comu
.
Sopra uma boa nova,
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português.
04 Editorial
Manuel Delgado, presidente da APAH, analisa nesta GH a nova rede de urgências. Considerando o documento governamental "bem elaborado", na sua essência, não deixa de referir que o mesmo é "omisso quanto às competências técnicas e à caracterização de cada um dos tipos de urgência que propõe". Um editorial que mercê ser lido com atenção e mesmo discutido, posteriormente.
08 Farmacoeconomia
Pere lbern de Regas, conceituado economista da Saúde na Universidade Pompeu Fabre, de Barcelona, esteve em Lisboa onde participou na liª Conferência Nacional de Farmacoeconomia (CNF). A GH não perdeu a oportunidade para saber que conceitos defende o docente relativamente e este novo instrumento de gestão. Na sua opinião existe uma preocupação cada vez maior com o custo/benefício que não diz apenas respeito às despesas. António Vaz Carneiro, internista responsável pelo Centro de Estudos Baseados na Evidência, tem ideias muito próprias e nem sempre consensuais. Em entrevista à GH, o investigador mostra o seu descontentamentto pela Medicina, em Portugal, estar "desagradavelmente polítizada" e, mais uma vez, afirma não concordar com o marketing da Indústria Farmacêutica. Sobre as taxas de internamento, Vaz Carneiro não considera uma má ideia pargarmos suplementarmente a Saúde.
20 Gestão
Merces Casas é directora-geral da IASIST, em Barcelona, uma empresa de serviços profissionais que oferece a financiadores e prestadores a informação necessária, de conteúdo clínico e económico, para ajudar a melhorar a qualidade e a eficiência nos cuidados a prestar aos pacientes. Esta responsável apresenta, na GH um estudo sobre "Benchmarking clínico - um instrumento para a melhoria dos resultados dos hospitais", que convém ler com atenção.
26 Eventos
já falta pouco tempo para ter lugar o Congresso Nacional dos Hospitais, que junta a APAH e a APDH. São três dias de debates e discussões à volta de temáticas que se entrecruzam com os hospitais portugueses. O tema do evento é "Pensar o Presente, Realizar o Futuro" e , bem a propósito, a organização do Congresso, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, vão também editar o livro "O Futuro da Saúde em Portugal", que reúne textos de muitas da individualidades ligadas ao sector.
Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi. Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio. Em Portugal, com portugueses, para o mundo. ESCC L.:\ ~~ ..r:..c:c~~.l\c.. DE
~ LABESFAL
.
.
I
SAS:JE F·L:-~t.~~2.A
Fresenius Kabi
" Caring
for
Life
t>~ (Y\ \- ) \ Q_ 81
r'I
l
J
.__
1
1
':_ C A
A nova Rede de Urgências
O
Ministério da Saúde pôs á discussão
vida para 200.000 habitantes. Diga-se, neste
pública um relatório técnico sobre
particular, que o grau de concentração popu-
a "Nova Rede de Urgências".
!acional e a tipologia e estado das vias de aces-
Trata-se de um documento bem elaborado,
so podem determinar ajustamentos significa-
na sua essência, e que se traduz numa propos-
tivos naqueles rácios que o estudo parece não
ta de aumento dos pontos da rede de 73
considerar.
"urgências" para 83. Propõe o encerramento de
O relatório é omisso quanto às competências
14 actuais "urgências" (11 a Norte do Mon-
técnicas e à caracterização de cada um dos
Manuel Delgado
dego) e cria 21 novos serviços de urgência
tipos de urgência que propõe, sobretudo quan-
Presidente da APAH
básicos (SUB). Propõe uma rede dividida em
to à natureza e âmbito dos SUB, nalguns casos
três tipos: Serviço de Urgência Polivalente
confundíveis com actuais SAP 's.
(13); Serviço de Urgência Médico-Cirurgica
Por outro lado, não prevê o impacte do encer-
(29); Serviço de Urgência Básica (41), num
ramento de alguns pontos de rede no volume
total de 83 pontos de rede. Utiliza critérios de
de urgências que passará a verificar-se nos pon-
localização aparentemente incontornáveis como
tos de rede de referência para as respectivas
os tempos de resposta e de trajecto, a fre-
populações. Chama-se a atenção para o facto
quência de utilização, a realização de cirur-
de que tal impacte poderá ser significativo em
gias urgentes, alguns riscos mais evidentes de
zonas mais densamente povoadas e com um
natureza sócio-demográfica, e a flutuação sazo-
número concentrado de pontos de rede que
nal por razões turísticas.
serão encerrados. O que poderá provocar atra-
Ao consignar como metas, que 90% das res-
sos intoleráveis no contacto médico-doente.
postas, em área urbana, demoram, no máxi-
Em resumo, e ao contrário do que se propalou,
mo 15 minutos e que 90% das respostas em
o número de pontos da rede de urgência
área rural, possam demorar, no máximo, 30
aumenta, garantem-se tempos de resposta (no
minutos, o estudo admite com meridiano
socorro e no transporte) e explica-se clara-
realismo, que o socorro e o acesso subse-
mente a metodologia - objectiva e coerente -
quente a um ponto da rede de urgência não
que se utilizou na nova distribuição. Indepen-
Merck Sharp & Dohme
será absolutamente equitativo para rodos os
dentemente das críticas ou dos ajustamentos
Qta. da Fo nte Edif. Vasco da Gama, 19
portugueses, mas que ficam, no essencial,
que vierem a ser introduzidos, esta proposta
garantidos, para a grande maioria, tempos
representa um documento técnico precioso
clinicamente aceitáveis.
para uma boa decisão política. Esta, tomada
o u àl
Simultaneamente , o estudo prevê uma
sem critérios, ou antes, com base em meros cri-
QJ ~
::n
"O
~
"O relatório é omisso quanto às competências técnicas e à caracterização de cada um dos tipos de urgência que propõe, sobretudo quanto à natureza e âmbito dos SUB, nalguns casos confundíveis com actuais SAP · s."
ambulância de emergência para 40.000 habi-
térios de oportunidade ou de conveniência é
tantes e uma equipa de suporte avançado de
que sena preocupante.
11111
MSD Dedicamos a nossa vida a melhorar a sua P.O. Box 214
2 770-192 Paço D' Arcos -"' ~
< v;
www.msd.pt
::i -
"' "'..."'
t: o ' ;::: E "' "'z
-
"O
o
...
e-
o
·;:::;
"'
<ti
·QJ
::i VI
"'
-e
r
E üí
" ::J
o
"' QJ > .~ ·- .e §~
11 un1
ad1S.pt
medicina e muito mais
Estudo
Correia de Campos propõe
USF poupariam 8,9 milhões
Farmácias devem ter opiáceos injectáveis
e 32 centros de saúde funcionassem já
S
O
segundo o modelo das Unidades de
cêuticos fo rneçam às farmácias medica-
Saúde familiares (USF) o Estado pouparia
m entos inj ectáve is contra a dor com o
8 ,9 milhões d e euros . Esta é uma das
alternativa aos comprimidos.
conclusões de um estudo realizado pela
Actualmente, os medicamentos opiáceos
Associação Portuguesa de Economia d a
injectáveis estão ape n as disponíve is n os
Saúde, coordenado pelo professor M iguel
hospitais e o mente só tem acesso a remé-
Gouveia.
dios contra a dor em comprimidos ou em
A equipa de trabalho comparou os custos
gotas. Aqueles são usados, sobretudo, nos
de um centro de saúde convencional com
cuidados paliativos e de doentes crónicos.
aqueles que já fun cionam com o Regime
De acordo com o titular da pasta da Saúde,
R emun eratório Experimental (RRE) e
os opiáceos injectáveis seriam mais baratos,
concluiu que, se em 2005, cada utente
graças a uma revisão da comparticipação
inscri to custou 216,5 euros ao Estad o,
do Estado.
co m o novo modelo o valor caiu até aos 11 2,5 euros por pessoa. O m esmo se passa n as co n sultas qu e, nos centros em que funciona o RRE, custaram m et ad e do p reço das dos centros d e saúde co nvencion ais que tiveram um custo de 68 euros. Segundo os peritos a diferen ça de custos n ão é con sequ ência de uma diminuição
Governo anuncia
Fármacos para SIDA e cancro nas farmácias
na oferta de cuidados. rm
O
Legislação
Governo anunciou, recentemente, que os doentes com cancro, SIDA e hepatite C, entre outros que sofrem de patologias graves, vão poder tomar os medi-
camentos nas farmácias e não apenas nos hospitais.
Governo fiscaliza privados
A Ordem dos M éd icos já reagiu ao anúncio e contesta a intenção do Ministério da Saúde, ameaçando combatê-la com denúncias nas instâncias internacionais e processos disciplinares ais clínicos q ue receitem medicamentos deste tipo para çidministração na farmácia. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, no encerramento
O
Ministério d a Saúde está a ultimar a
sector privado. Passará, por exemplo ,
do 8.° Congresso de Farmácias, tendo ainda o governante revelado que a tutela está
legislação que permitirá que a futu -
investigar quanto é que cada laboratório
já a preparar as medidas que passam este serviço para farmácias interessadas.
ra In specção - Geral das Actividad es d a
farmacêutico gasta em brindes oferecidos
O ministro afirmou que o Executivo gostaria de iniciar o processo nas farmácias hos-
Saúd e possa investigar os laboratórios e
aos m édicos; ou se um laboratório clínico
pitalares, administrando doses fraccionadas.
h ospitais privados.
está a fun cionar devidam ente ou n ão e
Para o bastonário dos M édicos, Pedro Nunes, citado pela TSF, "se os medicamen-
De acordo com a revista "Sábado", a legis-
determinar o seu encerram ento ; o u, ainda,
tos para a SIDA não forem monitorizados nos hospitais há um enorme risco de resis-
lação deverá estar pronta já em Janeiro de
analisar as contas e eventuais cas os d e
tência do vírus". O bastonário lembrou que "um parecer da comissão técnica - com-
2007 e permitirá ao ministério uma ampla
negligên cia médica em hospitais privados
posto por farmacêuticos e a qual integrei, há dois anos - foi totalmente negativo"
margem d e manobra para intervenções no
pertencentes a gr upos económicos. m
quanto a esta possibilidade.
DD
ministro da Saúde, Correia de Campos, quer que os laborató rios farma-
DD
Peres lbern Regas à GH
UE deve aprofundar po lítica de saúde pública A
II Conferência Nacional de Farma-
A GH, Peres Ibern Regas, que é também mem-
minha impressão é que existe uma preocupa-
esta é uma ciência. O conhecimento é um recur-
coeconomia, realizada com o apoio
bro do Centro de Pesquisa para a Saúde e Eco-
ção com o custo/benefício e não apenas com as
so que, no final, pode criar ou destruir valores
da Associação Portuguesa de Admi-
nomia, falou sucintamente sobre a sua visão de
despesas. Nós queremos saber o que recebemos
(numa visão Shumpeteriana), competição e
nistradores Hospitalares (APAH), da Novartis
Farmacoeconomia. Considerando a sua parti-
como contrapartida da enorme quantidade de
conflito ao mesmo tempo". E frisa "é um campo
Oncology e da revista PFémio, juntou, em Lis-
cipação nesta II Conferência Nacional como
recursos que é devotada aos cuidados de saúde".
da ciência, não tem a ver com controlo de des-
boa, várias personalidades para debater o tema
uma "boa oportunidade para partilhar conhe-
Este é um conceito, sublinha o académico, que
pesas". Este controlo, defende Peres lbern,
"Medicamento hospitalar: decisões partilha-
cimento e perceber como está a evoluir a situa-
poderá levar a um aumento da eficiência da
depende, e muito, dos próprios agentes do sec-
das". Entre elas esteve Peres Ibern Regas, pro-
ção no terreno", o especialista defende que a
actuação dos agentes da saúde: "A Economia da
tor: "Todos os dias, todas as pessoas envolvidas
fessor de Economia da Saúde, Organização
Farmacoeconomia é "uma área da Economia da
Saúde serve para atingir uma maior eficiência.
num episódio clínico devem perguntar a si pró-
Económica e Estratégia N egocial da Universi-
Saúde que trata de produros farmacêuticos".
Portanto, todos são afecrados e, ao mesmo
prias sobre maneiras alternativas de aumentar o
dade Pompeu Fabra, de Barcelona, que dedi-
Peres Ibern salienta que a importância dada
tempo, contribuem para aquele objectivo".
valor com os recursos existentes".
cou a sua intervenção ao tema "Partilha de
actualmente àquele conceito resulta de um
No entanto, reforça, não é uma fórmula mági-
Quanto à necessidade de controlar os gastos
risco: visões globais e experiências locais e
maior empenho com o retorno que determina-
ca que permita resolver todos os problemas. ''A
com medicamentos, nomeadamente quando se
. . ". reg10na1s
das práticas ou tratamentos podem obter: ''A
Economia da Saúde é um ramo da Economia e
pensa nos custos de doenças crónicas e/ ou terminais como o cancro ou a VIH/SIDA, Peres Ibern salienta que "o administrador deve ter em mente o objectivo de bons incentivos para obter valor". "A farmacoeconomia ajuda com a avaliação económica dos medicamentos", acrescenta. Já no que diz respeito à introdução de medicamentos de ponta, Peres Ibern é taxativo: "As vezes é melhor gastar mais e noutros momentos os governos estão a desperdiçar dinheiro. A razão é sempre a mesma, a n ão ser que exista uma efectiva demonstração de custo/benefício, não há razões para introduzir qualquer medicamento subsidiado publicamente". Tendo em mente que, no segundo semestre do próximo ano, a presidência da União Europeia estará em mãos portuguesas, a GH auscultou
ros passos para uma unificação dos sistemas de
tantes: "Os sistemas de saúde dependem dos
Peres Ibern relativamente à sua opinião sobre
saúde europeus, mostrou-se céptico: ''A Euro-
valores em que cada sociedade se baseia. A
as matérias que gostaria de ver abordadas nessa
pa já tem muitos problemas de integração
resposta é difícil de resumir numa frase, mas eu
altura. ''A União Europeia não tem compe-
com 25 países com sistemas de saúde muito
diria que o melhor modelo ainda não surgiu".
tências na matéria, portamo acho que é impor-
diferentes. Levará décadas até que se acorde um
"Existe sempre um processo contínuo de me-
tante desenvolver a actual estratégia quanto à
processo de convergência".
lhoria que qualquer político deve ter em mente
Saúde Pública".
E frisou que não é possível sequer eleger um
como um objectivo", declarou o académico
Sobre a possibilidade de se darem os primei-
dos actuais sistemas como modelo para os res-
espanhol. mo
A Pfizer dedica toda a sua pesq~h~a à saúde. Dos que ainda não nasceram ate as pesso~s .dade mais avançada. Sabemos que ca a ?e ~ de ter problemas específicos mas que ida e po . , comum o desejo de uma 1
~i~~dl~~~=. ~=~~:v~I e plena. P~r is~o'. estamos
rda da investigação b10med1ca, na van~udao e tratando cada vez mais doenças. prevenin . d as Muitos sucessos fora~ Já alcança º~~;cação muitos outros necessitam da nosfsa m parte do p a que as doenças aça futuro Este é o nosso e esforço. ~r do e nao do nosso · ~~:;remisso consigo; juntos faremos o futuro.
Conferência
Hospitais com história ealiza-se, no próximo dia 25 de Outu-
R
Hospital Geral de Santo António e do Ins-
bro, na Escola Nacional de Saúde
tituto Abel Salazar, Ana Cristina Leite, dos
Pública (ENSP), a Iª Conferência da Socie-
Museus Municipais de Lisboa, Vítor Albu-
dade Portuguesa de História dos Hospitais.
querque Freire, administrador hospitalar,
Entre os oradores estão José Nogueira da
Vasco Reis, da ENSP, sendo que o encera-
Rocha, presidente da Sociedade Portuguesa
mento estará a cargo do ministro da Saúde,
de História dos Hospitais, Nicolau Borges,
Correia de Campos. Em debate estarão os
director do Museu do Hospital das Caldas
hospitais Rainha D. Leonor, de Santo Antó-
da Rainha, Joaquim Borges, professor do
nio, de Todos-os-Santos e Real de Goa. rm
Défice
SNS com Lucros
º
Serviço Nacional de Saúde (SNS)
Os dados indicam ainda que o ministério
deverá registar, pela primeira vez na
deverá conseguir cortar cerca de 400
história, um resultado positivo num exercí-
milhões de euros na despesa. Dos 8.407,9
cio. De acordo com os dados provisórios do
milhões previstos no OE/06 inicial, o
Instituto de Gestão informática e Financeira
ministro prevê agora chegar ao final do cor-
da Saúde (IGIF), que o ministro da Saúde,
rente ano com gastos de 8.040,l milhões.
Correia de Campos, apresentou aos deputa-
Os prejuízos de 29 dos 31 hospitais EPE atin-
dos a meio de Outubro, o saldo do exercício
giram os 334,2 milhões de euros no final de
do SNS deverá atingir os 40,8 milhões de
Agosto, o que traduz uma quebra de 15,6%
euros em 2005.
face a igual período do ano passado. rm
Taxas moderadoras
Cinco euros em internamentos até 14 dias O ministro da Saúde explicou recenremen-
uma taxa moderadora de cerca de cinco euros,
cancro, tuberculose, sida e diabetes, entre outros.
te, em entrevista ao canal público de tele-
por dia, durante 14 dias. A partir deste período,
De acordo com o governante, as taxas modera-
visão, como irão funcionar as taxas moderado-
a doença será considerada muito grave.
doras são também "uma forma de ampliar a
ras para os internamentos que irão entrar em
O preço a pagar por cada dia de internamento
solidariedade".
vigor já no próximo dia 1 de Janeiro.
deverá rondar os cinco euros, afirmou o titular
Os movimentos de utentes do Serviço Nacional
Tentando esclarecer a polémica que se levantou
da pasta da Saúde. Destas taxas fica excluído
de Saúde já contestaram a decisão anunciada,
recentemente, Correia de Campos afirmou que
quem aufira o rendimento mínimo (370 euros)
apontando que as taxas moderadoras têm por
cada doente que necessite de ser internado nos
ou grupos específicos como as crianças até aos 12
objectivo dissuadir o doente de recorrer desne-
hospitais do Serviço Nacional de Saúde pagará
anos, grávidas e todos os doentes que sofram de
cessariamente a determinados serviços.
António Vaz Carneiro à GH
"A Medicina em Portugal está desagradavelmente politizada" Gestão Hospitalar-Que tipo de medicina é
a saúde, para além dos impostos que pagamos.
que se pratica em Portugal?
A maior parte dos portugueses continua a estar
António Vaz Carneiro - No meu sentir, a medi-
completamente isenta e não me repugna pensar
Evidência (CEM BE) da
cina portuguesa é de bastante boa qualidade.
que as classes média e média alta possam pagar
Faculdade de Medicina de
Digo isto porque há índices objectivos que nos
exrra. Pessoalmente, não tenho qualquer proble-
Lisboa e não regateia elogios
mostram tal. De uma maneira geral, nas áreas
ma em chegar a um hospital público e pagar uma
mais importantes nós temos serviços de saúde de
taxa moderadora.
Dirige o Centro de Estudos de Medicina Baseada na
à qualidade da medicina que
boa qualidade. Como é óbvio, haverá áreas mais
se faz em Portugal, embora
bem providas que outras . ..
GH - É a favor das taxas moderadoras também para os internamentos?
considere que esta está GH - Como por exemplo?
AVC - N ão me parece uma ideia assim extra-
AVC - O mundo cardiovascular todo, até pela
ordinária, na medida em que o internamento
politizada". António Vaz
sua importância, tem serviços mais avançados e
é compulsivo. N ão estou a ver como é que
Carneiro saúda as medidas
com melhores resultados que outros que sejam
vamos conseguir uma medida que seja raciona-
recentemente tomadas pelo
mais raros ou mais complexos de montar, nomea-
lizadora desse internamento, porque ele ou é
damente, as tecnologias que são muito dispen-
preciso ou não é.
"desagradavelmente
Governo na área da Saúde
diosas. O s dados objectivos, nomeadamente,
por se basearem em
em termos de saúde pública, são bons.
"Não acho má ideia pagarmos suplementarmente
relatórios científicos. Concorda com as taxas
GH - Vê grandes diferenças relativamente à
a Saúde"
União Europeia ou aos Estados Unidos?
moderadoras porque,
AVC - N a União Europeia a maior parte dos
sublinha, não há dinheiro
países tem é mais dinheiro para a Saúde. E
GH - Se a decisão cabe inteiramente ao médico
isto significa maior capacidade de oferta de
acha que é justo que seja o doente a pagar . . .
cuidados. N ão significa necessariamente me-
AVC - Lá voltamos ao mesmo! É uma questão
Tendo obtido
lho r qualidade de cuidados. Significa, sim ,
social. Aceitamos ou não que as pessoas da clas-
reconhecimento mundial
mais oferta, mais capacidade dos doentes pode-
se média e média alta, que têm bom poder de
pelo trabalho publicado no
rem aceder ao sistema.
compra, devam pagar extra independentemen-
Não é possível comparar com os Estados Uni-
te da maneira como entraram? Há pessoas que
dos. Eu estive lá seis anos e não há comparação
acham que não, porque nós pagamos impostos
para tratar toda a gente.
'British Medical Journal' defende vigorosamente que
possível. Os Estados Unidos não têm um siste-
Hoje em dia já há 46 milhões de americanos que
logias fantásticas, que fazem coisas que mais
para se apontar os seguros de saúde comple-
e é uma posição inteiramente legítima e m uito
a Ciência deve ser a
ma de saúde, têm milhares. A maneira como
não têm seguro de saúde. E isto significa que estas
ninguém faz no mundo.
mentares como a saída, acha que Portugal está a
honesta. H á outros que acham que devemos
todos os sistemas estão montados é a de uma
pessoas só têm um processo de serem tratadas. É
O H ospital de Santa M aria é melho r que
ir pelo mesmo caminho?
pagar suplementarmente. As quantias que esta-
economia liberal, não existem políticas de saúde,
ir ao serviço de urgência, um tratamento que
alguns q ue eu conheci nos Estados Unidos, é
AVC - N ão necessariamente. N ão sou um polí-
mos a falar, sejamos honestos, são muito baixas!
e a administradores
a bem d izer. . . quando muito, poderão existir
todos os hospitais, privados ou públicos, são
pior que outros.
tico de saúde nem um gestor ...
Isto é uma questão ideológica. A medicina em
hospitalares.
localmente em alguns Estados ou cidades. H á
obrigados a dar de graça. A pessoa fica com
profundas desigualdades nos Estados Unidos
medicamentos para dois, três dias, e não compra
GH - Recordando os 46 milhões de americanos
GH - Mas tem uma opinião.
meu ver, desagradavelmente politizada. Muitos
que nós cá, na Europa, enfim, gostamos de
mais porque não tem dinheiro ... Isto ao lado de
sem cuidados de saúde. Acha que as medidas que
AVC - Tenho. N ão acho necessariamente uma
aspectos que nós devíamos discutir deveriam ser
pensar que não temos . ..
hospitais de ponta extraordinários, com tecno-
o actual Governo está a tomar e a tendência
ideia má que nós paguemos suplementarmente
no campo estritamente técnico-profissional e
Linguagem comum a médicos
Portugal está extraordinariamente politizada. A
Alvos ... Gomes Esteves - Inteligente Pedro Nunes - Dedicado Manuel Delgado - Culto e evoluído
transforma-se tudo em política. Se se quer
recursos para toda a gente por igual. Nisso
mundo que consiga assegurar os cuidados de
construir um hospital, deve ver-se se a explosão
concordo inteiramente com o que está a ser
ponta a toda a gente. O que nós queremos é uma
demográfica nesse sítio o justifica, no caso
feito! Porque me parece que o processo é muito
média boa.
afirmativo, que tipo de hospital, há estudos que
inteligente. Nada disto está a ser feito em gabi-
se fazem ...
netes fechados, são métodos de decisão perfeita-
GH - Não se revê nas críticas ao ministro da
mente transparentes e eu apoio isso. Mesmo
Saúde de falta de diálogo, vindas, por exemplo
GH - O argumento é válido para o encerra-
que isso possa ter preços políticos.
dos autarcas?
mento dos blocos de partos, serviços de urgên-
Apesar de tudo, não acho que a decisão política
AVC - Os autarcas conhecem bem as populações
cia, SAPs?
deva ser baseada na evidência científica apenas.
locais mas os autarcas não pagam a saúde. Ou nós
AVC - Absolutamente! Nesse aspecto, sinto que
Estas decisões têm factores políticos, culturais,
temos a capacidade de fazer uma descentraliza-
a maneira como o processo de decisão política foi
económicos. Mas, se vou tomar uma decisão
ção absoluta dos serviços de saúde e dizemos
levado, parece-me exemplar. É criado um conjun-
de fundo, como melhorar a qualidade do siste-
aos autarcas vocês passam a ter este 'budget',
to de 'experts', que se assumem como tal, dão
ma que me obriga a fechar blocos de partos, a
temos uma política nacional e não pode haver
aconselhamento técnicoprofissional ao minis-
fechar serviços de urgências, como é que posso
500 TAC's, mas os senhores fazem o que enten-
tério e este segue. Não me parece haver outra
encolher os ombros e não o fazer?
dem com o vosso hospital, isto é, organizem-se
maneira de ter uma decisão racional.
As pessoas não se convenceram ainda que não há
e aos serviços de saúde e nessa altura eu aceito
É claro que as pessoas vão sempre pensar que vão
dinheiro para tratar toda a gente a cem por
todas as críticas dos autarcas. O que eu acho abso-
ser prejudicadas, mas não é possível termos
cento. Não é possível! Não há nenhum país do
lutamente inaceitável que depois de um pro-
Miguel Leão - Combativo Manuel Antunes - Competente
cesso bem feito, bem explicado - e ao contrário do que eles diziam, eu acho que o ministro
Ciência é linguagem comum de médicos e gestores 1
explicou bem - que os autarcas venham com os seus interesses locais. Faz parte da política mas isso não me parece legítimo.
GH - Em que se baseou o trabalho que
fazer aquilo que fizemos com as estatinas
ou não? Tenho doentes em que consigo pro-
GH - E no caso de doenças como o can-
GH - A indústria farmacêutica não é a
Quando um serviço de partos é cuidadosamen-
apresentou na liª Conferência de Farma-
com todos os medicamentos.
var a sua eficácia e que esse impacto deve
cro ou o HIV/SIDA?
má da fita?
te analisado e se sabe que é preciso um número
coeconomia?
Por exemplo, os anti-hepatite B crónica, que
pago?
AVC- Se há um novo retroviral ou citostáti-
AVC - A indústria faz o seu papel e parece-me
mínimo de X partos por ano para garantir a
AVC - Pediram-me para responder .ª per-
são quatro medicamentos. Eu sou um gestor
Há uma fase disto que eu defendo que deve
co têm de ser olhados como qualquer outro
injusto ser a má da fita. Eu percebo que indús-
qualidade do que se está a fazer, como é possível
gunta simples: o que é que um gestor hos-
e de repente aparece um medicamento novo.
ser feito a montante, pelo INFARMED,
medicamento. Tem de se ver os ensaios clíni-
tria ganhe muito dinheiro porque são os úni-
que se diga que se quer manter esse serviço de
pitalar deve saber, por exemplo, sobre a
Como é que eu sei que o devo utilizar, em que
mas há uma fase que deve ser feita no hos-
cos, em que populações foram aplicados, que
cos que fazem os medicamentos. As técnicas
obstetrícia aberto? Por mais incómodos que as
introdução de novos medicamentos hospi-
subgrupo de doentes, haverá restrições em ter-
pital. Não me parece possível estar à espe-
tipo de doentes é que trataram, para poder fazer
de marketing muito agressivas vêm da realida-
pessoas tenham, mais vale ter o parto com mais
talares. Estes são medicamentos d e eficácia
mos terapêuticos, ou seja, efeitos secundários
ra de um instituto central que se iria criar
uma transposição desses resultados todos para
de que é a indústria vive debaixo de uma
segurança, nem que tenha de me deslocar 50
comprovada, de manuseamento e seguran-
que eu vou ter de tratar? Para responder a isto
para produzir isto, porque cada hospital
o meu centro.
pressão brutal para ter resultados. Está na
quilómetros, do que para minha comodidade
ças difíceis, para doenças uniformemente
só há uma hipótese e foi isso que defendi na
cobre um a população diferente. Para deci-
Wall Screet e eles têm de vender os medica-
fazer dois quilómetros e arriscar-me a ter com-
graves. O problema que se põe hoje com
Conferência: as pessoas devem fazer revisões
dir bem, neste campo, é indiscutível lançar
GH - Nesse processo os médicos e os
mentos. Cabe-nos a nós, profissionais, pôr
plicações obstétricas para a mãe e o filho.
medicamentos, quer hospitalares quer não,
sistemáticas da literatura ou sobre as molécu-
mão da ciência.
gestores não estão de costas voltadas?
um bocadinho de ordem nisto. A indústria faz
é que quando aparece um novo, ele vem
las individuais ou sobre as patologias. Saben-
AVC - Estão, mas cada vez menos. A minha
o seu papel...
para um grupo onde já dois, três, seis. A
do nós que o 'gold standard' da determinação
GH - Não acha que actualmente essas
esperança é que os médicos e os gestores acei-
questão é saber o que é que ele traz de
da eficácia de uma terapêutica é o ensaio clí-
decisões são muito mais economicistas
tem a linguagem comum que é a ciência.
novo, a mais, para a patologia que vamos
nico caracterizado por objectivo controlado -
que outra coisa?
tratar. Isto é, devo ou não devo - eu, gestor
o 'Randomized Clinical Trial' (RCD - quan-
AVC - Acho que deve ser o medicamento
- introduzir no meu hospital esta molécu-
tos RCT é que tenho dessa molécula? Em que
la, que é habitualmente muito dispendiosa.
GH - A medicina que se faz em Portugal neste momento é baseada na evidência?
GH - Mesmo os delegados de informa-
AVC - É parcialmente baseada, como é no
ção médica?
mundo inteiro. O problema é que. nos últimos
GH - Qual é a sua definição de Farma-
AVC - Eu não recebo delegados de informa-
30 anos, explodiu completamente a produção
mais barato desde que não baixe a qualidade.
coeconomia?
ção médica! Porque não preciso. Se eu quiser
dos dados científicos.
amostras é que foram feitas? Posso combinar
E muito daquilo que a gente faz não necessi-
AVC- É uma ciência que estuda o impacto do
saber quais são os tamanhos das caixas ou
A posição eticamente defensável que nós deve-
Os medicamentos hospitalares baratos que
estes estudos todos? Quando surge este novo
ta de medicamentos novos. Para certos sub-
custo dos medicamentos para o tratamento de
quantos comprimidos tem telefono para o
mos usar os dados científicos para apoiar decisões
há são os clássicos, os novos não são bara-
medicamento devo pensar se vale a pena
grupos de doentes sim, mas para a grande
doenças no serviço nacional de saúde. A Far-
INFARMED ou para a casa-mãe. Eu teria
clínicas e, por tabela, decisões de administração
tos. O que eu defendo é que existem hoje
introduzi-lo em termos de eficácia, de segu-
quantidade de doentes de muitas patologias
macoeconomia mais não é que atribuir um
vergonha na cara se um delegado me ensinas-
e gestão e políticas, provém do facto de hoje
metodologias, informação , que permite
rança. E o custo/eficácia justifica a diferença
não é preciso o último medicamento.
preço a uma eficácia.
se alguma coisa sobre um medicamento!
em dia termos muito boa evidência científica, ela
estar disponível para a podermos ir buscar e ser
académicos. Mas que fique claro: não acho que
para ensaios clínicos pode querer dizer ter 400 a
interpretável e aplicável fora dos sítios onde são
seja apenas o mundo académico. Cada uma das
600 pessoas a trabalhar só para isso. É uma área
feitos os estudos. Assim, parece-me impossível e
profissões - médicos, enfermeiros, farmacêuticos
muito complexa, mas ternos esperança de a
> Especialista em Medicina Interna pela Mount Sinai Hospital and Medical School, New York, USA (1983), pela Ordem dos Médicos (1986) e pelo Hospital Santa Maria (1987)
errado não pegar nessa evidência científica para
- deve ter grupos de 'experts' - para selecciona-
desenvolver em Portugal, nomeadamente, come-
não apoiar, nomeadamente, a decisão política. É
rem aquilo que é entendido como relevante, de
çando pelos ensaios clínicos.
quase um imperativo ético que tenhamos de
alta qualidade e que seja aplicável.
milizar esta informação para melhorar a qualida-
O desafio não é tratar cada vez menos doentes
GH - O que significou para si ter um trabalho
> Especialista em Nefrologia pela University of Califórnia, San Francisco, USA (1985) e pela Ordem dos Médicos (1989)
de do nosso trabalho e das nossas decisões.
com doenças mais raras, com tratamentos mais
seu publicado no 'British Medical Journal'?
Apesar de utilizarmos esta evidência científica
dispendiosos, é, sim, levantar a média do trata-
AVC- Foi a nossa coroa de glória! É um prémio
não a utilizamos bem. Há hoje em dia um
mento. E isso significa chegar a milhares de pro-
importantíssimo. Fizemos uma meta-análise,
processo de produção de dados científicos de
fissionais.
olhando todos os ensaios clínicos publicados até
Curriculum Vitae António Vaz Carneiro
>
Diplomado em Cuidados Intensivos pela European Society of lntensive Care Medicine (1991)
> Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa (1994-presente) e Consultor em Medicina Interna da Carreira Médica Hospitalar, no Hospital de Santa Maria (1995) >
>
Director do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa (1999presente) Membro de Conselhos Científicos de várias sociedades e revistas médicas, nacionais e estrangeiras
> Membro, Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (2003presente) >
Coordenador, Conselho Nacional da Evidência para a Medicina da Ordem dos Médicos (2005-presente)
>Autor de mais de 160 artigos publicados e de 180 apresentações científicas em congressos e reuniões nacionais e estrangeiras
alta qualidade e o grande desafio aqui é fazê-los chegar às pessoas. GH - Onde é que falha esse processo? AVC- Nós hoje já temos processos de informa-
l
hoje, em que houvesse um controlo do colesterol, simultaneamente, em doentes diabéticos e
"A Farmacoeconomia atribui
não-diabéticos. Seleccionámos 12 artigos que
um preço a uma eficácia"
foram cuidadosamente escrutinados e descobrimos que, quer em cuidados primários, quer em
ção muito bons, através das tecnologias de infor-
GH- Será fácil implementar esse sistema em Por-
cuidados secundários, a modulação do coleste-
mação mais modernas, já temos instrumentos,
tugal?
rol, quer com estatinas quer com fibratos, dimi-
programas, livros electrónicos, que nos permitem
AVC- Vai devagar, são investimentos vultuosos.
nui em 23% o risco cardiovascular nos diabéti-
'on real time' num serviço de urgência, numa
A tecnologia é nova, não é fácil de montar, mas
cos e em 21 o/o nos não-diabéticos, demonstrando
unidade de cuidados intensivos, num centro de
já há países onde estão bastante adiantados:
assim que o impacto é muito superior nos dia-
saúde, ter, em dois minutos, uma resposta pre-
Inglaterra, Canadá, Alemanha, França, Nova
béticos. Nós estamos convencidos que os diabé-
cisa, cientificamente sólida, de alta qualidade. Isto
Zelândia, Austrália. A minha proposta é ir bus-
ticos devem fazer logo um anti colesterol desde
já é possível. O grande desafio está em fazer
car essa experiência.
que tenham um diagnóstico feito. Este trabalho suporta a ideia que devemos ser muito agressivos
chegar aos profissionais de saúde, médicos e não só, esta informação atempadamente, no momen-
GH - Como está a investigação médica em Por-
em doentes com diabetes e com colesterol,
to em que estão a ter interface com o doente.
tugal?
mesmo que este esteja relativamente normal,
AVC - A investigação básica está de boa saúde,
porque vai evitar complicações.
GH - Mas o que falha?
a investigação clínica quase não existe. Ou seja,
Este estudo foi integralmente desenhado aqui
AVC - A construção do sistema tecnológico de
na básica, temos excelentes grupos, que publicam
no CEMBE, teve uma chamada de capa da
informação. Ele está montado aqui dentro, na
nas melhores revistas dos mundos. A investiga-
revista e um editorial e já recebemos mensa-
Faculdade e no Hospital de Santa Maria, 24
ção clínica existe muito pouca ...
gens a dizer que ele já foi abstraído para a maior parte das bases de dados mais impor-
horas por dia. Fora daqui já não se pode aceder, porque é fechado por uma questão até de 'royal-
GH- Porquê?
tantes do mundo. Esta é uma das áreas em que
ties' dos programas. Primeiro, temos então de
AVC - Porque é complexa de fazer. Não há din-
Portugal pode ganhar muito: é dominar bem
construir o substrato tecnológico para poder
heiro e não há pessoas. Estou a falar de qualquer
esta tecnologia, ter boas ideias e fazer investi-
distribuir a informação toda. Em segundo lugar
tipo de estudos em doentes, com questões que
gação secundária.
é preciso um investimento e 'know-how' para
importam aos doentes, com técnicas que possam
saber que informação é que vamos disponibili-
ser aplicadas aos doentes, para doenças que os
GH - O que é que o Centro está a estudar agora?
zar. Até porque a questão, hoje em dia, é que há
doentes têm. É uma área difícil a dos ensaios clí-
AVC - Está a estudar doenças cardiovascu-
informação a mais! Publicam-se quatro milhões
nicos, a dos estudos de diagnósticos . . . há já
lares, acima de tudo, e estamos também a fazer
de livros por ano!
muito coisa é nos estudos epidemiológicos obser-
investigação sobre diabetes e doenças neuroló-
vacionais, o que se chama a investigação dos
gicas. A fazer estudos observacionais e, espera-
G H - Quem faria essa triagem?
serviços de saúde ou dos resultados em saúde.
>>> É um imperativo ético a utilização da evidência científica para melhorar a qualidade do nosso
mos, eventualmente, participar, no futuro, em
AVC - As classes profissionais lideradas pelos
Fazer um centro universitário de investigação
trabalho e das nossas decisões
ensaios clínicos.
1BD
,
'
17 :
Punição Constantino Sakellarides, professor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), marcou a ll ªConferência Nacional de Farmacoeconomia (CNF), ao chamar a atenção para a actualidade política e para as taxas sobre os internamentos, a que chamou as Taxas da Punição. Na foto, a posição da mãos do ex- Director Geral da Saúde, deixam perceber que há muitas orações para fazer.
Envolvimento O economista Daniel Bessa fez uma brilhante apresentação durante a llª CNF. Analisou a realidade económ ica do país e , com base nesses pressupostos, "fez a ponte" para a Saúde e para tudo o que envolve o SNS, sem esquecer pormenores farmacoeconómicos. De uma forma transparente e realista, Daniel Bessa demonstrou que os economistas da saúde são cada vez mais importantes em matérias que se prendem com os hospitais e a com a nossa Saúde.
Mudança A Novartis Oncology tem conseguido impôr a sua dinâmica pela inovação e pela diferença. O director executivo da empresa, Paulo Vasconcelos (segundo a contar da direita), explicou a todos os presentes, qual era a atitude da Novartis Oncology face e muitas interrogações dos parceiros (médicos, administradores hospitalares e farmacêuticos hospitalares). Foi interessante perceber, neste evento, que os comportamentos da Indústria Farmacêutica (pelo menos de alguma) estão a mudar. Ou seja: do "low profile" habitual começa a notar-se a vontade de intervir e ser parceiro real.
Coerência Joã o Gomes Esteves, pres idente d a Asso ciação Portuguesa da Indúst ri a Fa rm acê utica (APIFARMA) nã o fa ltou à Confe rência promovida pela APAH, Novartis On cology e re vi sta Pré mio. De facto, qu a ndo o ass unto é farm ac oeconomia Gom es Esteves nã o de ixa de esta r prese nte. A s ua inte rve nção fo i bas ta nte coere nte.
Ponderação
Marketing
Pedro Lopes, vice-presidente da APAH, (à esquerda) foi um dos intervenientes na última mesa da conferência de farmacoeconomia. Foi um orador ponde rado que conseguiu equilibrar as restantes ideias expostas e que, ne m sempre, eram coincidentes e concordantes. O vice da APAH, aliás, teve a coragem de a presenta r soluções a ter em atenção, pa ra o futuro, o qu e não é muito habitual nestes encontros.
Este foi um encontro médico: Vaz Carneiro (à esquerda), Pereira Alves (centro) e Germano de Sousa, estiveram muito animados num dos intervalos do evento. O ex-bastonário da Ordem dos Médicos estava visivelmente animado e bem disposto. O mesmo se passou com o cirurgião dos Capuchos. Vaz Carneiro teve, mais uma vez que explicar que não era contra a Indústria Farmacêutica, mas sim contra o seu marketing.
~·
D
Benchmarking Clínico
Um instrumento para a melhor ia dos resultados dos hospitais sional, sendo os médicos os executivos quali-
dominante, essencialmente obscurantista e pouco
pacientes hospitalizados. A sua implantação
médicos. Os dados tanto do CMBD como do
ficados para a tomada de decisões-chave (deter-
propensa à circulação da informação objectiva.
variou, segundo os países, entre as décadas de 50
GDR têm um grande potencial, já experimen-
minar os processos de diagnóstico e o trata-
No entanto, a sua introdução no sector sanitá-
e 80 do século passado e é amplamente conhe-
tado noutros meios, como base para a avaliação
tradução numa só palavra,
mento dos pacientes) e, portanto, devem ser
rio deveria ser mais fácil do que entre empresas
cida por Conjunto Mínimo Básico de Dados
da actividade clínica.
identifica a comparação dos
eles os destinatários principais da informação
concorrentes, já que a comparação entre hospi-
(CMBD), tendo este sido o resultado de um
O grau de pormenor trazido pelos GDR permite,
"O termo anglo-saxónico Benchmarking, de difícil
comparativa que lhes permita identificar as
processos de um·a
tais pode sustentar-se em bases mais cooperati-
consenso a nível europeu nos anos 70;
partindo de uma perspectiva clínica, localizar
potenciais áreas de melhoria da eficiência e da
vas, pelo menos nos serviços nacionais de saúde.
- A construção e difusão de Sistemas de Classi-
os processos de atendimento de um hospital
organização com as práticas
qualidade dos serviços.
Os hospitais e os seus profissionais são tradicio-
ficação de Pacientes que ajustavam os riscos ou
onde haja possibilidades de melhoria, compa-
Neste artigo apontam-se algumas das bases para
nalmente adversos à comparação, quer por argu-
a complexidade dos pacientes. Entre os muitos
rando-os com os resultados observados noutros
o aproveitamento da informação disponível em
mentos baseados na dificuldade técnica de rea-
existentes, os Grupos de Diagnóstico Relacio-
hospitais para os mesmos pacientes. Permitirá,
melhores resultados. É um
todos os hospitais, de modo a oferecer aos médi-
lizar essas comparações, quer por aspectos
nados (GDR) são os que se encontram interna-
ainda, destacar quais as suas áreas de excelência.
processo contínuo de
cos meios de avaliação objectiva que identifi-
subjectivos mais relacionados com uma cultura
cionalmente mais divulgados para os pacientes
Numa perspectiva clínica, esta capacidade dos
quem as áreas de melhoria das suas práticas,
tradicional de opacidade. Neste meio, existe um
hospitalizados.
GDR constitui o ponto de partida de uma ver-
possibilitando, ao mesmo tempo, uma visão da
conjunto de condições técnicas e organizativas
Estes dois avanços conduziram à existência de
dadeira gestão orientada para processos de aten-
situação actual e das perspectivas de futuro a
para facultar informação do Benchmarking aos
enormes bases de dados internacionais, que per-
dimento concretos, uma vez que é capaz de atri-
curto prazo. Como as tecnologias e os seus avan-
médicos, tal como mostra a tabela 1.
mitem a comparação com muitos centros e
buir a esses processos um conjunto de indicadores
países, além da possibilidade de realizar compa-
chave para a qualidade e eficiência do atendi-
rações equitativas e com significado ao ajustar as
mento. Nos pontos em que o GDR não tem pre-
medições e estatísticas de acordo com a com-
cisão clínica suficiente, um bom registo de dados
- Existência de dados básicos de hospitalizaçá.o (CMBD)
plexidade dos pacientes tratados.
do CMBD permite melhorar a descrição dos
- Uso de um sistema de classificaçá.o de pacientes (ex. GDR)
As vantagens dos GDR resultam da capacidade
casos com maior pormenor.
que demonstraram os
comparação para aprender com as organizações líderes que apresentam os melhores resultados".
>>> Merces Casas, directora-geral da IASIST -
Barcelona
ços são uma condição necessária, ainda que não
Tabela 1 - Requisitos para o
ocorre em muitas outras organizações, está a
suficiente, para a integração de informação objec-
trazer progressos importantes no âmbim do fim-
tiva no processo de tomada de decisões na prá-
cionamento diário daquelas unidades. Contudo,
tica profissional, encontram-se aqui, igualmen-
s serviços de saúde pública"são
essa progressão não tem ocorrido ao mesmo
te, incluídas algumas reflexões sobre as condições
considerados como uma organi-
ritmo da oferta de conhecimento real aos gestores
básicas para a divulgação desta informação aos
- Comparação com outros centros
de sintetizar os milhares de episódios atendidos
Da combinação do CMBD, enquanto instru-
zação de conhecimento. Alguns
e profissionais de saúde, para a avaliação e torna-
médicos, favorecendo uma necessária mudança
- Rigor técnico da análise
anualmente por um hospital num conjunto
mento de disponibilização da informação, com
autores consideraram o conhecimento como o
da de decisões de melhoria. Ainda que os inves-
da cultura.
Condicionantes organizativas
manejável de categorias de consumo, clinica-
os GDR, enquanto instrumentos de segmenta-
principal produto de uma sociedade moderna
timentos em tecnologias de informação permi-
- Confidencialidade
mente homogéneas, que se mostraram de gran-
ção da casuística, surgiu a possibilidade de obter
e alguns apontaram os sistemas de saúde públi-
tam aos médicos, no melhor dos casos, um
O Benchmarking Clínico
- Acessível aos médicos
de utilidade em todas as áreas de planeamento e
conhecimento sobre a eficiência e os resultados
ca como as empresas mais complexas e dinâ-
acesso melhorado e imediato à história clínica
O termo anglo-saxónico Benchmarking, de difl-
- Interpretação rigorosa
de gestão hospitalar. O uso dos GDR sedimen-
da actividade médica hospitalar de forma com-
micas do mundo. Os hospitais, que concen-
detalhada de cada paciente, resultando numa
cil tradução numa só palavra, identifica a com-
- Reconhecer e incentivar a boa prática
tou-se na maioria das administrações sanitárias
parável, compreensível e generalizada. Ambos são
tram os maiores recursos, especialização e
maior eficiência da sua função, não lhes permi-
paração dos processos de uma organização com
europeias como o principal instrumento ao ser-
a base das melhorias de informação experimen-
tecnologia, seriam a sua máxima expressão.
te conhecer facilmente quais são os resultados e
as práticas que demonstraram os melhores resul-
Requisitos básicos
viço de várias políticas, que vão desde a orça-
tadas pelos hospitais na sua gestão clínica diária.
Face a estes conceitos, qualquer pessoa que
consumos da sua actividade junto dos pacientes.
tados. É um processo contínuo de comparação
As dificuldades técnicas de medição nos serviços
mentação ao pagamento de serviços hospita-
O terceiro requisito é a comparação com outros
conheça bem os hospitais, os seus arquivos, a
E, muito menos, compará-la com a dos seus
para aprender com as organizações líderes que
de saúde pública derivam da variabilidade dos
lares, da celebração de contratos de serviços à
centros. Por que é tão necessária essa compara-
forma de transmissão de ordens e instruções e
pares, desconhecendo assim o seu nível objecti-
apresentam os melhores resultados.
pacientes e da falta de equidade e utilidade das
avaliação das unidades hospitalares. Portugal foi
ção? Por múltiplos motivos, mz.s, baseando-nos
os meios de registo dos dados importantes
vo de excelência ou o seu potencial de melhoria.
O Benchmarking é uma actividade bem estabe-
comparações de resultados (sejam estes custos, óbi-
pioneiro na Europa na sua utilização para a
na existência demonstrada cientificamente de
para o cuidado dos pacientes, não pode deixar
O investimento na informatização não produzirá
lecida noutros sectores, onde já demonstrou a sua
tos ou quaisquer outros) sem considerar a gravi-
obtenção de orçamentos hospitalares mais equi-
uma ampla variação de custos e resultados em
de se surpreender perante a escassez de siste-
mdos os benefícios esperados neste campo se
utilidade nos processos de melhoria contínua,
dade e as características dos pacientes tratados. Esta
tativos e que incentivassem a eficiência. Curio-
medicina, porque é a única forma de:
matização existente no armazenamento e pre-
não se verificar a transformação da cultura da
mas tem uma penetração escassa no mundo
dificuldade foi superada tecnicamente há décadas
samente, ou quiçá precisamente por essa pri-
- Conhecer a distância dos resultados próprios
servação de tantos conhecimentos.
organização, numa cultura cujo objectivo seja a
sanitário. Isto, deve-se tanm às tradicionais difi-
com dois avanços importantes:
meira utilização com fins orçamentais, usou-se
relativamente aos resultados habituais num meio
A integração das tecnologias de informação nos
gestão do conhecimento.
culdades de medição objectiva dos resultados
- A generalização nos países ocidentais de um
menos extensivamente para a avaliação clínica e
similar;
hospitais, ainda que mais lenta do que a que
O sistema sanitário é uma burocracia profis-
dos serviços de saúde pública, como à culrura pre-
conjunto de dados básicos comuns para todos os
como ferramenta de apoio para os próprios
- Quantificar a diferença ou "gap";
O
Benchmarking Clínico Requisitos básicos ·
----
- Identificar objectivos realmente alcançáveis
Tabela 2 - Dimensões de Avaliação Dimensões
em situações semelhantes e não "gold standards" de base subjectiva ou de outros contextos.
Fenómenos
Exemplos de indicadores
Adequação do internamento
A cultura que prevalece em muitos países euroAdequação
king exclusivamente sobre rigorosas bases de
Incorporação de técnicas
confidencialidade. Isto é, na realização das comparações com agregados de centros ou ser-
Uso de camas
Gestão de recursos
primeiros requisitos (dispor de dados e utilizar
Elevada CMA (<50%)
- Proporção de procedimentos específicos por laparoscopia - Proporção de stents difusores do fármaco
sistemas do tipo G DR) , mas existem grandes
Mo rtalidade
- Índice de substituição CMA - Derivações para centros convalescença por patologias
3 54
Para isso, a informação deverá ser acessível e compreensível, poder interpretar-se correcta-
80,00% 60,00% 40,00%
20,00%
mente e reconhecer as boas práticas, tal como
Taxa de Substituição CMA Média
reflecte a tabela 1. •
CMA Méd ia(% )
•
EMAC
O processo de Benchmarking deve ser oferecido aos médicos como uma ferramenta de
Complicações
- Complicações ajustadas
Reintegrações
- Reinternamentos ajustados - Inrernamenros por paciente em patologias crónicas
vínculo com a eficiência da atenção prestada, uma
vas de fenómenos que rompem crenças enraíza-
apoio ou um serviço para o seu bom desem-
das dimensões chave da informação para os
das. Por exemplo, a implementação em massa da
penho profissional.
médicos e deveria acompanhar sempre a infor-
Cirurgia Maior Ambulatória (CMA) comportou
A qualidade dos dados médicos é crucial e os pro-
mação funcional e de eficiência, bem como as
um enorme aumento de produtividade cirúrgi-
fissionais são tanto a origem dos dados, como os
medidas de processo que lhes indicam uma prá-
ca nos últimos anos, mas não aumentou o tempo
destinatários da informação que deles derive. A
mos, resultados e custos derivados do seu trata-
lares. A figura 1 mostra como um serviço de
tica desejável (a proporção de bypass realizados
médio de estadia nos blocos cirúrgicos como se
qualidade dos dados de origem é a base para a
O Benchmarking Clínico na prática
mento. No quadro 2 mostram-se alguns exem-
Cirurgia cardíaca com pacientes 29% menos
com artéria mamária, por exemplo).
julgava no início da sua introdução.
credibilidade, por um lado, e para o aproveita-
O Benchmarking de serviços de saúde pública
plos das dimensões que se podem avaliar.
complexos poderia diminuir os dias de interna-
Numa perspectiva meramente clínica, a avalia-
Na figura 2 mostra-se como os hospitais, em que
mento máximo do seu potencial, por outro. Os
será útil ao nível da macrogesrão (Ministéri~,
Na prática, oferece aos médicos a possibilidade
mento dos seus pacientes em 26% , com impli-
ção dos processos terapêuticos concretos são de
mais se utiliza a Cirurgia Ambulatória, apresen-
médicos são, portanto, o elemento chave no
Regiões), da mesogestão (gestão de hospitais) e
de comparar os seus processos e os resultados com
cações de eficiência económica, mostrando, ao
sumo interesse mostrando qual é a prática habi-
tam
menor tempo de estadia de pacientes que são
processo para gerar o círculo virtuoso da infor-
da microgestão (chefes de serviço e médicos
os dos seus pares ou com os de melhores resul-
mesmo tempo, alguns aspectos de qualidade
tual ou a 6pcima realmente atingida no meio. Per-
in remados.
mação reflectido na figura 3. O uso dos GDR e,
individuais). Contudo, aqui destaca-se especifi-
tados, identificando as melhorias que podem
passíveis de serem melhorados. A medida da
mite, igualmente mostrar o processo de inte-
Os indicadores ou avaliações derivam exclusiva-
sobretudo, a circulação da informação pelos
camente o seu interesse ao nível dos médicos,
realmente ser atingidas em condições reais simi-
qualidade do atendimento é, pelo seu evidente
gração de inovações e as curvas de aprendizagem
mente de dados rotineiramente recolhidos das
médicos teve como consequência a melhoria do
das mesmas. Existem muitos exemplos na ava-
altas hospitalares e, hoje em dia, ainda há mui-
registo dos dados clínicos de cada paciente (pro-
liação do grau de implementação de determi-
tos hospitais que não aproveitam volumes
blemas de saúde coexistentes, complicações
nadas técnicas (procedimentos laparoscópicos,
enormes de informação não estruturada, cuja
desenvolvidas, processos terapêuticos realizados,
ACPT por oposição a bypass, uso de stents
recolha e processamento permitiria acrescentar
etc.). Em Espanha, por exemplo, as experiências
coronários) à adequação da própria prática clínica
considerável valor ao processo de tomada de
pioneiras em 1987 encontraram uma m édia de
(fibrinólise, bypass com artéria mamária, per-
decisões em organização e gestão clínica.
1,5 de diagnósticos por alta; no ano de 1992,
como responsáveis chave e determinantes no processo de cuidados aos pacientes.
Figura 1 - Indicadores de um Serviço de Cirurgia Cardíaca comparado com o Benchmark (2004)
O vínculo entre a avaliação de resultados e a Potencial de melhoria
gestão clínica é evidente: não é possível melho-
22
interesse destes, como para que se possa traduzir em potenciais acções específicas de melhoria.
base nos resultados.
1
requisito imprescindível tanto para captar o
Baixa CMA (<25%)
- Mo rtalidade ajustada
cação destas à disposição dos médicos como instrumento para a tomada de decisões com
reconhecíveis (tipologias de pacientes) é um
CMAMédia (25%-50%)
Qualidade
ções (ou Benchmarking) e, sobretudo, a colo-
mador, da prática real visando a melhoria dos Basear a informação para os médicos em termos
- Mortalidade em G DR de baixa mortalidade - C hoque pós-cirúrgico
Segurança
dois requisitos: a generalização das compara-
4
60,11%
- D e salas de operações ajustando por procedimentos - Unidades de Prod ução por médico
Produtividade
diferenças quanto ao preenchimento dos outros
3
resultados.
- Cusro ajustado por G DR - Cusro de fa rmácia ajustado por GDR
C usro
Todos os países europeus preenchem os dois
2
EMAC (dias) O
- Índice Estadia Média ajustada por case mix
Uso de recursos alternativos
comparações se façam.
tência dessas metodologias não é um requisito
Hospitais com:
viços, são mantidos no anonimato os resultaO que não impede de forma alguma que as
por casuística (EMAC) . 120 hospitais espanhóis. Ano 2003
suficiente para o uso positivo, ou seja, transfor-
- Hospitalizações evitáveis - Razão da discrição - Índice de substituição por CMA
- Percentagem de bypass com mamária - Percentagem de amputação completa po r cancro da mama
Processo
dos dos hospitais, de serviços ou de médicos.
elaborar indicadores robustos. Contudo, a exis-
- Massa crítica
Adequação técnica
peus permite estes processos de Benchmar-
Figura 2 - Intensidade de uso da Cirurgia Maior Ambulatória e tempo médio de estadia ajustada
Percentagem de Bypass com artéria mamária
rar a prestação de um serviço (seja em termos de qualidade, eficiência ou qualquer outra dimensão desejada) sem medir os próprios resul tados e conhecer quais são os resultados alcançáveis em condições similares para pacientes parecidos. A função primordial do Benchmarking para os médicos é contribuir com informação útil para
~
f ndice de Hemorragia em Bypass ajustado por Risco
centagem de intervenções radicais em cancro
Índice de de Mortal idade ajustado por Risco
Peso Relativo (complexidade)
penho específicos, isto é, a avaliação comparati-
o
va da complexidade dos seus pacientes e, de '=
Escadia Média Ajuscada por Casúscica
0,2
0,4
0,6
0,8
Hospital A
1,2 •
Benchmark
1,4
quando a informação era pouco usada, registavam uma média de 1,9 de diagnósticos por alta;
trar aspectos puramente clínicos, habituais no
Requisitos organizativos para a introdução do Benchmarking
processo de decisão dos médicos no tratamento
A finalidade do conhecimento é transformar a
mação, atingiu os 2,4; e, actualmente, com anos
dos seus pacientes. As implicações de custo, pro-
realidade para a melhorar. Mesmo aceitando
de uso extensivo no país, é de quase 5. O poten-
gnóstico, etc. de umas ou outras opções acon-
que a investigação deva continuar a contribuir
cial dos dados actuais para construir indicadores
selham a redução desta variabilidade no que diz
com mais melhorias, existem metodologias
mais clínicos a pedido dos próprios m édicos é
respeito às melhores práticas.
capazes de expressar sinteticamente a grande
extraordinariamente superior.
Também é frequente descobrir nos dados, pro-
complexidade dos fenómenos patológicos e de
Promover a correcta interpretação dos resultados
do cólon). Em todos estes casos estamos a mos-
Razão de Funcionamento Padrão de desempenho
as expectativas, interesses e objectivos de desem-
acordo com isso, os processos de cuidados, consu-
1 1
no ano de 1996, estendendo-se o uso da infor-
i
23 1 t
Lisboa Figura 3 - O círculo virtuoso da informação
- Os conteúdos têm de centrar-se nos elemen-
ou custos diferentes. Recordando que, em geral,
em serviços de saúde pública
tos chave para as decisões médicas;
foi a administração a promotora da informação
-A informação tem de ser acessível e inteligível
do CMBD e dos GDR, há experiências muito
para os médicos;
diferentes da sua apresentação aos médicos:
-A apresentação tem de ser simples, fácil de usar
- Simplesmente como base das estatísticas hos-
e compreensível;
pitalares comparadas sem maiores implicações do
-A pedagogia e a sensibilidade para as preocu-
que o uso esporádico nos processos de avaliação
pações dos médicos relativamente à informação
º''" Uso dos GRD
R,,rolh,"
~
Difusão Médicos
,.
Workshop de Farmacoeconomia
A
pertinência da avaliação económica
conta a quantificação de resultados e respectivas
de medicamentos e a análise dos
análises de custo-efectividade, custo-benefício.
custos farmacológicos associados às
À tarde, estará em causa o tratamento de doen-
c que
diferentes patologias serão tema em debate na
ças como a artrite reumatóide e a hepatite
anual;
Escola Nacional de Saúde Pública, no próximo
serão objecto de trabalhos práticos no âmbito
são cruciais;
- Nos contratos-programa, para fixar objecrivos
dia 28 de Outubro.
da farmacoeconomia a nível hospitalar.
- A oferta de informação deve considerar-se
para o ano seguinte, com implicações económi-
Com a coordenação científica da Associação Por-
O Workshop de Noções Básicas de Farmacoe-
uma ferramenta de apoio ou um serviço à fun-
cas directas ou indirectas, reais ou potenciais,
tuguesa de Economia da Saúde, o Workshop de
conomia para Apoio à Decisão conta com o
ção dos médicos;
maiores ou menores;
Noções Básicas de Farmacoeconornia para Apoio
patrocínio da Associação Portuguesa de Gestão
- Devem reconhecer-se as boas práticas e existir
- Como objectivos mensuráveis para a obtenção
à Decisão com início às 9.30h, conta com uma
Hospitalar, Associação Portuguesa de Economia
tanto pelos gestores, como pelos próprios médi-
mcennvos para as mesmas.
de retribuições variáveis;
parte teórica que vai incidir fundamentalmente
da Saúde e a Associação Portuguesa dos Farma-
cos é igualmente fundamental. Assim como
A circulação destes dados pressupõe, de facto,
- Como formas de ajuste dos orçamentos anuais
na avaliação económica e nos custos da doença.
cêuticos Hospitalares, bem como com o apoio da
acontece com os testes de selecção, as diferenças
para a administração um elemento importante
do hospital ou dos serviços.
A actual escassez de recursos e a fixação de prio-
Shering Plough Farma e PharmacoEconornics,
nos resultados dos indicadores não constituem
para demonstrar aos profissionais que, mesmo
ridades serão temas em debate tendo ainda em
entre outros patrocinadores internacionais.
verdades absoluras mas "indicações" de alta pro-
com as limitações que os dados possam ter, estes
Potencialidade de futuro
babilidade de diferenças ou problemas reais. É
são a base fundamental de avaliação nessas ins-
A evolução previsível da informação para a
função do profissional experimentado interpre-
tâncias e, portanto, os resultados são observados
gestão clínica surge através dos avanços na infor-
tar adequadamente os pressupostos falsos posi-
também noutros níveis. Isto já constitui nos
matização dos serviços de saúde pública, requi-
tivos e negativos, assim como formular as hipó-
meios profissionais um estímulo em si mesmo
sito necessário ainda que não suficiente. As
teses sobre as causas subjacentes das diferenças
para empreender acções que evitem maus indi-
mudanças mais transcendentais são esperadas nas
existentes entre a própria prática e as práricas.pos
cadores e promovam o interesse para dispor
áreas da interligação de bases de dados hospita-
centros ou serviços similares.
deles frequente e antecipadamente.
lares (farmácia, laboratórios, diagnóstico de
De facto, este processo de análise, questiona-
Nos lugares onde se fez uso intensivo destas
imagem, etc.) e da análise do atendimento
mento, interiorização e retro-alimentação pro-
potencialidades, como é o caso de diversas admi-
ambulatório, quer do atendimento primário,
porcionado pela informação de avaliação para a
nistrações sanitárias espanholas, não é descabido
quer do ambulatório especializado (Consultas
gestão clínica, bem como a linguagem para o
dizer que o contributo mais significativo dos
Externas e Urgências), finalizando com a inte-
estabelecimento de objeccivos nos hospitais, deve
GDR para a gestão hospitalar foi a sua institu-
gração de todos estes registos num identificador
ser uma constante mantida ao longo do tempo.
cionalização como linguagem comum entre os
de paciente ... mas este assunto merece por si só
Avaliaçáo de Objeccivos e Incentivos
.
.
.
1m
Asma
Crianças interrompem tratamento com corticóides inalados
A
Sociedade Respiratória Europeia,
muitas crianças interrompem a terapêutica com
revelou os resultados de um estudo
corcicóides inalados, o que poderá ter um impac-
onde se afirma que muitas crianças
to d i recto no controlo da sua asma. Há neces-
medicadas com corricoterapia inalada, como
sidade de levar a cabo posteriores investigações
tratamento de controlo de 1ªlinha, interrom-
no sentido de se compreender as razões para as
As múltiplas e diferentes experiências regionais
diferentes níveis do sistema (administração e
um artigo inteiro.
pem esse tratamento.
interrupções desta terapêutica de controlo e
em Espanha mostram a eficácia das acções e
hospitais; gerentes e médicos), possibilitando,
A perspecciva obtida em 15 anos de contacto per-
O estudo desenvolvido com a participação do
identificar outras alternativas para terapêuticas
dos vários processos de incentivo para a intro-
como nunca antes, a discussão informada entre
manente com hospitais em processos de Bench-
médico Mike Thomas, da Universidade de
de controlo da asma que possam ser efectivas
dução e uso da informação, os quais se devem
eles e focada em referentes e objectivos verda-
marking permite afirmar que existe a possibili-
Aberdeen, no Reino Unido, monitorizou os
neste tipo de crianças" disse Mike Thomas.
adaptar às diferentes circunstâncias e culturas
deiramente clínicos e essenciais para a finalida-
dade de realizar um salto qualitativo importante
padrões de prescrição em 2200 crianças, com
Até agora, a corticoterapia inalada foi a única
de cada centro. Há, no entanto, alguns elemen-
de do sistema sanitário. Desta perspectiva, os
em matéria de informação para a gestão clínica
idades compreendidas entre os 2-14 anos com
opção como 1ª linha de tratamento apro_vada na
tos comuns e chave dos quais se podem retirar
GDR representaram o companheiro de viagem
nos hospitais. Não se trata só do aumento e da
asma persistente. Ao longo de 12 meses do
abordagem da asma pediátrica. No entanto,
algumas orientações para outros e para a intro-
ideal de uma nova cultura de diálogo necessária
sofisticação no manuseamento da informação dis-
estudo, verificou-se que mais de metade das
um antagonista dos receptores dos leucotrie-
dução de avanços futuros.
para o processo de descentralização que a gestão
ponível, mas também da integração da lógica de
crianças (53,7%) interromperam o seu trata-
nos, teve recentemente aprovação Europeia
Algumas lições comuns dos processos seguidos
clínica pressupõe.
gestão por processos e da avaliação de dados
mento com corticóides inalados, o que poderá
como alternativa ao tratamento com doses baixas
com sucesso são:
A existência de incentivos para o uso da infor-
objectivos nas funções dos médicos e dos gestores,
contribuir para resulrados insuficientes nesta
de corticóides inalados para crianças com idades
- Garantir a confidencialidade do hospital, ser-
mação é fundamental, mas há experiências de
como um meio útil para a melhoria da qualida-
faixa etária.
compreendidas entre os 2-14 anos com asma
viço ou médico responsável;
incentivos muito diferentes e dirigidos a pessoas
de dos serviços prestados aos pacientes. rm
"Os resultados neste estudo demonstram que
persistente ligeira. rm
1
25
!
APAH e APDH querem CONGRESSO NACIONAL DOS HOSPITAIS
11 --·----
"Pensar o Presente, Re· alizar o Futuro Durante três dias o presente
questões que estão na ordem do dia n os hospitais, como a "Gestão da Informação , do
portugueses vai reunir os
Conhecimento e da Inovação"; "Contratuali-
principais actor~s da Saúde
zação, Financiamento e Eficiência H ospita-
do país. Trata-se do
lar"; "Hospital, Ensino e Investigação" e a ''.Arquitectura na Construção do Hospital do
Congresso Nacional dos
Futuro".
Hospitais que reúne a APAH
No terceiro e último dia de encontro, "Qualidade e C línica! Governance" e "Gestão da
e a APDH. São esperadas muitas surpresas.
usar da palavra, o ministro da Saúde, António
vai reurnr os pnnc1pais mtervernentes
Correia de Campos, o presidente da HOPE, Brian Edwards e o presidente da EAHM, Paul Castel.
lizar o Futuro". Trata-se de uma iniciativa
08:30-09: 15 Sexta-feira, I 7 de Novembro 09: 15-09:45 Abertura do Secretariado Sessão de Abertura: Pensar o Presente, Realizar o Futuro; Secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos
1 1:00-1 1:30 Coffee-Break
so Nacional dos Hospitais (CNH) >>>Manuel Delgado e Ana Escovai querem realizar um debate profundo sobre os Hospitais, neste
18:30-20:00 Porto de Honra Conferência: Administradores Hospitalares - o Percurso de uma Profissão
cedem a conferência de encerramento, a cargo
m meados de Novembro o Congres-
Congresso Nacional
15:00-15:30 Abertura do Secretariado 15:30- 17:30 1. Organização e Gestão Hospitalar - Novas Experiências Moderador: Jorge Correia (Antena 1) Comentador: Manuel Antunes (HUC) Palestrantes: Daniel Ferro/Teresa Sustelo (CHL) Isabel Vaz (Hospital da Luz/ESS) Fernando Sollari Allegro (HGSA - a confirmar) Manuel António (IPO Coimbra)
Logística Hospitalar" são os tem as que ante-
do Porto. Para finalizar os trabalhos, vão ainda
da Saúde, do país, para "Pensar o Presente, Rea-
Quinta-feira, 16 de Novembro
09:45-1 1:00 li. Gestão da Informação, do Conhecimento e da Inovação Moderado r: Vasco Reis (ENSP) Palestrantes: Constantino Sakellarides (ENSP) João Lobato (ESTS) Victor Raposo (FEUC)
de Daniel Bessa, professor da Escola de Gestão
E
""' ~ ~~~
PROGRAMA
O s trabalhos continuam com a abordagem a
e do futuro dos Hospitais
Pensar o presente, realizar o futuro
1 1:30-1 3:00 Ili. Contratualização, Financiamento e Eficiência Hospitalar Moderadora: Ana Escovai (APDH) Palestrantes: Enric Agustí i Fabré (CatSalut - Catalunha) Pedro Brito (UL) Pedro Lopes (HUC) 13:00- 14:00 Almoço 14:00- 15:45 IV Hospital, Ensino e Investigação Moderador: António Arnaut (Advogado) Comentadores: António Rendas (FCML) Costa Almeida (APMH) Arminda Mendes Costa (ESECP) Palestrantes: Alberto Amaral (CIPES/UP) Cármen Ayuso (V dei Pozo/CAPIO) Car los Pereira Alves (FCML)
conjunta entre a APAH e a APDH, que _não
reunindo, para o efeito, contributos de peritos
de Tecnologia de Saúde de Lisboa, vai ter lugar
Além destes, vários oradores de prestígio, nacio-
mediram esforços para fazer deste aconteci-
e de profissionais das mais diversas áreas do
entre 16 e 18 de Novembro. No prim eiro d ia
nais e internacionais, vão dizer de sua justiça
mento um dos mais importantes do ano no
conhecimento, é o propósito deste congresso,
realiza-se um debate sobre "Organização e
sobre diferentes assuntos do sector (ver pro-
que se refere aos Hospitais e à Saúde.
centrado nos seguintes o bjectivos:
Gestão Hospitalar - Novas Experiências",
grama).
Segundo os responsáveis pela organização do
- Analisar a situação dos hospitais portugueses
moderado pelo jornalista Jorge Correia, com
evento - Ana Escoval (APDH) e Manuel Del-
quanto aos modelos e práticas de administra-
apresentações de Daniel Ferro e Teresa Suste-
Livro
gado (APAH) - "os hospitais são hoje estrutu-
ção num contexto em que o desenvolvimento
lo (CHL), Isabel Vaz (Hospital da Lus/ESS),
A par de toda a discussão que o CNH preten-
ras complexas, de grande importância econó-
científico e tecnológico e os indicadores de
Fernando Sollari Allegro (HGSA) e Manuel
de levar a cabo, há ainda várias iniciativas para-
mica e social na sociedade portuguesa e que, na
saúde, são bastante favoráveis;
António (IPO/Coimbra). Os comentários
lelas que vão marcar o encontro. Uma delas tem
Sábado, 18 de Novembro 08:30-09:00 Abertura do Secretariado 09:00- 10:30 VI. Qualidade e C/inica/ Governance Moderador: Manuel Delgado (APAH) Palestrantes: António Vaz Carneiro (FML) Margarida França (IQS) Niek Klazinga (Federação Holandesa de Saúde Pública) José Feio (HUC)
generalidade, inspiram a confiança dos
- Reflectir sobre os faccores de entropia do sis-
finais são da responsabilidade de Man uel
a ver com a edição do livro "O Futuro da
10:30- 1 1:00 Coffee Break
cidadãos".
tema de saúde e, em particular, o seu impacto
Antunes (HUC).
Saúde em Portugal". Trata-se de uma iniciati-
15:45- 16: 15 Coffee break 16: 15-1 8:00 V. A Arquitectu ra na Construção de um Hospital Eficiente Moderador: José Car los Lopes Martins Uosé de Me llo Saúde) Palestrantes: Esteban Carrillo (Antares Consulting) José Luís Matos (CHBA) Rui Costa Maia (IDOM) 20:30-23:30 jantar Oficial
De facto, a evolução que se registou no tecido
na rede hospitalar e discutir novas soluções e
No mesmo dia, tem lugar a conferência "Admi-
va da APAH e da APDH, em colaboração
hospitalar português, nas úlcimas décadas,
novos instrumentos de gestão.
nistradores Hospitalares - O percurso de uma
com a Fundação Calouste Gulbenkian, que
1
1 1:00-12:30 VII. Gestão da Logística Hospitalar Moderador: A rtur Vaz (ESS) Palestrantes Adalberto Campos Fernandes (HSM) Paula Nanita (SUCH) Victor Herdeiro (HGSA) 12:30-1 3:00 Conferência de Encerramento: Saúde - uma Realidade Cada Vez Mais Complexa, em Busca de Soluções Inovadoras; Daniel Bessa (EGP)
com o desenvolvimento de uma nova rede
- Proporcionar um espaço de debate entre dife-
profissão", que pretende lembrar o 25° ani-
reúne, em texto, as opiniões de várias e mar-
pública modernizada e a entrada de presta-
rentes sensibilidades profissionais, quanto ao
versário daAPAH - que se comemora este ano
cantes personalidades do sector da Saúde, mais
dor_es privados, e o progresso registado, em
desenvolvimento das respectivas profissões e aos
- e o trabalho de todos que estão ligados a esta
precisamente Albino Aroso; António Rendas;
volume e diferenciação, nas profissões de saúde,
progressos verificados nas áreas do conheci-
área profissional.
Aranda da Silva; Constantino Sakellarides;
"ampliou significativamente o acesso dos
mento, da inovação e da investigação.
No dia 17, na sessão de abertura do congres-
Daniel Serrão; Esaú Dinis; João Gomes Esteves;
Augusta de Sousa; M aria de Belém Roseira;
A obra, aguardada com grande expectativa no
so, Francisco Ramos, secretário de Estado da
João C o rd ei ro; João Lo bo Antunes; Jorge
M anuel Sobrinho Simões; N uno G rande;
sector, tem prefácio d e Ana Escovai e de
cidadãos e contribuiu decisivamente para a
13:00 Sessão de Encerramento Sua Excelência o Ministro da Saúde A. Correia de Campos; Presidente da HOPE Br ian Edwards; Presidente da EAHM Paul Castel
melhoria dos nossos indicadores de saúde".
Temas
Saúde, apresenta a sua visão sobre o tema do
Simões; José Carlos Lopes Martins; José Pereira
Paulo Mendo; Pedro Nunes; Pedro Pita Barros;
Manuel Delgado, estando o posfácio a cargo de
Analisar esta evolução e perspectivar o futuro
O encontro, que se realiza na Escola Superior
evento: "Pensar o Presente, Realizar o Futuro".
M iguel; Luís Pisco, Manuel Antunes; Maria
Vasco Reis e Vítor Melícias.
António Correia de Campos. m
27
1
Espaço Açores La rgo da Boa Hora - Ajuda Telefone : 21 .3640881
Espaço Açores
Os Açores em Lisboa P
•
lado do mercado e com uma agradável visra
go espaço, José Sócrates "que comi a sempre
para o rio, es te restaurante açoreano feito de
alcatra" revela-nos o gerente, responsáveis
raíz, não deixou nada ao acaso. A negra pedra
do governo regional dos Açores e a família
típica dos Açores, o basalto, contrasta com o
Medeiros Ferreira, para apenas citar algumas
com claro da madeira, a criptoméria, vindos
personalidades.
ambos de São Miguel. Para além da cri rerio-
A gerência , a cargo de Alfredo Al ves q ue
rovar uma iguaria que não encontra
variam de ilha para ilha. E é assim que no
Miguel, pudim de coco da ilha do Pico ou
em mais lado nenhum. No restau-
"Espaço Açores" pode provar uma sopa de
ainda "espera-maridos", barriga de freira da
sa escolha dos materiais, as cores azul e ver-
conhece por dentro o mundo da restaura-
rante Espaço Açores é este o desafio:
peixe da Graciosa, um caldo de peixe do Pico
Terceira e ovos pardos ou doce de vinagre da
melh o são também elas as cores típicas das
ção - com eçou com um restaura nte n a
os co ndimentos, os peixes, a carne, até as
ou peixes grelhados como anchovas, encharéu,
ilha d e Santa Maria.
casas e dos barcos açoreanos.
Horta onde permaneceu quase uma década
bebidas vêm das ilhas açorianas e mesmo a sua
irio e mero. Nas carn es, pode decidir-se por
Para acompanhar a refeição pode sempre
Aberto há cerca de dois meses na Boa Hora,
e veio depois para Lisboa abrir o "Bambino
confecção está a cargo de quem h á muito
uma alcatra à terceirense ou um bife à micae-
escolher um vinho dos Açores: há o Donatá-
o "Espaço Açores" é o antigo " Bambino
d ' Ouro" - aconselha a reserva, sobretudo ao
conhece esta cozinha por dentro.
lense, para apenas citar alguns. A mesma
rio da Terceira, C urral Aclantis, Vinha da
d 'Ouro" que funcionou durante oito anos,
fim de semana.
Uma cozinha que se quer diversificada, até
variedade está presente nas sobremesas - tige-
Pedra, Frei G igante, entre outros.
também el e c om co z inh a açoreana.
É que que aos domingos, po r exem plo, pode
porque, há diferentes especialidades que
lada, pudim de mel ou pudim de chá de S.
Em pleno Largo da Boa Hora, mesmo ao
Contam-se entre os frequentado res do anti-
saborear o famoso cozido das furnas. rm
29 . '
Reestruturação
•
•
,.
Ministério dá pr1me1ro passo
Análises
Santa Maria abre laboratório O ministro da Saúde, Correia de Campos, revelou que o Hospital de Santa Maria vai abrir o seu laboratório de análises clínicas aos centros de saúde da sua área de
A
reorganização das urgências hos-
influência.
pitalares já deu o primeiro passo.
Na prática, os utentes dos vários centros de saúde de Lisboa vão poder fazer as aná-
Até 31 de Outubro as Adminis-
lises clínicas nesta unidade hospitalar em vez de recorrerem a um laboratório privado.
trações Regionais de Saüde (ARS) deverão
Ainda de acordo com o titular da pasta da Saúde, os dados laboratoriais serão envia-
submeter ao ministério da tutela uma pro-
dos electronicamente para os centros de saúde, poupando deslocações aos utentes.
posta de requalificação dos serviços de urgência prestados pelos hospitais portugueses, estando prevista a criação de um
gica que será o segundo nível de acolhi-
assumem que, devido a limitações demo-
Grupo de Acompanhamento da Requalifi-
mento em situações de urgência, deve,
gráficas e geográficas, um milhão de por-
cação das Urgências (GARU) para seguir
obrigatoriamente, ter as valências de medi-
tugueses vai demorar mais a chegar a estas
todo o processo posterior.
cina interna, cirurgia geral, ortopedia, imu-
unidades. E esta é a questão que mais
A proposta do ministério, que pretende
nohemoterapia, anestesiologia, bloco ope-
preocupação está a levantar junto das
retomar a constituição de eq uipas médicas
ratório apto durante 24 horas, imagiologia
populações e das autoridades locais que
dedicadas aos serviços de urgência, foi
e patologia clínica. Compreenderá 25 hos-
recordam todo o processo ligado ao encer-
publicada em Diário da República no pas-
pitais devendo "localizar-se estrategica-
ramento dos blocos de partos e dos servi-
sado dia 12 de Serem bro e prevê o aumen-
mente de modo a que, dentro das áreas de
ços de atendimento permanente (SAP) dos
to do número de serviços de urgência para
influência/atracção respectivas, os trajectos
centros de saúde.
um total de 83 - actualmente são 72 - .~os
terrestres não excedam 60 minutos entre o
Os especialistas contrapõem, contudo, que
quais 45 serão serviços básicos, constituí-
local de doença ou acidente e o hospital".
o proposto "constitui um avanço signifi-
dos por equ ipas de apenas dois médicos e
Por seu turno, o Serviço de Urgência Poli-
cativo em relação à presente realidade
dois enfermeiros que vão assegurar os cui-
valente será o nível de urgência mais dife-
nacional, na qual cerca de 450 mil habi-
dados mínimos.
renciado, e prevê-se que venha a possuir
tantes distam mais do que 60 minutos de
No entanto, a mesma proposta prevê o
todos os recursos do SUMC mais as valên-
um serviço de urgência".
encerramento de algumas urgências ou a
cias de gastrenterologia, cardiologia de
O limite máximo indicativo de uma hora
sua redução a urgências básicas o que já
intervenção, cirurgia cardiororácica, cirur-
para o acesso do doente, a partir do local
levantou uma onda de protestos das popu-
gia plástica reconsrrutiva, cirurgia vascular
onde adoece, até ao serviço de urgência
lações mais afectadas, que temem que o
e neurocirurgia. A proposta contempla a
médico-cirúrgica mais próximo é estabele-
processo se assemelhe ao que levou ao
sua existência em 13 hospitais centrais.
cido no despacho do ministro da Saúde.
encerramento dos blocos de partos. As
Ainda de acordo com a proposta, o total de
Correia de Campos, que esteve na Assem-
unidades que deverão encerrar são as de
reia de Campos define as características
rede hospitalar e em centros de saúde a
de urgência", podendo estar sediado numa
83 pontos de urgência passam , além de
bleia da República, no final de Setembro,
Macedo de Cavaleiros, Régua, Vila do
das três novas unidades da Rede de Serviços
identificar e qualificar para o efeito,
área de influência que abranja uma popu-
hospitais, a integrar também centros de
para explicar a sua proposta e o alarga-
Conde, Fafe e Santo Tirso, estas cinco na
de Urgência: o Serviço de Urgência Básica
nomeadamente com recursos humanos e
lação superior a quarenta mil habitantes.
saúde.
mento das taxas moderadoras aos interna-
região Norte; Ovar, S. João da Madeira,
(SUB), o Serviço de Urgência Médico-
meios complementares de diagnóstico ade-
Acrualmente, o único hospital do país com
Porém e embora a reorganização tenha o
mentos hospitalares e cirurgias de ambu-
Espinho, Anadia, Estarreja, Fundão e Can-
Cirúrgica (SUMC) e o Serviço de Urgência
quados, que permitam, com maior proxi-
equipas médicas fixas no serviço de urgên-
objectivo de garantir que o serviço de
latório, esclareceu que a decisão de
tanhede, todas na região Centro; e as do
Polivalente (SUP).
midade, a resolução das situações urgentes
cia é a unidade de S. Sebastião, em Santa
urgência fique, no máximo, a 30 minutos
reorganizar as urgências (bem como os blo-
Montijo e do Hospital lisboeta Curry
O primeiro, que não existia anteriormente,
de menor gravidade dos utentes do Serviço
Maria da Feira, que possui este modelo
de distância d a população servida (45
cos de partos e os SAP) se prende com a
Cabral, am bas na zona Sul.
é de cariz médico, podendo realizar apenas
Nacional de Saúde". Estes constituirão "o
desde Janeiro de 1999.
minutos no caso de uma urgência poliva-
falta de recursos humanos e a necessidade
Além das equipas fixas, o despacho de Cor-
pequena cirurgia, e serão integrados "na
primeiro nível de acolhimento a situações
Já o Serviço de Urgência Médico-Cirúr-
lente), os especialistas que a elaboraram
de melhorar a gestão das unidades. m
i
31 l
Prémio Nacional de Saúde
Albino Aroso distinguido pelo Ministério
O .... ...... .... ~·..·......."'."' · . .·.·.··.: ...·....'
...
~-·
.·.....·.....-.· ...... .........
"exemplo de vida" e a "dedica-
saúde, uma "intensa actividade científica" e
ção à causa pública" foram os
é considerado um dos maiores impulsiona-
motivos pelos quais a Direcção-
dores do planeamento familiar em Portugal,
Geral da Saúde atribuiu o primeiro Prémio
com um reconhecido trabalho na área
Nacional de Saúde ao médico Albino Aroso.
materno-infantil.
O prémio foi criado este ano pelo ministro
A atribuição do Prémio Nacional de Saúde
da Saúde Correia de Campos e visa distin-
decorre a 4 de Outubro de cada ano. Este
guir anualmente "uma personalidade que
ano o júri foi presidido pelo direccor do
tenha contribuído, inequivocamente, para a
Instituto de Bioética da Universidade Cató-
obtenção de ganhos em saúde ou para o
lica, Walter Oswald, e constituído pelos
prestígio das organizações de saúde no
bastonários das Ordens dos Médicos,
âmbito do SNS".
Enfermeiros e Farmacêuticos e pelo director
Albino Aroso desenvolveu ao longo do seu
do Instituto de Higiene e Medicina Tropi-
percurso profissional, na área das ciências da
cal, Jorge Torga!. m
.:""
~:
_..
~
RCCI
Tabela de preços já é conhecida á foi publicada, em Diário da Repú-
do Ministério da Saúde, suportando o uten-
blica, a porcaria que define os preços
te os encargos decorrentes da prestação dos
dos cuidados na Rede Nacional de
cuidados de apoio social, mediante a com-
uidados Continuados Integrados (RCCI)
participação da segurança social a que hou-
e que entra em vigor com efeitos reporta-
ver lugar, determinada em função dos rendi-
dos a 3 de Julho deste ano para as expe-
mentos do utente. Esta comparticipação
riências-piloto. A tabela de preços aplica-se
será fixada em função dos rendimentos do
às instituições e serviços integrados no Ser-
utente, mas os seus termos serão fixados em
viço Nacional de Saúde e às do sector pri-
diploma próprio.
vado, com ou sem fins lucrativos, no âmbi-
Assim, para as experiências-piloto, o valor
to dos contratos efectuados com o
das diárias de internamento nas unidades de
Instituto de Segurança Social e as adminis-
convalescença e cuidados paliativas é fixado
trações regionais de saúde. E fixa o valor da
em 83,30 euros por utente. No caso das
diária de internamento por utente para
unidades de média duração e reabilitação
cada uma das tipologias que integram as
42,95 euros por utente são da responsabili-
unidades de internamento e a unidade de
dade da Saúde e 17,35 euros são encargos
ambulatório, para os cuidados de saúde e
com os cuidados de apoio social. Nas uni-
Já no caso das unidades de dia e de promo-
de apoio social.
dades de longa duração e manutenção a diá-
ção da autonomia o valor é considerado glo-
Os encargos decorrentes da prestação de
ria da responsabilidade da Saúde atinge os
balmente por mês para 1O a 15 utentes:
cuidados de saúde são da responsabilidade
6,66 euros e o apoio social 27 ,34 euros.
427,81 euros. am
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH divulga a legislação mais relevante publicada em Diário da República entre 1 de Setembro e 6 de Outubro. Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria na Escola Superior de Enfermagem de São João e aprova o respectivo plano de estudos
Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n.0 115/2006, 18 de Setembro Aprova o Plano Nacional conua a Droga e as Toxicodependências no médio prazo até 2012, bem como o Plano de Acção contra a Droga e as Toxicodependências no curto prazo até 2008
Portaria n. 0 1044/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de complemento de formação em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior particular e cooperativo
Resolução do Cohselho de Ministros n. 0 118/2006, 21 de Setembro Prorroga o mandato do Gabinete de Gestão do Programa Operacional da Administração Pública (GGPOAP) e da estrutura de missão Intervenção Operacional da Administração Pública (IOAP)
Portaria n. 0 1046/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem ministrados por estabelecimentos de ensino superior particular e cooperativo
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 119/2006, 21 de Setembro Determina o dia 4 de Dezembro como o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Portaria n. 0 1048/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de complemento de formação em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior público
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 120/2006, 21 de Setembro Aprova o I Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade para os anos de 2006 a 2009
Portaria n.0 1049/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior público
Resolução do Conselho de Ministros n.0 124/2006, 03 de Outubro Procede à reforma do sistema dos laboratórios do Estado
Ministério das Financas e da Administração Pública
Ministério da Saúde
Decreto-Lei n. 0 18 5/2006, 12 de Setembro
Decreto-Lei n. 0 186/2006, 12 de Setembro
Cria o Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde
Estabelece o regime de atribuição de apoios financeiros pelos serviços e organismos do Ministério da Saúde a entidades privadas sem fins lucrativos
Ministérios das Financas e da Administracão Pública, do Trabalho da Solidariedade Social e da Saúde
e
Decreto-Lei n.º 195 /2006, 03 de Outubro
3
Estabelece as regras a que obedece a avaliação prévia, para efeitos da sua aquisição pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de mediPortaria n.º 994/2006, 19 de Setembro camentos que devam ser reservados exclusivamente a tratamentos em Define os preços dos cuidados de saúde e de apoio social prestados no meio hospitalar, bem como de outros medicamentos sujeitos a receiâmbito das experiências-piloto da Rede Nacional de Cuidados Conta médica restrita, quando apenas comercializados n~v~l 95,l *E·al<bl:--l~·Ln . uados Integrados (Rede)
ESC.._
Ministério da Ciência, Tecnologi e Ensino Superior
tJ,...CrQNA
SAUD::
Ot.
p,,_:suc
- - - - - --l--B.Ssembleia da República Lei . 0 52/2006, 01 de Setembro
Portaria n. 0 982/2006, 15 de Setembr0
Aprova as Grandes Opções do Plano para 2007
i ' f'
CA
Roche Inovamos na Saúde
Construimos um novo tipo de Companhia de Cuidados de Saúde.
• Schering-Plough Farma, Lda. Rua Agualva dos Açores, 16
2735-557 Agualva - Cacém PORTUGAL Telf 214 339 300
1
Fax 214 312 052
www sc[ler1ng-plough.com
tfj
Schering-Plough