APAH deixa
04 Editorial
Odiredor da GH analisa os períodos pré e pós-eleitoral. Depois da tempestade, diz por outras palavras, pode chegar finalmente a bonança. Apesar de estar optimista (qb), Jorge Poole da Costa tem consciência de que existe um problema grave de sustentabilidade financeira do SNS.
os Actualidade
10 Ideias
Eleito o novo Governo e tendo já tomado posse, como ministro da Saúde, o entrevistado da GH de Fevereiro - professor Correia de campos - a direcção APAH não perdeu tempo. Deixamos neste número os desafios a que o novo responsável da João Crisóstomo deve estar atento.
o Dia Internacional da Mulher comemora-se todos os anos, no mundo dito civilizado, a 8 de Março. A GH não esqueceu as administradoras hospitalares. Fomos saber o que pensam da profissão que exercem e do dia que lhes está atribuído. No essencial estão todas de acordo. As diferenças são pontuais.
12 Entrevista
Pedro Nunes tomou posse como bastonário da Ordem dos Médicos a 29 de Janeiro. Deixámos passar o conturbado período eleitoral e convidámos o presidente dos médicos a dizer o que pensa e o que vai fazer pelos seus pares. Saiba as respostas.
22 Lazer &Prazer
Desta vez vamos apresentar-lhe Vinhos. Este néctar precioso tem História, muitas histórias e outras tantas estórias. Fomos procurá-las e começamos pelo famoso Vinho do Porto, passando a outros, muito apreciados internacionalmente. Conheça o que Portugal tem para dar de melhor e ... as suas histórias.
28 Comentário
No Comentário de Março da GH, juntámos Meneses Correia, administrador hospitalar, e Manuel Antunes, médico. Ogestor do Norte escreve sobre Regulação em Saúde. O clínico do centro, que voltou a ser noticia por, mais uma vez, ter conseguido lucros no seu serviço de cirurgia cardiotorácica dos HUC, faz a análise sobre o que se passa nos sectores Público e Privado.
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mas perceba que raramente convergem e que
"-Alívio
algumas vezes pouco têm a ver com os interesses dos doentes.
4.
Aposte com firmeza numa nova política
para os cuidados de saúde primários, criando de forma séria e consistente a figura do médi-
1
Finalmente ultrapassada a fase negra e cir-
Russell que " o grande desafio para qualquer pen-
co de família, de preferência sem a Tutela ins-
• cense da nossa vida pública em que consistiu
sador é saber colocar o problema de uma forma
titucional e protecrora do Centro de Saúde.
que possibilite encontrar uma solução ".
5. Defenda e acarinhe a Saúde Pública, tan-
a lamentável campanha eleitoral, inédita na grosse-
tos são os frutos que podemos obter de uma
ria, original no inenarrável mau gosto, vil no recurso a insinuações, opaca na transmissão de ideias e de valores, chegámos ao dia das eleições com uma
3
política baseada na manutenção da Saúde
A catastrófica situação nacional no que res-
individual e colectiva.
• peita aos números de crescimento de infec-
grande sensação de alívio. Alívio que teve a ver com
tados por VIH, o anúncio recente de que Portugal
6. D esenvolva uma estratégia de desfuncio-
uma espera demasiado prolongada que se iniciou
tem os piores índices de mortalidade por cancro
nalização dos recursos humanos da saúde,
muito antes do anúncio da dissolução da Assembleia
da Europa a quinze, a degradação progressiva dos
optando por modelos contratuais mais flexí-
da República. Alívio resultante da forma como os
cuidados hospitalares , o recuo das políticas de pre-
veis e formas remuneratórias que premeiem
portugueses responderam à chamada à participa-
venção e a desorganização generalizada no âmbito do
o mérito e incentivem a dedicação plena.
"Importa gerir
ção cívica e, alívio por fim , porque os resulrados
Ministério da Saúde { com responsabilidades sobre-
7. Veja rapidamente o que se passa nos Hos-
melhor os hospitais,
alcançados permitem que se possam viver nos pró-
postas, incógnitas àcerca do que compete a quem,
pitais S.A., aproveite as coisas boas (pelos vis-
ximos anos tempos de estabilidade.
quem tutela o quê, quem regula, quem arbitra,
tos poucas) e desenvolva um modelo comum
Jorge Poole da Costa Director da GH
não produzir melhores estatísticas. Importa melhorar
quem dirige ... ) tudo isto impõe ao futuro titular da
2
Portugal esteve demasiado tempo à espera.
pasta da Saúde um meticuloso trabalho de recupe-
• Agora o tempo urge. Na Saúde-há um imen-
ração para o qual deve ter a colaboração empenhada
a qualidade
so trabalho a fazer. Como disse recentemente o
dos serviços que
Prof. Sakellarides, no lançamento do seu livro " De
se prestam, não
Alma a H arry" importa que " ... o do ente esteja no
esgrimir números
centro do sistema de saúde, não importa que se
4
de deficits reais
di ga que ele lá está ... ". Importa gerir melhor os
Ordem dos M édicos nos transmite a sua visão do
ou imaginários"
hospitais, não produzir melhores estatísticas. Impor-
papel que o m édico deve protagonizar no âmbito dos
ta melhorar a qualidade dos serviços que se prestam,
serviços de saúde , temos um excelente artigo em que
não esgrimir números de deficits reais ou imaginá-
o Prof. Manuel Antunes explicita e frontalm ente
n os.
reconhece que o sector privado ganha com as insu-
D evemos interromp er o processo até ago ra quase
ficiências do público e con sidera que, ao contrário
exclusivamente burocrático-teórico que elevou tanto
do que muitas vezes parece entender-se, não compete
a discussão sobre a Saúde que ela agora se passa em
ao Estado promover o desenvolvimento d o sector
domínios completam ente distantes da realidade,
dos vários grupos profissionais. N este ~úmero, para além da esclarecedora • en trev1sta em que o novo bastonário da
APAH lança
e em rede para todos os hospitais públicos.
8. N ão se deixe tentar por facilitismos em
Desafios ao próximo Ministro da Saúde O conforto da maioria absoluta permite ao próximo Governo adoptar uma estratégia clara, autónoma e consequente para a Saúde.
matéria de financiamento, aumentando taxas moderadoras ou criando formas mais musculadas de co-pagamento. Dessa forma se perde em equidade o pouco que se ganharia na angariação de recursos. A eficiência do sistema depende muito mais de medidas do lado da oferta do que de barreiras económicas do lado da procura.
9. Não se deslumbre com as propostas, algumas cor-de-rosa, que as sereias lhe can-
A
Direcção da APAH, consciente
movam a equidade, a acessibilidade e o con-
tem ao ouvido, a favor da privatização da
das responsabilidades que os seus
forto dos cidadãos.
gestão dos serviços o u do opting out em
associados vêm ass umindo na
2. Tenha sempre uma visão global e integra-
matéria de seguros privados de saúde. Os
privado da saúde. A Direcção da Associação Portu-
gestão do sistema e, em particular, na ges-
da do sistema e não desenvolva políticas sec-
riscos que se correm e a inexequibilidade de
numa estratosfera académica que pouco ou nada
guesa de Administradores Hospitalares, num texto
tão do SNS, ao longo dos últimos 30 anos,
toriais avulsas e descontextualizadas. O pla-
algumas propostas peregrinas desaconselham
tem trazido de benéfi co.
dirigido ao já escolhido titular da pasta da Saúde, faz
está, com o sempre esteve, disponível para
neamento centralizado na distribuição das
visões maniqueístas ou ideias liberais.
É verdade que existe um crírico problema de sus-
algumas recomendações, propõe novos caminhos e
colaborar com o próximo Ministro da
instalações, dos grandes equipamentos e dos
10. Não transija com as clientelas e com os
tentabilidade financeira do SNS. N ão o devemos é
sugere uma estratégia.
Saúde, Professor Correia de Campos.
recursos humanos é, por exemplo, funda-
amigos. Será com certeza envolvido para
interpretar como paralisador. N ão devemos olhar
É nesse sentido que devem ser interpretadas
mental. A perspectiva transversal dos cuida-
pôr nos variadíssimos cargos da Administra-
para ele como se de um a doença t erminal se tratas-
as sugestões que aqui lhe deixamos:
dos - primários, hospitalares e continuados -
ção, amigos, correligionários e boas pessoas.
se, fechar os olhos com ar condoído, preparar cui-
1. Trabalhe essencialmente para o bem estar
dá robustez e racionalidade.
Escolha, simplesmente, os melhores, os mais
dadosam ente o Requiem e desistir. Dizia Bertrand
dos doentes e desenvolva políticas que pro-
3. Esteja atento aos interesses corporativos,
competentes, os devidamente habilitados.
Viseu
Grupo Mello
"Aberração jurídica" A
Hospital com novos dirigentes
Associação de Administradores
O
Hospitalares considera que a
admissão de uma clínica, familiar de uma
Grupo Mello substitui os dirigentes do Hospital Amadora-Sintra.
adjunta do m inistro da Saúde, pelo
O presidente e o vice-presidente
Hospital de S. Teotónio SA, em concurso
do Conselho de Administração foram
interno geral, é "descaradamente ilegal".
substituídos por dois homens-fortes
De acordo com Manuel Delgado,
do Grupo Mello: o farmacêutico da AN F
presidente da Associação, o hospital abriu
Rui Raposo, que era o respo nsável pelos
um segundo concurso, sabendo que o
hospitais da CUF, e Luís Lee, director
primeiro era ilegal, e cometeu uma
financeiro da ' holding'.
"aberração jurídica". ln "Público" 05/02/05
ln "Expresso", 26/02/05
ERS
Certificação
Taxas moderadoras
-
até 2009
U
de Saúde detectou que 70% das isenções às
***
• Saúde à espera de rectificativo
70% das isenções são ilegais de hospitais ma aud itoria da Inspecção-Geral
OR
Entidade Reguladora da Saúde vai
* * * * * *** *
taxas moderadoras feitas por centros de saúde são
A
ilegais, existindo situações em que ser-se funcionário
utilização de todos os hospitais e centros
o próxi mo Governo deve fazer um
ou familiar de funcionário são motivos invocados por
de saúde que não iniciem o seu processo
O rçamento Rectifi cat ivo de form a a ser
algumas unidades de saúde para não cobrar as taxas.
de certificação dentro de dois anos. Rui
possível arrecadar mais um m ilhão de
Desde 1 de Março
A Inspecção detectou ainda que não existe controlo
Nunes, em entrevista, afirma que o
euros e passa r dos 22 para cerca de 50
Cartão de
processo "ou vai a bem ou vai a mal".
efectivo do dinheiro pago pelos utentes.
O
propor a cessação da licença de
ln "Diário Económico", 07/02/05
1n "Diário de Notícias", 19/02/05
Medicamentos
Utentes pagaram mais 15 milhões
presidente da Enti dade Reguladora de Sa úde, Ru i N unes, defendeu que
colaboradores. ln "Jornal de Negóc ios", 18/ 0 1/ 2005
Saúde europeu Um novo cartão de saúde
m estudo do Instit uto Nacional da
U
O
Farmácia e da Associação Nacional
de Saúde - está disponível a partir do início
de Farmácias revela que a int rodução dos
de Março, permitindo que qualquer cidadão
Apenas 11 dos 31 hospitais SA tiveram um balanço positivo em 2004,
A
preços de referência pa ra efeit os de
europeu sej a at endido num hospit al
sendo que no segundo ano de actividade destas unidades o défice
compa rti cipação do Estado com
ou outra unidade de saúde da Europa dos 25
total será de cerca de 80 milhões de euros.
medicamentos do SNS fez com que os
e, ainda, Islândia, Noruega, Liechtenst ein
De acordo com o presidente da Unidade de Missão, Luís Pedroso Lima, os
gastos dos utentes subissem quase 15
e Suíça. A factura é depois enviada para os
hospitais de Leiria e Santarém foram os que registaram melhores resultados,
milhões em 2004. Em contrapart ida, o
serviços nacionais de saúde ou subsist emas
ao contrário do que aconteceu com o de Setúbal, que obteve o pior saldo.
Estado pou pou cerca de 72 milhões.
do Estado de origem.
SA
Só 11 hospitais tiveram "bom"
ln " Diário Económico", 07/02/05
ln " Diário Económico", 24/02/0 5
- o Cartão Europeu de Seguro
ln " Portugal Diário", 16/02/05
1
07
Escola Nacional de Saúde Pública
França
Curso sobre Tabagismo para profissionais de Saúde
Congresso sobre Cuidados de Saúde
A
Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) realiza, de 4 de Abril a 28 de
Junho, um curso de pós-graduação sobre "Tabagismo, sua prevenção e cessação".
Presidente da APAH é um dos oradores
Destinado aos profissionais de saúde, em geral, este curso está vocacionado para o apoio que estes profissionais de saúde podem fornecer no quadro dos cuidados de saúde. Entre os vários objectivos programados, o destaque vai para a necessidade de familiarizar os profissionais de saúde para a necessidade de desenvolvimento das estratégias conducentes a escolhas saudáveis nas áreas da prevenção e desabituação tabágica.
Novo estudo revela
A presença de vários conferencistas, nacionais . '
e internacionais, está já confirmada, e entre os muitos temas que vão merecer uma análise mais profunda, pode.r;nos salientar a problemática da prevenção do tabagismo; os estilos de
Mulheres com cancro da mama estão mais protregidas
vida e direitos fundamentais do cidadão; as redes sociais de apoio e comunidades de, entre
cardíaca a longo prazo, participaram 150 doen-
Journ al of Clin ical On colo gy
tes sem recidiva, anteriormente incluídos no
A OMS propõe que em 2005 o dia Sem Taba-
demonstram que a administração de duas
ensaio FASG-05, em que lhes foram adminis-
co tenha como tema central os profissionais
doses diferentes de epirubicina está associada
tradas doses pad rão de FEC 50 (fluorouracil
de saúde e o controlo do tabaco. A ENSP dá o
a um risco reduzido de desenvolvimento de
500 mg/m2, epirubicina 50 mg/m2, ciclofos-
exemplo
problemas cardíacos, em mulheres com can-
famida 500 mg/m2) ou doses mais elevadas
cro da m ama. Trata-se do primeiro subestu-
de FEC 100 (mesmo regime com epirubicina
do a avaliar doentes que tinham terminado o
100 mg/m2) em intervalos de 21 dias, duran-
muitos outros.
>>>
Paris vai reunir profissionais de saúde de todo o mundo
08 . . ~
R
D
ados pu blicad os recentem en te no
.
1i
ealiza-se nos próximos d ias 6 a 8
financeira. Neste último, será moderador o Dr.
de Abril, em Paris, o Congresso
Manuel Delgado, presidente da APAH.
tratam ento adjuvante com epirubicina há
te seis ciclos ao longo da terapêutica adjuvan-
Mundial sobre Cuidados de
Entre os oradores previstos, estão também Per
mais d e 8 anos. Es te est udo tin ha como
te para o cancro da mama com gânglios posi-
Saúde na Europa.
Batelson, presidente da Capio AB, Robert G.
objectivo acrescentar dados de segurança aos
tivos. A avaliação cega ao tratamento instituído,
Em discussão estarão temas como "A reforma
Evans, professor da Universidade da Columbia
resultados do ensaio clínico, em que os doen-
centrou-se no desenvolvimento de problemas
dos cuidados de saúde para balançar equidade
Britânica, Canadá, ou Louis Omnés, director
tes tratados com epirubicina, um citotóxico
cardíacos a longo prazo tendo sido efectuada por
e qualidade com sustentabilidade", "Oportu-
executivo dos hospitais universitários Grupo
da família farmacológica das antraciclinas,
uma comissão constituída por três cardiolo-
nidades e desafios da cuidados de saúde priva-
Leste, França. Num painel especial participarão
registaram um período sem doença significa-
gistas e três oncologistas
dos na Europa", "Redefinição da competição
os ministros da Saúde e Segurança Social dfa
tivo (5 a 1O anos) e uma maior taxa de sobre-
No que respeita a problemas cardíacos a longo
nos cuidados de saúde" ou "Como criar uma
França, Áustria, Bélgica e República Checa.
vida. Estes dados surgem no âm bito da emer-
prazo, a toxicidade cardíaca observada após
revolução industrial nos cuidados de saúde para
A APAH estará disponível para organizar uma
gente necessidade de se analisarem os efeitos
tratamento adjuvante com a dose mais elevada
prestadores e pacientes".
viagem de grupo se se registar um número de
de 4 de abril a 28 dia junho 2005
secund ários a lon go prazo associados aos
revelou-se através de dois casos de ICC con-
Terão ainda lugar paralelamente vários painéis
inscritos que o justifique. Por isso os colegas
l ! C l 0 ( -... 30 ... ....,..
agentes antineoplásicos mais frequentemente
trolada, possivelmente relacionados com o tra-
de debate sobre promoção, registos elecuónicos,
interessados em participar neste evento devem
utilizados, assim como às novas terapias bio-
tamento, e 18 casos de disfunção ventricular
financiamento, gestão da doença nos cuida-
contactar a direcção previamente, a fim de se
lógicas.
esquerda assintomática (DVE), oito dos quais
dos de saúde e 'performance' operacional e
tentar obter preços de inscrição mais favoráveis.
Neste subestudo, em que foi avaliada a função
com causalidade provável.
i ~'
j
/
- ___/
Tabagism.o prevenção ,. cessação .
t.1'"~ --..àll ltl.» ~1....a)-•
''"·"~ ú llbCOt.tbOOo.mn.~
um.t..ics..i.Nondelài-
~--
s.:ota Ndeínal de Saúde Pllblica . ~~era
-
l&QG.680 US&OA
8 de Março
Dia Internacional da Mulher Comemorou-se a 8 de Março mais um Dia Internacional da Mulher. A GH não esqueceu o facto e Lançou um repto a três administradoras hospitalares: dizerem o que pensam sobre o dia ... e não só. Todas aceitaram responder às perguntas que colocámos. Veja os resultados Perguntas: A - Gerir hospitais é uma função mais feminina ou masculina? B - Ser administradora hospitalar em Portugal equivale a ter os mesmos direitos e deveres que os colegas homens? C - Faz sentido existir o Dia Internacional da Mulher?
Maria Fernanda Dias Maria Fernanda Dias tem 66 anos, é licenciada em Direito e tem o curso de Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública. Como administradora hospitalar iniciou funções no Hospital de s. João, no Porto. Transitou para a Direcção de Saúde Distrital. Actual mente faz parte do quadro dos administradores hospitalares em exercício no Centro Hospitalar de Gaia.
técnica que tenha em
falar com o "chefe". Pedi para expor o assun-
conta as características
to e ele repetiu que queria falar com o "vosso
específicas de um hospi-
chefe". Eu então esclareci que "o chefe" era eu.
tal; em segundo lugar, de
Resposta dele: "Então vocês não têm aí
desenvolver as suas capa-
homens"? Se a leitura dos números tiver um
cidades de negociador;
significado literal, o universo dos hospitais é
e, finalmente, de ser um
mais feminino que masculino. No hospital
bom gestor de conflitos.
em que eu trabalho 73% dos funcionários são mulheres.
Margarida Bentes
Resposta A: Gerir hospitais é uma função
Resposta B: Eu creio que sim! N unca senti ao
que não tem rigorosamente nada a ver com
longo da minha vida profissional, qualquer dis-
Resposta C: Eu acho que faz sentido existir
diferenças biológicas, nem pode ser consi-
criminação relativamente aos colegas homens.
um dia internacional da mulher, faz sentido
Margarida Eugénia Alves Garcia Rentes tem
não especificamente relacionados com esta
derada como vocação mais feminina ou
Mas não se pense que isto se passava em todos os
comemorar, mesmo das maneiras mais ingé-
48 anos, é casada e tem duas filhas. Élicenciada
profissão) que mostram que, embora o tempo
mais masculina. Um homem pode ser um
Ministérios, em todos os serviços da adminis-
nuas, faz sentido haver fóruns sobre o tema,
em Economia pelo ISEG. Pós-graduada em Admi-
de trabalho profissional dos h omens seja
bom gestor, uma mulher pode ser uma boa
tração pública. Chefiava eu um serviço no Hos-
faz sentido estarmos aqui a falar sobre isso, a
nistração Hospitalar pela ENSP/ UNL.
ligeiramente superior ao das mulheres, estas
gestora sem que haja diferenças de qualida-
pital de S. João e a telefonista passou-me uma
discutir, a dizer que concordamos ou que
Exerce actualmente funções na Espírito Santo
dedicam mais horas às tarefas domésticas e à
de no desempenho por força da diferença do
chamada externa em que um técnico de um
não concordamos ... E porque nada é irre-
Saúde, SGPS, SA. Foi, nomeadamente, Presiden-
prestação de cuidados às crianças e adultos em
sexo. Um bom gestor hospitalar necessita, em
serviço autónomo pretendia esclarecer um assun-
versível, faz sentido sobretudo não deixar
situação de dependência. O saldo traduz-se
primeiro lugar, de uma adequada preparação
to sobre facturação de serviços, pelo que queria
esquecer.
te da ARSLVT; Presidente do IGIF e Coordenadora do departamento do mesmo Instituto.
em mais dezanove horas semanais de trabalho feminino, valor aliás superior à média
Resposta A: Gerir hospitais é, antes de mais,
europeia. Sendo legítimo crer que as verten-
uma função que exige formação e compe-
tes pessoal e profissional se interligam, para
tências específicas. Mas é mais do que isso.
bom entendedor ...
A grande diversidade de prestadores que
seus interlocutores. E gerem mais com coração
actuam no quotidiano hospitalar, com dife-
(o que não significa que gerem apenas com o
Resposta C: O sentido para o Dia Interna-
rentes qualificações e interesses, traduz-se
coração). Se "O Principezinho" tiver razão ao
cional da Mulher tem de ser enquadrado
numa reia complexa de relações sociais rela-
dizer que " só se vê bem com o coração - o que
tivamente impermeável à mera aplicação de instrumentos técnicos de gestão. Por isso
'"' ... ,.
Maria de Fátima de Sena e Silva, admi-
·los de comportamento.
minado as escolhas que as minhas chefias
Não porque as mulheres
fizeram relativamente a mim ou que eu faço
ciada em Enfermagem, fez depois uma
sejam melhores ou mais
relativamente às minhas equipes.
historicamente na lura das mulheres pela
pós-graduação em Administração Hospi-
competentes ou mais
é essencial é invisível aos olhos", aquele talento
igualdade de direitos. A primeira fue, iniciada
talar; na ENSP. De Março de 1994 a Outu-
hábeis que os homens,
Resposta C: Hoje em dia, as mulheres repre-
é sem dúvida, uma mais valia.
nos finais do século XVIII, centrou-se na
bro de 1998 foi responsável pelo Serviço
mas porque a sua expe-
sentam mais de 40% da população activa
obtenção de direitos básicos, nomeadamen-
Gestão de Materiais e Directora do Servi-
riência histórica é diversa
mundial. As faculdade têm mais alunas que
gerir hospitais apela sobretudo a uma exi-
10
Maria de Fátima Sena e Silva nistradora hospitalar, casada, dois filhos, exerce a profissão no IPO de Lisboa. Licen-
gente interven ção ao nível relacional. Uma
Resposta B: No plano formal, sim. Não existem
te o direito de voto. Nos anos 60 e 70 do
ço de Gestão de Doentes do Hospital Ama-
em função dos 'papéis
alunos. As melhores oportunidades de empre-
competência chave é a chamada "inteligên-
critérios que explicitamente privilegiem homens
século XX, em que as mulheres constituíam
dora-Sintra. De Outubro de 1998 a Outubro
sociais' também diversos
go aumentaram a independência de muitas
de 1999, esteve no Curry Cabral.
que ao longo dos tempos
mulheres e resultaram num novo estatuto e
cia emocional" ou interpessoal - a capacidade
face a mulheres para o desempenho de funções
já quase metade da força de trabalho nos
de construir um bom mapa social do con-
de administração hospitalar. Na prática, no
EUA e nos países mais industrializados da
texto, de compreender as outras pessoas, o
entanto, para além de, por exemplo, a compo-
Europa, o chamado "movimento de liberta-
Resposta A: N ão é uma questão de género.
que as motiva, como funcionam, como tra-
sição dos conselhos de administração de hospi-
ção das mulheres" reivindicou direitos em
É uma questão de conhecimento, compe-
Resposta B: Os mesmos direitos e os mesmos
Unidas desde 1975, relembra uma marcha de
balhar cooperativamente com elas. Esta com-
tais ser maioritariamente masculina, existem,
matéria salarial, de controle da natalidade e de
tência, espírito empreendedor, de liderança.
deveres, a mesma auroridade e as mesmas res-
protesto realizada por mulheres que traba-
petência não é uma característica intrínseca
ainda, na sociedade portuguesa, sinais evidentes
partilha das actividades domésticas. Hoje, o
No início a Administração Hospitalar era
ponsabilidades.
lhavam em fábricas têxteis contra os baixos
do sexo masculino ou do feminino, mas é
do reconhecimento de diferentes "direitos e
confronto é mais subtil, apesar de sectores da
uma profissão só de homens. Mas, já no
Nunca senti discriminação ou favorecimento
salários. Portanto, em nome destas mulheres
tendencialmente mais desenvolvida nas
deveres" dos dois sexos. Basta lembrar os dados
sociedade ainda discriminarem as mulheres
meu curso, o XXIII, eramas 2 1 mulheres e
por ser mulher. Nunca notei que o facto de ser
e daquelas que ainda são alvo de preconceitos
mulheres. As mulheres são mais hábeis na lei-
publicados pela Comissão para a Igualdade no
e a violência doméstica ainda ser uma reali-
5 homens. As mulheres podem trazer para a
mulher tenha facilitado ou dificultado o desem-
e marginalização, sim, considero que este dia
tura dos sinais emocionais, não verbais, dos
Trabalho e no Emprego 1995-2001 (embora
dade.
gestão hospitalar novos valores, ideias, e esti-
penho das minhas funções ou que tenha deter-
tem razão de existir,
lhes têm sido atribuídos.
papel junto das suas famílias e na sociedade. Este dia, que é comemorado pelas N ações
Pedro Nunes à GH
.
,,,,,,_
''Os mé ICOS sao os Pedro Nunes, o recém-eleito Bastonário da Ordem dos Médicos, 1
ec1sores a sau e''
Gestão Hospitalar - O que espera a
pareceres que a OM vai emitir e a sua dispo-
Ordem dos Médicos do futuro Governo?
nibilidade para colaborar. A OM é uma ins-
Pedro Nunes - Que governe bem! Que ouça
tituição do Estado, não é um clube de oposi-
os médicos e não os considere o inimigo nem
cionistas dos governos.
explica à G H as suas
uma estrutura corporativa que só defende os
expectativas face ao novo
seus interesses. Que perceba que são os médi-
G.H. - Os hospitais SA são um modelo a
Governo, como encara
cos o centro do sistema de Saúde, são os deci-
seguir?
a gestão hospitalar, faz
sores em última análise, tudo gira - a nível
P.N. - Se continuar a política boa tudo bem!
macro ou m icro - em volta das decisões que os
Não vejo razão nenhuma para se destruir a
a defesa dos cuidados
médicos tom am . Seria útil que o próximo
cultura empresarial que se criou, não vejo
de ambulatório e aponta
ministro ouvisse a Ordem dos Médicos (OM)
razão nenhuma para se destruir a procura de
os caminhos da Ordem
como representante dos médicos, no sentido de
indicadores, de maio r eficiência, o registo
para o futuro.
saber a sua opinião sobre a m elhor forma de
mais rigoroso de todos os serviços prestados
gerir a saúde. Se se estabelecer essa base de
pelos hospitais, o maior empenho de todas
confiança teremos todo o gosto em colaborar
as chefias no registo e rigor na gestão sem
com o próximo ministro ...
desperdiçar recursos ... É uma cultura que se
Curriculum Vitae Pedro Henriques Nunes Idade - 50 anos >
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa
tinha perdido. G.H. - Como é que a Ordem pode actuar face a uma maioria absoluta?
• P.N. - A OM não é inimiga de ninguém.
"À OM agrada-lhe
Face a maioria absoluta actua como face a
uma maioria absoluta"
uma maioria relativa.
Responsável pela Cadeira de Deontologia Médica da FCML
G.H. - - Não sente as mãos atadas?
G.H. - Concorda com essa evolução?
>
Especialista de Oftalmologia pela OM
P.N . - N ão! Exactamente o cont rário. A
P.N. - Ainda não percebi. A diferença estará
>
Fundador, presidente do Congresso, Membro do Conselho Nacional e do Secretariado do Sindicato Independente dos Médicos
OM não é um jogador do espaço político-
na privatização com maior ou menor facili-
partidário. À OM agrada-lhe que exista uma
dade. Como médico tem de me ser indife-
maioria absoluta, na medida em que assegu-
rente quem é o dono do edifício. O que me
Coordenador do Departamento Internacional da OM
ra estabilidade governativa para o País. Esta-
preocupa - e isso sim é central - quais são as
bilidade que dure para além do ciclo políti-
consequências desse modelo na acessibilida-
Membro da União Europeia de Médicos Especialistas, da Federação Europeia dos Médicos Assalariados, Conferência Europeia das Ordens dos Médicos, Comité Permanente dos Médicos Europeus e do seu Comité de Ética, Deontologia e Códigos Profissionais
co . É preciso p erceber que foi a OM a
de dos cidadãos à saúde. À OM compete o
primeira a falar na necessidade de um Pacto
encargo de melhorar as condições da Saúde,
para a Saúde para assegurar a estabilidade.
melhorando as condições do exercício profis-
Primeiro Vice-presidente do Comité Permanente dos Médicos Europeus
>
.12......
,
•
>
>
>
>
Bastonário da OM
Esse mito que se criou de que a OM é um
P.N. - Só temo a ignorância. Se o ministro
junto de médicos que se reúnem na OM e
rão o País, e esse Governo e ministro serão
sional dos médicos. Se pelo facto do hospital
antagonista permanente de todos os gover-
estiver surdo às recomendações da OM vai
têm a capacidade de mobilizar para junto do
penalizados nas eleições seguintes.
ser SA ou empresa pública isso fizer com que
nos hoje em dia só pode ser por má-fé.
fazer asneiras. N ão é contratar dois ou três
ministro o saber de todas as áreas da Medici-
O que a OM recomenda é estabilidade na
os médicos não tenham um estímulo para
assessores para estarem no Ministério a dizer
na. Se o Ministério for surdo prescinde dessa
saúde, linhas condutoras que sejam perceptí-
progredirem na sua carreira, para progredi-
G.H. - Não teme que uma maiori a abso-
de sua lavra que permite ao ministro ter
informação e as acções que vai tomar serão
veis, não destruir tudo o que já existe, mas
rem intelectual e tecnicamente, obviamente
luta se torne surda?
conhecimentos de Saúde. Existe é um con-
erradas, que vão sofrer contestação, penaliza-
corrigir algumas coisas, ter em atenção os
que a OM estará contra.
O s modelos mais ágeis de gestão são os SA,
A minha opinião, como cidadão, é que deve-
G.H. - Seria pela privatização de alguns
as EPE são semelhantes. Têm a vantagem da
ria haver uma base pública que servisse de
serviços?
agilidade, mas a desvantagem de, não tendo
centro ao sistema, que garantisse o seu firn-
P.N. - Tudo é possível desde que seja útil.
controlo prévio, serem uma atracção para as
cionamento. Poderia haver uma área com
Estão em causa as consequências de um
m ás gestões. Temo que uma gestão muito
uma gestão mais elástica, para uma prestação
modelo. Por exemplo , eu defendo que a
ágil possa abrir a porta à má gestão, ures-
mais rotineira e mais eficaz, para estimular a
Saúde seja gratuita, para que o cidadão não
ponsável.
preocupação com o factor custo.
t enha de constituir um pé-de-meia para
G.H. - O sistema de contratos individuais de trabalho nos hospitais empresarializados é bom para os médicos?
P.N. - N ão co mpet e à OM olha r nessa perspectiva. Mas, no interesse directo dos m édicos, é mais atractivo ser funcionário público. Eu não tenho filiação partidária e não serei candidato a ter cargos de Gover-
pagar a Saúde.
no, mas o Dr. Correia de Campos que já teve responsabilidades governativas, e volta
G.H. - É contra os seguros?
agora a ter, devia estar mais preocupado
P.N. - Não sou contra, mas não considero
que eu com os contratos individuais de tra-
que os seguros de Saúde sejam capazes de
balho. Nós vivemos num período de escas-
substituir na totalidade o Serviço Nacional
sez relativa de médicos e quando os médi-
de Saúde. A inexistência do Estado como
cos se aperceberem disso podem , muito
uma envolvente da solidariedade dos 1O milhões que aqui habitam, uns para com outros, para que Saúde seja gratuita para
rapidamente, tornar esses contratos caríssi>>>
mos. Houve um hospital neste país que já
"Defendo que a saúde seja gratuita"
contratou um gastrenterologista a pagar-lhe
cada um é obviamente uma n ecessidade.
<<<
"A nova receita é um papel estúpido!"
D efendo um m odelo de responsabilidade
dariedade colectiva e um entendimento do
Estado a desresponsabilizar-se desta função.
perto de dois mil contos por mês e está a
pública pela Saúde de todos, baseado na par-
Estado e do Governo que é responsável pela
Acho que o que me identifica como portu-
trabalh ar ao lado de outro, da Função
t ilh a de b e n s que se obtêm através do s
Saúde de todos os portugueses. N esse senti-
guês é o facto de fazer parte de um grupo de
Pública, a ganhar 300 contos.
impostos.
do não temo que m e acusem de ser socialis-
1O milhões de p essoas q ue hab itam um
É preciso não esquecer que estamos perante
ta, apesar de o D r. C orreia de Campos dizer
determinado território e que têm coisas em
uma classe profissional que é escassa, alta-
G.H. - E a solução de 'opting-out'?
que eu sou co nservad or. Não ach o q ue o
comum, como o património cultural, a lín-
mente diferenciada e envelhecida e isso não é
P.N. - Acho que se deveria manter uma soli-
'opting-o ut' seja uma boa medida. Atrai o
gua, a Saúde que garantem uns aos outros.
nada bom para o empregador.
"Nos hospitais é preciso uma liderança que seja médica"
14..
G.H. - Disse à revista "EndoNews" que
Q uem quiser gerir um hospital tem que
G.H. - Um hospital tem um conselho
P.N. - N ão quero ser mal interpretado.
diga ao médico e lhe permita perceber até
os hospitais são melhores geridos por
conhecer minimamente a linguagem com
de administração ...
O que ·está a m ais nos hospitais são os
que ponto as decisões que toma têm con-
médicos que por não médicos.
que tem de falar com o oftalmologista, o
P.N. - Tem um p residente, que é um
não profissionais - indivíd uos pescados
sequências de natureza financeira e eco-
P.N. - Disse! Aprendi que na gestão há
internista, com o cirurgião, o anestesista,
médico, que tem de ter funções de direc-
nas várias áreas da gestão, são elementos
nómica.
duas plataformas - uma de liderança e
para entroncar isso tudo.
ção efectiva.
estranhos à Saúde.
uma de gestão. A da liderança tem a ver
Depois há a gestão financeira, os procedi-
com o conhecimento da realidade e a
mentos e de organização, a gestão de pes-
G.H. - Tem de ser um médico?
G.H. - Administradores hospitalares
do médico?
tomada de decisões que derivam dessa rea-
soal. Para isso há os administradores hos-
P.N. - O presidente do conselho de
com formação específica?
P.N. - A última palavra é de um conselho
lidade de modo a definir os caminhos que
pitalares, que seguramente farão um papel
administração de um hospital deve ser
P.N. - Ten h o ime n so respeito pelos
de administração em que o director deve-
as estruturas devem seguir. E a plataforma
excelente e são imprescindíveis.
sempre um médico e revejo-me na figura
adm inistradores porque são gente da ges-
ria, claramente, ser um médico. É ele que
de gestão é o que torna exequível que essas
Não vamos é confundir a plataforma de
de um director de hospital que seja um
tão, da eco n omia, com uma vocação
sabe, que consegue integrar as informa-
decisões tenham efectividade no terreno.
gestão com a plataforma de liderança!
médico. Que pode ser um presidente de
específica e um treino específico para a
ções que vêm de base, porque as decisões
Nos hospitais é preciso uma liderança que
O s hospitais são melhores geridos por
um conselho de administração.
Saúde.
são decisões de saúde e têm implicações
seja médica porque quem não o for não
médicos porque tem de haver uma cabeça
Uma administração de um hospital deve
nos cuidados prestados aos doentes. Os
consegue perceber como obter os melho-
médica no vértice do sistema para tomar
G.H. - E assessorado por administrado-
ser encabeçada por um médico, que deve
aspectos financeiros são operacionais ,
res res ultados de cada uma das áreas.
decisões de natureza médica.
res?
ter um excelente gestor financeiro que
mas não são o centro da questão.
G.H. - A última palavra seria sempre
P.N. - Relativamente ao Acto Médico já
G.H. - Defende uma maior interligação
Alvos >
>
>
>
>
>
>
>
deveria ter sido há muitos anos. Se for agora
entre hospitais e centros de saúde. Como
fico contente. Se não for agora espero que
é que se processaria?
Correia de Campos - Um político
P.N. - Um hospital serve para montar tec-
arguto e informado. Uma figura incontornável da Saúde. Com tempo
nologia de modo a que concentre doentes à sua volta. Tudo o que possa ser feito em
confiará nos médicos.
casa do doente, ou à porta do doente ou na
Manuel Delgado - Um homem
Junta de Freguesia não precisa de um gran-
inteligente e cordial com quem é
de hospital.
sempre um prazer concordar ou mesmo discordar.
Mas o ambulatório não se esgota na Medi-
António Bento - Um grande amigo.
dita hospitalar, tem uma área importante
Um grande sindicalista. Alguém a quem os médicos e os portugueses muito devem.
de ambulatório. As consultas de Medicina
seja para daqui a 30 anos. Alguma vez há-de ser.
G.H. - Que mudanças vai introduzir na OM? P.N. - A minha prioridade é pôr os Colégios da Especialidade a funcionar. Tornar a OM como uma resposta credível do ponto de vis ta técnico, a quem as pessoas possam
cina Geral e Familiar. Cada especialidade,
recorrer. Por outro lado, mostrar aos portugueses que a OM não é um grupo de bandidos a defender
Interna ou de Gastrenterologia não preci-
os interesses dos médicos, mas uma instituição
sam de ser feitas no edifício do hospital. Se
que está ao serviço dos portugueses. Os médi-
Mário Jorge Neves - o presidente
os centros d e saúde tiverem capacidade
do Sindicato dos Médicos da Zona Sul.
para isso faz sentido que os m édicos hos-
João Cordeiro - Puderam os médicos
pitalares faça m lá consultas . Mas também
terem alguém que defendesse os seus interesses económicos como ele defende os dos seus sócios.
faz sentido que as façam nos seus consul-
Maria de Belém - Das ministras que
Defendo essencialmente que a solução do
conheci a que tinha o sorriso mais
ambulatório passe pela co nvenção, a que
radioso.
podem aderir, consoante os casos e as áreas
Germano de Sousa - o Bastonário
técnicas, m édi cos individualmente , gru-
de quem recebi a Ordem e de cujo trabalho e sensatez colho os frutos.
pos de m édicos, cooperativas. A tendênci; dos hospitais adq uirirem os
Miguel Leão - Pudera a sua
centros de saúde e os tornarem seus satéli-
"O ministro da Saúde tem de ter um médico
inteligência e energia ser caldeada com sensatez e visão alargada dos
tes só vai levar a um choq ue culrural, a
na equipa"
tempos ...
muito gasto de dinheiro com administração
cos para se defenderem têm os sindicatos. O m eu objectivo é que, a pouco e pouco, a OM seja entendida como uma estrutura credível, que produz um aconselham en to
tórios mediante uma contratualização com
honesto, isento, tecnicamente adequado para
o Es tado.
os governos e os ministros. E, ao m esmo tempo, torná-la uma máquina eficaz internamente - reformar os serviços nacio nais.
uma grande confusão, a muito papel, a
G.H. - Faz sentido indexá-las à declaração
e po uca exeq uibilidad e. O ambul ató rio
do IRS? P.N. - M ais eficácia na sua acção. A primeira
precisa de autonomia, de livre iniciativa, o que não quer dizer que não precise de soli-
16 . ,...
,
dari edade social.
é co ndicionar este acto. O que o médico faz
co , vai directam ente à farm ácia e compra.
G.H. - É agora que se vai redefinir o Acto
coisa que fiz quando cheguei à O M foi con-
N uma convenção os preços são tabelados e
é comprar os m edicamentos ou a tecn olo-
Em segundo lugar, uma receita tem que
vocar uma Assem bleia-geral de Colégios e
a entidad e mutual ou o Estado garante
gia em nome do doente, porque este não
permitir ao m édico receitar ao do ente os
Médico? P.N. - Essa pergunta não é dirigida a mim.
pelo m enos 80% do pagam ento .
sabe. Por isso, não deve nem tem que estar
m edicam entos necessários para uma tera-
O Acto M édico está definido pela OM, de
nom es e telem óveis de pessoas que podia
previsto a substit uição por coisa nenhu-
pêutica. N ão pode estar limitado no núme-
uma forma aberta, que está sempre disponí-
chamar a prestar declarações públicas quan-
G.H. - Defende a mudança da nova receita?
m a! Aquela receita com aquelas cruzinhas
ro de embalagens ou no número de m edi-
vel para discutir o texro e se este causar algu-
do fosse matéria da área da especialidade.
P.N. - A nova receita é um papel estúpido -
para substituição é uma estupidez, não tem
cam ento s. Isso a úni ca coisa que faz é
ma incom odidade a profissões da área d a
Esto u também a tentar pôr a fun cionar o
e pode escrever exactamente nesses termos!
que lá estar! Porque o doente se não confia
aumentar a burocracia. Junto com outros
Saúde, que para nós são impo rtantes, nós
mais rapidamente um Gabinete do Doente.
- que nunca deveria ter existido. Se o Esta-
no m édico deita a receita fora e vai a outro.
aumentos de burocracia fazem com que
estamos disponíveis para criar um novo texto.
Um conjunto de médicos que se disponibili-
do interfere no pagam ento disto pode que-
Se nós entendermos q ue o farm acê utico é
50 % do tempo de trabalho dos m édicos de
rer uma coisa normalizada para poder fazer
suficientem ente autónomo para educar o
M edicina Geral e Familiar sejam desperdi-
G.H. - Mas está para breve essa redefini-
para receberem doentes que tenham queixas
as suas contas. D e acordo. O que não pode
doente então este não precisa de ir ao médi-
çados em burocracia estúp ida.
ção?
a fazer, para os orientar.
pedi que me fo rnecessem uma listagem de
za a estar na O M em dias e horas m arcados
Em Lisboa
Que política de Saúde para a próxima legislatura?
1 J
Políticos e administradores hospitalares reuniram-se na antiga FIL. A ideia era dar a conhecer os programas partidários sobre Saúde. Um encontro que teve lugar nove dias antes das eleições.
<<<
O director da GH, Jorge Poole da Costa, não deixou de estar presente. Na foto à conversa com Afonso Candal, Maria José Nogueira Pinto e o director-geral de Saúde, Pereira Miguel
O debate, acalorado por vezes, iniciou-se após
de direito. Esta administradora hospitalar
o jantar, com as palavras de Manuel Delgado,
disse também esperar que esta injustiça fosse
presidente da APAH, anunciando que este era
ultrapassada pelo seu partido, caso este
apenas o primeiro de um ciclo de encontros
ganhasse o acto eleitoral de 20 de Fevereiro.
organizado pela Associação que se vai prolongar
A verdade, no entanto, é que o PSD não
durante o corrente ano com temáticas diversi-
ganhou e, segundo Afonso Candal, respon-
ficadas e que em breve serão divulgadas pela GH.
sável socialista, "o PS vai dar aos adminis-
Assuntos como a empresarialização e o cami-
tradores hospitalares o papel que lhes cabe,
nho a seguir neste domínio; o papel dos admi-
por direito próprio", na vida dos hospitais
nistradores hospitais nos SA e nos SPA; ganhos
portugueses.
e gastos em saúde e muitos outros mereceram
Maria José Nogueira Pinto esteve igualmen-
destaque especial por parte dos representantes
te muito entusiasmada com o debate, apre-
dos cinco partidos políticos que, na generali-
sentando posições que se ligam a um impor-
dade, divulgaram as linhas de condução que
tância cada vez maior na defesa social,
serviriam de base ao trabalho a realizar caso o
principalmente no que se refere aos mais des-
respectivo partido ganhasse as eleições.
favorecidos.
<<<
Sobre os administradores hospitalares, e o
Bernardino Soares deixou bem claro que os
seu papel na próxima legislatura, os políticos
Hospitais SA deviam voltar ao Estado, uma
passado dia 11 de Fevereiro, os repre-
Aspecto do painel que esteve presente no jantar-debate da APAH: Paulo Fidalgo (BE); Bernardino Soares (PCP); Maria José Nogueira Pinto (CDS/PP); Afonso Candal (PS); Ana Manso (PSD) e Marina Caldas, que moderou o debate
presentes foram de opinião que não se pode
posição que foi também defendida pelo repre-
semames dos cinco partidos políticos
momento político que se estava a viver. "Que
(Partido Socialista) e Ana Manso (Partido
manter o papel secundarizado a que estes
sentante independente do BE, o médico do
com assento parlamentar que, a pedido da
política de Saúde para a próxima legislatura?"
Social Democrata), foram os responsáveis par-
profissionais de saúde estiveram votados pelo
IPO Paulo Fidalgo.
APAH, explicaram para uma plateia muito inte-
era a pergunta deixada no ar.
tidários que responderam às questões coloca-
ministro Luís Filipe Pereira. Ana Manso
A assistência seguiu atentamente as explicações
1
A
antiga FIL de Lisboa recebeu, no
ressada os respectivos programas eleitorais no
Paulo Fidalgo (Bloco de Esquerda); Bernardi-
das pela moderadora do debate, Marina Cal-
>>>
dos políticos, e aguentou firme até ao final do
no Soares (Partido Comunista); Maria José
das, e por vários administradores hospitalares
O presidente da APAH, Manuel Delgado, anunciou que este era o primeiro de vários
(PSD), aliás, aceitou as críticas feitas pela
que se relaciona com o sector da Saúde.
oposição e reconheceu que por diversas vezes
debate , que terminou perto da uma da
O tema proposto tinha tudo a ver com o
Nogueira Pinto (CDS/PP); Afonso Candal
presentes.
encontro do género que a APAH vai organizar
chamou a atenção para este fenómeno a quem
manha.
19
Advogadas
Abrantes Na Manhã Informativa, realizada a 25 de Fevereiro, o administrador hospitalar Sílvio Alcaravela, de Abrantes, chamou o president e da APAH para uma conversa particular. Queixas dos gestores daquela localidade, ou novidades que vão acontecer em breve? Fica a pergunta
A APAH e a sociedade de advogados Vieira de Almeida & Associados organizaram uma manhã informativa sobre Gestão Hospitalar e Bases de Dados de Saúde. O tema tem t udo para ser polémico, mas as advogadas presentes deram conta do recado. Na foto, t râs das. oradoras (da esquerda para a direita): Cidália Nunes, Magda Cocco e Margarida Couto, uma das sócias da Vie ira de Almeida
Recados No intervalo do debate do Forum Gulbenkian, o moderador Correia de Campos ouviu atentamente as explicações adicionais do comentador Francisco George. Na ocasião o nome do Professor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP} era quase certo para a pasta da Saúde e o subdirector da DGS não perdeu tempo: se há bases para definir relativamente ao Plano Nacional de Saúde, é melhor deixar os recados a quem de direito
Explicações O jantar debate da APAH antes das eleições legislativas encheu o restaurante da antiga FIL. Adalberto Campos Fernandes (director da Medis) e Adriano Treve (director-geral dos Laboratórios Roche) conversaram muito. O responsável da Médis, aliás, ouviu mais do que falou. É que sendo ele uma das pessoas mais faladas para ocupar o cargo de secretário de Estado da Saúde, tinha de ouvir os parceiros
Encantos A Saúde está cada vez mais "nas mãos" das mulheres. E dão luta. Maria José Nogueira Pinto, do CDS-PP, à esquerda, e Ana Manso, do PSD, à direita, mostraram todos os seus encantos oratórios no debate da FIL. Quem não ficou atrás foi a administradora hospitalar Marina Peres (ao centro), que deixou alguns conselhos às mulheres da política
Vinho
•
rec1oso Repleto de misticismo e de paladar inconfundível, há vários séculos que· o vinho tem um papel de relevo em todas as
L
onge dos tempos em que os Gregos
até o Vinho da Madeira satisfaziam os desejos
diluíam o vinho com água antes de
das mais exigentes casas reais europeias.
o consumirem e da modernização
Actualmente, os vinhos portugueses podem
da cultura da vinha aquando da romanização
não ser os mais caros, mas estão incluídos
da Península Ibérica no século XV a.e., o
seguramente na lista dos mais aclamados
civilizações. Embora a sua origem
vinho é um líquido muito apreciado a nível
vinhos do mundo. Bem conhecidos pelo
seja incerta, pensa-se que a
mundial.
aroma e pelo paladar que têm, distintos do
Península Ibérica foi o local que
Poucos são os que têm capacidade para produ-
que se produz nas restantes regiões viníco-
acolheu a primeira vinha. Talvez
zi-lo com a mestria que se exige, mas Portugal
las , os vinhos produzidos em território
em resultado disso, Portugal
pode orgulhar-se de estar entre os primeiros
nacional provêm das melhores castas da
pode orgulhar-se de ser produtor
que começaram a produzi-lo.
Europa e continuam a seguir os rigorosos
Produtor de vinho h á vários séculos, foi
critérios que fizeram deles aquilo que são
durante o período da expansão portuguesa,
hoje.
e exportador de alguns dos mais apreciados vinhos do mundo.
nos séculos XV e XVI, que levámos o nosso precioso líquido para outras paragens. E se
Vinho do Porto
hoje é o Vinho do Porto o nosso mais concei-
Um do s mais conceitu ados vinhos do
tuado néctar de uva, tempos houve em que o
mundo é produzido em Portugal e tem o
Moscatel de Setúbal, o Vinho de Bucelas ou
nome de uma das cidades m ais carismáticas
<<<
O José de Sousa Mayor é um vinho de aroma a chocolate, folha de tabaco, tâmaras e canela
""'
Ede USA
y
Curiosidades do Vinho do Porto
>>>
Os vinhos portugueses podem não ser os mais caros, mas estão incluídos, seguramente, na lista dos mais aclamados vinhos do mundo
> O princi pal mercado de Vinh o do
Porto é a França, seguida da Bélgica e da Holanda; > O Vinho do Porto é conhecido como
"o me lhor vi nho de so bre m esa do mundo"; > Apesar de bastante doce, t e m um
teor alcoólico que se situa nos 19/ 20º; > Actualmente há um consumo mund ia l de 120 milhões de ga rrafas de Vinho do Porto;
>>>
Nascido do sonho de Fernando Nicolau de Almeida, um visionário que acreditou que o Douro permitia produzir vinhos de alta qualidade, o Barca Velha foi criado em 1952
> O Vinho do Porto foi comercialmente descobert o no s éculo XVII, po r comerciantes ingleses.
do país - Porto. Produzido exclusivamente
mantê-lo fechado , não esperando com isso
Barca Velha
Séculos de história
na Região Vinícola do Douro, o licoroso
que melhore com a idade.
A Casa Ferreirinha é responsável pela produ-
Vinho do Porto tem na sua alta concentra-
Já o vinho do Porto, que é envelhecido em
ção de um dos mais carismáticos vinhos por-
José de Sousa Mayor
1381 - Este foi o ano do Moscatel de Setúbal. Portugal exportava uma grande
ção de açúcares e no elevado teor alcoólico o
garrafa, passa por um período de alguns anos
tugueses - o Barca Velha. Nascido do sonho
A Casa José Maria da Fonseca é também
principal segredo do sucesso.
em cascos. Depois disto, é colocado em gar-
de Fernando Nicolau de Almeida, um visio-
uma das mais prestigiadas de Portugal. D as
1703 - Depois de Portugal e Inglaterra assinarem o Tratado de Methwen, o
Contud o, não existe um só tipo de Vinho do
rafas e fechado com uma longa rolha clássica
nário q ue acreditou que o Douro permitia
suas várias produções, destaca-se o José de
Vinho do Porto teve o seu ponto alto. Durante este período, em Ingla-
Porto. Este é um vinho com variantes, sendo
de vinho. É mantido deitado durante vários
produzir vinhos de alta qualidade, o Barca
Sousa Mayor, um vinho de aroma a chocola-
terra, vinho era sinónimo de Vinho do Porto;
que a qualidade depende do tempo e da
anos, período durante o qual o sabor se alte-
Velha foi criado em 1952. Para a sua produ-
te, folha de tabaco, tâmaras e canela, e pala-
forma de envelhecimento, mas também da
ra, mas a cor permanece quase inalterada.
ção a Casa Ferreirinha recorreu às uvas que
dar frutado. Da colheita de 1999 das castas
principalmente os Vinhos da Bairrada que ganharam apreciadores em
qualidade do vinho novo.
A verdade é que, independentemente da téc-
utilizava na produção dos melhores Portos da
Trincadeira, Arago nez e G rand N o ir, este
França, Inglaterra, América e Brasil;
Assim, se o vinho for envelhecido em cascos,
nica de lotação e do processo de envelheci-
casa, e o resultado não podia ser melhor.
regional alentejano passou 15 meses em cas-
1808/1810 - Durante dois anos o Vinho da Madeira rivalizou com o Vinho do
o seu gosto evolui e a cor empalidece com o
mento, o Vinho do Porto vai continuar a ser
Aquele q ue é consi d erad o po r mui tos o
cos de madeira nova de carvalho francês e
Porto. As cortes europeias eram grandes apreciadoras deste vinho e até
passar do tempo. Com o engarrafamento o
um vinho de reputação elevada, generoso e
melhor e mais famoso vinho de alta qualida-
americano e transformou-se numa das prin-
as damas o usavam como perfume nos seus Lenços.
processo de envelhecimento termina. Para
encorpado, ideal para aperitivo, digestivo ou
de da Casa Ferreiri nha é rico em aromas e
cipais preferências de todos os que apreciam
conservar este tipo de vinho é necessário
vinho de sobremesa.
tem um final longo e aveludado que conquis-
vinho.
quantidade deste vinho para Inglaterra;
1734/1816 - Durante este período os vinhos ganharam destaque. Mas foram
ta apreciadores de vinho de todo o mundo.
Algumas das mais conceituadas marcas de moda do mundo decidiram investir na alta relojoaria. O resultado não podia ser melhor - mais do que relógios, criaram acessórios que marcam a diferença e complementam o visual.
Distincão Hugo Boss
Intemporalidade Gucci
Mantendo-se fiel ao estilo que a caracteriza, a
A Gucci inspirou-se nos ícones do design da marca
marca Hugo Boss apresenta uma colecção repleta
e criou modelos que exaltam cor, design e um
de modelos distintos, elegantes e até robustos,
novo conceito de moda. Optando pelos modelos
ideais para homens que não abdicam da perfeição
masculinos de linhas clássicas e elegantes, a marca
ao serviço da relojoaria. Aliando as braceletes em
mantém-se fiel ao que tem criado nas colecções
pele aos mostradores em aço, Hugo Boss dá ainda
anteriores. Destaque para os modelos mais
::11
a opção de escolher modelos com caixa redonda ou
Chanel, só para mulheres de classe
rectangular. Para além disso, a marca não esqueceu os apreciadores de desportos mais ou menos radicais e criou um cronógrafo que promete
cosmopolitas e sofisticados que prometem surpreender. Eo mesmo acontece com a colecção Gucci para ela. Oluxo, a elegância e o design contemporâneo são características sempre
DKNY lime
agradar pelo requinte da
Exclusivamente feminina, a colecção de relojoaria
presentes e responsáveis por manter o conceito
caixa em aço, mostrador
Chanel segue os princípios que a marca impõe há
Gucci ao rubro.
Cores neutras e texturas suaves são o ponto forte
antracite e bracelete
várias décadas. Dos modelos de linhas tradicionais
da colecção de relógios DKNY para a
em pele castanha ..
aos modelos vanguardistas e inovadores, a marca
Primavera/Verão 2005. Inspirada na cidade de
francesa pega no ouro, nos diamantes, nas pérolas
Nova Iorque, DKNY apresenta uma colecção que
Tradicão Hermés
e na pele, e cria autênticas peças de perfeição
simboliza a excentricidade característica das ruas
Com uma história que remonta a 1920, a Hermés
relojoeira. Eporque as apreciadoras de Chanel
::11
nova iorquinas, bem como o espírito jovem e
é líder na arte de criar relógios. Com colecções
irreverente de quem aprecia as criações DKNY. Para
que parecem inspiradas na perfeição, a
ela, os modelos propostos conjugam romantismo e
conceituada marca mantém a tradição e o estilo
sensulidade. já os modelos masculinos
requintado que a caracteriza. Nos modelos
gostam de estar sempre bem, a marca preparou uma colecção desportiva,
t;;::z;:~)
concebida com materiais
CK, ultramoderno
resistentes, mas
representam um espírito mais sóbrio mas em tudo
masculinos a Hermés opta invariavelmente pela
aventureiro. Muito fashion e com um design
tradição, associando as linhas distintas aos últimos
A marca que sempre optou por modelos arrojados
original, a nova colecção de
avanços do mundo da relojoaria. Mas é com os
de linhas simplificadas continua ultramoderna. Em
relojoaria DKNY promete
modelos femininos que a marca se ultrapassa, sem
vez de modelos sumptuosos a marca opta por criar
deliciar todos os que
recear fazer uniões ousadas. Sumptuosas,
linhas graciosas e sexy, sem grandes complicações.
gostam de relógios.
requintadas e adornadas de pedras preciosas, as
Mas é precisamente na simplicidade que se
peças de relojoaria feminina Hermés são um must
encontra a perfeição CK. Sempre arrojada, a marca
ao alcance de muito poucas.
apresenta modelos femininos e masculinos, mas
igualmente elegante.
também modelos que podem ser usados por ambos os sexos.
Sempre Tommy
26
' .,
Mantendo o estilo sóbrio, elegante e simples, a marca
Eletta, para ele e para ela
Tommy Hilfiger é ideal para pessoas discretas, que
Com modelos femininos e masculinos, a última
apreciam modelos de linhas pouco robustas. Apesar
colecção apresentada pela Eletta associa a
disso, é possível encontrar modelos mais
elegância à tradição. Para os modelos feminos a
ousados, com mecanismos
marca optou por criar modelos que se
requintados, como é o caso do
ajustam perfeitamente ao pulso,
Berkeley Automático Edição Limitada,
inspirados nas mulheres
com apenas SOO peças criadas para
elegantes, modernas e
todo o mundo. já as criações femininas
exigentes. já os modelos
dão destaque à simplicidade e aos tons
masculinos são robustos e exemplos
românticos, ideais para mulheres femininas
perfeitos do que a melhor tecnologia
e apaixonadas.
e o design mais elegante podem fazer.
Confie em mim, sou doente!
F
oi com muito gosto que recebi o convite de trazer ao conhe-
tituídos. Há doentes que se têm queixado de lhes substituírem os medi-
cimento de dirigentes de hospitais e outras pessoas interessa-
camentos que tomavam por genéricos, o que só lhes foi comunicado
das em Saúde algumas ideias que os doentes têm sobre os hos-
quando apresentaram reacções adversas, pois há doentes e doenças a
pitais e demais serviços de saúde, pois não podemos separar uns dos
quem nem sempre se podem fazer substituições.
outros.
Basta de apontar o que está mal. Vou falar agora de alguns pontos
Já começa a ser banal dizer-se que o doente é o centro dos sistemas de
positivos. Há profissionais de saúde carinhosos, procurando ajudar
saúde, mas na prática como é assumida esta afirmação?
os doentes com palavras e acções. Tenho para citar o caso de um
Começaram a dar-se alguns passos positivos, e tanto que me convi-
doente internado há cerca de três meses num hospital público e
daram a escrever estas notas.
cuja família me afirma que ele não seria melhor tratado em hospi-
Tive o grato prazer de ser, recentemente, uma da intervenientes no Con-
tais ou clínicas particulares. Em relação à comida, embora os doen-
gresso da IAPO (International Alliance of Patientes Organisations ),
tes gostam de protestar, é dos aspectos em que mais se tem melho-
em Londres, em que participaram mais de 100 delegados de Associações
rado a nível hospitalar. As roupas de cama também têm melhor
de Doentes de 20 países. No primeiro dia de trabalho o tema em deba-
aspecto e qualidade. O pessoal médico já está mais atento aos doen-
te foi: "O Doente, as Associações de Doentes, e
tes. Contudo, cuidado nos hospitais em que
os Profissionais de Saúde" e as ideias-base esco-
há estagiários com as visitas em grupo. Penso
lhidas foram: "Confie em mim, sou doente!" e
que o doente deve ter a possibilidade de recu-
"Nada a respeito de nós sem nós'', frases que
sar estas visitas, caso queira.
resumem o esp1nto que nos uma.
O horizonte náo é ainda animador para os doen-
Mas regresso a Portugal e aos problemas que
tes crónicos. É necessário humanizar os serviços.
afligem os doentes. Vejamos algumas deficiências
Os doentes têm de ser "parceiros" de pleno
que nós, doentes, encontramos.
direito em todos os assuntos que lhes dizem
Em primeiro lugar ser tratados com estorvos e
respeito - da saúde à segurança social, incluin-
não como pessoas que justificam a existência do
do também problemas de ensino, trabalho,
sistema de saúde. Sendo mais clara, o olhar de
acessibilidade,
desprezo que nos lançam. Em casos de interna-
(incluindo comparticipações), funcionamento
mento deixarmos de ter nome e usarem o núme-
de hospitais e centros de saúde , colaboração
ro da cam a; a situação de certas de salas de espe-
com jornalistas etc.
ra onde as cadeiras, além de não oferecerem o
Rosa Gonçalves
mínimo conforto a quem tem dores e que espe-
Representante das Associações de Doentes no Secretariado Permanente da Plataforma Saúde em Diálogo
ra horas para ser atendido, estão colocadas em espaços sem ar ou no meio de correntes de ar. Em consultas externas hospitalares os doentes são
cultur a,
medi ca mentos
M as ser parceiro não é ser ouvido quando tudo está pronto, não serem atendidos nas suas opiniões e nem sequer terem direito a uma resposta e no fim vir escrito nos documentos que foram ouvidas as Associações de Doentes, mas ocultando-se o que se passou na realidade. Não
chamados para estarem presentes às 8 da manhã, embora muitas vezes ainda lá não estejam os profissionais. Em alguns
desejamos auto-promoção. Nas Associações de Doentes e como doen-
serviços hospitalares os doentes são obrigados a andar de camisa ou pija-
tes fazemos trabalho voluntário verdadeiro - não somos pagos para o
ma (podendo andar de roupão se o trouxerem de casa), e isto mesmo
fazermos.
no caso de serem levados a fazer análises ou aos serviços de radiologia,
A Plataforma Saúde em Diálogo e as Associações de Doentes que a inte-
onde estão pessoas que vão fazer exames como doentes externos, ves-
gram são um repositório de conhecimentos de "experiência feità',
tidas normalmente.
que colocam ao dispor de todos os que nos quiserem contactar e tra-
Pessoalmente tenho um caso para apontar: T ive de levar os medica-
balharem com boa vontade, e respeito pelos direitos e deveres". Con-
mentos de casa porque não existiam no hospital e outros foram subs-
fi e em mim, sou um doente" e "Nada a respeito de nós sem nós".
A regulação em saúde O
início do século XX foi marcado pelo apare-
v. É ou não real a possibilidade de captura do regu-
reflexão breve industrial, dominada pelos serviços e pela alta tecnologia.
encerramento de Maternidades, defendido pela Comis-
cimento dum conjunto de redes - cami-
lador pelos operadores?
Nesta sociedade, o factor humano é decisivo. Para serem
são de Saúde Materno e Neonatal, por as considerar
nhos-de-ferro, telefone, elecrricidade -
Sem grande debate sobre estas questões e depois de
competitivas as empresas necessitam de mobilizar as pes-
"desenvolvimento âncora" do desenvolvimento regional.
exploradas pelo Estado, em regime de monopólio. Só
impulsionado pelo Senhor Presidente da República, o
soas dentro da empresa e de estabelecer relações humanas
Esta irresistível mecânica do sempre mais não é sustentá-
dessa forma era possível garantir dois princípios do servi-
XV Governo Constitucional criou a Entidade Regulado-
complexas com clientes e fornecedores. Por outro lado, o
vel. É tempo de procurar reconquistar o sentido da reali-
ço público: igualdade de tratamento de utentes e conti-
ra da Saúde (ERS), inscrita no seu programa. As atribui-
social tornou-se um elemento de importância crucial no
dade.
nuidade do serviço.
ções da ERS "compreendem a regulação e a supervisão
conjunto dos factores de produção. O estado de bem
O sistema é fundamentalmente dominado pelas decisões
A abertura desses monopólios à concorrência determinou
da actividade e funcionamento dos estabelecimentos, ins-
estar social desenvolveu-se de tal modo, que ameaça o
dos profissionais. No passado, o elitismo médico tinha a
o aparecimento de entidades reguladoras, justificadas
tituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, no
equilíbrio da economia.
dupla vantagem de limitar os custos e de manter com o
tanto pela necessidade de impedir que a liberalização
que respeita ao cumprimento das suas obrigações legais e
A gestão dos serviços de protecção social teve, por isso
doente uma relação humana, portadora de sentido. Estas
ponha em causa as obrigações de serviço público, como
contratuais relativas ao acesso dos utentes aos cuidados
mesmo, necessidade de importar os modelos de racio-
regulações perderam a força com a universalização do sis-
pela incapacidade do mercado se auto regular.
de saúde, à observância dos níveis de qualidade e à segu-
nalidade económica. A mobilização
tema de protecção universal, a espe-
Por via de regra, os monopólios prestam píor serviço e a
rança e aos direitos dos utentes" (n°1 Artigo 6° do
dos profissionais é, no entanto,
cialização da Medicina, e o grande
preços mais elevados que as empresas em situação de
Decreto-Lei nº 309/2003).
mais difícil nas instituições de pro-
"A saúde é uma área
peso da hospitalização no conjunto
concorrência. O problema está em saber se é possível
No programa eleitoral do partido vencedor das eleições,
tecção social do que na indústria
do sistema.
compatibilizar os tradicionais serviços públiços com os
afirma-se que "a sustentabilidade futura do SNS estará
em geral. As instituições de protec-
mecanismos de mercado.
associada à sua capacidade de regulação da oferta'', pelo
ção social desenvolveram-se ao arre-
Nesse aspecto, importa não ignorar cinco questões perti-
que se considera necessário "adaptar a ERS às funções de
pio do princípio da realidade que
nentes, suscitadas pela regulação em diferentes áreas da
regulação da concorrência na Saúde e dotá-la dos meios
governa toda a actividade humana:
onde se justifica um importante investimento na análise sistémica, que permita
economia:
necessanos .
o reconhecimento dos limites e dos
i. Num contexto de mudança, que assenta numa
Uma instância de regulação, intervindo nas áreas do
constran gimentos dum universo
lógica concorrencial, existe ou não o risco do serviço de
licenciamento, avaliação da qualidade, controlo da neces-
interesse geral ser menosprezado?
A saúde é uma área onde se justifica um importante investimento na análise sistémica, que permita reforçar as regulações existentes e d escob rir
finito.
reforçar as regulações existentes e descobrir novos elementos
cipação activa dos profissionais (que
sidade dos actos, controlo dos preços, divulgação da
Os cidadãos, que neste caso se deve-
de regulação social"
necessitam de interiorizar o princípio
ii. Sendo certo que a introdução duma cultura de
informação e protecção dos interesses dos cidadãos, pare-
riam comportar como co-produtores,
da realidad e) e dos cidadãos (que
gestão permite melhorar a performance das emp resas e
ce-nos indispensável ao equilíbrio do sistema. Mas não
confrontados com um sistema que se
têm de perceber que a reclamação de
obter ganhos de produtividade como se efectuará, na
será, com certeza, condição suficiente.
organiza à margem dos seus interes-
direitos só tem sentido num quadro
prática, a repartição desses ganhos entre accionistas e
O maior problema dos sistemas de saúde modernos é a
ses e da sua compreensão, reagem ,
de respeito pelos deveres correspon-
consumidores?
dificuldade de controlo dos custos. O sucessivo fracasso
utilizando ao máximo os seus direitos
dentes) .
iii. C omo pode a entidade reguladora garantir a
das políticas de racionam ento demonstra que não se
e reclam ando novas prestações.
O estado de bem estar social é um
conciliação entre os objectivos de curto e de m édio e
trata, exclusivamente, dum problem a de gestão. É, muito
E há muitos políticos que não têm
p a t rimón io ins ubstituíve l e um
longo prazo, no que respeita, nomeadam ente, à conser-
para além disso, um problema genético dos sistemas de
pejo de trocar a racionalidade técnica
garante da igualdad e d e acesso a
vação e actualização do imobilizado corpóreo?
protecção social.
pelas conveniências dos ciclos eleito-
direitos sociais. Mas o estado de bem
é possível a existência duma
A sociedade industrial caracterizou-se por uma profunda
rais. Veja-se o que aconteceu, na últi-
1
es t ar soc ial n ão é uma e nt idad e
entidad e reguladora efectivam ente indep endente do
separação entre o económico (domínio do racional abso-
ma campanha eleitoral, com o Secre-
Meneses Correia
alheia aos cidadãos que somos, como
poder executivo e como é que o Governo convive com
luto) e o social (domínio da justiça distributiva e dos
tário de Estado Adjunto do Ministro
Administrador Hospitalar
nos não é alheia a co-responsabilida-
esse entidade?
valores). É um modelo que não se ajusta à sociedade pós-
da Saúde, que se manifestou contra o
iv. Em que m edida
, . ,,
novos elementos de regulação social. Uma tarefa que não dispensa a parti-
de na resolução dos problemas.
,
•
u ICO e o A
r1va
minha experiência dos últimos dezassete anos de
ção de um estatuto de dedicação plena por todos quantos vie-
modificação da mentalidade de muitos, quiçá da maioria. E para
carreira hospitalar em dedicação exclusiva
rem a trabalhar no Hospital Público. E se tal estatuto não
tal é necessário que a vontade política, não dispensando a
demonstra claramente que a promiscuidade entre
pode ser imposto àqueles que actualmente ocupam funções hos-
audição dos agentes envolvidos, seja efectivamente exercida.
os sectores privado e público, hoje geralmente reconhecida,
pitalares, tal não acontece com os que entrem de novo, bem
Sendo, basicamente, social e politicamente, um adepto
é das principais causas da falta de produtividade dos serviços
como aos que, por qualquer razão, venham no futuro a modi-
de uma sociedade baseada num sistema aberto, concor-
hospitalares. Mais de quatro quintos dos médicos estão inte-
ficar o seu estatuto actual. A dedicação plena deve, pois, ser defi-
rencial e participado, seria natural que eu apoiasse um sis-
grados no sector público e destes a grande maioria faz tam-
nida como uma meta para a próxima década, assim facilitan-
tema centrado no doente, com múltiplos prestadores, e
bém parte do sector privado, que funciona como um siste-
do uma transição suave e pacífica.
separação entre pagador e prestador. No entanto, não me
ma paralelo, supletivo do Estado. Isto é, o Estado paga os
Em minha opinião é, contudo, impossível a qualquer
parece que um tal sistema, desejável numa sociedade bem
serviços que presta e muitos dos que são prestados pela con-
Director zelar pela produtividade do seu Serviço sem nele
desenvo lvida e quase perfeita, seja viável nas correntes
corrência, com a agravante de que os concorrentes são os
permanecer durante a totalidade do seu período de funciona-
condições da sociedade portuguesa, ainda profundamente
mesmos que prestam o serviço público.
mento. É por isso que considero factor da maior gravidade a
desigual, e em que o sistema de economia de mercado é
É por demais evidente que o sector privado ganha com as
anulação da lei, aliás nunca cumprida, que até há uns anos obri-
marcado por profundas distorções.
ineficiências do público. É, pois, importantíssimo que se sepa-
gava os Direcrores de Serviço ao estatuto de exclusividade.
Mesmo nas melhores condições, um sistema fundamen-
rem as águas. Como dizia, há algum tempo, o Prof. Daniel Ser-
Estes têm de ser imediatamente atraídos para a bondade deste
talmente privado, como o americano, tem a desvantagem de
. emprego é gerador de irracionalidades várias na distribuição do
regime de trabalho.
tender a deixar de fora os doentes menos privilegiados e,
Naturalmente, o estatuto remuneratório, especialmente
sobretudo, os mais complexos que tendem a ser pouco atraen-
tempo de trabalho e subutilização das estruturas do Sistema de
do pessoal dirigente, terá de ser substancialmente alterado. A
tes para a clínica privada. Os hospitais do Serviço Nacional de
Saúde Nacional".
responsabilização, resultante da autonomia, tem que ser com-
Saúde devem, pois, manter a responsabilidade da prestação de
Não sou contra a Medicina privada. Pelo contrário, con-
pensada (paga) de acordo com critérios de mercado, como o é
cuidados de saúde globais, sem prejuízo da efectiva imple-
sidero-a essencial e admito que venha a ter envolvimento cada
em qualquer empresa. Não possuindo dados estatísticos que me
mentação das reformas estruturais, que se torna imperativa no
vez maior, eventualmente maioritário, na prestação de cuida-
permitam cálculos mais específicos, eu imaginaria que, no
sentido de lhes melhorar a gestão, fundamental para a melho-
dos de saúde globais à população. Mas a ambos os sectores deve-
que diz respeito à classe médica, tal implicaria, no mínimo,
ria do seu rendimento e qualidade.
rão aplicar-se os mesmos critérios de idoneidade e de qualidade.
duplicar a actual base remuneratória o que seria, contudo,
Uma vez atingido este objectivo, ao sector privado deve-
É fundamental estimulá-los e estabelecer regras claras de con-
coberto pela diminuição do número de agentes e pelo aumen-
rão ser contratados os serviços que, por razões específicas, não
corrência entre eles e dentro de cada um deles, em desfavor da
to da produtividade.
seja possível prestar nas melhores condições de eficiência e
rão, do Conselho de Reflexão da Saúde (CRES) "o duplo
3Z.,
•
auto-competição por mecanismos obscuros, o que deverá pos-
A oposição das estruturas sindicais e de outros organismos
qualidade, ou que por fundamentadas razões económicas,
sibilitar ao Estado recorrer aos serviços privados e estes, even-
de classe resulta, obviamente, do receio da perda de privilégios
estratégicas ou até políticas, não seja desejável que seja o sec-
tualmente, aos serviços públicos, sem duplicação nem pro-
adquiridos. Alguns dirigentes estão completamente afastados
tor público a prestá-los.
miscuidade.
da realidade e as suas posições corporativas já não reflectem os
Em conclusão, portanto, o Sistema Nacional de Saúde
É importante que o sector privado seja forte e competiti-
anseios de um número significativo dos que trabalham no
tem de ser repensado globalmente tendo em conta o público
vo, mas não compete ao Estado financiá-lo e promover o seu
Hospital. Reconheço que a ansiedade de alguns seja natural e
e o privado, definindo-se claramente o campo de actuação de
desenvolvimento. O que se passa, contudo, como concluiu o
até justificada. Mas ainda recentemente uma organização
cada um destes sectores. Mas é essencial que tanto o sector
CRES, é que "a subutilização dos serviços públicos conduz a
representativa dos médicos mais jovens reclamou a obrigato-
público como o sector privado sejam fortes e autónomos, para
um significativo recurso a prestações privadas, convencionadas".
riedade do estatuto de exclusividade. É evidente que o progresso
promover uma situação de verdadeira concorrência em que o
A separação dos sectores privado e público implica a adop-
do sistema hospitalar português tem de passar também pela
pagador procurará o melhor em qualidade e em preço.
"Sendo, basicamente, social e politicamente, um adepto de uma sociedade baseada num sistema aberto, concorrencial e participado, seria natural que eu apoiasse um sistema centrado no doente, com múltiplos prestadores, e separação entre pagador e prestador. No entanto, não me parece que um tal sistema, desejável numa sociedade bem desenvolvida e quase perfeita, seja viável nas correntes condições da sociedade portuguesa"
33 . 1
Manuel J Antunes Professor Catedrático Director do Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos HUC
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH fará eco, mensalmente, das medidas tomadas por quem nos governa e que de uma forma ou de outra são importantes para o sector da Saúde e, em casos mais específicos, para o próprio País. Nesta edição, damos conta de decisões apresentadas em Diário da República entre 19 janeiro e 28 de Fevereiro de 2005
Roche
MINISTÉRIO DA SAÚDE Resolução do Conselho de Ministros n. 0 18/2005, de 20 de Janeiro Determina que o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) se mantém na responsabilidade da Unidade Central de Gestão de Lista de Inscritos, constituída no âmbito do Gabinete do Ministro da Saúde, até 31 de Março de 2005 Portaria n. 103/2005, de 25 de Janeiro Integra a infecção pelo VIH na lista de doenças de declaração obrigatória 0
Decreto-Lei n. 0 23/2005, de 26 de Janeiro Prorroga até 31 de Dezembro de 2005, a majoração de 25% estabelecida no n. 0 2 do artigo 6° do Decreto-lei n. 0 270/2002, de 2 de Dezembro Portaria n.0 129/2005, de 1 de Fevereiro Aprova o programa de formação do internato complementar da especialidade da área profissional médica de ginecologia/obstetrícia Decreto-Lei n. 0 29/2005, de 10 de Fevereiro Prorroga até 31 de Dezembro de 2005 o período de vigência do regime remuneratório experimental dos médicos de clínica geral Portaria n. 0 225/2005, de 24 de Fevereiro Determina que a prova de comunicação médica do concurso de ingresso no internato médico se realiza nos meses de Março e Abril de 2001
MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA SAÚDE Portaria n. 0 42-A/2005, 16 de Fevereiro (suplemento ao DR n. 0 11 de 17 de Janeiro ºd e 2005) Actualiza as remunerações dos funcionários e agentes da administração central, local e regional, actualizando os índices 100 e as escalas salariais em vigor, bem como as tabelas de ajudas de custo, subsídios de refeição e de viagem e marcha e as pensões a cargo da Caixa Geral de Aposentações
MINISTÉRIO DA CliNCIA, INOVAÇÃO E ENSINO SUPERIOR Portaria n. 115/2005, de 28 de Janeiro Aprova o plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Gerontologia ministrado pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança
Inovamos na Saúde
Portaria n. º 207/2005, 22 de Fevereiro Converte a Escola Superior de Enfermagem de Leiria, do Instituto Politécnico de Leiria, em escola superior de saúde, com a denominação de Escola Superior de Saúde de Leiria Decreto-Lei n. 0 42/2005, 22 de Fevereiro Aprova os princípios reguladores de instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior Portaria n. 216/2005, de 24 de Fevereiro Converte a Escola Superior de Enfermagem de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu, em escola superior de saúde, com a denominação de Escola Superior de Saúde de Viseu 0
Portaria n. 0 220/2005, de 24 de Fevereiro Cria na Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico da Guarda o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem MédicoCirúrgica e aprova o respectivo plano de estudos Portaria n. 0 222/2005, de 24 de Fevereiro Converte a Escola Superior de Enfermagem de Beja, do Instituto Politécnico de Beja, em escola superior de saúde, com a denominação de Escola Superior de Saúde de Beja
MINISTÉRIOS DA SAÚDE E CULTURA Portaria n. 0 226/2005, de 24 de Fevereiro Aprova o regulamento arquivístico para o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, no que se refere à avaliação, selecção, transferência para arquivo definitivo, substituição de suporte e eliminação da documentação
Região Autónoma dos Açores Decreto Regulamentar Regional n. 0 4/2005/A, de 16 de Fevereiro Altera o quadro de pessoal do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada
0
Portaria n. 0 116/2005, de 28 de Janeiro Autoriza o Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte a conferir o grau de mestre na especialidade de saúde e Controlo Ambiental
CONSELHO DE MINISTROS Resolução do Conselho de Ministros n. 0 17/2005, de 19 de Janeiro Cria, na dependência do Ministro das Finanças e da Administração Pública, a estrutura de missão designada "lnte~e1:i.ç~.~ ÜR.eraciog.!IJ. da.Admi~ ·; nistração Pública" ," .-.. .• '· ,.- 1 • : • • .: · • .. 1 .. . . ·1
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Portaria n. 0 117/2005, de 28 de Janeiro Altera o plano de estudos do curso de licenciatura em Enfermagem ministrado pela Escola Superior de Enfermagem de São João de Deus
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Lei n. 0 12/2005, de 26 de Janeiro Informação genética pessoal e informaçfu de saúde
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