na Saúde .,
APAH faz o balanço destes 31 anos
04 Ed itoria 1
Jorge Poole da Costa fala do pragmatismo e sensatez de Correia de Campos e sobre o programa do Governo. Analises que tinham de ser feitas na GH, e que podem ser polémicas e controversas. Mas foi para isso que o 25 de Abril - que neste mês faz 31 anos - aconteceu.
12 Entrevista
A GH não podia deixar escapar a presença em Portugal de Alain EnThoven. Este professor de Gestão Pública e Privada da Universidade de Stanford, nos EUA, apresenta a visão sobre a administração da Saúde nos países ditos desenvolvidos. Muitos modelos e muitos conceitos para um objectivo: servir melhor o cidadão
Duas páginas dedicadas às mudanças operadas na Saúde, depois do 25 de Abril, sem esquecer o presente. A direcção da APAH toma também posição sobre o
SNS. Afinal, os objectivos de António
Arnault - quando em 1979 criou o SNS - continuam a ser válidos?
20 O futuro
Mas se é importante ponderar sobre o passado e o presente, é no futuro que temos de nos concentrar. Médicos, enfermeiros e administradores hospitalares, dão a sua visão sobre os caminhos que se devem seguir
22 Lazer e Prazer
O 'stress' dos tempos agitados obriga a procurar 'escapes'.
o golfe pode ser a ajuda necessária. A GH
fez uma incursão neste mundo e deixa algumas sugestões e ideias.
32 Comentário
O clínico e ex-presidente do lnfarmed, Vasco Maria, aceitou o desafio proposto pela GH para apresentar os prós e contras sobre a recente medida governamental de colocar em venda livre os medicamentos não sujeitos a receita médica. E parece que são mais os 'prós' do que os 'contras'
Ministro
Saúde. Numa "operação de charme", e bem conseguida, Francisco Ramos explicou aos jornalistas, numa linguagem acessível, os objectivos que estão na base desta decisão do Governo.
1
É inevitável, neste primeiro número da GH após a
cional, por capitação ajustada, integrando cuidados primários
A saber: um benefício acrescido para o con-
• tomada de posse do XVII governo, referir-me à escolha
e hospitalares numa linha de Unidades Integradas de Saúde
sumidor, melhorando o acesso através do
feita para a pasta da Saúde. É sempre muito difícil escrever
e ainda que será adaptada a Entidade Reguladora da Saúde às
aumento do número de pontos de venda de
àcerca daqueles que de alguma forma nos são próximos e tecer
efectivas funções de regulação da concorrência na Saúde,
medicamentos não sujeitos a receita médica;
considerações que a amizade, a admiração e os anos de con-
reconhecendo-se que a delegação da prestação no mercado e
baixa nos preços destes fármacos, liberalizan-
tacto podem distorcer ou retirar a objectividade. Mais difí-
na sociedade civil exige planeamento estratégico, coordenação
do a sua fixação e promovendo a concorrên-
cil ainda quando o visado assume funções de relevo e de
eficaz e regulação atenta e vigilante. Eu adjectivaria e acres-
cia entre vários canais de distribuição e
poder, tornando-se rapidamente o elogio em tentativa de
centaria: exige-se uma regulação extremamente atenta, mui-
comercialização; acompanhamento da ten-
aproximação, o reconhecimento da qualidade ou da adequa-
tíssimo vigilante e eficazmente actuante.
dência internacional de alargar os pontos de
Jorge Poole da Costa
ção em evidente manobra e o regozijo pela nomeação como
Director da GH
a mais despudorada graxa ao poder de que há memória. Estou preparado. As pessoas ou a sua circunstância nunca ini-
"É o pragmatismo
biram o espírito crítico que faz parte do meu património gené-
que poderá fazer
venda deste tipo de medicamentos e aumen-
3
tar o mercado de emprego para os jovens far-
Na sequência dos exemplos escolhidos pelo primeiro-
macêuticos.
• ministro para demonstrar a sua dara intenção de resol-
ver "os estrangulamentos que impedem que o interesse geral
Para já, e após o anúncio feito pelo primeiro-
nco.
se imponha aos interesses particulares e corporativos que não
ministro, José Sócrates, no discurso da tomada
dele um governante
Conheço o Prof Correia de Campos há cerca de vinte anos.
servem a maioria dos portugueses " disse, no seu discurso de
de posse do actual Governo, a equipa de Cor-
ímpar. É o espírito
Tive a oportunidade de assistir às suas aulas, de com ele
tomada de posse que " ... não há nenhuma boa razão que
reia de Campos prepara o projecto de Decre-
de missão que
debater ideias e trocar opiniões, de ler aquilo que ao longo dos
impeça que os medicamentos de venda livre possam ser
to-Lei sobre o assunto e ainda durante este
poderá concretizar
tempos tem vindo a escrever sobre economia da saúde, admi-
adquiridos em qualquer estabelecimento (...) desde que reúna
mês vai dar início à audição dos parceiros
os resultados"
nistração pública, políticas de saúde e política em geral. Reco-
as condições exigíveis de qualidade e segurança...". Foi a uti-
sociais. A publicação da legislação deve aconte-
nheço-lhe características raras. A seriedade com que estuda e
lização simbólica de um caso para revelar a sua predisposição
cer em Julho e a medida entrará em vigor
aprofunda as matérias, o realismo com que aborda os pro-
para enfrentar os grupos e eventualmente travar algumas
. blemas e a lucidez e inteligência com que equaciona as solu-
guerras. Vale a pena recordar o conselho de Churchill: "Nunca
ções fazem dele muito mais que um académico. É o prag-
acredite que alguma guerra pode ser fácil ou que quem
matismo que poderá fazer dele um governante ímpar. É o
embarca nessa estranha viagem possa prever as correntes e os
espírito de missão que poderá concretizar os resultados. É a sen-
furacões que pode encontrar". Que a viagem seja longa e bem
satez e a precisão com que elege os alvos que pode fazer dele
sucedida e que o apoio generalizado sirva para ultrapassar as
um combatente vencedor. Estou certo de que quatro anos serão
dificuldades imprevistas.
tempo curto. Vai valer a pena.
2
Foi aprovado o programa de governo. Nele é feita refe• rência a objectivos fundamentais na área da saúde:
4
Neste número da GH, dedicado à análise da transfor-
• mação operada na sociedade portuguesa pela criação do
Liberalização na venda de medicamentos
durante o quarto trimestre deste ano.
Francisco Ramos • anuncia regras
vio das organizações que se proponham a
Numa operação de charme bem sucedida, junto da Comunica-
tou igualmente o responsável, "a pílula do
ção Social, o secretário de Estado da Saúde foi a primeira figura
Francisco Ramos explicou que o registo précomercializar tais fármacos terá de ser feito no Infarmed, e adiantou que a lista dos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) vai ser alargada devendo ser revista anualmente. Em todo o caso, saliendia seguinte não deve ser vendida fora das farmácias" assim como todos os MNSRM
Que o apoio aos programas que visam "ganhos em saúde" deve
Serviço Nacional Saúde, temos uma entrevista em que Alain
do actual Ministério da Saúde a dar uma conferência de impren-
que sejam comparticipados.
assentar nas instituições e na logística da Saúde Pública cujos
Enthoven , professor de Gestão Pública e Privada na Uni-
sa. E provou que há coisas que não se esquecem.
No final da conferência de imprensa, o
centros regionais devem ser reforçados em meios e compe-
versidade de Scanford nos dá uma visão crícica e objecciva do
tências; que a Rede Nacional de Saúde que irá viabilizar a
Sistema de Saúde dos Estados Unidos da América, referindo
comunicação e a circulação dos dados relevantes será imple-
situações concretas e exemplos paradigmáticos.
ministro da Saúde, Correia de Campos, fez
reinstituído o planeamento dos recursos hospitalares, sobre-
N
e noutros espaços alternativos às farmácias desde
secretário de Estado da Saúde, Francisco
da Imprensa, que não está habituada a tais
tudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto; que serão ini-
que estes espaços cumpram os requisitos esta-
Ramos, naquela que foi a primeira Confe-
cortesias governamentais. (ver comentário
ciadas experiências de financiamento global, de base popula-
belecidos. Tais normas estão a ser definidas
rência de Imprensa da actual equipa da
sobre este tema nas páginas 32 e 33)
mentada até ao final do primeiro semestre de 2006; que será
os últimos meses de 2005 os medi-
pelos responsáveis, mas já se sabe que a pre-
questão de dar as boas vindas aos jornalistas,
camentos de venda livre podem
sença de um técnico de farmácia é obrigatória.
referindo que aquela casa estaria à disposição
ser adquiridos em supermercados
O anúncio foi feito antes da Páscoa pelo
de todos. Uma atitude que caiu bem junto
Iniciativa inédita no Algarve
Barreiro
cia tiva inédita: o PROJECTO MAIIIS
da Faculdade de Farmácia de Lisboa).
Nomeação polémica A
(mobilização, avaliação, informação e inter-
A primeira acção que avaliou cerca de dois
director do serviço ambulatório um
venção integrada em saúde)
milhares de voluntários contou com o
fu ncionário administrativo sem qualquer
Trata-se de uma importante acção que visa
natural empenhamento da Câmara Muni-
formação superior ou médica. O
avaliar o risco cardiovascular da população,
cipal de Lagos e dos responsáveis das Jun-
PROJECTO MAlllS avalia risco cardiovascular
N
o passado mês de Março, o Algarve
(equipamento científico e várias equipas de
foi o local de lançamento de uma ini-
execução com evidência para os elementos
através de um rastreio gratuito completo:
tas de Freguesia locais, aguardando-se,
colesterol total (por meio de uma simples
agora, que o exemplo seja ampliado a cada
picada no dedo), medição da Pressão Arte-
vez mais autarquias, tendo em vista o inte-
rial; Índice de Massa Corporal e Perímetro
resse que a iniciativa suscita em termos de
da Cintura. A iniciativa foi promovida pela Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, neste caso liderada pelo Dr. Paulo Morgado (Vice-Presiden te), com o apoio logístico da Pfizer
>>>
A iniciativa foi apresentada no Salão Nobre da CM de Lagos, com as presenças do Presidente da autarquia, Júlio de Sousa, do Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, Paulo Morgado, e da representante da Pfizer, Margarida Martins
Saúde Pública, porquanto, de acordo com as estatísticas, as doenças cárdio e cerebrovasculares são hoje, em Portugal, como em
Barreiro SA decidiu nomear como
Coimbra
diz que se tratou de um erro de redacção.
Hospital pioneiro abre em Março
morte das populações.
U
O
para os cuidados continuados
Universidade de Coimbra vai repartir pelos a 801 mil euros, em prémios de
que o Xavier é uma pessoa atenta às questões
Associação Fernão Mendes Pinto, com
desempenho relativos ao ano passado.
da cultura - e com muito bom gosto, pois
parceria de investidores privados. ln Correio da Manhã 04/ 03/ 2005
tem um BMW e passou as férias da Páscoa no
ligadas ao sector da Saúde andam
um administrador hospitalar, com idade
de Oeiras e é do Benfica (enfim ... não se pode
curiosas. Afinal quem é o Xavier? A redacção
compreendida entre os 35 e os 55 anos, que
ter bom gosto em tudo!)
da G H não sabe mas gostaria de saber. E não
já terá passado pelas esferas do poder.
A juntar a este perfil diga-se que o Xavier,
é para dizer mal. Pelo contrário. É para dar
Mas a nossa análise não acaba aqui. Pensamos
como pessoa culta que é, gosta de poesia,
que assina como Xavier SA.
arquitectura, música, desporto e ainda da
ln Capital 01/03/2005
Contratos à pressa para hospitais
Não conhece o blogue? Então não deixe de
o que desde já agradecemos.
visitar: http://saudesa.blogspot.com.
Enfim, se errámos na análise feita sobre a
A
personalidade do Xavier pedimos, desde já,
uma directiva para assinar, até 5 de
desculpas. Não somos, propriamente, agen-
Março, vários contratos com empresas
tes do CSI. Apenas jornalistas curiosos, qb,
privadas de informática, escolhidas pelo
sobre o autor do bloque, que funciona até
Ministério da Saúde, sem qualquer con-
como base de informação sobre questões de
curso nem consulta prévia . O negócio
Saúde.
pode ascender a 150 mi lhões de euros.
---'-'·
mente. Mas há mais: os textos do Xavier SA são bem estruturados e nota-se que é uma
......
pessoa atenta. Não falta a crítica, não falta a análise e muito menos o humor - coisa que cada vez abunda menos neste "jardim à beira mar plantado." A redacção da GH, na ânsia de descobrir de quem se trata, já fez um levantamento sobre
--·---. ........... ... l)o.ot.o-.
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-...... -
. . . . . . . . _ _ _. . . . . .
--<- · - . ""-··" .........._ _ .. .
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r--- o:Q.c---~~~· ~.::;-
==~-==:..:..".::.":''
ntes do actual Governo tomar posse, os hosp itais SA receberam
Se alguém souber quem é o Xavier, que nos diga. Pode ser em "off". Prometemos não divulgar...
e Semanário 11/03/ 2005
Governo
nossa GH à qual tem feito várias referências, SAÚDESA
Está bem idealizado e é actualizado diaria-
Cardiotorácica dos Hospitais da
finais de Março, numa iniciativa da
o Xavier trabalha em Lisboa, vive no concelho
. ...n••~ "'-''
serviço do Centro de Cirurgia
seus 120 profissionais um montante superior
o perfil do Xavier. Quanto a nós trata-se de
'"""'--
Hospital • premeia funcionários
começa a funcionar em Coimbra, em
s pessoas interessadas em questões
os parabéns ao autor do blogue "Saúde SA",
ln Diário de Notícias 03/03/2005
Universidade de Coimbra
m hospital_ pione iro v~cacionado
Algarve. Ficámos também com a ideia de que
A
presidente do conselho de adm ini st ~a ç ão
muitos outros países, a ma10r causa de
Blogue SAÚDE. SA
Quem é o Xavier?
administração do Hospital do
ln Expresso 05 / 03 / 2005
•
Estudo
Portugueses do Interior com pior saúde U
Ensino
Medicina nas privadas em risco O
programa de Governo anuncia que não será considerada a criação de
m estudo, coordenado por uma
"nenhum" estabelecimento de ensino
docente da Un iversidade de
superior nesta legislatura, o que pode
Coimbra, e que compara dados de 1991 e
afectar negativamente os dossiers dos
2001, conclu i que o estado de saúde dos
cursos de Medicina nas universidades
portugueses melhorou genericamente. No
privadas.
entanto, mantém-se ou agravou-se um ln Diário de Notícias 19/03/2005
padrão de desigualdade entre o interior
Anatomia
rural e o litoral urbano.
ln Público 06/03/2005
Amadora-Sintra
Contas polémicas
Faltam patologistas O
Gestores Hospitalares
nspecção detecta pagamentos indevidos 1
O diagnóstico e os rastreies de cancros poderão ser postos em causa
Inspecção-geral de Saúde detectou
s contas do Hospit al Amadora-Sintra para o
pela falta de especialistas em Anatomia
exercício de 2002 e 2003 suscitaram nova
Patológica. Os cálculos são do Colégio da
A
polémica. A Administ ração Regional de Saúde de
Especialidade da Ordem dos Médicos que
vencimentos e regalias dos gestores de
Lisboa e Vale do Tej o garante que as contas estão
apontam a existência de apenas 140 em
todos os hospitais do país. Alguns dos
fechadas, mas a administração afirma o contrário. Foi
todo o país, quando seria necessário o
administradores requisitados ao sector
o presidente do Gru po José de Mello Saúde, Sa lvador
dobro destes profissionais. Cerca de 40%
privado optaram pelo vencimento do
de Mello, quem o disse num art igo de opin ião no
das vagas hospitalares nesta especialidade
lugar, mas não abdicaram dos lucros e
semanário "Expresso".
estão por preencher.
prémios anuais. Milhares de euros
A
irregularidades numa auditoria aos
poderão ter de ser devolvidos às unidades ln Jornal de Negócios 08/03/2005
ln Jornal de Notícias 05/03/2005
Gulbenkian
Médicos imigrantes integrados
A
Fundação Gulbenkian está a desenvolver um projecto para promover a integração de
de saúde.
Hospitais-empresa
Miguel Gouveia lidera avaliação
O
Hospitais
Gestores com salários pré-fixos
ln Público 25/ 03/ 2005
O
minist ro da Saúde, Correia de Campos, vai t abelar as remunerações dos
administradores hospitalares. Os
ministro da Saúde, Correia de
vencimentos serão pré-fixados sem regimes
Campos, escolheu o economista e
especiais contaminados pela proveniência
imigrantes mais qualificados, como médicos. 85
professor da Universidade Católica, Miguel
das pessoas, disse o porta-voz do ministério,
médicos já estão integrados no Sistema Nacional de
Gouveia, para liderar a comissão que vai
apontando os casos em que os gestores
Saúde e 35 preparam os exames. São, na sua maioria,
avaliar a estrutura económica-financeira
requisitados a empresas privadas optaram
ucranianos e moldavos.
dos hospitais-empresa.
pelos ordenados do lugar de origem.
ln Jornal de Notícias 11/03/2005
ln Diário Económico 23/03/2005
ln Público 31/03/ 2005
Assiduidade O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, faz questãode seguir assiduamente os debates da Gulbenkian. Mas esta presença não acontece só agora. Há vários anos que o clínico segue os fora. Em Março fez-se acompanhar pela presidente da Secção Regional do Sul da OM, Isabel Caixeiro.
1nteresses 3 Interesses 2 1nteresses 1 Rui de Lima (ao centro) responsável da Gulbenkian para a Saúde e Desenvolvimento Humano, fez as 'honras da casa' durante o intervalo do debate e conversou animadamente com o cirurgião cardiotorácico José Roquette (à esquerda) e o ex-ministro da Agricultura, Sevinate Pinto. Será que a conversa foi sobre Saúde? Agricultura? O mais certo é não ter versado nenhum destes assuntos, pois todos eles têm outros temas de interesses comuns. O golfe, por exemplo.
O ministro da Saúde não deixou de cumprimentar António Borges, vice-presidente da Goldman Sachs Internacional, que marcou presença como moderador do debate. Embora as respectivas opções políticas sejam diferentes, ambos têm interesses comuns. A Saúde é um deles. Principalmente na vertente política e económica. Mas pela expressão de António Borges não devia ser esse o tema da conversa.
Primavera A pausa durante o encontro serviu para que Margarida Bentes e o engenheiro Vasconcelos pusessem as novidades em dia. E foi bem visível o ar de Primavera da doutora Margarida. Não tivesse ela nome de flor, obviamente!
Há interesses que ultrapassam Escolas e fronteiras. Estas três figuras, que pontuam pela inteligência e conhecimento do sector da Saúde, têm pelo menos dois interesses comuns: a administração e a economia. Vasco Reis, da Escola Nacional de Saúde Pública, tinha a palavra no momento em que foi "apanhado". Miguel Gouveia {à esquerda), professor da Universidade Católica que teve a seu cargo a moderação do debate, e Diogo Lucena, membro do Conselho_ de Administração da Gulbenkian, escutaram-no atentamente.
Alain Enthoven à GH
"Os médicos não aceitam uma gestão de não-médicos" Alain Enthoven, professor de Gestão Pública e Privada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é uma reconhecida autoridade internacional em financiamento e gestão na Saúde. Recentemente esteve em Lisboa para um ciclo de conferências na Fundação Gulbenkian e explicou à GH a sua visão para um sistema de Saúde eficaz.
AE - Já atraiu o apoio de pessoas importantes.
Gestão Hospitalar - Quando, na Europa, se fala no sistema de Saúde dos Estados Unidos a ideia que vigora é que é profundamente injusto. É uma ideia correcta?
O problema de uma boa ideia numa democra-
>>>
cia é que só é posta em prática quando existem
Reduzir a liberdade de escolha do doente é outra forma de controlar custos
poderosos grupos de pressão a seu favor. M uitos pensadores, legisladores, membros do Congres-
Alain Enthoven - Sim, mas acho que não é
so acham que as minhas ideias são muito boas,
tão mau como pode parecer aos europeus, por-
mas . ..
que as pessoas sem seguros de Saúde podem conseguir cuidados nos hospitais públicos con-
GH - Não é suficiente?
celhios. Em quase todos os Concelhos dos Esta-
AE - N ão é o sufi ciente ... para m udar o
dos Unidos existe uma unidade hospitalar.
mundo.
Também existe uma lei que diz que, se uma pessoa chegar a um hospital em estado grave, este
"O problema de uma boa ideia numa democracia é que só é posta em prática quando existem poderosos grupos de pressão a seu favor"
é obrigado a tratá-la. E os nossos hospitais fornecem muitos biliões de dólares de cuidados gratuitos. No entanto, penso que é injusto. GH - Concorda com a ideia de que os Estados Unidos têm uma Saúde a duas velocidades, para os ricos e os pobres?
AE - Não são só os ricos. Deixe-me dar um GH - Acha que sistema europeu tem mais
exemplo. Na Universidade de Stanford todos
hipóteses de sobrevivência?
os que lá trabalham têm seguros de Saúde e têm
AE - Eu trabalhei com o sistema de Saúde bri-
acesso ao mesmo sistema de cuidados. Assim, não
tânico e acho que eles estão a fazer coisas muito
são só as pessoas ricas.
boas. Estou optimisra em que o sistema deles vai
Aos recém-imigrados do México, que são jardi-
sobreviver.
neiros, os que servem a comida - que são orde-
Uma dessas coisas boas é que o Governo Blair
nados baixos - providenciamos-lhes na mesma
decidiu criar os "Foundation Trust", que são
seguros de Saúde. O factor importante é estar
hospitais independentes, em diversas comuni-
empregado para ter um seguro.
dades. São como os hospitais não lucrativos nos GH - Mas alguns seguros cobrem mais cui-
GH - É muito caro?
assista a um colapso nos próximos anos.
estiver gravemente doente.
Estados Unidos.
dados que outros e isso depende do ordena-
AE - Agora está a ficar muito caro. Mas nunca
Os custos dos seguros de Saúde duplicaram nos
Acho que nos próximos cinco anos terá de haver
São pagos por caso, ou seja, pelo número de
do.
fez parte da nossa cultura política. Temos uma
últimos cinco anos. Agora, para uma família, por
uma m udança radical.
pessoas que tratam. As suas receitas dependem de
AE - Entre as pessoas com seguros de Saúde não
cultura política muito individualista.
ano, um seguro custa mais de 1O mil dólares. É
existe uma grande diferença. Existe alguma. Mas
conseguirem atrair e satisfaz~r os seus clientes,
muito dinheiro.
GH - Para um sistema universal?
construindo a reputação de ser um bom hospi-
eu não quereria defender a justiça deste sistema.
GH - Acredita que o actual sistema ainda
Os empregadores estão a encontrar formas de não
AE- A grande questão é como será esse sistema.
tal. Se tiverem pessoas em lista de espera e pro-
H á já muito tempo que trabalho para que se
tem futuro nos Estados Unidos?
providenciar seguros de Saúde aos trabalhadores
Eu tenho uma ideia que tenho vindo a tentar per-
videnciarem maus serviços, perderão clientes e
implemente um seguro universal de Saúde. Acre-
AE - Acho que não pode continuar nos mesmos
e o número de pessoas sem seguro está a subir.
suadir o povo americano a adoptar.
sofrerão financeiramente.
dito que podíamos e deveríamos ter um seguro
moldes. Os custos são muito elevados e estão a
Isto torna-se um fardo para os hospitais privados
deste tipo. Seria possível mas ...
subir muito rapidamente. Acho provável que se
que são obrigados a tratar de qualquer pessoa se
Isto é um incentivo para os hospitais e para os GH - Com sucesso?
médicos melhorarem. Ainda está numa fase ini-
•
cial, mas já há alguns sinais em como as listas de
doente específico, uma doença específica. E
GH - Quem paga?
espera estão a ser reduzidas e a qualidade do
publicaram isso dentro do Sistema Nacional de
AE - O doente. Provavelmente terá de passar sem
das companhias são não lucrativas.
serviço está a melhorar.
Saúde. Uma das coisas que consideraram é o
o tratamento, a não ser que seja muito rico. Os
Este é um factor-chave que os britânicos desen-
Existe outra coisa importante que os britânicos
custo relativamente aos resultados obtidos. Se o
britânicos têm um sistema privado, por isso,
volveram e a sua cultura vai no sentido de acei-
estão a fàzer - e que eu gostaria que pudéssemos
custo é muito elevado eles dizem-no, não é com-
poderá consegui-lo através dele. Mas os britâni-
tar mais facilmente limitações, o que não acon-
fazer nos Estados Unidos.
portável e portanto não o farão.
cos aceitam isto porque consideram que é justo.
tece na América.
cia Clínica (NICE), que desenvolveu padrões de
GH - Mas, então, se essa organização, a NICE,
GH- E nos Estados Unidos?
GH - O que diz é que não é possível propor-
prática. Reviram a literatura científica e estuda-
disser que é muito caro tratar este doente ...
AE - Há um problema muito grande. Agora
cionar cuidados de Saúde a todos.
ram qual era a melhor maneira de tratar um
AE - Não vai pagar.
existem medicamentos muito caros, como aque-
AE - Tem que se controlar os gastos.
mamente caros. De qualquer forma, algumas
Criaram um Instituto Nacional para a Excelên-
les contra o cancro. Alguns custam tanto como 300 mil dólares por ano. E as companhias de
GH - Como é que se controlam esses custos,
seguros de Saúde estão sob enorme pressão para
para que todos tenham acesso à Saúde?
pagar esses valores, porque os seguros sempre
AE - O que eu proponho é um modelo de con-
implicaram obter todos os cuidados médicos.
corrência entre diversos planos de prestação e
Nos Estados Unidos ainda não conseguimos
financiamento de cuidados de Saúde. Um, em
pôr limites a isto. Seria muito difícil - politica-
que o Governo paga para que todos fiquem
mente - pôr limites ao que os seguros de Saúde
cobertos pelo plano mais barato. E, se o utente
pagam. Só que este facto é parte do que vai des-
quiser alguma coisa para além disso, tem de
truir o nosso sistema. Uma amiga minha que tem
pagar a diferença do seu próprio bolso.
Este plano de baixo custo é de muito boa qua-
mentas com esse grupo. Assim, a organização
cancro da mama recebeu, recentemente, 31 mil
Deixe-me dar um exemplo. Este ano, na Uni-
lidade, embora a sua liberdade de escolha seja
pode negociar o preço, as disposições relativas aos
dólares de medicamentos numa só tarde!
versidade de Stanford, oferecemos aos nossos
limitada.
custos de gestão, etc.
empregados seis planos diferentes de cuidados de
Depois temos três outros planos de seguros que
GH - Mas as companhias de seguro têm de
Saúde. Três são de organizações de cuidados de
GH- Liberdade de escolha em que sentido?
são semelhantes ao modelo tradicional de uma
ter lucros?
saúde básicos, que são mais económicos. A Stan-
AE - De médicos. Estas organizações estabele-
taxa por serviço. Pode-se ir a qualquer lado, tem
AE - Acho que gostariam de arranjar uma des-
ford paga por completo o preço destes planos.
cem acordos com grupos específicos de médicos
de se pagar mais do próprio bolso e o prémio do
culpa para não pagarem estes tratamentos extre-
Assim, até o jardineiro tem acesso a um seguro.
e o utente concorda em efectuar todos os trata-
seguro também é mais elevado.
Recompensar hospitais que melhorem cuidados
e reduzam gastos
GH - Em Portugal, debate-se neste
GH - Mas uma gestão privada não é
ram as coisas, porque havia muito desper-
sentem-se seguras nos seus empregos e não
reduzindo os custos.
momento a empresarialização dos hos-
mais eficiente que a estatal?
dício e ineficiência. E eu acho que este des-
querem inovar. Inovação e aperfeiçoamento
GH - Recompensar os médicos pela pro-
pitais públicos. Acha que pode ser uma
AE - Os governos, em todo o lado, têm
perdício e ineficiência resultam da forma
significa fazer as coisas de maneira diferente e
dutividade?
boa maneira de resolver os problemas
um mau currículo em gestão. Por muitas
de pagamento que costumava ser apenas o
implica correr riscos.
AE - Sim. Em Inglaterra, com o Serviço Nacio-
de gestão e de melhor qualidade?
razões mas, sobretudo, porque as pessoas
reembolso pelo custo, sem concorrência.
No sector privado, numa indústria competiti-
nal de Saúde, os hospitais têm o seu pessoal
AE - É uma questão complicada. N ão é
que lá trabalham sabem que teriam de
O que eu gosto no modelo das organiza-
va, como por exemplo a do software, tem de se
médico a trabalhar todo junto. É uma vanta-
óbvio para mim que um hospital público
cometer um crime para perder os empre-
ções de cuidados básicos, que concorrem
correr riscos, senão fica-se para trás. No sector
gem, já que o médico pode ver que o sucesso do
gerido por uma empresa privada vai
gos. Se são ineficientes, o Governo não
entre si, é que se os doentes não gostam
estatal, se se correr riscos e falhar é-se criticado
seu hospital é importante para o seu próprio
necessariamente ser m elhor. Dependeria
fecha o hospital nem os despede.
delas podem sempre mudar para outra.
pelos políticos, humilhado, e os eleitores não
sucesso.
das condições de pagam ento, de como
A melhoria da qualidade dá trabalho e
•
entendem.
Agora, se um hospital, não lucrativo, do Servi-
implica muito esforço. São necessários
GH - Não se pode mudar de hospital
O que eu procuro nos Estados Unidos - e com
ço Nacional de Saúde britânico quisesse con-
melhoria da qualidade e dos serviços ou
incentivos para a motivar.
público.
o meu trabalho em Inglaterra - é um modelo
tratar uma empresa de gestão do sector priva-
encontrariam m aneiras de cobrar a m ais
Há experiências em que empresas privadas
AE - Exactamente. M as a questão é mais
que tenha certos incentivos, que recompense os
do para o aconselhar em como melhorar a
ao sistema?
geriram hospitais universitários e melhora-
complicada. Nos hospitais públicos as pessoas
hospitais por melhorar a qualidade, os serviços,
produtividade e os serviços, eu acharia bem.
obteriam os lucros. Seria através d a
15 : l
,
Curriculum Vitae
GH - Mas a Universidade paga alguma coisa?
mês, por exemplo. E esse dinheiro é o seu orça-
tos. Muitas das coisas que fazem reduzem cus-
AE - Sim, uma parte e o resto é pago pelo uten-
mento, dentro do qual eles têm de trabalhar.
tos e melhoram a qualidade simultaneamente. E isto é muito importante, porque a qualidade
te. Mas os planos de baixo custo são de boa
Alain Enthoven Idade - 74 Anos
qualidade. De facto, dois dos meus filhos bem
GH - Isso significa que o médico tem de
e a economia andam quase sempre de mãos
>Em 1963 recebeu de John F. Kennedy o Prémio do Presidente para Serviços Civis Notáveis ao nível federal.
como membros do quadro da Universidade têm
decidir qual o tipo de exames que pode pres-
dadas.
seguros deste tipo, incluindo o chefe do depar-
crever sem ultrapassar o orçamento de cada
A melhor maneira de reduzir custos é aumen-
tamento financeiro da Stanford.
doente.
tar a qualidade. Os erros custam dinheiro. É
Eu gostaria de ver esta ideia generalizada na
AE - Ele tem que se preocupar com os gastos. Se
melhor para a seguradora e para o paciente se
América. Em cada região teríamos, em concor-
os médicos não se preocuparem os gastos explo-
o médico acerta à primeira.
rência, organizações de prestação de cuidados de
dem! Ou, como aconteceu na Grã-Bretanha,
Por exemplo, a Kaiser Permanente, quando
Saúde. O Governo pagaria os planos de baixo
onde os médicos não estavam envolvidos, mas
começou a fazer cirurgias cardiotorácicas
custo e, se o cidadão quisesse mais, pagava a
havia um limite de gastos, o que explodiu foram
contratualizaram com a Universidade de Stan-
diferença do seu próprio bolso.
as listas de espera.
ford, onde um famoso cirurgião p raticava.
> BA da Universidade de Stanford, MPhil da Universidade de Oxford, e PhD pelo Instituto Tecnológico de Massachussets, em Economia. > Professor na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e "Rock Carling Fellow" do Nuffield Trust de Londres. > Economista na RAND Corporation e presidente da Litton Medical Products. > Recebeu o Prémio Baxter por investigação nos serviços de Saúde (1994) e o Prémio do Conselho de Administração da Associação de Gestão Financeira da Saúde (1995). >
>
Émembro do Instituto de Medicina, da Academia Nacional de Ciências e da Academia Americana de Artes e Ciências.
Presidiu ao Comité de Recursos Humanos da Universidade de Stanford e é consultor da Kaiser, além de presidente do Conselho Consultivo para os Benefícios de Saúde do Sistema de Reforma dos Funcionários Públicos da Califórnia.
> Éprofessor emérito de Gestão Pública e Privada na Universidade de Stanford.
Normalmente, os concorrentes são as organiza-
Q uando tiveram um maior número de doen-
ções de cuidados de Saúde básicos, que são mais
GH - Acha que o médico é um bom gestor?
tes, na região Norte da Califórnia, concentra-
eficientes porque contratam grupos específicos de
Não é estar a pedir-lhe demasiado?
ram todas estas cirurgias num só hospital e,
médicos e os mais dispendiosos funcionam com
AE - É. O problema é que temos uma indús-
em breve, estavam a efectuar centenas e cente-
uma taxa por serviço, vai-se onde se quer, ao
tria enorme e muito complicada. Que tem de
nas por ano. As neurocirurgias estão concen-
médico que se quer, e este faz o que quer, não é
ser gerida. As pessoas têm de encontrar manei-
tradas noutro hospital.
controlado, gerido.
ras de melhorar a eficiência e a produtividade, contendo os gastos. Para isso é preciso gerir. E
GH - Reduzir a liberdade de escolha do doen-
os médicos não aceitam uma gestão de não-
te é uma boa maneira de controlar custos?
m édicos.
AE - Sim. Para atrair doentes, as organizações de
Onde vivo, alguns médicos disseram "isto tem de
cuidados de Saúde têm de oferecer um serviço em
ser gerido e eu vou gerir". A organização que eu
troca do dinheiro e conter os gastos. Trabalham
conheço melhor é a Kaiser Permanente e man-
com os médicos para encontrar formas econó-
dam médicos para as Escolas de Gestão de Stan-
micas de actuar. Dão muita importância à pre-
ford e Harvard.
"Uma forma de diminuir os gastos com a Saúde é actuar ao nível da prevenção e acompanhamento de doenças crónicas"
venção das doenças como deixar de fumar, reduzir peso, rastreio do cancro, acompanhamento de
GH - Em Portugal, a tendência vai para sepa-
GH - É quase produção em massa.
doenças crónicas como a diabetes. Esta é uma
rar a gestão dos médicos.
AE - Sim . Mas se precisar deste tipo de cirur-
doença que, se não for monitorizada, terá com-
AE - Os médicos contratam gestores. A conta-
gia complicada deverá querer que seja efectua-
plicações graves e muito dispendiosas.
bilidade é feita por contabilistas profissionais, a
da por alguém que já a fez muitas vezes e
construção por construtores e o marketing por
ultrapassou todos os erros que se fazem
GH - No Canadá também existe um sistema
especialistas na matéria. Mas os médicos parti-
enquanto se aprende. Se se verificar um erro, o
de convenção com os médicos. Ésemelhan-
cipam na gestão global e nas decisões.
paciente tem de ficar mais tempo no hospital.
te a este?
Uma amiga m inha foi submetida a uma
AE - É um sistema composto quase inteira-
GH - Têm a palavra final?
cirurgia cardiotorácica e devia ter alta após
mente por médicos convencionados individual-
AE - D e uma maneira geral. É uma estrutura
cinco dias. Mas apanhou lá uma infecção e
mente com as províncias.
em que têm de se integrar responsavelmente. Se
esteve internada durante 17 dias. No sistema
esta organização, que cuida da maioria do pes-
tradicional de uma taxa por serviço , esses
GH - Também se pode reduzir cust os assim?
soal da Universidade, deixar subir os preços,
médicos lucraram com o seu erro. Se tivesse
AE - É melhor se for um grupo de médicos a
m uitos m udariam para os outros dois planos,
acontecido com a Kaiser Permanente, onde
tomar a responsabilidade de gerir o custo per
seus concorrentes.
capita. Eles apresentam uma proposta para cui-
Eles compreendem que é importante utilizar
dar de um grupo de doentes, por 300 dólares por
sensatamente os recursos e controlar os cus-
>>> Alain Enthoven propõe um modelo em que diversos planos de seguros de Saúde, mais baratos comparticipados pelo Estado - e mais caros concorram entre si
se paga per capita, então os médicos teriam de absorver as despesas excedentes, sendo punidos pelo erro.
Reflexão
• •
mmo
r
em crise?
A criação do SNS
menta por impostos, prestação pública e acesso
mais avançados (os partos e/ assistência são
prescrição e peso maior da automedicação.
cesso do sistema), por outro lado, os resultados
ca e da racionalidade. Objectivos que, curiosa-
correspondeu a uma ruptura
gratuito e universal.
praticamente 100%; a taxa de mortalidade
Simultaneamente, a falta de acesso programado
(cientes de que a Saúde e o bem estar dos por-
mente, sempre se procuraram mas nunca se
com o passado da Saúde em
Ao contrário do que agora se vai ouvindo, este
infantil é hoje de cerca de 5%o).
é substituída pela procura de urgência - em
tugueses têm nestes a sua prova real).
atmgiram...
modelo permitiu um desenvolvimento inima-
Mas nem tudo está bem no "reino" da Saúde. A
Centros de Saúde e Hospitais - cuja afluência
Fica a convicção de que o SNS não se cumpriu
Parece hoje indiscutível que o SNS tem que
ginável no acesso generalizado da população aos
rentabilidade dos recursos - humanos e materiais
diária continua a bater recordes em todo o
- na sua filosofia, na sua estrutura e no seu finan-
evoluir para formas organizativas mais respon-
considerada, no essencial,
cuidados de Saúde, alavancou extraordinaria-
- está ainda àquem do que seria previsível, sendo
mundo civilizado. Este é apenas um sinal da
ciamento - de modo pleno e integral. Inclusi-
sabilizantes para todos os protagonistas. Desta-
uma responsabilidade
mente a construção de infraestruturas, a for-
por exemplo, normal no nosso país, termos
desorganização endémica do nosso SNS e dos
vamente, parece notar-se ao longo destas déca-
caria aqui duas funções fundamentais: o finan-
individual, colocando-se o
mação e a empregabilidade de novos quadros
equipamentos a funcionar apenas no período da
níveis de ineficiência que temos.
das uma polémica ideológica - mais ou menos
ciamento e a prestação. O encontro de vontades
Estado no papel de parceiro
em múltiplas áreas de actividade profissional
manhã, de 2ª a 6ª feira. E isso tem como con-
A grelha de coisas boas e coisas más que o
implícita à medida que diferentes cores políticas
entre estes dois elementos do sistema pressupõe
(médicos, enfermeiros, técnicos de diagnósti-
sequência primordial a dificuldade de acesso aos
período subsequente à revolução dos Cravos
assumem a governação - quanto ao modelo
a clara separação de competências, a negociação
co e terapêutico, gestores hospitalares, enge-
cuidados de Saúde de muitos portugueses. Em
"ofereceu" aos portugueses na área da Saúde,
público do SNS. Algumas inflecções quanto à
séria e autêntica e a contratualização. Caminha-
Saúde Pública e protecção dos
nheiros hospitalares e sanitários, etc.) e, sobre-
contrapartida, temos a percentagem mais eleva-
combina duas dimensões sempre presentes
universalidade e à solidariedade, acompanhadas
mos irreversivelmente para modelos mensuráveis
pobres e indigentes.
tudo, permitiu que, em 3 décadas,
da de gastos em medicamentos da União Euro-
nestas análises: por um lado, os meios (na
de visões mais ou menos tecnocráticas quanto aos
e objectivos de avaliação do desempenho, quer
obtivéssemos ganhos para a Saúde dos portu-
peia. Ou seja, menos acesso a cuidados médicos
suposição do que a sua existência ou a sua
custos da Saúde, têm desvirtuado valores origi-
na sua vertente quantitativa, quer na sua vertentes
gueses que hoje nos aproximam dos países
é contrabalançado por maior intensidade na
falta são determinantes para o sucesso ou insu-
nais do SNS em nome da viabilidade económi-
qualitativa.
Portugal. Esta era até então
supletivo em matéria de
O
s recursos destinados à Saúde eram,
Os profissionais de Saúde - de diferente natureza
à época, muito escassos (um pouco
e com diferentes interesses - são parte essencial
mais de 3% do PIB), e o esforço
financeiro dos doentes correspondia a cerca de
Aspectos positivos e negativos no sector da Saúde no pós-25 de Abril
Saúde eram muito modestos e a sua distribuição
+
-
era muito assimétrica.
> Criação do SNS e consequente substituição dos postos da Previdência pelos
> Recuo ao nível dos direitos constitucionais do cidadão em relação à Saúde (de serviço
70% das despesas totais. O número e a diferenciação dos profissionais da
Apenas médicos e enfermeiros tinham formação apropriada (e estes últimos ainda com baixos
Centros de Saúde; > Criação das Administrações Regionais de Saúde;
níveis de escolaridade).
> Parceria Publico-privado;
A utilização de serviços de saúde era fortemen-
> Consagração da Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes;
te discriminatória, com um peso significativo
> Reconhecimento da profissão de Administrador Hospitalar;
da medicina privada para os mais ricos e dos hos-
> Ganho de poder do Enfermeiro;
pitais das misericórdias e das consultas da Caixa
> Criação do Instituto da Qualidade em Saúde;
para os mais pobres e remediados. Como con-
> Melhoria e construção de novas infra-estruturas de Saúde Pública;
sequência, apresemávamos indicadores de Saúde muito inferiores aos dos restantes países europeus
gratuito passou para tendencialmente gratuito);
> Decisão de suportar integralmente os custos de tratamento de determinadas doenças, como o VIH-SIDA;
deste processo. O corporativismo de cada grupo terá que dar lugar a compromissos e riscos em matéria de resultados para o sucesso das organizações em que trabalham e, sobretudo, para a Saúde dos portugueses. Isso pressupõe a introdução urgente de modelos remuneratórios baseados em incentivos que alimentem a motivação e impliquem os profissionais. O crescimento
> Crescimento gradual das listas de espera (para consulta e cirurgia); > Ausência de unidades de Saúde especializadas em várias localidades do país - principalmente no Interior; > Problemas na acessibilidade - dificuldade em aceder, com prontidão, a consulta com médico especialista;
imparável das horas extraordinárias e os horários acrescidos, são a este propósito bons exemplos do que não deve ser promovido. Os direitos dos doentes não estão ainda plenamente assegurados. A reparação de danos evitáveis, o direito ao tempo, nas marcações de
> Ausência de uma política de higiene oral integrada no SNS;
consultas e exames, o respeito pela privacidade,
> Descontrolo das despesas com a Saúde (má aplicação e desperdício);
o sigilo dos dados pessoais, o consentimento
(partos com assistência cerca de 30%; taxa de
> Mudança do Estatuto Jurídico dos Hospitais;
> Falta de uma Rede de Serviços Continuados a nível nacional;
informado, e, sobretudo, o direito ao acesso à
mortalidade infantil próxima dos 50%0 nados-
> Recente implementação dos medicamentos Genéricos;
> Elevado peso das urgências no sistema da Saúde (triagem deficitária e utilização irres-
Saúde quando precisamos, são ainda dimensões
vivos, por exemplo).
> Autorização da venda livre de medicamentos não sujeitos a receita médica em
"Importámos" em boa hora o modelo Beveridge oriundo do NHS do Reino Unido: financia-
ponsável da urgência pelo utente);
espaços públicos > Bons indicadores de Saúde (ranking OMS).
secundarizadas no nosso SNS. A necessitar de uma mudança cultural, que é difícil e exige uma
> Forma como foram implementados os Hospitais SA.
estratégia coerente e sustentável de longo prazo. A direcção da APAH
,
25 de ABRIL
ara a O futuro depende da capacidade dos «actores»
"Uma premissa e cinco
au e?
A GH pediu a três personalidades bem conhecidas de quem está ligado a esta área para nos dizerem que mudanças são necessárias no sector e os caminhos a seguir. Compare as respostas.
Viragem
desafios"
Um dos grandes consensos existentes em Por-
É imperativo ter uma absoluta obsessão pela
O nosso Sistema Nacional de Saúde, apesar das
financiados de acordo com wn pacote de serviços
O mercado de saúde tem sido constrangido
asswnpção de mais responsabilidades por parte
tugal tem que ver com o reconhecimento do
simplificação dos processos, pela desburocra-
vicissitudes e desperdícios que lhe são apontados,
conuarualizado e responsáveis pela globalidade das
pela actuação quase monopolista do Estado e
dos médicos; mudanças na prestação de cui-
papel desempenhado pelo Serviço Nacional de
tização e pela responsabilização descentrali-
conseguiu gerar importantes ganhos em saúde
respostas em saúde da população que servem.
apenas com wna margem de intervenção sub-
dados e nos seus resultados, com a utiliza.ção das
Saúde ( SNS ) traduzido, de modo objeccivo,
zada. Exercendo um efeito disseminador das
para os cidadãos, apresentando indicadores que
Neste contexto, assumem particular relevância
sidiária, quando não residual, da iniciativa pri-
tecnologias de informação. É nossa convicção
pela evolução dos principais indicadores em
experiências inovadoras. Considerando as
colocam Portugal num excelente lugar no ran-
os cuidados de proximidade. Um conceito que
vada. Neste cenário, as instituições públicas
que os consuangimentos apontados encerram
saúde mas também pelo universal reconheci-
novas tecnologias de informação como o prin-
king da saúde mundial. Apesar disso, reconhece-
apela ao acompanhamento contínuo e integrado
têm, apesar de tudo, navegado nwn ambien-
oportunidades para uma intervenção esclare-
mento da sua force utilidade social. Decor-
cipal aliado, de carácter estratégico, no pro-
se que é tempo de desconstruir o actual Sistema
do projecto de saúde do cidadão/comunidade,
te "benigno", já que desconhecem a concor-
cida, em termos de parcerias do SNS com o sec-
ridos vinte e cinco anos, o SNS reconhece hoje
cesso de refundação do SNS. Sendo capaz
para (re)conscruir um Novo Sistema, que respon-
numa área geográfica pré-determinada, envol-
rência e não têm uma estratégia de qualidade,
tor privado, nomeadamente o de solidarieda-
nalguns dos seus problemas, um carácter
de implementar um sistema capaz de libertar
da de forma mais eficaz aos desafios que a socie-
vendo todos os recursos de saúde disponíveis e
na óptica do cliente. Os agentes prestadores,
de social, o que permitirá responder a mercados
endógeno - a falta de articulação entre os
informação de gestão, de forma rigorosa e
dade e as suas determinantes nos colocam. Premissa
todos os agentes relevantes (sociais, educacionais
mais do que para as expectativas do cidadão,
públicos e segmentará o mercado global, iden-
diversos níveis de prestação de cuidados; a
atempada, associada a sistemas de apoio à
base: A saúde é um bem público. Cabe ao Estado,
e outros). Terceiro desafio: Apostar de modo
podem orientar-se em torno de interesses indi-
tificando oportunidades: serviços à medida do
complexidade da sua organização; a burocra.., .
accividade clínica e centralizando num único
recorrendo a todos os recursos existentes - públi-
determinado na concepção de sistemas integrados
viduais, corporativos e da instituição que ser-
cliente, contemplando necessidades específicas
eia inibidora da desejável agilidade; o dese-
processo a informação relevante de cada uten-
cos, privados, sociais cooperativos e/ou outros -
de informação de saúde, capazes de gerar indica-
vem. Em contrapartida gera-se wn serviço de
e aconselhamento especializado permanente;
quilíbrio da oferta de cuidados, indutor das
te.
encontrar uma matriz organizacional que, de
dores que permitam correcções atempadas de tra-
assistencial que sob a aparente gratuitidade
soluções integradas ("one stop shopping");
limitações no acesso e da inequidade social.
O futuro encontrará resposta na capacidade
forma atempada e com qualidade, responda às
jectória e a sistemática monitorização e auditoria
produz: padrões de qualidade aquém das expec-
prestação do serviço dentro do calendário do
Pese embora as dificuldades reconhecidas,
que os actores revelarem para " estar à frente
necessidades das pessoas em matéria de saúde.
de todo o processo. Quarto desafio: Acreditar
tativas; custos incomportáveis; crescente ina-
cliente, transmitido imagem de liderança e
existe um largo consenso quanto aos elevados
do nosso tempo ", como o estiveram em
Primeiro desafio: Alterar o paradigma do Sistema.
nos recursos humanos da saúde, apostar na sua
cessibilidade, que raciona a saúde; níveis inge-
inovação. Independentemente das flutuações
níveis de qualidade técnica do SNS. Subsis-
1979, os fundadores do Serviço Nacional de
O Novo Sistema deve centrar a sua acção na pes-
qualificação e na melhoria das condições de tra-
ríveis de desmotivação de profissionais e
políticas, é crível que as oportunidades se alar-
tem, contudo, baixos índices de satisfação
Saúde. Estimulando a exigência, o rigor e a
soa e no seu projecto de saúde e não na doença.
balho, nomeadamente saúde, higiene e seguran-
insatisfação de clientes. No entanto, novas ten-
guem com a crescente participação de cidadãos
relativamente ao acesso, à integração e à com-
competição pela qualidade e introduzindo
Obviamente esta nova visão implica um novo
ça. A globalização económica e o progresso do
dências apontam: crescimento do financia-
e empregadores nos encargos de saúde. A com-
plementaridade dos cuidados, bem como aos
maior eficácia nos ciclos de tomada de deci-
modelo de governação em saúde. Do nosso ponto
conhecimento e das tecnologias da informação e
mento privado à medida que as despesas de
petitividade cria riqueza para pagar o sistema de
níveis de resposta do primeiro nível de cui-
são e de operacionalização das medidas.
de vista, os ganhos em saúde que resultam de
da comunicação apelam a wna nova relação labo-
saúde ultrapassam os crescimentos da despesa
valores que cada país consensualiwu, como a
dados. São razões sobrantes para o desafio.
Temos, por isso, razões para olhar o futuro
uma política de promoção da saúde e prevenção
ral, onde a flexibilidade, o conhecimento e a ino-
pública e económico; assumpção de maiores
saúde dos cidadãos. Por conseguinte, o Estado,
Um desafio que tem de passar
com optimismo. A expe-
da doença são incomen-
vação são essenciais. A qualidade e produtividade
responsabilidades de saúde por
mais do que prestador, assu-
mais por inovar do que por
riência acumulada será, cer-
suravelmente maiores dos
na saúde significam uma organização do trabalho
parte dos cidadãos; interna-
mir-se-á como garante dessa
conservar. Dando sinais claros
camente, capaz de incutir nos
resultantes das interven-
não apenas racional, nos seus métodos e afectação
cionalização da prestação de
prestação, contratando e sub-
de adesão aos imperativos da
diferentes actores uma forte
ções dirigidas à doença.
de recursos, mas que implique os profissionais,
cuidados, com consequente
contratando o sector priva-
mudança, sem preconceitos
motivação para a mudança.
Segundo desafio: Adequar
enriquecida no seu conteúdo e nas relações que
mobilidade de doentes e pro-
do. Assistir-se-à a uma desin-
nem reservas de espírito ou
Uma mudança capaz de
a oferta às necessidades
estimula. Quinto desafio: "Adicionar" os cida-
fissionais; reforço do papel do
termediação do Estado numa
de grupo. Um desafio que
gerar um ímpeto de reforma
de uma população alvo
dãos. Quer queiramos quer não, estes têm estado
governo na promoção de qua-
faixa da população que, deso-
seja capaz de definir o rumo
que, finalmente, faça cum-
pré-definida, aproximan-
à margem das grandes discussões e decisões da
lidade e contenção de custos e
certo acertando o passo com a resposta às necessidades dos cidadãos, sem receio das necessárias rupturas.
Adalberto Campos Fernandes Médico, Especialista em Saúde Pública; Gestor de Rede Integrada de Cuidados de Saúde
prir a vocação integradora e
do o mais possível os cui-
modernizadora do SNS no
dados dos seus destinatá-
contexto do Sistema Nacio-
rios. Falamos de "sistemas
nal de Saúde.
loco-regionais de saúde",
saúde. Urge envolver a sociedade civil nas políti-
na promoção/ prevenção de
Jacinto Oliveira
cas do sector, tendo em vista a construção de
saúde; crescimento da "com-
Vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros
consensos que constituam um compromisso claro
petição geridà' incrementan-
para o futuro da saúde dos portugueses.
do a liberdade de escolha;
nerada de alguma carga fisDelfim Rodrigues Administrador Hospitalar; ex-director geral dos Hospitais; ex-director-geral da Saúde e ex- presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo
cal, assumirá responsabilidade na escolha de profissionais e instituições de saúde, bem como no seu pagamento.
Golfe
ara A
ideia de que o golfe é um desporto
do comecei havia muitos miúdos. Fiquei sur-
de e para ricos parece escar cada vez
preendido, pois pensava que o golfe era um
mais esbacida. Embora não seja um
desporto para velhos", diz. E continua: "Hoje
desporco barato, é acessível ao bolso de muitos
a situação é bastance diferente. Há pessoas de
portugueses. Diz quem pratica que é perfeito
todas as idades a praticar. Em relação a outros
emigrantes ingleses, radicados
para aqueles que convivem com o stresse diário,
desportos, o golfe, por não ser fisicamente
no Porto. longe dos tempos
próprio de uma vivência urbana. Durante um
muico exigente, permite que haja praticantes de
em que era exclusiva de ricos,
jogo, é possível escutar o som dos pássaros,
todas as idades. É uma modalidade que possi-
a prática do golfe democratizou-
sentir o cheiro a "verde". Enfim, divercir, des-
bilita uma grande longevidade." José Maria foi
-se. Em Portugal há cerca de 1O
cansar e descontrair. A íntima comunhão com
campeão nacional e eleito, pela Federação Por-
a Natureza faz o resto. Entre os porcugueses,
tuguesa de Golfe, o jogador do ano em 2000.
Jorge Sampaio, Francisco Pinto Balsemão ou
Em 2002, como profissional, classificou-se no
O golfe nasceu na Escócia, cresceu nos EUA e é uma realidade em todo o mundo. Foi trazido para o nosso país por
mil jogadores. No mundo são mais de 50 milhões. Nos últimos
1
1
João de Deus Pinheiro são alguns dos ilustres e
3° lugar no ranking nacional. Ainda como
anos, o número de campos
assíduos jogadores desta modalidade.
amador, recorda, "2000 foi o meu ano de ouro".
de golfe tem aumentado
A ideia de que o golfe é para pessoas mais
Depois de ter pisado vários campos nacionais e
no nosso país. Só às portas
velhas assume-se, cada vez mais, como um
internacionais, o ex-profissional dedica-se ao
de Lisboa há mais
mito. José Maria Cazal-Ribeiro, antigo golfis-
atendimento aos jogadores, à organização de
de uma dezena.
ta profissional, é um dos que a contraria. Actual-
torneios e ao apoio à Escola de Golfe do Belas
mente com 28 anos, é golf secretary, no Belas
Clube de Campo. "O golfe é um desporto que
Clube de Campo, um dos campos de golfe
requer muito tempo e paciência. Na escola de
situado às portas de Lisboa. Iniciou-se no des-
golfe temos uns 300 alunos, distribuídos por
porto aos 11 , no Lisbon Sports Club. "Quan-
vários níveis de iniciação", conta.
23
Onde jogar em Lisboa Lisboa é servida por mais de uma dezena de campos de golfe, com diferentes dimensões e Localizações. Do mais urbano, ao mais verdejante, várias são as hipóteses de escolha. Campo de Golfe do Estoril - A primeira versão deste campo de golfe,
<< Muitos estrangeiros preferem os campos nacionais. A
construído em 1929, contemplava
juntar ao clima temperado, Portugal oferece
um circuito de 9 buracos. Em 1945,
excelentes intra-estruturas para a prática do golfe
pela mão do conceituado arquitecto Mackenzie Ross, passou a ter 18 buracos. O campo tem 5313 metros. Fica no Estoril, próximo da A-5. Clube de Golfe Belavista - Situado ao Lado de uma das principais arté-
O golfe na net
rias de Lisboa - a Av. Gago Couti-
Se ainda não é praticante, mas ficou
nho - o Clube de Golfe da Belavista
curioso, fique com alguns dos sites onde poderá encontrar mais informações sobre
foi o primeiro campo com caracte-
os campos portugueses.
rísticas camarárias. Tem 9 buracos.
> www.portugalgo lf.pt/ campos/ costalisboa/
Pela sua centralidade e proximidade
montado_apres.htm > www.portugal-live.net/P/ golf/ lisbon.html > www.portugalvirtual.pt/_golf/ costadelisboa/ ptindex.html
do aeroporto, é muito procurado por jogadores nacionais e estrangeiros. Belas Clube de Campo - Projectado pelo arquitecto William Roquemore, este campo fica na serra da Carregueira. O Belas Clube de Campo proporciona, ao Longo dos seus 18 buracos, um contacto próximo com a fauna e a flora características da região serrana do concelho de Sintra.
No Belas Clube de Campo o curso de iniciação
prática do golfe. É que os fás da modalidade
ram na Índia, uma ex-colónia britânica, nas
estima-se que existam 26 milhões de pratican-
uma década depois, foram fundados mais dois
ao golfe custa 180 euros (145 para menores de
investiam o seu tempo em apurar a sua técni-
cidades de Calcutá e Bombaim.
tes. As transmissões dos mais importantes tor-
clubes: Miramar (Vila Nova de Gaia) e Vidago
18 anos). Se a opção for para aulas em grupo,
ca com o taco, esquecendo a prática do tiro com
Já no século XIX, o Canadá foi o primeiro país
neios de golfe do mundo são seguidas por lar-
(Chaves). Hoje, há cerca de 60 campos de golfe
as clínicas de golfe custam entre 15 a 1O,5
arco, uma imposição governamental que visa-
do hemisfério ocidental a ter um clube de golfe.
gas dezenas de telespectadores, um pouco por
espalhados por Portugal e estima-se que haja 1O
euros por hora - os preços variam consoante o
va a defesa nacional. Anos mais tarde, no início
Em 1888, nos EUA, foi criado o Saint Andre-
rodo o Globo.
mil praticantes (no m undo, haverá mais de 50
número de pessoas e se as aulas são ao fim-de-
do século XVI, James rv, rei da Escócia, foi deci-
w's Golf Club of Yonkers, em Nova Iorque. A
semana ou durante os dias da semana.
sivo para o desenvolvimento do golfe. Com a
prática do golfe começou por ser exclusiva das
O golfe por cá
A criação de infra-estruturas relacionadas com
revogação da lei que impedia que fosse jogado,
Fica a 20 minutos de Lisboa.
milhões).
classes mais abastadas, mas a vitória de um
Tal como aconteceu noutros países, o golfe foi
a prática do golfe tem sido uma aposta clara dos
o desporto recebeu novo e decisivo fôlego rumo
final do séc. XIX, por ingleses, o Lis-
Da Escócia à Índia, passando pelos EUA
jogador amador sobre dois golfistas profissionais
trazido para Portugal por imigrantes ingleses.
empresários ligados ao turismo português. A
à democratização da sua prática.
bon Sports Club conheceu várias
ingleses alterou essa tendência. Francis Oui-
Nos finais do século XIX, devido à produção e
ideia de que Portugal tem excelentes condi-
Embora romanos e holandeses tivessem expe-
As primeiras associações de golfe surgiram no
met, um ex-caddie, venceu o torneio U.S.
comércio do vinho do Porto, a cidade invicta
ções para a prática da modalidade tem sido
Localizações. Situado em Belas, desde
rimentado jogos com tacos e bolas, é pacífico
século XVIII. Como não poderia deixar de ser,
Open - aberto a profissionais e amadores - e
possuía uma importante comunidade inglesa.
exportada para os países onde o golfe é um
1962, o campo tem 18 buracos. O
dizer-se que o golfe, tal como hoje o conhece-
a Escócia foi novamente pioneira: Honourable
foi adamado herói nacional. Essa gloriosa con-
Nesse contexto, foi criado o Oporto Niblicks
dos principais desportos em número de prati-
especialistas consideram-no um trick
mos, nasceu na Escócia, algures entre o século
Company of Edimburgh Golfers, em Edim-
quista impulsionou o golfe, aumentando con-
C lub. Em Lisboa, nasceu, em 1922, o Lisbon
cantes. Turistas do Reino-Unido e do Norte da
course, ou seja, um campo sinuoso,
XIV e XV. O jogo tornou-se tão popular entre
burgo ( 1744); Saint Andrews Society of Golfers,
sideravelmente o número de praticantes. Ano
Sports Club, em Belas. Os mentores deste clube
Europa parecem concordar com a qualidade dos
com vários obstáculos naturais.
os escoceses que o parlamento daquele país
em Saint Andrews (1 754). Fora da Grã-Breta-
após ano, o número de jogadores foi crescendo.
foram ingleses ligados aos transportes e às tele-
campos nacionais. O turismo português agra-
criou uma lei, em 1457 , que condicionava a
nha, as primeiras colectividades de golfe surgi-
Hoje, nos EUA, há perto de 16 mil campos e
comunicações, que viviam na Capital. Cerca de
dece. E o golfe nacional também.
Lisbon Sports Club - Fundado, no
Sopro de maquilhagem Soleil Antique é o nome da colecção de maquilhagem La Roche-Posay para a PrimaveraVerão 2005. Numa odisseia rica em cores que celebram o feminismo intemporal, o dourado
= =
-
associa-se ao turquesa e o resultado é precioso, desvendando a magia solar. Soleil Antique é um sopro de optimismo ao panorama da moda, pela vivacidade das cores e pela frescura elegante que confere. Com a nova colecção La Roche-Posay coloque em cena todo o seu feminismo.
Sublime Bronze Loewe • mima as maes
A L'Oréal Dermo-Expertise sabe que é importante manter um tom de pele bonito todo o ano, mesmo quando o sol teima em não aparecer, por isso, reforçou a gama Sublime Bronze com dois novos
o Creme Autobronzeador Instantâneo,
Fiel ao princípio de criar produtos da mais alta
produtos.
qualidade aliada a uma estética muito própria, a
ideal para o rosto, oferece um tom dourado
Loewe preparou conjuntos que vão chegar ao
imediato, ultranatural e duradouro. Já o Gel
coração de todas as mulheres e, especialmente,
Autobronzeador + Efeito Alisante, poderá ser usado
das mães. Com o Dia da Mãe bem próximo, a
no rosto e no corpo, actua no sentido de
Loewe decidiu prestar uma homenagem merecida
proporcionar um efeito bronzeado uniforme e
através de três coffrets diferentes, com as
duradouro, acompanhado de um efeito de
fragrâncias mais marcantes da marca "escondidas"
alisamento.
em práticos nécessaires de mão. No mínimo, uma prenda inesquecível.
Beleza Mediterrânica A Lancaster está decidida a ajudá-la a manter a pele bonita e saudável por mais tempo, por isso criou linhas de tratamento adequadas aos vários tipos de pele. Mas, para manter bem vivo o segredo da beleza mediterrânica, a marca foi ainda mais longe e apresenta agora coffrets que incluem as linhas de tratamento criadas especialmente para corresponder às necessidades de cada tipo de pele. Seja para actuar contra as rugas, no prolongamento da juventude da pele ou somente para garantir uma hidratação e nutrição perfeitas, a Lancaster tem a resposta.
~
Associa çoes e doentes - interlocutores a atender e a enten er O
s doentes, quaisquer que sejam as doenças que os
mativo, moral e psicológico, o qual complemente aquele que
sua inscrição e ao auferir dos eventuais benefícios gerais e indi-
aquilatar pelas realizações que formos capazes de pôr em prá-
aflijam, particularmente se tais doenças forem
já lhe estará ou virá a ser prestado pelos órgãos técnicos, tais
viduais que a associação se propõe facultar, houve o cuidado
tica dentre as que a nossa própria experiência ou dos exemplos
graves, crónicas, portadoras de estados físicos
como os hospitalares e os serviços e órgãos clínicos.
de fixar uma quota mínima anual de 15 euros, a qual hoje é
de que viermos a tomar conhecimento nas reuniões nacionais
extremamente penosos e/ou mutilantes das potencialidades ou
Esta a razão da existência das Associações de doentes.
insignificante face aos valores de mercado de bens essenciais
e internacionais a que temos assistido e, se pudermos, não dei-
ainda limitativas das actividades essenciais, necessitam de ser
Concretamente, interessa-nos agora tratar a Associação Por-
e dos superflúos como, por exemplo, o
apoiados e acompanhados, nomeadamente por uma infor-
tuguesa de Doentes da Próstata, criada e registada em Julho de
café e tabaco, mas, porque vinculativa,
«0 que é que eu lucro
Este o motivo deste nosso artigo: dar a
mação actualizada obtida sobre os possíveis e mais avançados
2003 e que se encontra ainda numa fase de divulgação e de
iria representar uma clara intenção em
com o ser associado
conhecer aos técnicos de saúde das nossas
tratamentos, incluindo fármacos, técnicas e centros de saúde.
crescimento, tendo apenas uma sede provisória e ainda a fun-
contribuir para uma obra de solidarie-
Porém, exactamente pelo desânimo que normalmente sobre-
cionar como Comissão Instaladora.
dade em que cada um é, ele próprio, o
vem nesse tipo de doentes, são estes levados a aceitar com
Considerando como válidas as razões que assistem à criação de
beneficiado.
reservas as indicações e orientações que os técnicos lhes pro-
quaisquer das Associações de Doentes, e que acima se procu-
porcionam se não dispuserem também de testemunhos de
xaremos de continuar a assistir.
e em pagar uma quota
unidades hospitalares esta nossa realidade, sua razão de ser, suas motivações e, até, as
anual?».
suas dificuldades e limitações, para que
Mais do que uma vez nos deparámos
É uma pergunta difícil
nos aceitem e nos compreendam e, por-
raram apontar, pareceria que, desde que houvesse real desejo
com a seguinte pergunta: "Mas, concre-
de responder, pois o que
que não, nos apoiem, já que a nossa
quem tenha seguido e experimentado tais prescrições.
em instalar uma dessas associações, e fosse dado a conhecer aos
tamente, o que é que eu lucro com o ser
parece estar em causa
acção, se válida, complementará a que
Porque existe, como subjacente a tais doentes, um desânimo
respectivos doentes a sua existência, haveria um pronto afluxo
associado e em pagar uma quota anual?".
mais ou menos profundo, com descrença sobre as suas possi-
de interessados e ela ficaria prontamente em condições de
É uma pergunta difícil de responder, pois
bilidades futuras, senão mesmo sobre a sua própria sobrevi-
realizar, em pleno, as suas actividades e a cumprir os seus
o que parece estar em causa é o mercan-
inerente à pergunta,
dos seus doentes e fazer-lhes recuperar a
vência, tais doentes necessitam de um apoio psicológico ade-
objectivos estatutários.
tilismo inerente à pergunta, quando a
quando a Associação
sua estabilidade moral, emocional e psi-
quado por psicólogos clínicos devidamente orientados para o
Porém, tal não se passa efectivamente. Apesar de só em termos
associação visa, fundamentalmente, o
visa, fundamentalmente,
apoio dos doentes com específicas situações clínicas.
de doenças oncológicas prostáticas, existirem em Portugal
prestar serviços morais e psicológicos,
Mas, por muito que tal acompanhamento psicológico de
130 mil doentes, falecendo anualmente cerca de 1.800, são
pois, mesmo as facilidades que vier a
prestar serviços morais
ordem técnica, lhes minore as suas angústias, esses doentes não
enormes as dificuldades em a Associação chegar aos doentes e
conseguir para os doentes, uma vez
dispensam, porque mais eficazes, o apoio e o aconselhamen-
os tornar receptivos, quer pela difusão de informação pelos
obtidas, irão beneficiar todos e quais-
tência e interesse da nossa associação e
to amigo de outros doentes dos mesmos males, que tiveram já
consultórios dos médicos urologistas, quer pelo envolvimen-
quer doentes e não apenas os que estive-
cujos elementos de referência são:
a possibilidade de ultrapassarem análogas crises e ali estão
to das farmácias, quer pela intervenção , que tem havido, em
rem associados e com as quotas em dia.
disponíveis para lhes levantar a moral e garantir-lhes a espe-
meios da Comunicação Social.
Não sabemos se estas dificuldades são
Associação Portuguesa dos Doentes da
rança.
A Associação Portuguesa de Doentes da Próstata, desde há um
igualmente sentidas nas múltiplas asso-
Próstata
Por outro lado, porque os doentes, isoladamente, terão difi-
ano e meio a procurar dar-se a conhecer, bem como aos seus
ciações congéneres, mas acreditamos que
NIC 506463575
culdades em fazer ouvir, junto das respectivas instâncias, as suas
objectivos, tem, neste momento, apenas 85 associados, o que
Sim .
Rua Cidade de Lobito, lote 273 r/ c -
necessidades específicas de apoio ou as suas reivindicações,
é claramente pouco para realizar os seus ambiciosos objectivos
Todavia, na Associação Portuguesa dos
esquerdo
necessário se torna criar organizações de doentes com idênticos
em prol dos doentes de doenças traumatizantes como são as da
Doentes da Próstata, como decerto nas
Olivais Sul
problemas, devidamente reconhecidas como de solidariedade
próstata, uma das quais, o cancro, é a segunda causa de morte
outras, tal incompreensão não nos des-
social, para lhes obterem as soluções para os seus problemas e
dos homens portugueses.
mobiliza pois temos a certeza de estarmos
Tenente General António Avelino Pereira Pinto
necessidades e ainda para, de forma organizada, se disponibi-
Justamente para se ir ao encontro de todos os portugueses por
a pugnar por uma actividade de interesse
Presidente da APDP
lizarem para o seu possível acompanhamento e apoio infor-
forma a que o encargo como associado não fosse obstáculo à
inestimável e cuja valia só poderá vir a
é o mercantilismo
e psicológicos.
lhes cabe e que outra não é senão a de curar ou minorar os padecimentos físicos
cológica. Termino fazendo o apelo para que colaborem na difusão do conhecimento, dentre os seus doentes prostáticos, da exis-
1800-088 Lisboa Telefones: 21.8517709; 21.8544478 Telemovel: 91.8313336 Email: apdprostata@iol.pt
•
O tratamento de dados pessoais nas unidades de cuidados de saúde A protecção dos dados pessoais tem vindo a
guar se estavam verificados os requisitos de legitimidade para
para investigação cientifica, ou das
assumir uma importância crescente em diver-
o tratamento dos dados; e (iv) verificar se os tratamentos res-
regras de acesso ao dossier clínico por
sos sectores de actividade, quer porque existe
peitavam o segredo médico e os estatutos dos utentes bem
parte de terceiros, em especial das
uma maior consciência por parte dos cidadãos dos seus
como o direito de acesso aos dados pelos próprios doentes.
seguradoras). No Relatório a CNPD
direitos de privacidade, quer em virtude da intervenção
A auditoria permitiu à CNPD fazer uma avaliação do nível
formula ainda diversas recomenda-
cada vez mais frequente da Comissão Nacional de Pro-
de irregularidades existentes nos hospitais e os resultados são
ções aos hospitais, sublinhando que
tecção de Dados Pessoais (CNPD).
preocupantes - a conclusão da CN PD é que existe um gene-
algumas devem ser adoptadas no
A protecção dos dados pessoais estende-se também ao sec-
ralizado incumprimento da lei por parte dos hospitais em
prazo de 6 meses.
tor da saúde, sendo reflexo disso a auditoria levada a cabo
matéria de tratamento de dados pessoais de saúde.
Um outro elemento que deverá ser
pela CNPD em 38 hospitais, públicos e privados, e que
Entre as situações mais graves estão a falta de informação
tido em conta no tratamento de
deu origem a um Relatório divulgado em Novembro de
aos utentes dos seus direitos em matéria de privacidade,
dados pessoais pelas unidades de
hospitais são responsáveis por asse-
2004, bem como a publicação da Lei n. 0 12/2005, de 26
o tratamento de dados clínicos para finalidades de inves-
saúde é a Lei n. 0 12/2005 de 26 de
gurar que o tratamento· de dados de
de Janeiro (informação genética e informação de saúde).
tigação cientifica sem o consentimento dos doentes, a
Janeiro, que regula o tratamento e cir-
saúde é feiro nos termos estabeleci-
A auditoria realizada pela CNPD teve por base as seguin-
ausência de notificação das bases de dados à Comissão, e
culação de informação de saúde e de
dos na lei o que, de acordo com o
tes preocupações: (i) verificar se a recolha de dados e res-
o tratamento de dados sensíveis sem consentimento do
informação genética. Os principais
Relatório da CNPD não vem suoe-
pectivo tratamento estariam a ser realizados com observância
seu titular e da CNPD.
aspectos a reter para efeitos de trata-
dendo na maior parte das unidades
do princípio da transparência e com salvaguarda do direi-
A CNPD reconhece que a regularização de algumas
men ro de dados pessoais são os
de saúde. Tendo em atenção que
to de informação dos doentes; (ii) saber se os dados eram
situações só será possível com a total informatização do
seguintes: a informação de saúde é
aquela responsabilidade é não apenas
tratados no âmbito de finalidades determinadas e legítimas
tratamento de dados de saúde pelos hospitais e que, em
propriedade da pessoa à qual a mesma
(prevenção, diagnóstico, prestação de cuidados e gestão
determinados aspectos, a lei não contempla as soluções
se refere (titular da informação),
de serviços de saúde) e se os tratamentos subsequentes
mais adequadas para proteger os interesses em presença
sendo as unidades de saúde meros
seriam compatíveis com as referidas finalidades; (iii) averi-
(como no caso dos requisitos para o tratamento de dados
depositários daquela informação; o titular da informação
o direito de conhecer o respect1vo
"As administrações
dos hospitais são responsáveis por assegurar que o tratamento
de dados de saúde seja feito nos termos estabelecidos na lei"
Margarida Couto Magda Cocco
> Há um generalizado incumpri-
dados de saúde
mento da lei no tratamento de
> Existem diversas irregularidades
dados de saúde para fins de
na instalação e utilização de sis-
investigação científica
temas de videovigilância
> N ão são adoptados procedimentos para assegurar o "d ireito à informação" > São geralmente tratados dados
> Não existem mecanismos que
> A maioria dos tratamentos de
sensíveis (raça, toxicodepen-
permitam assegurar a confiden-
dados não são notificados à
dência, hábitos alcoólicos, etc)
cialidade e inviolabilidade dos
CNPD
de forma ilegal
ção de saúde pelo respectivo titular ou
por terceiros autorizados por aquele
deve ser sempre feito através do médico escolhido pelo titular da informação; a informação de saúde só pode ser facultada para fins de investigação se for tomada anónima. De notar que as Administrações dos
contra-ordenacional mas também criminal e que a CNPD já fez saber que vai voltar aos hospitais, é tempo
tem, salvo em casos excepcionais devidamente justificados,
Principais irregularidades
processo clínico; o acesso à informa-
1
de lançar mãos à obra e regularizar o tratamento de dados pessoais de saúde nos hospitais.
Os hospitais devem > Efectuar um levantamento
> Rever os formulários de recolha
> Informatizar progressivamente
exaustivo de todos os tratamen-
de dados existentes e afixar avi-
o tra tame n t o de dados de
tos existentes e notificá-los à
sos destinados a assegu rar o
saúde, implementando regras e
CNPD
direito à informação
procedimentos internos para
> Submeter a autorização da CNPD os tratamentos relevantes
> Obter o consentimento dos utentes para a investigação científica
garantir a sua segurança e inviolabilidade
Venda de medicamentos fora das farmácias A questáo da venda de medicamentos não sujeitos a receita
mais triviais que sejam os seus efeitos terapêuticos. E isto é verdade
demonstrado que a informação daí resultante traga algum contribu-
Qualidade da informação
médica (MNSRM) fora das farmácias, designadamente
mesmo quando os medicamentos são dispensados nas farmácias.
to significativo para a melhoria do sistema.
A disponibilização de informação de qualidade aos consumidores é
nas grandes superfícies comerciais, tem sido amplamente
Não é, portanto o local de dispensa que constitui um factor de agra-
Todos os MNSRM poderão ser vendidos fora da farmácia.
absolutamente fundamental para garantir a utilização efectiva e segu-
debatida nos meios de comunicação social, desde que esta medida foi
vamento ou redução do risco, tanto mais que as reacções adversas gra-
Se a dispensa destes medicamentos for feita sob
ra dos MNSRM. A qualidade do Folheto Infor-
anunciada pelo Primeiro-Ministro em 12 de Março deste ano.
ves estão em geral associadas a uma susceptibilidade individual, de natu-
a supervisão de um farmacêutico, como parece ser
mativo, (vulgo bula) que acompanha alguns medi-
Alguns dos argumentos que têm sido avançados a favor e contra esta
reza desconhecida e, portanto, difícil de antecipar.
o caso, não existem razões técnicas para que a
medida, nem sempre primam pela coerência e objectividade.
Se é impossível anular o risco, é no entanto possível minimizar os seus
venda de alguns deles tenha de continuar obri-
Importa fazer uma análise desapaixonada e tão objectiva quanto pos-
efeitos. Isso passa por uma boa informação de utilização, pelo acesso
gatoriamente a ser feita na farmácia.
sível desta questão e, sobretudo, centrarmo-nos na vertente essen-
a um profissional de saúde e pela detecção precoce dos efeitos adver-
A "pílula do dia seguinte" tem sido frequente-
cialmente técnica do problema.
sos e eventual suspensão do medicamento.
mente referida como exemplo de um medica-
É, portanto, o acesso a uma boa informação por parte do consumidor
mento que deveria continuar a ser vendido
Possíveis vantagens da medida
e uma atitude esclarecida do farmacêutico que fazem a diferença e não
exclusivamente na farmácia. A afirmação de
A dispensa de MNSRM pode melhorar a acessibilidade aos medica-
o facto de o medicamento ser vendido dentro ou fora da farmácia.
que este medicamento teria um perfil de efeitos secundários claramente desfavorável carece de
mentos por parte dos consumidores para tratamento sintomático de
Os ganhos para o Estado serão provavelmente marginais. Mas é indiscutível o valor político e simbólico desta medida: estará definitivamente posto em causa o princípio monopolista e obsoleto da restrição da propriedade das farmácias.
camentos, particularmente os mais antigos, é mais do que duvidosa. Deste modo, deverá ser feito um esforço por parte das entidades responsáveis, no sentido de actualizar e adequar a informação ao consumidor em geral, com instruções muito daras sobre quais os reais benefícios e riscos do medicamento e de como proceder se surgirem efeitos indesejados. Só assim o consumidor poderá decidir de modo esclarecido e, portanto, com liberdade e responsabilidade.
situações passíveis de automedicação.
Requisitos exigíveis
demonstração científica. A aspirina, que nin-
Mas a principal vantagem desta medida é, indiscutivelmente, de cariz
Para que possa ser autorizada a comercialização e utilização de qual-
guém parece questionar como MNSRM terá,
económico.
quer medicamento, é necessário demonstrar que este tem eficácia, segu-
seguramente, um perfil de segurança potencial-
Segundo dados da IMS Health, o mercado dos MNSRM representou
rança (sempre relativa, como vimos) e qualidade farmacêutica.
mente mais problemático.
cerca de 250 milhões de euros em 2003, ou seja, cerca de 8% do mer-
A garantia de qualidade de qualquer medicamento passa pelos requi-
Assumindo que nas grandes superfícies os
cado total de medicamentos a PVP. A simples redução de 2 o/o na taxa
sitos do próprio processo de aprovação mas, também, por um sistema
MNSRM vão ser dispensados em espaço pró-
de comercialização actualmente praticada nas farmácias (20%) traduzir-
de monitorização e inspecção das condições de armazenamento e
prio, sob a supervisão de um farmacêutico e res-
se-ia numa poupança para os utilizadores de cerca de 5 milhões de euros.
venda, da responsabilidade da agência reguladora do mediamento, ou
peitando todos os requisitos de qualidade far-
Espera-se, contudo, que a liberalização dos preços, com o conse-
seja, o INFARMED. Estender este sistema às superfícies comerciais
macêutica e de monitorização da segurança, não
Em conclusão:
quente aumento da concorrência, bem como a capacidade negocial das
onde irão ser vendidos os MNSRM é, portanto, fundamental, para que
vejo nenhuma razão técnica para restringir a
A venda de MNSRM fora das farmácias, sob a
grandes superfícies comerciais levem a uma redução significativa nos
se possa garantir a qualidade desses medicamentos.
venda da "pílula do dia seguinte" às farmácias.
supervisão de um farmacêutico e respeitando os
preços destes medicamentos. Deste modo, as poupanças para os cida-
Quanto à monitorização dos possíveis efeitos adversos, o farmacêuti-
A situação que se verifica no Reino Unido, com
requisitos para uma dispensa e utilização ade-
dãos poderiam ser consideravelmente superiores.
co é, por lei, um dos agentes do sistema nacional de farmacovigilân-
uma lista de medicamentos designada GSL (gene-
quadas, tem vantagens para os cidadãos e para o
cia, devendo essa actividade ser assegurada quer na farmácia do hos-
ral sales list) por oposição à lista P(pharmacy) não
SNS , sem que daí advenham problemas de
A falsa questão da segurança
pital, quer na farmácia comunitária ou na "farmácià' de uma superfície
me parece dever aplicar-se a Portugal, na medida
Tem-se argumentado que a dispensa de medicamentos fora das far-
comercial. É pois, vital o papel do farmacêutico na dececção e notifi-
em que naquele país a venda dos medicamentos
mácias constituiria um risco para a saúde pública, dando como exem-
cação das reacções adversas graves ou inesperadas associadas à utiliza-
fora das farmácias é feita sem a supervisão de
plo a intoxicação hepática pelo paracetamol no Reino Unido, onde este
ção dos MNSRM.
um farmacêutico.
medicamento é vendido sem receita médica em vários tipos de lojas
A ideia de que os próprios utentes poderiam notificar reacções adver-
A única excepção poderia ser a dos medicamen-
comerciais. Mas a verdade é que não está demonstrado que o proble-
sas, suprindo neste caso as limitações do sistema, parece-me desade-
tos comparticipados pelo SNS, que representam
ma exista apenas quando o medicamento é vendido fora das farmácias
quada e perigosa. Sabemos que a identificação de uma possível reac-
cerca de 2% dos MNSRM. Por razões meramente operativas pode jus-
Os ganhos para o Estado serão provavelmente marginais. Mas é indis-
ou que seja agravado por esse facto.
ção adversa medicamentosa é um processo complexo e difícil, mesmo
tificar-se que a sua dispensa se mantenha nas farmácias, na medida em
cutível o valor político e simbólico desta medida: estará definitivamente
O risco de efeitos secundários graves com a utilização de MNSRM é
para um profissional de saúde experimentado. Por outro lado, em alguns
que a flutuação dos preços no mercado tornaria mais complexo o pro-
posto em causa o princípio monopolista e obsoleto da restrição da pro-
mínimo, mas existe. Nenhum medicamento é desprovido de risco, por
(poucos) países onde os próprios doentes podem notificar, não está
cesso de comparticipação.
priedade das farmácias.
Por seu lado, o farmacêutico terá um papel fundamental na garantia de que o medicamento é utilizado para as indicações aprovadas, na identificação e prevenção de eventuais interacções medicamentosas e na promoção da monitorização activa da segurança dos medicamentos dispensados.
Vasco A. J. Maria Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, perito da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMEA) para a área da segurança e ex-presidente do INFARMED.
saúde pública. Os ganhos para os cidadãos dependerão do modo como a medida venha a ser implementada, do funcionamento das leis da concorrência e do grau de confiança dos próprios consumidores no processo.
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH fez eco, mensalmente, das medidas tomadas por quem nos governa e que de uma forma ou de outra são importantes para o sector da Saúde e, em casos mais específicos, para o próprio País. Nesta edição, damos conta de decisões apresentadas em Diário da República entre 3 de Março e 4 de Abril de 2005
MINISTÉRIO DA SAÚDE Portaria n. 0 281/2005, de 17 de Março de 2005
Portaria n.0 33912005, de 31 de Março de 2005 AI cera o plano de escudos do curso de licenciatura em Ciências Farmacêu-
Aprova a lista de classificação dos hospitais
ticas ministrado pela Universidade Fernando Pessoa
Pinto de Freitas do Amaral Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Prof. Doutor Luís Manuel Moreira de Campos e Cunha Ministro de Estado e das Finanças, o Dr. Mestre em Direito Manuel Pedro Cunha da
Silva Pereira Ministro da Presidência, o Dr. Luís Filipe Marques Amado Portaria n. 31012005, de 23 de Março de 2005 Regula a cfcccivação do dever de pagamento de concribuiçõcs e caxas por parcc das entidad"5 regulador"5 de saúde 0
Portaria o.0 340/2005, de 31 de Março de 2005 Aucoriza o lnscituco Politécnico de Leiria, através da sua Escola Superior de Tecnologia e G<5tão, a miniscrar o curso biecápico de licenciatura em 1 ecnologia dos Equipamentos de Saúde e aprova o respectivo plano de escudos
Ministro da Defesa Nacional, o Dr. AJbcno Bernardes Cosca Ministro da
Estabelece que o custo dos acros relarivos aos pedidos previstos no Decre-
Portaria o .0 34112005, de 31 de Março de 2005
Jusciça, o Prof Doutor Francisco Carlos da Graça Nunes Correia Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, o Doutor Manuel Amónio Gomes de Almeida de Pinho Ministro da Economia e da Inovação, o Dr. Jaime de Jesus Lopes Silva M iniscro da Agriculcura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, o Engenheiro Mes-
to-Lei n.0 7919 1, de 8 de Fevereiroaui encargo dos requerentes. Revoga a Portaria n.0 854/97, de 6 de Setembro
Autoriza o Instituto Politécnico de Leiria, através da sua Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a ministrar o curso bietápico dt: lice:nciacurd t:m lnfor-
tre em Recursos Hídricos Mário Líno Soares Correia Ministro das Obras Públicas, Transpones e Comunicações; o Dr. José Amónio Fonseca Viei-
mática para a Saúde e aprova o respectivo plano de <5cudos
ra da Silva M inistro do Trabalho e da Solidariedade Social, o Prof. Doutor António Fernando Correia de Campos Ministro da Saúde, a Prof• Doutora Maria de Lurdes Reis Rodrigues Ministra da Educaçao, o Prof Doucro José Mariano Rebelo Pires Gago Miniscro da Ciência, Tecnologia e Ensi-
Portaria n.0 37712005, de 4 de Abril de 2005
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Decreto- Lei n. 0 57/2005, de 4 de Março de 2005 Estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2005
Portaria n. 353/2005, de 1 de Abril de 2005 Aucoriza o funcionarnenco do curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem Comunitária na Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, INOVAÇÃO E ENSINO SUPERIOR Portaria o. 0 23512005, de 3 de Março de 2005
e aprova o respectivo plano de estudos
no Superior, a Profa Doutora Maria Isabel da Silva Pires de Lima Ministra da C ultura, o Prof. Doutor Augusto Ernesto Santas Si lva Ministro dos Assuntos Parlamentares e o Dr. Jorge Lacão Costa Secretário de Estado da
Converte a ocola Superior.de Enfermagem da G uarda, do lnsticuto Politécnico da Guarda, em = la superior de saúde, com a denominação de Escola Superior de Saúde da G uarda
Portaria n.• 354/2005, de 31 de Março de 2005
Presidência do Conselho de Ministros
Aumriza o funcionamenco do curso bietápico de licenciatura de especiali-
0
zação em Enfermagem de Saúde lnfàntil e Pediatria nas Escola Superior de Enfermagem de São Vicente de Paulo
Portaria n. 0 250/2005, de 10 de Março de 2005 Autoriza o funcionamenm do c urso de licenciatura em Ciências da Nutri-
Decreto do Presidente da República n.0 20-B/2005, de 14 de Março Nomeia, sob proposta do Primeiro-Ministro, o Dr. Mestre em Direito Filipe Alberto da Boa Baptista Secretário de Esrado Adjunto do PrimeiroMinistro, o Dr. Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita Secretário de
Portaria o.0 360/2005, de 31 de Março de 2005 Cria na Escola Superior de Enfermagem de São João de Deus o curso de póslicenciacura de especialização em Enfermagem de Saúde Meneai e Psiquiatria e aprova o respec tivo plano de escudos
nistração Interna, o Dr. Ascenso Luís Seixas Simões Secretário de Esrado
Decreto-Lei n. 0 67/2005, de 15 de Março de 2005 Regula o reconhecimenco pelo Estado Português dos graus académicos
Portaria n. 369/2005, de 4 de Abril de 2005
da Administração Interna, o Dr. Mestre em D ireito Fernando António Parcela Rocha de Andrade Subsecretário de Escada da Administração Inter-
conferidos na sequência da conclusão com êxito de um cu rso de mestrados "Erasmus Mundus" e a sua cirulação
Altera o plano de estudos do curso de licenc iatura em Medicina Dentária mi nistrado pela U niversidade Fernando Pessoa
Portaria n. 0 295/2005, de 22 de Março de 2005
Portaria n.• 37 112005, de 4 de Abril de 2005 Alcera a Porcaria n.0 1397/2005, de !O de novembro, que aucoriwu o funcionamento do curso de pós-licenciacura de <5pecialização em Enfermagem Comunitária ministrado na Escola Superior de Enfermagem da !maculada
ção no lnscicuto Superior de Ciências da Saúde-Sul e aprova o respeecivo plano de escudos
Auroriza o funcionamento do curso bietápico de licencia cura em Terapêu-
tica da Fala no lnstituco Superior de Saúde do Alco Ave e aprova o respectivo plano de "5tudos
0
Conceição
Portaria o .0 29612005, de 22 de Março de 2005 Cria o curso de pós-licenciatura de c.specia1ização cm Enfermagem de Reabilitação a miniscrar conjumamcme pelas Escolas Superiores de Enferma-
Altera o plano de escudos do curso de licenciatura em Enfermagem minis-
crado pela Escola Superior de Saúde Egas Moniz
Portaria n.0 29712005, de 22 de Março de 2005 Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Saúde
Aumriza o funcionamento do curso de pós-licenciatura de especialização em
Portaria n .0 374/2005, de 4 de Abril de 2005
de Enfermagem de Arcur Ravara, de Calouste G ulbenkiam de Lisboa, de Francisco Gencil e de Maria Fernanda Resende e aprova o r<5pectivo plano de estudos Portaria n. 0 299/2005, de 23 de Março de 2005
Enfermagem Médico-Cirúrgica na Escola Superior de Enfermagem Dr. José Timóteo Montalvão Machado Portaria n. 0 37512005, de 4 de Abril de 2005 Cria na Escola Superior de Enfermagem do Dr. Ângelo da Fonseca o curso de pós-licenciacura em Enfermagem de Saúd e Macerna e Obstetrícia e
Estado da Administração Pública, o Dr. Laurentino José Monteiro Castro Dias Secretário de Estado d a Juventude e do Desporto, o Dr. Manuel Lobo Antunes Secretário de Escada da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, o Dr. José Manuel Vieira Conde Rodrigues Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, o Dr. Mescre em Direico João Tiago Valence Almeida da Silveira Secretário d e Escado da Justiça, o Prof. Doutro Humberto Delgado U bach C haves Rosa Secretário de Estado do Ambiente, o Prof. Doucor João Manuel Machado Ferrão Secretário de Escada do Ordenamento do Território e das Cidades, o Prof. Doutor Rui Nuno Garcia de Pina Neves Baleiras Secretário de Escada do D<5envolvimento Regional, o Prof. Doutor António José de Casem G uerra Secretário de Estado Adjunto, da lndúscria e da Inovação, o D r. Fernando Pereira Serrasquei-
aprova o respectivo plano de estudos
ro Secretário de Estado do Com ércio, Serviços e Defesa do Consumidor, o Dr. Bernardo Luís Amador Trindade Secretário de Estado do Turismo,
MINISTÉRIO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DO TRABALHO Portaria n.0 282/2005, de 21 de Março de 2005 Alcera a Portaria n.0 268/97, de 18 de Abril, que estabelece as normas de fun-
o Dr. Luís Medeiros Vieira Secrecário de Escada Adjunco, da Agriculcura e das Pescas, o Engenheiro Rui Nobre Gonçalves Secretário de Estado do Desenvolvimenco Rural e das Florestas, o Dr. Paulo Jorge Oliveira Ribeiro de Campos Secretário de Escado Adjunto, das Obras Públicas e das
Altera o plano de escudos do curso de licenciatura em Enfermagem da
Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches
na, o Prof. Doutor João Titterington Gomes C ravinho Secretário de Esta-
do dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, o Dr. Fernando Manuel Mendonça de Oliveira Neves Secrecário de Estado dos Assuncos Europeus, o D r. António Fernandes da Silva Braga Secretário de Escada das Comunidades Portuguesa, o Prof. Doucor Manuel Pedro da Cruz Baganha Secretá rio de Escado Adjunro e do Orçamenco, a Dr.' Maria dos Anjos Melo Machado Nunes Capoce Secretária de Estado do Tesouro e Finanças, o Dr. João José Amaral Tomaz Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o Dr. João Alexandre Tavares Gonçalves de Figueiredo Sccrcrário de
Portaria n. • 373/2005, de 4 de Abril de 2005
gem de Artur Ravara, de Calousce Gulbenkiam de Lisboa, de Francisco Gentil e de Maria Fernanda Resende e aprova o respecrivo plano d e estudos
Materna e Obstetrícia a ministrar conjuntamenrc pelas Escolas S uperiores
Escada Adjunto e da Administração Local, o Dr. Mestre cm Direiro José Manuel dos Santos Magalhães Secretário de Estado Adjunto e da Admi-
Portaria n.0 300/2005, de 23 de Março d e 2005 Autoriza o funcionamento do cutSO de licenciatura em Engenharia Alimentar e G<5tão de Sistemas do lnscituto Superior de Ciências da Sa\1de - Sul e apro-
cionamento e define o regime de concessão de apoios técnicos e financei-
va o rcspecrivo plano de esrudos
go e Formação Profissional
Portaria n. 0 30212005, d e 23 de Março de 2005 Cria na Escola Superior de Enfermagem do lnstituco Policécnico de Viseu o curso de pós-licenciatura de especialização em enfermagem de Rcabilicação e aprova o rcspectivo plano de estudos
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS Aviso n .0 6712005, de 24 de Março de 2005
ros da medida Estágios Profissionais, promovida pelo Instituto do Empre-
Comunicações, a Engenheira Mestre em Tra nsportes Ana Paula Mendes Vitorino Secretária de Estado dos Transportes, o Dr. Mestre em Econo-
mia Pedro Manuel D ias de Jes us Marques Secretário de Estado da Segu-
Torna público cer Portugal depositado, em 7 de Janeiro de 2005, junto do Secretário-Geral das Nações Unidas o seu instrumento de ratificação da Emenda ao artigo 7° da Consticuição da Organização Mundial de S~úde
Portaria n.0 303/2005, de 23 de Março de 2005 Cria na Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Viseu
o curso de pós-liccnciacura de especialização cm Enfermagem de Saúde lnfuncil e: Pc<liacria e e1prova o rcspcccivo plano de escudos
Portaria n. 0 306/2005, de 23 de Março de 2005 Aprova o plano de "5tudos do curso bietápico de licenciatura em Dietética ministrado peLi Escola Superior de Saúde do lnscituco Politécnico de Bragança
MINISTÉRIO OA AOMINISTRAÇÃO INTERNA Decreto-Lei n.• 75-Af2005, d e 24 de Março de 2005 Incerpreca o Decreto- Lei n. 0 44/2005, de 23 de Fevereiro, que alcera o Código da Estrada, aprovado pelo Decreco-Lei n.0 11 4/94, de 3 de Maio PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Autoriza o lnstiturn Superior de Ciências da Saúde - Norce a conferir o grau
Exonera do cargo de Primeiro-Ministro o Dr. Pedro Santana Lopes
COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES Mapa Oficial n .• l -A/2005, de 8 de Março de 2005
Decreto do Presidente da República n. 0 1912005, de 12 de Março Nomeia Primeiro-Ministro o engenheiro José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa
Relação dos depucados eleicos e mapa oficial das eleições para a Assembleia da República realizadas em 20 de Fevereiro de 2005
Portaria n. 0 320/2005, de 28 de Março de 2005 Autoriza o funcionamenco do curso de complemenco da formação cm Enfermagem no Instituto Superior de Saúde do A1co Ave e aprova o respect1vo plano d estudos
Maciel Almeida Correia Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, !dália Maria Marques Salvador Serrão de Menezes Moniz Secretária de Estado Adjunta e da Reabil icação, o Dr. Francisco Vencura Ramos Secretário de Escado da Saúde, a Dr.ª Carmen Madalena da Costa Gomes e C unha Pignacelli Secretária de Escada Adjunca e da Saúde, o Prof Doutro Jorge Miguel.de Melo Viana Pedreira Secretário de Escada Adjunto e da Educação, o Dr. Mescre em Ciências da Educação Valcer Viccorino Lemos Secretário de Estado da Educação, o Prof. Doutor Manuel Frederico Tojal de Valassina Heicor Secrecário de Estado da Ciência, cecnologia e Ensino Superior e o Prof Doutor Mário Vieira de Carvalho Secrcrário de Estado da Cultura
Decreto d o Presidente d a República o. 0 1812005, de 12 de Março
Portaria n. 0 309/2005, de 23 de Março de 2005 de mestre na especialidade de Terapias Moleculares
rança Social, o Dr. Mestre em H istória Económica Fernando Medina
Decreto do Presidente da República o.0 2012005, de 12 de Março Nomeia. sob proposta do Primeiro- Ministro, o Dr. António Luís Santos Costa Miniscro de Enado e da Adminisuação Interna, o Prof. Doutor Diogo
Declaração de Rectificação n. 0 1412005, de 18 de Março de 2005 De ter sido rectificado o Mapa n.0 l-A/2005, da Comissão Nacional de Eleições, publicado no Diário da República l.ª série-A, n. 0 4 7 , suplemento, de
8 de Março de 2005
Roche Inovamos na Saúde
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Onosso Presente éoseu futuro .jMSD
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