentes.
pode delas inferir que determinado sistema
dife rentes países. Essas comparações pro-
comparab ilidad e. Apesar dos esforços da
países d a OCD E.
rendimentos gastam também mais em cui-
O estudo de Gerdtham et ai. (199 8)
de saúde tenha maior ou menor capacida-
curam encontrar os faccores determi nan tes
OCDE em cri ar uma base de dad os inter-
Co nstata-se, como p rimeira observação ,
dados médicos . Es ta observação recebe
concluía que a existência de um sistema
de de conter gastos . Uma determin ada
das diferenças nas despesas da saúde en tre
ri.acio nal (OCD E, 2004), subsistem ainda
que existe razoável d ispersão nas desp esas
significado estatÍstico olhando -s e para
de referenciação (gatekeeping) e o tipo de
organização do sistema de saúde pode ter
países com níveis de desenvo lvimento rela-
mui tas dúvidas so bre o q ue de facto é cap-
per ca p ita nos países da OCDE . Em
quanto das despesas per capita em cuida-
sistema de saúde tinham um papel rele-
assegurado no passado um menor nível
dos de saúde são explicadas por d iferenças
vante na d et erminação do nível de despe-
global de despesa num determ i nado
nos níveis de rendimento das populações .
sas de saúde.
momento de tempo e características do
tivamente simi lares . Para com p reender o
Despesas em Saúde (2002)
porquê destas análises basta comparar a desp esa p er capita entre os países da OCDE (medida em paridades de poder de compra, para acomodar d ifere n ças de níveis de preços entre países). Encontram-se
Despesas per capita
PIB per capita
Despesa Pública
O primeiro grande estudo deste ripo fo i
Em termos de impacto do tipo de sistema
sistema de saúde e uma eventual relação
{USD, em PPP)
{USD, em PPP)
/ Despesa Total em Saúde
apresentado em Newhouse (1977), cobrin-
d e saúde, um sist ema de reembolso públi-
entre o crescimento da despesa e essas
Áustria
2220
28842
69,9
d o apenas 13 países e usando dados de
co parece ser menos disp endioso que as
mesmas características ( ... ).
Bélgica
251 5 2931
27652 30429 15098
71,2 69,9 91,4
197 1. A análise de regressão de Newhouse
alternat ivas de i ntegração vertical pública
Análise de taxas de crescimento indica que
(1977) procurava explicar as despesas em
e de sistema contratual (sendo estas duas
sistemas favorecem um maior (ou menor)
saúde ten do como faccor determi nen te o
essencialmente similares em termos de
crescimento da despesa em saúde. O estu-
29228
83,1
nível de rendimento ( .. . ).
impacto na despesa total) .
do de Barros (1998) testa várias h ipóteses:
1943 2736 2817
26616 28094 25843
75,7
C om o progressivo desenvo lvimen to da
Os países considerados como tendo siste-
a) os países que gastam relativamente mais
76 78,5
base de dados da OCD E, foi sendo possí-
ma de reembolso nessa análise foram : Aus-
em saúde também apresentam um menor
vel alargar o âmbito das análises empíricas,
trália, Bélgica, França, Itália (até 19 7 8),
ritmo de crescimento. A disseminação do
1814 1079
19041 13891
52,9 70,2
usando duas d imensões (tempo e número
Japão, Luxemburgo, Suiça e Estados Uni-
conhecimento e tecno logia da medicina
de países) para alargar o número de obser-
dos. Os países identificados com o mode-
sugerem uma tendência global para des-
28404 32571
84 75,2
vações estatísticas, testa ndo-se um conjun-
lo de integração vertical foram : Dinamar-
pesas per capita similares. Caso assim seja,
ca, Fin l ândia, Gr écia (desde 1983),
devia-se observar uma taxa de crescimento
25569 49207
75,6 85,4
to mais alargado de hipóteses. O estudo mais completo nesta linha d e
Islândia, Irlanda, Itália (desde 1970), Nova
das despesas em saúde superior nos países
análises foi realizado por Gerdtham et ai.
Zelândia, Noruega, Portugal (desde 1978),
que à partida apresentam uma menor des-
44,9
(1998), con templando 22 países e o perío-
Espanha (desd e 1984), Suécia e Reino
pesa per capita;
77,9 85,3 72,4
do 1971- 1990 , e inclui t estes de hipóteses
Unido. Finalmente, os países com sistema
b) efeito positivo do crescimento d o ren-
sobre os efeitos d as características orga-
de contrato púb li co foram: Áustria,
dimento (aproximado pelo crescimento
nizacio nais d os sist emas de saúde sob re o
Canadá, Alemanha, Grécia (até 1982),
do PIB);
nível das despesas em saúd e.
Países Baixos, Portugal (até 1977) , Espa-
e) di ferente s sistemas de organi zação do
Os res ul tad os encontrados revelaram-se
nha (até 1983) e Turquia.
sector (seguindo a classificação da OCDE);
sensíveis a variações na definição da amos-
Já no que respeita à existência de um sis-
d) existência de um sistema de referenciação
t ra utilizad a e ao conjunto de variáveis
tema de referenciação, o estudo encontra
baseado na actuação dos médicos de família;
níveis d e despesa bastante distintos, não
Canadá
sendo à primeira vista evidente qua is as
República Checa
características dos sistemas de saúde que
Dinamarca
estão na origem dessas diferenças, n em se
Finlândia
essas difere nças em termos de des pesa têm
França
co rres pondência em termos de res ultados
Alemanha
de saúde das respectivas populações.
Grécia
Um outro motivo para análi ses a nível
Hungria
agregado é a importância que o secto r
Islândia
público tem em praticamente todos os
Irlanda
2807 2367
Itália
2166
Luxemburgo México
3065 553
Países Baixos
2643
9026 28983
Nova Zelândia
1857
21943
Noruega
3083 654
35531 10804
1702 698
18376 12256 21592 27255
70,5 89,1 71,4 85,3 57,9 83,4
incl u íd as. Ad icionalmente, co lo ca-se a
um efeito robusto: os países com esse sis-
e) efeito do envelheci menta. Tem sido
questão estatística d e estes modelos empí-
tema têm menores despesas. Curiosamen-
muito divulgada a ideia do envelhecimen-
44,9
ricos us a rem os denominados "efeitos
te, um dos aspectos que mais atenção recebe
to
fixos" específicos a cada país. Isco
em termos mediáticos, o envelhecimento
me de gastos com as despesas em cuidados
países da OCDE. Co mo a maioria dos países também tem défice orçamental nas co ntas do Estado, surgem pressões para conter a despesa pública, e por arrastamento a d espesa total , em saúde. As comparações a nível internacional procuram sobretudo perceber que grand es
Polónia Portugal
11 18 2580
faccores influenciam uma maior o u m enor
República Eslovaca
despesa, perceber se a definição global de
Espanha
um sistema de saúde é fundamental para o
Suécia
1646 2517
nível de des pesa em saúde de cada país .
Suiça
3445
A rea lização de co mparações in ternacionais
Reino Unido
2160
30725 27959
tem que ultrapassar vários probl em as
Estados Unidos
5267
36006
metodo lógicos. Em prime iro lugar, falta
-
Fonte: OECD Health Data 2004; Notas: USO - dó/ores norte-americanos; PPP - "Purchasing Power Parities" - Paridades de Poder de Compra
é,
da população acarretar um maior volu-
m édi cos. C ontudo , os estudos empíricos
é o do crescimento d a d espesa médica per
considera-o como pouco relevante quan-
Gouveia e Barros ( 19 95) est im aram u m
9 ,6 % d o PI B. O lhando par a núme ros
anual, 1,74%. Ad m itindo um crescimento
n ão têm confirmado essa conjectura. É,
capita (nos EUA) a um ritmo de 4 % ao
titativamente;
aumento m édio d a despesa em saúde atri-
actu ais, à volta de 9,3% em 2003 , vemos
nulo d a prod utivi dade na área da saúde
p o r isso, ad equ ado tes tar também aqui
ano , durante m eio século (desde a 2ª
buível ao envelheci m en to da po pulação
que esta p revisão simples talvez n ão seja
(hipótese extrema, mas út il para a co nstru-
esse aspecto ;
Guerra Mundial aos anos 90) . Ou sep,
Produtividade dos factores - este argumento
de 2 ,4% enquanto o aum ento das despesas
m u ito errada. Pelo menos, esta será uma
ção d o exem p lo) , prevê-se qu e o p reço
f) efeito do peso d o sector público, dado
em cinquenta anos, a despesa em saúde
é conhecido como a doença de Baumol. A
reais foi de 34 % . Ou seja, na melho r das
explicação a ter em conta para o cresci-
relat ivo d o sector da saúde cresça 4 1 o/o
qu e as des p esas públicas e privadas em
cresceu 780 % . Vejamos qual a estimativa
ideia crucial por detrás da doença de Baumol
hipóteses o envelhecimento foi responsável
men to da despesa pública em Portugal.
nos próxi mos 2 0 an os (1,41 = 1,0 17 4 20) ,
saúde podem não ser perfeitamente subs-
para a contribuição de cada efeito.
é a de que alguns sectores da economia,
por 7 % do aumento das despesas co m cui-
Detalhando o modo co m o fo i o btida esta
que ap licado à percentagem do PIP d edi-
que usam intensivamente trabalho , carac-
dados médicos em Portugal. Ainda n esse
estimat iva, o p onto de partida é a pro -
cada à sa úd e dá 9, 6 % (=6,8 x 1,4 1). M ais
tituíveis entre si.
A análise é feita com base em taxas de cres-
Envelhecimento - se apenas a estrutura da
terizam-se por um tipo de progresso tec-
documento é igualmente apresentada uma
p o rção da despesa em saúde no PIB no
do que a certeza d o valo r obtido por est as
cimento ao longo de uma década para evi-
população se alterar, mantendo a despesa
nológico que não poupa a utilização de
estimativa para o efeito da doença de Baumol.
ano d e 199 1, 6,8 % . Nas duas décad as d e
co ntas, res ulta d aq u i u m a ilustração da
tar va ri ações de curro prazo , capturando
média em saúde por doente constante,
trabalho. São sectores com um menor cres-
Esse cálculo aponta p ara que em 201 1 a
197 1 a 1990, a prod u tividade m édia da
potencial importância da doença de Baumol
unicamente as tendências de longo prazo. A
obtém-se o aumento da despesa em saúde
cimento da produtividade. O exemplo
despesa em cuidad os d e saúde seja cerca
econ o mia portuguesa cresceu, em média
co mo fa cro r explicat ivo do crescimento
amostra incluiu 2 4 países da OCDE.
decorrente da evolução demográfica. As
apresentado por Baumol (1993) é a neces-
das despesas em cuidados médicos.
O s res ultados obtidos indicam a presença
contas realizadas indicam um acréscimo
sidade de tanto hoje como há duzentos
C o nclu indo, os efeitos estat ist icamente
de um efeito d e convergência nas despesas
de despesa na ordem dos 15 % ;
anos precisarmos de quatro músicos para
sign ifi cativos e ro b us tos n o se n tido de
tocar um quarteto de cordas de Mozart.
p resen tes em diversos estudos são : (a) um
per capita em saúde. H á, aparentemente, um menor crescimento da despesa duran-
Aumento da cobertura de seguro - o
No caso da saúde, um m édico não vê hoje
imp acto positivo do ren dimento per capi-
te a décad a de 80, embora a não signifi-
argumento básico para este efeito deter-
três vezes mais doentes em 20 minutos do
ta, com uma elasticidade procura-rend i-
cân cia das variáve is ass ociadas com o tip o
minar um aumento da despesa em cuida-
que o fazia há 20 ou 30 anos. Há um cres-
me n to p róx im a da u nidade; (b) efeitos
de sistem a de saúde, com a existência de
dos d e saúde é baseante simples. A pre-
cimento muito baixo desta produtivida-
nã o s ign ifica t ivos da estr u tura e t ária
referenciação, com o p eso do sector públi-
sença de seguro diminui o preço pago pelo
de . Estando o sector da saúde incluído
(nomeadamente, ausência de impacto rele-
co o u com o envelhecimento da popula-
consumidor no momento d e consumo e
nas actividad es afectadas por esta doença
vante do envelh ecimento ); (c) o uso de
ção , deixe es te fe ito por ex pli car.
como tal tende a aumentar a procura de
de Baumol, será inevitável o aumento do
u m sistema de referenciação baseado nos
Para ave rigu ar se es tes res ultados depen-
cuidados médicos. Estudos para os EUA
preço relacivo dos bens e serviços de saúde,
cuidados de saúde primários encontra-se
diam da base de dados usada, foi estimada
indicam que a passagem de uma compar-
e o aumento da sua importância no PIB.
ass ociado com uma menor despesa global
uma relação em níveis, p ara confro nto
tic ip ação d e 33% para cobertura total
Tomando como indicador a inflação rela-
em saúde (embora pareça que esta carac-
com as regras desta natureza tipicam ente
(preço zero p ago pelo consumidor) causa-
tiva do sector da saúde face ao índice de
terísti ca não contribui para uma menor
estimad as . Verifi co u-se que os resultados
ria, no máximo, um aumento de 40 a 50%
preços no consumidor, ocorreu um aumento
taxa de crescimento da despesa); (d ) um
o btid os n essas relações em níve is eram
na procura. Como se pas sou de uma taxa
claro do preço relativo dos bens e serviços
sistema de reembolso encontra-se associa-
compatíveis co m os existentes na litera-
de média de ccmparticipação de 6 7% para
m édicos, sugerindo que talvez haja algum
do com um menor nível de despesa.
tura.
27% , a estimativa resulta num aum ento de
efeito por este lado . C ontudo , N ewhouse
Já o papel da dimensão do sector público e
A análise de regressão não é a úni ca fo rm a
50 % d as des p esas (ainda bastante lo n ge
argum enta que a diferença de produtivi-
de outros facrores , como o número de
de olhar para os elem entos determ inantes
dos quase 800 % observados) ;
d ad es n ão será assim tão grande q ue faça
médicos, limites orçamentais, sistemas de
com que este efe ito seja dominante.
remuneração de profissionais, etc . . ., apesar
da despesa em saúde e do seu crescimento. O trabalh o de Newhouse ( 199 2) procura
Aumento do rendimento real - usando
Somando todos estes fa ctores, N ewhouse
de apresentarem os sinais esperad os têm
desagrega r o crescim ento d a despesa em
uma elasticidade procura preço próxima da
considera que não chegarão a 50% do total
um carácter mais incerto quanto à sua signi-
saúd e em várias co mpon e ntes . A abo rda-
unidad e, a contribuição deste facto r t erá
de crescimento das despesas com cuidados
ficância estatística, uma vez que se encon-
gem consiste em estim ar, usand o in fo r -
sido cerca de 18 0 % ;
m édi cos. O s rest an tes 50 % são p or ele
tram baseados em um ou dois estudos.
mação prove niente de d iversas fontes, qual
1!111
at ribuídos à evolução d o progresso tec-
o crescim ento da d esp esa em saúd e q ue
Indução da procura - po r este te rm o
nológico, com o ap arecimen to de novas
Pedro Pita Barros
pode ser atr ibuída a u m facto r es pecífico.
en tende-se a situação em q ue a existência
terapêu t icas e tecn ologias, qu e são mais
(Excerto do livro "Economia da Saúde,
A p art e que não consegue a tr ib uir a u m
de maior número de p rofiss ionais leva a um
caras qu e a geração preceden te .
Conceitos e Comportamentos", de Pedro Pita
fac tor co ncreto é ide ntifi cada como dev i-
aumento da procu ra de servi ços m éd icos .
Para Portugal, sa bem os m uito po u co, uma
Barros, cujo lançamento teve lugar no início
da a progresso tecnológico (que é obtido,
N ão h ave ndo evidência force e consistente
vez q ue não existe uma análi se completa
ass im , por difere nça). O po nto de part id a
sobre a magnitude deste efeito, N ewho use
deste tipo. Nu m cálc ul o simp les, Lucen a,
>>>
Pedro Pi ta Barros, doutorado em Economia e Professor Catedrático da Faculdade de Economia
da Unive rsidade Nova de Lisboa
de D ez embro na L ivraria Almedina, em Lisboa - Saldanha)
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH apresenta a legislação mais significativa publicada no Diário da República, entre 1 de Novembro e 9 de Dezembro de 2005. Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n. 174/2005, de 14 de Novembro 0
Aprova, para o corrente ano, a distribuição de indemnizações compensatórias a diversas empresas do sector público e privado
Ministérios da Administração Interna, da Economia e da Inovação, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, do Trabalho e da Solidariedade Social e da Cultura Portaria n. 0 1182/2005, de 24 de Novembro
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 183/2005, 28 de Novembro Aprova o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego 20052008
J\prova o regulamento de condições mínimas para os trabalhadores administrativos
Roche Inovamos na Saúde
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Portaria n. 0 1198/2005, de 25 de Novembro
Presidência do Conselho de Ministros e Ministérios das Finanças e da Administração Pública e do Trabalho e da Solidariedade Social
Aprova o plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Informática para a Saúde ministrado pela Escola Superior de Tecnologia de Barcelos, do Instituto Politécnico do Cávaâo e do Ave
Portaria n. 0 1256/2005, de 2 de Dezembro
Portaria n. 0 1199/2005, de 25 de Novembro
Regulamenta o Programa Estágios Profissionais na Administração Pública
Aprova o plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Informática para a Saúde ministrado pela Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco
Ministério da Saúde Portaria n. 0 1140/2005, de 7 de Novembro
Portaria n. 0 1202/2005, de 25 de Novembro
Classifica como hospital central o Hospital de São Teotónio, S. A., de Viseu
Aprova o plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Farmácia ministrado pela Escola Superior de Saúde do fnstituto Politécnico da Guarda
Decreto-Lei n. 0 213/2005, de 9 de Dezembro Cria um regime excepcional e transitório para a contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e aquisição de serviços destinados ao desenvolvimemo das experiências piloto em execução e cumprimento dos objectivos da Comissão para o Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde às Pessoas Idosas e às Pessoas em Situação de Dependência, aprovados pela Resolução do Conselho de Ministros n. 0 84/2005, de 27 de Abril
Ministério das Finanças e da Administração Pública
Portaria n. 0 1204/2005, de 25 de Novembro Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem Comunitária na Escola Superior de Enfermagem de O . Ana Guedes e aprova o respectivo plano de estudos
Portaria n. 0 1205/2005, de 25 de Novembro Altera o quadro n.0 2 do anexo à Port~ia n.0 375/2005, de 4 de Abril (cria na Escola Superior de Enfermagem do Dr. Angelo da Fonseca o curso de pós-licenciatura de especialização em e nfermagem cfe Saúde Materna e Obstetrícia e aprova o respectivo plano de estudos)
Decreto-Lei n. 0 179/2005, de 2 de Novembro Altera os artigos 7 8. 0 e 79. 0 do Estatuto da Aposentação, definindo as condições de exercício de funções públicas ou de trabalh o remunerado por aposentados, em quaisquer serviços do Estado, pessoas colectivas públicas ou empresas públicas
Portaria n. 0 1247/2005, de 28 de Novembro Autoriza a alteração da estrutura e do plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Prótese Dentária m in istrado pela Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, do Instituto Politécnico da Saúde do Norte
Portaria n. 0 1141/2005, de 8 de Novembro Define e regulamenta os cursos específicos para alta direcção em Administração Pública, de cuja frequência e aproveitamento depende, nos termos dos n.ºs 1 e 5 do artigo 12. 0 da Lei n. 0 2/2004, de 15 de Janeiro, na redacção da Lei n. 0 51 /2005, de 30 de Agosto, o exercício de cargos de direcção superior e intermédia nos serviços e organismos da administração pública central. Revoga a Portaria n. 0 899/2004, de 23 de Julho
Direcção-Geral do Orçamento
Portaria n. 0 1245/2005, de 28 de Novembro Autoriza o funcionamento do curso de licenciatura em Psicologia na Universidade Portucalense Infante D. H enrique e aprova o respecrivo plano de estudos
Ministério dos Negócios Estrangeiros D ecreto n .0 25-N2005, de 8 de Novembro Aprova a Convenção Quadro da Organização Mundial de Saúde para o Controlo do Tabaco, adaptada em G enebra, pela 56.ª Assembleia Mundial de Saúde, em 21 de Maio de 2003
Declaração n. 0 19/2005, de 22 de Novembro Publica os mapas I a IX modificados em virrude das alterações efectuadas até 30 de Setembro respeitantes ao O rçamento do Estado de 2005
Região Autónoma da Madeira - Assembleia Legislativa Decreto Legislativo Regional n. 0 20/2005/M, de 25 de Novembro
Decreto-Lei n. 0 211/2005, de 7 de Dezembro Introduz alterações ao Código do IRS, ao Código do [RC, ao Código do Imposto do Selo, ao Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, ao Código do Imposto Municipal sobre as Tran missões Onerosas de Imóveis e ao Regime do IVA nas Transacções lntracom unitárias e em legislação fiscal complementar, aperfeiçoando e simplifica ndo as obrigações acessórias impostas aos contribuintes
Altera o regime e orgân ica do Serviço Regional de Saúde, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.0 9/2003/M , de 27 de Maio
Presidência da República Decreto do Presidente da República n. 0 69/2005, de 10 de Novembro Fixa o dia 22 de Janeiro de 2006 para a eleição do Presidente da República
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