Sopra uma boa nova,
04 Editorial
12 Entrevista
18 Análise
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português. Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi.
1
J
30 Comentário
Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio.
"Precisamos de introduzir mais solidariedade no nosso sistema de saúde". Esta frase de Manuel Delgado, deixa perceber o tema por que optou nesta ediçao da GH, para uma análise a ser feita por todos os administradores hospitalares. Mas o presidente da APAH começa por fazer uma análise ao discurso social do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril, para depois focar os problemas inerentes à Saúde nesta vertente. Para ler e pensar.
Alberto de Rosa Torner, responsável do Hospital de La Ribera, em Valência, é o entrevistado desta edição da GH. Aqui deixa algumas noções sobre o caminho a seguir nas PPP que se pretendem construir. Noções com as quais muitos não estarão de acordo, mas que provam que há modelos de financiamento que podem ser alterados e melhorados. A quem interessam, é outro assunto.
O Centro de Estudos da Escola de Gestão do Porto (EGP) publica, na GH, um estudo sobre Logística Hospitalar, onde são analisadas as causas e consequências das mudanças que, nos últimos tempos, se têm registado no sector da Saúde. Neste documento, é realizado um enquadramento das situações típicas da logística hospitalar e apresentados modelos e soluções possíveis para tornar a operação mais eficiente, melhorando o serviço prestado.
Miguel Leão, médico e ex-responsável da OM, escreve sobre a receita médica. Segundo este clínico, o modelo que agora chega ao fim colocava em causa não apenas a liberdade médica em prescrever, como também os direitos e deveres legais e deontologicos dos médicos. Assim, " quem ganha, são os doentes", afirma.
Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
30 Ciência
[2'] LABESFAL
Fresenius Kabi Caring
for
Life
Um grupo de profissionais médicos portugueses viu o seu trabalho de investigação ~istinguido com a :respectiva publicação no British Medical journal--(BMJ). É a primeira vez que tal acontece, e os parabéns vao direitinhos para o Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência acuidade de Medicina de Lisboa. ~ ~(\'--V (?A,
ctf
\
De cravo na boca! O Manuel Delgado Presidente da APAH 11
Há cada vez menos espaço para que os doentes paguem mais do seu bolso. Basta comparar a situação portuguesa com a que se observa nos restantes países europeus em que o out-of-pocket" é francamente mais baixo" 11
Presidente da República brindou-nos com
mente, qual o modelo de financiamento partilhado
um discurso emi nentemente social aquan-
entre os Ministérios d a Saúd e, do Trabalho e Solida-
do das comemorações do 25 de Abril. Foi
riedade e o próprio utente, que irá ser implementado.
um discurso a preceito que, afinal, trazia um cravo de
Não é fácil d efinir fronteiras claras entre o que são
Abril , não na lapela, mas nas p alavras.
cuidados agudos e cuidados de co nvalesce nça, e os
Importa reflectir um pouco mais para além do verbo.
respectivos custos nem sempre apresentam d iferenças
As desigualdades, a desertificação do interior, a pobre-
significativas . Por outro lado, a criação e desenvol-
za, têm sempre dois lados: dos privilegiados face aos
vimento de áreas de internamento para doentes de
desprotegidos , dos que vivem no litoral face aos que
evo lu ção prolongada exigem importantes investi-
ainda vivem no interior, dos ricos face aos pobres.
mentos na reabilitação e no apoio socio-afectivo des-
E o apelo à Sociedade Civil - com certeza àquela
ses doentes, no sentido de lhes dar a dignidade que
parte que es tá do lado bom da História para que se
hoje lamentavelmente não têm.
movimente e tome in iciativas que mobilizem vonta-
Não se pense, por isso, que a implementação d e uma
des e recursos para minorar as desigualdades, apesar
rede de cuidados continuados irá, a c urto prazo,
de atraente e politicamente correcto , não chega.
diminuir os custos da saúd e. A natureza dos cuidados
Precisamos também de intervenção política do Estado,
a prestar e as remodelações a fazer em estruturas
no sentic;io de criar condições para que as desigualdades
existentes, implicarão, numa primeira fase, custos
se esbatam, o interior se desenvolva e fixe a população
mais elevados.
e os pobres encontrem m eios dignos de subsistência.
É neste contexto que devemos também reequacionar
Vem a propósito situar a questão do lado da Saúde. É
o financiamento do sistema de saúde. Há cada vez
sabido, por estudos empíricos irrefuráveis, que os
menos espaço para que os doentes paguem mais do
cidadãos social e economicamente mais frágeis apre-
seu bolso. Basta comparar a situação portuguesa com
sentam ta mbém índices sanitários e de qualidade de
a que se observa nos restantes países europeus em que
vid a mais baixos. E que neste p articular, os idosos são,
o "out-of-pocket" é francamente mais baixo (cerca de
por maioria de razão, os maiores consumidores de
18% do total da despesa da saúde contra mais de
cuidados de Saúde.
30 % em Portugal!).
Assim , po líticas efectivas de protecção do rendimento
Precisamos também aqui , de introduzir mais soli-
Merck Sharp & Dohme
dos pobres e dos idosos e o desenvolvimento de redes de
dariedade no nos.so sistema de saúde. Não propria-
Qta. da Fonte Edif. Vasco da Gama, 19
cuidados continuados que permitam associar, num
mente através de atitudes caritativas volumaristas e
processo integrado, o apoio domiciliário e a protecção
que funcionam esporad icamente em "ni chos de soli-
da saúde, os cuidados agudos, os cuidados de conva-
dariedade" pouco representativos. Mas sim, através de
e
lescença, a reabilitação e os cuidados paliativas, são um
um modelo de financiamento que mantenha o prin-
oll ...:
imperativo nacional que em boa hora o nosso 1° Minis-
cípio da contribu ição de todos, universal e propor-
~
tro anunciou nas vésp e ras do 25 de Abril.
cional ao rendimento.
""'
Fica, no enta nto , por saber, como é que efectiva-
É, ao fim e ao cabo, tornar consequente o discurso
"tJ
m e nte o modelo se irá d ese n volve r e, d es ignad a-
político da solidariedade.
MSD Dedicamos a nossa vida a melhorar a sua P.0. Box 214 2770-192 Paço D' Arcos
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3
• un1vad1S.pt medicina e multo mais
S. Francisco Xavier
Violência
Novo edifício materno-infantil inaugurado
Profissionais de Saúde agredidos
O
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental conta com um novo edifício
A
materno-infantil e de ambulatório, localizado no Hospital de S. Francisco
ma ioria dos profissiona is de Saúde em Portugal, é agredida no local de
Xavier, inaugurado no Dia Mundial da Saúde. Para o novo edifício foram
trabalho por utentes ou fami liares. A maior
transferidas cerca de cem camas, a urgência de obstetrícia e de ginecologia
parte das agressões está ligada a act os
e a urgência de pediatria, o internamento de obstetrícia e de ginecologia
bu rocráticos negados ao utente: atest ados
e o internamento de pediatria e de neonatalogia.
médicos para justificar ausências no
ln "Público" 01/04/06
tribunal, que provem uma doença que pode leva r à atribuição de uma habitação social, bem como de atestados de invalidez
Macedo de Cavaleiros
Criada Comissão
Hospital perde urgência mas mantém Ortopedia
Saúde Mental com plano até 2007
º
serviço de Urgência de Cirurgia do Hospital de Macedo
Comissão Nacional
Médicos e enfermeiros
as consultas da especialidade.
de Saúde Mental, criada no início de Abri l,
Os dois blocos operatórios do
deverá apresentar até Março de 2007,
Unidades de Sa úde Fa m iliar
Hospital de Macedo de Cavaleiros
um plano de acção para ser aplicado
(USF) dispõe-se a alarga r a
serão utilizados, exclusivamente, para
nos próximos dez anos.
sua lista de doentes em 225
Cirurgia Ortopédica, serviço
José M iguel Caldas de Almeida -
pessoas, refere o docum ent o
considerado de "muito boa
especialista que nos últimos anos
que faz o po nto da situação
qualidade" com a equipa de clínicos
dez anos trabalhou em saúde mental
da reform a dos cu idados
a ser reforça da com médicos de
no âmbito da Organização Mundial
primá rios.
Bragança.
de Saúde - coordenará o grupo de 20
A Missã o para os Cu idados
elementos que exercerão as suas funções
Primári os informou que j á
a título gratuito.
recebeu 80 cand idaturas.
ln "jornal de Notícias" 01/04/06
e
ada méd ico de fam ília que se candidatou às
ln "jornal de Notícias" 01104106
A
enfermeiros de todo o mundo que não
ESS negoceia entrada na rede pública de Saúde
lavam nem desinfectam as mãos quando tratam os doentes, sendo, por isso,
Médicos querem alargar lista de doentes
para a Reestruturação dos Serviços
Hospital do Mar
que 50 a 60 por cento dos médicos e
USF
A
potenciam infecções Organização Mundial de Saúde estima
ln "jornal de Notícias" 01/04/ 06
para Mirandela, mantendo apenas
de Cavaleiros será transferido
Higiene
para efeit os de reforma.
.. Espírito Santo Saúde (ESS) está em conversações com o Ministério da Saúde
ln "Público " 13/ 04/ 06
30 anos da Constituição
Arnaut critica aumento das taxas moderadoras
responsáveis pela maior parte das infecções
A
cruzadas nos hospitais. Em Portugal, está a
faça parte da rede pública de cuidados continuados. A .ESS conta abrir três novas
ser preparada uma campanha nacional para
unidades até Janeiro de 2007. Depois da inauguração do Hospital do Mar, segue-se,
A
sensibilizar os profissionais para o problema.
em Outubro, o Hospital da Luz, em Lisboa, e a Clínica Parque dos Príncipes, em Oeiras.
de cuidados de Saúde a todos os cidadãos, sem qualquer discrim inação, à custa do
para que o novo Hospital Residencial do Ma r, situado perto do Parque das Nações,
Em 40% dos hospitais portugueses não há lavatórios adequados ou em número suficiente, conforme revelou um levantamento realizado em 2003 e 2004 em 53 hospitais nacionais.
ln "Público" 10/04106
ln "Semanário Económico " 01/04106
V
ntónio Arnaut, antigo min istro socialista da Saúde e considerado o "pa i" do Serviço Nacional de Saúde defendeu que os governos "são ob rigados a garanti r a prestação
Orçamento de Estado". Arnaut, que falava numa cerimónia no Parlamento por ocas ião dos 30 anos da
Espírito Santo Saúde
Constituição, afirmou que " não pode have r qualquer pagamento direct o do utent e com excepção das taxas moderadoras, as quais não devem atingir montantes que dificultem o acesso sob pena de inconstitucionalidade".
ln "Diário de Notícias" 11104106
Dívidas hospitalares
Mortalidade
Números de pandemia revistos em alta O
EPE's aumentam despesa E
nquanto as dívidas dos hospitais-empre-
sa (EPE) aos laboratórios farmacêuticos
s novos _cenário~ sobre uma evcnrual
Junho do ano passado e previa entre 7.975 a
aumentou 15 ,8% em Janeiro, o Governo
pandemia de gnpe em Porrugal serão
11.166 óbitos.
empenha-se a tentar controlar as despesas
conhecidos em Junho e terão em conta
dos hospitais públicos.
No entanto, a rádio referiu que na primeira
Dados do INE
novos parâmetros. Assim, os números da
amostra realizada no âmbito desta revisão,
mortalidade poderão aumentar e a previsão
com 300 mil residentes no distrito de Coim-
poderá atingir ao 19 mil óbitos, corrigindo
bra, o número de vítimas mortais foi corrigi-
uma subavaliação dos doentes crónicos,
do para mais 50%. Aumento que se deveu a
conforme anunciou recentemente a rádio
uma subavaliação do número de doentes
Antena 1.
crónicos na população idosa, que se situa
O direcror do Observatório Nacional de
nos 60 por cento, contra os 40 por cento
Saúde (ONSA), Marinho Falcão, confirmou
inicialmente contabilizados.
a revisão de cenários mas frisou que ainda
Ao cerco, sabe-se que o novo relatório do
não foi possível apurar nenhum número de
Verão deverá contar, entre os novos parâme-
O
óbitos previsíveis, remetendo para Junho a
A Inspecção-Geral de Saúde (IGS) está a fazer uma auditoria aos estabelecimentos
Gastos de Saúde cresceram mais do • que a economia
públicos para saber que medidas estão a adoptar para poderem cumprir a meta estabelecida pelo Governo de quatro por cento da despesa com medicamenros a nível hospitalar e o congelamento dos gastos com remédios vendidos nas farmácias.
s gastos com a Saúde em Portugal regis-
A auditoria começou em Março e o objectivo
taram, em 2002 e 2003, um crescimen-
é fazer uma avaliação contínua a este nível,
tros, com a existência de uma reserva nacio-
to superior ao da economia. E grande parte foi
de forma que seja possível travar os gastos
ro deste ano. Os EPE's deviam, no primeiro
De acordo com fontes da indústria, o cresci-
divulgação dos novos números.
nal de medicamentos que o Estado portu-
suportada pelas famílias portuguesas, apesar
com medicamentos, que tê m crescido a
mês do ano, 514 milhões de euros pela com-
mento repentino justifica-se com o facro do
Recorde-se que o primeiro relatório com os
guês adquiriu e que, em caso de pandemia,
da ajuda pública e dos esquemas privados.
ritmo acelerado - 12% de 2003 para 2004.
pra de medicamentos e meios de diagnósti-
grupo dos EPE's ter passado a englobar os hos-
cenários para uma eventual pandemia da
serão distribuídos gratuitamente à popula-
De acordo com a Conta Satélite da Saúde para
Ao nível dos hospitais-empresas, verificou-se
co, 280 milhões dos quais contraídos há
pitais de Santa Maria, em Lisboa, e de S. João,
gripe aviária em Portugal foi apresentado em
ção, minimizando os efeitos. am
o período de 2000 a 2003, publicada pela pri-
um crescimento das dívidas aos laboratórios
mais de 90 dias, segundo dados da Associa-
no Porto, que estão entre os que mais medica-
meira vez pelo Instituto Nacional de Estatísti-
de 15,8% de Dezembro de 2005 para Janei-
ção Portuguesa da Indústria Farmacêutica.
mentos e meios de diagnóstico consomem.
lilll
ca (INE) no início de Abril, a despesa total em Saúde aumentou 4,5% em 2003, ano em que
Medicamentos
o crescimento nominal da economia foi apenas
pessimistas dos analistas que apontam os riscos
Laboratórios rejeitam protocolo A no crescimento das despesas dos hospitais
ratórios de apresentarem sempre estudos de
para a sustentabilidade do sistema português,
com medicamentos está comprometida, porque
avaliação fármaco-económica dos remédios que
apenas 20 laboratórios manifestaram a intenção
pretendem introduzir.
O peso d~ componente pública no total das
de aderir ao protocolo, assinado há cerca de dois
Apesar do protocolo ter sido assinado no iní-
despesas com Saúde manteve-se praticamente
meses entre o Governo e a Associação Portu-
cio de Fevereiro, o ministério da Saúde e a
sem alterações, cifrando-se em 72,6% em
guesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma).
Apifarma ainda não constituíran. a comissão de
2003. O Serviço Nacional de Saúde contribuiu
A conclusão foi avançada pelo "Jornal de Negó-
acompanhamento de execução do acordo, o
para 60% dos gastos realizados.
cios" e diz também que a decisão dos labo-
que está a atrasar a definição de algumas
Porém, as famílias portuguesas tiveram de
ratórios de não aderir ao protocolo é uma "reta-
questões, nomeadamente, o valor das dívidas
suportar 21 % da despesa realizada em 2003,
liação" por parte das empresas contra um
que os laboratórios ainda têm para com o
num valor total que ascende a 2.694,2 milhões
anteprojecto de regulação da introdução de
Ministério da Saúde no âmbito de protocolos
de euros. rm
novos medicamentos nos hospitais. Antepro-
anteriores. am
de 1,5%. Também em 2002, a um crescimento de 6,8% neste sector correspondeu uma variação de 4,7% do PIB. Dados que vêm confirmar, em certa medida, as previsões mais
eminentemente público.
1
criação de um tecto de quatro por cento
jecto que prevê a obrigatoriedade dos labo-
.. Ministro da Saúde lança primeira pedra
Labesfal reforça internacionalização com nova unidade para injectáveis Com a pompa
foi lançada a pri~eira pedra,
Os milhões da diferenca
no passado dia 12 de Abril,
Francisco Braz de Castro, presidente do
e a circunstância
.-
.
que a ocas1ao merecia,
tABESFAL
em Santiago de Besteiros,
Conselho de Administração da Labesfal, encontrou-se com os jornalistas na
da nova unidade
noite anterior ao lançamento da primei-
de antibióticos injectáveis
ra pedra da nova unidade da empresa, a
da Labesfal, empresa
quem deixou perceber que a aposta que agora se incia tem todas as condições
do grupo Fresenius Kabi.
para dar resultados positivos. Para este responsável, que é farmacêuti-
A
prin~ipais responsáveis da
co de base, há alturas na vida de uma
empresa, estiveram presentes no
pessoa ou de uma empresa, em que as
evento o ministro da Saúde, Cor-
apostas têm de ser feitas.
lém dos
reia de Campos , e o secretário de Estado,
N este caso, e num momento em que a
Francisco Ramos. Francisco Braz de Castro,
globalização acaba com as fronteiras,
presidente da Labesfal, referiu na ocasião que
chegou a altura de apostar na interna-
um ano após ter sido anunciado que a
cionalização. Esta decisão, refere Fran-
empresa tinha passado a integrar o grupo
cisco Braz de Castro, vai fazer com que
Freseni us Kabi, era agora o momento de
a Fresenius Kabi aumente a sua exporta-
divulgar que uma nova era da Labesfal se
ção de 300 para 600 milhões de euros, a
iniciava: a época da internacionalização.
dos recursos humanos e aposta nas institui-
Investimento
A decisão de apostar em Portugal para a
ções e nos respecrivos serviços.
Vocacionada, para a exportação, esta nova uni-
instalação no respectivo centro de compe-
Para os responsáveis da Labesfal, a interna-
dade vai ampliar para mais de 25 mil metros
tência para medicamentos injectáveis, com
c ionalização não é apenas uma opção, é
quadrados a área fabril de uma das maiores
vista ao abastecimento do mercado euro-
uma necessidade virai. Mas, mesmo assim,
empresas da indústria framacêutica portugue-
peu, é uma das questões que mais interro-
nao esq uecem que num mundo tão regula-
sa, líder no fornecimento hospitalar, devido a
Amizades
m argens h ab ituais, d e ser um a empresa
gações levanta, quando se fala no investi-
mentado como o do m edi ca m e nto , "a
um vasto conjunto de medicamentos injecrá-
Correia de Campos, por seu lado, fez questão
inovadora e de o seu pessoal técnico cumprir
mento que está a ser feito.
internacionalização depende, desde logo,
veis e genéricos.
de salientar o empenho dos responsáveis da
as exigên cias mais altas na produção dos
do registo dos nossos produtos noutros
O investimento nesta nova unidade deve
Labesfal numa aposta que é importante para
medicamentos.
Apostas
países e, para isso, o Infarmed tem de ser
atingir os 15 milhões de euros, esperando-se
Portugal, dando ênfase ao entusiasmo dos
Joaquim Coimbra, antigo presidente do Consel-
Para Francisco Braz de Cas tro , "a vida é
obrigatoriamente um parceiro activo. Sem a
que esteja completamente operacional den-
acruais responsáveis da empresa, mas não
ho de Administração da Labesfal que ainda inte-
feira de apostas" e, no caso co ncreto, elas
colaboração e o empenho do In farmed,
tro d e um ano, podendo também contar
esquecendo o homem que "criou" a ideia da
gra os quadros da companhia, esteve também
colocam-se a três níveis: aposta no interesse
rodo o investimento que estamos agora a
com os mais modernos e eficazes equipa-
Labasfal: Joaquim Coimbra.
presente e deu a conhecer aos jornalistas que a sua
e apo io da classe política a este tipo de pro-
fazer será um fracasso total", frisou na oca-
mentos disponíveis mundialmente.
Segundo o ministro da Saúde "se João Almi-
aposta actual continua a centrar-se na indústria
jectos; aposta na qualificação e competência
sião Francisco Braz de Castro.
A Labesfal aumentou o seu quadro de pes-
ro e Joaquim Coimbra não tivessem aposta-
farmacêutica, mas não sÓ.1!111
soai desde a aquisição pela Fresenius Kabi
do em Campo de Besteiros, a Fresenius Kabi
nível de produtos farmacêuticos, princi-
para 4 16 funcionários, 70 dos quais licencia-
não estava agora a avançar para a internacio-
palmente os injectáveis.
~
dos, número que irá ser complementado em
nalização" a partir desta localidade.
•1
mais de meia centena até final de 2007.
Correia de Campos, focou ainda o facto de
1
1
esta empresa ter salários médios acima das
< < < O ministro da Saúde, pediu um e uro
"português" para lançar a primeira pedra da nova unidade fabril da Labesfal, já que a moeda que tinha consigo era ... espanhola!
.. Alberto de Rosa Torner à "GH"
"Queremos colocar a tecnologia ao ·serviço de uma saúde para todos" O director gerente
Gestão Hospitalar - Quem são os parceiros
do Hospital de La Ribera
da parceria público-privada do Hospital de
to do gasto médio da comunidade valenciana.
La Ribera?
GH - Quanto gast am por pessoa?
e Departamento de Salud 11,
Alberto de Rosa Torner - Os accionistas?
ART - A nossa capitação, no ano de 2005, foi
em Valência, esteve
51 o/o é da companhia de seguros de saúde mais
de 454 euros por habitante. O gasto com os
em Portugal para participar
importante de Espanha, Adeslas, 45% são dos
cuidados primários, cuidados continuados e
dois bancos mais im portantes da comunidade
cuidados hospitalares da comunidade valen-
valenciana (Bancaja e Caja de Ahorro del Medi-
ciana situa-se nos 600 euros, excluindo o gasto
pela APAH sobre
terráneo), e 4% são das duas construtoras que
farmacêutico em ambulatório, e a nós pagam-
o Financiamento Hospitalar.
fizeram o hospital. Mas a líder é a companhia
nos 454 euros.
À GH explica as razões
de segu ros.
num seminário promovido
GH - E chega?
do sucesso desta parceria
GH - É uma sociedade que t raba lha para o
ART - Sim, sim! Acabámos o ano com lucros
público-privada e aponta
Governo?
de um milhão e 600 mil euros que, dentro do
alguns caminhos
ART - É uma sociedade que foi constituída
volume total de facturação não são uns lucros
para a gestão d este projecto.
muito importantes, mas que nos enchem de
pa ra uma nova forma
satisfação, pois sendo 20% mais baratos que o
de encarar o financiamento
GH - Quem efe ctua o controlo dessa
Estado e rendo feito todos os investimentos e
do sect or.
gestão? O conselho de administração inclui
tendo que os amortizar e ainda ter lucros deixa-
um representante do Governo?
nos muiro satisfeitos.
ART - N ão. A empresa nomeia os seus cargos directivos, como o meu, de forma autónoma.
l
O Governo nomeia um delegad o, que é um médico, e é ele que controla tudo o que se faz no hospital, actividade, a qualidade do que se
"É muito positivo integrar os cuidados primários com os hospitalares"
faz. Por exemplo, o serviço de atendimento ao paciente, em vez de depender de mim como
GH - Em que é que o paga mento por capi-
gerente, que é o acontece em qualquer outro
tação contribui para o sucesso desta socie-
hospital, nes ta unidade depende do delegado
dade?
porque o Governo decidiu que ele controla o
ART - Não é a capitação. O importante é
que fazemos aí.
que é um modelo que incentiva os gestores a mudar o seu 'chip', o modo de pensar, a forma de trabalhar, para nos dedicarmos a curar os
GH - Como funciona o pagamento por capitação?
existe na comarca. Como temos uns sistemas de
uma pandemia? Como funcionará o paga-
valenciana. Para que ocorresse uma catástrofe
pacientes, a cuidar deles. Porque o objectivo
ART - No concurso público que foi feito fixa-
informação muito potentes que estão ligados aos
mento?
teria de ser algo que só nos afectasse a nós e isso
último do modelo de capitação é conseguir o
va-se um valor 'per capita' que o Governo cal-
sistemas de informação populacionais da pró-
ART - O aumento faz-se em fu n ção d o
é m uito difícil.
melhor estado de saúde dos cidadãos. Esta
culou aproximad amente em 20% mais barato
pria comunidade valenciana sabemos, todos
aumento médio da comunidade valenciana.
do que lhe custa a gestão dos seus próprios
os dias, quantos habitantes tem a comarca.
Porque se afectar toda a com unidade valen-
GH - O cont rato é de 15 anos. A capitação
a empresa conseguiria os seus melhores resul-
cia na, o aum ento d a n ossa cap itação é o
é revi st a anualmente?
tados económicos.
aumento do gasto sanitário da comunidad e
ART - Sim. Revê-se anualmente face ao aumen-
Todas as unidades de assistência, hospital, cen-
hospitais. O nosso pressuposto é a m ultiplicação desse valor pelo número d e habitantes que
GH - Mas e se houver um imprevisto, como
seria a situação, se ninguém adoecesse, em que
positivo assistencial ao domicílio. Enviamos
ART - É verdade que, historicamente, houve
dos hospitais para que se desloquem aos cen-
GH - E não houve resistências dos profis-
médicos e enfermeiros à casa dos doentes.
uma falta de comunicação entre os hospitais e
tros de saúde para actuar como consultores e
sionais?
Temos cerca de 40 pacientes à casa de quem
os cuidados primários, em Espanha e, certa-
isso fez com que diminuíssem as consultas
ART - Bom, por sermos uma entidade priva-
vamos. Quando são crónicos, há hospitais de
mente, em Portugal. Porém, temos de superar
hospitalares. Formar os médicos de cuidados
da houve dois tipos de resistência. Entre os cui-
apo io do Governo para onde enviamos os
isso!
primários, dar-lhes mais tecnologia, fazer rota-
dados primários e o hospital, e dos profissionais
ções entre os médicos para que os dos cuidados
que vinham da Administração Pública e esta-
GH - Como é que conseguiram?
primários vão para o hospital para ver como se
vam a ser integrados numa empresa privada.
GH - O facto de a sociedade incluir, além do
ART - De muitas maneiras! Os sistemas
trabalha, e para que os hospitalares vão os cen-
Mas, no final, nós somos profissionais de saúde
hospital, centros de saúde, consultórios,
informáticos são uma maneira. Estabelecer
tros de saúde. O que é preciso é que os pro-
e o nosso objectivo é trabalhar para o pacien-
não dificulta a gestão?
objectivos que sejam únicos para rodo o depar-
fissionais se conheçam e falem entre si. É difí-
te. Creio que um discurso profissional faz dis-
ART - Do nosso ponto de vista é muito mais
tamento. Nós incentivamos os profissionais
cil mas tem de ser feito porque é o futuro!
sipar todos esses receios!
doentes e pagamos-lhes.
importante, é mais interessante, é o futuro! Não se pode ver o hospital como algo distin-
GH - A t ransição para este modelo não foi
to, separado do resto dos dispositivos assis-
fácil?
tenciais porque o cidadão é o mesmo. Quan-
ART - Creio que foi mais difícil quando se fez
do nós gestores dizemos que o cidadão tem de
o hospital porque era uma experiência total-
ser o centro do sistema efectivamence temos de
mente nova e as pessoas tinham medo da pala-
o conseguir. E, para isso, todos os que nos
vra privatização. Mas quando assumimos os
rros de saúde, médicos, enfermeiros, auxiliares,
Temos duas ressonâncias magnéticas, um ace-
dedicamos à saúde temos de trabalhar de forma
cuidados primários fomos surpreendidos
administrativos, todos devem trabalhar de um
lerador lineal para o tratamento do cancro,
coordenada, com objectivos únicos, com sis-
porque as pessoas tinham vontade de fazer
modo eficiente para conseguir que o estado de
neurocirurgia, cirurgia cardíaca . .. somos um
temas de informação que nos permitam acom-
coisas. O nosso compromisso de formação ,
saúde dos cidadãos seja o melhor. Assim, a
hospital com uma grande carteira de serviços
panhar o utente a cada momento. Colocar
de incentivos, de trazer tecnologia era muito
capitação permite-nos ser mais eficientes, dar
porque q uisemos, desde logo, ser autosufi-
toda a tecnologia, todos os dispositivos assis-
superior ao que tinham tido por parte da
mais qualidade aos serviços e, no final, conse-
cientes do ponto de vista assistencial, para
tenciais, todas as infra-estrururas ao serviço
Administração Pública e, nesse sentido, não
guir um melhor estado saúde.
conseguir a fidelização dos cidadãos.
de uma melhor saúde para todos os cidadãos.
tivemos problemas.
GH - Que ti po de especialidades é que
GH - Também propo rcionam cu i dados
GH - Há facilidade de comunicação entre
GH - A população da comunidade é obri-
têm ?
paliativas?
todas as unidades e tantos profissionais
gada a recorrer aos vossos serviços ou pode
ART - É um hospital muno tecnol_ó gico.
ART - Há hospitais de apoio e temos um dis-
de saúde?
escolher?
ART - Há liberdade de escolha. Se as pessoas decidirem ir a outro hospital, cabe-nos o encar-
Incentivos em dinheiro para todos
go do gasto do acto médico a 100%. E podem vir aos nossos serviços pessoas de outras regiões e aí o Governo só nos paga 80%. É um siste-
GH - Como f unciona o vosso sistema
GH - Para além do ordenado base?
para cirurgias mais baixa de Espanha. Nós
de i ncentivos aos médicos?
ART - Todos têm um salário fixo que é
temos uma média de 40 dias de espera por
ART - Ao estarmos totalmente informati-
o mesmo da Administração Pública.
zados o que fazemos é ir somando todos os
trimestralmente, vemos se tem listas de
dualmente. No caso dos enfermeiros, é
ma de controlo de qualidade. O Governo quer
espera, se tem doentes m uito complica-
m u ito menos importante e, provavel-
que nos concentremos nos nossos cidadãos e
uma cirurgia. Mas isto desde o dia em que
dos, se demora muito nas consultas . . . se
mente, será cerca de 5 a 6% do salário
consigamos a maior fidelização dos cidadãos da
Recebem a mais a parte de incentivos
o médico diz ao doente que tem de ser
cumpriu a 100% os objectivos, pagamos-
que recebem. E fazêmo-lo por grupo e
nossa comunidade. Por isso, no mínimo, temos
actos que cada médico realiza todos os dias:
que é, aproximadamente, 20 a 25% do
operado até ao dia da operação.
lhe todo o dinh eiro que acum ulou. Se
não individ ual mente . Por exemplo,
de oferecer um serviço igual ao de outros hos-
consultas externas, urgências, operações.
salário. Cada médico ganha de formas
cumpriu a 95%, recebe só essa parte.
marcamos objectivos à unidade de cui-
pitais públicos e temos de ter mais qualidade
Trimestralmente vemos se o médico cum-
diferentes, primeiro por todo o trabalho
GH - Tem uma verba fixa de incenti-
dados intensivos, às urgências, a cada
para que nos escolham a nós.
priu os objectivos que, como organização,
e, depois, em função dos objectivos. Por
vos para cada um dos object ivos?
GH - Há incentivos para enfermei -
um dos andares.
Dou-lhe um exemplo. Se uma m ulher grávida
lhe estipulámos. Se cumpriu a 100%, então
exemplo, um dos objectivos é não ter
ART - Por exemplo, cada consulta um
ros?
rodo o dinheiro que acumulou com o seu
listas de esperas, se não tem paga-se
euro, cada operação às cataratas 15 euros,
ART - Funcionam para rodo o hospital.
GH - E os administrativos também
de fora nós temos de pagar ao Governo 100%
trabalho é-lhe dado, se só cumpriu 95%,
todo o incentivo.
cada paciente hospitalizado observado,
Mas, no caso dos médicos, é mais
recebem incentivos?
do custo do parto, por exemplo, dois mil euros.
então recebe só 95% dessa valoração.
Isto já nos permitiu ter a espera média
três euros. Tudo isto vai-se somando e,
importante e podemos fazê-lo indivi-
ART - Sim, mas por grupo.
Se uma mulher de outra zona recorre a nós o
•
da nossa comarca decide dar à luz num hospital
Curriculum Vitae Alberto de Rosa Torner >
>
licenciado em Económicas e Empresariais pela Universidade de Valência Mestre em Administração e Direcção de Empresa pelo ESADE
Governo paga-nos 80%, ou seja, 1600 euros.
no gasro farmacêutico, nós esrejamos a crescer
O Execurivo quer que nos dediquemos às nos-
um ponto abaixo.
•
pomos na sala de espera das urgências do hospital um écran com os tempos de espera. Não obrigamos ninguém a ir ao seu cemro de saúde
sas doentes. Assim, rodas as nossas grávidas rêm anesresia epidural, todos os quartos são
GH - Como funciona o plano estratégico
mas estamos a demonstrar que, por uma coisa
individuais - é o único hospital público de
que referiu?
de nada não valeria a pena ir ao hospital, resol-
Espanha assim. Portanto, remos uma quali-
ART - Nós temos toda a informação sobre
veria melhor o seu problema se fosse ao centro
dade de serviço que não exisre em ourros hos-
quanto é que gasta cada um dos médicos. O
de saúde.
pitais públicos.
que disse antes é que os profissionais têm de se
Não se trata de pensar que o médico é o inimi-
conhecer, de falar, as coisas têm de ser feitas
go, temos de tentar aliar-nos, dar-lhes infor-
GH - Conseguiram descer o número das
com consenso. Juntámos um grupo de profis-
mação, dar-lhes parte nos resultados económicos, dar-lhes reconhecimento.
>
Mestre em Alta Gestão Sanitária
>
Auditor assistente da Arthur Andersen
>
Director Administrativo da Mapfre
urgências hospitalares. Como?
sionais, rodas médicos e enfermeiros, e eles é
>
Gerente da Clínica Virgen dei Consuelo
ART - Eu diria que somos o único hospiral de
que acordaram um guia clínico para o trata-
>
Gerente do Hospital Valencia ai Mar
Espanha que esrá a reduzir as urgências! Tive-
mento digestivo , cardiovascular e das
GH - Qual é a taxa de satisfação dos
>
Gerente do Hospital 9 de Outubro
mos diversas estrarégias. A primeira é infor-
depressões. Viram quais os ripos de medicação,
utentes?
Gerente da Clínica Quirón de Valência
marizar todas as urgências - as dos cuidados
viram quais os medicamentos que foram usa-
ART - A taxa é muiro elevada. 92% de muito
>
primários e hospitalares. Esramos a fazer inter-
satisfeitos, 6% de medianamente satisfeitos e
Director Gerente do Hospital de La Ribera e Departamento de Salud 11, desde Novembro de 1998
dos por cada médico e os que não estavam a
>
câmbios de profissionais entre primários e hos-
funcionar. Sem impor nada ao médico, mas
apenas 2% de insatisfeitos.
piralares, para que conheçam os respecrivos
recomendando-lhe que se adapte aos guias clí-
trabalhos. Pusemos um écran na sala de espe-
nicos que foram elaborados pelos profissio-
GH - Acha que este modelo pode ser
ra do hospiral onde colocámos os tempos de
nais. Nesse sentido, dá-se-lhes a informação
aplicado em qualquer país?
espera nos centros de saúde e no hospiral.
sobre os medicamentos, o que estão a usar os
ART - Creio que este modelo se aplica a qual-
Dotámos com tecnologia quatro dos nossos 10
colegas, o que fazem de diferente ... como se
quer realidade. Teria de ter alguns retoques
centros de saúde, a Norte, Sul, Leste e Oeste.
fosse 'bench-marketing' - dar aos médicos a
dependendo de se estar numa zona urbana,
Com praticamente a mesma tecnologia que
informação que os gestores dispõem. A súmu-
numa zona rural, numa zona envelhecida ou
temos no hospital, radiologia simples, ecogra-
la destes consensos é levar todos a trabalhar com
não, ou se é um hospital universirário, se é
fia, análises e umas camas de observação, onde
uma lógica assistencial mas também econó-
um hospital novo de raiz ou hospirais velhos.
se pode ficar umas horas sem necessidade de
mica.
GH - E integrar sempre o hospital e os
recorrer ao hospital. Estamos a dotar os cuidados primários de maior capacidade de resolução, para que os serviços fiquem mais próximos do cidadão.
GH - Estão também a reduzir os gastos com medicamentos?
O Hospital de La Ribera e Departamento de Salud 11 tem o tempo médio de espera para cirurgias mais baixo de Espanha
centros de saúde? ART - Na minha opinião não é indispensável. Eu aprendi muito com a integração do hospital e dos cuidados primários. Creio que é o futuro! Mas, por exemplo, o hospital da comunidade de Madrid terá o mesmo modelo de capiração,
ART - O gasro farmacêutico é dos problemas
mas não os cuidados primários.
mais prementes de Espanha, é o terceiro país
GH - O que é que acontece aos médicos
da Europa com maiores gastos farmacêuticos
que não seguem o que foi acordado?
em ambulatório. Fizemos um plano estratégi-
ART - Não se trata de obrigá-los a cumprir!
GH - E funciona?
co do uso racional do medicamento, estamos
Mas se existe um consenso científico, um
ART - Está a ser construído agvra. A minha
a trabalhar com os médicos e com a indústria
consenso médico, de que isto é o adequado, se
experiência diz-me que é muito positivo inte-
farmacêurica, porque consideramos que esta
ele não o cumpre rerá os seus motivos, mas pelo
grar os cuidados primários com os hospita-
deve ser uma aliada, deve mudar o seu concei-
menos terá a informação.
lares. É indispensável? Não. Mas estou convencido que, dentro de uns anos, as pessoas
to de gestão e aliar-se ao Governo e aos gestores privados. Elaborámos guias clínicos para os
GH - Mas terá a liberdade de não seguir
médicos. Estas estratégias permitem-nos que,
esse guia?
se a comunidade valenciana está a crescer 7%
ART - Sim! É a mesma coisa que quando
responsáveis por estes projecros apenas hos> > >A sociedade gestora recebe 454 euros por cada habitante, quando o Estado gasta cerca de 600 euros com cada paciente
pitalares procurarão uma forma para trabalhar coordenadamente com os primários. m
Estudo vem do Porto
sistema um baixo nível de eficácia face às solicitações crescentes, com grandes aumen-
A Logística Hospitalar
tos dos custos sem relação com os resultados produtivos. O suporte financeiro do Sistema de Saúde,
lltWIT\I. l)J , \ I),.; 1 "'- \11011 1
Do ms rr 1rno
. CONSULTAS EXTERNAS.
proveniente nomeadamente do Orçamento de Estado, tem-se aplicado entre outros fins em
O Centro de Estudos
instalações de cariz altamente técnico e cen-
da Escola de Gestão do Porto
tralizadas nos grandes meios urbanos, freq uen temente sem relação com as necessi-
(EGP), da Universidade
dades reais da população. Ao nível
do Porto, apresenta nesta
operacional, a gestão notabilizou-se pelos cri-
ediçao da GH, um trabalho
térios de disponibilização de recursos e financiamento com base na dimensão da despesa
sobre logistica hospitalar.
dos estabelecimentos de saúde.
Trata-se de um estudo extenso, mas que tem toda
Dimensão e Importância da Gestão
a legitimidade de ser
do Sistema de Saúde
vado ao nível dos Postos Médicos. Ao nível
pessoal, na maior fatia (45-55%), encontram-
As infra-estru curas principais do Sistema
dos Recursos Humanos em 2001 Portugal
se os Fornecimentos e Serviços Externos (25-
Nacional de Saúde, repartem-se segundo
contava com 33.233 Médicos, 7.590 Farma-
30%) e os Custos com as Matérias Consu-
como documento de trabalho
dados do INE de 2001, em 217 Hospitais,
cêuticos e 39.529 enfermeiros.
midas (20-25%). Os FSE e os custos de
a ser analisado por todos
392 Centros de Saúde e 496 Postos Médicos,
Ao tipificar a estrutura de custos de um esta-
materiais compõem assim uma fatia opera-
assistindo-se até à data a um maior peso públi-
belecimento hospitalar enconrramos uma repar-
cional de importância determinante para a
co ao nível de infra-estruturas tipo Hospi-
tição de acordo com a figura seguinte: (fig. 1).
gestão eficiente deste tipo de estabelecimen-
tais e Centros de Saúde e um maior peso pri-
Logo após a parte respeitante aos custos com
tos de saúde.
apresentado na íntegra,
os que estão Ligados à gestão hospitalar.
O
sector da saúde em Portugal
Ao verificarmos que a componente de aquisi-
pela OCDE relativos à percentagem dos cus-
atravessa um período de forre
ção e utilização de bens e serviços assume
tos do sector da saúde sobre o Produto Inter-
mudança, motivada por um
uma importância muito relevante nos custos
no Bruto por país, podemos verificar que
lado pela necessidade de melhorar a qualida-
hospitalares, só atrás dos custos com o pessoal,
Portugal tem um peso no sector de cerca de
de dos serviços prestados, e por outro pela
percebe-se a relevância que a logística hospi-
9,8%. Num período de cinco anos (1999-
necessidade premente de racionalizar custos.
talar poderá desempenhar no desempenho
2004) Portugal teve um crescimento deste
A esperança de vida da população é cada vez
financeiro de uma unidade hospitalar.
rácio de cerca de 1, 1%. Para este rácio contri-
maior e a componente tecnológica da presta-
No presente artigo é realizado um enquadra-
buiu um antecedente de um Sistema Nacio-
ção de cuidados de saúde mais e mais incensa.
mento das situações rípicas da logística hos-
nal de Saúde (SNS) tradicional, de natureza
Estes factores conduzem a um aumento global
pitalar e são apresentados modelos e soluções
administrativa em que sobressaiu ao longo
da despesa, no encanto, o suporte aos vários
possíveis para tornar a operação mais eficien-
dos anos um papel dominante do Governo na
utentes não pode deixar de ser realizado com
te, melhorando o serviço prestado.
gestão dos serviços de saúde.
a máxima qualidade.
Custos com o Pessoal (45% a 55%) Fornecimentos e Serviços Externos {25% a 30%) Custo das Matérias Consumidas {20% a 25%) Outros Custos {0% a 5%)
Ao nível da prestação de serviços, encontra-
Especificamente, os hospitais estão postos perante
1. Antecedentes
mos também uma histórica baixa acessibili-
a necessidade de garantir cuidados de saúde ade-
Enquadramento do Sistema
dade dos utentes, resultando nomeadamente
quados e, ao mesmo tempo, manter ou melho-
de Saúde e Macro Funcionamento
de um sistema de saúde centrado na satisfação
rar a performance financeira.
Segundo os dados do ano de 2004 publicados
de necessidades internas. Acresce ainda ao
>>>Fig. 1: Estrutura de Custos Tipo de um Estabelecimento Hospitalar
( Logística e Operações - Highlights
Intra-estruturas
resulta também num baixo nível de sinergias
Ao abordarmos a logística hospitalar, devere-
Em geral ao nível das infra-estruturas, os esta-
entre áreas logísticas (replicação de áreas de
mos considerar um conjunto de macro- acti-
belecimentos de saúde são construções anti-
ção hospitalar sobre questões logísticas, dada J
a inexistência em geral de uma clara respon-
recepção, armazenagem, distribuição) por
1
sabilidade sobre toda a logística hospitalar. A estrutura organizacional apresenta uma ele-
vidades que vão desde a compra dos artigos até
gas com projectos não compatíveis com uma
grandes grupos de artigos (farmacêuticos e
1
à sua utilização ou administração. Pela sua
visão central ao nível dos macro fluxos de
dispositivos médicos) ou por unidades e ser-
1
vada burocratização, seguindo nomeadamente
natu reza, estas m acro-actividades compreen-
artigos hospitalares . A grande m aioria das
viços. Encontram-se, vezes sem conta, des-
um driver técnico com subdivisão típica entre
dem um vasto conjunto de interacções desde
infra-estruturas existentes foi d esenvolvida
conhecimento e não aplicação de regras de
1
os fornecedores, passando por uma diversi-
apenas com um foco na produção hospitalar,
promoção da eficiência da logística, de eli-
dutos farmacêuticos e dos restantes artigos.
dade de intervenientes internos ao hospital,
nas áreas técnicas e de equipamentos de pro-
minação de desperdícios (stocks, actividades
A baixa eficiência dos modelos organizacionais
até aos utentes. Para nos debruçarmos de
dução.
sem valor acrescentado, etc) e de visibilidade
que têm vigorado , convergiram para uma
uma forma sistemática sobre a logística hos-
É clássico encontrar uma elevada comparti-
operacional.
sub-utilização das qualificações dos colabo-
pitalar é oportuno considerar várias vertentes,
mentação das áreas de armazenagem dos esta-
desde as infra-estruturas existentes, a organi-
belecimentos de saúd e, impedindo a eficiên-
zação e as pessoas, os processos e os sistemas
cia dos fluxos e fl exibilidad e d e gestão
Ao nível organizacional é visível a falra de
ajustadas às suas competências mais nobres,
de informação de suporte (fig. 2) .
operacional. Esta elevada compartimentação
entendimento organizacional da administra-
nomeadamente farmacêuticos e enfermeiros.
responsabilidades operacionais/fluxos dos pro-
radores que em geral se encontram no uni-
Organização
verso hospitalar em actividades e tarefas não
Os mesmos modelos organizacionais, n ão têm incorporado m ecanismos de desenvol-
Logística Hospitalar
vimento de competências e recursos orientados para as operações de suporte e logística hospitalar, nomeadamente competên cias específicas de planeamento integrado e gestão de inventários, armazenagem/distribuição e especialmente ao nível do sourcing/negocia-
i
20
ção e gestão das relações com os forn ecedores
administrativa";
centralmente. O quadro actual mostra a ele-
da indústria farmacêutica e de dispositivos
- Os métodos de gestão de stocks pouco efi-
vada complexidade pela utilização de vários
méd icos de ambiente comercial muito agres-
cientes, cálculo das necessidades baseadas na
sistemas independentes ao longo do processo
sivo. Acresce também o baixo poder de comu-
sensibilidade dos colaboradores e em proces-
logístico, a exemplo : aprovisionamento, uni-
nicação entre áreas interdependentes ("Ser-
sos manuais;
dose, prescrição, registo de tomas, gestão de
viços de Suporte-Serviços Clínicos") e classes
- A falta de controlo sobre consumos e exis-
doentes, etc.
profissionais e a inexistência d e esquemas de
tências nos vários armazéns e em particular
Outro aspecto marcante nesta área, é a baixa
medição do desempenho da actividade logís-
nos armazéns dos serviços clínicos;
adesão dos utilizadores e a fraca percepção do
tica contra obj ectivos definidos por área de
- Os processos logísticos pouco integrados e
valor dos sistemas de informação como faci-
intervenção.
burocráticos, baixo conhecimento dos impac-
litadores dos processos e actividades opera-
tos a montante e a jusante de cada actividade;
cionais, demonstrado:
Processos
- A logística inversa incipiente, vulgo d evo-
- Baixa fiabi lidad e de dados no sistema de
O s processos que têm es pelhado o funciona-
luções, quer dos armazéns dos servi ços clíni-
informação (dados de artigos, dados d e pla-
mento corrente d as operações nestes estabe-
cos aos serviços de suporte, quer aos próprios
neam ento , stocks, etc.) e erros de integração
lecim entos apresentam em geral baixa m atu-
fornecedores.
(quando existem integrações); - Incidência de utilização do sistema de infor-
ridade, como por exemplo:
»>Fig. 2: A Logística Hospitalar
- O baixo en foque na área estratégica d as
Sistemas de Informação
mação subjugado ao carácter administrativo
compras em torno da negociação, normali-
Intimamente associados aos processos logís-
de registo da actividad e, d esfasado em gran -
zação de a rtigos e desenvo lvimento das rela-
ticos e operacionais encontram-se os siste-
de medida do processo prático e real ;
ções com os principais fo rnecedores, ensom-
mas de informação, carentes de um planea-
- Baixo nível de formação dos utilizadores
brado pela instituída "central de compras
mento e autonomia de decisão condicionado
nas aplicações, levando à acumulação de um
número elevado de "vícios de utilização".
de operacional, assim como proporcionar um
das compras, normalmente pouco tidos em
Pese as condicionantes externas de todo este
melhor ambiente de comunicação entre dife-
conta na área hospitalar. De facto, os serviços
quadro tem ainda sido um reforço negativo a
rentes áreas, que como é sabido, nem sempre
de aprovisionamento dpicos confrontam-se
tudo isto, o baixo nível de resposta dos depar-
acontece como seria de esperar para o suces-
com verdadeiras "máquinas de venda", si tua-
tamentos de informática dos vários estabele-
so da organização em que se inserem.
ções ainda mais evidentes quando se trata de
cimentos de saúde aos utilizadores, nomea-
relações com o sector farmacêutico. Assim,
damente em actividades de administração e
Organização
com vista à maximização dos resultados das
suporte das aplicações.
No que diz respeito à vertente organizacional,
compras, será importante a criação desta área
é fundamental a criação de uma responsabi-
especializada na relação com fornecedores,
2. Soluções e Modelos
lidade clara sobre questões logísticas, não só
definição de estratégias por categorias de arti-
Um pressuposto base em qualquer abordagem
com o objectivo de padronizar procedimen-
gos e negociação.
logística diz respeito à consideração do papel
tos e centralizar as decisões e acções, mas
Para colmatar uma falha comum, e atenden-
determinante do utilizador final da cadeia de
também desenvolver competências técnicas
do à conhecida máxima "Quem não mede,
abastecimento. Assim, num sistema de saúde
que permitam enfrentar de maneira mais efi-
não gere", é premente a implementação de um
centrado no utente, a cadeia logística terá de
caz as cada vez maiores solicitações que irão
sistema de desempenho dos processos logís-
ser capaz de o satisfazer, em primeira instân-
surgir neste âmbito. Assim, é importante que
ticos, em consonância com os objectivos glo-
cia, do ponto de vista da qualidade e dispo-
esta responsabilidade permita a existência de
bais do Hospital. Por exemplo, podem consi-
nibilidade de artigos que lhe são proporcio-
uma visão integrada de roda a operação, desde
derar-se indicadores como Prazo de Entrega
nados, mas também do ponto de vista da
o aprovisionamento dos artigos aos fornece-
de Fornecedores, Nível de Rupturas, Tempo
eficiência da mesma, pois será cada vez mais
dores até à distribuição aos serviços clínicos.
Médio de Resposta, Inventário sem Rotação,
importante que exista a possibilidade de, com
Ainda quanto a questões organizacionais
etc. , tendo em vista um permanente contro-
os mesmos meios e recursos, efectuar uma
poderá considerar-se a implementação de
lo dos vários objectivos, nomeadamente de efi-
prestação mais alargada de cuidados.
uma área dedicada aos assuntos estratégicos
ciência, serviço e qualidade.
r·., ,,+
'
/
>-
Assim, a cadeia logística hospitalar deverá asse1.1tar em soluções orientadas para o trinómio "Eficiência/ Serviço / Qualidade". (Fig. 3)
Infraestruturas Ao nível das infra-estruturas de apoio,
Processos
podendo ser considerada como staff à área
uma forma proactiva, os serviços de suporte
dever-se-á considerar a possibilidade de
Quanto aos processos logísticos é necessário,
logística, que deverá debruçar-se sobre as for-
logístico possam avaliar essas existências em
efectuar a centralização das operações logís-
em primeira análise, compreender o seu carác-
mas de agilizar processos, aumentando a efi-
tempo útil e, dessa forma, evitar rupturas emi-
ticas, tendo em vista o objectivo duplo de
ter transversal, em que actividades de uma
ciência e a qualidade, com base em abordagens
nentes, identificar monas, verificar stocks em
tornar os espaços mais flexíveis e os fluxos
área terão claramente efeitos numa outra. Por
analíticas e tendo sempre em vista a elimina-
todos os serviços para colmatar eventual falha
mais racionais. Assim, será importante criar
exemplo, um pedido de reposição de um ser-
ção ou minimização de actividades sem valor
de fornecimento, etc. Além disso, tal permitirá
espaços de armazenagem tendencialmente
viço, não sendo devidamente operacionalizado,
acrescentado.
evoluir para um cenário de alocação de consu-
"o pen space", sabendo que existirão à parti-
originará certamente falhas no processo em
Do pomo de vista dos modelos de controlo de
mos ao utente, facto cada vez mais relevante a
da restrições devido à necessidade de áreas
que intervêm também elementos das áreas de
inventários é fundamental a implementação de
partir do momento em que existe um mode-
específicas de trabalho e armazenamento,
suporte logístico. Assim, deverá dar-se enfoque
processos de gestão das existências em toda a
lo de financiamento condicionado pela pro-
nomeadamente na área farmacêutica, e
à integração dos processos, com clara identifi-
abrangência hospitalar. Assim, existindo arma-
dução hospitalar.
fluxos lógicos, com minimização de contra-
cação de responsabilidades e à padronização dos
zéns avançados nos serviços clínicos ou próxi-
Uma outra área de importância vital é a que
fluxos operacionais.
mesmos, por forma a retirar o carácter informal
mos dos serviços clínicos, é fulcral, para um
se relaciona com os processos estratégicos de
A concentração de todas as áreas de armaze-
que prejudica a eficiência interna.
modelo logístico eficiente, que se possa em
compra. Aqui, na vertente hospitalar, assume
namento de suporte num mesmo espaço físi-
Neste âmbito surge como bastante relevante
cada momento conhecer os níveis de inventá-
uma relevância ainda maior a questão rela-
a função de planeamento da cadeia logística,
rio desses armazéns. Tal possibilitará que, de
cionada com a normalização do catálogo de
co poderá ainda trazer uma maior visibilida-
Fig. 3: Base da Cadeia Logística Hospitalar
artigos, dado o elevado número de utilizadores
menor número de referências possibilitará
Sistemas de Informação
uma correcta estruturação e faseamento,
e oferta de artigos no mercado. A identifica-
uma gestão mais eficiente e, cerramenre, com
Para poder implementar-se os modelos p ro-
envolvendo-os <lesde uma fase precoce. Um
ção de artigos aprovados para utilização nos
menos rupturas de materiais. Nesta área, a
postos é necessário um adequado suporte ao
conecto conhecimento de todas as capaci-
hospitais tem uma aplicação muito reduzida
possibilidade de poupanças é enorme e os
nível dos sistemas de informaçáo hospita-
dades e limitações dos sistemas a implemen-
e pouco estruturada pelo que é necessária a
beneficiários podem ser vários, desde a enti-
lares. Assim, na vertente operacional, a inte-
tar através de um adequado processo de for-
implementação de processos frequentes de
dade hospitalar até aos próprios utilizadores.
gração de sistemas desde o acro de prescrição
mação será vital, para que as aplicações não
revisão do catálogo de artigos, com a inter-
Assim, como exemplo, num hospital foi efec-
médica até à to ma assume uma importância
sejam vistas com o meras ferram entas adm i-
venção da área logística e dos utilizadores
tuada uma acção de normalização sobre os fios
vital no funcionamento de um sistema logís-
nistrativas, mas sim portadoras de valor acres-
(médicos e enfermeiros). A definição do catá-
de sutura, tendo como resultado a diminuição
tico eficiente e sem erros. Tal, perm itirá a
centado para a organização.
logo de artigos deverá ter por orientações a
do número de referências utilizadas e obten-
alteração de processos manuais de prescrição
minimização dos artigos utilizados, as condi-
ção de ganhos de eficiência de stocks e condi-
e replicação de registos por parte de enfer-
3. Conclusão
ções de compra vs. condições de utilização e,
ções de compra. Ao fim de um ano, foram
meiros e farmacêuticos para um cenário in te-
A Necessidade
claro está, a qualidade dos próprios artigos.
contabilizados esses ganhos e metade <leste
grado e de partilha de informação em tempo
Não é seguramente aos profissionais da logís-
Uma correcta racionalização do catálogo de
montante foi atribuído ao serviço utilizador
real entre todos os intervenientes nestes pro-
tica que cabe definir uma estratégia global
artigos terá efeiros imediatos na melhoria das
para investir em equipamento. Esta é uma
cessos.
para a Saúde, e muito menos, para a fi losofia
condições de compra e na facilidade de gestão
maneira de partilhar benefícios que é funda-
É também importante que o sistema logísti-
de financiamento da prestação de cuidados de
dos stocks, dado que a existência de um
mental para o sucesso d estas acções.
co hospitalar contemple a possibilidade de
saúde. No entanto, como profissionais da
controlo de existências em armazéns avança-
gestão em geral e da logística em particular,
dos, tendo com o interfaces para o utilizador
não somos imunes ao ambiente que se vive
destes armazéns sistemas eficazes de registo,
nesta área. Como já fico u demonstrado neste
como por exemplo PDA's; Tablet PC's ou
artigo, os gastos do Estado com este sector
ecrans tácteis fixos. Só com este tipo de sis-
têm vindo a aumentar ao longo dos últimos
temas será possível que, de uma forma rápi-
anos de forma preocupante. Este aumento
da, os utilizadores possam efecruar os seus
fica a dever-se a várias razões, havendo duas
registos e garantir que todos os consumos
que serão com certeza das principais: por um
são rastreados e a informação é disponibilizada
lado o aumento da esperança de vida que
aos serviços d e suporte logístico, para q ue
leva a que cada vez mais pessoas recorram e
.
.
.. . 1('
...
,.
estes possam proacttvamente acc10nar os
necessitem de cuidados de saúde, por outro
mecanismos d e reposição de stocks.
lado, ao aumento da componente tecnológi-
Além disso, é também necessário o apoio dos
ca na prestação desses mesmos cuidados que
heiro. É exactamente aqui, que a logística se
duros farmacêuticos, material de consumo
sistemas na gestão eficiente do inventário e da
encarecem de sobremaneira os cuidados pres-
revela como faccor que pode alavancar signi-
clínico e de reagentes são geralmente as mais
função de planeamento, possibilitando por
tados (p.ex.: a utilização crescente de meios
ficativas mudanças.
importantes. Paradoxalmente quando olhá-
exemplo, a análise da rotação dos artigos e per-
complementares de diagnóstico).
m itindo a implementação de métodos dife-
O ambiente económico que temos vindo a
A Oportunidade
riais, desde a sua aquisição ao seu consu-
renciad os de gestão d e inventário por ripo
atravessar nos últimos anos tem colocado
Os respo nsáveis pela gestão da Saúde em
mo, podemos verificar dois as!_)ectos: por
de artigos (revisão contínua, revisão periódi-
uma pressão complementar na redução de
Portugal, desde o M inistério, às adminis-
um lado o controlo de toda a cadeia é baixo,
ca, quantidades eco nómicas, etc.).
custos na prestação de cuidados de saúde. A
trações hospi talares, deveriam olhar cuida-
por outro o nível de serviço prestado é tam-
Ainda ao nível dos sistemas de informação,
redução de custos será talvez um termo mal
dosamen te para a área da logística como
bém baixo. Ao contrário do que é normal em
uma questão básica muitas vezes descurada
empregue ao qual nos deveríamos referir antes
uma oportunidade de atingi r parte dos seus
termos de gestão, temos uma oportunidade
tem que ver com os processos de implemen-
como - racio nalização de custos . Isto é, não
propósitos. Se olharmos à estrutura de cus-
através da reorganização deste sector de não
tação dos mesmos. Para que possa existir sus-
deveríamos pôr a tónica na redução de custos
tos típica de uma unidad e hospitalar perce-
só racionalizar os custos, mas também, mel-
tentabilidade d as soluções info rm áticas e
per si, mas sim na prestação dos mesmos cui-
bemos que a segunda classe mais importan-
horar a qualidade do serviço prestado aos
adesão dos utilizadores é fundamental que
dados de saúde, i.e., a mesma produção nas
te é sem dúvida a área de aquis ição de bens
utentes e aos clientes internos deste sistema
os processos de implementação envolvam
unidades de saúde, mas gastando menos din-
e serviços. Dentro desta a aquisição de pro-
(m édicos e enfermeiros) .
mos à gestão da cadeia logística destes mate-
Benefícios ao nível dos Indicadores
Consumos de Artigos
Nível de Stocks
Preços Médios de Aquisição de Artigos
Produtividade das Operações Logísticas
Espaço Ocupado
Valores Típicos
5-10%
2C>-40%
5-20%
10-20%
20-40%
Fig. 4 - Benefícios Típicos de Intervenção na Logística Hospitalar
A Mudança
de cuidados de saúde, desde os médicos, aos
Demonstra-se que a logística é uma área cuja
Como já foi referido, a reorganização desra
enfermeiros e mesmo farmacêuticos. Os níveis
reform ulação permite uma melhoria dos cui-
área, deve ser realizada inrervindo em quarro
de serviço são melhorados de forma significa-
dados prestados aos utentes, contribui para
áreas-chave:
tiva, h avendo lugar a uma diminuição signifi-
uma clarificação de funções dentro das uni-
- Organização;
cativa do número de rupturas. Ao mesmo
dades hospitalares e permite ainda racionali-
- lnfra-esrrururas;
tempo, permite a racionalização de custos,
zar custos (sem prej uízo do nível de produção).
- Processos;
diminuindo os desperdícios, os preços médios
A logísrica é sem dúvida uma oporrunidade
- Sistemas de Informação.
de aquisição dos produtos e o nível de stocks.
que não deve ser desperdiçada, porque a sua
A reorganização desras áreas é, sem dúvida,
Assim, não só ficam claras as responsabilidades
reorganização apresenta benefícios para todos
um processo complexo. Alinhar e sensibilizar
de uma área que se pode considerar de supor-
os intervenientes no sistema de saúde: admi-
as equipas para a necessidade de mudança
te - a logística hospitalar, como se permite
nistração e gestão, pessoal responsável pela
num ambiente caracterizado normalmente
focar os profissionais da prestação de cuidados
presração de cuidados de saúde e sobrerudo
por níveis de comunicação baixo, baixa for-
de saúde nas suas funções mais nobres. A recu-
para o utente.
mação específica em logística... é um desafio
peração de um investimento desta natureza é
Autores: Alcibiades Guedes; António
interessante mas de dimensões considerá~eis.
normalmente realizada num período entre 1 a
Pires; Ana Nobre; Eduardo Santos;
Percorrer o caminho da mudança exige que se
2 anos. (Fig 4)
Jorge Gomes
dê parricular atenção à gesrão da mudança ao longo de todo o projecto. D eve estar bem definida qual a abordagem a utilizar, qual a estratégia para motivar os diferentes grupos profissionais envolvidos no processo, quais os momentos de comunicação, erc. Só uma gesrão cuidada do proj ecto e das suas componentes ao nível da implem entação podem levar uma missão destas a bom porto. No entanto, deve ser deixada também uma mensagem morivadora, os benefícios são de tal modo evidentes, que a partir do momento em que os envolvidos com eçam a beneficiar e a crer nos benefícios existentes, o projecto motiva com facilidade.
As Vantagens A intervenção nestas áreas potencia a libertação de pessoal para uma melhoria na presração
lilD
Destaque António Vaz Carneiro, (AVC para os amigos), estava particularmente satisfeito. É que o facto de o CEMBE ter conseguido que um trabalho seu tivesse direito a destaque no BMJ é obra. Na foto, e durante a gala do Jornal Médico de Família, AVC falou som o Alto Comissário da Saúde, Pereira Miguel. Duas figuras importantes da Saúde nacional, e com muito para discutir. Sem dúvida
Glamour Havia muitas mulheres bonitas (e muito bem vestidas) na Gala do jornal Médico de Família. A Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria de Belém Roseira era uma delas. Mas isso não é notícia, pois a antiga ministra da tutela sempre se apresentou 'commme il faut', em qualquer ocasião. Na foto é possível perceber todo o glamour de Maria de Belém e da esposa de Eduardo Mendes.
Mistério Miguel Múrias Mauritti, director do "Médico de Família" foi , sem dúvida, uma das figuras da Gala. Da sua Gala. Esteve simples, discreto, bem disposto e, acima de tudo, profissional, como sempre. Na foto, a brincadeira preparada para dar finalmente a conhecer a todos o autor dos célebres "cromos" do jornal. Mas afinal, o mistério continua.
Posse Tomou posse recentemente, numa cerimónia que decorreu na Ordem dos Médicos, em Lisboa, a nova direcção da AMPIF (Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica). A Ana Maria Nogueira, na presidência, sucede agora Luís Laranjeira. A GH esteve na tomada de posse, e fixou o momento da assinatura.
Prémio Havia muitos ex-ministros da Saúde, na Gala. Luís Filipe Pereira também lá esteve e recebeu um prémio dos clínicos gerais. Foi o prémio "Na Berlinda", pelas manchetes (muitas complicadas) que o jornal oficial da APMCG fez, com base em actuações ou frase de Luís Filipe Pereira. Luís Pisco(na foto), que muitas vezes contestou as atitudes do então ministro, provou que águas passadas nao movem moinhos, e foi quem entregou a referida estatueta ao ex-responsável da Saúde.
Conversas A farmacêutica Clara Carneiro não faltou à Gala do jornal Médico de Família, assim como o presidente do IDT, Joao Goulão. Ficaram lado a lado e percebeu-se que tentaram colocar a conversa em dia. A GH não conseguiu saber quais os assuntos analisados, nem arrisca um palpite. É que são duas personalidades fortes, simpáticas, profissionais, mas politicamente bem distintas. Vendo bem, de facto, motivos de conversa não faltavam ....
Legislação sobre receita médica: Doentes reassumem liberdade de escolha E m 2002, após a publicação de legislação
e deveres legais e deontológicos dos médicos
pêuticas é o médico. Se o siste-
menos que o médico explici-
11
0 modelo de
que permitia a substituição da prescri-
no que se refere à discussão com os doentes das
tamente a permita. Desta
ção médica, o Conselho Regional do
opções terapêuticas disponíveis, de acordo com
forma se repõem as posições
receita médica, que
te este pode ter com o sistema
o princípio do consentimento informado.
relativas de cada actor do sis-
agora chega ao fim,
uma relação de completo
tema: ao médico cabe prescre-
punha em causa, não
entendimento mútuo. Iremos
apenas a Liberdade
pela positiva. O sistema confia
Norte, por mim presidido, recomendou for-
malmente aos médicos da Secção Regional do Norte que, para evitarem fraudes e assim defen-
O modelo agora anunciado permite que seia
ver com liberdade, incluindo a
derem os interesses dos doentes, deveriam assi-
no âmbiro da relação médico-doente que a subs-
de entender a equivalência
nalar sistematicamente nas receitas colocadas à
tituição se equacione e como sintomaticamente
como valor; nessa circunstân-
sua disposição que "não autorizo o fornecimen-
anunciava um órgão de informação na sequên-
cia aceitando transferir para o
ma dele desconfia, dificilmen-
no prescritor como decisor
médica em prescrever, como
informado, racional, sensível à cada acto individual e também
relação custo-efectividade de
cia da decisão do Ministro da Saúde, "médicos
dispensador a escolha do pro-
também os direitos
voltam a ter o exclusivo da prescrição". Ou seja,
duto.
e deveres Legais e
disposto a colaborar na econo-
A posição assumida pelo Conselho Regional do
só há lugar à modificação da prescrição se o
Muitos estranharão este aper-
deontológicos dos
mia e sustentabilidade do sis-
Norte da Ordem dos Médicos foi apelidada por
médico e o doente, conjuntamente, assim o
feiçoamento legislativo , consi-
médicos"
tema.
algumas personalidades médicas e não médicas,
entenderem.
derando-o influenciado pela
Esperando agora não ser acu-
indústria e por um conceito
sado de estar a promover o
to ou a dispensa de um medicamento genérico".
de radical e visando a demissão do Ministro da Saúde de então,. ainda que o tivessem feito de
Registo, com ênfase e agrado, o valor simbólico
excessivamente generoso de
Ministro da Saúde, não posso
forma silenciosa e cúmplice de alguns corre-
do facto do Ministro da Saúde ter anunciado tão
liberdade médica. A esses
deixar de constatar que tínha-
dores do poder. A frontalidade das críticas for-
justa medida, no XII Congresso Nacional de
responderemos com dois argu-
mos razão sobre esta questão.
muladas pelos meus colegas (do Conselho Regio-
Medicina realizado no Porto no passado mês de
mentos: a liberdade médica
nal do Norte) e por mim, valeu-nos um processo
Março e organizado pela Secção Regional do
quando restringida é sempre
Quando estão em causa valores
crime que ainda se encontra em segredo de jus-
Norte da Ordem dos Médicos.
substituída pela liberdade de
fundamentais como sejam os
outrem, que não o doente-
direi tos dos doentes e dos
Vale a pena citar, com a devida vénia, a passa-
consumidor. E nada garantiu,
médicos, a ribieza, seja nas crí-
gem do discurso do Prof. Correia de Campos em
· na experiência recente, que tal
tiça. O modelo de receita médica que mereceu a nossa rejeição absoluta provou que era susceptí-
que este abordou o assunto:
liberdade nova tenha sido
Miguel Leão Médico
ticas seja nos elogios, demonstra apenas indecisão e tacticis-
vel de fraude e que, efectivamente, não eram os
"A experiência recente levou-nos, também, à
usada para ampliar o custo-
doentes que tinham liberdade de escolha.
revisão da substituibilidade de medicamentos
efectividade da prescrição, ou,
prescritos. Em vez do sistema actual em que a
ainda menos, os direitos do consumidor. O
lo de receaa médica me mereceu uma crítica
O modelo de receita médica, que agora chega ao
omissão de decisão médica implica a liberdade
segundo argumento assenta na mais valia da
veemente, a decisão do Ministro da Saúde,
fim, punha em causa, não apenas a liberdade
total de substituição, passaremos para um regi-
confiança com responsabilidade, sobre a des-
anunciada no Porto, me merece um aplauso
médica em prescrever, como também os direitos
me em que a regra será a não-substituição, a
confiança alienante. O decisor último nas tera-
também veemente. rm
mo. É por isso que da mesma forma que no passado o mode-
A 12 de Maio
fica - e como o próprio nome indica - que
Dia Internacional do Enfermeiro coloca dedo em muitas feridas
é preciso dotar os serviços hospitalares com o número correcto de profissionais de enfermagem, de forma a garantir que mais vidas possam ser salvas. Segundo responsáveis das organizações referenciadas, o que se tem
O
Pela primeira vez
Dia Internacional do Enfermei-
constado é que "no contexto actual de priva-
ro comemora-se, este ano, a 12
tização da gestão dos hospitais, na constitui-
de Maio. Em Portugal, a efemé-
ção de Unidades Locais de Saúde, na
ride acontece durante o congresso da
construção de parcerias público-privadas e
Ordem dos Enfermeiros (OE), que vai ter
no aumento de hospitais completamente
lugar no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.
privados, associados a grandes grupos econó-
Estas comemorações vão ter direito a uma
Estudo português tem direito a destaque no British Medical Journal
O
Centro de Estudos de Mecicina
venção primária quer em prevenção
Baseada
secundária.
na
Evidência
(CEMBE) da Faculdade de
As implicações práticas deste conhecimen-
Medicina de Lisboa (FML), acaba de publi-
to deixam perceber, desta forma, que os
micos", tem sido notória "uma tentativa de
car no British Medical Journal (BMJ) um
doentes diabéticos devem iniciar terapêuti-
organização conjunta.
diminuição do número de enfermeiros nos
artigo de investigação original intitulado
ca anti-dislipidémica precocemente, mais
Assim, além da OE, juntam-se a este encon-
serviços, uma diminuição das horas de cui-
"Efficacy of Lipid-Lowering Drug Therapy
particularmente assim que a sua doença for
tro os sindicatos de enfermagem que consti-
dados disponíveis independentemente das
for Diabatic and Non-Diabetic Patiens: a
conhecida. Se tal acontecer, é possível cap-
tuem a Federação Nacional das Organiza-
necessidades em cuidados de saúde dos
Meta-analysis of Randomized, Controled
tar rodo o benefício que a baixa de risco
ções Profissionais de Enfermagem (FNOPE)
doentes, bem como uma dificuldade, acres-
Triais". A versão em papel foi apresentada no
cardiovascular proporciona.
e que represenram a profissão, em termos
cida, de admissão de enfermeiros e no
passado dia 22 de Abril.
Esta é a primeira vez que um grupo de inves-
internacionais, no International Council os
aumento da precaridade de emprego".
Trata-se de uma revisão sistemática sobre
tigação português publica um artigo desta
Nurses (ICN), que integra representantes de
Assim, é de toda a importância seguir aten-
modulação do risco cardiovascular com tera-
importância e com este alcance no BMJ
125 países.
tamente o desenrolar deste evento, que pro-
pêutica anti-dislipidémica, comparando
(segundo fontes médicas, existe apenas
O lema do Dia Internacional do Enfermeiro
mete colocar o dedo em muitas das feridas
doentes diabéticos e não-diabéticos nos
publicado nesta revista, por outro grupo
é "Dotações seguras salvam vidas". Isto signi-
actuais, na Saúde dos portugueses.
grandes ensaios clínicos multicêntricos.
nacional, um 'case- report' de um efeito
O que a equipa portuguesa do CEMBE
secundário de um medicamento).
descobriu é que, quando comparados,
A importância do trabalho em questão é ainda
aprendizagem à distância e, ainda o centro
directamente, os doentes diabéticos apre-
reflectida pelo facto de, no mesmo número
de Saúde e as novas tecnologias. São temas
sentam um benéficio significativemente
< < < António Vaz Carneiro, um dos responsáveis
que vão merecer a intervenção de médicos e
superior aos não-diabéticos, quer em pre-
pelo estudo publicado
Jornadas de Peniche
Actualização Médica com "Alertas"
'j\
11!!1
do BMJ, ser publicado um editorial acompanhante. Por outro lado, o estudo em causa foi mesmo apresentado à imprensa britânica
engenheiros, cada vez mais ligados ao futuro lertas", é o tema que serve de base às XVII Jornadas de Actua-
Saúde e a Escola, num debate a ser modera-
da Saúde, no mundo.
do por Clarisse Bento, coordenadora distrital
No dia 13, discutem-se "Vidas na corda
lização Médica, que se realizam
de Saúde Escolar. À tarde, no mesmo dia,
bamba". São as pandemias (sida e gripes, entre
com maior impacto internacional é assinado
a 12 e 13 de Maio, em Peniche.
discute-se a sociedade do futuro, a telemedi-
outras). Depois, e porque existe interligaçao,
pelos professores António Vaz Carneiro,
Questões básicas, mas que estão na ordem
cina, os sistemas de multimédia e as respecti-
debate-se ainda o sistema de saúde e imigraçao
João Costa, Claudio David e Margarida
do dia - como as pandemias, a saúde infan-
vas aplicações em Medicina, e-learning,
e o programa de Saúde para imigrantes.
til, os sistemas de informação na Saúde, e os
No final do dia, realiza-se um simposium
desafios da multiculturalidade - vão merecer
satélite, promovido pala Novartis, sobre
grande destaque neste evento, que conta
"Avanço na gestão do risco cardiovascular no
também com a presença de nomes impor-
doente diabético".
tantes na Medicina Geral e Familiar, da
As jornadas de Peniche, que se tornaram já
Pedriatria, da Infecciologia, e mesmo de
um ponto de referência nos encontros da
Organizações Não Governamentais (ONG).
Medicina Geral e Familiar nacionais, são
Assim, no primeiro dia do evento, o des-
organizadas pelos médicos do Centro de
taque vai ser dado à articulação entre a
Saúde da localidade. m
(pergunta da GH: porque não à portuguesa?).
Research
A publicação deste estudo numa das revistas
Efficacy of lipid lowering drug treatment for diabetic and non-diabetic patients: meta-analysis of randomised controlled triais João Costa, Margarida Borges, Cláudio David, António Vaz Carneiro
Abstract Obje<:tive To evaluate the clinical benefit of üpid lowering dnig treattnent in patients wilh and without diabetes mellitus, for primary and secondary prevention. Design Systematic review and meta-analysis. Data sources Cochrane, Medline, Embase, and reference lists up to April 2004. Study selection Randomised, placebo comrolled, double blind triais wilh a follow-up of at least three years lhat e\'3luated lipid lowering drug tream1ent in patients wilh and 1vi1hout diabetes mellitus. Data extrad.ion Twn inclrnrnrlrnt 1..-vif"\vt'rs rxtrdrtffi l1lf"
!l"'"·
that in pa.tients "~thout diabetes mellitus who have had a myocartlial infàrction.• Mortality after the 6rst myocard:ial inbrction is higher in both men and women \\ith diabetes mellitus than in lheir non-diabctic counterparts.' US epidemiological data show that although mortality due to coronary anery disease has dedined ovcrall, dlis is not the case in lhe diabetic populatiou. ln lhe UK prospect:h-e diabete!S study.' 49% of deaths within 1O years of diagnosis were due to cardio\'ascular disease. ln addition, atherosclcrosis is more frequent and more extensive and has an earlier onset among people wilh diabetes mefütus than in people withoul the condition. Diabetes affects vinually ali lipids aud üpopro!rins, aud dysli-
Borges, e, segundo António V::i.z Carneiro, esta projecção pode ter "consequências benéficas para o CEMBE, para a Faculdade de Medicina de Lisboa e para o país, aumentando o índice de impacto de Portugal na investigação Clínica mundial". Este trabalho constitui o cerne da existência do Centro de Estudos da Medicina Baseada na Evidência da FML, satisfazendo assim os objectivos para que foi criado" m
33
~
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH regista a Legislação mais relevante publicada em Diário da República entre 20 de Março e 17 de Abril. Ministério da Saúde Decreto-Lei n. 0 76/2006, de 27 de Março de 2006 Transfere para o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento as atribuições de autoridade competente no domínio dos dispositivos médicos implantáveis activos, alterando o Decreto-Lei n. 0 495/99, de 18 de Novembro, o Decreto-Lei n. 0 273/95, de 23 de Outubro, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.0 30/2003, de 14 de Fevereiro, o Decreto-Lei n. 0 78197, de 7 de Abril, o Decreto-Lei n. 0 189/2000, de 12 de Agosto, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n. 0 311/2002, de 20 de Dezembro, e o Decreto-Lei n. 0 264/2003, de 24 de Outubro
Portaria n. 0 314/2006, de 03 de Abril de 2006 Prorroga o prazo para apresentação da declaração e do documento comprovativo aos pensionistas que pretendam beneficiar do regime especial de comparticipação de medicamentos
Despacho n. 0 7495/2006 (2.ª série), de 04 de Abril de 2006 Lista dos blocos de partos a encerrar
Ministério da Ciência, Tecnologia
e Ensino Superior
Saúde Mental e Psiquiatria na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo, do lnstituco Politécnico de Viana do Castelo, e aprova o respectivo plano de estudos
Portaria n. 0 321/2006, de 05 de Abril de 2006-04-05 Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo do Instituco Politécnico de Viana do Castelo e aprova o respectivo plano de estudos
Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Saúde Portaria n. 0 317/2006, de 05 de Abril de 2006 Altera o quadro de pessoal do Hospital de Cândido de Figueiredo, de Tondela, aprovado pela Portaria n. 0 749/87, de 1 de Setembro, e posteriormente alterado pelas Portarias n.os 113/90, de 12 de Fevereiro, 1075/92, de 21 de Novembro, 688/95, de 30 de Junho, e 1374/2002, de 22 de Outubro
Portaria n. 0 316/2006, de 05 de Abril de 2006-04-05
Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de
Cria no quadro de pessoal da Administração Regional de Saúde do Centro, Sub-Região de Saúde de Coimbra, Centros de Saúde de Miranda do Corvo e Tábua, a carreira de técnico superior de serviço social, dotada de um lugar em cada um dos Centros de Saúde, e extingue os lugares da carreira de técnico de saúde, ramo de nucrição
~ s1nASE U
Portaria n. 0 32712006, de 06 de Abril de 2006
Portaria n. 322/2006, de 05 de Abril de 2006 0
......
Aprova a estrutura nuclear da Secretaria-Geral do Ministério da Saúde
Apoiamos as estratégias de Melhoria das Organizações Gestão por Objectivos SIADAP -Avaliação e Melhoria do Desempenho, Ba/anced Scorecard
Metodologias da Qualidade r--ES_C_ O_LA_t_ -.i,:.::.---f'f.......-t'~ , SAúDê FL
14001 , OHSAS 18001/NP4397, m1ss1on
Assembleia da República Lei n. 0 9/2006, de 20 de Março de 2006 Altera o Código do Trabalho, aprovado pela Lei n. 0 99/2003, de 27 de Agosco, e a respectiva regulamentação , aprovada pela Lei n. 0 35/2004, de 29 de Julho, em matérias relativas a negociação e contratação colectiva
Lei Orgânica n. 0 2/2006, de 17 de Abril de 2006 Quarta alteração à Lei n. 0 37/81, de 3 de Outubro (Lei da Nacionalidade)
Região Autónoma dos Açores - Assembleia Legislativa Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores n. 0 4/2006/A, de 28 de Março de 2006
Lisboa • Tel: 213 970 970 Fax: 213 969 22 Email: geral@sinase.pt + www.sinase.pt
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Recomenda ao Governo Regional dos Açores a apresentação das medidas de protecção de saúde pública adaptadas para controlar os riscos do vírus da gripe das aves
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