Gestão Hospitalar - Nº39_2008

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04 Editorial

Pedro Lopes, presidente da APAH, faz uma revisão da matéria no que diz respeito à implementação das reformas do Ministério da Saúde, em particular, quanto à reestruturação da rede de urgências. Segundo Ped ro Lopes, "tudo serviu para dificultar uma reforma mais do que justificada" .

12 Entrevista

Inês Guerreiro é Coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados e lidera o projecto mais ambicioso e inovador do Ministério da Saúde: a implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. A responsável faz as contas ao trabalho de dois anos e conta como pretende ampliar a Rede até 2016.

20 Conferência

A Ili Conferência Internacional de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa aconteceu em Lisboa, por iniciativa da APAH. Durante três dias os mais altos representantes da Saúde das nações da CPLP partilharam experiências e as preocupações de quem trabalha ainda para garantir os mais elementares cu idados de saúde.

28 Investimento

A ala de pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto está mais completa. A organização internacional Kiwanis Clube ofereceu ao instituto dois quartos individuais equipados com alojamento para acompanhante e uma casa de banho privativa e teve um investimento de 30 mil euros.

32 ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

1

e Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Associação Portuguesa a Indústria Farmacêutica (APIFARMA) uniram-se e assinaram m protocolo de colaboração para o desenvolvimento do Museu Saúde.

BIBLIOTECA

3


Sopra uma boa nova.

As reformas da saúde - ponto de situação

P

ar despachos da Secretária de Estado

pacho n. 0 5414/2008, de 28 de Janeiro de 2008,

Adjunta do Ministro da Saúde, de 14

onde define e classifica os serviços de urgência que

de Novembro de 2001 , foi aprovada a

constituem os pontos da Rede de Referenciação de

Rede de Referenciação Hospitalar de

Urgência/Emergência dos hospitais portugueses.

Urgência/Emergência. Constatando-se quatro anos mais tarde o desajus-

Da análise do conteúdo dos diplomas que consubstanciam o actual enquadramento jurídico

tamento entre a rede aprovada e a rede efectiva-

da prestação de cuidados de saúde de urgência

mente existente no terreno, entendeu-se necessário

e emergência do nos_so país, três pontos a desta-

a sua reformulação.

car: o arrojo do projecto (assente na dimensão do

Através do Despacho n. 18459/2006, de 30 de Julho de 2006, do Ministério da Saúde, procedeu-

craticidade da sua implementação (caracterizada

-se à actualização da rede de serviços de urgência

pela discussão pública e pela abordagem política

do Serviço Nacional de Saúde, definindo-se as ca-

participada) e finalmente a sua tecnicidade (pro-

racterísticas da rede, os níveis de resposta e os res-

tagonizada por uma comissão técnica de alto ga-

pectivos pontos de referência. Para o efeito foram

barito, com médicos de várias regiões do país e

definidos três níveis de urgência que passaram a

altamente credenciados).

chamar-se urgência polivalente, urgência médico-

Neste contexto, o previsível seria alguma contes-

-cirúrgica e urgência básica e procedeu-se à sua ca-

tação na medida em que a mudança é difícil, mas

racterização.

também muita compreensão e uma grande atitude

0

· Pedro Lopes Presidente da APAH

"Opiniões críticas das ordens profissionais, intransigências de alguns responsáveis do poder local, manifestações das populações e alguns episódios estranhos, tudo serviu para dificultar uma reforma mais do que justificada"

4

Entr~tanto,

mesmo e na matéria sensível a abordar), a demo-

tinha sido criada e nomeada uma

proactiva num processo de reforma fundamental

comissão técnica que tinha por missão apoiar

para o acréscimo de qualidade numa área tão ca-

o processo de requalificação das urgências e

rente, como todos sabemos ser, a área da urgência/

deveria funcionar ainda como órgão consul-

emergência hospitalar.

tivo do Ministério da Saúde. O Despacho n. 0

Opiniões críticas das ordens profissionais, intran-

17736/2006, de 30 de Janeiro de 2006, do Ministério da Saúde cria a Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação da Rede de Urgência Geral (CTAPRRU) . A comissão desenvolveu o seu trabalho e entregou o respectivo relatório em 27 de Setembro de 2006. Posteriormente o Ministério da Saúde desenvolveu um processo de discussão pública do referido relatório que terminou no mês de Novembro de 2006. Da discussão foram recolhidas sugestões e observações que tiveram acolhimento em novo documento legislativo, o Despacho n .0 727 /2007, de 18 de Dezembro de 2006, do Ministro da Saúde. Finalmente, o Ministro da Saúde publica o D es-

sigências de alguns responsáveis do poder local, manifestações das populações e alguns episódios estranhos (por exemplo, o diálogo telefónico en-

Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português. Escolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi.

tre uma Corporação de Bombeiros e o INEM), tudo serviu para dificultar uma reforma mais do que justificada.

Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais.

M as porquê voltar a uma matéria sobre a qual já tanta tinta correu e relativamente à qual tantos d a-

Acreditámos no seu apoio.

nos foram causados?! Simplesmente pelo facto de, n as notícias mais recentes, termos lido sobre o encerramento de mais

Em Portugal, com portugueses, para o mundo.

uma urgência, no caso, a de Vila do Conde. Para concluir, a reforma continua como foi prometido, a reforma será feita apenas e quando houver alternativas e o bom senso imperar.

ma

~ LABESFAL

Fresenius Kabi Caring

for

Life


Diabéticos

Enfermeiros

Kit de iniciação à Insulina chega aos hospitais e centros de saúde

Peddy Papers identificam dificuldades dos cidadãos N o passado dia 7 de Novembro, rea-

mte1am a in jecção de insulina p ara con trolo das doenças, está disponível nos

mas integrando também acompanhantes e enfermeiros especialistas em enfermagem de

Destas três instituições, a única que reunia as condições de acessibilidade e mobilidade foi a Casa do Gil - uma associação que acolhe crianças que anteriormente ficariam internadas em hospitais por questões de foro social. Seguiu-se a visita a um café, a uma estação do Metropolitano, às instalações da ADSE e a uma instituição bancária. Em todos estes casos houve obstáculos ao exercício da cidadania por pane dos cidadãos deficientes. O mesmo aconteceu com o grupo que visitou uma instituição bancária na Avenida do Brasil, atravessou o jardim do Campo Grande,

reabilitação. Um dos grupos começou a iniciativa no Parque de Saúde de Lisboa, com visita à Es-

visitou a Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia da Universidade de Lisboa, bem como a Torre do Tombo.

adaptadas a deficientes ou com acesso exclusivo por escadas foram os problemas mais comuns. No D ia Internacional de Pessoas com deficiên-

cola Superior de Enfermagem. Seguiu-se o Instituto Português do Sangue e a Casa do Gil.

O terceiro grupo de Lisboa visitou o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos

cia serão apresentados os resultados das situações identificadas durante os Peddy Papers. IBD

Cruz Vermelha e IDT

Medicina familiar

lizaram-se, em Lisboa, os primeiros Peddy papers organizados pela Comissão de especialidade de Enfermagem e Reabilitação da Ordem dos Enferm~iros, visando a identificação das condições de acessibilidade, mo-

bilidade e exercício de cidadania por pane de pessoas com deficiência, a instituições de utilidade pública. Foram formados três grupos composros por pessoas com deficiências motoras e sensoriais,

«Copos - quem decide és tu>>

A

6

O

C ruz Vermelha e o Instirurn da Droga e da

~ri~i.do aos d iabéticos de tipo 2 que

hospitais e centros de saúde, desde o passado mês de Outubro, um Kit de iniciação à Insulina. Este kit é composto por uma bolsa que inclui um aparelho de glicemia (com tiras de glicemia e de corpos cetónicos no sangue e lancetas), inform ação sobre a D iabetes, ine duas dependências bancárias em Belém. A ausência de rampas de acesso ou de fo rmas de comunicar com as pessoas que estão no in-

formação sobre a hipoglicém ia e sobre a cetoacidose d iabética - d uas das m ais graves com plicações n a fase de aj uste das doses de

insulina no inicio do seu tratamento. O Kit contém ainda amostras de creme para o pé diabético. Para os profissionais de saúde, possui uma separata da revista Postgraduate Medicine onde são indicadas algumas estratégicas práticas para o uso da insulina, bem como dois guias de tratamento da hipoglicemia e cetoacidose diabética. Para obter o kit de iniciação à insulina, o doente tem que contactar o profissio nal de saúde ou o seu educador da diabetes no hospital ou centro de saúde. IBD

terior das instituições, de passeios rebaixados, de informações em Braille, de casas de banho

Colaboração

Crioestaminal colabora com Instituto Superior Técnico quantidade de células estaminais existentes no sangue do cordão umbilical, mantendo as suas propriedades regenerativas é um dos grandes objectivos deste projecto. O grupo de investigadores liderados pelo Prof Joaquim Cabral espera que, a médio prazo, se possam utilizar células estaminais expandidas em laboratório,

Os portugueses e a automedicação

Toxicodependência (IDT) apresentaram o projecto «Copos - quem decide és tu». A apresentação desta iniciativa teve como finalidade

O

iscurir a elevada prevalência das grandes doenças respiratórias como a asma, a

prejudica os tratamentos e a sua eficácia». As doenças respiratórias aumentam durante o In-

apresentar os objectivos para o próximo ano. «Copos - quem decide és tu» é um projecto de prevenção e sensibilização para o consumo abusivo de álcool destinado a jovens dos 14 aos 20

doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e a apneia do sono foi o principal objectivo das 1ª' Jornadas de Patologia Respiratória em M edicina Familiar, que teve lugar na Facul-

verno, o que faz com que as pessoas recorram a determinados medicamentos para eliminar logo os primeiros sintomas. As crianças são as mais

anos de idade. Esra campanha é desenvolvida pela Juventude Cruz Vermelha e supervisiona-

dade de Medicina da Universidade do Porra, nos passados dias 6 e 7 de Novembro.

prejudicadas, pois nesta altura do ano sofrem muito de constipações e alergias. É sabido que mais de 40 por centos dos portugueses sofre de

da tecnicamente pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência. Este é um projecto que em dois anos de trabalho já abrangeu cerca de 6 mil jovens em todo o território nacional. Os

Agostinho Marques, pneumologista e director da Faculdade de Medicina do Porto refere que «OS doentes automedicam-se muito nas infecções respiratórias agudas. Os pais utilizam indevi-

doenças respiratórias, sendo que o tabagismo é também uma das causas deste tipo de patologias. Este encontro cientifico con tou com a p resença de 40 médicos de fam ília e teve como

objectivos principais da campanha passam pela sensibilização para os riscos do consumo excessivo de álcool. IBD

damente os antibióticos nas crianças, o que aumenta a sua resistência às bactérias e à toxicidade. Em situações de futura doença, esta habituação

objectivo a partilha de casos e experiências clínicas, numa abordagem m ais próxima do dia a dia clínico. rm

o que permitirá alargar a sua utilização a um maior número de pacientes ou em mais do que uma aplicação terapêutica. O método consiste "na mulriplicação de cé-

O

s laboratórios da Crioestaminal e o

grupo do Prof Joaquim Sampaio Cabral do Instiruro Superior Técnico (IST) estabeleceram uma colaboração num projecro intitulado "Expansão de células estaminais do sangue do cordão umbilical". Esta investigação pretende assegurar a possibilidade de, em caso de necessidade, aumentar o número de células estaminais existentes no sangue do cordão umbilical para transplantes em adultos. Definir as condições ideais para aumentar a

lulas estaminais e/ ou a sua diferenciação em condições controladas em sistemas de biorreactores, como alternativa aos sistemas tradicionais de cultura, como sendo as placas de Petri, por forma a produzir células em número suficiente para uma possível aplicação dínicà', esclarece o Professor Joaquim Cabral, responsável pelo grupo do IST. O Professor sublinha ainda que "existe claramente a necessidade de definir como investigação prioritária a área de células estaminais ao nível nacional, quer no domínio da biologia fundamental, quer da bio-engenharià'. 11111

unidos pela diabetes Dia Mundial

Portugal de Azul unido pela Diabetes

T

odos os anos no dia 14 de Novembro se assinala o Dia Mun-

dia l da Diabetes, este ano dedicado às crianças e adolescentes. A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APOP ) e a Sociedade Portuguesa de Diahetologia (SPD) promovem diversas iniciativas centradas no círculo azul da diabetes, entre as qua is a ilum inação azul de edifícios e monumentos, e uma acção de rastreio e sensibilização, como fo rma de alertar e sensibilizar para a doença. A diabetes é uma doença crónica que atinge, em Porrugal, cerca de 900 mi l pessoas, estimando-se que existam mais de 250 m ilhões de d iabéticos cm todo o mundo. Prevê-se que os índ ices de mortal idade

aurn~nrcm

25 %

na próxima década caso não sejam romadas as medidas neccss:irias para travar o avanço da epidemia, pondo cm causa a esperança média de vida. A diabetes tem graves implicações a nível cardiovascular, renal, de ampu rações e cegueira.

(;\!

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Portugal cede a Espanha órgãos para transplantes N

os primeiros nove meses do ano, Por-

tugal ofereceu ª. Espanha, 30 órgãos excedentários que proporcionaram 21 transplantes a espanhóis e a seis portugueses que estavam em lista de espera naquele país para receberem um pulmão. A coordenadora nacional das unidades de colheita de órgãos, tecidos e células para transplantação, Maria João Aguiar, revelou que está a aumentar a oferta a Espanha de

várias vidas, entre as quais uma criança de ano e me10.

.

CTT solid ar10 O

s CTT vão pôr a sua rede à disposição

do combate à pobreza e à exclusão social. A partir de 1 de Dezembro próximo, os Correios de Portugal põem em marcha um projecto que, durante os próximos meses, permitirá a qualquer pessoa ajudar quem mais precisa de forma gratuita. Este projecto é uma iniciativa dos CTT inscrita

órgãos que, pelas mais variadas razões, não puderam ser transplantados em doentes portugueses. No ano passado, Portugal ofereceu a Es-

Estes órgãos são recolhidos em Portugal de dadores portugueses. Por razões clínicas, nomeadamente incompatibilidades, os órgãos não podem ser transplantados nos portugueses que se encontram em lista de espera. Nesses casos, as autoridades portuguesas avisam as espanholas da existência destes órgãos, cabendo-lhes virem buscar os pulmões, fígados, corações ou intestinos para salvar vidas de espanhóis que aguardam por um transplante. Oiro receprores em Es-

panha 39 órgãos, que tiveram origem em 23 dadores. Com estes órgãos foram realizados 27 transplantes, que permitiram salvar

panha que receberam pulmões oriundos de Portugal em 2007 eram portugueses, que se encontravam em lista de espera. liD

jecto e que tipo de bens necessitam. Com esse esclarecimento em mente, bastará

na sua política de responsabilidade social. Surgiu da constatação de que ninguém como os CTT tem capacidade para chegar a todas as localidades e a todos os habitantes do País. Por isso, os Correios vão fazer um envio massivo de um folheto informativo por todas as casas do país. Esse folheto, que será acompanhado de um saco específico para o transporte dos donativos, informará a população sobre as instituições de solidariedade aderentes ao pro-

a qualquer pessoa deslocar-se a uma das

quase 1000 Estações de Correio existentes de Norte a Sul do País com o seu donativo. Uma vez lá, ser-lhe-á fornecida gratuitamente uma caixa de transporte em carrão. O autor do donativo apenas terá de encher a caixa e escolher a instituição destinatária, entre as várias possíveis, sem precisar de indicar uma morada. Os Correios tratam do transporte e da entrega, de forma totalmente gratuna. A lista de instituições de solidariedade social aderentes é uma lista aberta. Neste momento, os CTT estão em contacto com algumas dezenas de instituições, de carácter nacional e local. Está já confirmada a adesão de instituições como a Abraço, ACAPO, Acreditar, Ajuda de Berço, Ajuda de Mãe, Aldeia de Crianças SOS, Associação Portuguesa de Surdos, Casa do Caminho, Casa do Gaiato, Cemro Helen Keller, Comunidade Vida e Paz, entre outros. lBII

Em 2009

Especialistas reunem em congresso

Associação Europeia de Tiróide em Portugal P ortugal vai receber, no próximo ano, de 5 a 9 de Setembro, a 34ª Reunião Anual da

do Hospital de São João, no Porto, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da

região anterior do pescoço, à frente da traqueia e abaixo da «maça de Adão». A tiróide tem a

Metade da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade

Associação Europeia da Tiróide. Esta reunião científica, que pretende estimular a investigação e divulgação deste tipo de doenças, ocorrerá pela primeira va no nosso país e reunirá aproximadamente 1000 delegados provenientes

Universidade do Porto e do Hospital Militar Principal de Lisboa. Quanto aos principais temas abordados nesta reunião destacam-se a disfunção sub-clínica da tiróide, o carcinoma da tiróide, o tratamento da

forma de uma borboleta, encontrando-se os dois lobos (direito e esquerdo) unidos pelo istmo. O seu peso, em circunstâncias normais, é de apenas cerca de 25g. As hormonas tiroideias têm funções muito importantes em

12.° Congresso Português de Obesidade junta mais de 600 especialistas de saúde. Médicos, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos procuram, numa abordagem multidisciplinar, travar uma epi-

da Europa, Brasil, Estados Unidos e Japão. Portugal segue-se assim à Grécia como país anfitrião, onde estiveram este ano, na edição número 33 deste evento internacional, cerca de 780 médicos de várias especialidades como endocrinologia, medicina interna, cirurgia,

Oftalmopatia Grave, tiróide e gravida e ainda

todo o corpo incluindo o papel fundamental no crescimento. Um em cada dez portugueses sofre de Doenças da Tiróide, patologias bastante comuns e afectam

demia que atinge mais de metade da popu-

patologia e ainda bioquímicos e biólogos. O nosso país esteve representado através de uma delegação de 1O médicos e com a apresentação de seis trabalhos realizados pelos grupos

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,

Contra a pobreza

No ano passado

outros temas relacionados com a investigação na área da tiróide. Posteriormente, na Assembleia geral da Sociedade Europeia da Tiróide, foi endereçado o convite, pelo presidente da Comissão Organizadora, João Jácome de Castro, a todos os participantes para o próximo Congresso Europeu da Tiróide. A riróide é uma glândula que se localiza na

sobretudo as mulheres, e cujos principais distúrbios são o hipotiroidismo (doença resultante da falta de hormonas da tiróide) e o hipertiroidisno (excesso de produção de hormonas da tiróide), no entanto, os casos de nódulos e de cancro da tiróide são cada vez mais frequentes. lllD

O

lação portuguesa. A sessão de abertura do Congresso conta com a presença de Francisco George, Director-Geral da Saúde, Luís Pisco, coordenador da Missão de Cuidados de Saúde

O tratamento da obesidade nos cuidados de saúde primários é um dos principais assuntos a abordar no congresso, com a conferência de Colin Waine, especialista responsável pela implementação de estratégias de tratamento da obesidade no Serviço Nacional de Saúde no Reino Unido. Ao longo dos três dias estão em destaque temas como a alimentação, o exercício físico, a farmacologia, a sexualidade, o sono, e a cirurgia. A obesidade pediátrica, a prevenção e as

Primários, Alberto Galvão-Teles, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e Paula Freitas, endocri-

consequências da obesidade (como diversos tipos de cancro, diabetes ou doenças cardíacas) são também tema de reflexão por parte

nologista no Hospital de São João.

dos maiores especialistas nacionais. lllD

9


Medicamento

Cambridge

Ensaio Clínico suspenso

Estatinas retardam envelhecimento de artérias U

ma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sugere que o uso de estatinas, substâncias utilizadas no combate ao coles-

terol, podem retardar 9 envelhecimento das artérias . As artérias dos pacientes que sofrem de doenças cardíacas envelhecem numa progressão mais acelerada do que o resto do corpo. Isso acontece porque as doenças podem danificar o ADN das células que protegem as paredes das artérias, limitando a sua habilidade de limpar os depósitos de gordura. Segundo o estudo, publicado na revista científica Circulation Research, as estatinas estimulam a produção de uma proteína chamada NBS-1, capaz de detectar os danos no ADN das células arteriais e acelerar sua recuperação, atrasando dessa forma seu en-

A

velhecimento. As células do corpo humano

são capazes de se dividir apenas num número limitado de vezes. Nos pacientes com doenças cardíacas, as células arteriais dividem-se entre sete e 13 vezes mais vezes do que o normal - o que resulta num envelhecimento

quanto as mais jovens. Por isso, são menos capazes de combater a ruptura dos depósidoenças cardíacas - pressão alta, diabetes, colesterol alto, fumo, falta de exercício - aceleram um processo de envelhecimento comum, que é irreversível. Reduzir os riscos com algumas mudanças de estilo de vida pode ajudar a prevenir esse envelhecimento - e descobrimos que as estatinas podem contribuir nesse processo. IJID

2008

Nobel da Medicina para alemão e franceses

mento clínico em curso com Rimonabant, em todas as suas indicações. A decisão da companhia foi tomada no seguimento de pedidos recentes feitos por algumas autoridades nacionais de Saúde. Consequen-

As pessoas, actualmente, envolvidas em ensaios clínicos, devem consultar o investigador clínico responsável a propósito do seu tratamento. Esta informação não altera as perspectivas do Grupo para o ano de 2008. Dlll

Cientistas prometem "vida normal" aos doentes S

e tudo correr como previsto, em 2011 será realizado o primeiro transplante recorrendo a um coração artificial. Os cien-

equipa de Carpentier. "Se mostrar um electrocardiograma feito com

equipa de investigadores, não tem dúvidas de que poderá salvar milhares de vidas, muitas

este protótipo a um cardiologista, ele dirá que se trata de um coração humano", afirma Alan Carpentier, garantindo ainda que este equipamento responde, instantaneamente, a alterações na pressão arterial e fluxo sanguíneo, adequando a frequência cardíaca. Cerca de 55 milhões de euros já foram até hoje investidos no desenvolvimento deste protótipo. Implantado com sucesso em animais, grande parte dos testes foram , no entanto, rea-

tistas aguardam apenas a autor~zação para começarem os testes clínicos. A longa e interminável espera por um transplante de coração poderá ter os dias contados. O protótipo de um coração 100% artificial foi apresentado em Paris. Alan Carpentier, o médico do Hospital Georges Pompidou que lidera a

células linfáticas. Esta descoberta foi um pré-requisito da actual compreensão da biologia

das quais se perdem enquanto esperam por um coração. Vinte mil doentes em todo o mundo

lizados através de simulação computacional. Se obtiverem luz verde por parte das autori-

aos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier. Harald zur Hausen foi distinguido pela "sua descoberta do papiloma vírus causador do cancro do colo do útero" (HPV), o segundo

da história natural da infecção pelo HPV, a uma compreensão dos mecanismos de formação do carcinoma induzido pelo HPV e ao desenvolvimento de vacinas profiláticas contra a infecção pelo HPV. Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier foram distinguidos pela descoberta do Vírus

da doença e do respectivo tratamento retroviral, indicou o comité Nobel.

anseiam por um dador que tarda em chegar. Há 15 anos que a equipa de Alan Carpentier,

dades francesas, os cientistas pretendem, durante os próximos dois anos e meio, testá-lo

Harald zur Hausen (nascido em 1936) trabalha no Centro Alemão de Investigação do Cancro, em Heidelberg, na Alemanha.

em 20 voluntários. 1!111

tipo de cancro que mais atinge as mulheres. Harald zur Hausen lutou contra o dogma e

da Imunodeficiência Humana (VIH). A produção do vírus foi identificada em linfóci-

Françoise Barré-Sinoussi (nascida a 1947) trabalha na unidade de regulação das infecções

postulou que o HPV pode causar o cancro do colo do útero, o segundo mais comum

tos de doentes com nódulos linfáticos dilatados, em estágios iniciais de imunodeficiência

retrovirais, no departamento de virologia do Instituto Pasteur, em Paris.

em parceria com engenheiros da EADS, o gigante franco-alemão da indústria aeroespacial e de defesa, desenvolvem este projecto em segredo absoluto. É que a concorrência é forte, já que projectos semelhantes decorrem nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.

entre as mulheres. Ele percebeu que o ADN do HPV pode existir num estado não-produtivo e que pode ser detectado por buscas específicas ao DNA viral. Ele descobriu que o HPV é uma família heterogénea de vírus. Apenas alguns tipos de HPV causam o cancro. A sua descoberta levou à caracterização

adquirida, e em sangue de doentes em fase terminal. Os cientistas caracterizaram este retro-

Luc Montagnier (nascido em 1932) trabalha para a Fundação Mundial para a Pesquisa e Prevenção da Sida, em Paris. O Nobel da Medicina faz hoje arrancar a

O

IO

temente, o programa de desenvolvimento desta decisão a todos os profissionais de saúde.

Coração artificial

precoce das artérias. As células das artérias mais "envelhecidas" não funcionam tão bem

tos de gordura, chamados de placas arterioscleróticas, o que pode bloquear as artérias e causar ataques cardíacos e derrames. De acordo com o estudo, ao aumentar os níveis da proteína NBS-1, as estatinas aceleram a recuperação do ADN das células, aumentando o tempo de vida das artérias e prevenindo seu envelhecimento prematuro. Os principais factores de risco que causam as

Sanofi-aventis anunciou a ·decisão de suspender o programa de desenvolvi-

Prémio Nobel da Medicina foi atribuído ao alemão Harald zur Hausen e

vírus como o primeiro lentivírus humano, com base nas suas propriedades morfológicas, bioquímicas e imunológicas. O VIH destruía o sistema imunitário por causa de uma duplicação maciça do vírus e da destruição de

atribuição destes prémios que começaram a ser atribuídos em 1901 por iniciativa do inventor da dinamite, Alfred Nobel. am

O protótipo do novo coração, feito em titânio, está ainda revestido por um tecido de origem animal quimicamente tratado que evita, por um lado, a sua rejeição por parte do sistema imunitário, e, por outro, a formação de coágulos. Um problema que outros projectos não foram capazes de resolver, mas que terá sido ultrapassado pela

II


Inês Guerreiro, à GH:

"Há muita gente abandonada. A Rede também dá resposta às pessoas que vivem sós" É madeirense e coordenadora da Unidade de Missão dos Cuidados Continuados Integrados. Nest es primeiros

dois anos de trabalho, no terreno, já deixou perceber que tem garra e det erminação e que não est á dispost a a deixar o trabalho a meio. Se vai conseguir, ou não, levar o barco ao seu destino é ainda cedo para dizer mas, seja como for, Inês Guerreiro tem a capacidade de entusiasmar os outros tanto quanto se entusiasma a si. E acredita que se muitos ambicionarem é possível concretizar o (quase} impossível. O trabalho feito, nestes anos, já fa la por si. Agora é fazer as contas e ve r como aumentar o número de camas; como ampliar os cuidados domiciliárias; como resolver o problema dos recursos humanos e chegar a 201 6 com a certeza de que a população portuguesa tem os cuidados cont inuados que merece. Gestão Hospitalar - Está há dois anos na coordenação da Unidade de Missão dos Cuidados Continuados Integrados (UMCCI). O balanço que faz dá-lhe vontade de continuar? Inês Guerreiro - Ao longo destes dois primeiros anos de existência, a Rede Nacional de Cuidados Contin uados Integrados (RNCCI) contribuiu para revelar necessidades, pensar novas respostas e criar soluções inovadoras. É hoje evidente que o trabalho realizado conseguiu a implementação da Rede, sendo um processo que não pode ser interrompido. A RNCCI surgiu e confirmou-se como instrumento inequívoco para a obtenção de mais ganhos em saúde para os portugueses. Ela preencheu já a brecha existente no sistema de saúde e na rede de apoio social. O modelo

>>> "O balanço da actividade da Rede dá conta do enorme esforço de todos quantos t rabalham neste projecto e evidencia resultados posit ivos''.

que preconiza forçou a reorganização das estruturas, o diálogo e envolvimento de diversos parceiros bem como a criação de uma nova cultura do cuidar. Mais do que tratar a doença, a RNCCI impôs-se pelos seus objectivos, introduzindo no discurso das instituições palavras-chave que demonstram a clareza da sua finalidade: reabilitação, promoção da a autonomia e reintegração. O balanço da actividade da Rede, apurado até ao final do primeiro semestre de 2008, deu conta do enorme esforço de todos quantos trabalham neste projecto e evidenciou resultados claramente positivos.

GH - Todos a conhecem por ser uma pessoa impulsiva, decidida e dedicada. A sua forma de se r t em sido import ante pa ra humanizar a REDE e as pessoas que est ão Ligadas ao conce it o do que e la representa? IG - N ão me considero impulsiva. Recuso-me apenas a estar e a permanecer numa si-

tuação em que a premência da mudança nos obriga a agir sem mais hesitações, pois já tudo foi pensado, inventado e estudado. Impulsividade é o contrário de persistência, determinação e rigor. Há 30 anos que pugno e faço por esta abordagem à pessoa doente e às suas necessidades, e que são bem mais vastas do que atender apenas à doença, (neste caso às doenças) do corpo, do espírito, "da algibeirà' - que não compra sequer a subsistência quanto mais a qualidade de vida e o respeito pelo ser humano. H á muita gente negligenciada e abandonada em casa, sem qualquer tipo de apoio e enquadramento familiar, por isso esta é também uma Rede que vem dar resposta às pessoas que vivem sós e que, como tal, podem configurar situações de maior exclusão e pobreza. Não só económica, mas também de relações e de participação no mundo. Dar um contributo, quer para a diminuição da violência sobre os mais vulneráveis - um problema crescente para o qual a Comuni-

13


mais estamos em 2016 para garantirmos o nível de respostas que temos planeado. Actualmente, o sucesso da Rede é evidenciado pelas elevadas expectativas que as pessoas já têm e, por vezes, existe dificuldade em aceitar que não é possível crescer e colocar no terreno, em apenas um ano, as repostas que noutros países levaram dez anos a conseguir. As expectativas foram criadas pela extrema dificuldade que o SNS, os doentes, as famílias e os Lares da Segurança Social têm de lidar com estes problemas. Todos sabemos que não são problemas novos mas, sabemos também que a nova abordagem no âmbito da RNCCI provocou uma perfeita revolução nas práticas e na reorganização das políticas de saúde e de protecção social. Louvo os profissionais que diariamente lidam com situações de alta tensão e louvo ainda mais os que connosco lutam diariamente para que Portugal possua serviços de saúde adequados às necessidades de uma população que mudou devagar, persistentemente e sem surpresas.

cação Social tem chamado à atenção - quer para a concessão de maior igualdade de oportunidades às mulheres - que, sobretudo nas camadas sociais mais baixas muitas vezes deixam de trabalhar para cuidar dos seus familiares idosos e/ou dependentes - não é impulsividade: é mesmo revolta pela submissão dos portugueses!

GH - Há muitos pedidos para a entrada de doentes na REDE, mas nem sempre há vagas. Esgotaram-se as possibilidades para ir mais longe neste domínio, ou a REDE está a funcionar tão bem que o que existe é já pouco? IG - Não vejo nenhuma derrota, mas constato um grande constrangimento. É que nunca

GH - Depois de dois anos a tentar organizar um sector - dos Cuidados Continuados e Integrados - é altura de pensar no futuro. E agora, para onde quer ir? Em que domínios? IG - O principal objectivo é continuar a plantar as sementes que permitam à Rede atingir, em 2016, os objectivos globais planeados. Para 2009 desejo que os decisores, os fazedores de opinião e todos os envolvidos no desenvolvimento da Rede, continuem com o mesmo entusiasmo e espírito de cooperação inter-institucional que têm assumido até aqui, sem receio de criticar abertamente, pois todas as opiniões são respeitadas e consideradas de forma séria para a melhoria contínua das nossas parcerias e boas práticas profissionais no âmbito dos cuidados continuados de Saúde e Apoio Social. Vejamos então: acesso a serviços especializados, multidisciplinares, em internamento, ambulatório ou no domicílio; respostas para situações de demências e também as que são necessárias dar às crianças; apoio à criação de serviços de referência, sem esquecer a necessidade de formação dirigida a profissionais para aquisição de competências.


GH - A Região de Lisboa tem sido o calcanhar de Aquiles da REDE. Porquê? Como espera resolver a situação?

IG - Já estamos a trabalhar nesse sentido. Criámos um programa de investimento a fundo perdido (PROGRAMA MODELAR) para remodelação e (ou) construção de novas unidades e atribuímos o grosso da fatia financeira a Lisboa e Vale do Tejo, região que tem sido penalizada pela inexistência ou insuficiência de fundos estruturais em comparação com as restantes.

Por outro lado contamos com um leque confortável de investidores privados de grande qualidade - em colaboração da Câmara Municipal de Lisboa e com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - que tencionam iniciar grandes investimentos nesta área de intervenção.

GH - Como têm sido as relações com os diferentes parceiros envolvidos nesta REDE - Saúde; Segurança Social; Misericórdias; Privados?

IG - A reduzida familiaridade com os conceitos de continuidade e planeamento de cuidados integrados de Saúde e Apoio Social, verificada entre os profissionais de ambos os sectores no início do desenvolvimento da Rede, exigiu uma forte aposta no reforço dos esforços de formação técnica e de qualidade dirigida aos profissionais de Saúde e Apoio Social. Esta situação implicou, igualmente, um cuidado especial de comunicação:

humanizar significa fortalecer a relação entre doemes, cuidadores e profissionais de Saúde e, como tal, a comunicação entre os parceiros teve de ser redefinida. O desafio é ainda complexo pois a cultura vigente promove - talvez até inadvertidamente - processos de gestão e organização dos serviços que não facilitam a relação de proximidade entre as pessoas. A elevada taxa de utilização das camas da Rede, bem como da procura da mesma, comprovam que o projecto está a responder a necessidades efecrivas. Comprovam que, apesar das dificuldades e complexidades organizacionais que o novo paradigma do Cuidar da Pessoa em estado de dependência permanente ou temporária implica, as organizações e os profissionais de ambos os sectores evoluíram para uma fase de interesse e apoio à Rede e esperam o seu rápido crescimento. Esta é a força motriz que aproxima todos, Saúde; Segurança Social; Misericórdias; Privados, UMCCI.

GH - Em meados de Novembro a Unidade de Missão vai apresentar, publicament e, novos dados relativament e ao desenvolvimento das diferentes t ipologias de prestação de cuidados. O q ue podemos esperar? IG - Na primeira metade de 2008, a RNCCI prestou assistência a mais de 5 mil utentes, o que traduz um crescimento de 90 por cento face ao período compreendido entre Novembro de 2006 e Dezembro 2007. Destes, mais de 3 mil tiveram alta, sendo o seu destino acautelado pela

"Há muita gente negligenciada e abandonada em casa, sem qualquer tipo de apoio. A Rede dá também resposta às pessoas que vivem sós."

RNCCI, nomeadamente com suporte domiciliário para a continuidade de cuidados. Desde que iniciou actividade a rede já prestou cuidados a cerca de 16.000 pessoas doentes. Admitimos que não atingiremos a excelência nestes primeiros anos, mas não permitiremos que a excelência não seja um objectivo dos nossos parceiros, pois ela também se mede pela capacidade de Humanização dos serviços que apoiamos. Poderemos começar a falar também de qualidade, de indicadores de ganhos em saúde e de resultados. Os resultados são muito animadores e mostram-nos que estamos no caminho certo, senão vejamos: melhor e mais referenciação para a rede; mais autonomia na alta; maior satisfação dos prestadores, profissionais, pessoas doentes e famílias. Em breve, acredito, podemos poder começar a medir os impactos deste grande projecto no SN S

GH - Pa ra 2009 qua l va i ser a principal acção a desenvolver? IG- Política de qualidade, formação e avaliação dos resultados, e continuar a crescer em várias respostas reforçando o componente domiciliário com a Missão dos Cuidados Primários e os recursos dos centros de saúde, preferencialmente, sem esquecer as unidades de ambulatório. Criar um serviço piloto de referência em Cuidados Paliativas e começar a trabalhar para a cobertura de patologias mais complexas, como a saúde mental, as demências e as crianças. GH - Não acha que está a ser de masiado ambiciosa? IG - A ambição nunca é demais quando somos muitos a "ambicionar"! GH - Os Recu rsos Huma nos, especializados e com a lto cariz de humanização, são essencial na Rede. Não teme a falta de profissionais com estas características? IG - Formar, formar e formar foi o nosso lema desde o início. Já formámos cerca de 3.000 profissionais, fizemos reuniões e acompanhamento permanente das Equipas Coordenadoras da Rede, auditorias internas e externas, orientações para boas práticas, normativos, formação prática on job, diálogo permanente e discussão de casos reais.

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Tudo isto a uma só voz nos conceitos, práticas e teóricos. No fundo , o que está feito tem a ver com a capacitação de todos com muito enfoque nos auxiliares. Finalmente estamos a criar 12 unidades de referência da Rede para se constituírem centros de estágio, com acompanhamento, monitorização e avaliação permanente. Os frutos não se vêm logo, mas cedo as árvores vão florir na primavera da Rede. Estamos só (ou ainda) na primeira infância.

"Desde que iniciou a sua actividade, a Rede já prestou cuidados a cerca de 16.000 pessoas doentes"

GH - Chega ao final do ano com cerca de quatro mil camas. São precisas 15 mil, para atender as necessidades dos portugueses. Acha possível? Como? Quando?

GH - Que marcas pessoais gostava de deixar na REDE?

IG - A RNCCI surgiu e confirmou-se como

IG - Mais do que viver, é cada vez mais valo-

instrumento inequívoco para a obtenção de mais ganhos em saúde para os portugueses. Ela preencheu já a brecha existente no sistema de saúde e na rede de apoio social. O modelo que preconiza forçou a reorganização das estruturas, o diálogo e envolvimento de diversos parceiros, e criação de uma nova cultura do cuidar. No entanto ~ a implementação da RNCCI está prevista em 3 fases e a 1O anos. O esforço e o ritmo de trabalho para a implementação, consolidação de boas práticas, normativos, orientações e até o acompanhamento directo têm sido enormes por parte de todas as equipas da Rede, das ARS, da Segurança Social, da adesão dos profissionais e dos prestadores. Se os outros países europeus já o fizeram nós também seremos capazes, disso tenho a certeza, desde, que a , estabilidade das políticas estratégicas \\ mantenham. Este é sobretudo um projecto ele país. E, como diz o poema que gosto\ de invocar e que melhor espelha esta filosofia deste projecto: "Enquanto uma rara excitação agitar o teu espírito, o teu corpo, nunca encontrarás os ciclopes ou outros monstros, a não ser que os tragas contigo dentro da tua alma, a não ser que a tua alma os crie em frente a ti".

rizado o modo como se vive. É cada vez mais enfatizada a manutenção da capacidade para o desempenho das actividades de vida diária e a valorização de sentimentos de felicidade e bem estar,emocional e social, assim como da qualidade de vida ("para que atinja um estado de bem estar físico, mental e social um indivíduo ou grupo deve ser capaz de identificar e concretizar desejos, satisfazer necessidades e alterar ou identificar-se com o meio ambiente'', OMS, 1986).

Os nossos objectivos, esses, serão cada vez mais exigentes. Mas também sábios como nos teremos tornado nesta viagem, que se quer longa e cheia de conhecimento. Só assim saberemos, à chegada, o que é uma fraca".

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Há necessidade de coordenar os serviços de saúde e sociais, de modo a suportar e manter as capacidades funcionais do indivíduo, assim como a sua saúde e bem-estar físico, mental e social. As intervenções devem ser orientadas, não só para responder às necessidades mais imediatas mas também para a prevenção de complicações futuras e promoção de melhoria de qualidade de vida. Estas não são marcas pessoais, são marcos fundamentais para as mudanças culturais. Interessa, isso sim, que cada indivíduo seja visto como humano e particular. Gostaria de deixar como afirmação pessoal que as mudanças não são sensíveis nem possíveis quando a realidade sempre esteve à nossa frente e não nos disse nada! am >>> "Criámos um programa de investimento a fundo perdido para remodelação de novas unidades. O grosso da fatia financeira vai para Lisboa e Vale do Tejo, a região que tem sido penalizada."


CPLP

e.batida em Portu ues A.

>>>Prémio O prémio Johnson e Johnson foi atribuído ao administrador hospitalar do Hospital

A

de S. João, Pedro Morais. Agora, este gestor está pronto de malas e bagagens para

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES

participar num curso de gestão avançada num dos mais conceituados institutos do sector, em França.

Saúda os Países de lingua oficial portuguesa presentes sta conferência ............. ~

Rodeada pelos dois presidentes das associações de administradores hospitalares, de Portugal e do Brasil, a presidente da Comissão Parlamentar de Saúde da AR, Maria de Belém Roseira, apresenta a conferência inaugural.

D

urante dois dias e meio, mais

precisamente de Outubro, gressos Tagus Park, em seu auditório principal

entre 29, 30 e 31 o centro de conOeiras, reuniu no representantes de

Portugal, Brasil, Angola, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Motivo: discutir a realidade dos hospitais - e da gestáo dos hospitais - nos diferentes países que falam Português. Em causa a 3ª Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Portuguesa, organizada pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, e que pela pnme1ra vez foi

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organizada fora de Terras de Vera Cruz. A realidade provou que a diferença de caminhos percorridos, até aqui, obriga a pensar a realidade futura de uma forma diferente. E se no Brasil e em Portugal, há

presentes, as diferentes apresentações dos oradores reflecte a preocupação de dar a conhecer e partilhar regras; conceitos e experiências. Por outro lado, o facto que se terem

bases de comparação que podem até ajudar a entender o que se perspectiva, outros Estados estão ainda à espera da nossa ajuda

junto, no mesmo evento, personalidades de relevo e da maior relevância para o País, demonstra que a APAH teve o engenho de

e da nossa cooperação para se conseguirem erguer de um limiar onde falta tudo! Referimo-nos à realidade na Guiné-Bissau, onde no próximo número da GH dare-

juntar à volta do mesmo tema pessoas diferentes de países diferentes com um denominador comum: a Língua Portuguesa. Para já, e numa primeira analise, fica a repor-

mos conta de relatos mais pormenorizados (e vividos por quem conhece o terreno).

tagem fotográfica dos principais momentos do evento. Dlll Fotos: Hugo Amaral

De acordo com muitas das personalidades

>>> Saudação A GH marcou presença no evento, mais precisamente no stand da APAH.

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>>> Laurea Os administradores hospitalares brasileiros surpreenderam os seus colegas portugueses ao homenagearem dois representantes

>>> Farmacoeconomia

da APAH com a Laurea Internacional de Gestão Hospitalar 2008. Manuel Delgado e Lopes dos Reis foram dois dos galardoados.

Antes da sessão de abertura, Victor Hugo Pereira, professor do ISCTE,

>>> União

falou sobre "Farmacoeconomia: Desafios Hospitalares", uma acção

Pedro Lopes,

integrada num workshop temático.

presidente da APAH.

>>>Atenção >>>Salão

Pedro Barbosa, representante do ministro da Saúde

Aspecto do Salão Internacional dos Equipamentos,

do Brasil, (à esquerda) segue

Produtos e Serviços Médicos e Hospitalares,

·_,~

com atenção as palavras do

que animou a 3ª conferência de Gestão Hospitalar

ministro da Saúde

dos Países de Expressão Portuguesa.

de S. Tomé e Príncipe,

08

Arlindo de Carvalho.

>>>Brasil Edivardo Oliveira, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH).

·_ ,~ 08

>>>CPLP O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, foi um dos responsáveis presentes na sessão de abertura ...

,.

:·· a "i :ni. •

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08

>>>Saúde ... assim como Ana Jorge, ministra da Saúde

:;.

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J•Conlerer.:.• de Gemo Ho1p.11:ar do! Pa,s.1de l n<JUI Ponugi.e1a

J· ll ao nteriacrona' dos Equrpamentos. Prod,::is t le,.c0; ~·ea>cos eHmpllaJ•ts

de Portugal.

22

23


>>>Plateia Médicos e administradores hosp it alares juntaram-se também para assistir à sessão de abertura.

>>> Bastonários Já no auditório, os três bastonários {Angola, Portugal e Cabo Verde) aproveitaram para ouvir, lado a lado, as apresentações.

>>>Apresent ações Manuel Delgado e Francisco Antunes, di rector do serviço de infecciologia do Hospit al de Santa Maria - e um dos médicos ligado a esta área que mais t rabalho tem desenvolvido nos países africanos - ouviram atentament e as apresentações vindas dos pa íses da CPLP.

>>>APAH Pedro Lopes e Manuel Delgado seguiram atentamente todas as apresentações e tomaram muitas notas.


>>> APIFARMA Rui Ivo, director executivo da APIFARMA; Pedro Nunes, bastonário da O rde m dos Méd icos, de Portugal, e Luís Leite, bastonário da Ordem dos Médicos de Cabo Verde.

>>> Sorrisos Ana Jorge, ministra da Saúde, é recebida pelo presidente da confe rência, Manuel Delgado.

>>> FBH No final da sessão de abertura, Ana Jorge conversou com os responsáveis brasileiros da FBH.

27


Investimento de 30 mil euros para pediatria

IPO Porto com duas novas enfermarias A ala de pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto está mais completa. ~ organização internacional Kiwanis Clube ofereceu ao instituto dois quartos individuais equipados com alojamento para acompanhante e uma casa de banho privativa e teve um investimento de 30 mil euros.

O

serviço de pediatria do IPO Porto tem uma lotação de 23 camas, distribuídas (até à realização desta obra), por 7 quartos individuais e os restantes de duas camas, todas com casa de banho e cama para acompanhante. Com a construção de duas novas enfermarias, no espaço anteriormente ocupado pela sala de brinquedos, foram permitidas duas opções: ampliar o serviço - passando este a dispor de 27 camas - ou melhorar a qualidade, mantendo a lotação, mas passando a dispor de 11 quartos de isolamento. ''AI, necessidades actuais aconselharam esta última opção», referiu Lucília Norton, Directora do Serviço de Pediatria do IPO Porto.

Os doentes desta unidade, como se imagina, são imunodeprimidos devido à doença e têm períodos de neutropenia, resultante dos tratamentos a que são submetidos, o que os torna particularmente vulneráveis à ocorrência de infecções. Por isso, req uerem medidas de isolamento e de assepsia, que visam reduzir a ocorrência dessas infecções. Segundo esta especialista «a criação de condições adequadas, de protecção relativamente a infecções exógenas, é uma forma de beneficiar o doente». «Esta iniciativa surgiu na medida em que a Associação Kiwanis Clube do Porto, no âmbito da sua vocação de beneficência especialmente dirigida às crianças, se disponibilizou para colaborar com o Serviço de Pediatria do IPO Porto, na realização de obras de melhoria da qualidade», salientou Lucília Norton. Este melhoramento vem benefi ciar não só os doentes do IPO, do Porro, co mo também as famílias. <<A humanização na prestação dos cuidados a crianças e adolescentes com doença oncológica, bem como o relacionamento destas com os familiares é um objectivo do Serviço de Pediatria do IPO Porto. O acompanhamento 24 horas por dia por um familiar, geralmente o pai ou a mãe, é um direito inalienável dos nossos pequenos doentes. Este serviço é um dos poucos que, desde a sua formação, dispõe de cama para acompanhante", referiu ainda a responsável à GH. "Esta atitude é de máxima importância, não só para o equilíbrio psicológico dos doentes como também na abordagem global aos cuidados, por parte das criança e dos adolescentes com doença oncológica», acrescentou a directora do Serviço de Pediatria do IPO Porto. am Ana Cruz

Cuidamos da vida

com o sentimento de quem cuida de algo único . Procuramos novas soluções

como resposta aos desafios do dia-a-dia.

Na Johnson & Johnson Medical preocupamo-nos com a sua saúde e o seu bem-estar. Por si , diariamente, centenas de pessoas ded icam o seu conhecimento à investigação e inovação tecnológica. Procuramos desenvolver as melhores soluções com o objectivo único de tornar melhor e mais saudável a vida de todos.

Medical Por si, por uma vida melhor


Em Coimbra

A 1ma .....--..em virtual no Está agora instalado no

-ressonância. Isto porque a pessoa, quando entra ali, pode ainda não saber o que tem. Na verdade, quando alguém é observada, naquele espaço, pode ter uma suspeita clínica, nada mais. Faz-se o exame para se saber o que se

A Angiografia Cerebral Numa outra pane vemos outra imagem . Faria Pais explica do que se trata "Trata-se de uma Angiografia portal, em que se conseguiu isolar o essencial, ficando apenas as artérias. Estamos a falar do controlo de uma operação a um aneurisma: isto são os clips, o aneurisma foi totalmente eliminado.O doente foi operado ontem, isto agora é controlo. Estas imagens", aponta Faria Pais, "são clips e este é o sítio onde existia o aneurisma e foi clipado". Mas para chegar aquele ponto, tece ser sido um percurso longo. Quisemos saber como foi detectado. "Causou hemorragias. O doente foi de urgência para o hospital, rendo sido logo operado. O tempo certo para se ser operado não pode ser demorado. Entre três e quatro dias. A partir dessa altura pode haver problemas graves, ou seja, o sangue que resultou da ruptura do aneurisma pode provocar um válvula-espasmo. Esse válvulo-espasmo pode trazer lesões adicionais, portanto há necessidade de intervir o mais

Um cenário de colaboração com os Hospitais Outras técnicas, outros equipamentos permitiram-nos, pois, reter a ideia de que um Centro de Imagiologia com capacidade para completar as observações e d iagnósticos médicos que levam os doentes a submeterem-se ao aprofundamento das suas patologias são essenciais nos tempos modernos para debelar muitos dos padecimentos do ser humano. Naturalmente, teremos sempre os hospitais ou clínicas privadas como elementos fundamentais no encerramento de cada processo. Os Centros de Imagiologia como o IMACENTRO constituem, naturalmente, o complemento dos trabalhos que se iniciam nas unidades hospitalares, onde depois, na posse das observações efectuadas, se procede à difícil tarefa de, umas vezes intervir cirurgicamente, outras manter o doente sob os cuidados médicos imprescindíveis à sua cura total. Na realidade, só um conjunto de factores determinantes pode salvar vidas. A sequên-

passa efectivamente: "Chama-se a esse exame uma angiografia de subtracção (separação e remoção) digi tal", explicou ainda.

urgentemente possível, não só para actuar antes desse válvula-espasmo, como também para abrir o espaço onde está o sangue. É a forma de

cia das pistas que a imagiologia oferece ao médico permite aplicar com os melhores resultados as indicações recebidas. Ou seja,

Uma vez que estávamos perante responsáveis m uito qualificados, quisemos saber quais são as p rincipais inovações na ressonância magnética.

evitar que venha a ter um válvulo-espasmo, que normalmente surge a partir de cinco, seis dias'', referiu Caseiro Alves

Neste caso, a exposição das acções a empreender foi-nos prestada por Faria Pais. "Repare, temos, por exemplo, uma criança com uma equimose na aorta, neste caso uma mal-

O doente é operado. No entanto, o controlo já escusa de ser feito por angiografia d igital. Pode ser feito por angiotac. Conhecido pelos seus profundos conhecimentos

não será apenas a operação mas é também a opção pelo medicamento mais adequado que está no foco de qualq uer doença. Aí, o hospital (ou a clínica privada) desempenha um esforço especial. Muitas vezes com custos elevados, mas sempre com objectivos

formação congénita da aorta que precisa de ser corrigida cirurgicamente. Ora até agora o d iagnóstico era muito difícil mas, com um estudo deste género, que nem utiliza radiação, com a ressonância é possível mostrar este tipo de pa-

de Imagiologia, Faria Pais ainda realçou outras possibilidades de dececção de certas patologias mais complicadas, como as da coluna e da medula, os óptimos resultados com a colonoscópia (ou colonografia) óptica e virtual (esta sem uti-

hospitais púb licos, a meta que se insere na aplicação de um Serviço Nacional de Saúde

tologia sendo também muito fácil de ver. Para nós também é óptimo pois não tem dificuldade nenhuma, basta olhar para ali e ver a equimose pequenina. Rodamos e o cirurgião rapidamente percebe exactamente o que se passa

lização de tubos), o impressionante estudo do coração em pormenor, a ressonância magnética que permite avaliar sintomas de Alzheimer, como na angiografia podem chegar à conclusão de que o AVC é uma hipótese muito provável.

pelas consequências da cada vez maior longevidade dos cidadãos. Esperança de vida que, acrescente-se, se deve à melhoria dos cuida-

de outra forma. Para tratar hérnias, chamadas "d iscóides e nucleóides", onde temos duas vér-

Centro Cirúrgico de Coimbra,

tebras, o disco está no meio. Ora, é possível

em Local adequado aos

picar o d isco e tirar o conteúdo da hérnia para a pessoa deixar de ter a hérnia sem ter necessidade de se submeter a cirurgia aberta" acrescentou o clínico que, depois explicou o que se passa quando se fala de aneurismas. "Normalmente a pessoa já vem com o d iagnóstico feito de aneurisma. Vem da TAC ou da Ressonância e depois decide-se qual é o tipo de tratamento que deve ser feito. Se deve ser feito

objectivos que ditaram a sua transferência do centro da cidade para um amplo complexo onde a Saúde domina todas as actividades. Referimo-nos ao IMACENTRO, um dos mais modernos e

uma cirurgia ou, pelo contrário, optar por este tipo de tratamento, que é m uito menos invasivo. A detecção do aneurisma é feita na ressonância e na TAC e chama-se angiotac. Angio e , estruturas vasc ul ares" . porque e, re1erente as

talvez até o mais recente e bem apetrechado da especialidade no nosso País.

Já através da ressonância, denomina-se angio-

e

om efeito, ali, um conjunto de equi-

pamentos de vanguarda oferece aos pacientes e aos respectivos médicos assistentes, o que de mais avançado existe por esse mundo fora como meios auxiliares de diagnósticos. Sob a liderança do médico Caseiro Alves tudo ali funciona sem receio de qualquer impedimento sempre pernicioso em circunstâncias semelhantes. N ão admira, portanto, a nossa curiosidade sobre a execução de tarefas interessantes, algumas delas proporcionando imagens virtuais com o condão de aumentarem as hipóteses de detecção de problemas reais no corpo sujeito a exames de grande eficácia técnica. Na nossa passagem pelo IMACENTRO, contámos também com a valiosa colaboração de Faria Pais, um profundo conhecedor de todas as aplicações do material utilizado. Por isso, quando perante a passagem de singulares apresentações de partes essen ciais aos estudos do corpo humano, nas regiões preconcebidas, ficámos a saber, por exemplo, que a máquina em acção permitia obter 25 imagens por segundo, o mínimo indispensávd para

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poder revelar a parte do coração e das artérias coronárias.

de alteração das artérias, mas agora, com estes novos equipamentos, podemos fazer o d iag-

A nossa admiração, levou-nos a questionar todo o processo. "Os aneurismas são as dilatações das artérias.

nóstico e revelar a intervenção aconselhável", explicou Caseiro Alves.

Este método detecta as "equimoses", portanto, as zonas onde as artérias estão entupidas. Depois é possível levar até lá, um produto, um tubo que vai abrir e vai dilatar a artéria. Até aqui, este tipo de exames era único e servia para diagnosticar este tipo de equimoses e este tipo

Perante o que nos foi dado perceber, questionámos se, então, era possível alargar os cenários do corpo humano que eram visualizados. "Obviam ente, os tipos de tratamentos que podem aqui ser feitos, podem ser m uitos, não são só os vasculares. Na coluna vertebral, as hérnias, por exemplo, também é possível proceder

bem definidos. É essa, sobretudo no caso dos

que poderá ter muitos problemas mas não na assistência aos utentes quando a vida está em causa. Um SNS cada vez mais dificultado

dos de saúde prestada com grande profissionalismo e eficácia. IBD Vasco Resende

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Actualidade

...

,

INSA e APIFARMA

O Instituto Nacional

mandato, o INSA tem procurado estabelecer parcerias com mecenas que permitam dar corpo a esta nova atribuição d o INSA.

de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Associação

O protocolo com a APIFARMA é o primeiro de vários que espera estabelecer com o utras institu ições», referiu Nuno Crespo, assessor de im prensa do Instituto Nacion al de Saúde Dr. Ricardo Jorge, salientando que « O contributo do INSA será o mais abrangente poss ível, já que é a entidade responsável pela instalação e gestão do Museu. O Museu destina-se a todos os profissionais de saú de e ao público em geral, devido à sua impo rtância pedagógica. Neste momento ainda não existe um local de fi ni tivo para a sua instalação, estando em estudo algum as possibilidades, q uer em Lisboa quer no Porto. am

Portuguesa da Indústria Farmacêutica {APIFARMA) assinaram um protocolo de colaboração para o desenvolvimento do Museu da Saúde.

O

s presidentes do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), José Pereira Miguel, e da Associação Portuguesa da.Jndústria Farmacêutica (APIFARMA), João Almeida Lopes, assinaram, recentemente, na sede do INSA, em Lisboa, um protocolo que prevê a colaboração das duas instituições no desenvolvimento do Museu da Saúde. O protocolo estabelece como objectivos que, no Museu da Saúde, exista uma área dedicada ao medicamento e à indústria farmacêutica, bem como a criação de meios de difusão da cultura científica na área das ciências da saúde e do medicamento.

190 1.

dade de conhecer a história das ciências da saúde e recons tituir a sua evolução», referiu

\ ••rc1111.k pai x ão d e R icar d o Jorg e e ra a saúde públi ca, ti l'omn e le a v ia i m p lantad a e m pa íses co mo a Ingl at e rra e a Alemanha

João Almeida Lopes em declarações à GH. A instalação e ges tão do Museu da Saúde foram atribuídas ao INSA pela sua nova lei orgânica, no âmbito das suas atribuições no

«Este terá como público-alvo a sociedad e em geral, que vai muito para além da co-

recolha de espólio com interesse histórico nas ciên cias da saúde e museologia da saúde, pelo que a APIFARMA colaborará agora na recolha de espólio da área do medicam ento e da indústria farmacêutica.

sector da formação e difusão da cultura científica. O Museu está provisoriamente instalado na sede do INSA em Lisboa, onde se

munidade científica ou dos profissionais d a saúde. D adas as suas características designadamente p elo interesse histórico das ciên-

encontram patente ao público duas mostras d e peças sobre o fundado r do Instituto, o

cias da saúde, o Museu assumirá também o seu papel importante na divulgação da cul-

«Ü alcance social deste projecto, que terá um papel importante na divulgação do valor do m edicamento e no seu contributo para a saúde, bem como na recolha e preservação do espólio d e grande valor histórico existente na área industrial farmacêutica e do medicamento. Por outro lado, conside-

médico e humanista Ricardo Jorge, e sobre a "Lura Contra a Tuberculose em Portugal". da Saúde tem âmbito nacional e compete-lhe catalogar, preservar e expor espólios no âmbito

tura científica junto da população escolar de rodas as idades» m encionou. O Museu conta actualmente com um acervo de peças resultantes de colecção própria e da Direcção Geral da Saúde, recebidas em

«A instalação e gestão do M useu da Saúde foram atribuídas ao INSA p ela sua nova lei orgânica, no âmbito das suas atribuições

da saúde e organizar exposições temporárias ou permanentes sobre temas da saúde».

parte d os antigos sanatórios da lura anti-tuberculose.

no sector da formação e difusão da cultura científica. Desde que lhe foi atribuído este

O INSA já é actualmente responsável pela

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- o seu nome fi ca. para a h is loria da sa úde ~m Po rtugal. ligado a dois importantes acon 1ecimentos : a <>rRani:.açllo geral dos Ser viços ele So1íde P1í/J/ica (Dcc rc10 de 28 de Dcic rnb ru de 1899) e ao R e~11/amr111n Cerni dos Serl'içns de Swícle e Be111·ficê11cia Púlilica, de 24 de Dezem bro de

rámos que esta é uma matéria de responsabilidade social na qual deveríamos estar envolvidos, na medida em que dará, por exemplo, à comunidade escolar a oportuni-

O presidente da APIFARMA diz que «OMuseu

Para José Pereira Miguel , o protocolo com a APIFARMA "é o primeiro de uma série d e parcerias que o INSA tem vindo a desenvolver com d iversos m ecen as para dar corpo a esta nova atribuição do INSA, e q ue, nes te caso, para além ir de encontro a um antigo, anseio dos profissionais de saúde irá apo iar uma importante componente, a do medicamen to".

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A Pfizer dedica toda a sua pesq~i~a à saúde. Dos que ainda não nasceram ate as pessoas d idade mais avançada. Sabemos que cada ideade pode ter problemas específic?s mas que a todas as idades é comum o desejo de uma vida longa, saudável e plena. P~r is~º·. estamos na vanguarda da investigação b1om~d1ca, prevenindo e tratando cada vez mais doenças. Muitos sucessos foram já alcançados, n:'ªs muitos outros necessitam da nossa ded1caça~ e esforço. Para que as doenças faça~ parte o assado e não do nosso futuro. Este e o nosso ~ompromisso consigo; juntos faremos o futuro.

DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH divulga a legislação mais relevante publicada em Diário da República entre 06 de Outubro e 14 de Novembro.

Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n. 0 159-A/2008, de 17 de Outubro Estabelece a realização de uma campanha de sensibilização para a cirurgia de ambulatório e assinala o dia

Portaria n. 0 1267/2008, de 05 de Novembro Aprova as tabelas de emolumentos devidos pelos serviços prestados pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência, I. P., e revoga a Portaria n. 0 603/2001, de 11 de Junho.

20 de Outubro de 2008 como o dia de abertura dessa

Decreto-Lei n. 0 215/2008, de 10 de Novembro

campanha.

Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n .0

Resolução do Conselho de Ministros n. 0 16172008, de 22 de Outubro Adopta medidas de promoção da transversalidade da perspectiva de género na administração central do Es-

165/2002, de 17 de Julho, à primeira alteração ao Decreto-Lei n. 0 167 /2002, de 18 de Julho, e à primeira alteração ao Decreto-Lei n. 0 180/2002, de 8 de Agosto, estabelecendo o regime de fixação de taxas para o licenciamento de instalações radiológicas e de prestadores

tado e aprova o estatuto das conselheiras e dos conse-

de serviços de protecção radiológica.

lheiros para a igualdade, bem como dos membros das equipas interdepartamentais para a igualdade.

Portaria n. 0 1306/2008, de 11 de Novembro Introduz adaptações no Regulamento do Sistema Integrado de G estão de Inscritos para Cirurgia, de modo a

Ministério da Saúde

desenvolver o programa de intervenção em oftalmologia no âmbito da actividade das cataratas e da primeira

Decreto-Lei n. 0 203/2008, de 10 de Outubro

consulta de oftalmologia.

Transforma o Hospital do Professor Doutor Fernando Fonseca, criado pelo D ecreto-Lei n. 0 382/91 , de 9 d e Outubro, em entidade pública empresarial.

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Ministério das Financas e da Administracão Pública .:>

Portaria n. 0 1176/2008, de 15 de Outubro Aprova o Regulamento dos Programas de Apoio Financeiro a Atribuir pela Administração Regional de Saúde do Norte, I. P. (ARSN) , a Pessoas C olectivas Privadas

Decreto-Lei n. 0 200/2008, de 09 de Outubro Aprova o regime jurídico ap li cáve;;!l.,.!;à!...:c~~LlJ.l.~'-""JJ.,...k~J.l.Jo;---, tura orgânica e funcionamento d s ~~ ó<rl\ SAÚDE PÚBL

sem Fins Lucrativos.

Portaria n. 0 1259/2008, de 04 de Novembro

Assembleia da Repúbl ca (){(. t,/. fJÕ I'\

Aprova o Regulamento dos Program as de Apoio Financeiro a Atribuir pela Administração Regional de Saúde

Declaração de Rectificação . 0 56/2008, de 07 de Outubro

do .C entro, I. P. (ARS C), a Pessoas C olectivas Privad as ·-· sem Fins Lucrativos.

34

Rectifica a Lei n. 0 57/2008, de 4 e H teíO.lirol, ~l ~iÇ aA Ordem dos Psicólogos Portugueses e

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