Congresso Nacional dos Hospitais:
"Pensar o Presente, Realizar o Futuro"
Pensar o presente, ~alizar o futuro
~¡ ~~
APAH
e APDH
juntam 25 personalidades em Livro
Jorge Sampaio Ă GH:
Sopra uma boa nova,
04 Editorial
Em tempo de Congresso Nacional, Manuel Delgado, presidente da APAH, volta a analisar a questão do financiamento para deixar algumas bases para uma reflexão mais profunda e global, que urge fazer. O que está sobretudo em causa, refere, é saber se os recursos financeiros chegam para o SNS geral, universal e tendencialmente gratuito que (ainda) temos. As opiniões não são convergentes mas, como se sabe, da discussão é que nasce a luz. Ficam as ideias, para já.
12 Entrevista
A GH orgulha-se de publicar, nesta edição, uma entrevista feita a Jorge Sampaio, ex-presidente da República e recentemente convidado, por Koffi Annan, para Enviado Especial da ONU para a Tuberculose. Simpático, acessível e inteligente, como sempre foi, Jorge Sampaio explica à GH em que consiste a sua missão e como vai tentar levála a cabo e chama a atenção para as mudanças a que se assiste na política de Saúde, particularmente no que se refere aos novos modelos de financiamento. Mas Sampaio não fica por aqui, e deixa perceber que é um profundo conhecedor de questões da globalização, quando o que está em causa é a Saúde.
21 Política
OTribunal de Contas apresentou um relatório sobre os resultados dos hospitais S.A. e descobriu que o défice e o endividamento são mais elevados do que nos geridos pelo Estado. Fica a notícia para uma posterior e mais aprofundada análise.
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português.
1 Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi.
30 Evento
o Congresso Nacional dos Hospitais tem lugar entre 16 e 18 desde mês. Muitos meses de preparação
para que se discuta, abertamente, as questões que se ligam ao conceito do Hospital que se quer mais eficaz. Realizado em conjunto pela APAH e pela APDH, o CHN é levado a cabo num espírito abrangente e aglutinador. Contamos consigo.
Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio.
32 Livro
Existem vários estudos e livros que analisam o passado da Saúde no país. A APAH e a APOH lançam agora um livro que analisa o p1esente e o - - - - ·--t·Ul.uro :i:iata-se de uma iniciativa que junta as ideiás de s personalidades ligadas ao sector da Saúde e ue deixam mensagens, recados, ideias e conceitos que importa ter em conta. O livro " O Futuro da Saúde em Portugal" vai ser lançado no dia 17 de Novembro, durante o jantar oficial do evento.
Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
~ LABESFAL
Fresenius Kabi Caring
for
Life
B 1 E3
1_
1O T E C A
De novo o financiamento
A Manuel Delgado Presidente da APAH
"Temos assistido, apesar dos esforços, aum endividamento crónico e crescente do SNS e das suas instituições, como categoricamente assinala o relatório
nº 20/06 do TC, referente ao modelo de gestão dos hospitais do sector empresarial do Estado."
anunciada introdução para 2007 de novas taxas na utilização de serviços hospitalares, trouxe de novo à agenda política da saúde a questão do financiamento. E o que está sobretudo em causa é saber se os recursos financeiros chegam para o SNS geral, universal e tendencialmente gratuito que (ainda) temos. Clama-se com frequência que as estruturas do SNS são ineficientes, despesistas e reveladoras de endémicas falhas de gestão. E por aqui, sobretudo desde 2002, algumas medidas têm sido tomadas. Importa referir a propósito que estas iniciativas raramente se inserem numa visão global do SNS perdendo por este facto muito do seu eventual impacto. Talvez por esta razão, mas também porque as questões estruturais não são atacadas, temos assistido, apesar dos esforços, a um endividamento crónico e crescente do SNS e das suas instituições, como categoricamente assinala o relatório nº 20/06 do TC, referente ao modelo de gestão dos hospiqüs do sector empresarial do Estado. De tal modo que é o próprio TC que vem alertar para a necessidade de financiamento líquido dos hospitais no futuro próximo. O actual governo tem encarado este assunto sob as duas perspectivas metodológicas que o mesmo contempla: por um lado, incentivan-
do os gestores e os responsáveis das Administrações centrais e regionais a procurarem formas eficazes de racionalização no uso de recursos, sobretudo em consumos correntes e recursos humanos e, por outro lado, perspectivando a sustentabilidade financeira do SNS, criando um Grupo de Missão precisamente para o estudo do modelo de financiamento. Quanto ao primeiro ponto os resultados que se têm obtido na gestão hospitalar indiciam nítidos e nalguns casos surpreendentes ganhos de eficiência; quanto ao modelo de financiamento, a reflexão está ainda na warm up, aguardando-se com fortes expectativas a conferência do próximo dia 24 para que a mesma arranque e nos clarifique o caminho. Importa desde já antecipar duas esperanças: a) que se reconheça a necessidade de se acrescentar recursos financeiros ao SNS; b) que o mesmo se processe convocando todos os portugueses para, de acordo com os seus rendimentos, contribuírem um pouco mais para aquele desiderato. A alternativa, dramática face aos brandos costumes dos portugueses, passa pela introdução de um package básico de cuidados de saúde (geral, universal e gratuito) e pela definição de mecanismos seguradores complementares para cuidados de saúde não indispensáveis. Será possível obter consensos nesta matéria? l!D
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4 de Dezembro
Hospital de S. João
Hos ita O
Hospital de S. João, no Porto,
~
e S. ºªº
jornadas alertam para esclerose múltipla N
o próximo dia 4 de Dezembro comemora-se o Dia Nacional da Pessoa com
Esclerose Múltipla. A data será assinalada pela
lidera a lista dos cinco melhores
Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla
hospitais públicos nacionais num estu-
(SPEM) com a organização de umas jornadas
do realizado por oito investigadores
subordinadas ao tema "A pessoa com esclero-
da Escola Nacional de Saúde Pública e
se múltipla na famíl ia e na sociedade" .
divulgado pela revista 'Sábado'.
A decorrer em Lisboa e com a duração de
No segundo lugar do '·r anking' ficaram
um dia, estas jornadas têm por objectivo jun-
os Hospitais da Universidade de
tar doentes, familiares, profissionais de saúde
Coimbra (HUC), seguindo-se o Santa
e representantes institucionais envolvidos no
Maria (Lisboa) , o Centro Hospitalar
diagnóstico, tratamento e na prestação de
d a Cova da Be ira (C ovilhã) e, em
cuidados aos portadores da doença para deba-
quinto luga r, o Hospital de Egas
ter remas relacionados com o impacto da
Moniz (Lisboa).
doença nas capacidades físicas e de desem-
O estudo, liderado pelo economista
penho sócio-profissional do ind ivíduo por-
Carlos Cos ta, professor e inves tiga-
tador de esclerose múltipla e no agregado
d o r d a Esco la Na c ion al de Saúde
familiar, relacionados com as opções tera-
Pública, da Universidade Nova de Lis-
pêuticas disponíveis e com a rede institucio-
boa, avaliou um total de 81 hospitais
nal de cuidados existente. m
públicos em Portugal continental. m
Internamento Livro
Exercícios para doentes de fibromialgia
Médicos dizem que taxas são inconstitucionais
O
s médicos da carreira hospitalar pediram a intervenção do Provedor de Jus-
tiça para que este requeira ao Tribunal Constitucional a apreciação e a declaração de inconstitucionalidade das taxas moderadoras
Associação Nacional Contra a Fibromi-
A
dores e de fadiga tornem pouco apetecível a
para os internamentos e cirurgias hospita-
algia e Síndrome da Fadiga C rónica
prática de exercício, quanto menores forem
lares.
(Myos) lança no dia 16 d e Novembro, na
os níveis ·de acrividade fís ica mais se agra-
Na carta dirigida ao Provedor, Nascimento
Fundação Calous te Gulbenkian, o li vro
varão os sintomas dolorosos da doença. Por
Rodrigues, o presidente da Associação Por-
"Fibromialgia em movimento'', da autoria de
isso, a Myos decidiu apo iar a edição de um
tuguesa dos Médicos da Carreira Hospitalar,
Clarissa Biehl Primes e Rira Gomes da Costa.
livro pensado na perspectiva dos do entes
Carlos Costa Alm eida, apresenta várias argu-
Para além dos eventuais componentes far-
fibromiálgicos, da sua realidade e limitações,
mentos e afirma que "esta nova modalidade de
macológicos, diversos estudos demonstram
com exercícios simples, adequados ao
pagamento penaliza economicamente os
a importância da actividade fís ica no com-
ambiente doméstico , que são ensi nados
u tentes que precisam de tratamento por
bate fibromialgia . Em bora a existência de
usando uma complexidade progressiva. m
decisão médica". m
Orçamento
OMS
Nova directora-geral especialista em gripe aviária
Salários congelados e redução de efectivos
O
Ministério da Saúde prevê gastar
O ministro da Saúde, Correia de Campos, pre-
a mesma verba em 2007 com
tende ainda controlar o crescimento da despesa
salários que gastou em 2006. O
mantendo-o abaixo do 1% para chegar ao final
Orçamento de Estado para o próximo ano,
de 2007 com um resultado negativo de quase
na rubrica Despesas com Pessoal, prevê um
60 milhões de euros, reduzindo o défice acu-
valor de 2066 milhões de euros, quando,
A
médica Chan é especialista em saúde
(OMS) escolheu para a sua lide-
materno-infantil e foi pioneira na luta
rança a chinesa Margaret Chan,
contra o vírus H5N 1 da gripe das aves.
funcionária de topo da organização, onde há
A doutora Chan é também especialista em
mulado 280 para 220 milhões de euros.
dois anos era responsável pelo combate à
questões ligadas à pneumonia atípica,
para 2006, a verba prevista foi de cerca de
Esta política de contenção de gastos passa
gripe das aves.
tendo liderado a Direcção Geral de Saúde
dois mil milhões de euros. Ou seja, um cres-
ainda por outras medidas como o aumento
Com 59 anos, nascida em Hong Kong, a
em Hong Kong.
cimento de zero para os gastos com os salá-
zero previsto para os gastos com os meios
rios dos profissionais de saúde que pode
complementares de diagnóstico e tratamento
também significar uma redução nos quadros
(como os exames clínicos). O Governo preten-
de pessoal. É que o Ministério das Finanças
de também reduzir os gastos com medicamen-
já decidiu que todos os funcionários públi-
tos vendidos em farmácia e antecipa uma
cos vão ter um 1,5% de aumento e se a
diminuição da despesa na ordem dos 6,6%
verba para salários na Saúde não aumenta na
passando de uma estimativa de gastos de 1476
mesma proporção, tal facto levará à redução
milhões de euros, este ano, para 1379 milhões
de efectivos, nomeadamente, através da rees-
em 2007. A subida da despesa com medica-
truturação dos serviços da tutela.
mentos nos hospitais continua limitada a 4%
Agentes do sector do Saúde apontam a pouca
e as transferências para os dois hospitais públi-
todo o país pela Associação Nacional dos
margem de manobra que a verba para salários
cos geridos por privados (Amadora-Sintra e
Cuidados Paliativos.
deixa ao Ministério e consideram que as rees-
Cruz Vermelha) descem 3,3%.
As iniciativas incluíram diversas acções de
truturações, a levar a cabo no âmbito do
No agregado da despesa do Serviço Nacio-
divulgação e sensibilização para a temática,
PRACE, e o quadro de excedentes serão a
nal de Saúde há uma previsão de subida de
uma recolha de fundos, exposição e divulga-
possível solução para manter os dinheiros des-
0,8% passando a Saúde a custar 8, 15 mil
ção de livros e folhetos, cursos de formação,
tinados às remunerações sob controlo.
euros em 2007. m
debates e conferências e, ainda, o lançamento
Cuidados paliativas em foco
N
o início de Outubro assinalou-se em Portugal a Semana Nacional dos Cuidados Paliati-
vas com diversas iniciativas realizadas em
(http://www.historiamedicinapaliativa. ubi. pt).
Dia Mundial do Cancro do Cólon e do Recto
A Associação realizou, também, no Porto, o
Hospitais ganham centros de rastreio
ll!D
Semana Nacional
do site sobre a história dos cuidados paliativos
O
Organização Mundial de Saúde
3° Congresso Nacional da problemática que abordou questões como o controlo da dor; o medo dos profissionais; os requisitos para a
Dia Mundial do Cancro do
mais de 300 mil novos casos por ano.
foram o Centro Hospitalar das Caldas da
formação; cuidados na agonia; comunicação e
Cólon e Recto foi assinalado,
Segundo a Sociedade Portuguesa de Endos-
Rainha; Hospitais da Universidade de
conferência familiar; a organização, os avan-
no passado dia 3 de Novem-
copia Digestiva (SPED), promotora da
Coimbra, Hospital Distrital de Castelo
ços na investigação e as necessidades dos
bro, com a apresentação de oito novos cen-
iniciativa, os serviços de gasterenterologia
Branco (Amato Lusitano), Hospital do
doentes em cuidados paliativas; ou os cuida-
tros de rastreio, uma medida que visa dimi-
de oiro hospitais do país foram equipados
Litoral Alentejano, Hospital Garcia de
dos paliativas pediátricos.
nuir a incidência da doença , que é
com o material necessário para a realização
Orta, Hospital Padre Américo (Vale do
Os dois debates realizados versaram sobre os
diagnosticada a oito portugueses por dia.
das colonoscopias, único exame de rastreio
Sousa), Hospital São Marcos (Braga) e Ins-
temas: ''A eutanásia e cuidados paliativas, a
O cancro do cólon e recto é a principal
ao cancro do cólon e do recto (CCR).
tituto Português de Oncologia Francisco
dignidade em fim de vida" e "Morrer fora
causa de morte por cancro na Europa, com
Beneficiadas com os novos equipamentos
Gentil (Lisboa). ll!D
da lei". m
. d a sua pesquisa à saúde. A Pfizer d~1ca t~ ªnasceram até às pessoas Dos que ain~a nao ada Sabemos que cada de idade mais ava~~ m~s específicos mas que . idade pode. ter proé ~omum o desejo de uma a todas as idad: el e plena. Por isso, estamos vida longa, s:ud:~vestigação biomédica, na vanguard d cada vez mais doenças. · do e tratan o prevenin .á alcançados, mas 1 ded"1cação M uitos sucessos foram lam da nossa muitos outros necess1 doenças façam parte do e esforço. Para que as futuro Este é o nosso d e não do nosso . consigo· juntos faremos o futuro. passa o . compromisso •
Porto
Centro Materno-Infantil deixará de ser único á está promo o plano funcional para o
sam "ter de percorrer várias unidades para
urgência, bloco de partos e cirurgia não-
fururo Centro Materno-Infantil do
serem tratadas".
-ambulatória de Ginecologia. O novo edifício
Norte (CMIN), tendo sido entregue ao
De qualquer forma, o projecto n ão deverá
a construir ao lado da Maternidade Júlio Dinis
mistério da Saúde. Mas, de acordo com
avançar ainda no ano 2007, uma vez que o
(em terrenos que, porém, foram cedidos à
informações reveladas pela comunicação
CMIN viu inscrito em PIDDAC apenas cerca
Câmara do Porto), com um cusro previsro de
social, o novo plano deixa de prever um centro
de 700 mil euros, o que, ainda de acordo com
cerca de 37 milhões de euros, irá albergar as
único para a saúde materno-infantil e defende
Fernando Pereira, não será suficiente sequer
consultas externas e serviços como o apoio a
a integração do Hospital Pediátrico Maria Pia
para os projecros requeridos pelas três obras a
crianças com doenças crónicas. Para as instala-
no Santo António.
fazer. Recorde-se que este centro materno-
ções do actual Hospital de Santo António está
Este estudo já foi contestado pela maioria dos
infancil está em fase de estudo há cerca de 20
previsto que sejam transferidos os imernamen-
clínicos do hospital Maria Pia e de São João.
anos tendo já custado ao Estado à volta de 5,6
ros de Pediarria, em quartos com uma ou duas
De acordo com o Fernando Pereira, do Hospi-
milhões de euros só "no papel".
carnas e instalações sanitárias privativas. Para
tal Maria Pia e membro da comissão executiva
O novo plano implica que no edifício da
os terrenos do antigo CICAP, no Hospital de
para a elaboração do plano funcional, este
Maternidade Júlio Dinis fiquem os serviços de
Sanro António, vão a cirurgia ambulatória de
novo projecto implicará que as crianças pos-
medicina materna: Ginecologia, Obstetrícia,
Pediatria e Obstetrícia. rm
Jorge Sampaio à GH l
Tuberculose é doença negligenciada e esquecida O ex-Presidente da República
Gestão Hospitalar - Como é que encarou o
Portuguesa e actual Enviado Especial da ONU para a
convite do Secretário-Geral das Nações Unidas para ser o Enviado Especial da ONU para a Tuberculose?
Tuberculose, Jorge Sampaio,
Jorge Sampaio - Com grande satisfação,
explica à GH qu~l o seu papel no combate a este flagelo mundial que faz cinco mil
empenho e expectativa. Satisfação porque a
Em Portugal, a tuberculose também anda de mãos dadas
cer inúmeros contactos e acumulei assim uma
com a pobreza e o HIV-SIDA,
experiência política a nível internacional que
frisa Jorge Sampaio que já se disponibilizou para ajudar as autoridades nacionais no
pode servir novas causas, continuando desta
se para 2015 - a saber, reduzir para metade as taxas de prevalência e de morte, tendo como referência os níveis de 1990. Para alcançar estes objectivos, conto não só com todo o apoio e assessoria técnica dos departamentos competentes da Organização Mundial de Saúde, como beneficio da sua colaboração na coordenação e na planificação das minhas actividades. Por outro lado, devo ainda acrescentar que, no estabelecimento dos vários contactos, das deslocações e visitas que até agora efectuei, tenho usufruído dos bons
forma a ser útil ao país e a contribuir para a
ofícios da nossa rede diplomática, do Governo
projecção da diplomacia portuguesa no mundo.
e do Presidente da República.
Isto é gratificante. Empenho porque, partindo este convite do
Relativamente às recentes alterações do sector da
Secretário-Geral das Nações Unidas, a minha ção. Ora é sabido o apreço que tenho pelo
Saúde, o Enviado Especial
multilateralismo e, especialmente, pelo papel
sublinha que é preciso acompanhar a mudança dos tempos, embora sem pôr
preponderante que sempre atribui às Nações
que o financiamento da Segurança Social.
tivos da Parceria da Lura Contra a Tuberculo-
meus dois mandatos, tive ocasião de estabele-
combate à doença.
financiamento da Saúde é um problema ainda mais complexo
Tuberculose até 2015'', mas também os objec-
bem conhecido, nos termos da Constituição cabe ao Chefe de Estado. Por isso, durante os
de acesso aos cuidados de saúde. Porém, alerta que
>>> Sem medidas adequadas de contenção de gastos, a percentagem das despesas públicas com Saúde duplicará no PIB até 2050
de actuação de um ex-Presidente. Como é Portuguesa, a representação externa do país
em causa os princípios de equidade e universalidade
sentido de "travar e inverter a incidência da
área internacional é uma das esferas possíveis
vítimas mortais por dia.
11
Em termos de meios, refira-se que os custos relacionados com o exercício destas funções (deslocações por exemplo) são assumidos pelas
acção desenvolve-se no quadro desta organiza-
Nações Unidas.
A situação da tuberculose
1 no mundo é dramática
Unidas na regulação da ordem mundial bem como na solução dos desafios e dos problemas
GH - Qual é a situação actual relativamen-
com uma dimensão global. Agrada-me, pois,
te a esta doença? Quais são as regiões do
participar de alguma forma na afirmação do
globo mais afectadas? Quem são as pessoas
mulrilateralismo no mundo e poder dar um
mais afectadas?
contributo concreto, neste caso, para o cwnpri-
JS - A situação é dramática, por isso a Tuber-
menro das Metas de Desenvolvimento do
nesta área tão exigente representa um estimu-
rio-Geral me telefonou a convidar. Para que
empenho no controlo da Tuberculose, garan-
culose foi declarada uma emergência mundial
Milénio, de que o objectivo da redução da
lante desafio.
serve um Enviado Especial para a Tuberculose ?
tindo o financiamento e a plena aplicação do
pela Organização Mundial de Saúde. E é
tuberculose faz parte.
Antes de mais, serve para fazer aquilo que, em
Plano Global para "Travar a Tuberculose" para
dramática por três razões: primeiro porque
Expectativa, por último, porque na luta contra
GH - Enquanto Enviado Especial, o que
inglês, se diz "political advocacy". Ou seja, a
o período de 2006-2015; contribuir para a
estamos a falar de uma doença curável que, ape-
a tuberculose está em causa roda a questão da
pode fazer no combate a este flagelo? Onde
minha acção, que é essencialmente política,
sensibilização do grande público para o carác-
sar disso, está em progressão (taxa de incidên-
política do desenvolvimento e da cooperação
é que pode actuar? Com que meios?
prossegue três objectivos: contribuir para man-
ter de pandemia global da Tuberculose.
cia global de 1% ao ano). Depois porque, ape-
porque, como é sabido, mas tantas vezes se
JS - É, de facto, uma pergunta que me fazem
ter a questão da Tuberculose na agenda políti-
Em termos mais concretos, trata-se de contri-
sar de ser a segunda doença infecciosa a seguir
omite, a tuberculose está muito ligada à pobre-
muitas vezes. Confesso aliás que foi uma dúvi-
ca internacional; pressionar os líderes mun-
buir para que sejam cumpridas, náo só as
ao HIV-SIDA causadora de mais mortes do
za e ao subdesenvolvimento. Ora, trabalhar
da que me atravessou a mente quando o Secretá-
diais a reforçarem o seu compromisso e
Metas do Desenvolvimento do Milénio no
nosso tempo (1.7 milhões de pessoas por ano,
ou seja 5.000 homens, mulheres e crianças
contra a SIDA, a T B e a Malária e a mobilizar
diariamente), a tuberculose é uma doença
recursos para fi nanciar inteiramente o Plano
negligenciada e esquecida.
Global para Travar a TB . Lembrarei ain da o
Em terceiro lugar, porque a tuberculose forma,
desenvolvimento de mecanismos de financia-
com a pobreza e o HIV-SIDA um triângulo
mento inovad ores para aumentar os recu rsos
vicioso que se auto-alimenta e reproduz. Por
necessários ao desenvolvimento. Lembrarei,
exemplo, dos 40 milhões de pessoas que, no
por último, as iniciativas levadas a cabo pelo
mundo inteiro, vivem com HIV-SIDA, um
sector das fundações, das empresas, das associa-
Ban Ki-moon - uma esperança
terço contrai tuberculose e entre os co-infecra-
ções das ONGs e da filantropia.
Bill Gates - um homem de visão
dos, 90% morre poucos m eses d epois. Por
Alvos ... António Damásio e Sobrinho Simões dois investigadores de primeira água, de que Portugal se deve orgulhar Kofi Annan - um defensor da Paz, dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento, um amigo de Portugal
isso, a tuberculose é a principal causa de morte
GH - Quem tem ºdado a cara" publicamen-
das pessoas que têm HIV-SIDA. Em relação às
te são figuras públicas e dirigentes de orga-
regiões mais afectadas, África é sem dúvida a
nizações internacionais, muitas vezes liga-
região com o maior fardo mundial de TB per
das à alta finança. O poder político está a
capita. Esta siruação é tanto mais insustentável,
faltar à chamada?
porquanto, apesar de contar apen as com 11o/o
JS -
da população mundial, África contribui com
dinâmica que se tem desenvolvido e que repou-
cerca de 25% dos casos de Tuberculose. Naque-
sa numa participação muito mais activa do
la região, a incidência da Tuberculose está a
sector p rivado, empresarial e associativo em
aumentar aproximadamente 4% por ano, ali-
causas públicas como a da luca contra as doen-
mentada pela epidemia do HIV-SIDA. Trinta
ças in fecciosas.
Não, n ão creio. Apenas há uma nova
e quatro de 46 Estados da região africana apresentam uma taxa de prevalência da Tuberculo-
GH - Que papel poderão ter as ONG?
se de 300 casos por 100,000 habitantes.
JS - Um papel fundamental que, sem se sub-
Em termos mais gerais, deve sublinhar-se ainda
stituir à acção que compete aos Governos e aos
que há 22 países em que a situação da tuber-
Estados, contribui para que os resultados finais
culose é particularmente grave, concentrando
sejam m ais satisfatórios para o d oente. As
80% dos nove milhões de novos casos detecta-
O NGs podem desenvolver uma acção supletide habitação, d e ventilação, de saneamento e,
têm-se queixado da falta de apoios interna-
vados ou de solidariedade social têm prestado à
va e complementar muito im portante, n ão só
sobretudo, pela má nutrição.
cionais para combater a doença, bem como
promoção da saúde pública. Em segundo lugar,
a nível da prevenção das doenças e na ed uca-
O círculo vicioso entre
Por isso, os obstáculos para conseguir contro-
a SIDA. Acha que os países ricos têm feito
os países industrializados têm vindo a aumentar
ção para a saúde, mas também no plano da
a pobreza e doenças como
lar a Tuberculose nos países em d esenvolvi-
pouco, ou nada, na ajuda internacional a
as suas co ntribuições para o financiamen to da
melhoria d a qualidade de vida do doente, q ue
a tuberculose tem
mento são enormes.
este nível?
luta contra as doenças infecciosas como a Sida,
é afinal o mais im portante.
Mas este círculo vicioso entre a pobreza e as
JS - Eu creio que importa sublinhar que tem
a Tuberculose e a M alária. Um Fundo Global
doenças como a Tuberculose tem de ser quebra-
havido progressos significativos, mesmo se
para as três doenças foi mesmo criado. Agora é
GH - E a Indústria Farmacêutica poderá
do. É menos dispendioso quebrar este círculo
ainda amplam ente insuficientes.
óbvio que os recursos disponíveis são ainda insu-
fazer mais e melhor?
GH - Acha que a tuberculose é mais fácil de
silencioso do que alimentá-lo com mais mortes,
Em primeiro lugar, as questões da Saúde estão
ficientes, mesmo se têm vindo a aumentar assim
JS - A meu ver, pode efectivamente fazer mais
controlar no dito mundo civilizado do que
mais pessoas doentes e mais famílias pobres. Nos
hoje solidamente inseriras na agenda global do
como as próprias fontes de financiamento, as
e melho r. Por exemplo , poderia contrib uir
nos países em vias de desenvolvimento?
países em desenvolvimento, as doenças como a
desenvolvimento, sendo a Saúde cada vez mais
quais se têm vindo a diversificar.
mais do pon to de vista financeiro para a inves-
JS - Sem dúvida, porque nos países em vias de
Tuberculose têm um efeito sócio-económico
encarada como um Bem Público G lobal. A
Lembrarei a este propósito alguns exemplos, de
tigação.
d esenvolvimento as carências são brutais e
devastador, minando a sua sustentabilidade do
tomada de consciência da vertente transversal,
que destaco o lançamento, em Janeiro últi-
existem a todos os níveis. Ninguém ignora,
desenvolvimento a longo prazo. Ignorar os pro-
transnacional e global da saúde pública tem-se
mo, do Plano G lobal para Travar a T B para o
GH - Acha q ue os avanços científicos e os
d e facto, que a infecção da Tuberculose se
blemas agora, é tornar a sua solução futura
manifestado claramente na crescente atenção
período de 2006-20 15. Lembrarei também a
novos medicamentos que estão em inves-
transmite mais rapidamente em situações
ainda mais dispendiosa e improvável.
que, não só as organizações sectoriais alheias à área
Cimeira d o G -8, realizada em São Petersbur-
tigação podem vir a contraria r, a m édio
da saúde - como o Banco M undial, as N ações
go, em que se assumiu o comprom isso de
prazo, a disseminação da tuberculose mul-
Unidas ou o G-8 - , mas também os sectores pri-
continuar a apoiar o Fundo Global para a Luca
tiresistente no mundo? Está confiante?
dos em 2004.
de ser quebrado
ambientais de risco, caracterizadas pela pobreza, pela sobrepopulação, por más condições
GH - Em África, por exemplo, os PALOP's
Curriculum Vitae Jorge Sampaio >
Estudos secundários nos liceus Pedro Nunes e Passos Manuel, em Lisboa
>
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
>
Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório
>
Deputado Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa
>
Membro Secretariado Nacional do PS
>
Membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista
>
Secretário-Geral do Partido Socialista
>
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
>
persistência de algumas bolsas de pobreza que
das, em Portugal, m edidas adequadas de
Na área da tuberculose, vivemos hoje com
favorecem o desenvolvimento da tuberculose e,
contenção dos gastos, a percentagem das des-
vacinas que têm mais de duas décadas. Há
por último, ao facto de nos termos tornado nos
pesas públicas com saúde no PIB quase dupli-
progressos consideráveis a fazer nesta área,
últimos anos num país de imigração.
cará até 2050.
Presidente da República de 1996 a 2006
Acredito, porém, que muitas das decisões toma-
tanto mais que as novas formas de tuberculose resistente, multiresistente e extremamente
GH - A imigração e emigração podem
das em áreas tão diversas como os cuidados de
resistente tornam urgente que se redobrem os
contribuir para o aumento e disseminação
saúde primários, a reorganização dos serviços
esforços na procura de novas vacinas.
da tuberculose?
de urgência hospitalares, a empresarialização de
JS - Pode claro, mas devem ser evitada amál-
hospitais, o incentivo à utilização de medica-
GH - Em Portugal, cerca de 20% da popu-
gamas que só alimentam atitudes racistas, dis-
mentos genéricos, o controlo da inovação tec-
lação está afectada pela doença. É causa
criminatórias e xenófobas.
nológica, permitam ganhos de eficiência signi-
Fundador da "Intervenção Socialista"
>
>
JS - Quanto a isso, não tenho muitas ilusões.
para alarme? É o regresso ao século XIX?
ficativos.
JS - Atenção: só uma percentagem m ínima
Em terceiro lugar, porque as despesas privadas
da população infectada desenvolve efectivamente a doença. De facto, em geral apenas 1 em cada 1O pessoas infectad as pelo bacilo da tuberculose desenvolve activamente a doença. Por isso, este indicador n ão me parece
dos cidadãos pagas a entidades privadas repre-
A Indústria Farmacêutica devia contribuir mais do ponto de vista financeiro para a investigação
sentam já cerca de 24% da despesa total em saúde, ou seja, os portugueses recorrem e pagam a prestadores privados valores financeiros relevantes. Mas os pagamentos directos dos cidadãos a entidades públicas prestadoras
muito pertinente.
GH - Na Europa assiste-se a mudanças
não chegam a 1% do financiamento global, o
GH - Em Portugal, que medidas se podem
significativas na estrutura dos cuidados de
que me permite afirmar que a querela das taxas
tomar? E a que nível? Quem deve agir?
Saúde.A fórmula "tendencialmente gratu i-
moderadoras deve ser reduzida a esta mínima
JS - Já afirmei várias vezes que a minha função
ta" está a dar lugar a uma visão mais eco-
expressão, sem prejuízo da sua finalidade.
não é de todo interferir com a acção dos gover-
nomicista da Saúde. Concorda com estas
Mas chamo a atenção para a impossibilidade de
nos nacionais nem com as políticas d e saúde
mudanças?
se conseguirem milagres e não tenho conheci-
dos países. Nas conversas que tenho mantido
JS - H á que adaptar o sistema aos nossos tem-
mento de que os governos de outros países da
com os responsáveis nacionais tenho sempre a
pos sem desvirt uar princípios fundamentais
OCDE, com sistemas de saúde de matriz
preocupação de inverter a questão, colocando
que são a equidade e a universalidade do aces-
semelhante à nossa, tenham conseguido encon-
o exercício dos meus bons ofícios ao serviço das
so aos cuidados de saúde.
trar uma fórmula milagrosa que não passe por
necessidades em matéria de luta contra tuber-
Quanto à questão do financiamento da Saúde,
um esforço complementar dos contribuintes ou
culose, ecoadas pelos próprios países.
constitui um dos problemas mais sérios que se
dos utilizadores ou de ambos.
No caso de Portugal, parece-me que existe
coloca ao País - não só ao Governo - e, do meu
Por isso, sou favorável a que se discutam estas
uma consciência política forte do problem a
ponto de vista, é ainda mais complexo e grave
questões com grande transparência, apoiadas
da tuberculose; dispomos também de um plano
do que o financiamento da Segurança Social.
por investigação independente, porque as pes-
nacional que está a ser implementado.
Em primeiro lugar, porque as despesas totais
soas compreendem que devemos questionar
Porventura a opinião pública não está muito
em saúde, que hoje já representam, em Portu-
cientificamente as condições de um presente
sensibilizada para a questão da tuberculose e tal-
gal, cerca de 10% do PIB, crescem a um ritmo
em constante mutação.
vez nesse âmbito haja um amplo campo de
muito superior ao da riqueza produzida, o que
A actual situação económica e financeira
acção - por exemplo, o "Correio da Manhã"
coloca, só por si, em causa a sustentabilidade
implica custos a curto prazo para se poderem
teve uma iniciativa neste domínio que consi-
do seu financiamento. E os factores que deter-
obter vantagens a médio e longo prazo. Daí
dero notável.
minam o crescimento dos gastos com cuidados
que seja conveniente explicar bem a necessi-
De facto, em Portugal a situação está ligada,
de saúde - o envelhecimento da população, a
dade e a finalidade das medidas de política e
como acontece em outros países europeus, por
inovação tecnológica, o crescimento do rendi-
procurar minimizar e repartir equitativamen-
um lado, ao aumento da incidência da co-
mento das pessoas - são, por si só, inelutáveis.
>>> 0 Enviado Especi al da O NU defe nde que a necessidade das med idas da política de Saúde deve ser
infecção HIV/SIDA-Tuberculose, por outro, à
Em segundo lugar, porque, não sendo adopta-
bem explicada s
te os sacrifícios que estas medidas possam implicar.
11111
17 .
Grávidas
Deficiência de vitamina E causa asma
A
s crianças cujas mães registaram baixos níveis de vitamina E enquanto esàveram grávidas, têm cinco v~
1
Tuberculose
Alerta mundial contra doença resistente
U
m alerta mund ial contra novas
dade urgente de uma investigação aturada
formas de tuberculose altamente
para avaliar a expansão destas estirpes resis-
res isten tes aos medicamentos
tentes de tuberculose, para melhorar os méto-
d ecectadas recentem en te foi lançado pelo
dos de diagnóstico da doença e do seu nível
''.Arnerican Journal of Respiratory and Critica!
"British Medical Journal" .
de resistência aos medicamentos.
Care Medicine", sublinham que é muito impor-
O s investigadores, autores do artigo, apelam
Já fo ram decectadas estirpes d iferentes de
tante para as mulheres grávidas que estas asse-
à tomada de acções para evitar a sua propa-
tuberculose muito resistente na Europa, Ásia
gurem os correctos níveis de vitamina E, já que
gação mundial.
e América do No rte e do Sul.
está estreitamente ligada ao correcto desenvol-
O s au tores afirmam q ue uma intervenção
Recorde-se que, em Maio, o Secretário-Geral
vimento dos pulmões do feto, sobretudo nas
urgente é necessária para implementar estra-
das Nações Unidas, Kofi Annan, nomeou o
primeiras 16 semanas de gestação.
tégias efectivas de controlo da tuberculose
antigo presidente da República Portuguesa,
Os cientistas da Universidade de Aberdeen já ti-
especialmente em países onde esse controlo
Jorge Sampaio, enviado especial d a ONU
nham, anteriormente, alertado para uma relação
tem sido ineficaz.
d urante dois anos para lutar con tra a tuber-
entre a falta de vitamina E das gestantes e a
Os responsáveis defendem aind a a necessi-
culose. rm
mais hipóteses de contrair asma, revela um estu-
do de cientistas da Universidade de Aberdeen, na Escócia. Os cientistas, cujo estudo foi publicado no
pieira em crianças com dois anos de idade. Agora estenderam o escudo às crianças com
Farmacoeconomia
cinco anos. A equipa estudou 1.861 mulheres grávidas durante cerca de cinco anos. rm
Barcelona
Envelhecimento e problemas de coração
N
o início de Setembro, realizou-se
tem 60 ou m ais anos. Prevê-se que, em 2050,
em Barcelona o
esse número aumente para os 32%, de acordo
)0/
Congresso
Mundial de Cardiologia, organi-
com dados das Nações Unidas.
Maus métodos estatísticos prejudicam avaliação
e
om as crescentes exigências feitas
cientistas da Escola de Medicina da Univer-
aos limitados orçamentos dos sis-
sidade da Pensilvânia e do Instituto de Eco-
temas de saúde e a necessidade de
nomia da Saúde Leonard D avis fez uma aná-
controlar o rápido aumento com as despesas
lise dos dados económicos ao longo do
zado pela Federação Mundial do Coração e pela
N a Alemanha, a média de idades ronda os
médicas, a adopção e a difusão de novos tra-
processo clínico e comparou-os com dados
Sociedade Europeia de Cardiologia. O tema foi
42, 1 anos, o que significa que metade da popu-
tamentos méd icos ou medicamentos depende
anteriores, tendo descoberto que a qualida-
a preocupante relação entre o aumento das
lação está acima dessa m édia. Em 1950 essa
cada vez mais das provas de uma boa relação
de dos m étodos estatísticos melhorou bas-
doenças cardiovasculares e o envelhecimento
média era de 35,4 e em 2050 será de 47,4. Em
custo/ benefício. E esta avaliação surge na
tante, embora um número sign ificativo de
progressivo da população.
Itália, a m édia de idades já é de 42,3 anos,
sequência da análise estatística da informa-
estudos continue a utilizar métodos de má
Doenças coronárias e cardiovasculares ou hiper-
quando em 1950 era de 29. E prevê-se que
ção económica recolhida em pontos do trata-
qualidade.
tensão são apenas algumas das consequências
dentro de 50 anos atinja os 52,5 anos. No
mento clínico através de testes aleatórios.
Um em cada cinco estudos não realizaram
apontadas pelos congressistas que sublinha-
Japão verifica-se que a m édia actual é de 42,9
Embora, nos últimos anos, se tenham regis-
um tes te estatístico para a comparação de
ram ainda a necessidade de cuidados de saúde
anos, quando há 50 anos atrás era de 22,3 e
tado significativas melhorias nos métodos
custos e, no encanto, reclamaram resultados
diferenciados dos idosos, tendo em mente que,
dentro de cinco décadas as Nações Un idas
estatísticos de análise, ainda há muito que
em que analisavam a relação custo/ benefício
nos países desenvolvidos, 20% da população já
prevêem que atinja os 52,3 anos. rm
fazer. Um escudo recente realizado por dois
ou redução de custos. rm
Estilos de vida
14 de Novembro
Dia Mundial da Diabetes
N
o próximo dia 14 de Novembro
Portugueses mais doentes do coração Estudo global, realizado em
celebra-se o Dia Mundial da
conjunto por especialistas e
Diabetes, uma doença que afec-
responsáveis da indústria
ta mais de 200 milhões de pessoas em todo
o mundo. Muitas destas pessoas não recebem a atenção e os cuidados de saúde de que necessitam e foi por isso que a Federação Internacional de Diabetes escolheu 2006 como o ano dos doentes em desvantagem e vulneráveis. Com o slogan "Tratamento da diabetes para todos", o Dia Mundial da Diabetes 2006
farmacêutica, vai dar indicadores sobre a realidade nacional.
O
registo cada vez mais acentuado de acidentes cárdio e cerebrovasculares nos portugueses tem vindo a
preocupar, naturalmente, os técnicos ligados a
tem como objectivo alertar para a doença as
essa área, desde os cardiologistas aos neurologistas.
comunidades e grupos, tanto nos países
Perante esta realidade insofismável, provocada
desenvolvidos como em desenvolvimento,
essencialmente pelo sedentarismo crescente e os
com dificuldades de acesso aos cuidados
estilos de vida que, definitivamente, se adulte-
porque se encontram à margem dos siste-
raram, calcula-se, por defeito, em 3 milhões os
mas de saúde.
hipertensos e quase em 70% os portugueses
ll!D
com hipercolesterolemia, bem como em mais de meio milhão os diabéticos, 20% de obesos
Alzheimer
e 20% de fumadores.
Sumos ajudam a combater doença
O problema, cuja dimensão está agora a atingir proporções incalculáveis há uma dezena de anos, assume ainda maior alarme junto dos responsáveis devido ao facto de só 11 % dos
m vasto escudo epidemiológico,
objecto de debate de umas Jornadas Ibéricas,
hipertensos estarem sob vigilância médica, ou
marcadas para dia 16 e 17 de Novembro, a
seja, com controlo dos elevados valores acusa-
miológico que pretende conhecer a prevalência
tores de risco cardiovascular (hipercolesterole-
divulgado pelo "American Journal of
ter lugar na cidade espanhola de Almeirim.
dos.
de faccores de risco cardiovasculares entre os
mia, tabagismo, obesidade, diabetes, sinais de
Medicine", revela que as pessoas
Organizadas conjuntamente pela Associa-
doentes portugueses com hipertensão arterial.
lesões nos órgãos alvo, inactividade física, histó-
que bebem três ou mais vezes por semana sumos
O certo é que com uma morbilidade por todos
ção Portuguesa de Familiares e Amigos de
reconhecida, a doença cárdio-cerebrovascular
Este estudo, que decorrerá até Abril de 2007, vai
ria familiar em termos de acidentes cardio-
de frutas ou vegetais reduzem em 76 por cento o risco de contrair a doença de Alzheimer quan-
Doentes com Alzheimer e a Associação
continua, em Portugal, a ser uma das princi-
ter lugar nos Centros de Saúde de Cuidados
cerebrovasculares, avaliação do ECG-LVH e
Nacional de Alzheimer de Espanha (AFAL
pais causas de anos perdidos de vida e um tre-
Primários de todo o país e Regióes Autónomas,
microalbuminuria ou proceinuria), os quais
do comparado com aqueles que bebem menos de
Contigo), estas primeiras jornadas ibéricas
mendo desafio de Saúde Pública que urge reco-
envolvendo 240 médicos e 3600 doentes hiper-
em presença simultânea representam um risco
uma vez por semana. Os investigadores seguiram
debaterão temas como os primeiros sinais
nhecer e, mais do que isso, modificar.
tensos.
particularmente significativo de eventos car-
um grupo alargado de sujeitos na população
de alarme, o diagnóstico e o acompanha-
Através das respeccivas consultas e com um
diovasculares, merecedores, por isso, de um
idosa japonesa a viver no Japão, Havai e na cida-
mento, o papel do enfermeiro ou as novas
Iniciativa
formato que engloba 15 doentes em cada uma
acompanhamento mais particularizado.
de norte-americana de Seattle, para detectar
técnicas de neuroimagem. Um tema que vai
Desta forma, a Sociedade Portuguesa de Ate-
dessas unidades, seleccionados de forma aleató-
Trata-se de uma iniciativa pioneira em Portu-
sinais de Alzheimer ou demência vascular. O
certamente provocar o interesse da população
rosclerose, com o apoio dos Laboratórios Pfuer,
ria, vai ser avaliada, pela primeira vez em Por-
gal que poderá, no futuro, modificar a accual
projecto, denominado "Ni-Hon-Sea" acom-
em geral, e dos amigos e familiares dos
em parceria com a Key Point, vai iniciar já no
tugal, de maneira organizada, a percentagem de
panorâmica das doenças que hoje constituem a
panhou os sujeitos durante 10 anos.
doentes de Alzheimer em particular.
próximo mês de Dezembro um Estudo Epide-
doentes hipertensos que aparentam outros fac-
maior causa de morte no país.
A doença de Alzheimer vai ser também o
U
ll!D
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21
l
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•
Estudo
Workshop
Portugueses conhecem riscos dos antibióticos
Enfermeiros debatem Farmacovigilância
A
Farmacovigilância foi o tema de um 'workshop' realizado no passado dia 11 de Novembro, em
Cascais. D irigido, sobretudo, a enfermeiros a iniciativa foi organizada pela Amgen,
empresa de biotecnologia, com o apoio da
O
s Laboratórios Pfizer realizaram
Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos.
possibilidade de desenvolvimento de resis-
Sociedade Portuguesa de En fermagem
um estudo para avaliar o conhe-
Sob o tema "Antibióticos: Use-os de forma
tências bacterianas: "Nem sempre os anti-
Oncológica e da Associação Portuguesa de
cimento que os portugueses têm
adequada", faz um apelo à adesão à terapêu-
bióticos são o melhor remédio, mas quando
Enfermeiros de Diálise e Transplantação.
dos riscos da toma de antibióticos. o estudo
tica prescrita pelo médico e às instruções
não tem outro remédio: cumpra o trata-
Os participantes debaterão a importância da
permitiu confirmar que, após dois anos da
deste e do seu farmacêutico para reduzir a
mento até ao fim". rm
monitorização contínua dos medicamentos,
campanha "Antibióticos: Use-os de Forma
o papel do enfermeiro no Sistema Nacional
Adequada", 60% dos portugueses já sabe
de Farmacovigilância, a detecção e avaliação
que, em caso de gripe, a terapêutica mais
das reacções adversas de um medicamento,
adequada não é o uso de antibióticos. Em
em diferentes áreas terapêuticas, como nefro-
2005, apenas 48% sabia que não era ade-
logia, dermatologia, hematologia , entre
quado o uso de antibióticos para tratamento
outras .
da gripe.
Através da Farmacovigilância é possível acom-
Na toma de antibióticos 52% dos portu-
panhar e analisar a correcta utilização de um
gueses fá-lo até ao fim da embalagem. Neste
medicamento, por forma a minimizar o risco
momento 16% já sabe que se não efectuar a
de ocorrência de reacções adversas, contri-
toma até ao fim diminui a eficácia futura do
buindo para a segurança dos doentes. rm
medicamento. Contudo, Portugal está no topo da lista dos países da União Europeia que mais antibióticos consomem. O nosso país está em quarto lugar e integra o grupo de seis países da Europa que mantém esta tendência continuada de elevadas Doses Diárias Definidas de antibióticos por habitante e dia, juntamente
Livro
Crianças mal alimentadas crescem adultos obesos
A
s crianças que se alimentam mal,
cil de perder em resultado da má alimentação
na altura em que as células se estão
tida na infância.
a dividir, vão acumular mais célu-
As au toras do livro são as Mestres Maria de
antibióticos em ambulatório.
las gordas e têm m ais p robabilidades de cres-
Lourdes Modesto e Maria da Graça Castelo
No passado dia 8 de Novembro arrancou a
cer como adultos obesos ou com peso a mais.
Lopes, que apresentam uma selecção de
terceira fase da campanha de educação, infor-
Este foi o alerta deixado pelo profes sor Fer-
receitas das autoras, "amigas do coração",
mação e sensibilização públicas para o uso
nando Pádua, n um d ebate q ue assinalou o
além de tabelas e conselhos n utricionais
correcto dos antibióticos realizada pelos Labo-
lançamento do livro "À Mesa com o Cora-
dad os pelo p róprio INCP. As receitas de
ratórios Pfizer, em parceria com o Ministério
ção".
pratos típicos portugueses são confecciona-
da Saúde (com intervenção do INFARMED
Fernando Pád ua, autor do prefácio da ob ra,
das com baixo teor de gordu ra, pouco sal e
e da Direcção Geral da Saúde), a Ordem dos
explicou q ue esse peso será mu ito mais difí-
pouco açú car. rm
com a Grécia, a Croácia, a Irlanda o Luxemburgo e a Dinamarca. Além disso, está também em quarto lugar no consumo global de
Testemunho
dor das regras de utilização, e com os instru-
•
Homenagem simples ao ·sr. Fernando San1
mentos adequados, para desinfectar as salas, as enfermarias, o laboratório, todos os edifícios, para, de seguida, com muito profissionalismo, limpar os materiais e guardá-los de novo.
C
onheci o Sr. Fernando Sani há
Foi no período da cólera que ocorreu no ano
cerca de quatro anos, nas nossas
passado, durante meses, que este homem se
actividades no Hospital Nacional
revelou ainda mais aos meus olhos: incansá-
Simão Mendes (HNSM), em Bissau. Não
vel, encaminhava os doentes para a enferma-
são muitos anos se considerarmos que os
ria, de noite e de dia, entregando-os ao pes-
homens vivem muitos mais; todavia, foram
soal de enfermagem; solícito e zeloso, ia
os suficientes para construirmos uma sã
buscar os soros e outros produtos de hidrata-
convivência, e para eu me aperceber que esta-
ção oral para aplicação e tratamento dos
va lidando com um homem superior. Duran-
doentes; imperturbável face ao cheiro provo-
te estes anos, tive oportunidade de colher
cado pelas diarreias, caminhava pela enferma-
dele: a humildade intelectual - ele que era
ria para acudir a um ou outro doente; atento
um homem viajado e culto; a solidariedade -
às informações e ensinamentos que a equipa
ele que partilhava o magro salário que auferia
de médicos sem fronteiras lhe indicavam, e
com muitos familiares e amigos; a bondade -
que nele viam profissional conhecedo r e
que dele irradiava através dos actos praticados
interveniente, escutava as orientações técnicas
junco dos que ainda eram mais carenciados; a
para as pôr em prática.
educação fina - que dele brotava em gestos
O Sr. Sani veio, um dia, dizer-me:
de simpatia de homem habituado a falar
- Amigo, estou muito cansado.
"nhô" ou "nhá" quando tratava com alguém,
E eu li-lhe no rosto esse cansaço.
homem ou mulher, que lhe merecia respeito
Com outros amigos, visitei-o ao
segundo as tradições da Guiné-Bissau, a sua
longo das semanas que sobreviveu.
Pátria, a Pátria de Cabral (como ele dizia).
Mas sempre um leve sorriso lhe
Um "homem grande".
esmorecia a face magra à medida que
Muitas vezes conversámos de diversos assun-
a doença o fustigava.
tos, e havia sempre alguma novidade que me
Da última vez, apenas balbuciou o
surpreendia agradavelmente.
meu nome.
Além destas características pessoais, o Sr. Fer-
Cá fora, eu chorei . Chorei pelo
nando Sani tinha qualidades profissionais
Homi Garandi. Pelo Amigo.
que é mister realçar.
Que os Deuses, o teu e o meu, Que-
Assumindo a chefia do sector de saneamento
rido Amigo, te coloquem no lugar
do HNSM , detinha conhecimentos que o
mais bonito que existe nos céus, pois Fernando Sani, mereces como poucos.
colocavam no lugar cimeiro da profissão:
tu,
dominava os conceitos de higiene e limpeza
Obrigado, meu Amigo, por aquilo que me
que deveriam ser praticados; sabia dirigir os
ensinaste, nesta Terra que não é m inha, mas
funcionários que lhe estavam adstritos com
que aprendi a amar através das crianças, dos
palavras amigas e não com modos agrestes;
homens e mulheres que sempre têm um sor-
era capaz de dar o exemplo carregando às
riso de esperança.
l!ll
costas - admito que já cansadas pelo sofrimento - o pulverizador e, protegido e sabe-
Bissau, Abril de 2006
•
25 '. '
Relatório
S.A. têm o maior défice
O
Tribunal de Contas (TC) analisou
ciação Portuguesa dos Administradores Hos-
tenha o nível deficitário a situação dos hos-
os modelos de financiamento e
pitalares, citado pelo "Correio da Manhã", é
picais pode "exigir um financiamento líqui-
gestão dos hospitais do sector
"evidente que não houve um grande contro-
do deste subsector por parte do Estado" que
empresarial do Estado entre os anos de 2001 e
lo na gestão hospitalar" e o relatório demons-
"poderá conduzir a um eventual agravamen-
2005, tendo concluído que, embora a eficiên-
tra que o modelo dos hospitais S.A. "falhou".
to do défice das administrações públicas na
cia e qualidade tenham melhorado, os défices
O Tribunal deixou um alerta, caso se man-
perspecciva das contas nacionais" . an
e o endividamento continuaram a aumentar. O TC apresentou uma avaliação arrasadora da gestão dos 31 hospitais S:A. Estas unidades de saúde receberam 898 milhões de euros, em 2003, quando passaram a sociedades anónimas. Contudo, este reforço de verbas - para além do financiamento anual - não foi o suficiente. Sete hospitais recorreram a empréstimos à Banca e o endividamento ascendeu a 16,4 milhões de euros. No final de 2003 aquelas unidades hospitalares apresentaram um saldo negativo de 116 milhões de euros, enquanto no ano anterior - quando eram hospitais públicos - o saldo era positivo, de nove milhões de euros. Para Manuel Delgado, presidente da Asso-
Consultas
Gravidade dos casos dita marcação electrónica
O
Governo vai estender o SIMPLEX à
pelos centros de saúde que pressupõe o envio, por
Saúde criando a possibilidade das consul-
via informática, da informação clínica do doen-
tas hospitalares poderem ser marcadas electro-
te para a unidade hospitalar.
nicamence a partir dos centros de saúde, consoan-
A informação será enviada pelo médico de famí-
te a gravidade dos casos. O Programa de
lia do doente e será recebida por um profissional
Simplificação Administrativa e Legislativa, que
que fará imediatamente a triagem da sua urgên-
fora anunciado em Março, irá abranger, numa
cia marcando a consulta hospitalar em conso-
primeira fase, nove hospitais e será alargado a
nância. O Executivo está convencido que a medi-
todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde
da poderá combater as listas de espera das consultas
no próximo ano. O projecco assenca no desen-
de especialidade e as associações de utentes saúdam
volvimento de um sistema eleccrónico de mar-
a iniciativa, embora com algumas reservas, uma vez
cação de consultas de especialidade accionado
que duvidam da sua eficácia.
11111
Solar dos Presuntos
e
Saber e sabores minhotos
N
minhota; cabrito à Monção; caril de lagosta e
sapateira recheada. Já nas sobremesas e para ape-
gambas, paelha de marisco, arroz de lavagante ao
nas citar alguns exemplos, pode optar por um
momento e descascad o.
merengue de chocolate, pão de ló de Monção, ou
O cabrito no forno à Monção e as pataniscas de
ainda uma "nuvem com creme".
bacalhau com arroz de feijão malandrinho vale-
Entre os frequentadores do Solar dos Presuntos
o coração da baixa lisboeta, mais
bem tradicional e olhar com atenção para as
Evaristo Cardoso foi cozinheiro da Federação Por-
ram ao Solar dos Presuntos os prémios atribuí-
é usual encontrar ministros e ex-presidentes da
precisamente na famosa Rua das
paredes literalmente cheias de fotografias e cari-
tuguesa de Futebol e da nossa selecção durante
dos em 2001 pelo Juri do Concurso Gastronó-
República. Destacam-se ainda grupos que se reú-
Portas de Santo Antão, está ores-
caturas da autoria de Jorge Rosa e Aniceto Car-
17 anos.
mico de Lisboa - "o melhor prato principal
nem semanalmente no Solar. São "Os empata-
taurante Solar dos Presuntos. Com nome feito e
mona. No Solar dos Presuntos há uma sala dedi-
Embora sócio de outros clubes, o responsável do
tradicional do país" - tendo ainda ganho a meda-
dos da vidà', como está referenciado num quadro
reconhecido, este espaço é frequentado por polí-
cada a Armando Cortês e aos seus 50 anos de
Solar dos Presuntos confessa que é o Sporting o
lha d e ouro no Concurso Gastronómico do
exposto numa das paredes do Solar, e que têm
ticos, artistas, actores, escritores, jogadores de
carreira no teatro. Uma homenagem ao amigo,
seu clube do coração, uma paixão que partilha
Vinho do Porto, também em 2001.
direito a mesa própria e do grupo fazem parte
futebol, entre outras figuras de uma lista muito
diz-nos Evaristo Cardoso dono do restaurante, de
com o filho.
Voltando ao menu. Nas entradas, pode escolher
Baptista-Bastos, Eugénio Alves, Fátima Campos
mais longa.
onde resultaram amizades com pessoas de vários
E vamos ao menu. Apenas algumas iguarias para
entre uma vieirinha recheada à Rei Luís; cogu-
Ferreira, Fernando Dacosra, Mário Zambujal,
O convite é para se perder neste restaurante,
quadrantes. Principalmente do futebol. É que
abrir o apetite: feijoada de marisco; cozido à
melos à la Guillo; espargos com presunto ou
José Manuel Saraiva, entre outros.
lllD
PROGRAMA
CONGRESSO NACIONAL DOS HOSPITAIS
Quinta-feira, 16 de Novembro 15:00- 15:30 Abertura do Secretariado 15:30- 17:30 1. O rganização e Gestão Hospitalar - Novas Experiências Mode rador : Jorge C orreia (Ante na 1) Comentador: Manuel Antunes (HUC) Palestrantes: Daniel Ferro/Teresa Sustelo (CH L) Isabel Vaz (Hospital da Luz/ESS) Fe rnando Sollari Allegro (HGSA) Manuel António (IPO Coimbra) 18:30-20:00 Porto de Honra, Hotel Tivoli Tejo Co nferênc ia: Administradores Hospitalares - o Percu rso de uma Profissão; Fernanda Dias (Administradora Hospitalar)
Sexta-feira, I 7 de Novembro 08:30-09: 15 Abertura do Secretariado 09: 15-09:45 Sessão de Abertura: Pensar o Presente, Realizar o Futu ro; Secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos
Pensar o presente, realizar o futuro apdh Associação Portuouesa para o Desenvolvimento Hospitalar
09:45- 1 1:00 11. Gestão da Informação, do Co nhecimento e da Inovação Mode rador: Jo sé Carlos Lopes Martins UMS) Palestrantes: Pedro Ferreira (FE/UC) João Lobato (ESTeSL) Victor Raposo (FE/UC) 1 1:00- 11:30 Coffee Break 1 1:30- 13:00 111. Co ntrat ualização, Financiamento e Eficiência Hospitalar Moderadora: Ana Escovai (APDH) Palestrantes: Enric Agustí i Fabré (CatSalut - Catalunha) Pedro Brito (UL) Ped ro Lopes (HUC) 13:00- 14:00 Almoço
Hospitais em Congresso
14:00- 15:45 IV. Hospital, Ensino e Investigação Mode rador : António Arnaut (Advogado) Comentadores: António Rendas (FCML) Costa Al meida (APMCH) Arminda Mendes Costa (ESECP) Palestrantes: Alberto Amaral (CIPES/UP) Cármen Ayuso/Victoria dei Pozo (CAPIO ) Carlos Pereira Alves (FCML)
de Tecnologias da Saúd e, na Expo.
comemora, tendo a direcção da associação
15:45- 16:15 Coffee break
Questões como a gestão e a organ ização h os-
considerado ser este o momento oportuno para
nível dos hospitais.
pitalar, a contratualização e o financiamento, a
analisar a realidade q ue se coloca aos adminis-
Trata-se do Congresso Nacio~al
investigação e o ensino, a qualidad e e a efi-
tradores hospitalares.
16: 15- 18:00 V A Arquitectu ra na Construção de um Hospital Efici e nte Mode rador: Vasco Reis (ENS P) Palestrant es: Esteban Carri llo (Antares Consult ing) José Luís Matos (CHBA) Rui Costa Maia (I DOM)
ciência, entre outros, vão juntar administra-
De referir q ue as duas associações responsáveis
dores hospitalares, médicos, farmacêuticos hos-
pela organização do CNH conside raram três
APAH e pela APDH, que junta,
pitalares, en ferm eiros e o utros profissionais d e
grandes objectivos a atingir com a realização
em Lisboa, os principais
saúde, entre os q uais responsáveis governa-
deste evento, que salientamos:
intervenientes e responsáveis
mentais com responsabilidades no sector.
1. Analisar a situação dos hospitais portugueses
Interessante referir que o tema do CNH, "Pen-
quanto aos modelos e práticas de administração
É o grande evento do ano, a
dos Hospitais, organizado pela
do sector da Saúde.
20:30-23:30 jantar Oficial, Palácio de Xabregas
Sábado, 18 de Novembro 08:30-09:00 Abertura do Secretariado 09:00- 10:30 VI. Qualidade e Clinical Governance Moderador: Manuel Delgado (APAH) Palestrantes: Antó nio Vaz Carneiro (FML) Margarida França (IQS) Niek Klazinga (Federação Holandesa de Saúde Pública) José Feio (HUC) 1
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10:30- 11:00 Coffee Break
sar o Presente, Realizar o Futuro", vai merecer a
nu m co ntexto em que o d esenvolvimento
análise, na sessão de abertura, do secretário de
científico e tecnológico e os indicadores d e
do Congresso Nacional dos Hospitais
Estado da Saúde, Francisco Ramos. Estando a
saúde são bastante favoráveis;
(CNH) que, pela primeira vez, é
sessão de encerramento a cargo do actual res-
2. Reflectir sobre os factores de entropia do
1 1:00- 12:30 VI I. Gestão da Logística Hospitalar Moderado r: Artur Vaz (ESS) Palestrantes: Adalberto Campos Fernandes (HSM) Victor Herdeiro (HGSA) Paula Nanita (SUCH)
organizado conjuntamente pela Associação
ponsável pela pasta, António Correia de Campos.
sistema de saúde e, em particular, o seu impac-
12:30- 13:00 Co nferência de Encerramento: Saúde - uma Realidade Cada Vez Mais Complexa, em Busca de Soluções Inovadoras; Daniel Bessa (EGP)
Portuguesa dos Administradores Hospitalares
A APAH chama a atenção dos seus associados
to na rede hosp italar e discutir novas soluções
(APAH) e pela Associação Portuguesa para o
para o "Porto de Honra" a ter lugar dia 16 ,
e novos instrumentos de gestão.
D esenvolvimento Hospitalar (APDH). São
quinta-feira, no Hotel Tivoli Tejo, e d urante o
3. Proporcionar um espaço de debate entre
três dias de debates e análises sempre numa
qual a administradora hospitalar Fernanda Dias
diferentes sensibilidades profissionais, quanto ao
perspectiva de avaliação dos hospitais, a ser
vai fazer urna apresentação sobre "O Percurso
d esenvolvimento d as respectivas profissões e
feita pelos diferentes parceiros do sector da
da Profissão". Esta in iciativa está relacionada
aos progressos verificados nas áreas do conhe-
Saúde. O evento tem lugar na Escola superior
com os 25 anos da APAH, que es te ano se
cimento, da inovação e da investigação.
1
1
30
E
stá tud o a postos para a realização
13:00 Sessão de Encerramento Sua Excelência o Ministro da Saúde A. Correia de Campos; Membro da HOPE Liisa Mzoipio
l!!D
13:30 Almoço-Simpósio Experiência Europeia e m Parcerias Público-Privadas na Gestão Integrada da Doença Marti n Pearson (Prof of Medicine and Consultant Physician, Un iv. Liverpool); Graham Prestwich (Senior Project Manager; European Pfizer Health Solutions)
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31
f
~ '
Albino Aroso António Rendas Constantino Sakellarides Daniel Serrão Esau Dinis Francisco George João Cordeiro João Gomes Esteves João Lobo Antunes Jorge Simões José Aranda da Silva José Carlos Lopes Martins José Pereira Miguel Luís Pisco Manuel Antunes Manuel Sobrinho Simões Maria Augusta de Sousa Maria de Belém Roseira Nuno Grande Paulo Mendo Pedro Nunes Pedro Pita Barros Vasco Reis Vítor Melícias
O Futuro da Saúde em Portugal
apdh
O livro que faltava
O Futuro da Saúde em Portugal oram vinte e quatro as personalidades
F
Calouste Gulbenkian.
Trata-se de um trabalho de relevo, que importa
que aceitaram o desafio lançado pela
Muitas surpresas. Muitas dúvidas. Muitas inter-
valorizar, principalmente pelo que vai represen-
APAH e pela APDH para dizerem de
rogações. Alguns sobressaltos e outro tanto de
tar ao nível de documento de estudo futuro, no
sua justiça sobre o futuro da Saúde em Portugal.
esperança é o que transparece da generalidade dos
que se refere à Saúde.
Resultado: um livro, com 240 páginas, com
textos apresentados que, no próximo dia 17,
É também um livro abrangente, onde todas as
pósfacio do acmal ministro da Saúde e com
mais precisamente durante o jantar oficial do
áreas da Saúde estão representados, através da opi-
prefácio de Manuel Delgado e de Ana Escova!,
Congresso Nacional dos Hospitais, vão ser divul-
nião de pessoas que têm, ou tiveram, responsa-
sem esquecer a colaboração dada pela Fundação
gado junto dos presentes.
bilidades ao nível político e social. rm
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH apresenta a legislação mais relevante publicada entre 18 de Setembro e 1O de Novembro.
Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n.0 115/2006, 18 de Setembro Aprova o Plano Nacional contra a Droga e as Toxicodependências no médio prazo até 2012, bem como o Plano de Acção contra a Droga e as Toxicodependências no curto prazo até 2008
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 118/2006, 21 de Setembro Prorroga o mandato do Gabinete de Gestão do Programa Operacional da Administraçao Pública (GGPOAP) e da estrutura de missão Intervenção Operacional da Administração Pública (I OAP)
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 119/2006, 21 de Setembro Determina o dia 4 de Dezembro como o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Resolução do Conselho de Ministros n.0 120/2006, 21 de Setembro Aprova o I Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade para os anos de 2006 a 2009
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 124/2006, 03 de Outubro Procede à reforma do sistema dos laboratórios do Estado
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Portaria n. 0 1044/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de complemento de formação em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior particular e cooperativo
Portaria n. 0 1046/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem ministrados por estabelecimentos de ensino superior particular e cooperativo
Portaria n. 0 1048/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de complemento de formação em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior público
Portaria n. 0 1049/2006, 20 de Setembro Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição no ano lectivo de 2006-2007 nos cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem ministrados em estabelecimentos de ensino superior público
Ministério das Financas e da Administração Pública Decreto-Lei n. 0 185/2006, 12 de Setembro Cria o Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde
Ministério da Saúde Decreto-Lei n. 0 195 /2006, 03 de Outubro Estabelece as regras a que obedece a avaliação prévia, para efeitos da sua aquisição pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de medicamentos que devam ser reservados exclusivamente a tratamentos em meio hospitalar, bem como de outros medicamentos sujeitos a receita médica restrita, quando apenas comercializ í l hospitalar
Ministérios das Financas e da Administracão Pública, do Trabalho ê da Solidariedade " Social e da Saúde ia n.0 994/2006, 19 de Setembro
_ .
Decreto-Lei n. 212/2006, de 27 de Or tubrõ _ 0
Aprova a Lei Orgânica do Ministério da Saú e
e os preços dos cuidados de saúde e de apoio social prestados no _ ._·---~1-ª'm _ b~ i o das experiências-piloto d.a Rede Nacional de Cuidados Con-
{Jf_ (J f. / D/ O
Portaria n. 0 1194/2006, de 06 de Nov mbro
tinua os Integrados (Rede)
Ass mbleia da República Res ução n. 0 54-A/2006, de 20 de Outubro
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traceptivos orais, profiláticos e mecânicos
Prop e a realização de um referendo sobre a interrupção voluntária g avidez realizada por opção da mulher nas primeiras 1O semanas
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