04 Editorial
Após 16 anos à frente da APAH, Manuel Delgado passa o testemunho. Que é como quem diz, cede o lugar a Pedro Lopes, que até aqui era vice-presidência da APAH. As eleições para os znovos corpos gerentes, decorreram a 16 de Maio e ao escrutínio compareceu apenas uma lista. No Editoria l desta edição, Manuel Delgado, emocionado, agradece a todos os que com ele colaboraram ... e não consegue ficar indiferente ao que se está a passar nos hospitais. Um Editorial para a História da APAH.
08 Política
Um estudo inédito, realizado em todos os países da EU, demonstrou que os clínicos gerais têm de ser envolvidos na cessação tabágica dos seus pacientes. Os resultados foram apresentados na Assembleia da República, numa sessão presidida pela responsável da Comissão de Sa úde, Maria de Belém Roseira
13 Entrevista
Pedro Lopes, o recém-eleito presidente da APAH, dá a sua primeira entrevista de fundo à GH. Fala de continuidade e diz que não vai ser fácil continuar o traba lho do seu antecessor. Deixa vários recados e deixa perceber qual a dinâmica que gostaria de ver implementada nos hospitais portugueses. Uma entrevista para a História da GH
26 Destaque
Oterceiro protocolo de colaboração no âmbito da diabetes foi assinado recentemente, com o objectivo de melhorar a acessibilidade dos doentes com esta patologia. O acordo foi celebrado entre o Ministério da Saúde, a direcção Geral de Protecção Social dos funcionários e Agentes de Administração Pública e a Associação Nacional de Farmácias. Conheça o protocolo.
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sofra de Hepatite
e, mas não há certezas.a falta de estudos
foi referida num workshop organizado pela Associação SOS Hepatites, em Lisboa, que serviu para alertar para o dia Mundial das Hepatites, que se comemorou a 19 de Maio.
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Passagem de testemunho ezasseis anos depois deixo as funções de liderança da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. Foi um longo caminho, talvez excessivo, com vários tempos: o da aprendizagem e do entusiasmo, o da consolidação de uma imagem séria e credível dos Administradores Hospitalares, com o apoio de muitos colegas e de muitas entidades públicas e privadas com que nos relacionamos, o das dificuldades e da resistência, face aos que recearam sempre a nossa força, desdenharam da nossa competência ou invejaram a nossa formação profissional. Realizámos, ao longo destes anos centenas de iniciativas, na área da divulgação do conh ecimento, do debate público e da formação. Associamo-nos a parceiros congéneres internacionais, europeus, americanos e dos países de língua oficial portuguesa, e assumimos na última década a liderança da Associação Europeia de Directores de Hospitais. Vivemos hoje tempos difíceis para a profissão, a ex1g1r uma nova visão para a carreira e para os profissionais que representamos. Com abertura, flexibilidade e imaginação. Sem preconceitos ou tiques corporativos que só nos prejudicam. Presto a minha homenagem sincera e emocionada a todos os que mais de perto me acompanharam neste percurso, sempre com enor_me confiança, incondicional lealdade e pronta e total disponibilidade. Confio plenamente na qualidade, na competência e na dedicação da nova Direcção, ciente que saberão encontrar, sem rupturas ou convulsões, novos caminhos mais ajustados aos desafios que já aí estão. Podem co ntar sempre com o meu empenho, a minha amizade e a minha lealdade, na defesa dos valores e do espaço para o exercício digno e reconhecido da profissão de Administrador Hospitalar.
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Manuel Delgado Presidente da APAH
"Presto a minha homenagem sincera e emocionada a todos os que mais de perto me acompanharam neste percurso, sempre com enorme confiança, incondicional lealdade e pronta e total disponibilidade."
4
O que fazem os hospitais?
Duas notícias recentes sobre a actividade dos Hospitais, provocaram intenso debate público e a intervenção dos partidos políticos: as listas de espera em oftalmologia e a realização de cirurgia da mama, exclusivamente estética, num grande Hospital Universitário. Se o primeiro facto, significa incapacidade de resposta do SNS para intervenções de clara e objectiva necessidade, o segundo, a confirmar-se, surpreendentemente, revelará excesso de recursos em cirurgia plástica, falta de doentes e a generosa disponibilidade do Serviço para operar pessoas saudáveis, apenas por questões de conforto. Não deixará de ser interessante associar estas duas realidades: 1. A iniquidade que resulta da falta de resposta do SNS para os mais necessitados, em contraste com o "privilégio" que é dado a pessoas "especiais" para serem operadas aos seios, porque não se sentem bem com a sua situação. 2. O desperdício de recursos, comum nos dois casos: a) na oftalmologia, porque se admite que com os mesmos recursos (pessoas, equipamentos, instalações) se poderia fazer muito mais; b) na cirurgia plástica, porque os recursos, aparentemente sem melhores destinatários, são utilizados para satisfazer caprichos pessoais. Em qualquer circunstância estamos perante cenários inaceitáveis, que importa, ética, social e econo. . . m1camente, corngu. O SNS é essencial para a saúde dos portugueses e não pode ser desvirtuado por inexplicáveis dificuldades de acesso ou pela chocante utilização supérflua por parte de um grupo específico de privilegiados. E aqui todos temos responsabilidades: as direcções dos Serviços, as administrações hospitalares, as ordens profissionais e o poder político. Tenhamos todos a coragem de reconhecer os problemas e propor soluções, mesmo que elas mexam com interesses que sistematicamente se reverenciam. rm
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Oncologia
Diabetes
Mais comparticipação nos opióides
Casados controlam Excesso de peso melhor a glicemia aumenta risco de m estudo da Universidade Nova de U Lisboa (UNL) revela que o estado impotência
O
Miniscério da Saúde aprovou em Março, em despacho assinado pelo Secrecário de Escado da Saúde, Francisco Ramos, o aumento da comparricipação em 95 por cento sobre os analgésicos escupefaciemes, nomeadamente os opióides. A comparticipação no regime ambulacório era, até aqui, de 37 por cento. O novo regime de comparticipação para os medicamentos opióides, sob prescrição para o tratamento da dor oncológica moderada a forte, está no entanto sujeito a regras apertadas. O documento define que o médico prescritor deve fazer "menção expressa" do despacho na receita. Mais: o doente tem de estar referencia-
do numa Unidade de Dor ou, na sua ausência, numa unidade de Cuidados Paliativos pertencente à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Deve ainda ser reavaliado periodicamente, num espaço de tempo que não
civil influencia o controlo sobre a glicemia,
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nos diabéticos de tipo 1. As pessoas casadas controlam melhor os valores da sua glicemia. Esta é uma das conclusões de um estudo rea-
barriga grande aumenta até crês vefl.zes o risco de impotência sexual no homem. Estudos clínicos apresentados recentemente
lizado por um grupo de alunos da UNL, com a colaboração da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Realizada num universo de 55 pessoas, entre os 18 e os 43 anos, a análise prova que há uma
no 23° Congresso Europeu de Urologia, em Milão (Itália), comprovam a existência de uma relação estreita entre o tamanho da barriga do homem e a disfunção eréctil, conhecida como impocência sexual.
correlação entre o estado civil e o controlo da glicémia nos pacientes com diabetes tipo 1. Entre as razões apontadas para tal fenómeno, José Manuel Boavida, Coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da
Segundo os estudos, o excesso de gordura acumulada no abdómen não afecta apenas a aparência física, mas também a saúde sexual do homem. Isso porque o acumular de gordura abdominal é um dos sinais da
Educar as crianças sobre os perigos do sol
Diabetes, realça que o apoio do cônjuge se revela fundamental na maioria dos casos, reforçando que o acompanhamento social deve estar a par do acompanhamento médico dos diabéticos. lilII
síndrome metabólica e pode estar associado à redução das taxas de testosterona. Esce desequilíbrio hormonal é um dos factores de risco para o surgimento das dificuldades de erecção. lilII
O
Investigação
pode ultrapassar um ano. A Unidades de Dor, bem como as Unidades de Cuidados Paliativos da Rede de Cuidados Continuados ficam obrigadas, no âmbito do processo de monitorização da prescrição e consumo de opióides, a enviar anualmente ao Infarmed o número de doentes referenciados, discriminando os números referentes a primeira e segunda consultas. 1!111
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Campanha
s especialistas concordam que a prevenção face aos raios ultravioleta na in-
Ensino Básico, do 1° a 9° ano. A campanha visa, com a ajuda dos professores, sensibilizar
fância e adolescência pode diminuir em mais de 50% os riscos do cancro da pele. Com o
os mais novos para os perigos da exposição ao sol sem protecção. O grande objectivo é ajudar os mais pequenos a tomarem consciência dos perigos das radiações ultravioleta e de como
Verão à porta e o sol cada vez mais intenso, e porque a protecção das crianças é sempre uma tarefa de difícil concretização, a ISDIN - um
Bial na linha da frente S
egundo o Ministério da Ciência, Tec-
laboratório farmacêutico dedicado à Dermatologia - lança a 2ª edição da sua Campanha
se podem proteger dos seus efeitos que são cumulativos, pois a pele tem memória. Todas as escolas, a nível nacional, podem inscrever-se
nologia e Ensino Superior, a Biai é a empresa em Portugal da área da saúde que mais aposta em Investigação & Desenvolvi-
em 2009. A lista foi elaborada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através do Gabinete de Planeamento, Estra-
de Escolas "Sol, Pele e Fotoprotecção" para o
neste programa. lilII
mento. Em dois anos, a maior farmacêutica nacional subiu cinco lugares no ranking das 50 empresas com maior investimento
tégia, Avaliação e Relações Internacionais e tem por base um inquérito realizado junto de mais de 5000 empresas. O Grupo Bial,
em l&D. Mais de 20% da facturação anual é direccionada para a investigação. O
que registou uma subida de cinco lugares face à lista de 2003, é também a empresa do
primeiro medicamento de patente nacional será comercializado no mercado mundial
sector da saúde melhor posicionada neste ranking. lilII
Reunião
Nutrição inibe doenças neurológicas /
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Estudo
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possível, através da gestão nutritiva, inibir a progressão de doenças neurológicas que culminam na doença de Alzheimer e Parkinson. A afirmação é de Michael Colgan,
Colgan, que vem a Portugal para participar no Primeiro Congresso Ibérico Anual sobre M edicina A~ ti-Envelhecimento e Tecnologias Biomédicas, de 29 a 31 de Maio, no Estoril,
especialista mundial em Ciência da Nutrição e perito em inibição do envelhecimento.
revela que a gestão da nutrição do ser humano altera a expressão genética, o que permite
reduzir a degradação do cérebro durante o envelhecimento. Esta técnica, própria da medicina preventiva, pode permitir a prevenção de doenças neurológicas como Alzheimer e Parkinson, entre outras consequências do <lesgaste cerebral. mo
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. Envolvimento de cl 1n1cos g era1s com altos benefícios U
Cessação Tabágica
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podem ser verificados daqui a dez anos, muito além do seu mandato", referiu Jean
m estudo inédito, que decorreu em 27 países da Europa, demonstrou que na relação custo/ benefícios, as políticas de envolvimento dos clínicos gerais na cessação tabágica, representam a solução mais vantajosa para os sistemas de saúde. Os resultados da investigação e na qual esteve envolvido o Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Universidade de Medicina de Lisboa, foi apresentado no dia 6 de Maio, na Assembleia da República, numa sessão presidida por Maria de Belém Roseira, presidente da Comissão Parlamentar. O trabalho, denominado projecto PESCE (Practitioners and Economics in Smoking
Daver. Maria de Belém Roseira referiu, a este propósito, que sabendo-se da necessidade existente segundo a qual os governantes têm necessidade de lidarem com orçamentos pensados anualmente, a programação de acções de prevenção de longo prazo, inclusivamente para além do período de cada mandato legislativo, são desde logo uma questão complicada. Por outro lado, frisou a antiga ministra da Saúde, o investimento nesta área, nomeadamente na prevenção do tabagismo e na cessação tabágica, devem assentar, mais do que em facrores económicos, na importância e valor da Saúde. Na opinião de António Vaz Carneiro, a ces-
Cessation in Europe), demonstra que a intervenção dos médicos de família tem o enorme impacto na cessação tabágica, com ganhos inequívocos para a saúde dos doentes e na prevenção da doença, nomeadamente nos custos do tratamento das principais patologias associadas ao fumo. O grande objectivo deste trabalho, referiu António Vaz Carneiro, investigador português envolvido neste estudo, "é o desenvol-
sação tabágica paga-se a si própria, pelo que nem sequer constitui uma despesa, mas sim um investimento com ganhos garantidos. Suportado pelo trabalho levado a cabo pelo projecro PESCE, o investigador afirmou que uma simples conversa do clínico geral é o suficiente para aumentar em 30 por cento a possibilidade do doente deixar de fumar. De facto , o estudo com uma forte componente económica revela que o envolvimen-
vimento de recomendações políticas para a implementação de estratégias de 1 preven ~ ção e promoção da saúde nos sistemas d d Saúde europeus, elabora~as com \base erni evidência científica" . Jean Daver, perito· francês e presidente do p~ograma PESCE, começou por salientar as razões para a "cri-
to dos clínicos gerais na cessação tabágica constitui uma das raras medidas em que os custos são praticamente nulos.
se" pela qual passa a J\:1edicina Geralí e Familiar, na Eu~opa, <q~e se qeve, acirha de tudo, à indefinição do :papel ld0 clínico;geral no sistema '.de saúdci, acrdcentandb R_Ue 1 ' l • . t "os clínicos gerais são; extrerh~mentj. difí-
Estabeleceu-se, com ngor, que a intervenção dos Clínicos Gerais é simultaneamente efectiva e economicamente eficaz no apoio
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à cessação tabágica. Porém, o projecto PES-
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de considerar, inclusivamente, mudanças na remuneração destes médicos . Por outro lado reconhece que, tal como em França, as políticas de saúde europeias não estão orientadas para criação de um campo específico dedicado à prevenção, com fundos e
estrutura organizacional próprias, mas que essa mudança é necessária quando se fala de serviços nacionais de saúde. "É uma questão difícil, porque no geral, os decisores políticos não estão interessados em fazer investimentos cujos resultados só
CE assenta no facto dos médicos de Clínica Geral não apoiarem os seus doentes tanto quanto a evidência aponta ser possível. "Sabemos que a intervenção dos clínicos gerais tem um enorme impacto na cessação tabágica. Também não é novidade que estes profissionais não estão motivados para fazê-
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David Cohen afirma que apenas uma redução de 3% no consumo de tabaco levaria, em Portugal e até ao ano de 2030, a uma diminuição anual de 152 casos de cancro de pulmão; 45 de doença coronária; 27 de doença pulmonar obstrutiva crónica e 50 enfartes. O estudo estima a ocorrência de 78 menos casos fatais causadas por estas doenças, com ganhos económicos no valor de 7.5 milhões de euros.
com ganhos económicos no valor de 7.5 milhões de euros. Uma redução de 15% no consumo de tabaco elevaria estes resultados, por ano, para um decréscimo em 765 casos de cancro d e pulmão, m enos 226 casos de doença coronária, 872 de doença pulmonar obstrutiva crónica e 245 m enos enfartes. Em 2030 estima-se que 393 mortes poderiam ser evitadas, decorrentes destas doenças. Os custos
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económicos po upados em serviços de saúd e estimam-se em 37.4 milhões de euros . Perante estes resultados, David Coh en con-
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cluiu que existem acções efectivas para aum entar o envolvimento dos clínicos gerais
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na cessão tabágica e que esta é a m edida m ais rentável e eficaz para obter ganhos em saúde. "Os benefícios económicos e para a Saúde são enormes. Este estudo demonstra, com base em evidência científica, que faz todo o sentido investir em políticas de mo-
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tivação dos clínicos gerais para que intervenham junto dos doentes que fumam".
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Motivação Um dos aspectos estudados no âmbito do
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que frequentemente os clínicos não acred itam na eficácia da sua intervenção, nem reconhecem algum m érito no seu p apel. M ais: face a doentes graves, alguns clínicos sentem -se inibidos pois consideram que
Holm e, em alguns casos, nomeadamente na Alemanha, onde o doente pode escolher e mudar d e m édico de família, o clíni-
podem contribuir para o aumento da an sied ade e sentimentos d e culpa do doente. Outros acreditam que fum ar diz respeito à
do seu próprio período de actividade, pelo que o facto de n ão assistirem ao benefício da sua acção, a sensação de m érito é reduzida", apo ntou a in vestigadora. Porém, e de acordo com o estudo, Ingrid Holm e concluiu que existem evidências que demonstram q ue é possível mudar o com-
esfera das escolhas privadas, pelo que crêem que estão a interferir na autodetermi-
portamento des tes profissionais. Formação, motivação, incentivos são no entanto ne-
nação do do ente. En tre 32 a 74 por cento d este profissionais sente qu e a cessação ta-
cessários para que os clínicos gt rais tenham confiança e valorizem o seu envolvimento. Entre outras, o estudo recomenda a implem entação de m edidas q ue visam o reforço
pela primeira vez, o objectivo traçado ser a criação de recomendações q ue visam a mo-
do q ue se ele actuar. Segundo o economista, em Portugal apenas uma redução d e 3% no consumo de tabaco levaria, até 2030 , a uma dimin uição
facto res que inibem ou promovem a intervenção destes profissionais na cessação ta-
co tende a tem er " incomodar" o paciente levando-o a preteri-lo. No que diz resp eito aos clínicos que também fumam, o estudo revelou q ue nos países eu ropeus estudados
tivação e envolvimento dos clínicos gerais", afirmou David Cohen , economista escocês,
anual de 152 casos d e can cro de pulmão, 45 d e doença coron ária, 27 de d oença pul-
bágica. lngrid Holm e, a inves tigad ora alem ã apontou alguns dos aspectos que es tão
a prevalência se situa en tre os 3,7 e os 49 por cento. Na G récia e n a Bulgária, cerca
bágica é um processo que envolve muito tempo e cujos resultados são proj ectados
es pecialista no sector da saúde. "Este é um daqueles casos em q ue a "não ac-
monar obstrutiva cró nica e 50 enfartes. O estudo estima a ocorrên cia de 7 8 m enos
p or detrás da pouca actividade dos m édicos de família. Entre eles salien tou o facto de,
para o futuro, aos quais n em sequer vão assistir. "A faixa etária dos clínicos gerais
ção" do profissional sai mais cara ao sistema
casos fatais causadas por estas doen ças,
com freq uência, serem os próprios clínicos
de 30 por cen to dos clínicos gerais fuma, incl usiva mente em frente aos pacientes . G lobalm ente, este estudo revelou ainda
-lo. A razão que me levo u a aceitar participar neste estudo tem a ver com o facto de,
proj ecto PESCE fo i a fraca intervenção dos clínicos gerais, no sentido de identificar os
interven ção só vai colher res ultados além
também fumadores ; a pouca p ercepção o u co nhecimentos precários so bre métodos e tratamentos ou ainda facrores de ordem estrutural como o tempo , a formação e a remuneração. Porém , salientou Ingrid
é alta. Frequentem ente, sentem que a sua
das competên cias técnicas e do reconhecim ento social dos médicos de família, inclusive sob a forma de remuneração. mD
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PEDRO LOPES Á GH:
"Os resultados dos hospitais públicos são positivos. Até implicaram mudança de políticas do Governo" António Pedro Lopes Araújo, conhecido por Ped ro Lopes, tem 53 anos e é o novo presidente da APAH. Licenciado em Direito e com uma pós-graduação em Administração Hospitala r apaixonou-se pelos caminhos da gestão. Depois da vice-presidência da APAH, assume agora a sua presidência, sucedendo a Manuel Delgado, quem liderou a associação du rant e 16 anos. Esta é a primeira entrevista de fundo , onde são visíveis muitas das ca racte rísticas da personalidade e objectivos de Pedro Lopes, quanto ao futu ro da APAH. Ad ianta a lgumas ideias frontais e, de forma tranqu ila - uma das suas principais ca racterísticas - d iz tudo, sobre tudo ... e deixa já recados! Gestão Hosp italar - Quais os motivos que o levaram a cand idata r-se a presidente da APAH? Pedro Lopes - Dois motivos ditaram a minha candidatura às eleições da APAH. Em primeiro lugar, a assumpção do compromisso assumido com o nosso presidente, Dr. Manuel Delgado, no sentido de ser candidato caso o mesmo não o fizesse. Em segundo lugar, porque penso ter conseguido reunir as condições (equipa coesa e disponível) para recen trar a participação dos administradores hospitalares na sua Associação. GH - Como caracteriza a composição da única lista que se apresentou a escrutínio? ~ uma lista que pretende a continuidade do t rabalho realizado por Manuel Delgado, ou vai alterar profundamente a fo rma de actuar?
>>> Pedro Lopes, o novo presidente da APAH,
reconhece que não vai ser fácil ser o sucessor de Manuel Delgado
PL - A composição da nossa lista caracteriza-se por um forte equilíbrio regional, geracional e institucional. Regional porque é constituída por administradores das várias regiões do país; geracional porque é representada por administradores de várias gerações e institucional porque os mesmos administradores tem desempenho em hospitais com diversos estatutos jurídicos. As suas grandes linhas estratégicas consubstanciam-se nos conceitos de IMAGEM, MODERNIZAÇÃO, ENVOLVIMENTO, COMUNICAÇÃO e ÉTICA. Para desenvolver as linhas estratégicas acima referidas esta candidatura vai procurar dar continuação ao excelente trabalho realizado pelo Dr. Manuel Delgado e introduzir a inovação que a sua equipe transporta e que o futuro da nossa Associação exige.
GH - Considera difícil continua r o traba lho do seu antecessor? PL - N ão vai ser fácil continuar o trabalho do meu antecessor. O Dr. Manuel Delgado é uma pessoa mui-
to carismática. A sua personalidade granjeou-lhe contactos e conhecimentos que foram determinantes para a visibilidade da nossa Associação. Foi o presidente que mais fez para o desenvolvimento da nossa Associação. no país e no estrangeiro. Temos, no entanto, a garantia do seu apoio e este facto tranquiliza-nos e permite-nos perspectivar um futuro francamente positivo para a nossa Associação.
GH - Na sua opinião, porque razão a pareceu apenas uma list a? Os administradores hospitala res pensam todos da mesma maneira ? PL - Apareceu apenas uma lista porque neste momento os administradores hospitalares estão afastados da Associação que os representa. Não é nada de muito diferente daquilo que se passa no movimento associativo português. As pessoas são/estão muito individualistas no seu "dia-a-dia" e não partilham os problemas que, afinal, são comuns. Não se trata de pensar da mesma maneira.
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GH - A questão do Financiamento hospitalar está, há muito tempo, na ordem do dia. Pensa que as alterações que se têm registado, neste domínio, têm dado resultados positivos?
PL - As alterações no financiamento hospitalar observadas nos anos ma~s recentes parecem-me positivas. Sem esquecer a Dr.ª Maria de Belém que manifestou preocupação sobre a matéria, foi com o Dr. Luís Filipe Pereira que o assunto mereceu tomada de medidas. As alterações à Lei de Gestão Hospitalar foram o ponto de partida para a empresarialização dos hospitais com grande relevância nas matérias de financiamento hospitalar, designadamente com o estabelecimento dos contratos-progama para o financi amento dos hospitais. Foi, no entanto, no mandato do Dr. Correia de Campos que este instrumento de trabalho se aprofundou e solidificou. Não podemos esquecer que foi , justamente, no seu mandato que, pela primeira vez, os hospitais foram dotados de orçamentos de exploração muito próximos dos verdadeiros custos dos hospitais. GH - Os hospitais públicos têm conseguido reorganizar-se? Os administradores hospitalares têm alcançado resultados positivos, neste campo, ou o mérito é do Governo?
"Os hospitais públicos . reorganizaram-se. E fizeram-no de tal forma que a imagem passada à população de que os mesmos . , . eram 1ngovernave1s está a diluir-se"
Os mais antigos administradores hospitalares lembrar-se-ão, seguramente, de momentos nos quais a afluência às Assembleias Gerais era grande e o debate de ideias eloquente. Mas a responsabilidade por esta situação não é apenas dos associados. As sucessivas Direcções da APAH, nas quais me incluo, têm também fortes responsabilidades. O "envolvimento" de todos os administradores hospitalares no seu movimento associativo é justamente uma das linhas estratégicas da nossa proposta. E, mais do que uma linha estratégica, gostaríamos que viesse a tornar-se uma realidade .
GH - Que análise faz à política de saúde que vem sendo seguida pelo actual executivo, particularmente pela nova equipa da Saúde?
PL - Ainda é muito cedo para fazer uma caracterização da actual linha política deste elenco ministerial. A senhora M inistra da Saúde anunciou um trajecto de continuidade. Verificamos, no entanto, tratar-se de uma pessoa com ideias próprias, com um forte pendor pelas questões sociais e bastante pragmática na solução dos problemas. São características muito positivas para a governação de um Ministério tão difícil como o da Saúde.
PL - É claro que os hospitais públicos se reorganizaram. E fizeram-no de tal forma que a imagem passada à população de que os mesmos eram ingovernáveis parece estar a diluir-se. Com efeito, os resultados mais recentes obtidos pelos hospitais públicos são francamente positivos e até implicaram mudança de políticas do governo (não inclusão da gestão privada nas PPP; igualdade de oportunidades público/ privado na área das convenções). Reconheço, no entanto, que esta atitude no campo da gestão pública hospitalar ficou a dever-se, sem dúvida, à abertura que os mais recentes elencos ministeriais concederam à gestão privada. A competição nos dias de hoje é bem mais efectiva do que nos períodos antecedentes.
O mérito é do governo e d os outros actores do processo n os quais se incluem, claramente, os administradores hospitalares. GH - Que alterações gostava de ver concretizadas nos hospitais?
PL - Um grau mais elevado de profissionalização dos agentes gestores dos hospitais. Muitas vezes os Conselhos de Administração são constituídos por pessoas que nunca tiveram qualquer contacto com a área da saúde.
Ao nível da gestão intermédia também é importante profissionalizar os seus agentes. A reorganização interna dos hospitais é fundamental. Até ao momento, as reformas na área hospitalar foram sempre ao nível macro, ou seja, da gestão de topo. Só houve um momento em que as preocupações ministeriais, quanto à gestão intermédia dos hospitais, teve lugar e esse momento, aconteceu durante o mandato da D r.ª Maria de Belém. A criação de centros de responsabilidade
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nos hospitais, dos quais ouvimos falar pontualmente, era um desiderato e fazia parte das linhas estratégicas da governação daquela ex-Ministra da Saúde.
actividade específica e insubstituível dos
GH - Como analisa as relações actuais
administradores hospitalares. Não posso deixar de referir que no "meu" hospital são os Directores de Serviço que procuram a colaboração dos administradores e por vezes de "determinado" adm inistrador hos-
entre os administradores hospitalares e os médicos - particularmente os Direc-
pitalar. Fazemos uma convivência muito saudável.
tores de Serviço? PL - As relações entre os médicos e os administradores hospitalares foram sempre muito positivas. Com esta afirmação não quero d izer que não sejam objecto de "crí-
A relação com os Direccores de Serviço é idêntica àquela que acabo de referir. É claro que existem D irectores de Serviço mais "presentes" e menos "presentes" , o utros mais "d isponíveis" e menos "disponíveis".
tica". Às vezes por questão de personalidade a relação não será a melhor. Trata-se,
Fundamental é criar uma equipe proactiva, eficiente e colaborante.
no entanto, de casos pontuais. Os médicos sempre souberam qual era o seu papel no processo da gestão hospitalar. Nunca abdicaram dele mas sempre reconheceram a
GH - A restrição orçamental para tecnologias de inovação "impost a" pelo Executivo não o incomoda ? Porquê?
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PL - A restrição orçamental incomoda sempre. Mas como todos nós sabemos os recursos não são "infinitos" pelo que nunca existirão com a quantidade que nós queremos. O que nós não podemos aceitar é a imposição de restrições orçamentais. Conheço um Conselho de Administração que em resposta a tal intenção pediu e obteve a sua demissão. Os hospitais não se podem fechar à inovação mas também não podem deixar de se determinar pelo seu enquadramento financeiro. As políticas que o Executivo tem desenvolvido no sentido da avaliação dos produtos de inovação aplicando o conceito de evidence based parecem-me correctas e necessárias. E se as questões da "inovação" nos devem preocupar as questões da "substituição" de tecnologias que necessariamente transportam "inovação" não nos devem preocupar menos. As linhas de financiamento até agora existentes no Programa "Saúde XXI" não existem no Actual QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). A substituição de tecnologias a partir deste momento deve ser feita através dos orçamentos de exploração dos hospitais. Se considerarmos avetustez dos equipamentos e a degradação dos edifícios, façamos as contas.
"Todos sabemos os recursos nao sao "infinitos" pelo que nunca existirão com a quantidade que nós queremos. O que nós não podemos aceitar é a imposição de restrições orçamentais"
GH - Muito se tem falado da reforma dos Cuidados de Saúde Primários. Acredita no papel das novas USF? Porquê?
PL - A questão da reforma dos Cuidados de Saúde Primários tem sido recorrente. O anterior Ministro da Saúde colocou-a na primeira linha das suas preocupações. A o rganização dos Cuidados de Saúde Primários é fundamental para o desempenho hospitalar por isso é necessário que as Unidades de Saúde Familiares sejam constituídas e funcionem. São importantes pela sua característica de "cuidados de proximidade" . Por outro lado, o seu bom funcionamento resolverá situações que não chegarão à rede hospitalar. M as tão importantes como as USF são as Unidades Locais de Saúde, sendo a de M atosinhos o seu exemplo. Aqui, o conceito de integração dos Cuidados Primários e dos Cuidados Secundários é determinante. mil
> >>O novo homem fo rte da APAH quer ver um grau mais elevado de profissionalização dos agentes gestores dos hospit ais.
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Evolução Positiva
Cirurgia Ambulatória do Curry Cabra l recebe nota positiva Comissão de Avaliação para o Desenvolvimento da Cirurgia Ambulatória fez um "balanço muito favorável"
unidade, verificando in loco de que modo rem vindo a ser desempenhado o programa cirúrgi-
pital Curry Cabral é uma unidade com três salas de bloco operatório, uma sala de in-
riência técnica e organizacional. Com objectivos definidos, e que preconizam
co (produção, lisra de espera, constrangimentos verificados) num quadro de cumprimento das orientações e recomendações da tutela.
tervenção, duas salas de recobro (primário e secundário) e todas as infraestruturas necessárias para funcionar como unidade estruturalmente autónoma.
parâmetros de Qualidade Internacionais, ocarácter inovador desta UCA visa a progressiva redução das taxas de falra, do tempo de espera dos utentes e a diminuição do número de cancelamentos por má preparação pré-operatória. "Unidade de Cirurgia Ambulatória do Hos-
do desempenho da Unidade Potencial para melhorar
de Cirurgia Ambulatória do Hospital Curry Cabral missão N acio nal de Avaliação a o D esenvolvimento da Cirurgia bulatória considerou que a Unidade de Cirurgia Ambulatória do H ospital Curry Cabral, em Lisboa, tem dem onstrado uma evolução m uito positiva, reun ind o todas as cond ições para contin uar a crescer. "Fazemos um balanço muito favorável", afirmou Fernando Araújo, presidente da comissão de avalição, d urante a visita que decorreu, em Abril, à UCA d o H ospital C urry Cabral. "Por um lado, tem condições físicas invejáveis. É uma unid ade nova, estruturada de acordo com os conceitos que defendemos e nesse aspecto é bastante sólida. Depois, está dotada de profissionais muito empenhados e motivados. Há alguns anos que faz cirurgia ambulatória e isto significa que é uma unidade q ue pode crescer mais. Por fim, existe uma visão e uma estratégia para a cirurgia ambulatória", denota o responsável da Comissão Nacional de Avaliação para o Desenvolvimento d a C irurgia Ambulatória. Segundo Fernando Araújo, o conselho de administração do Hospital Curry Cabral, em conjunto com os profissionais de saúde, reflectiram e têm realmente um conceito que desejam desenvolver. "Tendo uma visão do que querem, a vontade e motivação dos profissionais e um espaço físico como este, tenho a certeza que vai crescer. Saímos daqui muito confiantes", afirmou. A Comissão de Avaliação para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório esteve reunida com os elementos da UCA e visitou a
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"Para nós foi uma grande honra e um reconhe-
Assegurar financiamento
cimento muito grande termos sido visitados
Quanto ao financiamento, ambos os dirigen-
pela Comissão Nacional de Avaliação para o Desenvolvimento da Cirurgia Ambulatória. Esra comissão observa e propõe novos desenvolvimentos para a cirurgia ambulatória, avaliando todas a UCAs do país. A confirmação
tes concordam com a necessidade de criar condições mais aliciantes para os hospitais. "As condições das insralações das diversas unidades e o financiamento são os dois aspectos que mais nos preocupam e sobre os quais vamos
de que temos excelentes condições e muito potencial para desenvolver a nossa cirurgia ambularória, deixa-nos muito satisfeitos" declarou Manuel Delgado, presidente do Conselho de Administração do Hospital Curry Cabral.
promover e propor medidas junto do Ministério da Saúde", declarou Fernando Araújo.
"Temos um volume de cirurgia ambulatória já muito razoável no contexto nacional. " Cerca de 37 por cento das cirurgias do hospital já são feitas em ambularório, quando a média nacional andará pelos 27 por cento. Estamos cerca de 1O pontos percentuais acima da média nacional. É muito bom'', sublinhou
Manuel Delgado defende que é necessário definir critérios de financiamento mais aliciantes, tanto para as instituições, quanto para os profissionais, em ermos de remuneração. A Unidade de C irurgia Ambulatória do Hospital Curry Cabral, certificada pela APCER, tem demonscrado uma evolução positiva e de crescimento da sua actividade, alcançado pelo progressivo ganho de expe-
pital Curry Cabral - Um projecto Inovador" assenta na visão de que a cirurgia do futuro , em relação à maioria da cirurgia programada, comporta a integração dos cuidados primários e secundários, co-responsabilizando profissionais de saúde, utentes e seus familiares. A UCA do Hospital Curry Cabral tem por objectivo tornar-se uma unidade autónoma, de excelência e inovação, dotada de capacidade para constituir uma referência na cirurgia Ambulatória Nacional. Desenvolve uma actividade centrada no utente, na excelência do seu tratamento e nas suas necessidades, co-responsabilizando-o no seu tratamento. Pauta-se pela valorização do trabalho em equipa, da abertura, da t ransparência, da aprendizagem contínua e inovação constante. mo
Manuel Delgado. Embora os resultados sejam já bastante satisfatórios, a visita da Comissão Nacional de Avaliação para o Desenvolvimento da Cirurgia Ambulatória veio reforçar a ideia que "existe ·;
potencial para melhorar". Segundo Manuel Delgado, em algumas áreas cirúrgicas há ainda muito a fazer, no sentido de transferir doentes da cirurgia convencional para a cirurgia de ambulatória. ''A UCA oferece vantagens evidentes para os doentes, porque torna a sua vida mais cómoda, com o regresso para casa no próprio dia, e para o hospital, porque reduz o número de camas ocupadas, permitindo rentabilizar melhor os recursos e porque tem custos de exploração mais económicos", salientou o presidente do conselho de administração. A Unidade de Cirurgia Ambulatória do Hos-
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Distinção
António Vaz Carneiro eleito Fellow do Am erican College of Physicians
e
línico, investigador e professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, António Vaz Carneiro fo i distinguido ao mais alto nível pelo American College of Physicians - a instituição médica norte-americana de topo no campo da assistência clínica, formação e investigação biomédicas. O prestígio do American College of Physicians é reconhecido tanto a nível interno, quanto internacionalmente. "É uma honra muito significativa'', afirma Vaz Carneiro, pois "esta distinção raramente é atribuída a estrangeiros, nomeadamente os que têm a sua carreira e actividade profissional fora dos Estados Unidos da América". Segundo o investigador, "existem excelentes médicos que prati cam excelente Medicina, mas que nada ensinam nem investigam. Existem excelentes clínicos que ensinam, na pré e na pós graduação. O que é difícil - e isso é reconhecido por esta distinção - é ser um clínico excepcional na relação com os doentes e nas capacidades técnico-profissionais. No fundo , ser um professor eficaz e respeitado e um investigador com uma carreira internacio nal reconhecida". D iz por isso que chegar a este ponto e ser reconhecido pelos pares americanos é um enorme prestígio. "Esta é pura e simplesmente a distin ção mais importante da minha carreira profissional", confessa. António Vaz C arneiro recebeu as insígnias de Fellow na reun ião anual do Colégio, durante a Convocation C erimony, q ue teve lugar em Wash ington, na sem ana de 12 de Maio. Foi o culminar de um processo que durou cerca de um ano e que foi desen cadeado pelo convite do presidente do American College of Physicians - D r. Harold Sox - o qual ped iu ao especialista português que apresentasse o seu currículo para dar in ício ao processo d e candidatura para Fellowship do Colégio. A candidatura seguiu e, poucos dias depois, António Vaz Carneiro recebeu a info rmação,
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pela voz de E. L. Yoder - Chair of the C redentials Subcommittee - que, atenden do à qualidade do curriculum vitae, entrava num processo de especial de submissão d irecta para Fellowship.
Competência O American College of Physicians distingue três tipos de mem bros. Os mais comun s são os d enominados Members, admitidos por concurso curricular, depois de feita a análise das actividades profissionais. O H onorary é um título atribuído a personalidades designadas pelo p róprio Colégio e que habitualmente n ão pertencem à organização. E, por fi m, a distinção de Fellows, a mais im portante classe dentro do ACP. Para obter esta distin ção os cand idatos devem ser Members e têm de ser propostos por outros Fellows. Tal designação constitui, segundo o próprio colégio "uma honra alcan çada por aqueles q ue
Responsabilidade
com os olhos postos no futuro", sublinha o
Q uanto à responsabilidade que tal nomeação comporta, António Vaz Carneiro admite que a sente, mas que não representa qualquer acréscimo sobre a fo rma como tem conduzido a sua forma de estar na profissão. "f a mesma de há já muitos anos. Por exemplo, um dos papéis que considero mais importan-
Professor. Quanto ao futuro, diz que a sua intenção é
te é a rep resentação do meu país no mundo'', diz. "Não estou a falar de representação formar o u informal mas sim daquela que faço quando pertenço aos grupos de investigação internacionais, quando modero mesas redondas em congressos e reuniões científicas, quando dou conferências por esse mundo fora, ou q uando recebo colegas no meu país. f isto que m ui ta gente não compreende, mas que eu faço questão de mostrar. Portugal é um país moderno, evoluído, progressivo e
continuar a ajudar os doentes, alunos, colegas, responsáveis políticos, profissionais de saúde ou não, e todas as pessoas que o solicitam. A consciência ética, refere, é a mesma porq ue sempre pautou a sua conduta que se traduz em estar disponível para tender e ajudar, sempre o que possível, quem o procura. Nem sempre o caminho é fácil, admite. Mas feitas as contas, o balanço não poderia ser melhor: "Adoro o meu trabalho, a m in ha família, os meus amigos, as pessoas com q uem, felizmente, contacto d iariamente e que acabam por ter uma im portância m uito grande na m inha vida - mais do que sou capaz de demonstrar, por vezes . Portanto, o que é que eu posso querer mais?"
cm
são reconhecidos pelo seus pares, devido à sua integrid ade pessoal, superior competência em Medicina Interna, obra profissional e comprovad o percurso académico" . "É excepcional porque os critérios de selecção p ara Fellow contemplam a excelência em três dom ínios: assistência clínica, docência/ educação médica e investigação científica", exp lica António Vaz Carneiro. Porém, frisa o Professor, têm de ser co roados pela integridade pessoal, que é de resto a primeira condição. "Portanto, o que este reconhecimento revela é um a ded icação e uma produtividade muito m arcadas nestes domínios" . A eleição de Antón io Vaz Carneiro pelo American College of Physicians constitui por isso uma enorme honra. "Penso que não só me p restigia a mim mas também às instituições que sirvo - a Faculdade de Medicina de Lisboa e o Hospital de Santa Maria - e até a Med icina portuguesa", observa Vaz Carneiro, que além do uso das abreviaturas MO e PhD, acrescenta agora a de FACP - Fellow do Am erican College of Physicians.
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Programa 08h00
Nova liderança na APAH
Tornar a administração hospitalar mais pragmática e inovadora única lista candidata à presidência da APAH já está a postos para concluir o fu ruro da associação até 2011. O s três anos que se seguem representam um momento crucial na vida dos administradores hospitalares. Envolvendo inúmeros desafios, a nova direcção revela um projecto ambicioso onde sublinha, entre ourros aspectos, a necessidade de reforçar o papel e estatuto dos administradores hospitalares. Seguindo a linha de orientação que tem marcado a actividade da APAH, a nova direcção, presidida por António Pedro Lo pes, pretende dar continuidade ao reforço da imagem da associação, quer no país, quer no estrangeiro. O desenvolvimento de uma acção inovadora
do da inovação da Administração Hospitalar, a nova direcção defende a criação de um Gabinete de Estudos. Responsável pela reflexão profunda de matérias prementes, em particular no campo da gesrão e economia de saúde, este gabinete deve dedicar-se ao desenvolvimento de estudos, os quais deverão suportar as posições oficiais emitidas pela APAH. Numa altura em que se comemoram 28 anos da Administração Hospitalar, a aposta na formação é assumida como um dos pilares do projecto de governação da APAH. No contexto do novo Quadro Comunitário de Apoio e seguindo a já estabelecida capacidade para desenvolver acções de formação, a nova direcção aposta nas viagens
tradores hospitalares tem sido um objectivo que continua por realizar. Tendo em conta o actual contexto e patamares de responsabilidade que
A criação de um Código Deontológico representa outro aspecto fundamental do projecto da recém nomeada direcção. Nortear os princípios e valores da actividade profissional dos adminis-
Manuel Delgado, que durante 16 anos esteve na presidência da APAH vai continuar a estar presente na Associação, agora como presidente da mesa da Assembleia-Geral. mD
de temas relacionados com a profissão e com careira, divulgar iniciativas, publicar trabalhos técnicos, difundir matérias de formação e de investigação, mas acima de tudo, proporcionar um espaço aberto à expressão das questões relacionadas com a carreira de Administração Hospitalar. A manutenção da (nossa) revista Gestão Hospitalar é também considerada de vital importância, e onde se espera uma maior intervenção dos administradores hospitalares e uma maior visibilidade dos hospitais portugueses.
Inovação Decidida a p reservar a história da carreira e, ao mesmo rempo, decidida a avançar no senti-
12h40
Encerramento sessão manhã - Trinidad Bausela, BUROTEC, Espanha
Presidente C. Directivo ISCTE - Romero Durán , BUROTEC, Espanha
12h45
A lmoço na Univer s idade Católica
" EXPERIÊNCIAS QUALIDADE - ISO 9001 NAS ORGANIZAÇÕES"
14h00
Ent rega dos Prém i os "Boas Práticas - Fó r u m • Hospital do
- Comentador: Dr. Lopes Martins, Administrador José de Mello Saúde
Futuro"
- Gonçalves Pereira, SINASE
09h00
- Cerimón ia presidida pela Senhora Ministra da Saúde, sendo
- Moderadora: Dra. Marina Caldas, Editora Revista Gestão Hospitalar
a Mesa constituída pelos Senhores Bastonários da Ordem dos Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Economistas, Paulo Nunes
A Experiência da Qualidade no Instituto Hidrográfico
de Abreu (GroupVision) e Gonçalves Pereira (Sinase) .
- Eng.ª Pilar Pestana, Chefe Dep. Qualidade Instituto Hidrográfico
14h45
A Experiência da Quali dade no Bloco Operatóri o Centra l
A Ciência Médica est á com as Boas Pr áticas - Prof. Dr. António Vaz Carneiro, Professor Faculdade Medicina Lisboa
- Dr. João Santos Coelho e EnfO Rui Leal,
Bloco Operatório Central do Hospital Curry Cabral 15h00
CONCLUSÕES DO THINK TANK: CORPORATE GOVERNANCE
NO SECTOR EMPRESARIAL DO ESTADO
A Experiência da Qualidade no Apoio Domiciliário
- Prof. Dr. Carlos Marques, Docente Universidade Nova
- Dr . Caldas Almeida, Provedor da Misericórd ia de Mora
- Dr. Paulo O/avo Cunha, Consultor da Vieira de Almeida & Associados,
associação espanhola homóloga constituem importantes finalidades da recente direcção. Orientada para a mudança, a nova presidência
é assumido como um objectivo de primeira linha. A regularização do vínculo laboral e a revisão da carreira constituem aspectos cruciais desse objectivo.
Sessão de Abertur a : - Chairman da Conferência : Prof. Dr. Luís Reto,
um convite dirigido ao presidente daAPAH para assumir a presidência da organização. Agora, o reforço das relações com Associação Brasileira de Administração Hospitalar e o reatamento com a
de estudo e no contacto com as novas realidades da gestão hospitalar.
filosofia de abertura e diálogo, a nova liderança salienta a necessidade de criar um site próprio na Internet. Objectivos: Fomentar a discussão
08h45
•
desencadeou uma proposta com vista ao preenchimento de lugares no seu Bureu e no SCAE (Subcomitee of European Affairs), bem como
de afirmação dos administradores hospitalares
Na qualidade de entidade assoc1anva que se pauta pela partilha e pelo estímulo ao debate, a nova direcção reconhece a importância de criar uma relação dinâmica com entidades de relevo internacional. A nível nacional, e fundado numa
- Dra. Carla Gonçalves Pereira, Directora Executiva da SINASE
envolvem a actuação dos gestores, a nova direcção enfatiza a necessidade de analisar atitudes e decisões menos consensuais. As relações internacionais são outro ponto forte do projecto, sustentado pela nova presidência. A regular e contínua colaboração com a EAHM (European Association of Hospital Managers)
da APAH promete defender a história da organização e contribuir de forma empenhada para o seu progresso.
A Experiê nci a da Avalia ção d o Desempe nho - SIADAP na AP
Recepção dos Con v idados, Prevê-se 550 participantes
Advogados e Docente Faculdade Direito Universidade Católica
A Gestão pela Qualidade no Centro Ambulatório ·- Dra. Ana Paula Amorim, Administradora Hospitalar Hospital S. João
15h20
CORPORATEGOVERNANCE
A Relevância da Liderança nos Sistemas da Qualidade
- Moderadora: Profª. Dra. Zulema Pereira,
( ISO 9001, 14001, OHSAS 18001, CAF)
Faculdade de Ciências e Tecnologia UNL
- Eng. Her mínio Henrique, Di rect or Departamento Qualidade SINASE
A Relevânc ia da Liderança na
"Governance" da Administração Pú blica
- Dra. Carla Gonçalves Pereira, Directora Executiva da SINASE
10h45
Coffee Break
11h00
"EXPERIÊNCIAS DE GESTÃO NA ADMINISTRAÇÃ O PÚBLICA"
A Gestão do Risco - Eng. Pedro Dias, Director Finanças Corporativas da GALP
- Comentador: Dra . Paula Teixeira da Cruz, Presidente Ass. Municipal Lisboa
A Governação n a Economi a Soci al
- Moderador: Dr. Camilo Lour enço, Jornal de Negócios
- Dr. Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias
Nova direcção para o triénio 2008/11
Programa AVES: Uma Exper iência de Melhoria da Quali dade - Profas Maria Ricardo e Hermínia Lima, Presidente e Vice-Presidente
Mesa da Assembleia-geral
Experiências de Corporate Governance - Dr. Murteira Nabo, Bastonário da Ordem dos Economistas
C. Executivo Esc. Secundária Dr. Manuel Laranjeira, Espinho
Presidente - Manuel Martins dos Santos Delgado (Hospital Curry Cabral) Estratégia e Prio ridades na Gover nação do POPH
Uma Ex periência " lean" na Logísti ca Hospitala r
Secretárias - Élia Céu Costa Gomes (C H Porto); Maria Paula Apolinário Ferreira Sousa (C H Coimbra) Secretária Suplente - Maria Manuela Mota Duarte (Hospital de Viana do Castelo)
Direcção
- Dr. Victor Herdeiro, Administrador Serviço
- Dr. Rui Fiolhais, Gestor POPH - Prog rama Operacional Potencial
Aprovisionamento Centro Hospita lar do Porto
Humano do QREN Acção Preven t iva e Responsa bilizador a do Tr ibun a l de Contas
Nova Legisl ação da Contrat ação Púb lica : Pri n cipais Al ter ações
- Conselheiro José F. F. Tavares, Director Geral do Tribunal de Contas
- Drs. António Paulino e Fernando Batista, Formadores Sinase e !NA
Presidente - António Pedro Araújo Lopes (Hospitais Universidade Coimbra) Vice-Presidente - Jorge Manuel Firmo Poole da Costa (C H Lisboa Norte) Vogais - Marta Alexandra Fartura Braga Temido (C H Coimbra); Pedro José Duarte Roldão (Hospital D . Pedro -Aveiro); Teresa Maria da Silva Sustelo (C H Lisboa Central) ; Vítor Emanuel Marnoto Herdeiro (C H Porto)
17h15
Governa nce n o Ensino Su perio r
Tesoureira - Ana Isabel Higino Figueiredo Gonçalves (C H Lisboa Central)
1
Ence r rament o
- Prof. Dr. Fernando Santana, Pres. Cons . Directivo Fac. Ciências
- Trinidad Bausela, BUROTEC, Espanha
e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
- Gonçalves Pereira, SI NASE
------ -- -------------- -------- --- ------------------- -------------------------------- ------ --- ---- ---------------------- ---- ----- ------------------- ·
Vogais Suplentes - Helena Felizardo Gonçalves (C H Lisboa Central); Teresa Alexandra Santos Mariano Pêgo (Hospital Águeda)
CON FI RMAÇÃO DE PRESE NÇA
Conselho Fiscal e de Disciplina
1 6 ª Conferência " Liderança e Gestão do Risco no Corporate Governance" 26 de Maio de 2008 - Universidade Católica - Auditório Cardeal Medeiros
Presidente - Pedro Brito Esteves (IPO Norte)
Nome: ---------------------------------------~
Vogais - Ana Paula Jesus Harfouche (IPO Lisboa); Francisco Martins Guerreiro (Hospital Évora) Vogal Suplente - Miguel Jorge Figueiredo Carpinteiro (C H Lisboa Norte)
1968-2008 40 Anos
Nome Profissional: __________________ Entidade: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ __ _ _ _ _ _ _ __ _ _ __ Morada: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ Tel : ____ _________
Fax : _ ________ E-Mail: - - - - - - - - - - - - - - - -
Para esclarecimentos: Sandra Mota (sandramota@sinase.pt) - Telf: 21 393 40 42
Acordo de cooperação
•
•
F
oi assinado o terceiro protocolo de colaboração no âmbito da diabetes, com o objectivo de melhorar a acessibilidade dos doentes com esta patologia. A assinatura foi celebrada entre o Ministério da
Necessidade de reestruturacão ~
O Ministério da Saúde assumiu, à época, a necessidade de reestruturação do Programa Nacional de Controlo da Diabetes que culminou em 1998, com a respectiva revisão numa perspectiva de aproximação ao modelo de gestão integrada da diabetes e de estabelecimento de uma parceria com todos os intervenientes no circuito de vigilância da doença, o que mereceu o elogio da Organização Mundial de Saúde. Assim nasceu o primeiro Protocolo de Colaboração no âmbito da diabetes. Este Primeiro Protocolo envolveu, simultaneamente, o Ministé-
das pessoas com diabetes aos dispositivos de auto vigilância e de administração de insulina e reforçar-se o conceito de auto responsabilização da pessoa com diabetes pela evolução da sua doença, o que se traduziu na redução do número de episódios de
tem prescrição médica relaciva aos seguintes dispositivos: tiras-reagentes (para medição da glicemia, glicosúria e cetonúria), seringas, agulhas e lancetas.
rio da Saúde, as associações de pessoas com diabetes, a Indústria Farmacêutica, os distribuidores de produtos farmacêuticos e
çando as estratégias de actuação preventiva e impondo um especial apelo à congregação de esforços intersectoriais no sentido
as farmácias, visando a congregação de esforços na melhoria da acessibilidade das pessoas com diabetes aos dispositivos indis-
O protocolo abrange as seguintes áreas de intervenção: definição e estabilização dos preços dos dispositivos médicos; definição do circui-
pensáveis à sua auto vigilância e de administração de insulina. Em 2003 foi assinado o Segundo Protocolo de Colaboração no âmbito da diabetes, que esteve em vigência até Abril.
de se obterem, de forma mais rápida, ganhos de saúde junto da população diabética. Atendendo ao exposto, o Ministério da Saúde reconhece a necessidade de reforçar a parceria iniciada na década passada, potenciando todas as mais valias já obtidas, através da celebração
to organizativo de distribuição, dispensa e facturação dos dispositivos médicos abrangidos pelo protocolo em termos análogos ao do medicamento, de forma a permitir a melhoria da acessibilidade das pessoas com diabeces, bene-
Através dos l 0 e 2° protocolos conseguiu-se melhorar o acesso
de um 3° Protocolo de Colaboração no âmbito da diabetes.
pagadora. Percebe-se que à frente do balcão da farmácia há similitude para os beneficiários,
saciadas que voluntariamente queiram aderir às regras deste protocolo às pessoas com dia-
ficiárias do Serviço Nacional de Saúde, estes dispositivos médicos e a retardar o inicio e/ou
sejam do SNS, da ADSE ou ainda, do SAMS. Mas atrás desse mesmo baldio, as contas terão
betes, ao preço do armazenisca, sem margem para a farmácia.
reduzir as complicações da diabetes. Segundo Francisco George, director Geral da Saúde, trata-se de um acordo que «visa compatibilizar o III Prococolo da Diabetes com o diploma legal que fixa novos preços para as tirastestcs, na perspectiva de facilitar o processo de auto-vigilância e auto-controlo do doente».
de ser devidamente discriminadas, uma vez que o SNS, a ADSE ou o SAMS devem pagar só, e mesmo só, a comparticipação de 85 % dos seus, sublinho, e só seus, beneficiários». Os utentes têm, assim, uma ligeira diminui-
O receituário respeitante aos dispositivos médicos é facturado pelas farmácias às administrações regionais de saúde, juntamente com o restante receituário e pago, por estas, nos mesmos termos e condições em vigor para os
ção do montante que pagam ao balcão da farmácia, decorrente da conjugação das reduções, respectivamente de 2,5% da Indústria Farmacêutica e de 1% dos distribuidores, bem como da manutenção da margem de co-
medicamentos. A dispensa dos dispositivos médicos às pessoas com diabetes beneficiárias do Serviço Nacional de Saúde é condicionada a prescrição médica, a qual, para efeitos do presente Proto-
mercialização de 0% por pane das farmácias» salientou Francisco George.
colo, só pode incluir os dispositivos médicos nele abrangidos. Este Protocolo entrou em vigor em Abril de e tem um período de vigência de dois anos . l'ãII
Saúde (MS), a Direcção Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) e a Associação Nacional de Farmácias (ANF). Com este protocolo fica determinada uma nova redução dos encargos para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos Subsistemas públicos de saúde que apresen-
O responsável referiu que são dois os objectivos do protocolo. "Em primeiro lugar assegura a total equidade no acesso aos doentes de todo
>> >Trata-se de um acordo que «visa compatibilizar o Ili Protocolo da Diabetes com o diploma legal que fixa
o sistema incluindo, portanto, os beneficiários do SNS e dos Subsistemas. Em segundo lugar definiram-se novas regras de facturação com o objectivo de distinguir claramente os encargos
novos preços para as tiras-testes» referiu Francisco George, director Geral de Saúde
financeiros em função da respcctiva entidade
.
No âmbito do protocolo, os dispositivos médicos são dispensados pelas farmácias associadas da ANF, da AFP e pelas farmácias não as-
internamento hospitalar por descompensação diabética. Face à necessidade de inverter a tendência de crescimento da diabetes e das suas complicações, em Portugal, foi novamente revisto e actualizado o Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, aprovado a 11 de Novembro de 2007, refor-
27 L
Saber que faz mover
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia investe na educação e envolvimento da sociedade para sensibilizar a população para as questões das
Quem trata dos ossos
A campanha "Saber que faz Mover" assenta na
N este p rograma da SPR, a educação da população passa ainda por acabar com a designação
convicção de que o esclarecimento e educação da população conduzem a uma maior capaci-
"médicos das doenças dos ossos". Esta expressão, esclareceu Augusto Faustino, remete para
dade de intervenção. "Reconhecer, agi r e exigi r" são as palavras-
os ortoped istas, especialidade que intervém na situação de trauma. "Os ortopedistas nem têm as competências
-chave que a SPR pretende fomentar junto da opinião pública. A exposição itinerante teve início no in ício de Abril, em Faro, e term ina a 26 de
adeq uadas e muito m enos estão interessados em tratar as doenças reumáticas", declarou. A reu matologia é a especialidad e que trata as
Outubro, no Porto. Pelo caminho , vai percorrer mais oito cidades . Em colaboração
patologias do aparelho locomotor cuja causa
com as autarquias, as quais dispo nibilizam
não está associada a fractura. "É tudo o que
os espaços ao ar livre, esta acção envo lve d ive rsas entidades: hosp itais, centros de
dói m as não está partido", d isse o especialista. "Temos d e garantir que os doen tes reu-
saúde, escolas, Câmaras M u nicipais e o
máticos sejam tratados por reumatologistas,
M inis tério da Saúde. A SPR q uer d o tar a
po is estes são os especialistas habilitados a fazê-lo'', insisti u Augusto Faus tino. Para a
população com um conj unto de in fo rm ação e instrumentos capazes de a umentar o
SP R es te é um ponto fulcral na m udanç4 a preconizar. Se por um l~do é preciso dei~ar • l claro q ue a reumatología é i especialid ade
conhecimento sobre a realidade das doen-
trata estas patologias é o reumatologista e não "o médico dos ossos", a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) lança
clínic'a dotada! das com petên cias :para rtatar
riais - painéis, cartazes, brochuras, etc. A
Apresentado em finais de M arço na Ordem
o defen!de que a articttlaçao com os med1cos . t ' l ' ' . de Clínica Geral toriduza a uma referencia-
campanha com uma duração sete meses vai contar ainda com a apresentação d e testemunhos, vídeos e conferências. A socieda-
dos M édicos, em Lisboa, pelo presidente da
ção precoce·e adequada.'
doenças reumáticas.
P
orq ue não existe reumatismo mas doenças reumaucas e porque quem
;
.
•
1
1
'
do9n~e re~niáti~~·IPº~ ~ut1o?, iristi~ti~ção
uma exposição que vai percorrer o país com o objectivo de esclarecer a população.
•
SPR, Augusto Faustino, o programa desta acção, intitulada "Saber que faz mover" tem
1
.
de defende doentes esclarecidos são mais
que d everia", reclamou Augusto Faustino.
a dimensão das doenças reumáticas; dotar o público do conhecimento necessário para ·al-
'~f necessário qu~ os médicos que estão na pri-
terar comportam entos e posicionar a reuma-
"A patologia reumática é a mais frequente na raça humana. Mas não mata. E porque não mata, não é uma prioridade para quem tem responsabilidades nesta matérià ', denunciou Jaime Branco, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e um dos especialistas responsáveis pela elaboração do Plano Nacional contra as Do-
conizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo as quais os anos ganhos em esperança média de vida não podem ser anos de sofrimento, desvantagem e invalidez. A patologia reumática é a doença crónica mais
desde o diagnóstico à reab ilitação'. "Muitas vezes um atraso de um a c(ois meses ·
meira linha, e sem dúvida são os médicos de
no d iagnóstico pode fazer a d iferença entre o tratamento e controlo das doenÇa e a in- :
família, façam a ponte com a reumatologia, so-
capacidade
1
bretudo nas doenças mais relevantes", disse.
Fausfi1º · rm
frequente no adulto e a primeira causa de consulta de M edicina Geral e Familiar. É também '
p revenção das deformações, pela melhoria d a
a primeira causa de incapacidade temporária (" baixa") e d efinitiva, conduzindo à reforma
capacidad e fun cional - im pedindo baixas e reformas - pela redução do sofrimento, dos
antecipada. Um em cada três portugueses so-
custos directos e indirectos e, por fim , pela
fre de uma doença reumática e dez por cento
redução do impacto social e económico associado à patologia reumática.
da população pad ece de uma forma grave o u incapacitante desta pato logia.
Poupar, gastando mais "É preciso convencer as auto ridades de Saúde que é possível poupar, gastando mais'', afirmou Augusto Faustino. "O s custos económicos e sociais são elevadíssimos. O sofrimento não é sequer calculável. Mas este cenário pode e deve ser alterad o'', afirmo u. Segundo a SPR a solução passa por modifi-
t a~ do~n' a$ reukaticas. N esse 'entido, a camJanh~ insist~ t'.0' esclarecimen o}!sobre quem 1 : J...
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que exis.~e são mais d e 100 doenças reumáticas", esclareceu Jaim e Branco. Assim, a exposição que vai percorrer várias ci-
correctamente e o mais precocemente possível. Isto é fundamental, acima de tudo para as doenças que sem terapêutica evoluem de
bam o tratamen to adequado e sem d emoras. Na p rática, o que a SPR preconiza é uma
Existem em Portugal cerca de 100 re~mato~ 1logistas, um número abaixo das necessidade$
' da clah Rcaçã Jl o.q ue é vulgarmehte cham ado • • 1 r 1 · : de "reuriiáticp"~ ,;º reumatismo não existe. o
"Primeiro temos de conseguir diagnosticar
forma mais destrutiva e incapacitante", referiu Augusto Faustino. D epois, apon tou o especialista, é necessário garantir que os doentes rece-
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pe~manen;te", concl~i : Augusta ·
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enças Rewnáticas da D irecção Geral da Saúde. "Parece que hoje o que importa é o que mata, como se a qualidade de vida não fosse importante" insistiu, relemb rando as directrizes p re-
capazes de exigir uma resposta adequada,
· "Temos uma rede de referenciação que é mui. ~o boa, mas que não tem a aplicação prática
como objectivos sensibilizar a população para
tologia como a especialidade com m aior competência para tratar as doenças reumáticas.
ças reumáticas e como abordar a patologia. Para isso desenvolveu uma série de mate-
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Saúde Portugal 2008
APAH promove debate so·bre Cuidados Continuados A
APAH promoveu, no âmbito da exposição Saúde Portugal 2008, um debate sobre a situação actual, desafios e perspectivas dos Cuidados Continuados. A conferência, que decorreu em meados de Abril, na Cordoaria Nacional, contou com a intervenção de Inês Guerreiro, coordenado-
ra da Unidade de Mis~ão para os Cuidados Continuados Integrados. O debate abordou questões como a importância e a razão da existência da Rede de Cuidados
das famílias bem como dos suportes sociais. Célia Pitão, administradora hospitalar do Centro Hospitalar de Lisboa Zona Central, apontou algumas preocupações, nomeadamente quanto ao peso do número de camas do SNS na rede de cuidados continuados ser de apenas 1O por cento do total da capacidade contratualizada. "Porque não se reconverte parte das cam as (2040) dos Hospitais de nível 1 e das unidades de internamento dos Cen-
Continuados Integrados e apontou, partindo
tros de Saúde?", questionou. Segundo Célia Pitão, acrescentando que a região de Lisboa
da situação actual, para o futuro deste projecto no Serviço N acional de Saúde (SNS). A discussão visou ainda abordar o papel e intervenção
e Vale do Tejo, e particularmente a cidade de Lisboa, é a mais carenciada em camas de cuidados continuados. E nessa medida deixou
mais duas questões: "Porque não se utilizam já parte das instalações do Hospital do Desterro como unidade de cuidados continuados? Das cerca de 1200 cam as actualmente existentes no CHLC quantas serão adaptadas a cuidados continuados?"
Convertidos Inês Guerreiro, Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Contin uados Integrados, esclareceu que a conversão dos recursos do SNS é já uma realidade. "Já foram convertidos centros de saúde e hospitais para internamento. Entre outros, todos os centros de saúde do Algarve, bem como o Hospital de
Serpa, estão reconvertidos'', frisou Inês Guerreiro, apontando ainda os casos dos Hospitais de Seia e Espinho, também eles, reconvertidos para a rede. A governante reconheceu que, de facto, Lisboa é a região menos coberta. Contudo, sublinhou, que a região de Lisboa e Vale do Tejo têm um projecto que está definido com a adaptação de instalações, como é o caso do Hospital do Montijo. "Este trabalho está a ser feito e envolve várias entidades, entre elas,
expo & conferências
2008
as ARS e as autarquias", adiantou. Durante a conferência, Célia Pitão questionou ainda aspectos como a regulação da actividade da rede, quer na implementação e execução do projecto, pela avaliação dos serviços prestados e processamento das queixas e reclàri).ações dos doentes, bem como ao nível da execução financeira. Sem demora, Inês Guerreiro esclareceu que "a entidade reguladora de tudo o que se passa nos cuidados continuados são as ARS e os organismos que licenciam as unidades". Acrescentou ainda que são as ARS que gerem todas as justificações financeiras. "São custos pensados até ao pormenor", salientou a governante. "Toda a nossa logística assenta nas ARS e nas organ izações de apoio e segurança social".
Excelência Augusta Lopes, assistente social e coordenadora do Serviço Social do Centro Hospitalar de Lisboa Zona Central, trouxe para o debate a experiência da Equipa de Gestão de Altas da sua unidade. Vantagens identificadas: resposta com qualidade ao planeamento de altas dos hospitais, garantindo a independência e manutenção dos benefícios ganhos durante a hospitalização; resposta única, não criada até à data, para casos clínicos complexos sem critérios de internamento em hospitais de agudos; redução da d uração média do internamento da população de risco; identificação de lacunas na RNCCI que afectam a pop ulação atingida, obtendo informação para promover mais serviços de suporte
30
saúdeportugal
que respondam às necessidades dos doentes; . prevenção de reinternamentos por problemas sociais; fomenta o incentivo e facilita o trabalho multidisciplinar, melhorando a articulação entre o hospital, os centros de saúde e os serviços da Comunidade; e finalmente promove a satisfação do doente e da fam ília. Na opinião de Augusta Lopes, "a RNCCI a funcionar em pleno, aliada às Redes Sociais de Suporte será uma resposta de excelência aos inúmeros casos que povoam os hospitais e aos quais o assistente social, tal como outros técnicos conhecem, acompanham e procuram sistematicamente a melhor solução para ultrapassar um papel social neste grande palco da vida e para o qual nunca estamos preparados: o de doente". No final, Inês Guerreiro registava que o envolvimento, empenhamento e entusiasmo suscitado pelo debate tem a ver com o facto de se tratar de um projecto dotado da arquitectura correcta, mas cujo p rocesso é evolutivo e, necessariamente, por etapas. lãII
Privilégio Do ponto de vista de Inês Guerreiro, a adaptabilidade e a flexibilidade, em conjunto com o rigor, são essenc1a1s para a concretização da Rede. "Os Cuidados Continuados são o motor da mudança. A Rede veio questionar tudo o que tínhamos. Finalmente d iscute-se e põe-se em causa o poder das instituições e dos profissionais. Finalmente põe-se em causa um sistem a que n unca olhou para ~ ", o doente como o centro da questao notou a responsável pela UMCCI. "Por tudo isso, e porque é explosivo, este processo tem de ser gerido de fo rma tranquila. Só em conjun to conseguiremos resolver um problema tão complexo" . "Estar n este projecto é um enorme privilégio", concluiu.
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Dia Mundial serve de alerta
O A,B,C
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para a pre vençao das Hepatites
Estima-se que 1 % da população
As dúvidas desfazem-se quando aparecem os primeiros sinais de icterícia: a pele e os olhos ficam amarelados manifestando a dificuldade
portuguesa tenha Hepatite C, mas não há certezas. A falta de estudos, bem elaborados, pode significar uma prevalência maior. Estes foram dados apresentados durante um workshop organizado pela Associação SOS Hepatites, realizada em Lisboa no início do mês, no âmbito do Dia Mundial das Hepatites, que se comemorou a 19 de Maio. Uma iniciativa que teve, também, como objectivo mostrar a realidade portuguesa no que se refere a várias temáticas relacionadas com a infecção dos vírus das Hepatites.
A
B e C foram as heparires apresenradas durante o workshop
' sobre a remática «Hepatites em Portugal». Apesar da gravidade destas doenças, elas ass umem caracterísricas diferentes. Segundo Rui Taro Marinho, do serviço de Gastrenrerologia e Hepatologia do Hosp ital de Sanra M ari a e presidente da Associação Portuguesa para o Es tudo do Fígado , «a hepatite A tem m enor im-
portância, uma vez que em menos de seis meses está resolvida. As hepatites B e C podem to rn ar-se crón icas . Na heparite B,
32
>>> Rui Tato Marinho afirmou que «ao fim de 15 anos com cirrose, a probabilidade de t er cancro do fígado é muito elevada»
cerca de 5% da população que tem a patologia pode ficar com ela toda a vida. Na
Hepatite A O presidente da Associação Porruguesa para
hepatite C, a percentagem de pessoas q ue
tem vindo a diminuir, d evido à vacina existente».
o Estudo do Fígado revelou que «o vírus da hepatite A instala-se no organismo através do aparelho digestivo, multiplicando-se no fígado e causando a sua inflamação. Geralmente a doença é contraída após a ingestão de alimentos ou água contaminados. O grau de incidência é bastante elevado em países menos desenvolvidos, onde a rede de sanea-
«Ü cancro do fígado, por seu lado , tem vindo a aumentar em termos de número
mento básica é precária ou inexistente e afecta sobrerudo crianças e adolescenres».
de doentes e número de internam entos. H á cada vez mais pessoas vivas com a patologia, o que faz aumentar os internamentos e, consequentemen te, os gastos com a d oen ça» saliento u Rui Tato Marinho.
Em 90% dos casos não existem sinromas. No entanro, quando existem, são similares aos de uma gripe: náuseas, febre, falta de apetite, dores de cabeça, dores musculares/ arriculares, inflam ação dos olhos e diarreia.
pode fi car com es ta patologia para toda a vida ch ega a atingi r os 85%» .
O especialista referiu q ue «as hepatites B e atingem 500 m ilhões de pessoas, em rodo o mundo", no enran to "a hepatite B
e
Hepat ite C «Quancos portugueses têm essa doença? Não existem dados, em Portugal, que permitam dar urna resposta concreta Há ape-
do fígado em remover a bilirrubina da correnre sanguínea. A vacina conrra a Heparire A existe, é eficaz e não possui qualquer contra-indicação, não sendo usual a manifesra-
nas estimativas. Estudos indicam que a prevalência seja de 1% , no entanto acredito que seja superior. Em Espanha são cerca
ção de efeiros secundários. Em Portugal existe a vacina que protege contra o VHA, admin istrada em d uas doses; e uma outra, combinada, q ue também protege con tra a Hepatite B, cuja administração se divide em três doses.
de 2,5 % por isso não acredito que, po r cá, a diferença seja tão grande, uma vez que a evolução tem sido idêntica. Em França os valores revelados falam de 1,3% e em Itália 3,5% . Na minha opinião, os números em Portugal estão subestimados , uma vez que
Hepatite B
a notificação tem falhado » salientou o presidente da Associação Portuguesa para
O vírus da hepatite B é o mais perigoso. Afecta 350 milhões -de pessoas em todo o mundo e é o único que possui um código genético próprio passível de ser identificado nas análises clínicas de diagnóstico da doença. Rui Taro Marinho salientou que «l % da população portuguesa tem o vírus da hepatite B. Nos imigrantes o número é mais elevado,
o Estudo do Fígado. Ainda de acordo com este responsável, estima-se que nos próximos anos os casos de
chegando aos 10%. O contágio deste vírus é fundamentalmente feiro por transmissão sexual e por partilha de seringas entre os utilizadores de drogas endovenosas». «A evolução da Medicina, ao nível de trata-
Do ponto de vista epidemiológico, a hepatite C é a mais preocupante. Em 80% dos casos progride para o estado cró nico e apenas 20 % d os infectados recuperam
menro, tem evoluído bastan te. Hoje em d ia existem 5 medicamentos que interferem com o vírus, nomeadamente in jecções
cirrose venham a aumentar, assim como o cancro do fígado. Isto deve-se ao facco da grande utilização de drogas injectáveis nos anos 80. A doença pode-se manifestar 20 a . 30 anos depois».
espontaneamente. A principal forma de rransm issão é a via sanguínea, o q ue leva à constituição de um grupo de risco cons-
tituído por pessoas que tenham sido operadas ou sujeitas a transfusões de sangue antes de 1992 (na altura não se realizavam as análises necessárias para idenrificar a existência de VH C no sangue d oado), e os toxicodependentes de drogas injectáveis. «Cerca 70% dos toxicodependentes, que tomaram drogas po r via inj ectável tem hepatite C », esclareceu o especialista do Hospital de Santa Maria referindo, também, que «O grande problema dos jovens com esta parnlogia é que podem ficar com ela para toda a vida" . Na hepatite C conseguem-se curar entre 55 a 60% dos casos . «Uma inovação tecnológica perm ite a obtenção de resultados mais rápidos no que diz respeito à hepa tite C. O Vibroscan é um aparelho vibrador que se encosta ao fígado e analisa o número de cicatri zes que o doente possa ter, sem existir a necessidade de se fazer uma biópsia. É um p ro cesso que não causa dor e o resultado é obtido em 5 m inutos. rilD Ana Cruz
Campanha do 12
e comprimidos. A hepatite B não é curável e quem a tem terá de fazer medicação toda
Foi lançado no passado dia 19 de Maio, por altura das comemorações do Dia Mundial da
a vida. Se se parar a medicação o vírus volta», informou o especialis ta salientando ainda que «existe uma vacina que evita a h epatite A e B e que tem d upla eficácia». Rui Tato Marinhio acrescentou que <<a vacina contra a hepatite B está contemplada no Plano Nacional de Saúde (PNS) e é administrada a qualquer pessoas em três doses. No entanto, não tem qualquer efeito quando administrada a indivíduos já infectados e tem uma eficácia de 95%».
Hepatites, com maior relevância para a B e a C. «Campanha do 12» é o nome desta iniciativa q ue alerta para o facto de que uma em cada
Hepatite, uma campanha que pretende chamar a atenção da população para a gravidade das
12 pessoas tem hepatite. Segundo Emília Rodrigues, presidente da Associação SOS Hepatites, «vão ser feitas campanhas através das Câmaras Municipais com o objectivo de se chegar mais próximo das pessoas, mas acreditamos que é dentro do consultório do médico de famfüa que começa todo o processo». É fundamental, pois, alertar, informar e desmistificar estas doenças, incentivando a população a efectuar o rastreio, disse Emília Rodrigues, acrescentando que «para a associação é importante reconhecer a faixa populacional que possa ser portadora destas patologias».
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A Pfizer dedica toda a sua pesq~i~a à saúde~ D s que ainda não nasceram ate as pesso~ o. mais avançada. Sabemos que ca a idade de ter problemas específicos mas que idade po . é comum o desejo de uma a_todas as idaa~~:vel e plena. Por isso, estamos vida longa. s · éd'ca da da investigaçao b1om 1 ' na van~udaor e tratando cada vez mais doenças. preventn ., d mas
,?e
Mu~tos su~:ss~:~~~~~a~ ~~a;;:saº~~dicação
muitos ou as doenças façam parte do e esforço. ~~~ d~~osso futuro. Este é o nosso passado ~ o consigo· ·1untos faremos o futuro. comprom1ss •
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH apresenta a legislação mais relevante publicada em Diário da República entre os dias 13 de Março e 15 de Maio
Presidência do Conselho de Ministros
xiliares de diagnóstico destinados aos diabéticos, nos estádios da
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 70/2008, de 22 de
produção, impo rtação e comercialização. Revoga a Portaria n. 0
Abril
509-B/2003, de 30 de Junho
Aprova as oriemações esrracégicas do Escado descinadas à globalidade do sector empresarial do Escado
Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Saúde
Resolução do Conselho de Ministros n. 0 76/2008, de 14 de
Portaria n. 0 31/2008, de 18 de Abril
Maio
Regula os critérios e condições para a atribuição de incentivos
Autoriza a realização da despesa com a aquisição de vacinas para
institucionais e financeiros às unidades de saúde familiar (USF)
o Programa Nacional de Vacinação
e aos profissionais que as integram, com fundamento em melhorias de produtividade, eficiência, efectividade e qualidade
Ministério da Saúde
dos cuidados prestados
Decreto-Lei n. 0 48/2008, de 13 de Março de obras públicas e a aquisição ou locação, sob qualquer regime,
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
pelas administrações regionais de saúde, I. P., e pelos conselhos
Portaria n. 0 330/2008, de 28 de Abril
de administração dos hospitais do Serviço N acional de Saúde,
Autoriza o funcionamento do curso de pós-licenciatura de espe-
de bens e serviços destinados à instalação das Unidades de Saúde
cialização em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior
Familiar, à instalação ou requalificação dos serviços de saúde
de Saúde Atlântica, da Universidade Atlântica, e aprova o res-
da Rede N acional de C uidados Continuados Integrados e dos
pectivo plano de estudos
Cria um regime excepcional para a contratação de empreitadas
serviços de urgência, e pelo Instituto..Nacional d e Emergência M édica, I. P., de bens e serviços destinados ao reforço dos meios de socorro pré-hospitalar
Portaria n.º 337/2008, de 29 de Abril Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem M édico-Cirúrgica na Escola Superior d e Enfermagem São
Decreto-Lei n. 0 79/2008, de 08 de Maio
João de Deus da U niversidade de Évora e aprova o respectivo
Segunda alteração ao Decreto-Lei n. 0 173/2003, de 1 de Agos-
plano de estudos
to, reduzindo em 50% o pagamento de taxas moderadoras no acesso à prestação de cuidados de saúde dos utentes com idade
Portaria n. 0 338/2008, de 29 de Abril
igual ou superior a 65 anos
Autoriza o funcionam ento do curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria na
Portaria n. 0 35/2008, de 09 de Maio
Escola Superior de Enfermagem Dr. José Timóteo Montalvão
Regulamenta a rede nacional de coorden ação de colheita e
Machado e aprova o respectivo plano de estudos
transplantação ESCCL:\ r !.',..
.r::· ·.\_ ~ bleia da República
Ministérios da Economia e da lnov cão ê.'da ·: ;:-,'-" 'L.. J~edari ção de Rectificação n. 22-A/2008, de 24 de Abril !)G.-CJ r~ tJf<J Rectifi a a Lei n .0 1 2-A/200~, de 27 de Fevereiro, que estaSaúde 0
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Portaria n. 0 253-A/2008, de 04 de Abril
belece s regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações
D efine o regime dos preços a que ficam s e1tos os m eios au-
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