ENSP com dois novos cursos em Outubro
04 Editorial
o presidente da APAH, Manuel Delgado, analisa as carreiras dos AH, face às mudanças que têm acontecido no país. Ficam em aberto ainda alguns conceitos importantes sobre os quais estes profissionais de saúde devem reflectir.
1oActualidade
Os Administradores Hospitalares vão reunir-se em Nice, em Setembro, no 34º Congresso da Federação Internacional dos Hospitais. A APAH também vai estar representada. Saiba que temas vão ser discutidos e que personalidades vão estar presentes
12 Entrevista
Vasco Reis, professor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), dá a conhecer aos leitores da GH dois novos cursos que passam a fazer parte do currículo da escola. Mas o responsável da ENSP vai mais longe e analisa também o momento político na Saúde, e o papel dos AH
20 Reflexões
A GH pega no Plano Tecnológico e faz um balanço. Progresso e competitividade passam pelo empenho dos governantes neste domínio que está, como se sabe também, directamente ligado à Saúde. Um assunto que vamos destacar todos os meses.
22 Prazer &Lazer
Verão e férias ligam bem. Exercício Físico também se junta aos dois conceitos. Será que esta não é a altura ideal para começar a pensar em fazer alguma coisa pelo seu corpo? Veja as nossas sugestões t::::co~A •
t 1 CIONAL DE
1
B:BLIOTECA
Sopra uma boa nova.
estores Hos ita ares 1
A propósito do relatório da Inspecção-Geral de
• Saúde sobre as remunerações dos gestores hospita-
Manuel Delgado Presidente da APAH
"Os A.H. têm uma questão interna por resolver: a manutenção da sua carreira ou o seu desaparecimento"
2
Os A.H. têm, no entanto, uma questão interna • por resolver: a manutenção da sua carreira ou o
lares, fui interpelado por vários jornalistas que invariavel-
seu desaparecimento.
mente me perguntaram: "Como presidente da Asso-
Caminhamos a passos largos para modelos de carreira
ciação dos gestores hospitalares o que tem a dizer sobre
"minimalistas", que reconhecem competências mas dei-
este relatório que atinge alguns dos seus colegas?".
xam às entidades empregadoras a capacidade para recru-
Pela enésima vez voltei a explicar a diferença entre os ges-
tar, seleccionar e remunerar de acordo com critérios
tores com formação especifica em A.H. e os outros, neste
ditados pelas regras de mercado.
caso, os que recrutados fora da área da Saúde ocupam
O fosso e~tre a carreira de administração hospitalar
lugares de topo na administração hospitalar.
que temos, desde 1980, e as novas realidades para que
Foi este cenário que dominou no tempo do anterior
inexoravelmente parece caminharmos, é demasiado
Governo mas que, felizmente, parece ter terminado com
grande para lhe ficarmos indiferentes.
o novo ciclo político. Não que não seja útil recrutar para
Até porque os A.H. vêm assumindo, numa movimen-
a administração dos hospitais um ou outro profissional
tação que ultrapassa completamente as regras da carrei-
de fora, cujo prestígio, sensibilidade e competência se
ra, diferentes papéis na gestão dos nossos hospitais,
revele benéfico e inovador. Mas porque numa época de
seja em funções de topo, seja em funções de direcção téc-
grande exigência em matéria de organização e de eficiên-
nica de serviços , seja em funções de administração
cia, é na área da produção hospitalar que se devem intro-
intermédia.
duzir mecanismos de controlo, adequados e com impacte
A credibilização e sustentabilidade da nossa profissão
na economia de recursos e na qualidade do serviço.
passa, pois, por um trabalho sério que culmine numa
E para isto, o profundo conhecimento do sector, o estudo
revisão da carreira de A .H. e eventualmente, num
e a experiência relativamente aos processos e à estrutura
papel mais activo da APAH no acompanhamento da
dos mecanismos de prestação, a análise da complexidade e
respectiva gestão.
da severidade dos diferentes tipos de doentes e os respecti-
Esgrimir, neste contexto, argumentos sobre as razões da
vos custos, são elementos essenciais para se poder gerir com
escolha ou indigitação de colegas para este ou aquele
responsabilidade e eficiência entidades tão especificas como
hospital, em busca de uma quiméri ca legitimidad e
são os hospitais. D aí a importância e a imprescindibilida-
curricular, parece-nos, assim, uma atitude quixotesca que
de de ter o país dotado de um corpo de profissionais devi-
apenas derrubará moinhos de vento m as que nada alte-
damente habilitados, capazes de responder aos desafios em
rará na paisagem. E é esta que precisamos de mudar:
que as crónicas dificuldades do sector nos colocam.
com inteligência, bom senso, muita humildade, e uma
O actual Governo tem tido, nesta matéria, um registo
capacidade assumida de correr riscos. É este o tempo
que me parece sensato e adequado e competirá agora aos
certo, não o desperdicemos com pequenas invejas ou
A.H. voltarem a provar o seu valor e a sua utilidade.
m esquinhas ânsias de protagonismo! rm
Aliámos a experiência e solidez de um grupo internacional, líder na sua área, ao maior e mais moderno complexo industrial farmacêutico português. F.scolhemos Portugal para ser o centro mundial de desenvolvimento e produção de medicamentos injectáveis da Fresenius Kabi. Apostámos na qualidade, competência e formação dos nossos profissionais. Acreditámos no seu apoio. Em Portugal, com portugueses, para o mundo.
~ LABESFAL
Fresenius Kabi Caring
for
Life
Crítica
Lisboa
Gestores devem ser responsabilizados
Três hospitais criam centro hospitalar
E
m entrevista ao semanário "Vida Económ ica" o presidente da APAH,
Manuel Delgado, criticou a actuação do
O
anterior Governo e as "formas criativas
s hospitais de Santa Cruz, Egas Moniz e São Francisco Xavier vão transformar-se no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
de registo que empolaram artificialmente
a partir de Janeiro do próximo ano, segundo afirmou o futuro
resultados" dos hospitais SA. Saúda a
presidente do conselho da estrutura, José Miguel Boquinhas.
opção do ministro Correia de Campos de
Os objectivos deste centro são a "obtenção de ganhos
os transformar em EPE's e defende a
em eficiência e produtividade, bem como melhores resu ltados
responsabilização dos gestores
para os doentes com menores custos".
hospitalares pelos resultados obtidos. ln "A Ca pital" 1/ 06/2005 ln "Vida Económica" 17/06/2005
Vila Verde
Hospital certificado
O
Governo
ARS com competências reforçadas
Gaia
Ministro promete novo hospital
Hospital da Santa Casa da ministro da Saúde, Correia de
certificado de qualidade do Instituto
O
Português de Qualidade. A certificação
do IV Fórum sobre as Reformas da Saúde,
hospitalar para servi r o concelho de Gaia
abrange todas as áreas do hospital, desde o
que o papel das Administrações Regionais
ainda neste mandat o, durante
serviço de atendimento permanente,
de Saúde (ARS) será valorizado. As ARS
a apresentação do candidato socialista
passando pelas várias especialidades e
terão um reforço de competências e
à Câmara.
terminando nas consultas internas.
atribuições, disse o governante.
Misericórdia de Vila Verde obteve o
ln "Jornal de Notícias" 17/06/2005
O
Campos, garantiu, no encerramento
ln "Diário Económico" 22/06/2005
Revolução
Governo extingue sub-regiões de saúde
m in istro da Saúde prometeu construir uma nova unidade
PECLEC
Auditoria
16 hospitais
processados
O
ln "Jornal de Notícias" 18/ 06/ 2005
Correia de Campos despreocupado com listas de espera
Governo va i instaurar inquéritos
hospitais do país por irregularidades, que
O
Governo vai avançar com a extinção
incluíam despesas de representação
estarem 224 m il pessoas em lista de espera
das 18 sub-regiões de Saúde até
excessivas, compra de viaturas de
para uma cirurgia . Contrapôs que est á
2006. Hospitais e centros de saúde passam
cilindrada acima das permitidas por lei ou
sobretudo empenhado em diminuir o tempo
a ter uma gestão integrada criando-se
a utilização abusiva de cartões de crédito.
de espera que os doentes aguardam pelo
Unidades Locais de Saúde, à semelhança
Esta acção surge na sequência ·de uma
tratamento e em garantir a sua qualidade.
do modelo de Matosinhos. Castelo Brànco
auditoria da Inspecção-geral de Saúde, que
Os dados foram revelados pelo "Relat ório da
e Viana do Castelo serão as primeiras a
analisou os vencimentos e regalias de 390
Primavera" do Observatório Português dos
experimentar o novo modelo.
dirigentes e gestores dos hospitais ARS.
Sistemas de Saúde.
O
ln "Diário de Notícias" 6/06/2005
disciplinares a dirigentes de 16
ln "Público" 18/06/2005
ministro Correia de Campos afirmou que não est á "int eressado" no facto de
ln " Público" 21 / 06/ 2005
Iniciativa internacional chega a Portugal
"Bem me quero" pretende tratar o coração das portuguesas Médicos e população em geral são os principais alvos da
de cardiologia, conta em Portugal com a determinação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia para realizar as acções definidas, e ainda com
iniciativa, presidida por Maria
o apoio de uma comissão alargada, criada para o
José Ritta.
efeito, de onde se destaca a primeira-dama, Maria José Ritta e as atletas Rosa Mora, Aurora
C
om uma mesa onde se destacavam
Cunha e Fernanda Ribeiro.
mulheres e outras personalidades
O principal objectivo do programa "Bem Me
bem conhecidas da Saúde em Por-
Quero" é chamar a atenção da mulher portuguesa
tugal, decorreu no passado dia 28 de Junho, em
para os seis grandes factores de risco da doença
Lisboa, a cerimónia de lançamento do pro-
cardiovascular: pressão arterial e colesterol ele-
grama "Bem Me Quero".
vados, tabagismo, sedentarismo, obesidade ou
A sessão, presidida por Maria José Ritta, que
excesso de peso e diabetes.
lidera a comissão de apoio do programa, con-
O programa pretende chegar aos profissionais de
tou ainda com a presença de Cassiano Abreu-
saúde e à população em geral e, nesse domínio,
Lima, presidente da Sociedade Portuguesa de
estão previstas diversas acções que a SPC e a
Cardiologia (SPC), e de dois vice-presidente da
comissão de apoio querem a levar a cabo.
instituição, bem como da ex-ministra da saúde socialista, Maria de Belém Roseira, e da ex-
Muito trabalho para fazer
deputada do PSD, Clara Carneiro.
Assim, e no que toca aos profissionais de saúde,
Correia de Campos, actual responsável pela
o "Bem Me Quero" pretende realizar acções de
pasta da Saúde, não faltou ao evento, tendo
formação médica sobre os riscos cardiovascula-
salientado a importância do programa "Bem
res na mulher, com a apresentação de dados epi-
Me Quero" num quadro de prevenção das
demiológicos e caracterização da população afec-
doenças cardio e cerebrovasculares, que são
tada. Faz aínda parte dos planos do programa,
hoje responsáveis por grande número de óbi-
neste domínio, envolver os centros de saúde,
tos entre os portugueses, em geral. Na oca-
farmácias e outras instituições na divulgação do
sião foi assinado um protocolo de colaboração
programa. Neste âmbito, vão ser distribuídas a
entre a SPC e os Laboratórios Pfizer.
todos os clínicos gerais as recomendações americanas para a prevenção da doença cardiovascular
O que é o "Bem me Quero"
na mulher, prevendo-se ainda a publicação atra-
"Bem me quero". Assim se chama o programa
vés da SPC de um número especial no seu bole-
destinado à educação das mulheres portuguesas
ám, que terá distribuição alargada entre os médi-
e à sensibilização dos profissionais de saúde para
cos e outros profissionais de saúde.
as doenças cardiovasculares, factores de risco e
A SPC quer também implementar cursos de
medidas preventivas a desenvolver junto ~o sexo
actualização na doença cardiovascular na mulher,
feminino.
destinados a cardiologistas e clínicos gerais.
O programa, que está a ser implementado nos
Relativamente à população, a ideia é conseguir
Estados Unidos, pelo American College of Car-
o envolvimento dos cidadãos, através de várias
diology, e que na maioria dos países da Europa
acções a definir, de forma a educar a mulher
esta a ser desenvolvido pelas respectivas sociedades
sobre o risco cardiovascular
11111
Portugueses no 34° Congresso Mundial da FIH
tão sensíveis como "O Hospital - actor do
Administradores hospitalares reúnem-se em Nice
desenvolvimento sustentado" (onde a problemática clássica do controlo das energias e dos resíduos deve ser analisada, assim como
24 novas direcções na Saúde
a questão das instai.ações sensíveis, vulgarmente denominadas de "classificadas"); passando pela "Gestão dos riscos
A
Mudanças
cidade francesa de Nice recebe,
de anestesia no bloco opera-
entre 20 e 22 de Setembro, os
tório'', e pelo "Seguro de res-
participantes no 34° Congresso
ponsabilidade médica e segu-
Mundial da Federação Internacional dos Hospitais (FIH) , no qual estará representa-
Depois do presidente da Entidade Reguladora de Saúde {ERS), foi a vez da direcção dos Hospitais Universitários de Coimbra se demitir. O ministro já conta com 24 novas direcções na sua tutela.
D
urante os primeiros 100 dias de Gover-
do cargo e o cumprimento dos objectivos que
todo o direito de pedir a sua exoneração".
no, já se registaram mais de 20 alte-
se propôs atingir". De acordo com o médico
Entre as 'mudanças' de liderança registadas no
rança dos pacientes", entre
rações nas direcções de institutos, adminis-
Carlos Ferrer Antunes, vogal executivo do CA
sector estão as das cinco ARS, a Entidade Regu-
outros.
trações, comissões , direcções-gerais e
demissionário, "um grande hospital de referên-
ladora da Saúde, a Comissão Nacional de Luta
administrações hospitalares tuteladas pelo
cia precisava de uma relação muito mais pró-
contra a Sida, o Instituto da Droga e Toxicode-
da a Associação Porruguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), através do seu
Conferencistas
ministro Correia de Campos. Resultam de
xima com o senhor ministro".
pendência, INFARMED, Direcção-Geral de
presidente e de outros membros da direcção.
Falar dos conferencistas que
alterações de diferentes organigramas, de fins
Para o titular da pasta da Saúde, estes são "fac-
Saúde, Programa Saúde XXI, as administrações
A FIH reúne as associações hospitalares e os
vão estar presentes em Nice é
de mandatos e de divergências .
tos normais". E sublinhou que "se as pessoas não
dos hospitais de S. João, Santa Maria, HUC e de
profissionais de Saúde, na área de Admi-
complicado, uma vez que a
Nesta última categoria insere-se a demissão da
se enquadram nas situações existentes, têm
oito unidades SA. an
nistração e Gestão, de mais de 100 países,
qualidade dos palestrantes é
direcção dos Hospitais Universitários de Coim-
sendo considerada a maior conferência inter-
inquestionável. Seja como
bra (HUC) que alegou "condições desfavorá-
for, arriscamos nomear Pascal
veis para a eficaz governação do estabeleci-
Rubin, Engenheiro Físico da Escola Poli-
mento" depois do reforço das competências da
técnica Federal de Lausanne e Mestre em
Administração Regional de Saúde (ARS) do
nacional de gestão hospitalar e dos serviços
>>>
de Saúde.
Nice vai receber representantes de mais de cem países
O encontro em questão, que se realiza de dois em dois anos, junta habitualmente os
mundial vai centrar a discussão em quatro
Economia da Saúde e Gestão; Domini-
Centro. Uma alteração que, afirm a o Conse-
principais responsáveis pelo sector de admi-
grandes desafios: o desafio relativo aos
que Grimaud, professor universitário de
lho de Administração (CA) demissionário,
nistração dos hospitais do mundo, bem
riscos; o desafio da qualidade; o desafio
Anestesia e Reanimação; Yves Chartier,
"traduz um novo paradigma da administração
como docentes das principais universida-
das competências e o desafio da investi-
engenheiro de Saúde Pública, protecção
da saúde, o qual, no entendimento do CA
des mundiais.
gação.
do meio ambiente humano, da Organi-
dos HUC, não permite o melhor exercício
Mais de setenta conferencistas franceses e
zação Mundial de Saúde (OMS); o pro-
Quatro desafios
internacionais foram convidados já para
fessor catedrático Charles Vinc~nt, inves-
E ste 34° Congresso tem lugar num
partilhar as suas experiências e para colo-
tigador em segurança clínica do Imperial
momento em que a mudança nos grandes
car na mesa as respectivas reflexões, muitas
College ·of London e Kaj Essinger, presi-
sistemas de Saúde está a ser alvo de uma
das quais relacionadas com os conheci-
dente do sub-comité de coordenação
discussão alargada. A evolução com que
mentos adquiridos nos seus locais de tra-
'Hope', da Suécia. De realçar ainda a pre-
O presidente da Entidade Reguladora de Saúde (ERS) demitiu-se.
Por seu turno, o ministro Correia de Campos,
tudo está a acontecer neste domínio obri-
balho.
sença de Dennis O'Leary, presidente da
O ministro da Saúde já disse que a ERS deverá continuar em
que se recusou a comentar a saída de Rui Nunes
"Joint Comission"; Brian Johnson, do
ga a que os responsáveis tenham em conta as novas regras para a implementação ou a
Temas
mesmo grupo australiano e Octavian Por-
mudança de sistemas.
É, por isso, que o programa deste 34° Con-
caria, director-geral da Comissão de Infor-
É, pois , nesse sentido , que este encontro
gresso se vai desenrolar tendo por base temas
mação da UE. rm
Gestores europeus
ERS com continuação assegurada
próprio presidente da República: "Em 2004, o presidente habituou-nos a apoiar a ERS. Esse apoio parece ter-se desvanecido".
funcionamento mas "num formato diferente".
relembrando que cabe ao Conselho de Ministros aceitar ou não a renúncia, afirmou que o organismo vai continuar, embora noutros moldes,
P
assado pouco mais de um ano, Rui Nunes,
dirigente demissionário da ERS afirmou ai nda
que "não entre em redundância com outros ser-
presidente da ERS, deu wna conferência de
que o Ministério da Saúde não tem "apoiado" a
viços". Para justificar a manutenção da ERS, o
Imprensa, no Porto, para divulgar a sua demissão
Entidade e frisou que o próprio ministro Correia
titular da pasta da Saúde recordou que as "par-
do cargo e explicar as suas razões. Falou de
de Campos lançou algumas críticas a este orga-
cerias público-privadas estão aí para ficar" e que
"ausência de recursos financeiros" e consequen-
nismo acusando-o de não ter debatido temas
"há uma necessidade de uma Entidade Regula-
A Associação Europeia dos Gestores Hospitalares, presidida por
âmbito do congresso internacional da FIH e, de acordo com Manuel
te "falta de recursos humanos especializados".
fulcrais da área como o falta de concorrência
dora de Saúde". E adiantou que o Governo tem
Manuel Delgado, realiza a sua Assembleia Geral anual, dia 19 de
Delgado, nesta reunião os responsáveis vão discutir questões que, pos-
Porém o mais grave, na óptica de Rui Nunes, é
nos meios complementares de diagnóstico ou no
intenção de preparar uma Lei-Quadro das enti-
Setembro, às 14HOO, em Nice. O encontro europeu tem lugar no
teriormente, serão apresentadas no evento alargado.
a "falta de solidariedade interinstitucional evi-
transportes de doentes.
dades reguladores de saúde e que a ERS será
denciada por alguns órgãos de soberania". O
A acusação abrange não só o Governo como o
enquadrada nessa legislação. an
Vasco Reis à GH
ENSP entra no mercado das licenciaturas O professor Vasco Reis explica as novidades que a Escola Nacional de Saúde Pública {ENSP) vai apresentar no novo ano escolar: um mestrado de Gestão em Saúde e uma licenciatura em Ciências da Saúde Pública, que deverá começar em Outubro.
Curriculum Vitae Vasco Pinto dos Reis
Gestão Hospitalar - A ENSP está a prepa-
transição difícil, durante um ano não tivemos
rar o novo ano escolar que traz algumas
inscrições para os nossos cursos, mas retomá-
novidades. Vasco Reis - Sim. A ENSP há longos anos que
As pessoas foram escolhidas para os cargos no sector da Saúde de forma a não deixarem saudades
mos e temos hoje nas áreas da Saúde Pública e da Medicina do Trabalho, que são outras espe-
desenvolve actividades na área da Gestão em
cialidades, imensas candidaturas.
Saúde Pública. Há 34 anos que fazemos um curso de Administração Hospitalar e, no ano
GH - Tem uma ideia de quantos adminis-
passado, obtivemos a aprovação do mestrado de
tradores foram formados pela ENSP?
Gestão em Saúde, com três áreas de especiali-
VR - Então não tenho! Formámos, desde
zação: Gestão das Organizações de Saúde,
1969 até agora cerca de 600 profissionais. For-
Gestão Clínica, Gestão do Conhecimento em
mamos, por ano, 20 a 23 profissionais. Os
Saúde. Eu vou, por algum tempo, acumular a
produtos da Escola são o curso de Saúde Públi-
direcção do curso de Administração Hospita-
ca, que é um ano do Internato de Saúde Públi-
lar com a direcção do mestrado. Este é um
ca, que agora está a ter pouca procura. Não por
novo produto - em termos de mercado - bas-
nós, mas porque há poucos médicos que se can-
tante mteressante.
didatam, infelizmente, a esta especialidade.
Idade - 63 anos
O curso de Medicina do Trabalho, mas. este
>
Licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra
>
Pós-Graduação em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública e Medicina Tropical, em
com alguma relação com a Saúde Pública;
A partir de Outubro deverá começar a nova
1970/1972
licenciados que tenham mais de 14 valores,
licenciatura em Ciências
>
Director Financeiro dos Hospitais Civis de Lisboa
de acordo com a lei, ou que tendo menos que
da Saúde Pública
>
Administrador do Hospital de Santo António dos Capuchos
>
Administrador Geral do Grupo Hospitais Civis de Lisboa
>
Assessor da Direcção no Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde
GH - Especialmente direccionado?
tem alternativas no país, faz parte da especia-
VR - Como todos os mestrados dirige-se a licenciados com licenciaturas consideradas
essa classificação, tenham habilitações curriculares que justifiquem a sua selecção.
lidade da Ordem dos Médicos de Saúde Ocupacional; remos o curso de especialização em
GH - Já receberam inscrições, manifestações de interesse?
Administração Hospitalar, que é condição de
VR - Muitas manifestações de interesse e algu-
quiser, um monopólio, que eu não defendo
mas inscrições. Numa fase em que a crise tam-
particularmente, mas que existe. E temos o
QCA
bém envolve acções de formação, superaram,
mestrado de Saúde Pública, que já vai na 7ª
>
Assessor da Direcção Geral da Saúde
de algum mo·d o, as minhas expectativas. Sem
edição e, agora, o mestrado de Gestão em
>
Assessor do Conselho de Administração do Such e Director Geral da Saudec, Estudos e Consultoria'
ter feiro mais nada do que a colocação, na
Saúde.
>
Gestor do Subprograma Saúde do li
acesso à carreira, que é um exclusivo ... se
página da escola, da referência ao mestrado,
GH - Significa, portanto, que repetir esta
temos já algumas inscrições nesta primeira
>
Director do curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP
semana.
>
Coordenador do grupo de Disciplinas de Gestão de Organizações de Saúde da ENSP
pitalar realizou-se ininterruptamente
GH - Que Governo?
tores das universidades não aceitaram - não sei
experiência?
durante muitos anos - eu fui aluno do pri-
VR - O do Prof. Cavaco Silva. A ideia era
se a história foi construída assim, mas foi assim
VR - Sim, sim! Não significa que vamos ter
GH - É uma experiência para continuar
meiro curso e hoje sou director. Foi inte-
transferir a Escola do Ministério da Saúde para
que aconteceu porque eu testemunhei-a - só
alunos todos os anos, mas tudo leva a crer
nos próximos anos?
rrompido há alguns anos quando o então
o da Educação, espalhar os cursos pelas três uni-
aceitavam a ENSP se fosse inteira e, assim,
que será para continuar. E - isto é uma novi-
VR - Sim! O curso de Administração Hos-
Governo ensaiou acabar com a Escola ...
versidades: Técnica, Nova e Clássica. Os rei-
ficou na Nova e bem. Tivemos um período de
dade - temos aprovado, nesta altura, para
desenvolvermos, eventualmente a partir já de
são os últimos dois anos de um conjunto de
GH - De qualquer área?
iremos entrar em áreas em que vamos pedir
Outubro, uma licenciatura em Ciências da
cinco. Vamos receber pessoas que tenham três
VR - Sim. Filosofia, por exemplo. Mas pesso-
colaborações ao exterior. Mas a maior parte das
Saúde Pública, com quatro áreas de especiali-
anos de formação de cursos superiores de
as com formação de Biologia, Biotecnologia,
colaborações serão pedidas a outras unidades,
zação. É uma licenciatura terminal. Ou seja,
qualquer escola.
Gestão ou Economia podem sentir-se mais à
que é a lógica de funcionamento da Universi-
vontade numa ou noutra disciplina. Mas a
dade Nova, como a Faculdade de Ciências
ideia é, em dois anos, prepararmos pessoas
Médicas, o ISEGI. ..
para o mercado de trabalho na área da Saúde. Quer seja trabalho técnico, administrativo, de
GH - Quem é que procura mais os cursos
gestão, quer em outras áreas, como Saúde
da ENSP? Médicos, enfermeiros, pessoas
Pública, Dietética, Epidemiologia.
do ser.:tor da Saúde, de fora? VR - A nossa maior procura, neste momen-
GH - Para o mestrado de Gestão em Saúde
to, são de pessoas que vêm ter com a ENSP
Pública, quem vão ser os docentes?
por informação, sugestão, conhecimento
VR - Os docentes da ENSP. Nós já trabalha-
pessoal para procurar os primeiros contactos
mos há muitos anos no domínio da gestão, da
com a área da Saúde. No curso de Adminis-
administração. Fizemos, na Gestão Clínica e
tração Hospitalar aparecem-nos muitas pes-
bém muitos licenciados que trabalham no
GH - Não tem a sensação de que as pes-
Gestão do Conhecimento, acções de formação.
soas que têm formação em Saúde, médicos,
Ministério da Saúde, não trabalham mas
soas procuram estes cursos apenas como
Podem'os recorrer, pontualmente, a prelectores
enfermeiros, técnicos de diagnóstico. Temos
gostariam de trabalhar, interessam-se pela
uma porta para a Função Pública?
do exterior, pessoas que nos merecem con-
já uma procura significativa de enfermeiros,
Saúde, fazem , muitas vezes, em acumulação
VR - Não tenho nenhuma dúvida que, no
fiança. Só a partir do segundo trimestre é que
menos por parte de médicos. Aparecem tam-
com ocupações profissionais.
curso de Administração Hospitalar, isso é ver-
"Administradores não são o «Roque Santeiro>> da Saúde" GH - Como avalia os primeiros cem dias
GH- Qual é que destaca?
sentido relativamente simbólico, pelo que sig-
com muita sensibilidade de parte a parte. O
temos possibilidade de adquirir isto ou aque-
GH - O Dr. Francisco Ramos reconhece
do ministro Correia de Campos?
VR - A passagem dos hospitais SA a hospitais
nifica de intenções em matéria de serviço públi-
modelo de Matosinhos não foi um modelo
loutro. O descontrolo financeiro vem, muitas
que os orçamentos dos hospitais não são
VR - Tem, sobretudo, anunciado medidas
EPE ... Eu passo por ser o 'pai' do modelo do
co de Saúde.
com tanto sucesso quanto poderia ter tido por
vezes, de um subfinanciamento, resultante
reais ...
que correspondiam ao programa do Gover-
Hospital da Feira. Se, naquela altura, já existisse
razões circunstanciais. Vamos lá ver se efecti-
ou não de uma desorçamentação ...
VR - Exactamente! Os conselhos de admi-
no. Este Governo teve o mérito de ter um
a legislação seria uma Empresa Pública Empre-
GH - Concorda com a gestão integrada de
vamente se o sector e os profissionais da Saúde
nistração não são só os administradores, por-
programa relativamente concentrado. As
sarial (EPE). Acho que foi uma medida que foi
centr?s de Saúde e hospitais como em
têm capacidade para, de facto, construir mode-
que eles não são gestores únicos nem devem
medidas que tem tomado têm correspondi-
ajustada. N ão há diferenças muito significati-
Matosinhos?
los de prestação integrada.
ser os únicos participantes no esfon;o de
do às expectativas. Há medidas polémicas. A
vas em termos da forma como se estavam a
VR - Completamente. Um dos defeitos do sis-
Saúde é uma área onde há um conjunto de
comportar os hospitais SA e como se estão a
tema de Saúde português - e não é um defei-
GH - O Secretário de Estado da Saúde disse
correctas que este Governo está a fazer é desig-
interesses instalados e não estou a dar um
comportar os EPE. O que é importante é que
to menor - é estar perspectivado numa óptica
à GH que o Governo vai exigir um esforço
nação de profissionais da área da prestação
sentido p erjorativo. Há sempre m edidas
não houve mas também já não vai haver. Ficou
de oferta e muito pouco numa óptica de pro-
extra aos administradores hospitalares no
para integrar os conselhos de administradores
polémicas.
claro que o movimento de empresarialização
cura. É inadiável que se encontrem modelos de
âmbito do controlo do défice. Os actuais
dos hospitais.
não visava uma aproximação ao sector privado
organização da prestação mas que permitam ao
administradores estão preparados para isso?
A partir do momento em que haja uma base
GH - Está do lado das medidas polémi-
senão no recurso a uma flexibilidade para que
cidadão ser recebido pelo sistema e que per-
VR - Depende. Se lhes pedirem que façam
real, de orçamentos verdadeiros, responsabili-
cas ou da contestação?
se governar bem uma unidade hospitalar.
mitam que ele seja movimentado sem andar a
isso em relação ao Orçamento deste ano tenho
zantes, se criem as condições, sem imposições
bater de porta em porta. Provavelmente, vou
algumas dúvidas ... eles não são milagreiros,
absurdas, para levar as pessoas a uma reflexão
dedicar algum tempo a esse tópico.
não são o Roque Santeiro da Saúde. A racio-
das despesas que estão a determinar. ..
VR - Estou mais do lado das medidas polé-
gestão ... e devo dizer que uma das coisas
micas que têm conteúdo do que' das que são
GH - AS EPE ficam blindadas?
simbólicas. Eu não sou político mas percebo
VR - Não é verdade. A passagem a EPE blin-
perfeitamente que haja medidas simbólicas
da mais, mas o que serviria para blindar seria
GH - Em termos académicos?
pela caneta da pessoa que autoriza ou não a
GH - Mas a 1vox populi' fala da culpa dos
que são necessárias para fazer passar as que
passar a estabelecimentos do sector adminis-
VR - Gostava que não fosse só em termos
despesa. Não lhe passa pela cabeça chegar ao
administradores nos desperdícios.
são efectivas.
trativo. É um sinal, uma medida que tem um
académicos! São projectos muito complexos,
hospital e dizerem-lhe morra aí que nós não
VR - Não posso subscrever essa acção.
nalização de gastos na Saúde não passa apenas
Alvos ... >
Manuel Delgado - um bom profissional e excelente comunicador que tem prestigiado muito a gestão em Saúde dentro e fora do país.
>
mente temos tido 70 a 100 candidaturas para
mudem não só as posições de alguma con-
vinte e poucas vagas. Penso que a Saúde é tida
fiança política mas também posições à margem
como uma área que, se não garante emprego,
das flutuações políticas ...
O mestrado de Saúde Pública dá uma quali-
GH - É nesse sentido que enquadra a
Medicina de Trabalho é para as pessoas que
que originou um coro de críticas?
brilhante figura da Saúde portuguesa, particularmenti? no domínio da Saúde
querem entrar no mercado de trabalho, o de
VR - Não sei se levantou um coro de críticas
Saúde Pública faz parte do Internato, o de
ou um coro de exemplos! Não é a primeira
Gestão para Clínicos e de Gestão de Conhe-
vez que isso sucede. Já no final da década de
cimento são um pouco mais soltos desse
80, a Gestão em Saúde tinha sido posta em
interesse imediato em conseguir trabalho.
causa por uma mudança de ciclo político,
para desempenhar funções políticas no sector. Francisco Ramos - Um excelente profissional que alia uma boa preparação a u.ma assinalável ponderação e com quem tenho sempre imenso gosto em colaborar. > Cármen Pignatelli - Uma pessoa a
quem devo muito do que aprendi no domínio das complicadas e burocratizadas relações com a União
E, no ano passado, passou o último período do ano lectivo com aulas em hospitais. Já agora, o curso que vai começar em O utubro irá ver fo rtemente aumentado o seu tempo de
actuação do ex-ministro Luís Filipe Pereira
Correia de Campos - Dispondo de um valioso e sólido background no
Julho encontra-se em estágio em hospitais.
• pelo menos garante trabalho. E isso nota-se. ficação mas não dá trabalho. O curso de
domínio da Saúde é uma das pessoas que conheço mais bem preparadas
>
na sociedade portuguesa que faz com que se
Constantino Sakellarides - Uma
Pública >
dade. Eu faço as provas de selecção, ultima-
estágio. A 'vox populi' está enganada. GH - Há mais escolas a leccionar estes cursos. O que distingue a ENSP?
VR - Dificilmente me apanha a responder a essa pergunta! Pode perguntar aos m eus alunos ... Mas a Escola tem uma tradição muito grande no domínio da Saúde Pública. Quando surgi-
que levou a que fossem buscar pessoas fora, GH - Há diplomados em Administração
ram outros cursos na área que nós habitual-
não muito bem escolhidas ...
mente desenvolvemos, já a ENSP trabalhava
Hospitalar no desemprego?
nesta área há muitos anos. Havia uma vanta-
VR - Sim, sim! Há pessoas que não têm
GH - Novamente o Prof. Cavaco Silva.
encontrado emprego. Quando eu fiz o curso
Acha que a direita tem algum problema
ninguém vaticinaria a sua longevidade, com
com a Gestão em Saúde?
a produção todos os anos de diplomados
VR - Suponho que não tem! O que se passou,
absorvidos pelo mercado. Isso passou-se
suponho eu, foi que as pessoas que protago-
A Saúde é tida como uma
durante muitos anos. Nesta altura, estamos
nizaram a Saúde, naquele momento e hoje,
área que, se não garante
quase a chegar àquele momento em que as
estavam firmemente convencidas - eu acho
emprego, pelo menos
entradas são para compensar as saídas, as
que estão erradas - que a Gestão em Saúde não
reformas, os falecimentos.
tem nenhuma especificidade. Penso que não
gem nítida à partida, quer na área da Gestão em Saúde, quer na área da Saúde Pública.
garante trabalho
acreditavam mas, além de não acreditar- que
Europeia GH - Continua a ser uma profissão de
não é pecado! - escolheram muito mal as pes-
futuro?
soas para tentarem demonstrar a sua razoabi-
VR - Profissão, não sei. Continua a ser uma
lidade. Tivemos algumas pessoas, numa per-
fo rmação de futuro. Vamos lá ver, o que me
centagem não muito significativa, que não
quer perguntar é se existe uma Gestão em
tendo formação em Saúde, deixaram traço
Saúde. H á alguma coisa que justifique que
positivo nos sítios por onde passaram. Mas, de
pessoas com uma formação superior passem
uma maneira geral, as pessoas foram escolhidas
dois anos da sua vida para adquirir formação
de forma a não deixarem saudades.
num domínio específico de actividade? Não
A gestão em Saúde não é uma questão de fé. As
basta a experiência de gestão num qualquer tipo
organizações de Saúde têm características que
de organizações para gerir um hospital?
nenhuma outra tem, o mercado da Saúde é
Eu suponho que a frequência com que as pes-
muito específico, há problemas dentro das
soas acorrem até nós, pessoas de múltiplas for-
organizações de Saúde que as outras não têm.
O nosso curso de Saúde Pública foi durante muito tempo frequentado por muitos espanhóis. Foi o professor Constantino Saklarides desta escola - que foi convidado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para ir abrir a primeira Escola de Saúde Pública em Espanha, em Granada. Depois foi, durante 8 anos, o director do departamento de serviços de Saúde da OMS, direcção regional da Europa, em Copenhaga. GH - O professor Saklarides vai ser um dos docent es do novo mestrado?
VR - Ele vai ser o responsável pela área de espe-
mações, é a resposta para isso. A minha opinião pessoal, e não estou a ser fundamentalista, é que
GH - Uma das críticas que mais fazem à
a Gestão em Saúde é inquestionavelmente um
ENSP é que o seu ensino é só teórico.
do~ínio
com pouca discussão. As discussões
VR - N ão é verdade. O s cursos da Escola,
surgem mais no seio das mudanças de ciclo
pelo menos os desta área, são provavelmente
político. Por razões que têm a ver com o sen-
os únicos no país que têm estágios. O curso
tido de mudança, que muitas vezes é excessivo,
de Administração Hospitalar que acaba em
cialização de Gestão do Conhecimento em Saúde. É o responsável pela nova licenciatura e o director do curso de especialização em Saúde Pública. Este é um curso que tem muito >>>
"O modelo de Matosinhos não foi um modelo com tanto sucesso quanto poderia ter tido"
poucos alunos agora. Só que o curso nunca foi dado noutro sítio. &m
•
Bastonários Bastonário eleito uma vez é bastonário para sempre, dizem as regras médicas. Sendo assim, aqui temos dois bastonários. Um que já não exerce o mandato, Germano de Sousa, e o actual presidente dos médicos, Pedro Nunes. E não é difícil adivinhar a conversa entre ambos
Pontos O professor Manuel Antunes, responsável pelo centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra {HUC) foi um dos palestrantes do evento da Gulbenkian. Polémico como sempre, Manuel Antunes nunca iria imaginar que, um dia depois, seria o centro das atenções na sequência da demissão do CA dos HUC. Caso para dizer que, em Saúde e mesmo quando não se fala dele, Manuel Antunes marca pontos.
Simpatia Isabel Mota, membro do CA da Fundação Calouste Gulbenkian, e o médico João Lobo Antunes, muito descontraídos, e alegres no intervalo do evento. A Gulbenkian, aliás, está de parabéns pelas temáticas e pelos oradores e conferencistas que este ano tem trazido ao Fórum.
1
. Desaparecido
J Análises Manuel Delgado, presidente da APAH, e Nunes de Abreu, médico e presidente do Fórum Hospital do Futuro, conversaram durante longo tempo na Gulbenkian. Pelo que a GH soube, as duas personalidades não se viam há algum tempo e, assim, conseguiram analisar o actual momento político na Saúde. As conclusões deste encontro, a dois, é que não soubemos.
Cores No encontro da Gulbenkian alguém reparou que a maioria dos homens vestia fatos cinzentos e camisas azuis ou brancas. Caso para dizer que os profissionais de saúde se preocupam com a moda. Estamos no Verão e as cores mais claras "caem" melhor. Germano de Sousa foi um dos que não fugiu à nova regra. E que bonito que foi ver Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, em conversa com o antigo bastonário da OM.
Há já muito tempo que Barros Veloso, clínico de Medicina Interna, não nos dava o prazer da sua companhia. Foi um prazer revê-Lo na Gulbenkian. Apesar de se saber que Barros Veloso tem o tempo ocupado, ficamos à espera de saber o dia em que vai ao Jazz Club para termos o prazer que o ouvir tocar.
Mais do que conhecimento,
Ciência
a Ciência gera progresso e competitividade. Incentivar a educação científica e tecnológica é uma das prioridades dos governos
motor
a ·com etitivi
mundiais. Por cá, o Plano
mais significativo na l&D empresarial, os anos
é in dispensável a q ualquer economia q ue
estrangeiros - em Portu gal e melhorar a
Tecnológico já foi anunciado.
seguintes caracterizaram-se por sucessivos cor-
pretenda impor-se no mercado internacio-
ligação entre os centros de investigação e o
Resta saber qual será
res orçamentais na área da Ciência. Para inver-
nal. Aqui, Estado e sector privado têm de se
Mercado, de forma a que o resultado do tra-
o seu resultado.
ter essa tendência, o actual Governo tem como
afi rmar como parceiros p referenciais. Para
balho da "massa cinzenta" portuguesa fique
prioridade implementar um Plano Tecnoló-
dar corpo a essa máxim a, o M inistério da
disponível em aplicações e soluções práticas.
gico, programa ambicioso e potenciador de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anun-
Muitos destes aspectos estão englobados no
desenvolvimento tecnológico e científico.
ciou já um conjunto de medidas para colo-
Plano Tecnológico, uma das principais apos-
car Portugal, até ao fi nal da actual legislatu-
tas do acmal governo. Resta saber se as
A
Ciência está entre nós. Materializase através de simples objectos quotidianos, de gadgets tecnológicos
Ciência privada
ra, a par dos índices relativos à investigação
finanças portuguesas terão saúde para supor-
ou de soluções aplicáveis a diversas áreas. Mas
Durante muito tempo a competitividade
científica dos restantes parceiros europeus.
tar estes investimentos.
não só. Pura ou aplicada, a Ciência abre novos
económica de Portugal assentou, sobretudo,
Para tal, o actual Governo propôs uma meta
horizontes ao conhecimento humano, deter-
na oferta de uma mão-de-obra barata e
ambiciosa: criar condições para que o inves-
(Nos próximos números, a GH irá divulgar
mina o progresso das civilizações e contribui
pou co qualificada, mas competitiva face à
ti men to empresarial em l&D ati nja, até
projectos desenvolvidos por investigadores por-
para a competitividade de uma economia.
oferta dos países-membros da UE. O alarga-
20 09, 1% do PIB, contrariando os 0,32%
tugueses em diversas áreas do conhecimento)
A Ciência gera emprego e é a responsável pelo
mento aos países de Leste ditou o fim dessa
actuais. Por outro lado, estimular o emprego
avanço tecnológico de uma nação. Um país
mais valia portuguesa.
científico, repor o sistema de incentivos fis-
competitivo apresenta, regra geral, uma vitali-
Hoje, mais do que nunca, investir em l&D,
cais para empresas q ue invistam em I&D,
dade económica invejável. EUA e Japão são
como principal gerador de competitividade,
fixar investigadores - tanto nacionais como
Nuno Estêvão
Jovens cientistas
nações ricas, poderosas e, claro está, competitivas. Parte importante dessa abastada reali-
A educação é um dos aspectos decisivos
dade deve-se a uma clara aposta feita na área ~a
para uma boa cultura científica e tec-
Investigação e do Desenvolvimento (I&D). A
nológica. Para incentivar o gosto por
par da União Europeia (UE), estes dois países
estas áreas do conhecimento, o progra-
constituem os principais motores da "massa
ma Ciência Viva 15romove e divulga,
cinzenta" internacional.
desde 19~ 6 , actividades p or rodo o país.
Plano Tecnológico
A Ocupação Científica de Jovens nas
A UE pretende rivalizar com os gigantes eco-
Férias é uma das iniciativas do Ciência
nómicos EUA e Japão. Para tal, até 201 O, o seu
Viva. Através de estágios em unidades
investimento em Ciência deverá significar, em
de investigação, os alunos poderão con-
média, 3% do produto interno bruto (PIB) dos
tactar de perto com os cientistas e
25 estados membros. A confirmar-se esta ambi-
acompanhar o trabalho de investigação
ciosa medida, a UE passará a ser detentora da
em laboratórios nacionais. Este ano, a
economia mais competitiva do mundo.
iniciativa decorrerá de 1 de Julho a 9 de
Por cá, o estado da Ciência portuguesa está
Setembro. As candidaturas são exclusi-
aquém do desejável. Depois de em 2001 a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ter considerado Portugal como um dos três países com avanço
vas para os alunos dos 10°, 11° e 12° >>>
A UE pretende rivalizar com os gigantes económicos EUA e Japão
anos de escolaridade. (mais informaçõ~: www.cienciaviva.pt)
!
21
Desporto
no
era o
Em tempo de férias, cuide de si.
física, mas também como arma no combate
Entregue-se aos prazeres
ao stress. Por isso, esqueça a ideia de que a prá-
da prática desportiva e descubra·
tica desportiva só serve para perder peso e, nes-
o que ela pode fazer pela sua Saúde, física e mental.
tas férias em vez de passar os dias estirado na praia ou na piscina, renda-se ao desporto. O importante é descobrir algo que lhe agrade
Mas como esta é uma altura
fazer e encontrar uma actividade que se revele
de descanso e lazer, faça-o
uma fonte de prazer e satisfação, dentro ou
com conta, peso e medida.
fora do ginásio, na praia ou no campo, mais ou menos radical.
O que o ginásio pode fazer por si
O
s meses que antecedem o Verão
Se é uma daquelas pessoas que não gosta muito
são, de um modo geral, marcados
de andar a correr na rua ou a passear de bici-
pela corrida aos ginásios. A verda-
cleta, o ginásio é o sítio ideal. É lá que pode
de é que todos querem apagar, em dois meses,
encontrar as máquinas que vão permitir tra-
os erros que foram cometidos durante os meses
balhar todos os músculos do corpo.
mais frios. Mas não tem de ser assim.
Da bicicleta à passadeira, passando pela zona de
Aquilo que para muitos pode ser monótono e
musculação, o ginásio oferece uma variedade
desprovido de motivação deve ser encarado
infindável de exercícios adequados ao gosto e
como algo útil não só para manter a boa forma
necessidades de cada um. Mas o ginásio tem
<<<
Pode também experimentar algo mais radical
Contactos Para facilitar a sua vida, facultamos-Lhe os contactos de alguns dos locais mais agradáveis para a prática de actividade física. Atrevase e tenha um Verão diferente! lnkart4x4 www.inkart4x4.com 96 4685096 93 6207954
EcoTT- Turismo & Aventura www.ecott.pt 91 4743360 Lisboa Wellness Center www.wellness.pt 21 7112000
Holmes Place www.holmesplace.pt 21 7804300
<<<
A praia é um óptimo local para praticar desporto
muito mais para oferecer. Dependendo do
Actividades radicais
espaço que escolher, tem um sem número de
Paintbal, rafting, canoagem e asa delta são ape-
aulas de grupo apreciadas por todos os prati-
nas algumas das actividades que poderá prati-
Que tal passar um fim-de-semana
cantes e ideais para espairecer. Axé, salsa, body-
car este Verão. Cheira-lhe a perigo? Pois bem,
diferente com os amigos e marcar
combat, body-pump ou cycling, difícil será
de perigosas não têm nada, desde que sejam pra-
algo radical? Há várias empresas
optar só por uma.
ticadas com as devidas precauções. Para além
Sugestão especializadas em organizar activi-
disso, são a melhor forma de conhecer o inte-
dades radicais para grupos em terra,
. ... mexa-se.1 N a pra1a
no mar ou até no ar. E se o seu pro-
Lembra-se dos dias passados na praia, de barri-
e fazer algo totalmente diferente daquilo a que
blema é em decidir-se somente por
ga para cima e rápidas idas à água para refres-
está acostumado.
uma das actividades, opte por dois
car!? Esqueça-as! Vá mais além. Usufrua de
Antes de mais informe-se sobre as característi-
dias de multiactividades, isto é, 48
tudo o que a praia tem para lhe oferecer! Corra
cas de cada uma delas e pondere sobre o desti-
horas de pura adrenalina sem limi-
à beira mar, se o mar estiver calmo dê umas boas
no que mais o entusiasma. Acima de tudo,
tes. Aqui poderá optar por desportos
braçadas, jogue ténis com a sua cara-metade,
lembre-se que os desportos radicais sã0 o esca-
futebol com os amigos ou simplesmente cami-
pe perfeito para o stresse diário e para a época
nhe durante longos períodos.
de lazer que está associada às férias de Verão, mas
Deste modo, além de se manter em forma,
têm de ser praticados com consciência e res-
fomenta e estreita amizades, tudo enquanto
peitando todas as normas de segurança que a
adquire um tom de pele douradinho.
prática exige e também o meio-ambiente.11111
em ambientes variados com os grupos divididos por equipas. Diversão
é a palavra de ordem!
--
-
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-
--
rior do país, estar em contacto com a natureza
' 1
Anthony Logistics for Men
Guerlain anima o Verão
Criada a pensar nos homens, a marca Anthony
Verdadeira expert na arte de maquilhar as
Logistics for Men oferece uma gama de produtos
mulheres, a Guerlain traz uma palete de novidades
de cuidado diário, especialmente formulados para
que vai deliciar as mulheres. Numa sublime
as necessidades dos homens. Assim, dos kits de
embalagem de formato ideal para levar para todo
Angelina jolie e Tissot T-Touch
tratamento aos acessórios de barba, nada foi
o lado, a Palette Effet Soleil Terracotta contém os
Sheer Stella
três produtos estrela da marca para a estação mais quente do ano: o pó redondo Terracotta para conferir luminosidade e bronzeado dourado, o
Com vidro táctil, cronógrafo, bússola, barómetro,
célebre Duo llluminateur Matt & Shine Dune et Miei
alarme, termómetro, tempo, data e altímetro, bem
para as maçãs do rosto e pálpebras e ainda o Gloss
como braceletes em aço, pele, borracha ou titânio,
& Shine para obter lábios deliciosamente sensuais.
Tissot T- Touch assume-se como o topo de gama da marca suíça que conta com mais de 150 anos de inovação e tradição de relojoaria. As suas características são de tal modo high-tech que
marca suíça assume um papel fundamental para
Aqua o enc r do sol e do mar
levar a cabo as suas missões.
Luminosa, estimulante, libertadora e suculenta,
Angelina jolie volta a aparecer no grande ecrã com um exemplar. Desta vez a actriz veste a pele de assassina profissional e mais uma vez o relógio da
deixado ao acaso e todas a exigências masculinas
Depois de se aventurar no mundo da moda e
são abrangidas. Eporque a preocupação com o
atingir um estatudo invejável, Stella McCartney
bem-estar masculino é uma prioridade da marca,
quis ir mais longe e criar um perfume que lhe
uma percentagem dos
apetecesse vestir. Eassim nasceu a sua primeira
seus lucros é destinada
fragrância, que só podia ter um nome: Stella! Com
a instituições não
a rosa a servir de base e inspiração, Stella criou
lucrativas que se
uma fragrância única e avassaladoramente sensual
dedicam à pesquisa e
cujas notas de rosa se mesclam com âmbares
ao combate do Cancro
amadeirados. Mas depois do sucesso de Stella era
da Próstata.
preciso fazer mais e assim nasceu Sheer Stella, um perfume que resulta numa interpretação fresca do Stella, igualmente envolvida por um frasco em tudo semelhante a uma jóia. Sunlprly
SPf15
esta é a melhor descrição da mais recente fragrância Lancaster. Inspirada nos dias quentes de
Celluli-Stop
Verão quando o sol e o mar se encontram e envolvem de forma singular, Aquasun toca a pele e
Desenvolvido para actuar sobre os adipócitos e a
os sentidos com o seu aroma fresco e apaixonante
micro-circulação tratando a celulite já instalada,
que resulta das notas de vários ingredientes, nomeadamente jasmim fresco, bergamota siciliana, botões de laranja e lírio florentino.
Celluli-Stop é a resposta Anne Mõller para as
Anthony "WuisticsForMen-
mulheres que se vêem confrontadas com o aparecimento da inestética celulite. Com resultados comprovados após o primeiro mês de tratamento, a
Só para homens
gama da marca suíça é constituída pelo anticelulite, pelo exfoliante e pelo creme refirmante.
Éum facto que os homens se preocupam cada vez mais com a aparência, por isso, a Redken Sth Avenue
NYC decidiu dar uma ajudinha no cuidado capilar. Redken for men é uma gama completa de champôs, tratamentos, produtos de styling e ainda produtos de camuflagem para cabelos brancos, todos concebidos
Omega Planet Ocean
para responder às necessidades diárias dos cabelos masculinos. Mas a marca·decidiu ir ainda mais longe e organizou a sua gama de acordo com as exigências capilares dos vários tipos de cabelos.
Buscando inspiração em três dos seus modelos clássicos, a Omega criou a colecção .Planet Ocean. Apresentado na Feira de Basileia deste ano, o Omega Seamaster Planet Ocean é um dos modelos de topo da marca. Disponível em dois tamanhos diferentes, evoca os modelos Sea_master 300 metros originais pelos biséis, existe com três tipos de bracelete e ainda está equipado com a revolucionária tecnologia Escape Coaxial, propriedade da Omega e responsável pela diminuição de atrito no coração do mecanismo do relógio.
A importância dos detalhes escondidos uanras vezes já não nos cruzámos na rua
gar a existência das doenças raras e as necessidades
com pormenores, detalhes, cores, flores,
dos doentes. Por este motivo, a Raríssimas é uma das
pessoas que não são mais do que um
50 associações de doentes que integra a recém criada
m dia de caos. No trânsito, no local de
CRAD - Comissão Representativa das Associações de
rrabalho, em casa, estamos rodeados destes momen-
Doentes. O objecrivo é chamar a atenção do poder
tos especiais, únicos porque só olhamos para eles
político para a necessidade de definição de doença
quando a nossa mente se desliga do barulho diário. É o essencial, o que é invisível aos olhos, como escreve Antoine de Sainr-Exupéry no magnífico O Principezinho. As doenças raras fazem parte desses detalhes quase escondidos do mundo, mas que se passeiam ao nosso lado. Mais do que uma doença que nos acompanha po r roda a vida, é um
crónica, a revisão da Tabela de
"A Raríssimas Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras nasceu para levantar o manto nebuloso que cobre os doentes raros e divulgar todos os avanços científicos"
Incapacidade para o Trabalho e a comparticipação de medicamentos. Outra missão que abraçámos é a construção de um lar onde os doentes com patologia raras possam ter acompanhamento permanente e atento. É um projecto que merec e a atenção de todos. Queremos ter no Ministério da Saúde e no Infarmed parceiros
modo de ser que coloca desa-
privilegiados na prossecução des-
fios constantes. Precisamente por
tes objecrivos, mas não esq uece-
ter essa originalidade. A Raríssi-
mos que é preciso insistir junto
mas - Associação Nacional de
da opinião pública, governan-
Deficiências Mentais e Raras
tes e farmacêuticas, que os medi-
nasceu para levantar o manto
camentos órfãos (que, na desig-
nebuloso que cobre os doentes
nação da Orphanet são "todos
raros e divulgar todos os avanços
aque les destinados a tratar
científicos. A informação nem
doenças tão raras que os pro-
sempre está disponível nos meios
Paula Brito e Costa
motores ficam rel utantes em
nacionais e a Raríssimas traba-
Presidente da Direcção da Raríssimas www.rarissimas.org
desenvolvê-los em condições
lha, junto dos hospitais, para
normais de mercado") são essen-
que a mensagem n ão pare. A
ciais para o tratamento digno e
recolha e a transmissão são uma
justo desces d oentes. A Raríssi-
das missões da associação. De mãos dadas com a
mas não pode aceitar que o lucro seja a única m issão
comunidade médica, estamos empenhados em divul-
das empresas farmacêuticas.
Sistema de lnfo rmaçao #1//W
Responsabilidad es do Admin istrad or Hospitalar ualquer que seja o problema que se apresen-
decisão a experiência de decisões passadas, o conheci-
então papel dos Admin istradores Hospitalares defin ir a
ta ao gestor (racional) existe um recurso que
mento informal, as convicções do decisor e factores do
Política para o Sistema de Info rm ação, que está subja-
3. Definição do modelo de gestão das tecnologias.
é condição essencial para que seja possível,
meio envolvente. Estes factores sen do muitas vezes
cente à Missão, Visão e Política de G estão da o rgani-
A opção entre cada departamento/serviço ter o seu sistema
ieme, levar a cabo o processo de tomada de
intrínsecos ao decisor, não são modelizáveis, pelo que
zação e que por sua vez irá influen-
dificilmente poderão ser tratados pelas tecnologias de
ciar as estratégias sectoriais que se irão
É com base nesta formulação que se pretende abordar a
informação e comunicação.
desenvolver em cada uma das unidades
problemática da Gestão da Informação e o papel do
Tal como referimos anteriormente, o Sistema de Infor-
do hospital.
decisão - A Informação.
proprietário com os seus equipamentos
"Nos nossos Hospitais, o acesso
Administrador Hospitalar nesta temática.
mação deve ser pensado para responder às necessidades
Apresentamos a tírul o d e exempl o
à Internet
Aos meios físicos e lógicos que, mediante regras de orga-
de informação para a tomada de decisão.
algumas definições possíveis de Políti-
é gratuito {até ver).
nização, possibilitam a recolha, processamento e dispo-
Neste sentido assume primordial importância o conhe-
cas para o Sistema de Informação.
nibilização da Informação com vista à tomada de
cimento, não só da área específica que se está a gerir,
decisão chamamos Sistema de Informação, que não deve
mas de toda a envolvente organizacional.
ser confundido com sistema informático e muito menos
Os hospitais devem ter os profissionais que possuem os
1. Política para o acesso à Internet.
com aplicação informática.
conhecimentos técnico/científicos da Gestão Hospita-
N os nossos H ospitais, o acesso à Inter-
lar a definir qual deve ser a informação necessária para
net é gratuito (até ver). No entan to,
retira por ter acesso à Internet?"
Poderá parecer academicamente exagerado este esforço
No entanto, quais os ganhos de produtividade que um hospital
(d escentralizad o) ou ter um mo delo totalmente centralizado tem vantagens e desvantagens. A emergência de um destes modelos não deve ser deixada ao acaso.
4. Política para os serviços externos. Decid ir claramente se a gestão das tecnologias deve ser feita totalmente com recursos internos do hospital ou se deve ser feita recorren do aos servi ços de
de definição de conceitos, mas basta olhar à nossa volta
a tomada de decisão das diferences áreas. Os Adminis-
quais os ganhos de produtividade que
para perceber a importância que assume a arrumação
tradores Hospitalares são os profissionais que conhe-
um hospital retira por ter acesso à Inter-
D e tudo o que foi dito anteriormente, pen-
clara dos conceitos inerentes a esta problemática.
cem o sector ao nível macro e micro, que conhecem a
net? Qual o custo, em termos de horas
samos poder concluir o seguinte:
Ao longo dos últimos anos todos os sectores da vida
semântica e a idiossincrasia natural destas organizações
de trabalho perdidas, de andar "pendu-
1. A informação é matéria-prima da decisão
económica foram invadidos por um conjunto de
pelo que devem ser chamados à responsabilidade na
rado na net" a ler o jornal desportivo ou
e como tal é a matéria-prima para o tra-
chavões que fizeram crer, aos que não tinham os concei-
definição das necessidades de. informação de cada uni-
o horóscopo?
balho do Administrador Hospitalar.
tos claros, que a solução para as empresas e organizações
dade e por maioria de razão à Gestão das unidades de
em geral passava pela adopção das novas tecnologias e
saúde.
da Internet.
empresas especializadas.
2. A obtenção e o acesso à Informação têm
O papel que entendemos estar destinado ao Admi-
2. Política para o papel e impressão.
pectiva da análise de investimentos, em
C onceitos como CRM, ERP, e- procurem ent foram
nistrador hospitalar em matéria de Sistema de Infor-
Apesar de muitos conti n uarem a acre-
que os proveitos têm que ser superiores aos
apresemados como soluções milagrosas para a resolução
mação divide-se assim em dois . O primeiro é a defi-
ditar no mito do hosp ital sem papel,
custos.
dos problemas das organizações. Salvo raras excepções,
nição das necessidades de informação da sua área d e
bas ta olhar para o n úmero de im pres-
as implementações deixaram marcas não nos fornecedo-
intervenção; o segundo é a defini ção de Políticas para
res de tecnologias ou nos tecnólogos de cada instituição,
custos que devem ser analisados na pers-
3. O papel do Administrador Hospitalar,
soras q ue se encon tram plantadas em
Luís Filipe Ferreira da Cruz Matos
o Sistem a d e Informação.
cada posto de trabalho para verificar
Administrador Hospitalar
equipamentos, mas sim com a definição
mas sim nos gestores que tiveram (ou deveriam ter) que
As Políticas d e Gestão são o m eio pelo qual a G estão
qu e t o d os qu e re m o h o sp i tal sem
da informação que necessita para a toma-
justificar os avultados investimentos que não tiveram
define as regras pelas qu ais o hospital se deve reger e
pa pel, d esde q u e n ão lhe tirem a
da de decisão.
retorno.
com isto induz os comportam entos, motiva os cola-
impressora local. Os custos com papel , t inteiros e
4. Cabe aos Administradores Hospitalares que asswnem funções
Para além da existência de informação actualizada, opor-
borado res, provoca alterações de processos e nam -
to ners na maioria dos hospitais são verdad eiramen te
de Gestão de topo nas organizações preocuparam-se com a defi-
tuna, fi ável e relevante, é decisivo para a tomada de
ralmenre alterações n o Sistem a de Informação. Será
escand alosos.
nição de Políticas para o Sistema de Informação.
não é preocupar-se com as tecnologias e os
11111
Dedicado á D r.ª Rita M artins,
Reforma dos cuidados de saúde primários E
- - -- - - - - -
m 7 de Abril último, Dia Mundial da
uma peça importante naquilo que se pode considerar
reforço de cada um dos sectores envolvidos, admitin-
não foram acompanhados d"e movimento no resto
Saúde, houve seis resoluções do Conselho
como o arranque do processo de mudança.
do-se diversos figurinos para a gestão do processo;
do sistema, como era esperado e as avaliações acon-
de Ministros dedicadas à área. Uma delas
As propostas incluídas no relatório são o resultado da
5. A reactivaçãà das unidades funcionais de saúde
selhariam.
foi a criação de um grupo técnico para a reforma dos
experiência nacional dos últimos 25 anos, associadas
criadas em 1993, agora denominadas de Unidades
Na essência, as Unidades de Saúde Familiares que
cuidados de saúde primários. A composição do
ao conhecimento das tendências e experiências inter-
Locais de Saúde, é uma estratégia que visa tornar
agora se preconizam, são evoluções inspiradas
grupo foi decidida pelo Ministro da Saúde, como
nacionais nesta área. Podem sintetizar-se as propostas
coerente rodo o sistema em função das necessidades
naquele regime experimental.
preconizava a referida resolução.
em cinco grandes ideias base:
e expectativas do cidadão. Seja
No final de Junho este grupo entregou ao Ministro
1. O trabalho em CSP deve ser desenvolvido em
como área referência para o finan-
É preconizado que os centros de
«O próprio Ministro assumiu, na generalidade,
saúde, na sua vertente assistencial
da Saúde um relatório em que foram identificadas as
contexto de equipas multiprofissionais, designadas
ciamento ou como instrumento de
medidas prioritárias para a reforma dos CSP, numa
por Unidades Funcionais, cada uma delas com uma
gestão, o desenvolvimento das
interpretação técnica da orientação política do pro-
missão definida. Na área da prestação directa de cui-
ULSs constitui uma das estratégias
grama de saúde do Governo.
dados aos indivíduos e às famílias, estas unidades são
para a obtenção d e ganhos de
Na sua versão final, o próprio Ministro assumiu, na
denominadas Unidades de Saúde Familiar, sendo evi-
saúde.
generalidade, as soluções propostas, colocando-as em
tado o recurso ao trabalho isolado por não ser pro-
discussão pública na "web page" da Direcção Geral da
moror nem de soluções completas nem da qualidade
Em 1998 foi publicada legislação
Saúde.
do desempenho;
que permitiu que grupos d e m édi-
É tido por consensual a necessidade de reformar e
2. As unidades funcionais dos centros de saúde, em
cos, em equipa com enfermeiros,
fortalecer os Cuidados de Saúde Primários. Ao longo
especial as assistenciais, podem revestir diversas for-
funcionários administrativos e
desafiada a candidatar-se ao nível
das últimas décadas foram efectuados diagnósticos e
mas jurídicas (públicas, cooperativas, privadas, etc.),
auxiliares, se organizassem em
seguinte de "excelência" num pro-
desenhadas soluções tendo todas elas em comum a
na base de uma mesma carteira de serviços contra-
pequenas unidades com alguma
cesso d e melhoria co ntínua da
dificuldade de concretização.
tualizados com o serviço nacional de saúde. As res-
autonomia - foi o Regime Remu-
qualidade. A "subida" na qualifi-
, Antes de conh ecermos o grau de sucesso que as
tantes funcionalidades do centro d e saúde (saúde
neratório Experimental. C omo o
cação organizativa das USFs dará
medidas preconizadas virão a ter, o processo de refor-
pública, cuidados continuados, M CDTs, consulta-
nome indica, o regime era experi-
origem a benefícios tangíveis,
ma tem, desta vez, alguns ingredientes que nunca
dorias espec~laizadas - por m édicos hospitalares)
mental e não seria esperado que se
incluindo maior autonomia. No
ocorreram em simultâneo:
constituirão um centro de recursos disponível para a
mantivesse como t al durante 7
(ou nos) níveis mais altos é espera-
- a reforma dos C uidados de Saúde Primários tem
promoção da saúde e a garantia dos cuidados apro-
anos.
do que a equipa tenha a possibili-
um primeiro ministro que a incluiu na agenda políti-
priados;
Por o utro lado, tratando -se de
dade de ter um regime remunera-
ca e um Governo que a sustenta, explicitamente;
3. Os Centros de Saúde serão dotados de uma pro-
uma experiência organizativa, era
tório mais favorável, li gado à
- a governação da saúde é assegurada por uma equipa
gressiva autonomia de gestão, permitindo q ue as
esperado que dela se tirassem ensi-
quantidade e à qualidade do
ministerial profunda conhecedora do sector e deter-
decisões sejam tomadas o mais próximo possível das
namentos para a evolução de todo
desempenho. Será esta a esperada
minada a introduzir reformas, reforçando e moderni-
unidades prestadoras;
o sistem a. D epois d e tr ês ava-
4. A fluidez do cidadão dentro do sistema de saúde,
António Branco
evolução natural dos actuais gru-
zando o serviço nacional de saúde;
li ações do regime, a última das
Médico de Família
pos de RRE.
- o Governo conta com um apoio parlamentar maio-
abolindo as barreiras entre os cuidados primários, os
quais em 2004, resultou a evidên-
A oportunidade de melhorar a orga-
ritário, supostamente capaz de suportar alterações
cuidados secundários e os cuidados continuados e de
cia de bons res ultados da exp eriên-
nização e desempenho dos centros
estruturais efectivas.
reabilitação, deve ser garantida por uma verdadeira
cia. Não houve, no entanto, capacidade para usar
de saúde está criada. Está nas mãos dos vários agentes
É neste contexto que este relatório técnico, politica-
gestão integrada dos cuidados de saúde. Esta inte-
essa experiência como base de conhecimento para a
do sistema (profissionais, utentes, dirigentes) trabalhar
mente subscrito pelo Ministro da Saúde, constitui
gração dos cuidados assenta na "especialização" e
reforma dos centros de saúde; os grupos de RRE
para que a reforma (desta vez) seja uma realidade.11m
as soluções propostas para a reforma dos Cuidados de Saúde Primários»
personalizada, se organizem em USFs. Estas Unidades serão qualificadas por "níveis de excelência", de 1 a 5, seguindo metodologia idêntica à usada pela EF QM (European Federation of Quality Management) - com critérios e "standards" ainda não definidos, cada USF estará permanentemente
DIÁRIO DA REPÚBLICA A GH fará eco, mensalmente, das medidas tomadas por quem nos governa e que de uma forma ou de outra são importantes para o sector da Saúde e, em casos mais específicos, para o próprio País. Nesta edição, damos conta de decisões apresentadas em Diário da República entre 7 e 30 de junho de 2005. Presidência do Conselho de Ministros Resolução do Conselho de Ministros n. 0 102/2005 de 24 de Junho Aprova um conjunto de medidas para a consolidação das contas públicas e o crescimento económico Resolução do Conselho de Ministros n. 0 109/2005 de 30 de Junho de 2005 Aprova um conjunto integrado de medidas relativas à gestão da função pública Resolução do Conselho de Ministros n. 0 110/2005 de 30 de Junho de 2005 Aprova as orientações e medidas necessárias para reforçar a convergência e a equidade entre os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações e os da segurança social e a garantir a sustentabilidade dos sistemas de protecção social, bem como medidas tendentes a reforçar a equidade e eficácia do sistema do regime geral da segurança social Resolução do Conselho de Ministros n. 0 111 /2005 de 30 de Junho de 2005 Incumbe os Ministérios das Finanças e do Trabalho e da Solidariedade Social e o ministério pertinente em razão da matéria de conduzir o processo de avaliação dos regimes especiais que consagram, para determinados grupos de subscritores da Caixa Geral de Aposentações, desvios às regras do Estatuto da Aposentação, por forma a convergirem com o regime geral Resolução do Conselho de Ministros n. 0 112/2005 de 30 de Junho de 2005 Define o procedimento para a elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável
Ministério da Saúde Decreto-Lei n. 0 93/2005 de 7 de Junho de 2005 Transforma os hospitais sociedades anónimas em entidades públicas empresariais Decreto-Lei n. 0 92/2005 de 7 de Junho de 2005 Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n. 0 2003/94/CE, da Comissão, de 8 de Outubro, que estabelece princípios e directrizes das boas práticas de fabrico de medicamentos para uso humano e de medicamentos experimentais para uso humano Decreto Regulamentar n. 0 4/2005 de 9 de Junho de 2005 Procede à fusão dos Serviços Sociais do Ministério da Saúde nos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Portaria n. 0 535/2005 de 20 de Junho de 2005 Altera o plano de estudos do curso bietápico de licenciatura em Cardiopneumologia ministrado pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto Portaria n. 0 560/2005 de 28 de Junho de 2005
Autoriza o Instituto Superior de Psicologia Aplicada a conferir o grau de mestre na especialidade de Psicologia Comunitária Portaria n. 0 561/2005 de 28 de Junho de 2005 Altera o plano de estudos do curso de licenciatura em Enfermagem ministrado pela Escola Superior de Saúde de Beja, do Instituto Politécnico de Beja Portaria n. 0 562/2005 de 28 de Junho de 2005 Autoriza o Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte a conferir o grau de mestre na especialidade de Periodontologia Portaria n. 0 563/2005 de 28 de Junho de 2005 Autoriza o Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte a conferir o grau de mestre na especialidade de Ortodontia
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social Decreto-Lei n. 0 98/2005 de 16 de Junho de 2005 Define o âmbito de protecção social conferido pelo sistema público de segurança social aos trabalhadores no domicílio Ministério das Finanças Despacho n. 0 14, 412/2005 (2ª Série) de 30 de Junho de 2005 Lista dos contribuintes a inspeccionar pela Direcção de Serviços da Inspecção Tributária - inclui Hospital de Amadora/Sintra e Hospital Geral de Santo António
Ministérios das Finanças e da Economia e da Inovação Portaria n. 0 510/2005 de 9 de Junho de 2005 Actualiza a taxa do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP)
Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Ciência, Inovação e Ensino Superior Despacho Normativo n. 0 32/2005 de 24 de Junho de 2005 Aprova o Regulamento Interno do Instituto de Investigação Científica Tropical, I. P.
Assembleia da República Lei n. 0 38/2005 de 21 de Junho de 2005 Autoriza o Governo a legislar sobre distribuição fora ·das farmácias de medicamentos que não necessitem de receita médica Lei n. 0 39/2005 de 24 de Junho de 2005 Altera o Código do IVA, aprovado pelo Decreto-Lei n .0 394-B/84, de 26 de Dezembro, e legislação complementar, procedendo ao aumento da taxa normal deste imposto Resolução da Assembleia da República n. 0 41/2005 de 29 de....,
Junho de 2005 , i !.~.C'lONAL OE Sobre a elaboração da Conta Geral o Estado --. \ Resolução da Assembleia da Rep blica n. 0 4M2005 de 29 d Junho de 2005 Programa de Estabilidade e Crescim nto para 2005-2009 l .\
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