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Dia do Transitário 2020
Em tempos normais, o Dia do Transitário reúne presencialmente os Associados da APAT para fortalecer a união da classe e para, juntos, fazerem o que melhor sabem relativamente aos desafios que lhes vão surgindo: apresentar e defender as melhores soluções. Um objetivo ainda mais premente nos tempos atuais. Se é verdade que a proximidade, nos dias de hoje, assume forçosamente diferentes contornos suportados pela digitalização em aceleração, é ainda mais verdade que o nosso sucesso, a nossa sobrevivência, enquanto classe, enquanto organizações, enquanto indivíduos, depende da sua promoção mais do que nunca. Por isso, também por isso, mesmo neste ano atípico a APAT fez questão de assinalar o Dia do Transitário, ainda que à distância. Os membros da Direção disponibilizaram-se, para tal, a gravar mensagens onde sinalizaram as questões mais pertinentes da atualidade para o setor da atividade transitária, que foram partilhadas online pela Associação, ao longo da semana (47) em que estava prevista a realização do “Dia do Transitário 2020” Aqui se retêm alguns dos comentários aos tópicos sugeridos:
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Tendências e desafios da Atividade Transitária A situação atual trouxe uma maior imprevisibilidade e o grande desafio é termos uma maior capacidade de adaptação, porque se torna muito difícil o planeamento estratégico e do dia a dia da atividade das empresas. A tendência do futuro próximo será caminhar para uma maior proximidade dos fornecedores e dos locais de consumo. Outro desafio importante é conseguir acompanhar e evoluir para a tendência de e-commerce, das vendas diretas ao consumidor. O maior desafio será a adequação dos recursos humanos e tecnológicos a esta nova realidade. Paulo Paiva
Principal foco / Maior Preocupação A nossa atividade tem o foco nas soluções logísticas que constrói para os clientes. A palavra fundamental é “conectividade”, para que a solução apresentada seja a que melhor se ajusta. Paulo Paiva
Com que infraestruturas? A APAT tem abordado, sempre, a necessidade de infraestruturas que permitam integrar cadeias de alto valor. Já fizemos essa sugestão de estratégia para a logística nacional: a criação de “free trade zones” junto aos portos e plataformas logísticas que venham a ser criadas para, dessa forma, conseguirmos atrair os serviços relacionados com as cadeias globais de alto valor. Paulo Paiva
Digitalização: sim ou não? Importante, também, é termos consciência de que o ambiente colaborativo digital deve ser encarado como um meio para melhorarmos o nosso negócio e não como uma ameaça ao negócio. A pandemia veio lembrar que o mais importante são as pessoas.
Devemos por isso fazer a transição para valorizar a realização pessoal através de um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Ter consciência de que nem tudo o que tem valor, tem um valor monetário. Os transitários terão de repensar o seu recurso mais valioso (…) as pessoas. Paulo Paiva
Desafios marítimos O transporte marítimo tem que se saber integrar nas modernas cadeias de abastecimento. É o desafio deste modo para os próximos anos. Joaquim Pocinho
Uma palavra no léxico do transitário O léxico novo é claramente a entrada, nos nossos negócios e cadeias de abastecimento, da lógica do B2C. Temos de nos adaptar a estes conceitos, adaptar ao comércio eletrónico e, acima de tudo, à digitalização dos nossos processos, que têm que ter sempre como foco a eficiência de custos e a simplificação. Joaquim Pocinho
O papel da digitalização Com a digitalização, com os processos eletrónicos, os sistemas de várias empresas vão começando a comunicar uns com os outros, criando diversas cadeias de abastecimento virtuais. Com as integrações informáticas dos vários sistemas das várias organizações nasce verdadeiramente a entreajuda. Esse é o futuro… A coordenação de operações, a entreajuda, o “paper free” e o comércio eletrónico. Joaquim Pocinho
O impacto do e-commerce Tínhamos como tendência, nos últimos anos, através das escolhas dos consumidores, que o e-commerce seria uma realidade futura. Quando esta pandemia se resolver não vamos voltar a inícios de março. Os padrões de consumo sofreram uma aceleração do que esperávamos para futuro. Joaquim Pocinho
Desafios do modo rodoviário Há interesses que se elevam para outros meios de transporte (em particular marítimo e ferroviário) tentarem, em detrimento do rodoviário, ser uma solução mais limpa (mas eventualmente não tão eficiente). A dificuldade principal com que o transporte rodoviário se depara, hoje em dia, é a deslocalização das cargas para o transporte marítimo de curta distância e, eventualmente, para o ferroviário. Luís Paupério
Ser transitário é... Resiliência. Os transitários têm de ser, obrigatoriamente, resilientes. Luís Paupério
Ensinamentos da pandemia Temos de tentar sempre retirar as melhores ilações possíveis quando as coisas não correm bem (…) ninguém estava preparado para uma coisa como esta. Menos mal no nosso setor porque, independentemente de continuarem a existir dificuldades de negócio causadas pela pandemia, a grande verdade é que este setor nunca parou, ao contrário de outros. Luís Paupério
Ilações para futuro Temos de estar todos mais fortes para tentar fazer face a um problema como este ou parecido com este. Quando algo corre menos bem, estarmos minimamente preparados para poder ultrapassar essa fase menos boa e andar para a frente… Luís Paupério
Tendências e desafios da intermodalidade Transitário é sinónimo mais abrangente de multimodalidade. Sempre foi o “multimodal”, sempre foi o elemento, a empresa, a entidade que criou o “pipeline” da origem para o lugar de destino, e vice-versa. Serve o exportador e o importador. O desafio é ser o parceiro do negócio. Tem de ser o soberano cliente a decidir. O Transitário tem é de aperfeiçoar o modus operandi de servir e deixar o cliente decidir. Daniel Pereira
Uma palavra para 2021 Temos despachantes, agentes de navegação, armadores, mas depois falta um elemento, um elemento escolhido pelo mercado… falta o “sangue” da logística, que vai a todos os órgãos levar o que for necessário, e esta é a mensagem de esperança. Daniel Pereira Tendências e desafios para a carga aérea A capacidade que há disponível no mercado e a possibilidade de não manutenção de algumas companhias aéreas devido à pandemia. A rotação de algumas rotas, o desaparecimento de algumas companhias aéreas vai originar preços proibitivos. Por outro lado, assistimos ao crescimento do e-commerce, porque as pessoas habituaram-se a consumir a partir de casa e a receber as mercadorias em casa, pelo que é expectável que mercadorias de menor valor passem também a andar de avião face à urgência e aos novos preços praticados. Os maiores desafios: preços e capacidade disponível no mercado Ana Cristina
Ser transitário é... Inventar e arriscar noutras formas de olhar o negócio e de olhar para fora de Portugal (escolher novos fornecedores / parceiros), obrigados a internacionalizar para desenvolver a atividade de uma forma saudável e produtiva para todos. Ana Cristina
Para conquistar 2021... A transformação digital é fundamental para o crescimento do transitário e é até expectável que surjam novas parcerias entre transitários, bem como com companhias aéreas, formas diferentes de olhar. A digitalização é uma excelente oportunidade para sermos mais globais e mais competitivos na compra. Se conseguirmos comprar melhor, conseguimos estar mais perto dos nossos clientes e parceiros e dinamizar o negócio, mas para que tudo seja melhor e funcione também é necessário que as entidades respetivas adotem procedimentos mais digitais e mais ágeis de forma a poderem também contribuir para a eficácia de mercado e rentabilização e competitividade. A pandemia obrigou-nos a ser criativos e não tão tradicionalistas e a perceber como ultrapassar determinadas dificuldades e servir com qualidade da forma mais normal possível em tempo de pandemia. O teletrabalho e as reuniões online são uma realidade face à impossibilidade de contacto comercial face-to-face e devemos retirar daqui os melhores ensinamentos. Ana Cristina