Gestão Hospitalar - Nº13, Ano IV_ jan-maio_1986

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GESTÃO REVISTA DA. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ADMINIS 1RADORES HOSPITALARES

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Publicação Trimestral

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Revista da Associação Portuguesa Administradores Hospitalares Membro da Associação Europeia de Directores Hospitalares

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Respirador Computador metabólico_ Analisador de gases Director

Santos Cardoso Coordenador

Lopes Martins Conselho Redactorial

Ana Manso Artur Morais Vaz Ferreira Guiné Júlio Reis Lopes Martins Maria Helena Reis Marques Santos Cardoso

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A SAÚDE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Por Arménio José Pereira

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Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares Empresa jornalística n.º 209259 Hospital Pediátrico Av. Bissaia Barreto 3000 COIMBRA Produção Editorial

Tage- Técnica de Artes Gráficas e Edições, Lda. Urbanização Quinta Nova Rua B - Lote 131 ~ r/c-A 2685 SACAVÉM

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IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR COMO MEDIDA PREVENTIVA E PROFILÁTICA Por Maria Guiomar Dias

19 RELAÇÕES PÚBLICAS NO HOSPITAL Por Paulo Salgado

23 A INFORMAÇÃO NA GESTÃO DOS CENTROS DE SAÚDE Por Adriano Natário e Henrique Pinto

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O Editorial 'é os Artigos não assinados são da responsabilidade da Direcção da Associação. Os Artigos assinados são

da exclu-siva responsabilidade dos seus autores, não comprometendo a Associação com os pontos de vista neles expressos.

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MULTIANALISADOR SELECTIVO PARA QUÍMICA CLÍNICA Maior rentabilidade e maior economia na execução das Análises de Rotina e de Urgência do laboratório durante as 24 horas do dia

O Hospital é uma unidade social grande

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CREATINA (JAFFÉ) CLORETOS C02 FOSFATASE ÁCIDA FOSFATASE ALCALINA OPT FOSFATASE ALCALINA AMP GAMA-GT

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LDH OPT. LIPASE POTÁSSIO PROTEÍNAS TOTAIS SÓDIO TRIGLICÉRIDOS (UV) TRIGLICÉRIDOS (GPO-PAP)

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de administrar ou de organizar. Como e complexa onde interagem muitos grupos referem os cultores da teoria da continsociais, que estão de acordo e comparti- gência, a prática de gestão é meramente lham com alguns objectivos do hospital situacional; o administrador, detentor de . mas que estão, notoriamente, em conflito conceitos, instrumentos, métodos e técnicas, desenvolve as potencialidades de com muitos outros. análise e resolução de problemas situaA eficiência, como critério normativo cionais. pelo qual os gestores devem ser avaliados, torna-se, numa organização como Só a compreensão da especificidade do esta, de difícil ou muito complexa obten- hospital português, atenta a diversidade ção, dada a falta de consonância entre os de comportamento dos principais actores objectivos da organização, no seu todo, e do processo produtivo, face aos objectios objectivos de parte ou partes da vos da instituição, designadamente a uma maior eficiência, poderá evitar uma forma mesma organização. Esta realidade tem de ser compreendida de gestão acomodaticia. não só a nível interno, mas fundamentalmente pela tutela e Governo. É neste sentido que o administrador ·hospitalar deve ter .uma alta resistência à Não existindo aqui um tipo de poder uti- frustração, uma personalidade flexível, litário com incentivos materiais e salariais uma grande capacidade de adiar as ligados à produtividade, e muito menos recompensas e um permanente desejo de um poder coercitivo, a administração em realização. sentido lato e a gestão de conflitos, requerem uma elevada capacidade para examiSe estas características, a par da tecninar a realidade, isto é, as propriedades e cidade não estivessem presentes na os mecanismos do Hospital (de cada hos- actuação dos administradores haveria pital}, e ainda adaptabilidade, entendida certamente maiores riscos económicos, . como capacidade para reagir com flexibi- maiores afrontamentos entre grupos prolidade face às exigências variáveis das fissionais e seria difícil obter üma integradiversas componentes do sistema. ção mínima dos objectivos organizacioNão há, portanto, ccuma» melhor maneira nais e individuais. o

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papel e a importância crescentes que o aparelho mass-mediático desempenha nas modernas sociedades , como regulador e formador da opinião pública e espelho dos conflitos entre os diversos sub-sistemas do sistema social, conferelhe um estatuto especial. As profundas mutações em curso, fruto da introdução das novas tecnologias audiovisuais, trouxeram ao fenómeno da comunicação de massas uma dimensão nova e inesperada. Consequentemente a recuperação/ reabi litação do «espaço individual;, trouxe para o domínio público temas até aqui considerados «privados». Comunicação e saúde (em alguns dos seus aspectos) foram assim transformados no tema dominante do discurso dos vários grupos sociais. O nascimento e a morte, as novas técnicas de fecundação, a contracepção e o aborto, o direito do doente dispor da própria morte e do médico prolongar a vida são alguns dos temas dominantes. É na inovação e na mudança das novas tecnologias que se procuram ultrapassar as crises e os impasses constantes a que os actuais modelos sociais e produtivos chegaram . Os novos modelos culturais gerados pelas actuais inovações tecnológicas (audiovisuais, biomédicas ou informáticas) provocarão. inevitavelmente modificações substanciais no equilíbrio social. Mas é sobretud o a autonomia do indivíduo face à inovação técnica ou a sua dependên*

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Administrador Hospitalar

eia mais acentuada e irreversível que hoje se d iscutem. Assim , o sistema produtivo de mensagens e os mecanismos de formação da opinião pública ganham um interesse redobrado. Mais importante que analisar a manipulação que os produtos informativos sofrem durante o processo «produtivo", isto é, antes do seu consumo público , interessa-nos caracterizar e explicitar sobre que elementos base é construído o acto informativo no sub-sistema saúde . Ultrapassados que estão hoje os temas da objectividade e neutralidade da informação e também da sua manipulação, procuramos agora as bases em que se recria hoje a informação e ao canalizar para elas a atenção colect iva, se forma a opinião públ ica. Como se espelha o sub-sistema saúde nos meios de comunicação de massas? Como é construída na opinião pública a imagem dos serviços de saúde? Quais os temas que a informação selecciona para manipulação e distribuição? São a estas questões, entre outras, que procuramos, parcialmente, dar resposta. Este estudo é uma primeira abordagem e parte integrante de um trabalho mais vasto que procura explicitar as inter-relações exjstentes entre os campos dos «media» e o sub-sistema saúde. Não se trata como é evidente, de uma leitura final , conclusiva, mas de uma abordagem inicial a que faltam ainda etapas decisivas para cimentar conclusões.

METODOLOGIA UTILIZADA A grelha de análise construída baseou-se no esquema proposto por Harold Lasswel l, geralmente sintetizado na fórmula: 1. 2. 3. 4.

Quem Diz o quê Por que canal A quem 5. Com que feito? Detemo-nos especialmente nas categorias: quem, diz o quê, por que canal, quando. A categoria quem foi ainda dividida em duas sub-categorias: 1. Autores 2. Fontes Na sub-categoria Autores pretendemos saber qual o estatuto atribuído à publicação pelo canal: Editorial, artigo de opinião, notícia de agência, notícia não assinada. Por fontes entendemos os agentes expressamente citados no artigo como produtores ou fornecedores da informação dada para a sua elaboração. A categoria diz o quê foi dividida em várias sub-categorias: actores mencio nados, referência posit iva, negativa ou neutra, forma utilizada, temas de maior assiduidade no discurso, palavras mais frequentes , antagonismos, imagem veiculada. Nas categorias canal e quando recolhemos somente o título do jornal e 7

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A SAÚDE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO a data .da publicação. Na base do trabalho está a informação sobre saúde publicada em 1983 e 1984 em 9 jornais nacionais, sendo 6 diários e 3 semanários (1 ).

BREVE ANÁLISE DA IMPRENSA EM PORTUGAL Ao contrário do que sucede nos países desenvolvidos em que os meios de comunicação conseguiram uma relativa autonomia e as regras de funcionamento da sociedade democrática puderam consolidá-la, em Portugal tem-se assistido a uma luta clara e aberta pela apropriação dos meios de comunicação pelos aparelhos político e económico. Impedidos de se renovarem devido a constrangimentos orçamentais, restrição a novos investimentos e a intromissões proclamando a defesa do sector público ou simplesmente administrativas, as publicações periódicas desceram, segundo dados do l.N.E. de 1125 para 952 entre 1979 e 1982. O Estado (ou o Governo?) detêm o controlo sobre 5 jornais diários que no seu conjunto representam mais de 50% da circulação da Imprensa diária. Das 952 publicações periódicas existentes em 1982, pertencem ao Estado 114 e 264 às instituições religiosas. 138 são mensais. Por sua vez entre as publicações com uma tiragem global/ ano superior a 70 000 exemplares o Estado controla .13 e a Igreja 50: O controlo exercido é efectivo. O Governo nomeia as administrações que nomeiam os directores da informação e estes escolhem os colaboradores. Qu~r a nível da produção, quer da circulação ou do consumo o processo informativo e os meios de comunicação criam mecanismos claros de censura, agravados ainda pela política de subsídios que é seguida, devido aos elevados défices acumulados pelas empresas. Idêntica é a situação do sector controlado pelos grupos económicos e pela Igreja. Somente dois jornais diários têm uma exploração não deficitária. Os profissionais da informação, auferiam, antes do recente aumento, um salário médio de 23 mil escudos, com um poder de compra inferior em 52% em relação a 1973. A sua formação é empírica. Apenas 18% dos jornalistas sindicalizados tem qualificação universitária. A informação diária em Portugal, tem um alcance apenas regional. As estruturas de apoio à circulação da informação e apoio ao seu consumo sao frágeis e artesanais. No início de uma nova era

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informacional em que assistimos a profundas mutações na Imprensa mundial , quais serão as suas repercussões em Portugal, país em que 18% dos indivíduos maiores de 14 anos não sabem ler ou escrever. elevando~se para 26% o número dos que apenas sabem assinar o seu nome e para 34 % os que num sentido mais lato são analfabetos. Esta situação como é óbvio, cria obstáculos intransponíveis à circulação e consumo de produtos informativos. De acordo com os dados do l.N.E. somente 18% dos portugueses lê habitualmente um jornal diário, 36% ouvem rádio e 59% vêm televisão. Estamos pois muito longe de 1 jornal diário por cada 2 habitantes no caso inglês ou do caso francês com 1 jornal por cada 4 habitantes. Desmesuradas para a nossa escala são também as tiragens de alguns dos principais jornais europeus:

informação vão desaparecendo («O Globo», «Jornal do Comércio») cedendo lugar a uma Imprensa desportiva próspera («Off-Side" , «Foot»). Lisboa, Porto e a faixa litoral representam , 90% do total da audiência dos maiores semanários de informação, que tem nas classes alta, média superior e média inferior cerca de 98% dos seus leitores (3). É este o panorama que serve de contexto ao estudo efectuado. A dicotomia entre o espaço económico-político e o lúdico institui-se a tal ponto que hoje, na Imprensa, em cada 1O entrevistados 7 são políticos . Na televisão essa relação é de 9 em cada 1O. A encenação diária que os «media» nos oferecem é pois bastante diferente daquela que é forjada nas sociedades illais evoluídas, onde se assiste por vezes ao seu poder mediador e unificador dos vários campos sociais.

Bild ...... .. .. .. .. ......... .. ...... ... 5,5 The Sun .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. 4,2 Daily Mirrar .. ..... .. .. .... .. .. .. . 3,2 The Sunday Times .. .. .. .. .. 1 ,3 Le Monde ...... .. .. ........ ........... Corriere della Sera ... ......... .. ..

RECRIAÇÃO E PRODUÇÃO DA REALIDADE

milhões milhões milhões milhões 513 mil 502 mil

Tiragem média da Imprensa em Portugal: 300 000 exemplares. O jornal de maior tiragem «A Bola» (200 000 exemplares) representa só por si 2/3 da tiragem média diária da restante Imprensa. A preponderância da Imprensa desportiva é evidente. Os 6 principais jornais desportivos absorvem 46% da audiência global (2). Se lhes juntarmos a Imprensa de espectáculos e sensacionalista (tipo «Jornal do Incrível» e o «Crime») teremos abrangido cerca de 70% da audiência da Imprensa não diária. A pouco e pouco os jornais de grande

A informação é um processo de mani pulação e selecção de mensagens. Num contexto em que o número de mensagens excede largamente as capacidades de manipulação entram em funcionamento os mecanismos de selecção. A produção industrial implica igualmente processos complexos de descodificação, interpretação e reorganização dos conteúdos informativos. A informação assim, não só recria a realidade como a produz como tal. O quadro 1 é um exemplo significativo desta manipulação informativa e de como o consumidor é orientado pelo processo de selecção, de como difere de jornal para jornal. O inquérito que permitiu escolher os dados apresentados decorreu num con-

QUADRO 1 Unidades jornalísticas por jornal e temas referenciados {em percentagem) Temas

Jornais

Economia Política Trabalho Sindical.

Saúde Educação Urbanismo

Desporto F. Divers Cultura Espectáculo

42 32 23 21 43 20 23

6 10 11

43 39 52 46 28 53 49

«Diário Popular,, "Diário de Notícias» «Jornal de Notícias» "Correio da Manhã» «A Tarde» "Comércio do Porto,, «A Capital"

7

8 11 9

Fonte: CES/ISCTE. Inquérito realizado entre 7 e 12/5/84

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QUADRO 2 Unidades jornalísticas por tema e por jornal {em percentagem) Econom.

«Correio da Manhã,, «Diário Popular» «Diário de Notícias» «Jornal de Notícias» «A Tarde,, «Comércio do Porto" «A Capital,,

Polit.

Cult./ Espect.

Desp.

Defesa Segur.

F. Divers.

Saúde

15 23 12 13 16

18 15 22 28

6 4

18

24 15

13 5 5 11 2 11 14

3 2,5 3 3 4 3 5

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6

18

6 7

22 13 24 11

15

19

6 15

16

10

6

4 5 5 5

Fonte: CES-ISCTE

texto favorável à proliferação de informação sobre saúde. Uma sobreinformação pormenorizando a odisseia do ciclista ·J oaquim Agostinho, cuja morte foi imputada, entre outras coisas, à ineficácia dos serviços hospitalares e também o inquérito mandado instaurar no Hospital de Faro, além do caso da amputação de uma perna, por negligência, a um jovem, em Coimbra. A dicotomia político/económico e o lúdico é evidente. 60% do material informativo é de teor político e 20% de teor desportivo. A saúde (ver igualmente o quadro 2) ocupa um espaço residual. A escassez de informação sobre o campo da saúde não é, pois, proporcional ao peso em termos económicos e sociais que esta detém. Os conteúdos informativos predominantes são o mero registo factual de acontecimentos. Os artigos de opinião são raros e destes cerca de 35% pertencem à classe médica. Os restantes a profissionais da saúde, o que parece demonstrar o reduzido interesse existente na divulgação do campo em que trabalham. Quanto ao conteúdo, quase todos eles se situam no campo das preocupações com a política de saúde, nos aspectos globais ou sectoriais e com a degradação das estruturas. A aversão ao «público" à divulgação/ comunicação, cria uma barreira, impenetrável do exterior, protegendo o âmago das questões essenciais e dos interesses que hoje se colocam e perfilam nas diversas estratégias e discursos no interior do sub-sistema saúde. Esta atitude defensiva deliberada parece imune à imagem, marcadamente negativa que transparece na informação ..Em 1983 80% dos conteúdos informativos davam do sub-sistema saúde uma imagem fortemente negativa, descendo Gestão Hospitalar• _Ano IV • N.º 13

para 70% em 1984. Na origem desta relativa melhoria está a menor intervenção directa da classe médica, cujo discurso crítico não foi tão acentuado, apesar da sua omnipresença na construção da realidade e validação científica dos factos no domínio da saúde e da doença. 7 a 10% dos conteúdos informativos referem-se de forma positiva ao sub-sistema. Provém sobretudo da classe média relacionada com uma nova descoberta científica, o estacionamento ou regressão de algumas doenças, o valor e significado de uma reunião científica e pouco mais. Mas também do poder, quer pelo ministro ou por fonte próxima e mesmo assim de forma sectorial e bastante tímida.

FONTES INFORMATIVAS UTILIZADAS 60% da informação publicada uti lizou, no seu processo produtivo, matériaprima com origem no Ministério (ou no ministro), na Ordem (ou no seu presidente) na classe média (sobretudo directores de serviços ou clínico ou do hospital). Se acrescentarmos os conteúdos amorfos cujas fontes são dificilmente detectáveis e a indução que a classe médica provoca definindo objectivos ou aba~ fando os discursos de outros agentes , certamente teríamos valores superiores. A diversificação das fontes informativas, ainda que dentro do mesmo grupo profissional conduz ao aparecimento de discursos que pronunciam interesses antagónicos e denunciadores de . um conflito latente. Assim :

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- Ordem dos m,édicos (zona Centro) contra convenções; - Policlínicas contra a Ordem.

Nestas condições a isenção, objectividade e independência pouco significado possuem. A autonomia do discurso não se verifica. Os produtos informativos trazem as características para serem assimilados sem deformação no momento exacto. A corrente informativa flui num só sentido, favorecendo a criação de automatismos e funciona como batuta do comportamento público , que age através dos reflexos condicionados que lhe criam.

TEMAS ·PREDOMINANTES NA INFORMAÇÃO Os «media» não só formam a opinião pública ao canalizarem sobre estes e não aqueles temas a atenção colectiva, mas também regulam os mecanismos através dos quais se faz a selecção dos temas. No sub-sistema saúde verificamos que essa selecção é efectuada com alguma insistência a, entre outros: - "novidade» (o novo é sempre em si · mesmo um valor) - catástrofes ou dores colectivas - Sintomas de sucesso/ insucesso - Prestígio (individual/colectivo) - Crise (na relativa instabilidade do sistema) - Valores trad icionais - Autoridade (na relativa instabilidade do sistema) a que damos apenas um valor indicativo e não a força de um critério científico (4). O quadro 3 (por ordem decrescente) ordena os 4 temas mais abordados pelos «media,, em 1983 e 1984. A situação financeira e profissional da classe média foi transformada pelos «media,, em verdadeira questão nacional, tema que motivou SÓ por Si cerca de 30% da informação sobre saúde publicada em 1983. O clima emocional que se procurou criar emn torno desta questão explorando o dilema ou se empregam os médicos e se lhes paga ou as estruturas de saúde entrarão em ruptura afectando de forma gravosa o já muito degradado estado sanitário das populações desmoronou-se, provocando a indiferença .em vez da adesão ao discurso. A politização do discurso, a d ivisão interna da classe e o contexto político favoreceram uma solução, marcadamente influenciada pelas opiniões que os «media» divulgaram. O segundo tema, o das despesas com a saúde, limita-se na maioria dos casos , a um somatório desconexo de números, fruto da discussão e aprovação do orçamento, exemplo de consu9


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A SAÚDE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUADRO 3 Temas mais focados 1983

1984

MÉDICOS: Desemprego, vencimentos, atraso nos pagamentos, horas extraordinárias.

MÉDICOS: Inquéritos disciplinares, acção judicial, procedimento disciplinar, falhas graves, negligência.

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Orçamento. Despesas globais e sectoriais com a saúde.

SIDA

3

SIDA

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Medicamentos: perigos, indústria e sobreconsumo.

mos em sectores específicos e por vezes de má gestão dos recursos existentes. Ao cidadão, ignorante na sua esmagadora maioria destas questões, indefeso e impreparado para as assimilar e discutir, a informação pouco faz no sentido de as tornar acessíveis. Centenas, milhares e milhõe.s de contos desfilam incompreendidos nos títulos dos artigos, transformando-se rapidamente em ruídos absorvidos pela torrente da sobreinformação sem cumprirem o fim a que estavam destinados: dar à força do número um peso apolítico·e científico. Títulos como «Gastamos 50 milhões com a saúde» (5) ou «Reumático custa por ano 50 milhões de contos» (6) comparados no vazio, anulam-se. Os mecanismos de formação da opinião pública funcionaram de forma semelhante, embora em 1984 o conteúdo manifesto tenha sido ligeiramente diferente. Os acidentes ocorridos nos hospitais de Faro, Setúbal, Egaz Moniz, Universidade de Coimbra, Grândola, S. Paio de Oleiros, Particular, entre outros, e que conduziram à existência de cerca de 80 inquéritos na Inspecção Geral dos Serviços de Saúde (41 dos quais contra médicos, 30 queixas na Provedoria de Justiça, 2 na Assembleia da República e 1 na Ordem dos Médicos (7) e à instauração de acções judiciais e a pedidos de indemnização quando a negligência fosse provada, conduziram para o campo da responsabilidade médica o essencial da informação. As circunstâncias que rodearam a morte do ciclista Joaquim Agostinho e o caso de Faro abriram as portas a um campo pleno de «novidade». O patriotismo desportivo nacional tinha realizado em Agostinho um investimento emocional, 10

Situação das estruturas hospitalares.

como símbolo de identificação, notável. Conter a frustração colectiva que se gerou com a amputação dos elos que ligavam a esse símbolo milhões de indivíduos, foi difícil e uma parte das consequências desabou sobre o sub-sistema saúde. Apareceram então nos «media» títulos como «Acabou-se a resignação. Os doentes responsabilizam os médicos» (8) e «Doentes indemnizados por mau tratamento» (9). O SIDA é uma doença nova nos países ocidentais, datando segundo algumas fontes de 1981 a identificação dos primeiros casos conhecidos. Em Outubro de 1983 as estatísticas apontavam para 270 casos conhecidos na Europa e no final de 1984 cerca de 3 casos em Portugal. Os grupos atingidos são principalmente os homossexuais (71 %) e os consumidores de drogas (17%). Porém , em Portugal , em termos de saúde, quase tudo foi SIDA: páginas inteiras em todos os jornais e revistas, suplementos especiais ilustrados, honras de 1.ª página, conferências de Imprensa, títulos pomposos e alarmistas, etc. A única grande excepção foi a lepra. A lepra em Alijó e de outros lugares em At;>ril de 1984 varreu toda a informação. Em termos informativos Sida e Lepra constituem novidade, logo valores exploráveis e que em momentos de crise social podem reviver, no imaginário

coleetivo, os relatos ficcionais ou não das terríveis epidemias medievais, de que a lepra ou doença de Lázaro é um caso típico. O SIDA foi associado à marginalidade fechada de grupos que a sociedade reprime e quase sempre tratado em moldes sensacionalistas, como método visando o aumento de tiragem de jornais. Copiou-se quase tudo o que no estrangeiro aparecia com espírito subserviente, criando no público uma imagem de um grave problema de saúde pública em Portugal. Nem a informação conjunta sobre diabéticos, reumáticos, queimados, tuberculose, tabagismo, doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, alcoolismo, cancro, atingiram essas proporções. O carácter subserviente e sensacionalista da Imprensa, foi em alguns casos abandonado. Uma análise profunda e objectiva das estruturas de saúde, com incidência nas hospitalares, foi efectuada por alguns jornais, sobretudo no norte do país. Já em 1983 ao abordar o tema dos medicamentos se podia vislumbrar algo de novo.

Assistimos, hoje, a uma significativa melhoria dos conteúdos informativos. A qualidade deriva de uma maior diversificação de fontes utilizadas, da utilização mais viva da entrevista e da reportagem . Porém o peso da notícia amorfa que resulta da manipulação efectuada ao conteúdo de um telex vindo de uma qualquer parte do país é ainda largamente dominante. Esta característica de uma Imprensa pouco viva, apática mesmo, comodista, reproduz da saúde a ideia da alquimia do sobrenatural com o misterioso, como se pode ainda verificar em alguns dos títulos: «Mistério do bebé raptado» «Paralítico poderá voltar a andar» mistério da diabetes» «A misteriosa doença do tampão» «Doença rara e implacável» «O regresso das doenças malditas» «Um mal assustador»

2. hospital

E também da utilização de determinados termos na construção das mensagens, destinados certamente a alimentar o sentimentalismo de um público pouco esclarecido: Doença - m1sena - desapossado martírio - calvário marcado - milagre destino - rota traçada.

CONTEÚDOS INFORMATIVOS DOMINANTES

3. ministro 4. ordem

em torno dos quais gira quase toda a informação sobre saúde, e para além dos quais pouco mais existe. A existência de outros profissionais no sub-sistema saúde apenas foi mencionada por motivos endógenos à saúde. Falou-se de enfermagem por escassez e pelos processos disciplinares de que alguns elementos foram alvo e dos paramédicos por motivos laborais (greve). Algumas relações lineares de causaefeito podem facilmente ser estabelecidas, pois encontram-se abundantemente disseminadas por todos os conteúdos informativos. Os produtos podem assim ser confeccionados sem recurso a uma posterior validação junto das fontes, já que a ambivalência da sua construção· não é questionável. Assim:

Em 1983 a Imprensa foi largamente utilizada pela classe médica ou pelos agentes que expressam os seus interesses, como forma de pressão da «opinião pública» sobre o Governo. Tratava-se para os médicos de obterem uma maior fatia do orçamento, que repusesse o seu poder de compra a um nível mais elevado. Não foi um conflito vulgar, mas tão somente um «mal-entendido». Foi utilizado um discurso agressivo, assumindo-se os médicos como garantia da qualidade e sobrevivência do sistema com idênticos interesses. Assim: Desemprego médico Despedimento de médicos Vencimentos atrasados

ti ti ti Má assistência Queixas dos utentes Cobertura sanitária Encerramento de seNiços Responsabilidade médica Negligência Convenções

Situação agravada Maus índices sanitários Futuro sombrio

ti ti ti Falt~ de meios Deficiência das estruturas

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Na construção dos produtos informativos há um conjunto restrito de termos que se repetem e destacam de todos os restantes. São eles, por ordem. decrescente de grandeza:

1. médico

trada no tema estatização/ convenções . Resolvido o conflito nos finais de 1983, poderíamos esperar uma uma sensível melhoria dos serviços uma vez que os pressupostos que estariam na sua má qualidade foram eliminados. Em 1984 e perante a d ivulgação pública de um conjunto de situações pouco claras na relação médico/ doente, envolvendo denúncias por negligência, assistimos a uma nova variante:

Falta de médicos Escassez de material Colocação de médicos Cobertura médica Degradação do sistema Falta de condições Descentralização

Situação agravada fndices sanitários maus Futuro sombrio

Os desenvolvimentos próprios do conflito tiveram como cenário a eterna questão da existência de médicos a mais ou a menos e uma variante cenGestão Hospitalar • Ano IV • N. º 13

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

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l

Agora o cenário de fundo residia na incapacidade da sociedade em julgar os erros médicos, de avaliar as situações de negligência, enfim, de se defender. Informação sobre saúde, é, pois, fazer reflectir na opinião pública as preocupações e interesses do poder (Governo, clase médica, instituição/hospitàl) utilizando os seus discursos específicos. Há pois que distinguir entre opinião, público, opinião pública e pública opinião.

Distinguir estes conceitos é tanto mais importante quanto as rígidas categorias em que estamos habituados a pensar se diluem com o aumento da indeterminação social que se verifica. O discurso que em tais termos poderia ser diferente é, muitas vezes, convergente. A «op1niao pública» confunde-se assim com a opinião que foi tomada pública nos "media», isto é, com a opinião daqueles, cujo acesso livre aos meios de comunicação lhes permite construir eles próprios a realidade de acordo com os interesses de momento. E os «media» reproduzem este discurso, abordando ou ignorando temas que vão ou não ao encontro daquilo que pode ser facilmente descodificado pelos leitores . Ou então situam-no num terreno de ambiguidade cuja apropriação pode ser feita por qualquer dos agentes, servindo todos os projectos em geral e nenhum em particular.

CONCLUSÃO Os meios de comunicação encontram-se hoje numa crise profunda, que

Discurso do Govemo

Discurso médico

• • • • •

dificuldades financeiras da saúde degradação do sistema de saúde falta de condições mais médicos que estruturas falta de dedicação exclusiva dos médicos

• • • • •

gastamos mal anarquia acabar com o caos dificuldade na colocação de médicos moralização

Temas c/ impacto

Hospital Burocracia EscolhéJ. de médico Convenções Carreiras médicas Colocação de médicos

Temas s/ impacto

Centros de Saúde Descentralização Cuidados primários Consumo de medicamentos Mal nutrição Prevenção

Discurso do poder. Temas mais assinado15

racionalizar equacionar, estabelecer prioridades desburocratizar reestruturar arrumar, modernizar moralizar reformular gerir melhor acabar com o caos

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A SAÚDE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO não é somente económica, mas também o reflexo da crise política, cultural e ética que a sociedade portuguesa atravessa. Alvos predilectos dos poderes político e económico, eles reflectem por isso a mesma fragilidade discurssiva, os interesses partidários e a confusão reinante. Necessitam igualmente de subsistir e enfrentar as profundas mutações que as novas tecnologias anunciam. Apesar disso, um modelo organizacional comprovadamente esgotado, continua a impor regras e valores num mundo em mutação acelerada. Todas estas contradições vêm reflectir-se na qualidade da informação que é, em termos gerais, de muito má qualidade. No sub-sistema saúde fala-se de segurança, garantias, direitos. Porém aos seus utentes apenas se reconhece o direito de «escolha do médico, morrer com dignidade, ser assistido espiritual e moralmente» (10). O objecto do discurso é assim extremamente limitado. Os grandes temas que percorrem a actualidade, quer nacional ou não, estão ausentes da

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informação. A isenção e independência não existe. O acesso fácil dos poderes instituídos aos meios de comunicação anula qualquer forma mais objectiva de informação. Temas sensacionalistas são explorados até à exaustão com o único fito de aumentar tiragens. Cria-se do sub-sistema saúde uma imagem de degradação, de caos, de negligência programada, atingindo, no entanto, os esforços de alguns grupos profissionais. A informação sobre saúde é ainda um espaço residual nos m~ios de comunicação. Apesar de a qualidade ter melhorado um pouco nos tempos mais recentes, de um conjunto de trabalhos sérios terem sido desenvolvidos, não invalida o mau serviço que se presta ao cidadão, a desinformação reinante em vez dum papel informativo dinâmico.

• «Diário Popular» • «Diário de Notícias,, • «Diário de Lisboa,, • «Correio da Manhã» • «A Capital,,

REFER~NCIAS

A Sociologia da Comunicação têm hoje um conjunto enorme de obras publicadas abrangendo áreas d iversas, pelo que se tomaria fastidioso a enumeração de algumas. Saliento no entanto os trabalhos efectuados pelo prof. Dr. J . M . Paquete de Oliveira, auxiliares preciosos na elaboração deste trabalho. O

1. - Informação colhida nos seguintes jornais: • «Expresso» • "ºJornal,,

• «Semanário» • «Jornal de Notícias ..

2 . - Inquérito «Norma» publicado no jornal «Expresso» de 5/01 /85. 3 - Idem. 4. - Por indicação do Dr. J. M . Paquete de Oliveira, especialista em Sociologia da Comunicação. 5. - Título do «Correio da Manhã» em 1983. 6. - Jornal a «Tarde». 16.11.83. 7. - Informação colhida unicamente nos meios de comunicação. 8. - «Diário de Notícias". 6.6.84. 9 . - «Diário de Notícias". 20 .6.84. 10. - Bastonário da Ordem dos Médicos durante o 5.° Congresso Nacional de Medicina. O «Jornal de Notícias,, de 17.10.83.

BIBLIOGRAFIA

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Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

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CONGRESSOS• CONGRESSOS• CONGRESSOS• CONGRESSOS• CONGRESSOS

Calendário Internacional EXPOSIÇÕES Medex 86 - Medical lnstruments, Pharmaceutical & Health Care Equipment 4-1O September, Guangzhou, China Contacto: Wu Xianwen, Guangdong lnternational Trade & Exhibition Corp, 744 Dongfeng Dong Rd, Guangzhou, China g 775793 Tx 44476 Hospitech 86 19-28 September, Pragati Maidan, New Delhi, lndia Contacto: Thomas P Thomas, Expotech lnternational, 7 Nathan St. Harrington Rd, Madras - 600031, lndia g 424963 Tx 416382 Clinica 86 - Medical, Clinical and Health Equipment, Systems & Technology Exhibition & Conference 25-28 September, Putra World Trade Centre, Kuala Lumpur, Malaysia Contacto: Augustin N9. Asian Exhibition Services SDN BHD, No 30 1st FI, Jalan SS 2/67, Petaling Jaya, Selangor, Malaysia g 761929 Tx 29299

EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF DIABETS 22nd ANNUAL MEETING Rome, ltaly - September 16 - 20, 1986

22.º Congresso Anual da Associação Europeia para o estudo dos Diabetes realizar-se-á no Centro Internacional de Roma (C.l.R.), situado no ERGIFE PALACE HOTEL em Roma. Terá o seu início em 16 de Setembro e terminará no dia 20 de Setembro de 1986. Foi estabelecido um Comité Organizador sob a responsabilidade do Professor Domenico Andreani o Secretário Geral será o Sr. Dr. U. Di Mário.

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CURSOS lntemational Coyrse in Breast Disorders 8-14 September, l'lnstitut de Radiologie, Luxembourg Contacto: Pr P Capesius, Institui lnternational de Radiologie, Centre Universitaire de Luxembourg, 162 Av de la Faiencerie, 1511 Luxembourg

CONGRESSOS European Congress of Perinatal Medicine 12-16 August, Leipzig, DDR Contacto: Prof Dr se med Woraschk, Frauenklinik im Univ -Klinikum Krõllwitz, POB 63, 401 O Halle (Saale}, DDR g (46)672323 Tx 04353 lntemational Hospital Federation Study Visits lntegrating Hospital Health and Social Care 17-26 August , Oslo, Norway Health Care in the People's Republic of China 30 September - 17 October, Hong Kong Contacto: Mr M C Hardie, lnternational Hospital Federation, 2 SI Andrew's Place, London NW1 4LB·. UK g (01)9359487 9th World Congress of the Collegium lnternationale Chirurgiae Digestivae 31 August-5 September, Jerusalem, Israel Contacto: Moshe M Feuchtwanger, 9th CICD Congress, POB 983, 91009 Jerusalem, Israel 'B (02)527335 Tx 34117 1 European Society of Pneumology & European Society for Clinical Respiratory Physitopathology Congress 3-6 September, Paris, France Contacto: Secretarial, Convergences SEP-SEPCR, 16 rue Jean-Jacques Rousseau. 75001 Paris, France Tx 216911

12th WORLD CONGRESS ON FERTILITY & STERILITY Singapura, 26 - 31 October, 1986

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m nome da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de Singapura, o Presidente deste Congresso, dr. Oon Chiew Seng convida-o para participar neste Congresso Mundial de Fertilidade e Esterilidade. Um estimulante Programa Científico e acontecimentos sociais de destaque estarão incluídos bem como a organização de uma exibição que permitirá a sua actualização no que respeita às novas descobertas neste campo científico. Uma vez que Singapura é a «porta de entrada» para a Ásia, terá ainda lugar um grande número de acontecimentos atraentes que lhe permitirão visitar a Ásia Exótica antes do seu regresso, sendo um deles, um pacote aéreo para uma Conferência Post-Congresso, em Bali, de 1 a 6 de Novembro de 1986, cujo Programa Científico versará sobre os Avanços no Tratamento Clínico de Endocrinologia Reprodutiva. As inscrições para este Congresso poderão ser enviadas para University Department of Obstetrics & Gynaecology.

Blood Vessel lmaging using Ultrasound Techniques Conference/Workshop 4-5 September, Southampton, UK Contacto: Mr K N Humphries, Vascular Unit, Medical Physics Dept. Levei D. Centre Block, Southampton General Hospital, Southampton S09 4XY, UK 8th Congress of Gastroenterology 6th Congress of Digestive Endoscopy 3rd Congress of Colo-Proctology 7-12 September, Sao Paulo, Brazil Contacto: José S MeireUes Filho, Rua Jusseape 40, 04542 Sao Paulo, Brazil g (011)2103777 Symposium of Doppler and 2- D Echocardiography 7-13 September, Washington, DC, USA Contacto: Kim Stroich, lnstitute for Medical Studies, 30131 Town Center Drive. Ste 215, Laguna Niguel, CA 92677. USA g (714)4954499 8th Congress of the European Society of Parenteral and Enteral Nutrition 14-17 September, Paris, France Contacto: Convergences ESPEN 86, 16 rue Jean-Jacques

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Rousseau, 75001 Paris, France X World Congress of Cardiology . 14-19 September, Washington, DC, USA Contacto: J Keith Thwaites, X World Ccingress of Cardiology, 7320 Greenville Ave, Dallas, TX 75231 , USA. 7th Aslan & Australasian Congress of Anaesthesiology 20-25 September, Regent and Shangri-la Hotels, Hong Kong Contacto: 7th AACA Secretarial, lnt Conference Consultants, 1st Floor, 57 Wyndham St, Central, Hong Kong

Blood Flow in the Brain in parellel with Blood Flow in Artificial Organs and Cardiovascular Protheses meeting 23-25 September, Strathclyde University, Glasgow, UK Contacto: J C Barbennel , Biological Engineering Society, Royal College of Surgeons. 35-43 Lincoln's lnn Fields. London WC2A 3PN, UK s (01)2427750

Nota: As datas e informações foram obtidas junto a fontes oficiais e industriais. O editor, portanto, nãc pode ser responsabilizado por erros. modificações ou cancelamentos.

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IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO HOSPITALAR COMO MEDIDA PREVENTIVA E PROFILÁCTICA Por Maria Guiomar Dias*

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inegável 6 valor funda.mental que a alimentação racipnal merece como factor adjuvante 1da saúde e como medida profiláctica no tratamento de inúmeras patologias. O hospital que ~erve uma comunidade deve ser considerado não só um centro de cuidados da saúde, como também um centro comunitário de educação sanitária. Na generalidade a alimentação dos . hospitais portugueses é bastante deficiente, não só do ponto de vista da higiene alimentar (falta de assépsia a vários níveis, instalações inadequadas) como também no que se refere à ·· alimentação normal e à dietética terapêutica. São em número diminuto os que têm serviços organizados de alimentação e dietética além de que, na sua maioria, apresentam o quadro do pessoal da sequência alimentar incompleto sendo constituído por vezes por elementos com reduzidas ou nenhumas habilitações ou preparação adequadas para executarem as funções inerentes às suas categorias profissionais. O SAD (Serviço de alimentação e Dietética) deve abranger 4 grandes áreas às quais correspondem o mesmo * Nutricionista pela U.P.

Responsável pelo Gabinete de Nutrição da Gertal. Docente do curso de Dietética da Escola Técnica dos Serviços de Saúde do Porto. .16

número de sectores (Armazenamento, Cozinha, Restauração e Nutrição Clínica), .devendo ser dirigida por um Nutricionista - Técnico com formação universitária, especializado em Nutrição e Dietética - e incluir Nutricionistas e Dietistas, conforme o número de camas. Competências e responsabilidades deverão constar de um organograma de modo a evitar a diluição e a abstenção de responsabilidades apropriadas à função que cada elemento desempenha. Para a manutenção da saúde a nível hospitalar torna-se fundamental uma ingestão adequada de alimentos e um bom sistema de distribuição, podendo ambos falhar se não houver uma selecção apropriada e uma preparação cuidada dos alimentos. O controlo microbiológico tem sido descurado, assim como outros factores no campo da higiene alimentar surgindo consequentemente focos de contaminação os quais nem sempre são resolvidos a tempo. Citam -se: • Não é cumprida a Portaria n.0 17512 de 29 de Dezembro de 1959, segundo a qual é obrigatório o boletim de Sanidade para todos os trabalhadores que lidam com os géneros alimentares. • Raramente é feito o controle médico periódico ao pessoal da sequência alimentar. • Pessoal doente ou em convalescença (por vezes de

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doenças Infecto-contagiosas) continuam a manipular os alimentos. Não há um serviço de manutenção que permita fiscalizar e manter o equipamento funcional, sobretudo no que se refere às câmaras de conservação e congelação de géneros alimentares (em conformidade com os valores recomendados, segundo a norma n.0 6 da Portaria n.º 426/78). A má higienização da cozinha(s), dependências anexas equipamento e palamenta utilizada é notória. A ventilação dos armazéns é inadequada. É frequente o deficiente escoamento de líquido nos locais de lavagem e nos pavimentos. Análises parasitológica, bacteriológica, micológica e toxicológica aos alimentos crus e depois de confeccionados são praticamente inexistentes.

A alimentàção racional deverá ser obrigatóriamente variada (contrariando ementas hospitalares frequentemente monótonas), equilibrada (de acordo com o sexo, idade, acamado ou não acamado, típo de patologia, etc) e económica. E facto corrente que a actual alimentação hospitalar é bastante onerosa ultrapassando de lonàe a verba necessária para se obter uma alimentação de boa qualidade e adequada à população a que se destina. Dietas_terapêuticas são frequentemente Gestão Hospitalar• Ano IV • N. 0 13

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·estandardizadas, não levando em consideração os factores acima citados e prescritas segundo moldes completamente ultrapassados.

. celulósicas. 2 - Dieta para doentes com hiperlipoproteinemias, isenta de gordura.

Exemplos: 1 - Dieta para Diabético, isenta de amido sob a forma de arroz, batata, massa, etc, às duas refeições principais. Actualmente abandonaram-se os regimes reduzidos em glícidos, pois sabe-se que usando 50 - 60% de glícidos, a dieta aumenta a actividade da insulina e promove a remoção çla glicose plasmática. Além disso, a dieta deve ser rica em glícidos complexos já que o amido tem um efeito hiperglicemiante muito lento e generosa em substâncias

Ora, a dieta de manutenção profiláctica para o doente portador de manifestações ateroscleróticas, ou o indivíduo com nível sanguíneo de colesterol anormalmente alto , combina um nível calórico desejável, conforme as necessidades do indivíduo em particular, com uma substituição tão completa quanto possível de gorduras saturadas por polinsaturadas e redução do colesterol. Aliás, dietas ricas em glícidos e pobres de gordura tendem a produzir níveis séricos elevados de triglicéricos e são mais difíceis de serem seguidas quando incorporam uma restrição calórica como

prevenção da obesidade . A alimentação hospitalar normal ou dietética, deve resultar da conjugação dos esforços de toda uma equipe e cumprir com as 4 leis da alimentação (Quantidade, Qualidade, Adequação e Harmonia), equipe essa que deverá integrar: • Médicos, a quem compete fazer o diagnóstico clínico. • Nutricionistas, os quais, com base neste, estabelecem a prescrição dietética. • Diétistas, responsáveis pela sua transformação em alimentos. • Cozinheiros e demais pessoal de cozinha • Dispenseiro(s) • Pessoal de secretaria e eventualmente de informática.

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Sinónimo de precisão Microscópios cirúrgicos Microscópios biológicos Microscópios de análise Microscópios estereoscópicos Micrótomos Sistemas modulares de microfotografia Sistemas óptico-electrónicos de análise

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Gestão Hospitalar • Ano IV • N. º 13

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uran RELAÇÕES PÚBLICAS NO HOSPITAL UM PROGRAMA DIRIGIDO AO PESSOAL HOSPITALAR Por PAU LO SALGADO*

Uma cozinha limpa e organizada simplifica o serviço, motiva mais a equipa, aperfeiçoa as actividades de cada um.

Somos a Lever Industrial. Fazemos parte do Grupo Unllever, um dos mais Importantes grupos de empresas do mundo. Temos como objectlvo criar c.ondlções de limpeza e higiene, simples, de·confiança e económicas. Dispomos de lncomparávels recursos e especialização que permitem oferecer aos nossos Clientes produtos e sistemas da mais

SUMMARY

A finalidade deste texto é propor aos orgãos de gestão hospitalar um programa de Relações Públicas dirigido ao pessoal hospitalar. Dada a impossibilidade de enumerar exaustivamente uma lista de instrumentos postos ao dispor dos técnicos de R.P., sugere-se um conjunto de meios que julgamos adaptáveis às características do público a que se destina. Em rigor, as R.P . não fazem senão estabelecer «pontes,, através das quais se determinam e orientam as comunicações necessárias e adequadas entre administração e o pessoal hospitalar.

The aim of this text is to propose to the organs of hospital administration a programme of Public Relations for hospital staff. Owing to the impossibility of making a detailed list of instruments at the disposal of technicians of P.R. it is suggested a set of means we consider suitable to the characteristics of the people it is intended for. ln fact, P.R. only establish bridges througs which the necessary and adequate communications between the administration and the hospital staff are regulated and directed.

RELAÇÕES PÚBLICAS INTERNAS

níveis dentro do hospital e, particularmente, pôr em marcha um sistema de informação ao pessoal de modo que esteja a par dos acontecimentos, iniciativas e sucessos ou insucessos que ocorrem na instituição. Não se trata, aqui, de questionar a organização enquanto instituição; o que interessa é tentar uma modificação na «Cultura» da organização ao nível do psicológico. Na verdade, verificamos que o pessoal hospitalar não está, em grande número, devidamente informado acerca da sua instituição; em alguns casos não sabe, mesmo, o seu verdadeiro papel nem se sente motivado. Daí que as suas potencialidades não venham ao de cima, daí que a organização se possa tornar opressiva e limitadora. O pessoal hospitalar constitui um «público,, de grande importância não somente pelo seu número, como pela consciêncialização que tem do seu forte contri-

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1

Asseguramos-lhe: uma m lor eficiência de serviços, um melhor desempenho da sua equipa de profissionais, uma total atlsftição dos seus Clientes.

RESUMO

Em artigo publicado nesta Revista (1 ), abordámos, genericamente, o tema «Relações Públicas no Hospital», chamando a atenção para a necessidade de serem estabelecidas relações saudáveis e confiantes, a partir dos orgãos de gestão hospitalar, numa dupla direcção: a nível externo e a nível interno. A nível externo, as RP terão como objectivos, por um lado, tratar o doente não como um simples sujeito submetido ao Hospital, mas como um verdadeiro cliente e, por outro, permitir uma melhor integração dos funcionários na estrutura hospitalar. Não é demais frisar a necessidade de melhorar a comunicação a todos os * Administrador hospitalar

Gestão Hospitalar• Ano IV • N .º 13

buto para a criação da boa ou má imagem do hospital.

UM PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS JUNTO DO PESSOAL HOSPITALAR A organização hospitalar é um sistema complexo cujo equilíbrio resulta da interdependência entre os vários subsistemas em presença: homens, tecnologia, estruturas, tarefas, fins. A vertente «relações públicas» da gestão de pessoal nesta organização de mãode-obra intensiva não pode ser escamoteada, sob o risco de provocar predisposições ao desinteresse e à desmotivação dos funcionários. O programa, que se apresenta no quadro a seguir (2), constitui uma aposta no homem, tem em consideração as relações humanas, baseia~se em processos democráticos e pretende ser um auxiliar prático para mudar as relações entre os orgãos de gestão e o pessoal hospitalar. Trata-se de um programa exequível, sob o ponto de vista económico e organizacional, entendendo-se, contudo, que este trabalho de Relações Públicas deve ser proporcional aos recursos e dimensão de cada hospital. O serviço de relações públicas deve ser capaz de associar a este programa todo o pessoal hospitalar: médico, de enfermagem, administrativo, técnico, etc .. Que significado teria o papel responsável e responsabilizante se, em certos secto19


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RELAÇÕES PÚBLICAS NO HOSPITAL

PROGRAMA DE RELACOES POBL!CAS JUNTO DO Objectivos

Campos de Acção

l. Fornecer aos trabalhadores do hospital informações essenciais à sua actividade - o que a organ~zaçao espera deles e o que esta tem para lhes dar; Informação de trabalho

2. Estimular o pessoal a obter informaçoes; 3. Despertar o desejo de expresaao de opi:_

niõcs sobre questões de trabalho.

PESSOA~

HOSPITALAR

Conte lidos

Formas de Comunicação

a) Informações profissionais bãsicas;

Resumos de legislação (folhas)

b) Legislação sobre soal;

Estatuto Disciplinar (resumo)

pes-

c) Direitos e Deveres doa trabalhadores;

res, o trabalho de relações públicas se fizesse num sentido oposto?

tenha em vista, sempre, melhorar o acolhimento do doente.

A informação objectiva e recíproca junto do pessoal hospitalar não pode ser episódica e sectorial, mas permanente, e que permita a eclosão de uma homogeneidade de processos necessários à dinâmica hospitalar. Para tanto, pertence aos orgãos de gestão hospitalar, através de um serviço de relações públicas, estabelecer os mecanismos que ponham em marcha um programa mínimo, adaptado a cada estabelecimento hospitalar, que facilite o diálogo e que

CONCLUSÃO As formas de comunicação apresentadas não se esgotam nesta proposta. Com este programa fica abrangido um amplo leque de instrumentos ao dispor dos orgãos de gestão dos hospitais em matéria de comunicação com o pessoal hospitalar. Na comunidade de trabalho «Viva,, que é o hospital, o que conta, desde logo, é a imagem que se consegue com a

(1) Gestão Hospitalar, n. 0 5 - ano 2 - Jan/ Mar 1984 (2) Veja -se Morais dos Santos, in «Relações Públicas, Dinâmica e Produtividade».

Boletins de direcção Ordens de serviço

DIAGNOSTICA · THERAPEUTICA · TECHNICA

d) Esclarecimentos sobr~ Revista• políticas e Práticas de Pessoal; e) Normas de segurança(co muna e eaoecíficaa). -

j 1. Fornecer informaçôes sobre a institui-

ção entendidas n~cessárias ou própria gestão do hospital;

úteis à

1 ta 1

2. Criar um sentimento de par ticipação do pessoal hospitalar na gestao do hospital;

1

3. Provocar uma mudança de atitudes e ceditnentos;

; ln(orma·çiio sobre o l!os pi-

pr~

4. Tentar o aumento da produtividade.

1

·t 1

a) Elementos sobre a "empresa" hospitalar: dados financeiros, dados estatísticos, produtividade, evolução tecno lógica . . . ; b) Legislação essencial com reflexo no funcionamento do hospital,co mo por exemplo, lei or gãnica hospitalar; c) Notícias sobre acontecimentos verificados: intervenç.Ões cirúrgicas · de relevo, sucessos nos diversos serviços, novas técnicas introdu z.idas •.. ; d) Normas de funcionamento.

1

1

Relat~rio anual d~ act~ vidades (extracto resumido)

Boletins de direcção Jornal interno (periõdi co) Quadros de parede Regulamentos Manual de acolhimento Projecçõea de deo-cassettes

-

CONGRESSO INTERNACIONAL E EXPOSIÇAO

filmea;~i

Reuniões da• chefias o Pes.soal

A nQ 1, a nível mundial, sendo, além disso, o acontecimento anual e central para a informação e o progresso do comércio técnico-médico, para médicos e auxiliares profissionais - com feira internacional profissiona l, congresso e seminários das empresas expositoras. Pela primeira vez, em 1986, tendo como país parceiro a Austria, um país com longa tradição médica e excelentes personalidades nos domínios da economia e da prática de consultório.

com

Visitas guiadas ao est~ belecimento hospitalar (especialmente no cas6 de novas admissões de pessoal) Desdobráveis, panfletos

~~~ -~~~~~~~~~+-~~~~~~~~~~~~~~~~~~-t-~~~~~~~~~~~+-·~-

Relaçõe s llospit.il/ t rabalh_:: dores

1. f omentar um clima de diálogo entre os orgaos de gestão e o restante pessoal, e entre os vários grupos sócio-profissionais.

2. Reduz.ir ou eliminar qualquer visão elas s isca · do hospital. -

J. Promover a aut o- satisfação dos funcio-

a) Informação sobre repar ticão e gradação deres ponsabilidade; b) Informação sobre os pa pe1s (funções) de cadã grupo e de cada indivi duo

nar1os.

Reg u lamento Interno Entrevistas Desdobráveis Reuniões com representantes sindicais e associações prof ission n is Inquéritos

Cartões-sugestão ~~~~~~~~~~~~l--~~~~~~~~~~~~·~~~~~~-t-~~~~~~~~~~~t-~~~~-"'-~~~~----1

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criação de um bom ambiente de receptividade interno. Primeiramente, cria-se uma personalidade autêntica; depois procura-se projectar essa personalidade para o exterior. Em boa medida, não se pode formar uma opinião favorável em quem é exterior ao hospital, se não for favorável a opinião de quem está dentro. O

Contribu ir para a formaciio do s ua plenitude.

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Assuntos de interesse ral.

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Actividades culturais (expos i ções , co .1 curso.s) sv~ iais, recreativas el des:io rt iva s.

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

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A INFORMAÇÃO NA GESTÃO DOS CENTROS DE SAÚDE r

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POR ADRIANO NATÁRIO E HENRIQUE PINTO* :

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INTRODUÇÃO

coordenação da Direcção Geral dos Cuidados Primários de Saúde.

O processo de gestão engloba três funções fundamentais - análise dos problemas, a tomada de decisões e a comunicação:

) PARÂMETROS ANALISADOS SIMULTANEAMENTE NA MESMA AMOSTRA:

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pH, PC02, P02, ca + + Na + K+ Hc t . I

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9 PARÂM ETROS CALCULADOS 38 RESULTADOS/HORA (Õ ~

PARA INFORMAÇÕES: MAIS COMPLETAS RECORTAR O CUPAO AO LADO E REMETER PARA:

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Para intervir em qualquer das funções é necessária informação, numa primeira fase para conhecer os problemas e estabelecer metas e depois para avaliar os resultados. É nossa opinião que a informação deve ser criada para gerir os problemas * Médicos de Saúde Pública

Centro de Saúde de Lisboa

HOSPITAL MORADA

52019 4

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NOME _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ _ _ __

R. Antero de Quenta l, 17-1. 0 TeleL

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a) Na análise dos problemas o gestor terá de estudar factos, estabelecer causas e desenvolver soluções alternativas; b) Na tomada de decisões, chegará a conclusões e julgamentos (decisões); c) Na comunicação, o gestor terá três tarefas muito importantes: 1 - influenciar as pessoas a acompanhar os fins desejados, escolhendo as pessoas competentes para as posições adequadas (seleccionando, orientando, treinando e desenvolvendo; 2 - assegurar a compreensão dos objectivos (delegando, motivando, coordenando, resolvendo conflitos, estimulando a criatividade); 3 - controlar de modo a que os objectivos sejam atingidos de acordo com os planos.

Gestão Hospitalar • Ano IV • N.0 13

TELEF _ _ _ __ _

.

DISPONIBILIDADES DE INFORMAÇÃO

e responder basicamente às necessidades locais. A tradição gestionária em Portugal e particularmer:ite no campo de Saúde parece-nos ser pequena, embora haja o vício de criar informação para nada mudar, mas tão só para conhecimento dum problema particular. A frequência dum seminário em Maio de 1984 sobre o sistema de informação/ gestão promovido pelo Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde sensibilizou-nos uma vez mais para estes problemas e a mensagem que trazemos é o alerta a todos os profissionais ligados à gestão para a necessidade e a possibilidade de definir factores críticos de êxito e desenvolver programas a pàrtir de informação disponível. Para tanto bastará algum empenho local, algum apoio e incentivo das ARS e alguma

Dispõem, neste momento, os Centros de Saúde de abundante informação, por vezes redundante e pouco · rigorosa (Quadro 1). Porque não há objectivos definidos nem formação de pessoal e existe uma certa resistência à mudança, a qualidade de informação tem-se vindo a degradar em vez de melhorar. A instabilidade nas actividades dos Centros de Saúde também tem contribuído para uma certa degradação de informação. Potencialmente podemos dispor de informação suficiente para tomar muitas decisões. Podemos agrupar os dados de informação em cinco grandes grupos: 1. Informação sobre o ambiente, obtida através de dados do INE. Projectos, e ainda de recolha Local (vistorias, análises ...) 2. Informação sobre a População e suas características. 3. Informação sobre actividades de Saúde. 4. Informação sobre custos (pessoal, material , medicamentos, análises, RX ... ) 5. Informação de Saúde. 23


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A INFORMAÇÃO NA GESTÃO DOS CENTROS DE SAÚDE QUADRO 1

registos de informação pelo que os «input» são deficientes e os resultados nêm sempre correspondem às necessidades reais.

DADOS DE INFORMAÇÃO

INFORMAÇÃO SOBRE O AMBIENTE

INFORMAÇÃO SOBRE A POPULAÇÃO

• Distribuição e localização dos lugares • Vias de acesso • N.º Povos com água esgotos e lixos • N.º habitações com água • N. º habitações com electricidade • N.º Habit. c/ retrete • N.0 de Habit. c/ 1V e telefone • N.º Habitaç. degradadas • Qualidade das águas de abastecimento dos rios e mares • Estações de tratamento de lixos e esgotos • Qualidade dos restaurantes, cafés, mercearias, mercados ... (actualizada anualmente pela vistoria sanitária anual) • Quantidade e qualidade das estruturas da Saúde • Focos de poluição

• População total e por locais • População por sexos e grupos etários • N.º nascimentos • N.º de Óbitos • População que frequenta o Centro de saúde • População portadora do B. Sanidade • População em risco no concelho (?) • População de Saúde • Grupos profissionais • Elementos/grupo • Médico/Hab. • Enf.º/Hab. • Adm ./Hab. • TAS/Hab . • Distribuição no país e noC.S.

GESTÃO ACTUAL Com base naquela informação que existe em maior ou menor quantidade e com maior ou menor facilidade em cada Centro de Saúde, tem-se desenvolvido alguma gestão que dada a falta de coordenação distrital a partir de objectivos precisos, se tem desenvolvido irregularmente pelos Centros de Saúde e sobretudo onde existem já profissionais com formação em gestão e Saúde. Genericamente pensamos que, a nível local, a gestão se tem limitado aos seguintes pontos e por ordem de importância:

INFORMAÇÃO SOBRE ACTIVIDADES DE SAÚDE

INFORMAÇÃO SOBRE CUSTOS (DISPONÍVEL NAS ARS)

• Quantas actividades

• Gastos com pessoal

• Quantas Horas/ actividade • Consultas/actividades • Rentabilidade/Consulta • Cobertura das grávidas • Cobertura da População fértil em P.F. • Cobertura da S. I. • Cobertura vacinai • Cobertura em S.E. • Cobertura domiciliária • Atraso na consulta de Clínica Geral • Cobertura por programa de Saúde

• Gastos com medicamentos • Gastos com análises • Gastos com RX • Gastos com reembolsos • Gastos com transportes • Gastos com alimentação • Gastos com luz, água, telefone ... Gás

Ao abordarmos o sistema de informação para a gestão aceitamos que uma informação melhorada poderá permitir a tomada de de.Cisões mais eficazes. A informação pode assumir o modelo representado no Quadro 4 que nos mostra a relação existente entre a importância duma informação precisa e um bom programa de gestão. Na nossa perspectiva as necessidades do sistema de informação aos vários

INFORMAÇÃO DE SAÚDE

• Mortalidade geral e específica • Morbilidade das doenças de notificação obrigatória • N.0 de baixas e suas causas • N.º de diabéticos do ficheiro • N.º de hipertensos do cheiro • N.º de reumáticos do ficheiro • N.º de doentes com sequelas de A.V.e. • Crianças prematuras ou de baixo peso ao nascer • Prevalência da cárie dentária

24

DAR UE

QUADRO 2 SUMÁRIO DE PROBLEMAS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EXISTENTE

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NECESSIDADES

Necessid ades nao especificadas

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Pouco claras Mapas complicados Grande quantidade de mapas Falta de coord enação das necessidades entre os diversos departamentos

,, • Falta de pessoal qualificado C.S. PREENCHE OS MAPAS

7. Gestão dos medicamentos fornecidos pelas ARS 8. Gestão de alimentação nas Unidades de Internamento 9. Gestão de pequenas reparações. A falta de informação e feed-back não nos permite caracterizar com rigor a gestão que se faz em cada Centro no próprio distrito. Apesar de múltiplos sistemas de registos utilizados actualmente nos Centros de Saúde tem havido queixas de falta de informação e sobretudo uma utiliza-

NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO Que informação? Que Gestão? No quadro 2 apresentamos alguns dos problemas inerentes a um sistema de informação orientado para a gestão. Por haver pouco envolvimento central, Distrital e Concelhio na definição das necessidades acaba por não haver pessoal sensibilizado e treinado para os

DADOS

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• Dados de fraca qualidade - não fiáveis - não apropriados • Dados incompletos - alguns C.S. não enviam d ados

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Tratamento

EDP

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RELATÓRIOS

• Informação é: - pouca - não pertinente - não orientada para gestão/decisão

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CONSUMO DE ANTIBIÓTICOS E INFECÇÃO HOSPITALAR Por lapso, não saiu assinado o texto sobre Consumo de Antibióticos e Infecção Hospitalar - Estudo efectuado no H. O. de Viseu, que publicámos na revis.ta n.º 11/12 e de que é autora a Eng.ª Maria José Almeida Aragão Sacadura.

,. Falta de motivação do pessoal

,,

ção mínima daquele na gestão dos Serviços de Saúde.

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1. Gestão de Conflitos 2. Gestão de actividades (distribuição de profissionais, consultas, horários) 3. Gestão de qualidade dos estabelecimentos comerciais 4. Gestão da qualidade de algumas águas (utilização de duplos potes) 5. Gestão de alguns problemas locais 6. Gestão das deslocações (viatura, V.O.)

níveis de gestão segundo o modelo exposto, são as expressas no Quadro 4. Este quadro mostra-nos que, dum modo geral, não necessitamos de novos registos de informação; há até alguma redundância na recolha e poderemos fazer uma gestão adequada se, aos vários níveis, houver uma definição clara dos objectivos, uma correcta e atempada utilização da informação e que se vejam resultados da tomada de decisões. Quando muito, poderá haver um melhor estudo quanto aos custos dos cuidados por Concelhos (e por Freguesias nos grandes Concelhos).

~' • Falta de pessoal qualificado • Falta de análise de informação

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CENTROS UTILIZAM OS RELATÓRIOS

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Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

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A INFORMAÇÃO NA G~STÃO DOS CENTROS DE SAUDE QUADRO 5

POSSIBILIDADES DE GESTÃO

QUADRO 3 SISTEMA DE INFORMAÇAO PARA GESTAO

FACTORES CRÍTICOS DE ~XITO INDISPENSÁVEIS NA GESTÃO DUM CENTRO DE SAÚDE*

Com a informação existente poder-seá fazer, a nível local, uma gestão por objectivos obedecendo a dois cenários possíveis:

PROCRUAMeHTO

TRANSMISSÃO

OPlllAÇOH

AVALIAÇÃO

a) As ARS dotam os Centros de Saúde com orçamentos próprios para a implementação dos seus programas de acordo com os objectivos distritais. b) Os Centros de Saúde apresentam às ARS os seus programas de acção com estudos dos custos e serão financiados por aquelas. Qualquer um destes cenários implica o investimento em formação contínua de pessoal e o incentivo aos Centros em que se faça uma gestão científica, mas implica também um poder motivador das ARS nas direcções locais e uma efectiva coordenação dos programas das várias ARS pela Direcção Geral dos Cuidados de Saúde Primários. Para já, julgamos possível conseguir

N.º de consultas per capita (Clínica Geral +Consultas de Grávidas+ Planeamento Familiar + Consultas de vigilância infantil + Cuidados Médicos de Base + + Especialidades)

~2.70

N.º de consultas por hora/médico/actividade

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Média de consultas por utilizador/ano .

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• N.º de utentes inscritos/médico

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Gastos médios por Concelho (Centros e Unidades) em escudos/ano Custos em medicamentos/consulta Custos em Análises/consulta Custos em RX/consulta

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Percentagem de baixas por concelho

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Percentagem de Puérperas que vão ao Centro de Saúde

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Média de consulta por gravidez

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com a informação disponível (ou com pequenos ajustamentos) uma série de Factores Críticos de b<ito susceptíveis de monitorizar a informação a qualquer nível do processo de gestão, em qualquer dos escalões (Concelhio ou Regional) e qualquer que venha a ser o sistema de financiamento dos Centros de Saúde, conquanto que esta informação circule pelos Centros de Saúde e Órgãos Regionais sob a forma de Relatórios Regulares, elaborados ao nível do Distrito, e se processo, com base nela, a supervisão que prevemos no Quadro 3. A partir de objectivos precisos, ou da inventariação de Factores Críticos de êxito, áreas que deverão ser devidamente conduzidas por forma a permitir que o gestor possa alcançar os objectivos e finalidades a que se propos, podem os Centros de Saúde implementar Programas para concretizar a política de Saúde dos Distritos. A avaliação destes Factores Críticos de b<ito, exemplificados no Quadro 5, ao nível das A.R.S.(s), pode ser feita mensal, trimestral ou anualmente. Ao nível dos Distritos a análise regular do comportamento dos vários Concelhos permitirá novas medidas de gestão.

QUADRO 4 (Mulheres em Idade Fértil)

NECESSIDADES DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO

Incidência em Planeamento Familiar anual

PLANEAMENTO

ADMINISTRAÇÃO

SUPERVISÃO

OPERAÇÕES

AVALIAÇÃO

1. Simplificação e uniformização de informação existente com controlo 2. Maior envolvimento dos vários níveis, incluindo todos aqueles que utilizam o sistema

1 . Definição prévia de factores críticos de êxito 2. Informação atempada quanto ao cumprimento dos objectivos 3. Relatórios periódicos das actividades nos vá-

1. Registos simples e reguiares facilmente 2. Registos compreendidos por todos os profissionais 3. Rigor nos registos 4 . Execução de relatórios

1. Sistema de registo simpies 2. Profissionais sensibilizados para a importância de informação na melhor gestão do seu trabalho

1 . Estudos do comporta-

3. Programa de actividades bem definidos

unidades concelhos e distritos

2.1 - Informação

central atempada (INE, • DGCPS, DGGF, SLAT.. .} 2.2 - Melhor gestão de informação pelas ARS que passe pela divulgação crítica aos Centros de Saúde periodicamente

rios concelhos que permitam comparar os objectivos e os resultados 4. Informação regular aos funcionários sobre os objectivos e a marcha dos mesmos

mento dos factores críticos do êxito 2. Informação periódica tratada 3. Informação tratada do mesmo modo de outras

3. Maior rigor na recolha e melhor aproveitamento de informação disponível 4. Maior Coord. e aproveitamento de informação de outras instituições com programas de intervenção na Saúde (Influenciar?) 5. Informação tratada por concelhos referente a custos

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Cobertura em Planeamento Familiar (Mulheres em Idade Fértil)

~8%

Cobertura de crianças 0-28 dias

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Cobertura de crianças 0-6 meses

~60%

Cobertura de crianças 0-12 meses

~70%

% de crianças dos 12-24 meses vacinadas contra o sarampo

~60%

% de crianças de menos de 12 meses com a 3.ª dose de Triplice

~80%

% de crianças de menos de 12 meses vacinadas com o B.C.G.

~80%

% de crianças de menos de 24 meses vacinadas com a 3.ª dose da vacina da Poliomielite

~70%

Taxa de ocupação hospitalar média mensal (Centros de Saúde com internamento)

~50%

Demora mé.d ia (não incluindo obstetricia) dias

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1. Desorganização acentuada nos Centros de Saúde quanto à prestação de Cuidados, regimes de trabalho e actividades desenvolvidas. 2. Grande quantidade de informação recolhida e multiplicidade de esquemas de registo dentro das mesmas áreas 3. Descoordenação entre os diversos tipos de gestão com culpas mútuas 4. Possibilidade de melhor gestão a partir da informação disponível conquanto que haja considerável empenhamento das A.R.S. 5. Possibilidade de definição de Factores Críticos de ~xito, susceptíveis de avaliar os efeitos da gestão a qualquer nível e de permitir a comparação de resultados entre os vários Centros de Saúde ou Concelhos e a consequente supervisão 6. Necessidade de incentivo aos profissionais que utilizem a informação na gestão até como forma de divulgação da própria gestão por objectivos. D

BIBLIOGRAFIA 1 - A.R.S. de Leiria, Plano de Actividades 1985, Novembro 1984 • 2 - R. Alec. Mackenzie, «The Management

Gestão Hospitalar• Ano IV• N.º 13

26

CONCLUSÕES

>1,5

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

27


A INFORMAÇAO NA G~STAO DOS CENTROS DE ·sAUDE % de amostras de água canalizada anormais (normas e .E.E.)

N: de amostras de água para exame bactereológico por Sistema de abastecimento 0

Público (como vigilância)

% de estabelecimentos de comercialização de alimentos com condições sanitárias

Escolas com água potabilizada (qualquer que seja o tratamento)

*.

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2500 Habitantes

~70%

80%

Exemplo apontado com base no Diagnóstico para o Distrito de Leiria em 1984 (1) Custos de 1983 (escudos)

Process in 3.D", Harvard Business Review 3 - Sakelarides, C., Centros de Saúde Integrados: Nova espécie de estereotipas ou instrumentos de desenvolvimento?, Revista Clínica Geral, Prática Médica, Janeiro 1984 4 - Sistemas de Informação para Gestão em Cuidados de Saúde Primários, DEPS, Lisboa 1984

SUMARIO A Informação é absolutamente indispensável na Gestão de um Centro de Saúde. Sem uma Revisão de todo o Sistema de Informação de Cuidados Primários de Saúde, necessária, mas morosa, é ainda possível adaptar a informação já existente às necessidades de uma gestão por objectivos num Centro de Saúde.

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Gestão Hospitalar• Ano IV • N.0 13

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O autor analiza o sistema de saúde no período de 1978 - 1982 na RAM . Para o efeito efectuou um diagnóstico da situação utilizando vários indicadores, chegou à conclusão de que a situação na Região melhorou, nos últimos dez anos embora sobressaia uma carência no pessoal médico. Que existe um excesso de oferta médico. Que existe um excesso de oferta no sector privado com prioridade para os consultórios médicos seguidos de laboratórios. · Que o consumo de análises e medicamentos é elevado e a produtividade dos serviços públicos foi estacionária mas notou-se uma quebra em 1982 em consultas e doentes tratados em internamento. As despesas de saúde subiram nos últimos cinco anos a um ritmo superior ao . da inflacção (cerca de 20% ao ano).

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nos grupos dos 15 - 34 anos e dos idosos. (gráfico 2). Tais diferenças poderão resultar de vários factores nomeadamente, a diminuição da taxa de natalidade já referida, o menor número de mortes verificadas nas idades mais jovens, retrocesso que GRÁFICO 1

Taxa de natalidade e mortalidade geral na R. A Madeira (Evolução 1974 - 1982) (%.) _ _ _ _ Mortalidade 24

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RESUMO

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Gast.o s em saúde na Região Autónoma da Madeira no período de 1978-1982 . POR MARIA CARLOTA A. 8. CARVALHO SANTOS

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SUMMARY

22

The author analyses the Healt Services in the Autonomous Region of Madeira (RAM) from the period 1978 to 1982. ln det respect he made a diagnostic of the situation using several indicators and he comes to the conclusion that situation improved in the RAM in these last ten years,although he considers a certain need of medical staff. A remainder offer from the private sector with priority to the pathological laboratories was considered . High consumption of analysis and medicines agains a stationary produtivity of the public services and a fali on 1982 respecting to consultations for treatment of in patiens was also noted. The expenses with the healt went up, in the last five years in an higher rhythm of the inflation (about 20% year).

20

1 - SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA E DE SAÚDE NA RAM. Os últimos dois censos efectuados revelaram que o número de habitar::ites na Região Autónoma da Madeira, aumentou apenas 0,6%, nos últimos onze anos: 1970 - 251135 1981 - 252763 A taxa de natalidade (gráfico 1) tem vindo a decrescer na Região, situando* Administradora Hospitalar, Responsá-

vel pelo Serviço de Estudos e Planeamento da SRAS. Gestão Hospitalar • Ano IV • N.º 13

se em 1982 em cerca de 17, 5 nadas vivos por 1000 habitantes, valor que é superior ao do Continente para 1979 (16,1%) .

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16 14 12 10

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1974

1976

1982

GRÁFICO li

Evolução da distribuição da população por grupos etários (censos 1970 - 1981)

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A taxa de mortalidade nos últimos oito anos subiu ligeiramente, apresentandose em 1982 com o valor de 10,6 mortes por 1000 habitantes. Para o Continente, a taxa em 1979 era ligeiramente inferior (9,8%). Da comparação entre as duas pirâmides etárias, re~ultantes dos levantamentos da população, (1 970 e 1981) ressalta a diminuição da sua base, e o aumerito

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Gastos em saúde na Região Autónoma da Madeira se está a verificar nestes últimos anos na emigração e o regresso dos emigrantes das ex-colónias. Em 1981 , o grupo dos 65 e + anos 10,5% da população constituia enquanto que o grupo mais jovem, dos 0-14 anos representava 30,6% . A taxa de mortalidade infantil (gráfico 3) tem vinvo a decrescer a um ritmo bastante acentuado sobretudo nos últimos quatro anos. O seu valor em 1982 (20,47% nadas vivos) é inferior ao do Continente para 1979 - 26,56% . A cómponente que mais tem contribuído para esta descida é a post-neonatal.

GRÁFICO IV

QUADRO 2

Mortalidade proporcional das 10 principais causas de morte na R. A Madeira: 1973 (8.ª C.l.D.) - 1982 (9.ª C.l.D.)

PESSOAL TfCNICO EM SERVIÇOS DE SA úDE OFICIAIS

1973 Doenças cardiovasculares Doenças do Aparelho respiratório

14, 1

Sintomas mal definidos

8 .7

Doenças gastrointestinais

' 8 ,1

"'

..

·1.1

o...,

,,;·

MlDICOS

Tumores

.. ..

63

111

Doença isquémica do coração

Especialistas

50

60

Outras doenças do Ap. respiratório Causas externas de lesões e enve· nenamentos

(Esp. em formação)

-

(70)

Saúde Pública

-

3

13

Algumas afecções causadas nó periodo perinatal Outras doenças do aparelho digestivo

'

170

1 médico/ 20 .000 habitantes

562

-

687

836 -271.8- --

Hospitalares

395

455

620

0.64 enf.•/ cama

Saúde Pública

167

232

216

1 enf.•/ 1.500 habitantes 1 enf.•/ 6 camas

excede em 650 unidades as necessidades da região, ditadas pela aplicação do ratio camas/população. (quadro 1). Embora se verifique alguma carência nas camas destinadas a cuidados gerais e maternidade, nas camas afectas à Psiquiatria há um grande afastamento em relação às normas e que é resultado

Em contrapartida aumentou o número de óbitos por tumores. (gráfico 4).

-·---·-

2 - RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS O número total de camas destinadas à hospitalização é de 2 062, valor que

20

1 enf: chefe/ centro concelhio TtCNICOS DE LABORA· TÓRIO E. RAIOS X

Hospitalares

12

-

67

26,5 --

- 96 63

47

1 técnico lab,/25 camas 1 técnico Rx/43 camas

-

Saúde Pública

20

33

2 técnicos lab,/C. Concelhio 2 técnicos Rad/C. Concelhio Saúde Pública

TtCN!COS DE REA BIUT AÇÃO

SANEAMENTO

RECURSOS MATERIAIS 1982

_ _ _ Mortalidade lnfan1il - - - - - Mortalidade Neonatal

HOSP!T ALIZAÇAO

Cuidados gerais e maternidade

- .- .- - .- - Mortalidade Perinatal

Camas oficiais Camas privadas

A mortalidade neonatal apresentava em 1982 uma taxa de 14,56%. Tal comà seria de esperar a descida da mortalidade perinatal é bastante mais lenta, situando-se em 1982 em 25,48 por mil ·nados vivos enquanto que o Continente para 1979 apresentava uma taxa de 25,45%. A análise das principais causas de mortalidade mostra-nos que cerca de 1I4 dos óbitos ocorridos em 1982 se ficaram a dever a doenças cérebro-vasculares e que, em terceiro lugar, com cerca de 14% dos óbitos surgem os tumores malignos. Se estabelecermos a comparação com os principais grupos de causas de morte em 1973 poderemos verificar que diminuiu a percentagem de óbitos por doenças parasitárias e infecciosas e do aparelho respiratório.

EXISTENTES 1977 2.312

Valor 1.000 hab. Absoluto

2.0G2

8,1

-- -1.062 1.072 ---

-

5,6 camas/ 1.000 hab.

1.162

4,6 cam as/

--

1.000 hab.

1.002

1.008

60

64

1.250

990

3,9

250

t

-85

234

-0,9

-170

1 gab,/ 1.500 hab.

cama/ 1.000 hab.

AMBULATÓRIO

Gabinetes de consulta Oficiais

85

130

Privados (a) Laboratórios análises Ofiicais Particular Laboratórios

-95

6

9

1

1

5

8

Rx

Particulares

2

2

Gabinete de outros meios com· plementares Particulares Farmácias e postos

1

4

40

42

-1

- 11

-4,3

25 --

1 t écnico/ 10.000 habitantes

(a) Continente - 208 m édicos/ 100.000 habi tantes.

Psiquiatria Camas privadas

-

-

3,6

RATIO

1.412

--

4,2

-

-

9

NORMAS

M EIOS p/

1982

-

6

TtCNICOS DE

10

1978

12

QUADRO 1

EVOLUÇAO 1977 - 1982

1974

-

13 técnicos lab/laboratórií'

--- ----- --

RECURSOS MATERIAIS POR TIPO DE ACTIVIDADE E POR ENTIDADES.

32

1 médico/ 1.500 habitantes

-

40

30

RATIO

-

ENFERMEIROS

~

Doenças endócrinas e metabólicas

NORMAS

96,5 a)

Clínica Geral

<D.

Doenças do sistema nervoso

PESSOAL p/ 100.000 Valor habitantes Absoluto

Doenças circulatórias do pulmão

Doenças do Aparelho genito·urinãrio

(%.)

---113 -244

Sintomas mal definidos

Tumores

Doenças infecciosas

PESSOAL TÉCNICO 1977 11982

15,3

Outras causas de mortalidade perinatal

Mortalidade infantil, neo-natal e peri-natal na R. A Madeira. Evolução 1974 - 1982

EXISTENTE

24,5

Doenças cerebro vasculares

Acidentes e violências

GRÁFICO Ili

EVOLUÇAO 1977 - 1982

1982

4-0,5

3 - ORGANIZAÇÃO, FINANCIAMENTO E ENCARGOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

1 (a} Só estão considerados os Clínicos Gerais.

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

duma situação, que se está a tentar corrigir, em que estas camas em certa medida estavam a suprir as deficiências existentes noutras áreas, e idosos. Do total de camas existentes cerca de 49% são oficiais. No entanto, para cuidados gerais e materinidade, apenas 0,6% são particulares. No que respeita ao ambulatório, contamos com 234 gabinetes de consulta oficiais e privados, valor que se pode considerar superior às necessidades, na medida em que pelo estatuto do médico de clínica geral, a sua lista de inscritos é de 1 500, pelo que não haverá necessidade de se dispôr de mais do que 170 gabinetes. Os laboratórios de análises clínicas aumentaram 50% durante os últimos 5 anos, enquanto que os de Rx se mantêm sem alteração, provocando estrangulamentos na oferta destes últimos meios complementares. Entre~anto, surgiu a possibilidade de Gestão Hospitalar • Ano IV • N:º 13

se efectuarem outros exames complementares em regime particular, nomeadamente electrocardiogramas e endoscopias. No que respeita a pessoal técnico, verificam-se ainda grandes carências, apesar da evolução favorável nestes últimos cinco anos. (quadro 2). No que toca ao pessoal médico e se nos referimos ao índice do Continente, (208 médicos/ 100 000 hab.) chegamos à conclusão de que apenas estão cobertas cerca de um terço das nossas necessidades. A grande maioria deste pessoal trabalha em serviços oficiais, excepção feita a 4 médicos e 15 técnicos de saúde dentária, que exercem apenas actividade privada. Apesar desta situação, os técnicos dos serviços oficiais vêm acumulando funções no sector privado, o que permitiu desenvolver um pouco este sector.

A população da RAM não se encontra coberta pela mesma entidade, para efeitos de responsabilidade dos pagamentos dos encargos da prestação dos serviços de saúde. Assim, desde 1978, na hospitalização oficial e prevenção primária, o Governo assumiu os encargos pela prestação de serviços aos funcionários civis do estado (ADSE), aos trabalhadores abrangidos pela Segurança Social e aos·não trabalhadores. Para o ambulatário e fornecimento de bens médicos essa responsabilidade exclui, até 1982 os funcionários da ADSE. A estimativa para os utentes cobertos pelo sistema de saúde que nos propomos analisar é .de cerca de 85% da população (214 500 habitantes), supondo-se que 10% pertencem ao sistema da ADSE e os restantes 5% a sistemas independentes, onde estão incluidos os trabalhadores das empresas públicas. O sistema de saúde regional assenta no princípio de que o utente poderá optar, em qualquer circunstância, entre os serviços de saúde oficiais ou particulares, ficando sujeito, neste último caso, ao pagamento da diferença entre o preço total e a comparticipação do Governo estipulada para a prestação desses serviços. Em contrapartida, os serviços oferecidos pelos estabelecimentos ofiéiais são gratuitos, e não se encontram sequer ,sujeitos ao pagamento de qualquer taxa moderadora. Outra característica deste sistema é de que a escolha de um serviço oficial ou particular, não é vinculativa, ou seja, o utente poderá utilizar indiscriminadamente os serviços oficiais ou particulares. Embora este sistema estivesse em parte a funcionar para os trabalhadores cobertos pela Segurança Social, ele excluía, todavia, no ambulatório as consultas médicas, em que o sector privado tinha carácter complementar e, na hospitalização, apenas admitia o recurso às clínicas privadas abrangidas por acordo e, nas restantes, ~uando o hospital oficial não tinha capacidade de resposta. A partir de 1979, foram abolidas as restrições existentes no recurso aos serviços particulares e o Governo passou a comparticipá-los sistematicamente. A estrutura dos serviços oficiais encontra-se extremamente simplificada na medida em que toda a actividade ligada aos cuidados diferenciados se 33


.. . .. ............ ..

· ·· · · ::::·:·:·:·:·:::::::::·::::·:·-·.·.·.;-.·-·.·.·· .. . .. .... . .. . . ... .. , ........... ................. ·· · ··.··.... . . ......... .. ...... .. . .. . .. . ................... . ...... ········ ·· · ····· · ..

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...

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.... . . . . . .. . -::::::::::::::::::::::::

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Gastos em saúde na Região Autónoma da Madeira encontra concentrada nos Hospitais, enquanto que a Prevenção Primária e os Cuidados Primários pertencem aos Centros de Saúde. A responsabilidade do funcionamento e avaliação de cada um desses serviços prestadores compete a um Director Regional, médico, órgão máximo de cada um dos organismos coordenadores das respectivas actividades - Direcções Regionais dos Hospitais e Saúde Pública. A política de Saúde a nível da Região compete à Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, que superintende directamente essas duas Direcções Regionais. O financiamento dos serviços oficiais efectua-se através de transferências do Orçamento Regional para cada uma das Direcções Regionais, com base no aumento percentual das despesas realizadas no ano anterior. Dentro dos encargos assumidos pela prestação de Serviços de Saúde, distinguimos os que respeitam à exploração dos serviços oficiais e os que são prestados através dos particulares. Neste último caso, o pagamento é efectuado directamente ao fornecedor, no caso de se encontrar convencionado, ou através de reembolso ao utent~. quando não existir contrato específico ou este sistema for estabelecido pela própria convenção. O sistema de reembolso, embora mais desvantajoso para o utente, encontra-se bastante simplificado pois as comparticipações são pagas de imediato, através dos bancos, no caso

das consultas, ou nos serviços oficiais para os restantes serviços. O sistema de compensação por prestação de serviços particulares é de pagamento ao acto. considerando-se separadamente, os honorários médicos e outros custos de funcionamento do serviço. Estão assim constituídas tabelas com os valores a atribuir em cada situação, que são revistas periodicamente. O mesmo sistema de tabelas vigora para os aparelhos complementares de terapêutica alguns deles, porém , fornecidos gratuitamente nos serviços oficiais, no caso de exigirem para a sua aplicação, a intervenção de pessoal técnico. Para os medicamentos o seu pagamento corresponde a uma percentagem sobre o valor comercial .

GRÁFICO V

QUADRO 3

no servfço oficial destinam-se à maternidade que, em 1982, efectuou cerca de 87% dos partos havidos na Região (4 432). O número de dias de internamento em 1982, foi de 237/ 100 habitantes, índice inferior ao de 1978 em 45 dias. Através da respectiva distribuição percentual pelas t rês entidades responsáveis pela GRÁFICO VI

Distribuição proporcional dos dias de internamento verificados na hospitalização Privada e Oficial •'·1:·"

hospitalização, verificamos que a Psiquiatria absorve a maior percentagem , no entanto, a sua importância relativa baixou, nos últimos 5 anos de 61 ,2% para 55 ,6%. (gráfico 6). Alguns indicadores relativos ao funcionamento do CHF; (quadro 3) mostram nos que a sua percentagem de ocupação é um pouco baixa, havendo em 1982 uma diminuição na rotação das camas , apesar da demora média se situar a um nível aceitável. O recurso aos meios complementares é cada vez maior, sobretudo para o intenamento e urgência, verificando-se, por out ro lado, uma fraca utilização do Bloco Operatório .

4 .2. Ambulatório

GRÁFICO VII

Consultas totais e por entidade prestadora.

Os índices relativos ao ambulatório mostram-nos que na RAM ainda não se atingiu a meta aconselhada para o número ·de consultas por habitante, sendo o último valor apresentado, inferior ao do Continente em 1981 . (quadro 4). Quanto aos meios complementares, é de salientar as análises que duplicaram em quatro anos, sobretudo devido ao aumento do número de exames por utente. Os restantes meios complementares apresentam uma certa .estabilidade, devido à fraca evolução que a oferta sofreu neste período.

4 - UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

·.·. .··

(100 Habitantes)

A frequência hospitalar tem vindo a aumentar, atingindo o seu valor máximo em 1981 , mediante subida registada nos serviços oficiais, e clínicas particulares. Em 1982, porém, mantém-se o aumento das clínicas e serviço oficial e psiquiatria, diminuem as entradas (88,8 doentes/ 1 000 habitantes. gráfico 5). O número de doentes tratados fora da Região aumentou 35% desde 1978 e em 1982, constituiu cerca de 5% do total dos doentes tratados no serviço oficial. Cerca de 30% dos doentes entrados

1978

1979

1980

CONSULTAS

(Clínica Geral e Especia lidadesi 1978

1979

1980

1981

161.4

cfri'1cas Privadas

Psiquiatria

c::::J

Hospit al o f1c1al

[:' '.~.:;.,::"t:~

Ps1auiatria

C::::::J

Hosp1eal Ofi c ial

219,f

251 ,1

240.2

298 ,8

92.4

119.8

237,0

195 .3

EXAMES RX

4,2

3,9

3,1

3,1

24,4

OUTROS M EIOS 2.3

3.2

4,0

3,7

17,6

13,7

625.4

703 .2

INDICADORES DE ACTIVIDADE DO CHF AP. COMPLEMENTARES

1982

13.5

1979

1980

1981

1982

Demora média

16,22

14,98

15,20

14,41

14,16

Ocupação méd ia

75,35

75,20

77,11

74-,73

72 ,04

Doentes tratados p /cama

18,78

20,32

20 ,62

20,96

20,11

MED ICAMEN TOS PRESCR ITOS

411,8

562,4

'

3,70

5,23

6,14

6,87

7,71

Urgência

0,46

0,58

0,68

0,74

0.81

Consulta Exte rna

0,66

0,17

0,33

0 ,23

0,23

3.762

3.800

3.759

3.739

3.874

77.5

79 ,9

80 .5

83 ,4

87,0

2,7

2,7

2,5

2,8

4.5

Número de partos hospitalares % dos partos ocorridos na Região Intervenções p/ dia úti l e p/ Mla

G~stão

,- ·_., ..-·- ·-·- ·-·-·

19 79

1980

1981

1982

_ _ _ TOTAL

Hospitalar• Ano IV • N .0 13

- .-if--,-,- r

Hosp ital

A política seguida quanto à concessão de aparelhos complementares de terapêutica em que foram retirados alguns aparelhos das tabelas, explica a descida verificada neste último ano. Quanto ao número de medicamentos prescritos, aumentou num ritmo superior ao das consultas. A evolução dos valores absolutos por entidade p restadora dos mesmos é elucidativa verificando-se, para as consultas, uma subida para os serviços prestados pelo sector p rivado e um decréscimo de actividade para os serviços oficiais. (gráfico 7) .

(Contos) SECTOR

Internamento

1982

1978

1

1979

1980

1981

%

1

1982

1%

HOSPITAL

482 592

613 264

27 ,1

754 355

23.0

905 33 1

20,0

1 11 7 572

23.4

AMBU LA TÓR IO

201 454

268 885

33 ,5

356 119

32 ,4

450 990

26.6

586 093

29 ,9

BENS MtDICOS

13G466

221316

62 .2

293678

32.7

350348

19,3

40G230

15.9

11 996

10 909

9,1

16 141

48.0

25 178

5G .D

34 901

38 ,6

837 508

1 11 4 374

33,0 1 420 293

27,4

1 731 847

21.9

2 144 796

23,8

OUTROS ENCARGOS

TOTAL

1 34

'

- - - - - Centros de Saúde Privadas

Exames complementares por doente tratado:

!fr.;:.o;.:; ,11

',

,, ,, 19 78

ANA LI SES

-

217 ,6

1982

COMPLEMENTARES

1978

100 ...

,,/

GASTOS EM SAÚDE POR SECTOR , 1978 -

Chn1cas Privadas

' ... ,. "'

.'

" ,. ' '

1982 1981

60

1982

''

Continente 1981

Q UADRO 5

1981

''

.• .- , ....

,"

1980

''

::· ,t."

l NDICADOR

1979

''

.' .... ~; ..

100

1978

' ' ' ....

200

TER APtuTICA

20

300 ...

INDICADORES DE UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS EM A M BULATÓRIO

.•

(Frequência pi 1000 hab)

40

. 400 ...

.. _...

EVOLUÇÃO 1978 -

;' ,;. ' ! :;

500

:

4. 1 Hospitalização

por 1000 habitantes. Evolução 1978 - 1982

...... ,,,:·. ,.,

(M 1 l har~s)

QUADRO 4 .~

Admissões hospitalares

80 -

Evolução 1978 - 1982

Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

5 - GASTOS EM SAÚDE As despesas ecn Saúde na R. A Madeira da responsabilidade do Governo Regional não têm sofrido uma evolução uniforme, ao longo destes anos. Assim em 1979 , há uma subida brusca provocada pelo aumento da população coberta pelo esquema, estruturação dos serviços de ambulatório e iníc io da implantação do novo esquema de utilização dos serviços privados. Por esse facto são os sectores de AmblJla35


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::::::::::::::•:•:•:•••:•:···········:••::::•:::::•••:•••:••:•:•:::::::::;::::::::::::::::•::::::::::::::::::•:::::::•:::::::::::::::::::::::•:::::::::::::::::::::::::::•::::::::::::::•·•::::::••···:::•••••·:::::::::.:::::::::::::•:::::•:::::::::::::::::::::::::::::••:•::::::::::::::•:•:•:::•::::::::•:::::::::.::; ::::::::•::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::•:::::::::::•::::::::::::::::••::::

Gastos em saúde na Região Autónoma da Madeira ...

tório e Bens Médicos que apresentam as maiores percentagens de aumento de encargos. No sector de hospitalização, a evolução verificada fica a dever-se sobretudo a ajustamentos dentro das carreiras do pessoal resultantes da integração entretanto efectuada dos três hospitais existentes. Os aumentos verificados na rubrica residual para os últimos três anos são o resultado da atenção que se tem dado à formação de pessoal técnico a qual se tem incrementado cada vez mais através da concessão de bolsas de estudo para formação básica e pós-básica e financiamento da escola de enfermagem. (quadro 5). O crescimento nos últimos 5 anos foi de 156%, sendo a hospitalização que apresenta uma evolução mais regular na medida em que era o sector que, já em 1978, se apresentava com uma estrutura mais desenvolvida. (gráfico 8).

GRÁFICO IX

QUADRO 6

Crescimento das despesas públicas e transferências para o sector privado

DISTRIBUIÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS CORRENTES EM SAÚDE POR TIPO DE ENCARGO

Continente

RAM TIPO DE ENCARGO 1978

300

1982

1982

I I

I I

,..

,

250

Hospital

57,6

Ambulatório

24,0

52,1

46,0

,/ 200

23.0

27,3

I

, Bens Médicos Outros encargos

16,3

18,9

22.0

150

1.4

1,6

9.0

100

1978

GRÁFICO VIII

QUADRO 1

Crescimento dos encargos em saúde, por sector

ENCARGOS CORRENTES EM SAÚDE POR ESTATUTO DO PRESTADOR

Hospitt1I

2 50

I

I

/

/ /

1979

1980

1981

1982

_ _ _ Despesas públicas

TIPO DE ENCARGO

300'

·'

,,

I

Estatuto do Prestador

1978

- - - - - Transferências para o sector privado

1979

1980

1981

1982

GRÁFICO X

Crescimento nas principais rubricas das transferências para o sector privado

público

76,3

77,5

77,7

79,1

76,9

privado

23,7

22.5

22,3

20,9

23,1

público

89,2

80,4

81, 1

78 .3

76.4

2200

200

privado

10,8

19,6

18,9

21,7

23,6

2000

Bens médicos

público

-

-

-

-

-

100

100

100

privado

150

100

analisar e de uma maneira geral, é motivada pelo aumento de consumo, há ainda a introduzir um outro factor que diz respeito à comparticipação do utente. De facto, o sistema implantado implica, em todas as situações, que o utente financie parte dos encargos que no mínimo se situam em 25% do total, mas também poderão ir até 50%, como é o caso das consultas de especialidade. Na falta de elementos que permitam determinar com rigor esse montante para 1982 . estima-se que o mínimo dessa comparticipação se situou em 1 000 escudos pm utente. Para as despesas do sector público cujo ritmo de crescimento foi menor (138,4%) na exploração dos sectores de hospitalização e ambulatório. A situação é muito idêntica, para hospitais e para os Centros de Saúde onde os encargos com o pessoal representam cerca de 70% dos encargos de exploração e os consumos 20% . (quadro 9). As alterações verificadas nessa distribuição ao longo destes cinco anos mostram que as despesas com o pessoal nos Centros de Saúde passou a ter um significado mais relevante, bem como os encargos de gestão, incluídos nas outras

QUADRO 8

(Molhares )

TRANSFER~NCIAS

2400

Ambulatório

uma alteração significativa de tabelas em 1980 e, salvo a actualização verificada em 1982 para EEC e ECG, o aumento de encargos é reflexo do aumento do consumo. Na rúbrica medicamentos, devido ao sistema de pagamento a sua evolução resulta da variação de três parâmetros, aumento de consumo (70% em 5 anos), actualização dos preços e introdução de novos produtos no mercado. Os encargos com transportes estão relacionados com o maior número de doentes enviados para tratamento fora da Região, para além do sistema de pagamento acompanhar a actualização dos preços. Quanto aos internamentos para a Psiquiatria, a diminuição dos doentes internados tem sido compensada pela actualização do valor das diárias que, em 1982, sofreram um aumento bastante significativo depois de 2 anos sem alteração. Para as clínicas gerais, o pagamento de serviços inclui honorários médicos, tendo os valores das várias tabelas sofrido actualizações mais significativas em 1980. Para além da . tendência para o aumento de encargos da responsabilidade do Governo que acabámos de

PARA O SECTOR PRIVADO (Contos)

1800

. º'º

1978

º'º

1982

91 835

32,3

180 900

21,9

9 466

3,3

14 157

1,7

14 284

5,0

48 851

5,9

-

14 182

1,7

3 379

1,2

75 000

9,1

10 240

3,6

48 480

5,9

Radiografias

2 609

0,9

4 380

0,5

Outros meios

5 408

1.9

10 302

1.3

116 073

40,8

382 032

46,3

20 393

7,2

24 198

2,9

Ensino

6 762

2,4

13 084

1,6

lnst . afins de Saúde

3 832

1.4

10 413

1,3

RUBRICAS

1600

100 1400

Outros encargos 100

público privudo

11,7

20,5

24,3

27,2

32,7

1200

88,3

79,5

75,7

72 ,8

67.3

1000

público

66 ,0

62.3

61.9

62 ,1

61.5

privt1do

34,0 '

37,7

38,1

37 ,9

38,5

HOSPIT AUZAÇAO Psiquiatria

800

1978

1979

1980

1981

1962

_ _ _ Total

TOTAL

Clínicas Gerais 550

,.-.·

- - .- .- .- - . Hosp1ta1s Ambulatôrio wnunn:•n:o

Be ns médicos

- - - - - - Outras despesas

Os encargos per capita que, em 1978 se situaram em 3,9 contos passaram a 1O contos por utente coberto em 1982. Face à evolução verificada nos diversos sectores, a componente hospitalização diminuiu a sua importância relativa, ao fim deste período. (quadro 6).

No que toca à distribuição das despesas consoante o estatuto do prestador, verifica-se que ao longo destes 5 anos, há um crescimento na percentagem dos encargos, que são transferidos para o sector privado, sobretudo nos cuidados ambulatórios. A intervenção do sector privado na rubrica de outras despesas também é significativo pois apenas com-

36

pete ao sector público o pagamento das bolsas de estudo. As restantes despesas dizem respeito ao financiamento da escola particular de enfermagem e de instituições afins de saúde. (quadro 7). Através do gráfico 9, podemos apreciar o crescimento das despesas públicas e das transferências para o sector privado, sendo de interesse estudar mais em pormenor quais as componentes, em cada uma das entidades prestadoras, que-mais influenciaram esta variação. No que respeita ao sector privado e analisando em primeiro lugar a importância relativa que cada uma das rúbricas representa em relação ao total das transferências, verifica-se a alteração significativa das rúbricas de medicamen-

tos, consultas e análises, o que fez diminuir a percentagem destinada ao internamento em psiquiatria, apesar de continuar a ser a segunda grande rúbrica. (quadro 8). Quanto à evolução dos encargos em cada rúbrica a sua análise terá de ser feita tomando em linha de conta a variação da capacidade de oferta a nível privado e o sistema de pagamento de serviços que está a ser utilizado.

.

Gestão Hospitalar• Ano IV• N.0 13

//

300

,l.

Consultas

/1:

250

/ i.:'

Análises

/ I:·: / " 1.: I •

200

/ // li . ,,· /

150

'

'

.

BENS M~DICOS

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I / . ...·~·, ___ -- .,,: /

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I

'

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Medicamentos

f.. , ..;;-,• ~- ··:·

1976

1979

Aparelhos Comp. Terapeu. 1980

-

AMBULATÓRIO

11~··

'/:'

100

. Assim, para as consultas em 1979 com a abertura do sector privado · e aumento da tabela em 60%, faz crescer os encargos sete vezes mais e,· apenas em 1982, se verifica nova alteração da tabela só para consultas de especialidade (gráfico 1O). Os meios complementares sofreram

. .i/ ,.y

Transportes e estadia de doentes Estrangeiro

1981

_ _ Consultas

....... ..... . Medicamentos

1982

OUTROS ENCARGOS

- .- .- .- .- .- . Meios Complementares

' . . Internamentos

- - - - - .Transportes

Gestão Hospitalar • Ano IV • N.º 13

TOTAL

284 361

100

325 979

.

100

37


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Gastos em saúde na Região Autónoma da Madeira QUADRO

QUA DRO 9

EVOLUÇAO DA DISTRIBUIÇAO PERCENTUAL DOS ENCARGOS DE EXLOPAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

RUBRICAS DE

C. SAÚDE

DESPESA

1982

1970

Pessoal

64,3

Consumos

30,9

Reintegrações

HOSPITAIS

'

1978

1982

70 ,3

71,7

69,2

20 ,2

23 ,7

23,5

-

1,2

2,7

4.1

4,8

8.1

1,9

3,2

DESPESAS CORRENTES E DE CAPITAL EM SAÚDE

soai e consumos para os dois sectores mostram que, enquanto esta última rúbrica acompanha o ritmo de aumento do índice de preços no consumidor o mesmo já não se verifica para o pessoal onde os aumentos verificados se afastam bastante da evolução da tabela salarial dos empregados do estado. Este distanciamento é provocado não só pelo aumento do número de efectivos, mas também e sobretudo pelo sistema de compensação que foi implantado para pagamento do sistema de prevenção médica à urgência, do serviço extraordinário e do que é prestado em feriados, e domingos durante a noite (gráficos 11

TOTAL

100

100

100

DESPESAS

1978

CORRENTES

837 508 15 281

Capital TOTAL

852 789

1979

º'•

1980

•r.

98,2

1 114 374

95,7

1 420 293

94.4

1,8

50 424

4,3

84 721

1 154 798

100

1 SOS 014

º/o

100

sobe para 7%. O investimento efectuado destinou-se a aumentar no número de Centros de Saúde a melhorar as suas instalações e também algumas camas hospitalares. Procedeu-se ainda à aquisição desses novos serviços e, no sector hospitalar, de equipamento de novas tecnologias.

e 12). Outras Desp --sa3

100

6 - CONCLUSÕES GRÁFICO XI

GRÁFICO XII

Crescimento dos encargos com pessoal e tabela salarial respectiva

Crescimento dos encargos em consumo e do índice de preços no consumidor

região, verificar-se-á, duma maneira geral uma carência de meios sobretudo humanos, sendo de salientar o pessoal médico;

10

Constituindo objectivo deste trabalho

1981

º'·

1982

º'•

'1 31 847

95,1

5.6

88 541

4.9

95 810

4,3

100

1 820 388

100

2 241 606

100

1

2 144 796 95.7

analis<ir o sistema de saúde implantado em 1979. a título experimental, procurou-se efectuar o diagnóstico da situação existente através da escolha de vários indicadores, que nos permitiram retirar as seguintes conclusões: - A situaçà-o de Saúde nesta região tem vindo a melhorar nos últimos dez anos; - Segundo a aplicação de normas, não ajustadas à situação específica da

- A capacidade de oferta no sector privado tem vindo a aumentar sobretudo em consultórios médicos e laboratórios verificando-se, para os primeiros, um possível excesso de oferta; - Os indicadores ·de utilização dos serviços públicos tem-se mantido a partir de · 1979 praticamente estacionária verificando-se, neste último ano, uma quebra algo significativa em consultas e doentes tratados em internamento; - As despesas em saúde nestes últimos 5 anos cresceram a um ritmo superior ao da inflacção (cerca de 20% ao ano) sendo as transferências para o sector privado as que apresentam maior crescimento. D

POR PERMUTA COM ccMADEIRA-MÉDICA» Vol. 2 - n,º 5 - JULHO 1985

(.)

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250

250

200

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100

1978

1979

1980

1981

1976

1982

1979

- - - - Encargos com pessoal

- - - - Consumos

- -

-

-

-

- -

Tabela Salarial

despesas, são bastante mais elevados devido ao maior número de centros existentes. Na rúbrica reintegrações não surge porém o investimento efectuado em obras dado que as mesmas são da responsabilidade de outro departamen38

/

-

-

-

-

1960

1981

1982

No que respeita aos consumos podemos dizer que a situação até 1981 é bastante aceitável, no entanto, neste último ano, já os encargos aumentaram a um dtmo superior ao do índice geral de preços. Se aliarmos esta variação dos encargos de exploração do sector público à sua produtividade em que, sobretudo para este último ano se verifica uma diminuição do número de doentes atendidos, teremos de concluir que os consumos por doente estão a aumentar, como também aumenta significativamente a capitação das despesas com o pessoal.

Preços

to. O mesmo já não se verifica para os hospitais, onde o aumento nesta mesma rúbrica deixa transparecer os investimentos que têm sido efectuados neste sector. A evolução dos encargos com o pes-

Finalmente poderemos analisar como tem evoluído o investimento no sector saúde. (quadro 1O). O seu valor não apresenta grandes alterações a partir de 1980, representando cerca de 4% do total das despesas. Porém se considerarmos apenas as despesas de exploração do sector público essa percentagem Gestão Hospitalar• Ano IV • Nº 13

e

..................________________________________________________________________________________.... Gestão Hospitalar• Ano '1v • N.º 13

39


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from 61 countries • A high levei event convention which gathered together a number of participants for two days and contributed to the exhibition 's organization.

-

Both exhibitors and visitors declared themselves to be highly satisfied. The average time spent by visitors . increased to more than two days and the number of foreign visitors increased by 25%. There was much talk of concret projects on the · stands and also of completed business deals. The technical importance attached to surface treatment and heat treatment has again been confirmed within the D context of this event. 41


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15

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RESTAUROTEL

39

TECNIMEDE

29/30

UNISELF

41

WALTER & CIA

21

WILD + LEITZ

17

INDICAÇÕES AOS AUTORES «GESTÃO HOSPITALAR;, é uma publicação trimestral de divulgação técnico-científica, opinião, actualidade e informação profissional. Embora se dirija particularmente aos gestores hospitalares, p~etende igualmente responder a todo o público interessado em problemas de saúde. designadamente médicos, engenheiros hospitalares e enfermeiros; A revista aceita colaboração diversificada, desde artigos de investigação e estudos originais até comentários, notícias, textos literários e mesmo trabalhos fotográficos. Os originais recebidos serão avaliados pelo Conselho

Redactorial, a quem cabe decidir a sua aceitação ou recusa. consoante lhes reconheça ou não mérito suficiente.

NORMAS PARA .APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS Os textos deverão: - apresentar-se dactilografados em papel normalizado (fornecido pela A.P.A.H .), ou em papel formato A4, dactilografado a dois espaços, 25 linhas com 60 batidas cada. Cada folha deverá ser numerada no canto superior direito. - Ser acompanhados por uma cópia. - Todos os originais deverão ser enviados para a redacção da revista Hospital Pediátrico-Av. Bissaia Barreto - 3000 COIMBRA

DIVISÃO FLUIDOTERAPIA Especializada na terapêutica das alterações do metabolismo hidro-electrolítico, soluções especiais e na nutrição enteral e parenteral.

Os autores deverão ainda: - Preceder o texto de uma primeira folha (folha de rosto) em que conste o título do artigo (que deverá ser curto); o(s) nome(s) do(s) autor(es), formação profissional, cargo e actividade . que desempenha, outras qualificações e morada para troca de correspondência. - Apresentar além do texto, um resumo do mesmo, que não exceda as200 palavras e que contenha a razão, objectivos e principais conclusões do trabalho. O resumo terá obrigatoriamente de ser traduzido em Inglês e facultativamente em Francês. - Evitar abreviaturas ou siglas. Se. utilizadas incluir a respectivá chave, de preferência no princípio.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVERDADEDO CAFÉ 42

Os utores não dQverão ap esentar o t~~B~ff u a revista simultaneamente. o Gestão Hospitalar• Ano IV • N.º 13

Dedicada à prevenção da infecção hospitalar com investigação, técnicas e métodos para conseguir uma adequada política de assepsia, especialmente nos serviços de alto risco.

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ILUSTRAÇÕES

Devem vir numeradas por ordem de citação no texto. Devem trazer nomes e iniciais de todos os autores. As iniciais . i de dos nomes n-o pont.os. ~~~o íA~~ êrti9@ u do livro o n~*tJiSlê ~tt..(abre aturas d aco comdex Medic s) ou a edi ora do livro. No final figurará o ano da publicação e a localização o texto r ferenciado (volume, núme o, páginas. ·

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1

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ADMJNISTRAOORES HOSPITALARES

ENCONTRO SOBRE GESTÃO HOSPITALAR Realizou-se em Angra do Heroísmo de 3 a 1O de Novembro de 1985 um Encontro sobre Gestão Hospitalar, destinado a administradores e outros técnicos de saúde, organizado pelo Hospital de Angra do Heroísmo, com a colaboração da APAH. Foram debatidos os temas: Regionalização em Saúde, Sistemas de Financiamento, Informática e Serviços de Saúde. Vem indicado como objectivo deste Encontro o diálogo entre Administradores Hospitalares e outros Técnicos de Saúde. Na realidade é hoje universalmente aceite que os serviços de saúde considerados na globalidade devem ter como objecto tanto o indivíduo doente para tentar a cura e a sua reinserção social , como o indivíduo são a fim de tentar evitar a doença. Se os hospitais passaram a ser considerados como subsistema desse conjunto-sistema de serviços, não podem desinteressar-se do que se passa à sua volta. Por isso nos pareceu correcto que os temas escolhidos para debate, regionalização , Financiamento e Informática, não fossem restringidos à actividade exclusiva dos hospitais. Se os hospitais constituíram inicialmente simples locais de refúgio para moribundos, loucos e doentes contagiosos , para na fase seguinte se transformarem em centros de alta tecnologia e especialização, entende ~ se agora que também em Portugal devem orientar-se para o envolvimento nos cuidados de saúde primários, na prevenção da doença, na promoção da saúde, penetrando na comunidade, co-responsabilizando-se na educação básica e permanente de

todos os profissinaos, colaborando na educação para a Saúde das populações . Se uma das partes dialogantes são Administradores Hospitalares, seja-me permitido dizer alguma coisa sobre o que somos e como pretendemos vir a ser. A enorme extensão do conhecimento moderno e a sua crescente complexidade tornou inevitável a especialização do saber. Se a uma área especializada de conhecimentos teóricos é necessário fazer corresponder técnicas executivas adequadas para passagem à prática, estão reunidas as condições objectivas indispensáveis para surgir uma nova profissão. Entre tantos exemplos possíveis de apontar, os Administradores Hospitalares constituem uma das novas profissões que surgiram na vasta área de ciência aplicada em que se baseiam os serviços de saúde em geral , e os hospitais em particular. Os Administradores Hospitalares portugueses têm hoje reconhecimento legal para o exercício das suas funções a partir de formação escolar pós graduada específica, e têm consciência da sua individualidade profissional, isto é, de que as tarefas que desempenham e os seus

ciàção. objectivos são diferentes das outras profissões. Como A admir)istração deve ser contributo para que essa também uma disciplina posiautonomia profissional venha tiva, capaz de descrever e a ser progressivamente recoexplicar. A administração não nhecida, deliberaram constipode desinteressar-se das tuir-se em Associação profisregras de direito, mas sional . A colaboração que a acresce-lhe a preocupação nossa Associação vem dar à constante de saber como as realização deste Encontro normas jurídicas são aplicainsere-se nessa meta. das, de conhecer como as A administração intervem coisas se passam na realinecessariamente em procesdade para decobrir as razões sos baseados na divisão de pelas quais assim acontetrabalho. O seu papel essencem. Com base nesse cial situa-se acima das várias conhecimento surgirá a posprofissões envolvidas, procusibilidade de propôr medidas rando integrá-las ou harmonique não permitam desvios zar as decisões dos repreaos objectivos a atingir. sentantes dos vários profisEm nossa opinião, uma das sionais, tendo em vista o causas de insucesso de algumais adequado prosseguimas tentativas de melhoria mento dos objectivos finais dos nossos hospitais e dos com melhor aproveitamento serviços de saúde em geral dos recursos disponíveis. consiste na tradição excessiQueremos dizer que a actuavamente normativa da admição do administrador Hospinistração pública pensando talar é forçosamente interque tudo se resolve com leis dependente pois carece da e regulamentos. cooperação dos restantes Como na maior parte das profissionais . O Administra- · vezes a lei não estabelece ou dor Hospitalar só conseguirá não começa por criar mecater êxito no exercício das nismos de avaliação, e suas funções quando souber esquece a análise objectiva integrar-se na equipa pluridos comportamentos individisciplinar que enforma os duais e da inter-acção dinâhospitais. mica das forças sociais, ficaNo trabalho em equipa todos se quase sempre a grande são responsáveis pelo resuldistância dos resultados tado, e em cada situação desejados. concreta deve comandar No âmbito da Saúde é fácil aquela cuja profissão melhor dar alguns axemplos dehabita e satisfaz a exigência monstrativos do que afirmapredominante dessa mesma mos: situação. - Contrariamente à legislação No trabalho em equipa conanterior a lei actual prevê clatradiz profissão dominante, ramente que compete ao ou aquela que deseja o poder Governo da República definir para dizer às outras o que e coordenar globalmente a podem e devem fazer. política de Saúde, e que , Inter-dependência pluri-discicompete à Administração plinar e trabalho em equipa Central de Saúde dirigir e não são sinónimos de hierarsuperintender na execução quia, significam antes asso-

...

1


-

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ENCONTRO SOBRE GESTÃO HOSPITALAR ...,, das actividades dos serviços. lstoi é, a lei vigente prevê objectivamente a institucionalização dos serviços. Mas o Governo da República continua a dirigir a política de Saúde e a promover a sua execução. Para isso adoptou uma solução muito simples: não criou a Administração Central de Saúde. - Ainda como exemplo, a Constituição prevê a criação de regiões administrativas no Continente. Por sua vez a regionalização em saúde é hoje um imperativo técnico em todo o mundo moderno. Para a regionalização em Saúde, simples desconcentração, tem sido considerado necessário aguardar a regionalização ou descentraliza-

ção administrativa, e como esta não avança dada a contradição de poderes em jogo não se regionalizam os Serviços de Saúde. Outro tipo de regiões também previstas na Constituição, como forma de governo, com poderes legislativo e executivo próprios são felizmente exemplos que não ficaram só no domínio do normativo. São exemplos reais com resultados conseguidos nas Regiões Autónoimas dos Açores e da Madeira. Cremos que constituem a descentralizadora reforma mais conseguida, o que de certo é devido à capaddade de reaização dos Açoreanos

e Madeirenses. Porque acreditamos que a descentralização, mais do que a simples desconcentração, traz benefícios ao desenvolvimento dos Serviços de Saúde, esperamos levar bons ensinamentos da Região Autónoma dos Açores. Não devo deixar de aproveitar esta ocasião para agradecer a colaboração pronta e valiosa dos Sócios de Honra da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, prof. Coriolano Ferreira e Dr. Augusto Mantas. Ficamos a dever-lhes mais este favor. Queremos enaltecer o apoio do Governo Regional, sem o qual não seria possível a rea-

lização deste Encontro. Habituados no Continente a longa espera pelas decisões centralizadas, muitas vezes pouco claras até ao último minuto, parece não haver dúvida de que as coisas são diferentes nesta Região Autónoma, não só portanto a beleza natural das Ilhas e a tradicional hospitalidade açoreana. À Colega Dr.ª Bela Simões não agradecemos. Simplesmente lhe damos os parabéns por ter aceite liderar a organização pelo Hospital onde trabalha, é sinal de que realmente virou açoreana. Muito obrigado

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A PROPÓSITO DE ccCONTRIBUTOS PARA- A REGIONALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE» NO CONTINENTE - DEPS/1983 O Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde publicou em Agosto de 1983 um documento que denominou «contributos para a regionalização dos Serviços de Saúde», o qual, embora gérasse alguma polémica, é unanimemente aceite como uma excelente base de trabalho para o futuro. Esse documento resultou das bases gerais de orientação aprovadas em 1977, e posterior discussão e aperfeiçoamento, tendo os seguintes fundamentos ou critérios principais:- A região de saúde deve corresponder a relativamente uma área homogénea, dispondo de um conjunto de meios para satisfazer as necessidades dos seus habitantes. - Objectivo de nos vários níveis de cuidados levar tão perto quanto possível das populações os serviços de saúde, sem perder de vista a concentração de meios, sobretudo os mais sofistica-

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dos. - Dada a escassez de recursos humanos e · económicos previu-se a centralização de alguns serviços com tecnologia de ponta em unidades nacionais ou supra-regionais. - A população abrangida por cada região deve ser de um milhão a um milhão e meio, e a cada sub-região 150 a 300 mil habitantes. - A distância/tempo de ligação à sede de cada região não deve ser superior a 200 km/4 horas, e à sede da subregião 1,30 H. - Os limites geográficos devem fazer coincidir tanto quanto possível a região de saúde à região administrativa prevista na Constituição, tendo-se optado pela proposta do MAi, com excepção da região norte onde se previram três regiões de saúde. - Foi decidido manter a diviconcelhia mesmo são quando esta contraria a tendência natural das populações, devido às estatísticas, sobretudo

demográficas.

terem por base o concelho. - Influência de critérios geológicos, topográficos, sócioeconómicos e culturais, com especial incidência nos casos do Alentejo, Trás-os-Montes e Algarve, cujas regiões têm população em número inferior ao recomendado. - Declara-se que não foi possível adaptar estudos sobre a origem dos doentes tratados em hospitais, dados de morbilidade e de demanda dos serviços j á existentes, porque não existem. Foram assim previstas as regiões e sub-regiões de saúde seguintes, com indicação das respectivas sedes: - Minho, com sede em Braga, sub-regiões de Viana, Barcelos, V.N. de Famalicão, Guimarães e Braga. - Trás-os-Montes, sede Vila Real, sub-regiões de Chaves, Amarante, Vila Real, Lamego, Bragança e Mirandela. - Porto, área metropolitana Beiras, sede Coimbra, sub-regiões de Aveiro,

Viseu, Guarda, Coimbra, Figueira da Foz e Leiria. - Estremadura e Vale do Tejo, sede Santarém, subregiões de Caldas da Rainha, Torres Novas ou Tomar, Santarém, Abrantes, Castelo Branco e Covilhã. - Alentejo, sede Évora, subregiões de Portalegre, Évora, Sines e Beja. - Algarve, sede em Faro, sub-regiões de Faro e Portimão. Previstos os seguintes níveis de hierarquia de serviços: - Supra regional ou nacional: hospitais centrais (Lisboa, Porto e Coimbra), Laboratórios centrais e de referência, institutos de investigação e de docência. Nível regional, com hospitais regionais, laboratórios, bancos de sangue e unidades docentes. -- Sub-regional, com hospitais sub-regionais, labora-

".>rios, centros de saúde ~'lentai, e centros de ensino ou educação permanente. Nível local, com centros de saúde podendo ter serviços de intr ·::~.:'Vl1"E.1 1t.Ó, pestas 1~ .boratoriais e postos ou extensões de saúde.

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As extensões locais de saúde não têm, em princípio, equipas residentes, as quais se deslocam das sedes dos centros de saúde, para atendimento em Medicina geral, saúde materna, saúde infantil, profilaxia das doenças evitáveis e higiene do ambiente. Cada extensão deve abranger mais de 100 habitantes e acessibilidade em 30 minutos, ou qualquer outro número de habitantes se a demora de acesso for superior. Os Centros de Saúde podem ser: - Sub-regionais, com sede em cada sub-região de saúde, correspondendo a cerca de 30 000 habitantes, não dispondo de internamento o qual será assegurado pelo hospital respectivo. Concelhios, 15 a 25.000 habitantes, com internamento para medicina geral, obstetrícia e ginecologia, pediatria médica, convalescentes e doentes de evolução prolongada, com o ratio de 1,6 camas/ 1000 habitantes. - Centros de saúde rurais para cerca de 5000 habitantes, podendo dispor de internamento. Os centros de saúde, com a hierarquia referida, são organizados por equipas correspondentes a 1500 utentes, com as valências seguintes: saúde Medicina geral, infantil, materna, saúde saúde escolar, saúde oral, profilaxia das doenças evitáveis, reabilitação, oftalmologia de base, ORL de base, saúde ocupacional, saúde mental (consulta) e higiene do ambiente. Quanto aos cuidados hospitalares ou diferenciados,

foram previstos os seguintes níveis: - Sub-regional, portanto para 150 a 300 mil habitantes, com internamento em cirurgia geral, medicina interna (infecto, carciiologia e hemodiálise), medicina física e reabilitação, obstetrícia e ginecologia, ortotraumatologia, pediatria e psiquiatria; sem internamento com dermatologia, estomatologia, oftalmologia e ORL. Quanto a meios complementares prevê-se para esta categoria de hospitais: análises clínicas com bacteriologia, bioquímica e hematologia laboratorial, anatomia patológica, anestesiologia, hemoterapia e radiologia. - Os hospitais regionais servirão de sub-regionais na área correspondente, e no seu âmbito global terão mais as_seguintes especialidades com internamento: cardiologia, dermatologia, gastro , oftalmologia, ORL, pneumologia, reumatologia e urologia. As especialidades restantes terão nível supra-regional ou nacional, a localizar em Lisboa, Porto e Coimbra. Com estes critérios e talvez com excessivo recurso a metodologia tipo régua e esquadro, o documento do DEPS localiza e tipifica depois os serviços no concreto. Esta concretização levantou polémica, como seria de esperar, e dela damos alguns exemplos: - Tanto Torres Novas como Tornar querem manter os seus hospitais. - Aveiro reclamou ser sede de região, tal como Viseu e outros. - Castelo Branco e Covilhã não aceitaram ter a sede de região em Santarém. - No caso de Coimbra reacendeu-se a polémica hospital civil (CHC) versus hospital universitário (HUC): sendo a sede da região das Beiras e de sub-região, a construção recente de novo hospital central escolar fará que venha a ter cerca de 600

camas a mais do que o documento prevê. Só qua havendo 600 camas hospitalares a mais em Coimbra, há largas centenas de camas a menos hospitais sub-regionais da região, e outras tantas também a menos nas unidades de internamento dos centros de' saúde. Além da discussão que o pelo esquema proposto DEPS poderá suscitar, adiantaremos o seguinte: A criação de regiões de saúde, considerando que cada região deve dispôr de um conjunto de meios para satisfazer as necessidades dos seus habitantes, constitui uma componente do proplaneamento cesso de moderno. O objecto de planeamento assenta na procura de serviços e das necessidades das populações, e hoje é pacífico afirmar que essas necessidades tanto têm a ver com a defesa e promoção da saúde, como com o tratamento da doença, em todos os níveis de serviços, numa visão integrada. A procura real, já existente, é um dado de partida, mas deve ser analisada: pode ser justificada, e dentro desta há que ver se os serviços que lhe estão a dar resposta são os mais adequados no ponto de vista custos/benefícios, ou pode ser injustificada e nesse caso há que esclarecer disso os utentes. Mas em planeamento de Saúde deve ser ainda analisada a procura requerida ou definida num plano técnico, e que ainda não é sentida pelos utentes, como é o caso do número de consultas prénatais, vacinações, etc. , tornando-se então necessário organizar os meios para oferta e motivar e desenvolver a procura. Na concepção tradicional de planeamento que se pratica ainda entre nós, o problema das instalações e equipamentos ê quase sempre encarado na previsão da sua substituição, pondo de parte os objectivos de rentabilização e racionalização do que existe. As instalações e equi-

pamentos existentes podem, diremos que devem, constituir ao mesmo tempo uma vantagem e um obstáculo à mudança, se quisermos optimizar a sua utilização. Qualquer plano visa ·Um modelo futur9 dos serviços, mas não deve tentar reduzir a incerteza, que sempre existirá, desse futuro, antes deve procurar dirigi-la. Se assim entendermos o processo de planeamento, os dirigentes dos serviços em todos os níveis devem tomar clara consciência de que o plano não os desliga da responsabilidade de responder às alterações do meio quando estas surgem, corrigindo a actividade dos serviços em função dessas mesmas alterações. Por outro lado, um plano deve atender aos factores específicos de cada local, o que é contraditório com o estabelecimento de normas rígidas de âmbito nacional ou até regional. Nesta orientação, o planeamento em saúde inclina-se hoje sobretudo para a simples aprovação de indicadores, quer indicadores de saúde, como indicadores e «ratios» de qualidade e produtividade, com posterior avaliação de desvios e respectiva obrigatoriedade que for possível estabelecer para os corrigir. Pensamos que estes aspectos influenciam a tendência cada vez maior para a descentralização ou delegação de poderes institucionais, e também para a necessidade de envolvimento das populações com a actividade dos serviços de saúde. Essa descentralização e o envolvimento preconizamolos num pontox:le vista técnico, mas levanta-se a questão se a própria descentralização político-administrativa não será uma condição prévia necessária para tomar possível a regionalização de saúde, no sentido de reforço da capacidade de decisão autónoma. A regionalização, quer político-administrativa, quer dos serviços de saúde, tem como objectivo essencial corrigir as assimetrias inter-regionais. Nesse sentido afirma-se que

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.... o poder centralizado de decisão favorece as regiões ricas tornando-as cada vez mais ricas e distanciando-as mais das regiões pobres, dado o maior poder económico das regiões ricas , o seu maior dinamismo transformando-as em áreas de atracção populacional e das poupanças das áreas mais pobres. A descentralização e regionalização favorecerá o aumento da criatividade local , a afectação de recursos próprios, a decisão do próprio futuro pelas populações destinatárias. Levantamos contudo a questão de saber se a descentrali:;mção não facilitará maior influência· do poder económico sobre as opções em saúde, por exemplo na integração indispensável da componente defesa e promoção da saúde ou preocupação pelo indivíduo são, de forma a tentar evitar que a doença, e se a esse poder económico não interessará principalmente a visão do consumismo de cuidados no tratamento das doenças. Embora nos pareça interessante discutir e aprofundar estes problemas, adiantamos desde já a nossa opinião pessoal de que se as regiões administrativas conseguirem de facto a real participação das populações na tomada de decisões, conseguir-se-á diminuir desequilíbrios ou assimetrias de desenvolvimento, o qual inclui necessariamente a Saúde. SANO TOS CARDOSO Referências: Contributos para a regionalização dos serviços de Saúde - Helena Pontes Carreira e Emílio lmperatori - DEPS, Lisboa, mimeog., 1983. Estratégia de planeamento numa região inglesa - D.G. Nichol, Gestão Hospitalar, N.º 8, 1984.

PESSOAL DE SAÚDE· E DIREITOS DO HOMEM A Associação Católica dos Enfermeiros dá as boas vindas a todos os enfermeiros participantes no 13. º Congresso Mundial do CICIAMS , que terá lugar em Lisboa, em Outubro de 1986. OBJECTIVOS Reunir os enfermeiros e outros profissionais de saúde de todos os países, de todas as culturas, de mentalidades e sensibilidades diversas, mas unidos por uma fé comum e uma profissão que

se dedica ao bem estar do Homem. Proporcionar ensino e informação que sejam pontos de referência para compreender e viver, no mundo actual, o Evangelho. Fomentar uma reflexão com base na- realidade de cada país, a fim de definir as acções a empreender na linha das orientações adóptadas pelo Congresso.

19,00 Hs.

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9,00-1O,15 Hs. 10,45-12,00 Hs. -

12,00-12,45 Hs. 12,45-14,30 Hs. 14,30-15,45 Hs.

16,15-17 ,30 Hs.

20,00 Hs.

QUINTA FEIRA, 9 9,00-12 ,00Hs.

12,00-12,45 Hs. 12,45-14,30 Hs. 14,30-17 ,30 Hs.

21,00 Hs.

As línguas do Congresso serão: Português, Francês, Inglês e Alemão. O

Podem inscrever-se todos

Entrega de Documentação Reunião do Conselho Geral do CICIAMS Missa do Espírito Santo, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom António Ribeiro

QUARTA FEIRA, 8 OUTUBRO

LfNGUAS DO CONGRESSO

INSCRIÇÕES

TERÇA FEIRA, 7 OUTUBRO 1986. 9,00-17 ,30 Hs. 9,00-17 ,30 Hs. -

os enfermeiros, àlunos de enfermagem e outros profissionais de saúde. A inscrição dá direito a participar em: actividades do Congresso, noite de amizade e recepção na Estufa Fria.

SEXTA FEIRA, 1O OUTUBRO 9,00-12 ,00 Hs. -

Mesa Redonda: «Direitos do Pessoal de Saúde», (Condições de trabalho - Liberdade de associação - Objecção de consciência) seguida de discussão. 12,00-12,45 Hs . - Eucaristia 12,45-14,30 Hs. - Almoço 14,30-15,45 Hs. - Plenário: «Direitos do Homem e Profissionais de Saúde: Acção e Compromisso,, Orador: Pde. Dr. Joblin , Conselheiro Eclesiástico Internacional 15,45-18,00 Hs. - Reuniões: Capelães e Assistentes; de Responsáveis de Mesas Re: dandas para. elaboração de conclusões

Abertura do Congresso Plenário: «Mudanças na sociedade e Direitos do Homem,, Orador: Prof. Doutor Peter Leuprechet, Director dos Direitos do Homem junto do Con.selho da Europa SÁBADO, 11 OUTUBRO - Eucaristia - Almoço - Plenário: «Os Direitos do Homem: 9,00-12,00Hs. -Tempolivre 9,00-12 ,00 Hs. - Reunião do Conselho Geral do Desafio para a Igreja» CICIAMS Orador: · Cardeal Alexandre do 12,00-12,45 Hs . - Eucaristia Nascimento, Presidente da Cari12,45-14,30 Hs. -Almoço tas Internacional - Plenário: «Os Direitos do Homem: 14,30-17,30 Hs. - Reuniões Especiais: Enfermeiras Obstétricas, Alunos de EnfermaNovas Interpelações para os Progem e Enfermeiros Docentes fissionais de Saúde» Orador: a determinar 20,00 Hs. - Recepção na Estufa Fria - Noite de Amizade DOMINGO, 12 OUTUBRO OUTUBRO 9,00-12,00 Hs. - Plenário: -Mesa Redonda: «Direito à Vida e • Relatório das Actividades do filhos - Adolescentes e jovens CICIAMS por Mlle., Fiori - Idosos) seguida de discussão. • Síntese dos Trabalhos do Con gresso e Perspectivas Futuras - Eucaristia -Almoço para o CICIAMS, por Mlle. - Mesa Redonda: «Direito à Vida e • Faure • Mensagem da Nova Presidente Qualidade de Vida», (Família e filhos - Adolescentes e jovens doCICIAMS 12,00 Hs. Idosos) seguida de discussão. - Missa solene..~ encerramento 13,00 Hs. -Almoço 15,00 Hs. - Partida para Fátima - Tourada (facultativa)

O critério de selecção doa temas tratados neste JORNAL consiste, essencialmente, no Interesse que possam vir a ter para desenvolvimento e publlcaçio na própria Revista. Slo, assim, benvlndoa pequenos relatos e noticias relativos a experiências em curso ou a quaisquer eventos de Interesse geral. Na secção ccPubllcaç6ea Recebidas» noticiaremos cr~lcamente as obras de que seja enviado gratuitamente um exemplar, e que farão parte da blblloteca da APAH que se está a constituir.

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